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Ambiente Organizacional Tema 2 O termo ambiente organizacional se refere ao conjunto de forças — positivas ou negativas —, tendências e outras organizações que têm potencial para influenciar seus resultados. O ambiente interno é o conjunto de elementos internos da organização que atuam e influenciam a sua relação com o ambiente externo, bem como influenciam seu desempenho organizacional. Como mais importante elemento interno, temos a Cultura Organizacional, que se expressa por meio das políticas internas. Podemos citar como exemplo a política de recursos humanos, os estilos de liderança, o modo como as decisões são tomadas, bem como os ambientes físico e tecnológico da organização. O ambiente externo é o contexto no qual as organizações existem e operam, sendo constituído pelos elementos que se encontram fora dos limites da organização. GOVERNANÇA CORPORATIVA Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle, e demais partes interessadas. Princípios básicos de governança corporativa Transparência: Significa o interesse de possibilitar, para as partes interessadas, acesso a todas as informações que possam ser de seu interesse, e não só aquelas obrigatórias por leis ou regulamentos. O princípio da transparência não deve se limitar ao acesso ao desempenho econômico-financeiro. Ao contrário, devem-se estender às demais fontes — inclusive intangíveis — que guiam a ação gerencial e garantem a preservação e a otimização do valor organizacional. Equidade: Evidencia-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. Os stakeholders são as pessoas ou empresas que podem ser afetadas de forma direta ou indireta, positiva ou negativamente. Exemplos de stakeholders podem ser os gestores, colaboradores, fornecedores ou clientes da empresa. Prestação de contas: É um conjunto de mecanismos que permite que os responsáveis de uma organização prestem contas e sejam responsabilizados pelo resultado de suas ações de modo claro, conciso, compreensível e adequado. Com isso, eles são responsabilizados integralmente pelas consequências de seus atos e omissões. Responsabilidade corporativa: Consiste no compromisso com os acionistas em relação à rentabilização do capital que investiram, e com a sociedade em relação ao seu papel social. Para tal, a empresa deve apresentar seu modelo de negócio, seus investimentos — financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental etc. —, bem como as suas ações relacionadas ao compromisso com a sociedade e o meio ambiente, demonstrando seu comprometimento com a sustentabilidade. Cultura organizacional Toda organização empresarial tem sua própria cultura, baseada em suas atitudes, crenças, valores e objetivos, entre outros fatores. Essa cultura é parte do ambiente organizacional, que precisa ser devidamente tratado de forma a evitar eventuais conflitos entre indivíduos e a organização. Estrutura de governança corporativa • Acionistas: São os efetivos proprietários da empresa, representados na Assembleia Geral dos Acionistas, com direitos e deveres, e que interagem com os órgãos reguladores e mercado. • Conselho de administração: Deve ser constituído por representantes da empresa e agentes externos com notória experiência, considerando os interesses de longo prazo. Atua como guardião dos princípios, valores, objeto social e sistema de governança da companhia. • Diretoria: São funcionários contratados e com poderes limitados — estatutários ou não — para que possam exercer a gestão efetiva da empresa. Os princípios básicos de governança corporativa foram definidos de forma que haja total transparência, para a sociedade, dos atos e resultados da empresa, garantindo acesso e responsabilização perante a sociedade. Órgãos de fiscalização e controle: • Comitê de auditoria: É um órgão de assessoramento ao conselho de administração para o monitoramento e controle da qualidade das demonstrações financeiras, dos controles internos, gerenciamento de riscos e compliance. • Conselho fiscal: É um órgão de fiscalização independente dos administradores para reporte aos acionistas, cujo objetivo é preservar o valor da companhia, ou seja, o patrimônio. • Auditoria independente: Tem a função de analisar as demonstrações financeiras — balanços, Demonstrativos de resultados (DRE) e demais documentos contábeis auxiliares — e opinar quanto à sua legitimidade e representação da posição patrimonial e financeira da companhia. • Auditoria interna: Tem a responsabilidade de avaliar os controles internos da empresa e propor recomendações de acordo com a política de gerenciamento de riscos, normas e procedimentos estabelecidos pelo conselho de administração. • Gerenciamento de riscos, controles internos e integridade/conformidade (compliance): Preocupa-se em mitigar eventuais riscos que a empresa possa sofrer, utilizando controles, políticas, treinamentos e avaliações constantes de desvios que surgem e propondo melhorias. Conflitos de interesses entre objetivos individuais e organizacionais são comuns em toda organização que não estabelece canais de comunicação e entendimento interno. A administração da empresa tem a obrigação de construir os meios para que haja um tratamento adequado de eventuais conflitos. Regras de compliance Compliance significa estar de acordo com uma regra ou norma. O significado da palavra compliance tem relação com a conduta da empresa e sua adequação às normas dos órgãos de regulamentação. O conceito de compliance nos negócios tem o objetivo de gerar valor para a organização e garantir sua sobrevivência. Essa necessidade decorre dos grandes impactos financeiros causados por fatores como: • Ausência de diretrizes normativas; • Desalinhamentos com as leis existentes; • Falta de mecanismos de controle e ferramentas preventivas adequadas; • Falhas no gerenciamento de processos; • Operações sem sistema de informação gerencial estruturado Resumindo A definição de compliance é a ação de cumprir uma ordem ou o cumprimento de regras ou padrões. No mundo corporativo, o termo é definido como o processo de garantir que a empresa e os funcionários sigam todas as leis, os regulamentos, padrões e as práticas éticas que se aplicam à organização e ao setor. O compliance deve garantir que a empresa esteja coberta por uma rede de proteção com controles, normas e procedimentos a serem seguidos por todos e regularmente aferidos e atualizados. A conformidade corporativa abrange políticas, normas e procedimentos internos, bem como leis federais, estaduais e municipais. Manter a conformidade ajuda a empresa a prevenir e detectar violações de regras, o que protege a organização de multas e processos judiciais. Poder afirmar que uma empresa está em compliance é uma estratégia de negócios importantíssima. Isso significa que há transparência e um grau de maturidade na gestão. As duas principais responsabilidades de uma área de compliance são: • Análise: Realizar a análise de riscos dentro da empresa ou instituição, de modo a fiscalizar a execução do programa de Compliance. • Informação: Informar à alta direção da empresa ou conselho de administração sobre possíveis riscos e incidentes que forem identificados. Gestão de riscos A gestão de risco é caracterizada pela busca constante, da empresa, de ações fora dos padrões estabelecidos por ela ou pelos órgãos de controle que possam afetar seus lucros atuais e futuros, causar danos à imagem ou paralisia em suas operações. Esses riscos podem ter origem em errosde operação, acidentes ou desastres naturais. Categorias de risco As principais categorias de risco a considerar em uma empresa são: • Estratégico: Riscos relacionados ao posicionamento da organização e que podem afetar a competitividade da empresa. Por exemplo, um concorrente entrando no mercado. • Conformidade: Riscos relacionados à questão de compliance, portanto, relativos ao não cumprimento de uma regulamentação. Por exemplo, a introdução de nova legislação de saúde e segurança. • Financeiros: Riscos que afetam diretamente o caixa ou a disponibilidade e capacidade de pagamentos da empresa. Por exemplo, o aumento das taxas de juros sobre um empréstimo comercial. • Operacional: Riscos ligados diretamente à operação, ao dia a dia da empresa. Por exemplo, a quebra ou roubo de equipamentos importantes. As categorias de risco apresentadas não são rígidas, e algumas partes do negócio podem se enquadrar em mais de uma categoria. Os riscos associados à proteção de dados, por exemplo, podem ser considerados ao revisar as operações ou a conformidade da empresa. O Brasil, seguindo o resto do mundo, sancionou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709, em 14 de agosto de 2018. A lei entrou em vigor em agosto de 2020 e tem o objetivo de garantir transparência no uso dos dados das pessoas físicas em quaisquer meios. A LGPD chega para alterar a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014, popularmente chamada de Marco Civil da Internet, que regulava tais transações até então. Qualquer organização está sujeita a riscos não planejados. Por essa razão, deve garantir ao máximo que as regras e políticas internas sejam entendidas e seguidas, atualizando-as de acordo com novos eventos e a legislação em vigor, evitando custos e perdas. A melhor forma de garantir que o risco não ocorra é ter um Plano de Gerenciamento de Riscos. Esse plano deve conter os procedimentos que devem ser seguidos, caso ocorra o risco, e as formas de minimizá-los, com instruções claras e objetivas. Isso visa garantir o menor impacto, caso o risco ocorra, e mantém a gestão do negócio sob controle. Estratégias e processos de gestão de risco Os planos de gerenciamento de risco, em geral, devem estabelecer estratégias e processo seguindo uma sequência de etapas. Se forem bem desenvolvidas, tais etapas permitirão às empresas prevenir os riscos conhecidos e mitigar os desconhecidos. É importante que se definam, inicialmente, os objetivos e o alcance da gestão de risco, já que será impossível prever todos os riscos que possam acontecer em um negócio, se imaginarmos que as forças da natureza não são previsíveis. É possível, no entanto, estabelecer alguns pontos que devem ser levados em consideração no plano de gerenciamento de riscos. Pontos fundamentais do plano de gerenciamento de riscos • Alcance: O que é considerado risco na empresa? Uma empresa que lida com desenvolvimento de softwares precisa estar vigilante para que seu produto não seja copiado, interna ou externamente. Já uma manufatura possui diversos riscos de processos produtivos que devem ser controlados. Uma lista dos riscos e do contexto desses riscos é o primeiro passo. • Análise e avaliação: É possível avaliar a possibilidade de os riscos listados ocorrerem e suas consequências para o negócio. Isso pode ser realizado por meio de análise estatística interna ou com dados de empresas similares. Por exemplo, se faltar luz, necessitamos de um gerador para uso imediato ou podemos esperar a volta dela? O ideal é usar ferramentas de análise, como o GUT. Essa ferramenta permite ponderar a gravidade, a urgência e a tendência de algo acontecer. • Mitigação: Após fazer a análise e avaliação, é necessário que seja proposta uma forma de prevenir os riscos ou que, caso aconteçam, haja ações específicas a serem tomadas de forma a reduzir esse impacto. Isso vale para cada risco identificado ou para aqueles de maior impacto para o negócio. É comum, nesse ponto, a utilização de matrizes que possam identificar responsáveis, locais, justificativas, agente da mitigação — interno ou externo —, como deve ser feita e o seu provável custo. • Monitoramento: Ainda dentro do plano de mitigação de riscos, é importante que haja a definição do que deve ser monitorado, por meio de controles específicos. Também é preciso definir com que frequência deve acontecer o monitoramento e garantir que seja possível rastreá-lo. • Informação e divulgação: Todos os riscos ocorridos e considerados importantes para o negócio devem ser divulgados, até para a alta administração e o conselho da companhia, para que as providências necessárias sejam tomadas. Limitações Apesar de ser considerado benéfico para a empresa, deve-se considerar o quanto o custo do tratamento do risco é compensador em relação ao benefício. Controlar e gerir tem um custo que deve ser bem calculado para que possa compensar e ser feito. Existem diversas questões, tais como a qualidade dos dados levantados, o custo dos softwares de análise, a experiência e o tempo de quem analisa para chegar às conclusões necessárias no momento certo. Apenas a análise de dados históricos é muito limitada, já que alguns eventos podem não ocorrer novamente e mudanças que impactam a análise podem ter ocorrido. Padrões de gerenciamento de riscos Várias organizações de classe mundial desenvolveram padrões que auxiliam as empresas no gerenciamento de riscos. Norma ISO 31000 A ISO 31000, na parte de Gestão de Riscos – princípios e diretrizes, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), auxilia na melhoria do processo de gerenciamento de riscos. A norma foi projetada para "aumentar a probabilidade de atingir os objetivos, melhorar a identificação de oportunidades e ameaças e, efetivamente, alocar e usar recursos para o tratamento de riscos", de acordo com o site da ISO. A ISO 31000, como recomendação, define alguns princípios que devem fazer parte do processo geral de gestão de risco. Vejamos, a seguir, alguns desses princípios: cria e protege valor. é parte integrante de todos os processos organizacionais. é parte da tomada de decisões aborda explicitamente a incerteza é sistemática, estruturada e oportuna baseia-se nas melhores informações disponíveis é feita sob medida considera fatores humanos e culturais é transparente e inclusiva é dinâmica, iterativa e capaz de reagir a mudanças facilita a melhoria contínua da organização Ouvidoria e ombudsman A ouvidoria é um setor ou departamento de uma empresa destinado a ouvir o cliente ou o colaborador, no caso de ouvidoria interna. É um canal de diálogo entre o colaborador ou o cliente e a empresa, ou entre o cidadão e o órgão público. Por meio desse canal, é possível fazer reclamações, denúncias, elogios e solicitações. Ombudsman é o ouvidor, o agente, o colaborador, a parte física da ouvidoria que recebe as manifestações positivas ou negativas. Ele investiga essas manifestações, com o dever de agir de forma imparcial, a fim de mediar conflitos entre as partes envolvidas. Benefícios da ouvidoria interna • Conquista da confiança dos colaboradores: O feedback nem sempre é suficiente para atender certas demandas e acontecimentos internos na visão do colaborador. Quando há um canal formal ao qual os colaboradores podem recorrer para mediar conflitos, isso aumenta a confiança na empresa. Desse modo, a empresa passa a ser vista de forma mais empática, transmitindo a ideia de que se importa com o bem-estar de seus contratados. • Aumento da produtividade: Os colaboradores se veem como parte de uma equipe, quando se sentem mais valorizados e sabem que podem contar com uma área para resolver certas situações incomuns ou incômodas. Isso desperta o sentimento de dever dentro da equipe, aumentando a produtividade e a vontade de fazer mais.Uma dica importante: colaborador confiante é colaborador produtivo! • União da equipe: Pode parecer estranho falar de união, já que todos fazem parte da mesma empresa. No entanto, é desafiador manter todos integrados na prática, já que os colaboradores têm culturas, hábitos, temperamentos, personalidades e níveis de responsabilidade diferentes. Quando surgem conflitos sérios e que não podem ser resolvidos de forma comum, a ouvidoria interna deve se apresentar para evitar que haja deterioração e descrença nas relações internas. Com isso, mantém-se a união necessária para o bem-estar e a evolução da empresa. • Manutenção de gestores atentos ao clima interno da empresa: A atenção ao clima interno da empresa é um dos grandes benefícios da ouvidoria interna. Os gestores nem sempre percebem como anda o clima organizacional. Por mais que as pesquisas internas de clima informem que está tudo bem, quando a ouvidoria interna é acionada, duas coisas podem ter acontecido. Algo escapou à percepção dos gestores ou a última pesquisa de clima interno não foi tão bem aproveitada como deveria. A ouvidoria interna, portanto, trabalha unida aos gestores, alertando para os desvios e propondo soluções que restabeleçam o clima da empresa. Estruturação da ouvidoria interna Como estruturar uma área de ouvidoria interna na empresa? A seguir, temos um roteiro do que não pode faltar em um projeto de implantação de uma área de ouvidoria: Objetivos gerais e específicos da ouvidoria; Escolha do ouvidor, mandato e seleção da equipe; Vínculo hierárquico; Níveis de autonomia; Recursos necessários, estrutura física e humana; Definição de SLAs (Service Level Agreement) ou ANS (Acordo de Nível de Serviço), para busca de resoluções internas junto às áreas e para retorno ao reclamante; Indicadores; Necessidade de investimento com formação e certificação do ouvidor e da equipe; Previsão dos custos de implantação; Canais de atendimento e horário de funcionamento; Sistema para registro, acompanhamento, tratativa e gestão das manifestações recebidas; Etapas e estratégias de implantação; Plano de comunicação interno e externo; Modelo de gestão da ouvidoria. Tratamento das situações levantadas pelas ações de ouvidoria e ombudsman As reclamações, denúncias, sugestões, os elogios e feedbacks recebidos devem, primeiramente, ser documentados. Deve haver, portanto, um registro do assunto a ser tratado, a indicação do responsável pela solução, uma classificação quanto à importância e relevância. Tais registros devem gerar um banco de dados e estatísticas importantes para ações corretivas ou mudanças na própria empresa. Cada situação vista separadamente, pode ser classificada da seguinte forma: • Reclamações: Reclamações costumam ter natureza mais simples – seja as de origem interna, vindas de colaboradores, ou externa, de clientes insatisfeitos. Nesse caso, a solução pode ser dada por uma resposta mais padronizada. Também pode haver uma solução direta que satisfaça ao reclamante na forma e no tempo adequados. Ao fim de determinados períodos, são geradas estatísticas que permitem diversas análises e propostas de ações para mudanças que visem reduzir ou eliminar as causas. • Denúncia: As denúncias podem ser anônimas, sem identificação do denunciante, ou identificadas. Na maioria das vezes, as denúncias são anônimas. Quando há uma denúncia, além do registro interno, será necessário que se cumpra uma série de etapas. O tratamento adequado e justo da denúncia visa garantir que o fato não ocorra novamente ou que se crie ações para evitá-lo. • Sugestões, elogios e feedbacks: A ouvidoria também é usada para questões positivas. Nesse caso, ela também deve criar procedimentos para que sejam devidamente encaminhadas às áreas fins ou às pessoas citadas. Como vimos, é importante que exista uma área de ouvidoria interna na empresa, de forma que as questões que fogem do cotidiano possam ser endereçadas, tratadas e solucionadas As principais etapas do tratamento da denúncia são: • Registro do fato: Para isso, é necessário que exista um meio para registrá-lo, em formulário padrão ou checklist. • Sigilo: Deve-se manter em sigilo o denunciante, os envolvidos e o fato, até a solução definitiva. • Evidências ou provas: Um dos maiores problemas em denúncias é não ter como provar que o fato relatado aconteceu. Em geral, as empresas adotam práticas de uso de testemunhas ou observação, após a denúncia, para contatar a repetição do fato. • Definição da gravidade da situação: Será necessário envolver a área jurídica da empresa? É questão de aplicação de medidas disciplinares prevista na CLT? Será necessário alterar algum procedimento ou norma interna? Antes de qualquer ação corretiva, a ouvidoria deve: Fazer uma análise minuciosa da situação, a fim de evitar exageros ou escassez na solução; Elaborar possíveis planos de ação para tratar a situação, considerando os aspectos jurídicos, as políticas da empresa (quando existentes), o bem-estar do colaborador (denunciante) e a legislação em vigor. Normas Etapas de implantação • Primeira etapa: é importante que exista um processo formal conhecido – de preferência, um fluxo do processo desenhado. Tal fluxo deve mostrar como acontecem as atividades e o que o procedimento e a norma descreverão. • Segunda etapa: Identificar, em cada atividade, quem executará a tarefa e em quanto tempo. • Terceira etapa: Escrever os procedimentos operacionais para cada uma das atividades de forma que fique claro como deve ser executada. • Quarta etapa: Após a aprovação das áreas envolvidas e que serão responsáveis pelo procedimento ou norma, será a apresentação formal aos envolvidos do fluxo do processo que foi desenhado e os procedimentos escritos, para que todos saibam como desenvolver suas atividades e, em caso de dúvidas, saibam onde consultar os procedimentos e saná-las. Estrutura É importante lembrar que pode haver outros itens que componham a estrutura das normas e dos procedimentos. Isso dependerá das características da empresa – se pública ou privada –, do tipo de negócio – se comércio, serviço ou indústria – ou de outra diferenciação específica. Também é preciso desenvolver formulários (eletrônicos ou não), documentos e relatórios que permitam o controle das normas e dos procedimentos. Atualização Uma questão extremamente importante quando se fala de normas e procedimentos é a sua atualização, de forma a evitar a obsolescência. É comum que esse tipo de documento se desatualize facilmente, já que inovações ou mudanças de legislação surgem a cada dia. É fundamental, por isso, que esteja bem claro e definido quem é o responsável e qual a frequência de atualização ou revisão da norma ou do procedimento. Esses são princípios básicos que devem ser seguidos, assim como a constante busca por aprimoramento. Vivemos em um mundo dinâmico e mutável, e isso traz implicações ao ambiente organizacional – composto por pessoas, normas e procedimentos. Uma vez instituída, a empresa também precisa se guiar por princípios que a conduzam às conquistas de seus objetivos. Desse modo, ela poderá preservar sua integridade financeira e seu capital humano, mantendo seu crescimento constante. A importância da governança corporativa está em não só balizar comportamentos e atitudes internas, mas também definir e distribuir responsabilidades, garantindo transparência e reconhecimento do mercado a respeito da seriedade e capacidade de crescimento organizacional e financeiro. Da mesma forma, garantir o compliance e gerenciar a forma como tratará eventuais riscos na organização faz com que os impactos, se houverem, sejam devidamente tratados e mitigados. O fato de uma organização, pública ou privada, se propor a colocar em prática uma ouvidoria dá credibilidade à organização e tranquilidade aos seuscolaboradores. Isso contribui para o aumento da produtividade interna e do espírito de união, tão importante em uma organização que quer se manter forte e perene. Ao explicitar e controlar suas normas e seus procedimentos, a organização demonstra uma atitude diferenciada dos concorrentes, criando oportunidades para a inovação e desenvolvimento, tornando-se mais criativa, competitiva e atenta às mudanças do negócio em que está inserida.
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