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Aula 2 - O surgimento da ciência da administração

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DESCRIÇÃO
Apresentação dos conceitos de escola de administração científica; organização racional do
trabalho (ORT); fordismo; além da teoria clássica da administração; da burocracia; e de escola das
relações humanas.
PROPÓSITO
Compreender a importância das primeiras escolas do pensamento administrativo e sua evolução
para uma visão focada nas tarefas e na estrutura das organizações, uma abordagem mais
humanística, centrada nos indivíduos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever as contribuições de Frederick Taylor para a administração científica e de Henry Fayol
para a administração clássica
MÓDULO 2
Descrever o modelo burocrático de Max Weber
MÓDULO 3
Descrever as origens da escola das relações humanas
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, a Administração foi influenciada por diversos atores, tais como: filósofos,
economistas, empreendedores em busca do capital, organizações religiosas e militares, entre
outros.
Além disso, um dos grandes marcos na história da administração foi a Revolução Industrial,
que tornou o ambiente das organizações complexo e mais desafiador. Quando falamos da
indústria, podemos considerá-la como aquela que é responsável pela transformação das matérias-
primas por meio de máquinas e trabalhadores.
Esse processo passou, então, a ser feito pela manufatura nas indústrias. Vale lembrar que antes
era o trabalho artesanal, ou seja, realizado por pequenos trabalhadores independentes. Estes
eram os donos dos meios de produção, ferramentas e matéria-prima, que vendiam o produto de
seu trabalho para um mercado local.
Com essa mudança, os artesãos passaram a trabalhar nas indústrias em troca de um salário e
suas pequenas oficinas foram substituídas pelas manufaturas. Esse processo daria início ao
sistema do capitalismo.
É importante ressaltar que, nessa época, não havia a divisão de trabalho que conhecemos hoje,
isso porque todas as fases da produção eram feitas pela mesma pessoa.
Em decorrência dessa revolução da indústria, surgem as primeiras abordagens da administração
que se dedicaram a estudar as consequências geradas pela Revolução Industrial, como, por
exemplo, o crescimento acelerado e desorganizado das empresas.
Por isso, a partir desse processo, as empresas iniciaram uma transformação no que antes era
baseado na tentativa e erro, e na improvisação para o estudo a partir de métodos científicos.
Isso gerou o aumento da eficiência e da competência destas empresas no que se refere a
melhores rendimentos dos seus recursos, gerenciamento dos seus processos e aumento da
competição no mercado que se formava.
MÓDULO 1
 Descrever as contribuições de Frederick Taylor para a administração científica e de Henry
Fayol para a administração clássica
A ABORDAGEM CLÁSSICA DA
ADMINISTRAÇÃO
No início do século XX, dois engenheiros foram responsáveis pelo desenvolvimento dos primeiros
trabalhos sobre a administração de forma pragmática.
 
 
Autor: Senivpetro/Fonte: Freepik
FREDERICK WINSLOW TAYLOR
Frederick Winslow Taylor, um engenheiro norte-americano, iniciou a chamada teoria ou escola da
administração científica, com o objetivo de ampliar a eficiência da indústria a partir da
racionalização do trabalho do operário.
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Autor: Tirachardz/Fonte: Freepik
HENRI FAYOL
Henri Fayol, um engenheiro europeu, desenvolveu a teoria ou escola clássica, focada no
aumento da eficiência das empresas a partir de sua organização e, também, da aplicação de
princípios gerais da administração em bases científicas.
Por causa dessas duas correntes de pensamentos, a abordagem clássica da administração tem
duas orientações diferentes que, em certa medida, são opostas entre si, mas que se
complementam.
VAMOS COMPREENDER, A SEGUIR, UM POUCO
MAIS SOBRE CADA UMA DESTAS ESCOLAS DE
PENSAMENTOS.
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ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
A concepção da administração científica teve início nos EUA, por meio de estudos de engenheiros
nativos, como Frederick Winslow Taylor (1856-1915), Harrington Emerson (1853-1931), Henry
Lawrence Gantt (1861-1919), Frank Bunker Gilbreth (1868-1924) e outros.
Além desses, Henry Ford (1863-1947) costuma ser incluído pela aplicação desses princípios em
seus negócios.
Taylor deu início a suas experiências e seus estudos a partir do trabalho do funcionário que atuava
no chão de fábrica, o operário ou trabalhador. Posteriormente, seu estudo teve uma trajetória
inversa, ou seja, analisou operários e depois os demais processos da empresa. Por isso, a ênfase
nas tarefas é o que marca essa escola de pensamento.
SEGUNDO TAYLOR, A ADMINISTRAÇÃO DEVERIA
SER TRATADA COMO CIÊNCIA. PORTANTO,
BUSCAVA MELHORIA NOS RENDIMENTOS DOS
SERVIÇOS DOS OPERARIADOS DA ÉPOCA, QUE
ERAM DESQUALIFICADOS E TRATADOS COM
DESLEIXO PELAS EMPRESAS.
 
 
Autor: Everett Collection/Fonte: Shutterstock
Naquela época, não havia interesse em qualificar o trabalhador, porque o pensamento é de que
aquela mão de obra era dispensável e facilmente substituível. Seu estudo sobre os tempos e
movimentos revelou que centenas de operários desqualificados significava baixa produtividade e,
consequentemente, lucros decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais operários.
 
Autor: Everett Collection/Fonte: Shutterstock
Preocupado em eliminar os desperdícios e as perdas sofridas pelas indústrias norte-americanas
da época, e aumentar os níveis de produtividade, Taylor provocou uma revolução no pensamento
administrativo e no mundo industrial de sua época. E é importante dizer que conseguiu o feito por
meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.
TAYLOR BUSCOU A DEFINIÇÃO DE PRINCÍPIOS
CIENTÍFICOS PARA A ADMINISTRAÇÃO DAS
EMPRESAS E TINHA O OBJETIVO DE RESOLVER
PROBLEMAS QUE RESULTASSEM DAS
RELAÇÕES ENTRE OS OPERÁRIOS.
 
NO SEU ENTENDIMENTO, O BOM TRABALHADOR
NÃO DISCUTE AS ORDENS OU INSTRUÇÕES COM
SEU PATRÃO, APENAS AS CUMPRE.
 

No ano de 1895, Taylor expôs à Sociedade Norte-Americana de Engenheiros Mecânicos um
estudo experimental denominado Notas sobre as correias.
Derivado das suas reflexões sobre o que seria a administração por eficiência, publicou ainda um
segundo estudo chamado Um sistema de gratificação por peça, em que mostrava um sistema de
gratificação e administração dos operários.
Anos mais tarde, em 1903, o mesmo teórico publicou seu livro Administração de Oficinas, que
trata de técnicas de racionalização do trabalho, por meio do Estudo de Tempos e Movimentos.


Dando sequência em seus estudos, no ano de 1911, publicou outra obra, Princípios de
Administração Científica, concluindo que a racionalização do trabalho operário deveria ser
acompanhada de uma estruturação de toda a empresa a fim de tornar coerente a aplicação de
seus princípios.
A ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO (ORT)
Partindo da observação de seus estudos, Taylor percebeu que os trabalhadores aprendiam a
maneira de executar suas tarefas por meio da observação dos seus companheiros vizinhos. Por
isso, o trabalho era executado de diferentes maneiras e métodos, gerando diferentes índices de
produtividade para cada trabalhador.
Dessa forma, ele concluiu que os administradores, e não os operários, deveriam determinar qual
deveria ser a melhor maneira de realizar um trabalho.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como decorrência desta decisão, o autor dividiu as atividades da seguinte maneira: a
administração ou gerência era responsável pelo planejamento (estudo detalhado do trabalho do
operário e o estabelecimento do seu método) e pela supervisão (assistência contínua ao
trabalhador durante a produção); e os trabalhadores ficavam com a execução do trabalho.
A substituição dos métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o
nome de organização racional do trabalho (ORT), que consiste nos aspectos listados a seguir:
SELEÇÃO DO TRABALHADOR DE FORMA CIENTÍFICA
Cada operário deve desempenhar a tarefa que seja compatível com as suas aptidões.O seu
desempenho deve vir do resultado de treino. Dessa forma, tal seleção se torna importante para o
trabalhador, pois se sente valorizado; e para a empresa, que consegue elevar a sua produtividade.
TEMPO-PADRÃO
Para Taylor, era essencial que a empresa contasse com parâmetros de controle da produtividade,
porque se o salário do trabalhador estiver garantido independentemente desta, ele certamente
produzirá o menos possível, devido à sua natureza preguiçosa.
 
Com esse controle, o trabalhador atingirá, no mínimo, a produção que foi estabelecida pela
gerência.
ESTUDO DA FADIGA-HUMANA
Um dos engenheiros que participava desta abordagem da administração científica, Frank Bunker
Gilbreth, estudou os movimentos com base na anatomia e na fisiologia humanas. Seu intuito era
entender os efeitos da fadiga na produtividade do trabalhador.
 
Com os resultados, ele constatou que a fadiga predispõe o trabalhador para a redução da sua
produtividade e qualidade do trabalho. Além disso, é responsável por: aumentar a rotatividade de
funcionários, desvios de tempo, possíveis doenças e acidentes de trabalho, e diminuir a
capacidade de esforço do trabalhador.
 
Em resumo, pode-se dizer que restou constatado que a fadiga é um redutor da eficiência do
operário.
HOMO ECONOMICUS
Taylor defendia que o ser humano é profundamente influenciado pelas recompensas econômicas
e materiais. E procura o trabalho não porque gosta de trabalhar, mas como um meio obter os
recursos financeiros que este proporciona.
 
Sendo assim, o trabalhador é motivado pelo medo de não conseguir se alimentar e pela
necessidade de ganhar dinheiro para sobreviver.
PLANO DE INCENTIVO SALARIAL
A ORT defendia que o salário do trabalhador deveria ser proporcional ao número de unidades que
ele produzia. Essa determinação se baseia no conceito do homo economicus.
TRABALHO EM CONJUNTO
Taylor acreditava que os altos salários — desejados pelos trabalhadores — e o baixo custo de
produção — almejado pela administração da empresa — poderiam ser conciliados com a busca
do maior grau de eficiência e produtividade.
 
Nesse sentido, quanto mais o trabalhador produzia, maior seria sua remuneração e,
consequentemente, maior seria a produtividade da empresa.
DESENHOS DE CARGOS E TAREFAS
Com a preocupação sobre a racionalidade do trabalho do operário, a ênfase nas tarefas levou os
engenheiros a tornarem mais simples os cargos para obter o máximo de especialização de cada
trabalhador.
DIVISÃO DO TRABALHO ESPECIALIZAÇÃO DO
OPERÁRIO
Além do desenho dos cargos e das tarefas, quanto menor e mais simples forem estas últimas,
maior será a habilidade do trabalhador em desempenhá-la.
 
Ademais, ao realizar um movimento simples repetidamente, o trabalhador imprime velocidade em
sua atividade e aumenta o número de unidades produzidas. Isso elevaria, também, seus ganhos,
uma vez que seu salário é proporcional ao seu esforço.
VEJA A SEGUIR MAIS ALGUNS DESSES
MÉTODOS CIENTÍFICOS:
SUPERVISÃO
A gerência ou supervisão de cada trabalhador deveria ser especializada por áreas, tal como cada
operário. O supervisor seria o responsável por controlar o trabalho dos funcionários, verificar o
número de unidades produzidas e o cumprimento da produção padrão mínima.
ÊNFASE NA EFICIÊNCIA
Taylor defendia o “the best way”, ou seja, existe o melhor e único jeito de executar uma tarefa.
Para descobri-la, a gerência deve estudar os tempos e métodos, dividindo os movimentos das
tarefas executadas pelos trabalhadores.
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Em seus estudos, Taylor verificou que as condições do trabalho interferiam nos resultados.
Por isso, algumas medidas deveriam ser implementadas, como a adequação de instrumentos e
ferramentas de trabalho, o arranjo físico das máquinas e dos equipamentos e a melhoria do
ambiente físico de trabalho.
Somadas a essas, podemos dizer que a diminuição do ruído, a melhor ventilação e iluminação no
recinto das atividades, também, podem minimizar o esforço e a perda de tempo na execução do
trabalho.
PADRONIZAÇÃO
Uma das principais contribuições do trabalho de Taylor está relacionada com a aplicação de
métodos científicos para obtenção de uniformidade e redução de custos.
Isso significa criar a padronização dos métodos e processos de trabalho, máquinas e
equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e componentes, para
eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.
PRINCÍPIO DA EXCEÇÃO
A preocupação de Taylor estava direcionada aos resultados que estavam fora dos padrões
esperados, com o intuito de corrigi-los. Desta forma, o princípio da exceção é um sistema de
informação que apresenta seus dados apenas quando os resultados verificados na prática
divergem ou se distanciam dos resultados previstos em algum programa.
As bases de aplicação da administração científica são:

1. ESTUDO DE TEMPO E PADRÕES DE PRODUÇÃO
2. SUPERVISÃO FUNCIONAL


3. PADRONIZAÇÃO DE FERRAMENTAS E
INSTRUMENTOS
4. UTILIZAÇÃO DA RÉGUA DE CÁLCULO E DE
INSTRUMENTOS PARA ECONOMIZAR TEMPO


5. PRINCÍPIO DA EXECUÇÃO
6. PLANEJAMENTO DAS TAREFAS E CARGOS


7. FICHAS DE INSTRUÇÕES DE SERVIÇOS
8. PRÊMIOS DE PRODUÇÃO PELA EXECUÇÃO
EFICIENTE DAS TAREFAS


9. DEFINIÇÃO DE ROTINA DE TRABALHO
 Bases de aplicação da administração científica. Fonte: Autora, 2020.
FORDISMO
Um dos precursores da administração científica que ficou amplamente conhecido até os dias
atuais é Henry Ford (1863-1947). Ele iniciou sua vida como mecânico e, em 1903, criou a Ford
Motor Co.
 
Autor: Uncle Leo/Fonte:Shutterstock
Seu objetivo era popularizar um produto que antes era produzido artesanalmente e destinado aos
milionários da época:, vender carros a preços populares. Até mais que isso, oferecia assistência
técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da época.
Entre os anos de 1905 e 1910, Ford proporcionou uma grande inovação: o sistema de produção
em massa. Ele não inventou o automóvel e nem a linha de montagem, mas inovou na organização
do trabalho, pois implementou a produção de maior número de produtos acabados com a maior
garantia de qualidade e menor custo possível para a época.
 
Autor: James R. Martin/Fonte:Shutterstock
A racionalização da produção de Ford proporcionou a linha de montagem que permite a
fabricação em série de forma especializada. Nesse sistema em massa, o produto é padronizado,
assim como o maquinário, o material, a mão de obra e o desenho, gerando um custo mínimo para
a empresa.
Essa disrupção promovida por Ford teve maior impacto sobre o modo de vida dos indivíduos do
que inúmeras outras invenções do passado. Alguns anos depois, em 1913, sua fábrica produzia
800 carros por dia.
No ano seguinte, Ford repartiu com seus trabalhadores uma parte do controle acionário da
empresa e estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de oito horas.
Em outras fábricas da época, a jornada alterava entre dez e 12 horas de trabalho diário.
O modelo de Ford foi um sucesso gigantesco e, no ano de 1926, já existiam 88 fábricas que
empregavam 150.000 trabalhadores e produziam cerca de dois mil carros por ano.
Suas fábricas utilizavam o sistema de concentração vertical, ou seja, produziam desde a
matéria-prima inicial ao produto final acabado. Além disso, concentravam a cadeia de distribuição
comercial por meio de agências próprias.
O Fordismo atingiu seu ápice após a Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960,
conhecidas na história do capitalismo como “os anos dourados”. Uma frase de Ford que afirmava
que poderiam ser produzidos carros de qualquer cor, desde que fossem pretos, ficou conhecida
mundialmente.
A frase se refere ao que acontecia porque a tinta de cor preta secava rapidamente e os carros
poderiam ser montados o mais depressa possível. Dessa forma, a rigidez nos processos que
proporcionou o sucesso desse modelo de produção industrial por muitos anos, também,
representou seu declínio.
 
Autor: Everett Collection/Fonte:ShutterstockTEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
Uma segunda corrente faz parte da abordagem clássica da administração, que é a corrente dos
anatomistas e fisiologistas da organização, que foi desenvolvida na França.
ESSA ESCOLA TEVE COMO EXPOENTES: HENRI
FAYOL (1841-1925), JAMES D. MOONEY, LYNDALL
F. URWICK (1891-1979), LUTHER GULICK (1892–
1993) ENTRE OUTROS.
 
Nessa teoria, a preocupação estava em aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e
disposição dos departamentos das empresas e de suas interrelações estruturais. Por isso, a
ênfase na estrutura (anatomia) e no funcionamento (fisiologia) da organização.
Nesse sentido, os estudos da escola clássica são inversos aos da administração científica, pois
tratavam de analisar fenômenos que vinham de cima para baixo. Isso quer dizer: da direção para a
execução, e de toda a organização para os seus departamentos.
A escola clássica da administração foi uma corrente teórica orientada administrativamente. A
ênfase na anatomia é a sua principal característica, pois a atenção para a estrutura
organizacional, para os elementos da Administração, os princípios gerais da Administração e a
departamentalização eram o grande foco de estudo.
Os estudiosos dessa escola de pensamento defendiam que o cuidado com a súmula e com a
visão global permitia uma maneira adequada de subdividir a empresa sob a centralização de um
gestor principal.
 
Autor: Snowing/Fonte: Freepik
Henry Fayol assumiu a direção geral da mineradora de carvão francesa Commentry-
Fourchambault-Decazeville por volta de 1888. Essa empresa atravessava processo de falência e
Fayol foi responsável por devolver saúde econômica e financeira para companhia.
 SAIBA MAIS
Fayol reuniu os 58 anos de estudos, pesquisa e observação em sua principal obra: Administração
Industrial Geral (Administration Industrielle et Generale), publicada em 1916 e traduzida para o
inglês em 1949.
 Quando pensamos no desenvolvimento do saber administrativo contemporâneo, temos em Henry
Fayol um dos principais responsáveis. O estudioso ficou conhecido como o pai da administração.
Podemos dizer que uma das suas principais contribuições é conhecida até os dias atuais como
gestão administrativa ou processo administrativo. Foi a primeira vez que a palavra “administração”
foi ouvida como disciplina e profissão, que, por sua vez, poderia ser ensinada por meio de uma
teoria geral da administração (TGA).
Para Fayol, o trabalho do gestor está distinto das operações técnicas das empresas e a
administração é uma função que deve ser tratada de forma diferente de outras funções, como
finanças, produção e distribuição. A partir dessa especificidade, Fayol colaborou para que se torne
mais nítido o papel dos executivos.
POR MEIO DOS SEUS ESTUDOS, FAYOL
IDENTIFICOU 14 PRINCÍPIOS QUE DEVEM SER
SEGUIDOS PARA QUE A ADMINISTRAÇÃO SEJA
EFICAZ. ESSES FUNDAMENTOS PODEM SER
VISTOS COMO UMA ESPÉCIE DE INDICAÇÃO
ADMINISTRATIVA UNIVERSAL, QUE, SEGUNDO O
ESTUDIOSO, DEVEM SER APLICADAS DE MODO
FLEXÍVEL. ELES SÃO:
 
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1. DIVISÃO DE TRABALHO
A designação de tarefas específicas para cada indivíduo, resultando na especialização das
funções e separação dos poderes.
2. AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE
Sendo a primeira o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer, e a segunda, a sanção —
recompensa ou penalidade — que acompanha o exercício do poder.
3. DISCIPLINA
O respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes.
4. UNIDADE DE COMANDO
De forma que cada indivíduo tenha apenas um superior.
5. UNIDADE DE DIREÇÃO
Um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo.
6. SUBORDINAÇÃO
Do interesse individual para o interesse geral.
7. REMUNERAÇÃO DO PESSOAL
De forma equitativa e com base tanto em fatores externos quanto internos.
8. CENTRALIZAÇÃO
O equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no chefe, sua capacidade de enfrentar
suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados.
9. CADEIA DE COMANDO
Linha de autoridade, ou hierarquia, a série dos chefes desde o primeiro ao último escalão, dando-
se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relações diretas.
10. ORDEM
Um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar.
11. EQUIDADE
O tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia e o rigor quando
necessários.
12. ESTABILIDADE DO PESSOAL
A manutenção das equipes como forma de promover seu desenvolvimento.
13. INICIATIVA
Que faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes.
14. ESPÍRITO DE EQUIPE (UNIÃO)
Consciência da identidade de objetivos e esforços. Destinos interligados.
AS FUNÇÕES BÁSICAS DA EMPRESA
De acordo com Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os negócios humanos,
sejam eles familiares, governamentais ou empresariais. Esses empreendimentos necessitam de
planejamento, organização, comando, coordenação e controle, mesmo que sejam em menor grau.
Para responder a essa necessidade, Fayol criou, então, sua própria teoria acerca da
administração, partindo da divisão das empresas em seis atividades ou funções distintas. O que
conhecemos hoje como áreas da administração era chamado por ele de funções básicas da
empresa, que eram divididas em seis grandes áreas:

1. FUNÇÕES TÉCNICAS, RELACIONADAS À PRODUÇÃO
DE BENS OU DE SERVIÇOS DA EMPRESA. É A ÁREA DE
PRODUÇÃO, MANUFATURA OU OPERAÇÕES;
2. FUNÇÕES COMERCIAIS, RELACIONADAS À COMPRA,
VENDA E PERMUTAÇÃO;


3. FUNÇÕES FINANCEIRAS, RELACIONADAS À
PROCURA E GERÊNCIA DE CAPITAIS;
4. FUNÇÕES DE SEGURANÇA, RELACIONADAS À
PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS BENS E DAS
PESSOAS;


5. FUNÇÕES CONTÁBEIS, RELACIONADAS A
INVENTÁRIOS, REGISTROS, BALANÇOS, CUSTOS E
ESTATÍSTICAS;
6. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS, RELACIONADAS A
PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, COMANDO,
COORDENAÇÃO E CONTROLE QUE, SEGUNDO FAYOL,
ERA A MAIS IMPORTANTE DE TODAS, POR ISSO,
DEFINIU CADA UM DE SEUS COMPONENTES.

Trataremos deste tópico a seguir.
AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
Neste vídeo, serão abordadas as funções administrativas de Fayol.
Como vimos, para Fayol, as funções administrativas são de extrema importância e envolvem os
elementos da administração, isto é, as funções do administrador. Essas funções são divididas em
cinco componentes:
1. PREVISÃO
Esta função é responsável por avaliar o futuro e o fornecimento de recursos em função dele. Está
relacionado com o planejamento a longo prazo, pois prevê antecipadamente os objetivos
pretendidos, independente da área de atuação e dos meios que serão praticados para o alcance
desses objetivos.
2. ORGANIZAÇÃO
Proporciona aquilo que é importante ao funcionamento da empresa e pode ser dividida em
organização material e organização social. Essa função pode ser entendida como o ato de colocar
em prática o que foi planejado, atribuindo responsabilidades e delegando para as pessoas
envolvidas a autoridade necessária para que consigam executar suas atividades sem problemas.
3. COMANDO
Esta função conduz o funcionamento da organização. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno
dos trabalhadores no interesse dos aspectos globais do negócio. Aqui, o gestor precisa estimular
os colaboradores a assumirem mais responsabilidades de maneira direta e indireta.
 
A função do comando é fundamentada em princípios que focam no colaborador e se subdividem
em três categorias: direção, liderança e motivação.
4. COORDENAÇÃO
Esta função é responsável pela harmonia dos interesses coletivos em detrimentos dos interesses
individuais ou de áreas, ou departamentos, que possam causar algum prejuízo para a
organização.
 
Ela é responsável por contribuir com o fortalecimento da cultura organizacional, reduzindo a
disputa entre os setores existentes e criando um sentimento de colaboração entre todos os
envolvidos.
5. CONTROLE
Por fim, e considerada fundamental, esta função se refere à apuração de que todos os processos
ocorrem em conformidade com o plano inicial,as instruções transmitidas e os princípios
estabelecidos.
 
Seu objetivo é localizar possíveis fraquezas e erros para corrigi-los e prevenir sua recorrência.
Fayol defendia que, na atividade de controle, é possível alcançar a máxima função administrativa,
com a realização da identificação, avaliação e controle dos resultados planejados e dos objetivos
e metas desejadas.
Em suma, esses são os elementos da administração clássica de Fayol que constituem o chamado
processo administrativo. Estes podem ser localizados no trabalho do administrador em qualquer
nível ou área de atividade da empresa.
 ATENÇÃO
Independentemente do nível hierárquico existente na organização, todos desempenham
atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades
administrativas essenciais.
Ao longo dos anos, a ciência do comportamento exerceu muita influência sobre a teoria
administrativa, mas os pontos de vista dos autores clássicos nunca deixaram de subsistir.
OS PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO, A
DEPARTAMENTALIZAÇÃO, A RACIONALIZAÇÃO
DO TRABALHO, ENTRE OUTROS REFERENTES A
ABORDAGEM CLÁSSICA, NUNCA FORAM
TOTALMENTE SUBSTITUÍDOS POR OUTRA
ABORDAGEM, SEM QUE ALGUMA COISA FOSSE
MANTIDA.
 
Posteriormente, as novas escolas ou teorias administrativas tiveram como ponto de partida ou
como crítica algum pressuposto da abordagem clássica da administração. Estas, que buscavam
obter uma posição diferente em relação à abordagem clássica, estavam, geralmente, relacionadas
a ela.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (RBO ‒ 2012 ‒ PREFEITURA DE PORTO FERREIRA ‒ SP ‒ TÉCNICO EM
ADMINISTRAÇÃO [ADAPTADA]) 
 
A ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO É MARCADA POR
_____________, O PRIMEIRO A INVESTIGAR SOBRE O COMPORTAMENTO
DA ORGANIZAÇÃO. 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE COMPLETA A FRASE ACIMA:
A) Fayol.
B) Taylor.
C) Ford.
D) Weber.
2. (FCM ‒ 2019 ‒ IFN-MG ‒ ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO [ADAPTADA])
 
LEIA O TEXTO, A SEGUIR, QUE SE REFERE A UMA DAS FUNÇÕES DO
ADMINISTRADOR. 
 
“CONSISTE NA VERIFICAÇÃO PARA CERTIFICAR SE TUDO OCORRE EM
CONFORMIDADE COM O PLANO ADOTADO, AS INSTRUÇÕES
TRANSMITIDAS E OS PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS. O OBJETIVO É
LOCALIZAR AS FRAQUEZAS E ERROS NO INTUITO DE RETIFICÁ-LOS E
PREVENIR A RECORRÊNCIA.” (CHIAVENATO, 2003, P.81). 
 
SEGUNDO FAYOL, A QUAL FUNÇÃO O TEXTO ACIMA SE REFERE?
A) Coordenar.
B) Controlar.
C) Organizar.
D) Planejar.
GABARITO
1. (RBO ‒ 2012 ‒ Prefeitura de Porto Ferreira ‒ SP ‒ Técnico em Administração
[ADAPTADA]) 
 
A escola clássica da administração é marcada por _____________, o primeiro a investigar
sobre o comportamento da organização. 
 
Assinale a alternativa que completa a frase acima:
A alternativa "B " está correta.
 
A teoria proposta por Frederick Winslow Taylor causou uma verdadeira revolução no sistema
produtivo no fim do século XIX e início do século XX. Sua teoria seguiu sendo aperfeiçoada ao
longo dos anos e, apesar das críticas, é, sem dúvida, a precursora da teoria administrativa.
2. (FCM ‒ 2019 ‒ IFN-MG ‒ Assistente em Administração [ADAPTADA]) 
 
Leia o texto, a seguir, que se refere a uma das funções do administrador. 
 
“Consiste na verificação para certificar se tudo ocorre em conformidade com o plano
adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as
fraquezas e erros no intuito de retificá-los e prevenir a recorrência.” (CHIAVENATO, 2003,
p.81). 
 
Segundo Fayol, a qual função o texto acima se refere?
A alternativa "B " está correta.
 
A função administrativa “controle”, como o nome já diz, é uma atividade da administração que
verifica se o que foi determinado no planejamento e na organização estão em conformidade. Caso
isso não aconteça, nessa função, é possível corrigir esses desajustes e voltar ao que foi
planejado.
MÓDULO 2
 Descrever o modelo burocrático de Max Weber
A TEORIA DA BUROCRACIA DE MAX WEBER
O sociólogo Max Weber, nascido em 1910 na Alemanha, promoveu um estudo detalhado sobre
a forma racional de administração das organizações que começaram a ser aplicadas a partir
da década de 1940.
 
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NAQUELE PERÍODO, AS ORGANIZAÇÕES
CRESCIAM EM GRANDE VELOCIDADE E
NECESSITAVAM DE MODELOS
ORGANIZACIONAIS DEFINIDOS E CLAROS.
 
Por isso, a criação de procedimentos exatos e concisos para controlar e integrar centenas de
trabalhadores operários distribuídos nos diversos setores era fundamental.
Além disso, a burocracia surge da fragilidade da teoria clássica e da teoria das relações
humanas (oponentes entre si) e que não traziam uma abordagem global e integrada para lidar
com os desafios organizacionais.
A teoria da burocracia de Weber realça a formalização, ou seja, a obediência a normas, rotinas,
regras e regulamentos. Além disso, reforça a divisão do trabalho, a obediência às ordens dos
gestores e a conferência de status às posições hierárquicas elevadas, a impessoalidade e a
profissionalização e competência técnica dos trabalhadores.
Para Weber, no modelo de burocracia ideal, as empresas devem promover ou contratar
profissionais exclusivamente pelo mérito/competência. Posto de outro modo, no contexto da
administração pública, a burocracia era o exemplo ideal contra as escolhas arbitrarias e pessoais.
Os postulados de crença na racionalidade técnica, na especialização funcional, na hierarquia, na
previsibilidade e na estrutura formal aproximam a burocracia weberiana dos enfoques clássicos da
administração.
 
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Ambas escolas de pensamento surgem na mesma época, sofrendo influências da realidade
histórica e científica de seu tempo. Por isso, representavam o grupo de métodos e valores
convenientes com a sociedade industrial, ou seja, o ápice da racionalidade funcional.
 
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Apesar das similaridades entre as escolas de pensamento. Há importantes diferenças, enquanto
os clássicos se preocuparam com os detalhes e especificidades e pretendiam intervir na
organização para aumentar sua eficiência, a teoria de Weber orientava-se para o ambiente
intraorganizacional.
 
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Acreditava que deveria ser mais descritiva e explicativa. Isso aconteceu porque estes estudiosos
se dedicaram a conhecer o contexto social mais amplo, identificando o fenômeno crescente da
autoridade racional e legal nas sociedades modernas.
O pensamento de Max Weber sobre a burocracia não advém de preocupações com a condução
das empresas ou com a apresentação de normas e princípios científicos para auxiliar os
administradores em seus desafios organizacionais.
WEBER ERA SOCIÓLOGO E, POR ISSO, SEU
OBJETIVO ERA COMPREENDER O SENTIDO DAS
ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE MODERNA, E
DE QUE FORMA ELAS ATUAVAM COMO ESPAÇO
DE OBSERVAÇÃO DA MODERNIDADE E DA
RACIONALIZAÇÃO.
 
Posto de outro modo, o interesse de Weber pelas organizações é decorrente de seu interesse em
compreender o processo de modernização e racionalização na sociedade. Por isso, seu trabalho
possui um caráter distinto de muitos teóricos da administração.
 
OS TIPOS DE AUTORIDADE WEBERIANA
 
A partir da teoria weberiana, é possível explicar um novo comportamento social: o burocrático.
Para entender e definir de forma mais clara a burocracia, Weber identificou três tipos de
autoridade (ou dominação):
RACIONAL/LEGAL

TRADICIONAL

CARISMÁTICA
Racional/legal
Neste tipo de poder, a aceitação da autoridade se baseia na crença, na legalidade das leis e
regulamentos. Aqui, pressupõe-se um tipo de dominação legal que busca legitimidade no caráter
prescritivo e normativo da lei.
Nesses casos, os subordinados aceitam as ordens dos dirigentes como justificadas, porque
concordam com determinados preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o
comando.
É um tipo de autoridade técnica, meritocrática e administrada.
 EXEMPLO
Sua legitimação vem da justiça da lei, da promulgação e regulamentação de normas legais
previamente definidas. Exemplos são: Estadosmodernos, grandes empresas, exército, entre
outros.
Tradicional
A autoridade tradicional, feudal ou patrimonial, constitui-se na crença de que a tradição e os
costumes legitimam aquele dirigente. Não é racional.
Nesse sentido, os subordinados aceitam como legítimas as ordens superiores que emanam dos
costumes e hábitos tradicionais ou de fatos históricos. Nesses casos, os subordinados aceitam as
ordens dos dirigentes como justificadas, porque essa sempre foi a maneira pelas quais as coisas
foram feitas.
 EXEMPLO
Sua legitimação vem de tradição, hábitos, usos e costumes. Exemplos são: os clãs, as tribos, as
famílias e empresas familiares, entre outros.
Carismática
Na autoridade carismática, a aceitação ocorre a partir da lealdade e da confiança nas qualidades
normais do dirigente. Não é racional. Por isso, um dirigente que personifique um carisma
incomum ou excepcional atingirá a legitimidade da sua autoridade de qualquer subordinado.
Nesses casos, os subordinados aceitam as ordens dos dirigentes como justificadas, por causa da
influência da personalidade e da liderança do dirigente com o qual se identificam.
 EXEMPLO
Sua legitimação vem de características pessoais como heroísmo, magia, poder mental, que são
carismáticas do líder. Exemplos são: os grupos revolucionários, partidos políticos, nações em
período de revolução, entre outros.
CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA SEGUNDO
WEBER
 
MAS, AFINAL, O QUE É BUROCRACIA?
 
Burocracia, no senso comum, é vista como aquela empresa ou organização em que a
quantidade de papéis e procedimentos é gigantesca, impedindo as soluções rápidas ou
eficientes.
Esse termo também costuma ser utilizado para representar o apego que alguns trabalhadores têm
aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização.
NESSE SENTIDO, O TERMO “BUROCRACIA”
PASSOU A SER ASSOCIADO AOS DEFEITOS DO
SISTEMA (DISFUNÇÕES) E NÃO AO SISTEMA EM
SI MESMO.
 
Curiosamente, o conceito de burocracia proposto por Max Weber é exatamente o oposto do que
o senso comum acredita. Essa definição corresponde à organização eficiente por excelência.
E, para atingir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar — antecipadamente e nos mínimos
detalhes — como as coisas deverão ser feitas. Ou seja: a divisão de trabalho, que permite a
padronização dos procedimentos técnicos e do exercício da autoridade necessária para o bom
funcionamento organizacional.
A burocracia weberiana possui um conjunto de característica que serão tratadas a seguir:
Caráter legal das normas e
regulamentos
Rotinas e procedimentos padronizados
Caráter formal das comunicações Competência técnica e meritocracia
Caráter racional e divisão do trabalho Especialização da administração
Impessoalidade nas relações Profissionalização dos participantes
Hierarquia de autoridade
Completa previsibilidade do
funcionamento
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Características da burocracia weberiana. Fonte: Autora, 2020.
Caráter legal das normas e regulamentos
Uma organização, geralmente, é baseada em uma legislação própria, que definirá de forma
antecipada como ela deverá funcionar. Essas normas e regulamentos abrangem, de forma
exaustiva, todas as áreas da organização.
 
Autor: Yanalya/Fonte: Freepik
Também são elas que vão prever as ocorrências, enquadrando-as dentro de um esquema capaz
de regular o que acontece no interior da organização.
Além disso, esse conjunto de normas é considerado legal porque outorgam às pessoas investidas
da autoridade um poder de imposição sobre os subordinados e os meios coercitivos capazes de
impor a disciplina. Nesse sentido, a burocracia se torna uma estrutura social organizada de forma
legal.
Caráter formal das comunicações
A organização é ligada por comunicações escritas, ou seja, suas regras, decisões e ações são
formuladas e registradas de forma escrita. Por isso, o caráter formal da burocracia, em que as
ações e procedimentos existem para promover a documentação adequada e assegurar a
interpretação homogênea das comunicações.
A burocracia adota formulários que facilitam as comunicações e tornam rotineiro o preenchimento
de sua formalização para que as comunicações aconteçam de forma repetitiva e constante. Dessa
forma, a burocracia é uma estrutura social organizada formalmente.
 
Fonte:Autor: Javi_indy/Fonte: Freepik
 
Autor: Peoplecreations/Fonte: Freepik
Caráter racional e divisão do trabalho
Uma organização que se caracteriza por uma divisão do trabalho feita de forma sistemática e
racional está adequada aos objetivos de eficiência propostos.
Existem divisões sistemáticas do trabalho e do poder, que estabelecem quais serão as atribuições
de cada parte envolvida, sua esfera de competência e sua responsabilidade.
 ATENÇÃO
Cada um deve saber sua incumbência, sua capacidade de comando sobre os outros e,
principalmente, os limites desta tarefa, direito e poder. O conhecimento dessas barreiras existe
para que não sejam ultrapassados. E, também, para não interferir na competência alheia e nem
prejudicar a estrutura existente.
Assim, a burocracia é uma estrutura social organizada de forma racional.
Impessoalidade nas relações
As atividades são distribuídas de forma impessoal, isto é, pensando nos cargos e funções a serem
exercidas e não de pessoas que estarão envolvidas. Por isso, esse caráter impessoal da
burocracia.
Na administração da burocracia, os empregados não são considerados pessoalmente, e sim como
ocupantes de cargos e de funções.
Dessa forma, o poder de cada pessoa também é impessoal e procede do cargo que ela ocupa,
assim como a obediência prestada pelo subordinado.
Isso acontece porque a burocracia adota uma premissa de continuidade ao longo do tempo, em
que as pessoas são passageiras em suas atividades, mas os cargos e funções permanecem ao
longo do tempo. Por isso, a burocracia é uma estrutura social organizada de forma impessoal.
 
Fonte:Autor: Diana.grytsku/Fonte: Freepik
Hierarquia da autoridade
A burocracia estabelece cargos segundo o princípio da hierarquia organizacional. Assim, um cargo
de nível hierárquico inferior deve estar sob o controle e supervisão de um cargo hierárquico
superior.
Isso porque segue um modelo de organograma convencional das organizações em que os
trabalhadores são distribuídos entre alguns dirigentes. E estes vão comandar muitos trabalhadores
em níveis, seguindo o formato piramidal.
Nesse modelo, o cargo fica sem controle ou supervisão. Por isso, a necessidade da hierarquia da
autoridade para definir os dirigentes para cada escalão de autoridade.
 
Fonte:Autor: Senivpetro/Fonte: Freepik
Esses cargos estão dispostos em uma estrutura hierárquica que determina privilégios e
obrigações, ditados por regras específicas. Esse poder de controle, que advém de uma posição
hierárquica, é inerente ao cargo e não ao indivíduo que desempenha essa função.
A distribuição desse poder (autoridade) tem como intuito a redução do mínimo de atrito em relação
às maneiras definidas pelas regras da organização.
Dessa forma, o trabalhador de nível hierárquico inferior está protegido da ação arbitrária do seu
superior. Pois as ações de ambos se processam dentro de um conjunto mutuamente reconhecido
de regras.
Podemos inferir que a burocracia é uma estrutura social organizada de forma hierárquica.
 
Fonte:Autor: Tirachardz/Fonte: Freepik
Rotinas e procedimentos padronizados
Na burocracia, existem regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo e função. A
pessoa que ocupa determinado cargo não faz aquilo que deseja, mas o que a burocracia impõe.
Ou seja, as regras e normas técnicas regulam sua conduta, cujas atividades são executadas de
acordo com as rotinas e os procedimentos.
Um conjunto de regras e normas que ajustam o funcionário às exigências do cargo e às
exigências da organização garantem a disciplina no trabalho e o desempenho na função em busca
da máxima produtividade.
Essa racionalizaçãodo trabalho encontrou sua forma mais extremada na administração científica,
com o condicionamento e o treinamento racionais do desempenho no trabalho.
Competência técnica e meritocracia
A escolha das pessoas, na burocracia, é baseada no mérito e na competência técnica. As
preferências pessoais (particulares e arbitrárias) não são utilizadas para essa seleção. Por isso,
todo processo de contratação e promoção é baseado em critérios válidos para toda a organização.
Por meio destes critérios universais (racionais): a competência, o mérito e a capacidade do
funcionário em relação ao cargo são os aspectos considerados importantes. Por isso, existe a
formalidade de realização de concursos, exames, testes e títulos para admissão e promoção dos
funcionários.
 
Fonte:Autor: Drobotdean/Fonte: Freepik
 
Fonte:Autor: Lookstudio/Fonte: Freepik
Especialização da administração
Na teoria da burocracia, existe a separação clara entre a propriedade e a administração, ou seja,
os administradores não são seus donos, acionistas ou proprietários. O gestor não é,
necessariamente, o dono do negócio ou acionista, mas sim um profissional especializado na sua
administração.
Por isso, com a burocracia, surge a figura do profissional que se especializa em gerir a
organização, daí o distanciamento da parte interessada no capital do negócio, diversificando as
suas aplicações financeiras de capital.
O funcionário não pode vender, comprar ou herdar sua posição ou cargo, e estes não podem ser
apropriados e integrados ao seu patrimônio privado. A separação entre os rendimentos e bens
privados e públicos é uma das características da burocracia e que a distingue dos tipos patrimonial
e feudal de administração.
 
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Profissionalização dos participantes
Na burocracia, os trabalhadores possuem especialização variável de acordo com o nível
hierárquico. Aqueles que ocupam posições no topo da organização são generalistas e, conforme
os níveis hierárquicos descem, os profissionais vão se tornando gradativamente mais especialistas
em suas atividades.
Além disso, nessa teoria, o trabalhador é assalariado, ou seja, eles participam da organização em
troca de salários correspondentes ao cargo que ocupam. Quanto mais elevado o cargo na escala
hierárquica, maiores são o salário e o poder.
Cada trabalhador, na burocracia, ocupa um cargo que obtém por sua competência e capacidade.
Ele é admitido, promovido ou demitido pelo seu superior hierárquico, que possui total autoridade
sobre essas ações.
Na burocracia, quando um funcionário ocupa um cargo, o tempo de permanência é indefinido e
indeterminado (mas não é vitalício). Na sua duração, conforme o trabalhador demonstre mérito,
capacidade e competência, ele pode ser promovido para outros níveis superiores.
Assim, o empregado faz do trabalho a sua carreira, ao longo de sua vida. Porém, ele não possui a
propriedade dos meios de produção e administração. Ele administra a organização, mas não é o
proprietário dos meios de produção.
O trabalhador utiliza máquinas e equipamentos para sua atividade, mas não é proprietário delas.
E, por fim, essa figura, na burocracia, defende os interesses do cargo e da organização, em
detrimento dos demais interesses envolvidos.
Completa previsibilidade do funcionamento
O que se espera da burocracia é a previsibilidade do comportamento dos seus membros. No
modelo de Weber, os trabalhadores se comportam de acordo com as normas e regulamentos da
organização, para que esta atinja a máxima eficiência possível.
Na burocracia, tudo é estabelecido no sentido de prever, antecipadamente, as ocorrências e tornar
rotineira sua execução.
 
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VANTAGENS DA BUROCRACIA
Em seus estudos sobre a burocracia, Weber enxergou diversas razões para explicar seu avanço
sobre as outras formas de associação. Para o sociólogo, comparar os mecanismos burocráticos
com outras organizações seria o mesmo que comparar a produção da máquina com outros modos
não mecânicos de produção.
Localização As vantagens da burocracia, para Weber, são:

Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização.
Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. Por outro lado, a
informação é discreta, pois é fornecida apenas a quem deve recebê-la.


Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido dele e
quais são os limites entre as suas responsabilidades e as dos outros.
Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias.


Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a padronização, redução de custos e de
erros, pois os procedimentos são definidos por escrito.
Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres.


Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito e por quem e as ordens e os
papéis tramitam através de canais preestabelecidos.
Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado. Além disso, os
critérios de seleção e escolha do pessoal se baseiam na capacidade e na competência técnica.


Confiabilidade, pois a organização é conduzida de acordo com regras conhecidas, sendo que
grande número de casos similares são metodicamente tratados dentro da mesma maneira
sistemática.
As decisões são previsíveis e o processo decisório, por ser despersonalizado no sentido de excluir
sentimentos irracionais, como o amor, raiva, preferências pessoais, elimina a discriminação
pessoal.
Benefícios para as pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido
entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tomarem especialistas
em seus campos particulares, podendo encarreirar-se na organização em função de seu mérito
pessoal e competência técnica.

 As vantagens da burocracia. 
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2003.
DIANTE DESSAS CIRCUNSTÂNCIAS, O
TRABALHO É QUALIFICADO, O FAVORECIMENTO
É EVITADO E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
FAVORECEM A MORALIDADE ECONÔMICA E
DIFICULTAM A CORRUPÇÃO. A ISONOMIA DAS
NORMAS BUROCRÁTICAS TEM A QUALIDADE DE
GARANTIR A COLABORAÇÃO ENTRE AS
PESSOAS, SEM QUE SE SINTAM
NECESSARIAMENTE COOPERADORAS.
 
Na burocracia, as pessoas cumprem as regras, principalmente, porque o resultado final é
amplamente valorizado e cada qual deve fazer a sua parte para que o objetivo final seja atingido.
DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA
Neste vídeo, serão abordadas as disfunções da burocracia.
Weber defendia que a burocracia é uma organização cujas consequências desejadas se resumem
na previsibilidade do seu funcionamento para que possa ser atingido o máximo de eficiência.
No entanto, ao estudar suas consequências, é possível perceber que existem consequências
indesejadas que levam à ineficiência e imperfeições. A isso, deu-se o nome de disfunções da
burocracia, que são anomalias de funcionamento responsáveis, inclusive, pelo sentido pejorativo
que o termo burocracia recebeu junto aos leigos.
Perpetuado até os dias atuais, quando chamamos de burocracia qualquer tipo de processo ou
procedimento lento ou complexo, ou seja, ineficiente.
As disfunções da burocracia são:
INTERNALIZAÇÃO DAS REGRAS
Elas passam a dar mais importância aos “meios do que aos fins”, ou seja, as regras são mais
importantes do que as metas e os objetivos organizacionais.
 
Elas passam a ser absolutas e prioritárias. O trabalhador burocrata se torna um especialista, não
em sua tarefa, mas em regras e regulamentos relacionados a seu cargo ou função.
EXCESSO DE FORMALISMO E PAPELÓRIO
Na burocracia, a documentação e o registro da comunicação são obrigatórios. Isso faz com que os
processos sejam mais lentos e demorados.
 
Inclusive, o excesso de papéis acumulados ao longo desse processo, ou de procedimentos
eletrônicos, faz com que leigos enxerguem que toda burocracia possui um volume gigantesco de
papelada, formuláriose comunicações.
RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS
Devido a padronização e rotina controlada, os trabalhadores, geralmente, se acostumam com a
estabilidade e repetição das tarefas, proporcionando uma segurança sobre seu futuro. Quando
surgem possibilidades de mudanças, é algo novo para o trabalhador, e isso gera riscos para sua
segurança e tranquilidade.
 
Por isso, a mudança passa a ser indesejada por ele. Essa resistência pode ser passiva e
silenciosa, ou pode ser agressiva e ativa como as reclamações, greves e tumultos.
DESPERSONALIZAÇÃO
Como a burocracia é impessoal, os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam e não por
suas características pessoais. Os relacionamentos interpessoal e personalizado, nesse sentido,
são praticamente inexistentes.
 
Não é raro que as pessoas sejam conhecidas por seus números de registros em vez de seus
próprios nomes.
CATEGORIZAÇÃO COMO BASE NO PROCESSO
DECISÓRIO
Aqui, aquele que ocupa um cargo hierarquicamente superior toma as decisões, independente do
que conhece sobre o assunto.
 
Entretanto, categorizar é uma maneira de classificar as coisas, para lidar com elas de forma mais
fácil. Processos decisórios que possuem menor categorização tendem a buscar alternativas
diferentes e criativas.
SUPERCONFORMIDADE DAS ROTINAS E
PROCEDIMENTOS
De forma a garantir que os trabalhadores façam exatamente o que precisa ser feito, a burocracia
possui procedimentos e rotinas determinadas. Isso gera dificuldade de inovação e crescimento
pessoal e organizacional.
 
Dessa forma, a rotina se torna sagrada para o trabalhador. Isso gera limitação na liberdade e
espontaneidade deste, além da incompreensão do real significado das suas tarefas. Podendo
ocorrer incapacidade treinada ou deformação profissional em muitos casos por causa da perda da
iniciativa, reflexão, criatividade e inovação.
EXIBIÇÃO DE SINAIS DE AUTORIDADE
A burocracia enfatiza a autoridade, sendo, portanto, necessário desenvolver um sistema capaz de
indicar para todos aquele que detêm o poder.
 
Dessa forma, surgem símbolos ou sinais de status para demonstrar a posição hierárquica dos
trabalhadores, tais como: uniformes, localização das salas e do banheiro, refeitórios diferenciados
para os trabalhadores, entre outros.
 
Tudo isso é utilizado como forma de identificar quem são os principais dirigentes da organização.
Por exemplo: no exército, os uniformes constituem um dos principais símbolos de autoridade
reconhecida visualmente por todos.
DIFICULDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES E
CONFLITO COM O PÚBLICO
Na burocracia, o funcionário está voltado para o interior da organização, para as suas normas, os
seus regulamentos, os procedimentos internos, e o superior hierárquico que avalia seu
desempenho.
 
Isso torna difícil a realização de tarefas que sejam voltadas para o atendimento das necessidades
dos clientes. Além disso, eles são atendidos de forma padronizada, de acordo com as normas
preestabelecidas para isso. Ou seja, de forma inflexível e impessoal, sem considerar as
especificidades de cada indivíduo.
 ATENÇÃO
É importante destacar que a burocracia weberiana não considera a organização informal, aquela
estudada pela escola das relações humanas como sendo o conjunto de interações e
relacionamentos estabelecidos entre as pessoas.
Talvez, porque este conceito se contraponha ao de organização formal, que é aquela constituída
pela estrutura organizacional composta de órgãos, cargos, relações funcionais, níveis
hierárquicos.
A TEORIA DA BUROCRACIA TAMBÉM NÃO
CONSIDERA A VARIABILIDADE HUMANA.
 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (UFMT ‒ 2018 ‒ PREFEITURA DE VÁRZEA GRANDE ‒ CONTROLADOR
INTERNO [ADAPTADA]) 
O MODELO BUROCRÁTICO IDEALIZADO POR MAX WEBER TEM COMO
OBJETIVO ORIENTAR O TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES, CADA VEZ
MAIS COMPLEXAS. SOBRE A BUROCRACIA, É CORRETO O QUE SE
AFIRMA EM:
A) Sua aplicação é voltada especificamente para as organizações públicas e de negócios, pois
apresentam estruturas formais de relacionamento, com a delimitação de poder, objetivos, papéis,
funções, atividades e canais de comunicação.
B) Suas características apresentam um caráter legal das normas e dos procedimentos, a
hierarquia de autoridade e subordinação e a pessoalidade nos relacionamentos de modo a tornar
as organizações mais eficientes.
C) Porque trabalha a fim de mover a organização para mais próximo de suas metas de longo
prazo.
D) Suas vantagens compreendem a rapidez nas decisões, pois cada um conhece e sabe o que
deve ser feito e por quem, a precisão na definição de cargos e atividades, e a previsibilidade e
estabilidade da organização.
2. (FUNDEP ‒ 2018 ‒ INB ‒ ADMINISTRADOR [ADAPTADA]) 
SEGUNDO MAX WEBER, A BUROCRACIA É A ORGANIZAÇÃO EFICIENTE
POR EXCELÊNCIA. PARA CONSEGUIR EFICIÊNCIA, ELA DETALHA NOS
MÍNIMOS PORMENORES COMO AS COISAS DEVERÃO SER FEITAS. 
SÃO CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA PARA MAX WEBER, EXCETO:
A) Caráter legal das normas e regulamentos.
B) Caráter informal das comunicações.
C) Caráter racional e divisão do trabalho.
D) Impessoalidade nas relações.
GABARITO
1. (UFMT ‒ 2018 ‒ Prefeitura de Várzea Grande ‒ Controlador Interno [ADAPTADA]) 
O modelo burocrático idealizado por Max Weber tem como objetivo orientar o trabalho nas
organizações, cada vez mais complexas. Sobre a burocracia, é correto o que se afirma em:
A alternativa "D " está correta.
 
Conhecer as tarefas e atribuições por meio da distribuição das atividades e cargos, além da
estabilidade e probabilidade das coisas acontecerem da forma prevista são características da
burocracia. As demais alternativas possuem incoerências nas suas assertivas.
2. (FUNDEP ‒ 2018 ‒ INB ‒ Administrador [ADAPTADA]) 
Segundo Max Weber, A burocracia é a organização eficiente por excelência. Para conseguir
eficiência, ela detalha nos mínimos pormenores como as coisas deverão ser feitas. 
São características da burocracia para Max Weber, EXCETO:
A alternativa "B " está correta.
 
Uma das premissas básicas da burocracia proposta por Weber é a formalidade nas
comunicações, em que todos os processos e procedimentos são registrados formalmente. Por
isso, a burocracia não prevê a informalidade das comunicações, sendo incorreta a alternativa B.
MÓDULO 3
 Descrever as origens da escola das relações humanas
PALAVRAS INICIAIS
Cada escola de administração acaba por representar a forma com que o ser humano, mais
especificamente, os trabalhadores, eram enxergados no contexto das organizações.
Na escola clássica, por exemplo, nota-se que o trabalhador é visto como uma máquina, e que,
portanto, é previsível e não convidado ao pensamento, devendo ser controlado integralmente por
seus gestores, especialmente pela figura dos inspetores de fábrica.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A escola clássica foi basicamente o primeiro movimento que teve o intuito de investigar mais a
fundo o papel dos seres humanos em sua relação com as organizações.
Porém, outras escolas se desenvolveram, passando a levar em conta os aspectos sociais e
afetivos do ser humano. Isso ocorreu, especialmente, após a ascensão da denominada escola de
relações humanas.
EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE E O
SURGIMENTO DA ESCOLA DAS RELAÇÕES
HUMANAS
Neste vídeo, será abordado o surgimento da Escola das Relações Humanas.
A escola das relações humanas tem seu marco com os famosos experimentos de Hawthorne,
realizados, especialmente, na década de 1920. Eles buscaram, na verdade, comprovar certos
preceitos da escola clássica.
Porém, seus resultados mostraram que existiam outros fatores que determinavam a produtividade
na organização além daqueles expressos pela escola clássica.
OS EXPERIMENTOS DE HAWTHORNE FORAM
DIVIDIDOS EM TRÊS FASES (1923, 1927 E 1931).
 
Primeira fase
Na primeira fase, os pesquisadores tiveram o objetivo de determinar os efeitos da intensidade da
luz sobre a produtividade (os estudos da iluminação).
 ATENÇÃO
Note, portanto, que não havia, ali, a intenção detrazer qualquer tipo de abordagem humana para
o contexto das organizações. Tratava-se, na verdade, de uma forma de enxergar as empresas e
os trabalhadores — ou, mais especificamente, a produtividade — como sendo função dos
processos estabelecidos, sem levar em conta os aspectos humanos.
Neste experimento inicial, foram selecionados dois grupos de operários. Em um dos grupos, a
iluminação permaneceu constante durante toda experiência; e no outro, a iluminação teve a
intensidade sempre aumentada.
O resultado, como apontam Motta e Vasconcelos (2010), foi o de que a produção de ambos os
grupos se elevou. Esse resultado não era o esperado, pois acabou mostrando que a iluminação
não era uma variável que afetava o trabalho das equipes, pelo menos não enquanto estivesse em
níveis aceitáveis.
Ainda dentro deste primeiro experimento, os pesquisadores reduziram a iluminação no grupo de
teste e, mesmo com a menor iluminação, a produtividade continuou a crescer. Estava claro,
portanto, que existiam outras variáveis afetando a produtividade.
Esta descoberta foi histórica para o campo da Administração. Ainda não se sabia que variáveis
eram essas, mas o simples fato de existirem fez com que os pesquisadores da área ampliassem o
escopo de suas pesquisas.
ORA, SE OS PESQUISADORES TIVERAM O
CUIDADO DE MANTER OS MESMOS MÉTODOS DE
PRODUÇÃO E OS MESMOS SISTEMAS DE
REMUNERAÇÃO EM AMBOS OS GRUPOS
DURANTE TODO EXPERIMENTO, QUAIS
PODERIAM SER OS FATORES QUE ESTARIAM
AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE? 
 
A INTERPRETAÇÃO FICOU CONHECIDA COMO
EFEITO HAWTHORNE.
 
O fato de que os trabalhadores eram observados pelos pesquisadores durante o seu trabalho e a
comunicação com estes levaram o grupo a considerar que havia maior interesse e preocupação
por parte da direção com a melhoria de suas condições de trabalho. E isso fez com que os
empregados trabalhassem mais, independente da variação da iluminação.
Esses resultados mostraram que o simples fato de serem observados poderia mudar o
comportamento dos indivíduos, chamando a atenção para as necessidades afetivas dos
empregados (MOTTA; VASCONCELOS, 2010).
Segunda e terceira fase dos experimentos
As duas fases seguintes dos experimentos de Hawthorne tiveram como foco a comunicação, e
não mais a luminosidade. Ficou claro que já havia uma desconfiança sobre a importância das
necessidades afetivas dos empregados (sala de montagem de relés e o programa de entrevistas).
Na segunda fase dos experimentos, as mulheres que foram colocadas em um grupo de trabalho
autorizado a conversar e a interagir durante os processos apresentaram resultados bem distintos
de outro grupo que estava proibido de realizar tal interação.
Na última fase dos experimentos, realizada no ano de 1931 (sala de montagem de terminais), em
um dos grupos de teste, os pesquisadores interagiram menos com os trabalhadores, o que
acarretou menor produtividade.
Todos os resultados parecem apontar que as condições físicas do trabalho não eram as únicas
responsáveis pelo aumento ou pela diminuição da produtividade. Ainda que de cientificidade
discutível, estes experimentos trouxeram, em si, a proposta de que o afeto e a necessidade social
eram grandes candidatos a alterarem, positiva ou negativamente, a produtividade das
organizações.
ALÉM DISSO, EM DECORRÊNCIA DESSE ESTUDO,
OS PESQUISADORES PASSARAM A DAR MAIS
ATENÇÃO PARA OS GRUPOS INFORMAIS NAS
ORGANIZAÇÕES, COMO AQUELES FORMADOS
PELAS MULHERES NA SEGUNDA FASE DO
EXPERIMENTO DE HAWTHORNE.
 
Estava inaugurada, assim, a escola de relações humanas, que é o contrário da escola clássica,
possuindo foco mais relacional (entre as pessoas da organização) do que processual.
Entretanto, a escola de relações humanas se assemelha à escola clássica por também focar nos
aspectos internos das empresas, isto é, naquilo que acontece do escritório para dentro, ou da
fábrica para dentro.
Posto de outro modo, essa escola ainda não possui foco externo, por exemplo, em análises de
mercado que envolveriam a concorrência e o aprimoramento do conhecimento do público-alvo da
organização.
Essas análises teriam força, na verdade, em movimentos posteriores ao da escola das relações
humanas.
 SAIBA MAIS
Hawthorne é, na verdade, a localidade nos EUA (bairro de Chicago), em que foram realizados os
experimentos, e não um autor, como muitos pensam.
 
 Fábrica da Western Electric Company, 1925. Fonte: Western Electric Company.
A experiência de Hawthorne foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas
dos Estados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company,
conduzida por Elton Mayo. Sua finalidade era determinar a relação entre a intensidade da
iluminação e a eficiência dos operários medida por meio da produção.
Elton Mayo (1880-1949) foi um psicólogo australiano que se destacou por ser o protagonista da
escola das relações humanas, sendo responsável pela coordenação e realização da experiência
na fábrica de Hawthorne.
Seu livro mais conhecido chama-se Problemas Humanos de uma Civilização Industrial, publicado
no ano de 1933 e considerado a bíblia do movimento das relações humanas.
ELTON MAYO (1880-1949)
 Retrato de Elton Mayo, 1935. Fonte: Desconhecida, domínio público.
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Na sequência, a pesquisa em Hawthorne estendeu-se para investigar aspectos relacionados à
fadiga humana, a rotatividade do pessoal, os acidentes no trabalho e os efeitos das condições de
trabalho sobre a produtividade dos trabalhadores.
O HOMEM SOCIAL E OS GRUPOS INFORMAIS
Com os resultados dos experimentos de Hawthorne, a visão sobre o ser humano nas
organizações passou a mudar.
DESTACA-SE QUE, ALÉM DESSES
EXPERIMENTOS, CORROBORARAM PARA UMA
PERCEPÇÃO MAIS HUMANÍSTICA DO AMBIENTE
DE TRABALHO A QUEDA DA BOLSA DE VALORES
EM 1929 E A VISÃO DE FREUD SOBRE O SER
HUMANO COM A PSICANÁLISE.
 
Enquanto a queda da bolsa pôs em xeque o sistema da escola clássica, até então vigente nas
organizações. A obra de Freud trouxe, por exemplo, o afeto como um dos temas centrais no
estudo da mente humana.
Como consequência, a ideia de homem econômico — que é aquele considerado previsível,
controlável, egoísta, de racionalidade absoluta, incentivado basicamente pelo dinheiro — passa,
gradativamente, a dar lugar à ideia do ser social. E este tem necessidade de afiliar-se a grupos.
ESTA NOVA VISÃO TROUXE QUE O HOMEM BUSCA
AFETIVIDADE E SOCIABILIDADE, QUE POSSUI UM
COMPORTAMENTO MAIS COMPLEXO DO QUE AQUELE
PREVISTO PELA ESCOLA CLÁSSICA, E QUE ACABA
POR SER CONDICIONADO PELO SISTEMA SOCIAL DE
QUE FAZ PARTE E PELA BIOLOGIA.
MOTTA; VASCONCELOS, 2010
Ora, se partirmos dessa visão de homem, facilmente notamos que os incentivos monetários, por
vezes, não serão suficientes para garantir a motivação e a alta produtividade do trabalhador.
POSTO DE MODO PRAGMÁTICO, ESTA PODE SER
A PRINCIPAL OU AO MENOS UMA DAS
PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DA ESCOLA DE
RELAÇÕES HUMANAS PARA ADMINISTRAÇÃO.
 
 ATENÇÃO
A escola clássica não levava em conta, por exemplo, a necessidade de afiliação que as pessoas
em geral têm aos grupos informais, também conhecidos como “panelinha” nas organizações.
Como consequência, a turma da escola clássica não levou em conta a influência das panelinhas
na produtividade dos trabalhadores. O que hoje parece tão óbvio não era naquele tempo.
Os grupos informais são, na verdade, organizados de forma espontânea nas organizações, e não
estão expressos, por exemplo, nos estatutos da empresa.
As panelinhas ou os grupos informais podem surgir por interesses em comum entre os
trabalhadores, por defenderem as mesmas ideias políticas ou por não gostarem do chefe. Em
outros casos, por morarem em bairros próximos.
O fato é que as razões que levam à formação dos grupos informais são as mais diversas
possíveis, mas nem por isso devem ser menosprezadas pela organização.
Outro ponto que se destaca é o de que as panelinhas podem contribuir ou prejudicar a empresa,
justamente porque tomam uma formade certo modo invisível ou de difícil identificação.
NOMES E IDEIAS RELEVANTES NO
CONTEXTO DA ESCOLA DE RELAÇÕES
HUMANAS
MARY PARKER FOLLET, ELTON MAYO,
ROETHLISBERGER E DICKSON ESTÃO ENTRE OS
PRINCIPAIS NOMES QUE, DIRETA OU
INDIRETAMENTE, CONTRIBUÍRAM PARA A VISÃO
DE MUNDO TRAZIDA PELA ESCOLA DE
RELAÇÕES HUMANAS.
 
Folett tratou de três métodos de solução de conflitos nas organizações em contextos de
divergências entre trabalhadores e gestores, são estes: método da força, método da barganha e
método da integração. De acordo com a autora, o contexto da escola clássica representava a
solução de conflitos por meio do método da força, podendo ser ela psíquica ou física.
Follet, por sua vez, entendia que é o método de integração o mais adequado para resolução dos
conflitos organizacionais. Apesar de ter desenvolvido seus trabalhos anteriormente aos
experimentos de Hawthorne, foi após estes que o mundo das organizações pôde, então, se abrir
para o pensamento da autora.
Enquanto o método da força está ligado à coerção, e o da barganha, como o nome já sugere, à
negociação política entre aqueles que estão envolvidos no conflito. O método da integração tem
relação com uma solução mais participativa e democrática. Nela, os indivíduos devem integrar-se
em prol dos objetivos organizacionais.
Elton Mayo foi um grande crítico da escola de administração científica, por colocar os incentivos
psicossociais à frente dos monetários. Além disso, compreendeu o papel dos grupos informais nas
organizações, que antes não eram levados em consideração pela escola clássica.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Roethlisberger e Dickson fizeram uma importante separação entre eficiência técnica e social.
Enquanto a primeira diz respeito à produção de modo eficiente a baixo custo, a segunda trata da
criação e distribuição de satisfação e realização para os membros da organização.
DECORRÊNCIA DA ESCOLA DAS RELAÇÕES
HUMANAS
Com o surgimento dessa escola, tópicos como motivação, liderança, comunicação, organização
informal, dinâmica de grupo, entre outros, começaram a ganhar espaço no pensamento
administrativo. Os princípios clássicos da administração passaram a ser duramente contestados.
 
Autor: Freepik/Fonte: Freepik
O engenheiro e o técnico começam a ceder espaço ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a
máquina perdem a preferência em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa a ser
vista sob um ângulo completamente diferente, pois o conceito do homo economicus dá lugar ao
conceito de homem social.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo, a ênfase simples na organização é substituída pelo foco nas pessoas.
A teoria da motivação busca explicar os motivos do comportamento dos indivíduos. Para os
estudiosos da abordagem da administração científica, a motivação do trabalhador era a busca do
dinheiro e das recompensas salariais e materiais do trabalho.
No entanto, após a experiência de Hawthorne, percebeu-se que a recompensa salarial não é o
único fator influenciador da satisfação do trabalhador. Por isso, Elton Mayo e sua equipe
perceberam que o trabalhador também é motivado por recompensas sociais, simbólicas e não
materiais.
A força consciente ou inconsciente que leva um indivíduo a determinado comportamento é
chamada de necessidade. A satisfação desta motiva o comportamento humano.
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR SOBRE AS TRÊS FASES
DE MOTIVAÇÃO?
 
Na escola das relações humanas, destaca-se que, ao longo de sua vida, o indivíduo evolui por
três fases de motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo, ultrapassa os estágios
mais baixos e desenvolve necessidades de níveis gradativamente mais elevados.
Estas necessidades são:
FISIOLÓGICAS

PSICOLÓGICAS

DE AUTORREALIZAÇÃO
Fisiológicas
São aquelas relacionadas à sobrevivência do indivíduo, exigindo, por isso, satisfação periódica e
cíclica. As principais são: alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção
contra os elementos e de segurança física contra os perigos.
Com a experiência de Hawthorne, foi possível perceber que uma vez satisfeitas essas
necessidades básicas dos trabalhadores, elas passaram a não mais influenciar o comportamento
deles.
 COMENTÁRIO
Desse modo, a sua atuação passou a ser motivada por outras necessidades mais complexas, ou
seja, as necessidades psicológicas.
Psicológicas
São aquelas aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado
e complexo de necessidades que raramente são satisfeitas em sua plenitude.
De autorrealização
São as geradas a partir da educação e da cultura de cada indivíduo, e assim como as
necessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude.
O indivíduo, gradativamente, busca satisfações maiores e estabelece metas mais exigentes. A
necessidade de autorrealização é o impulso de cada um em realizar o seu potencial e de estar em
contínuo autodesenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
A partir da teoria das relações humanas, os demais estudos de teorias psicológicas sobre a
motivação humana passaram a ser aplicados dentro das empresas.
VERIFICOU-SE, ENTÃO, QUE O
COMPORTAMENTO HUMANO É A TENSÃO
PERSISTENTE QUE LEVA O INDIVÍDUO A
ALGUMA FORMA DE COMPORTAMENTO,
VISANDO A SATISFAÇÃO DE UMA OU MAIS
NECESSIDADES DETERMINADAS.
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (IF SUL RIO-GRANDENSE ‒ 2019 ‒ ADMINISTRADOR [ADAPTADA]) 
ELTON MAYO FICOU CONHECIDO POR CAUSA DA EXPERIÊNCIA DE
HAWTHORNE, ASSOCIADA À ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS. A
RESPEITO DOS ESTUDOS DE HAWTHORNE, É INCORRETO AFIRMAR QUE:
A) Os grupos informais internos à organização exercem forte controle social sobre os hábitos de
trabalho e as atitudes dos trabalhadores.
B) As necessidades de reconhecimento, segurança e senso de pertencimento são mais
importantes na determinação da moral do trabalhador e de sua produtividade do que as condições
físicas que lhe são oferecidas.
C) A colaboração nos grupos não ocorre acidentalmente; ela precisa ser planejada e
desenvolvida.
D) A especialização funcional cria, necessariamente, a organização mais eficiente.
2. (IF-SC ‒ 2015 ‒ IF-SC – ADMINISTRADOR [ADAPTADA]) 
A ABORDAGEM HUMANÍSTICA DESENCADEOU UM DESAFIO ÀS
ORGANIZAÇÕES NA DÉCADA DE 1920, COM A PREOCUPAÇÃO DE COMO
OS ADMINISTRADORES INTERAGIAM COM SEUS SUBORDINADOS. A QUE
DEU ÊNFASE ESSE MOVIMENTO DAS RELAÇÕES HUMANAS DENTRO DAS
ORGANIZAÇÕES? ASSINALE A ALTERNATIVA QUE RESPONDE
CORRETAMENTE À QUESTÃO:
A) À abordagem do homem racional, estimulado por necessidades econômicas pessoais e
preocupação com a melhoria nas condições de trabalho.
B) Ao conceito do homem social, motivado por necessidades sociais, desejando relacionamentos
compensadores no local de trabalho.
C) Ao conceito de efeito Hawthorne, impulsionando o indivíduo a otimizar sua produção com o
objetivo de maximizar o lucro.
D) Ao conceito do homem complexo, que ajusta as tentativas de influenciar os trabalhadores de
acordo com suas necessidades individuais.
GABARITO
1. (IF Sul Rio-Grandense ‒ 2019 ‒ Administrador [ADAPTADA]) 
Elton Mayo ficou conhecido por causa da experiência de Hawthorne, associada à escola
das relações humanas. A respeito dos estudos de Hawthorne, é incorreto afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
O pressuposto de especialização funcional não está relacionado com a escola das relações
humanas, e sim os aspectos sociais, como dinâmicas de grupos, motivação, grupos informais,
comunicação, entre outros relacionados ao ser humano e não mais à organização e suas
atividades.
2. (IF-SC ‒ 2015 ‒ IF-SC – Administrador [ADAPTADA]) 
A abordagem humanística desencadeou um desafio às organizações na década de 1920,
com a preocupação de como os administradores interagiam com seus subordinados. A que
deu ênfase esse movimento das relações humanas dentro das organizações? Assinale a
alternativa que responde corretamente à questão:
A alternativa"B " está correta.
 
A partir dos resultados dos experimentos de Hawthorne, a visão sobre o ser humano nas
organizações mudou da ideia de homem econômico para a de homem social. Passou-se a
entender que ele possui um comportamento mais complexo do que aquele previsto pela escola
clássica, com necessidades de filiar-se a grupos e de buscar afetividade e sociabilidade.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, foi possível descrever as principais contribuições de Frederick Taylor para a
administração científica e de Henry Fayol para a administração clássica — escolas de pensamento
que formaram a abordagem clássica da administração.
Além disso, também vimos a influência que os estudos de Taylor tiveram sobre o modelo de
gestão de Ford e como o método de produção em massa e especializado mudou a forma de
consumo no setor automobilístico da época.
Vimos ainda o modelo burocrático proposto por Max Weber, que surge da necessidade da criação
de procedimentos exatos e concisos para controlar e integrar centenas de trabalhadores operários
distribuídos nos diversos setores. Além disso, a fragilidade dos enfoques clássicos da
administração em proporem uma abordagem global e integrada para lidar com os desafios
organizacionais.
Por fim, estudamos a mudança do foco principal na estrutura e nas tarefas das escolas clássicas
para o foco nas pessoas na escola das relações humanas que surgiu a partir dos estudos de Elton
Mayo.
Esperamos que este material possa contribuir para o seu desenvolvimento profissional, bem como
pessoal.
REFERÊNCIAS
BERNANDES, C. Teoria geral da administração: gerenciando empresas brasileiras. São Paulo:
Saraiva, 2014.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
GIL, A. C. Teoria geral da administração — dos clássicos à pós-modernidade. Rio de Janeiro:
Atlas, 2016.
JONES, G. R. Teoria das organizações. 6 ed. São Paulo: Pearson, 2010.
LACOMBE, F. Teoria geral da administração. São Paulo: Saraiva, 2010.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à teoria geral da administração. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2015.
MORGAN, G. Imagens da organização. Tradução de Geni G. Goldschmit. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
MOTTA, F. C. P.; VASCONCELOS, I. F. G. Teoria geral da administração. Ed. revista. São Paulo:
Cengage Learning, 2010.
SOUZA, H. A. de. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro: SESES, 2015.
EXPLORE+
Assista ao filme norte-americano Tempos Modernos, de 1936, com direção de Charles Chaplin, e
observe o que foi abordado neste tema.
CONTEUDISTA
Prof.ª Dr.ª Aline dos Santos Barbosa
 CURRÍCULO LATTES
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