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Tuberculose aviária Adrielly Alves Araújo Etiologia Causada pelo Mycobacterium, uma bactéria com parede celular espessa e densamente lipoproteica tornando-a um Bacilo ácido-álcool resistentes (BAAR), resistente à variações de temperatura, pH, dessecação e desinfetantes, podem ficar viáveis no meio por anos possuindo, inclusive, potencial zoonótico. As aves são hospedeiras primárias dos Mycobacterium avium e Mycobacterium intracellulare, mas podem também se infectar pela M. bovis (ou M. tuberculosis). Epidemiologia Todas as aves são suscetíveis à micobacteriose, mas as mais acometidas são anatídeos (patos, cisnes, outras aves aquáticas), psitacídeos, pássaros, pombos e aves de rapina, incluindo alta prevalência em criações de aves exóticas, ornamentais e de zoológicos. Sua transmissão ocorre de forma direta, por ingestão das bactérias, principalmente, inalação de aerossóis de fezes contaminadas, ou de forma indireta, por artrópodes que agem como vetores, água e alimentos contaminados, cama, ninhos e solo. Patogenia Tem suas lesões localizadas principalmente no trato digestivo devido a ingestão dos agentes infecciosos, mas eventualmente pode se disseminar afetando fígado, baço, medula óssea, pulmões, sacos, aéreos, pele, gônadas e, raramente, o pâncreas. A formação de granulomas nesses órgãos, principalmente no pulmão, fígado, baço, medula óssea, sugere infecção por M. avium. Sinais clínicos Variam de acordo com as lesões e órgãos afetados, a forma aguda da doença pode levar à morte súbita enquanto a forma crônica tem sinais bem parecidos com a tuberculose bovina, com o definhamento progressivo da ave: depressão, perda de peso, diarreia, poliúria e ausência de resposta clínica ao tratamento com antimicrobianos convencionais, a forma crônica debilitante é mais comum em aves adultas enquanto as jovens tendem a apresentar uma forma subclínica. Podem ter as plumagens descoloridas, opacas, distensão abdominal (aumento de volume das vísceras pela presença de granulomas), claudicação (artrites), massas nos tecidos subcutâneos e conjuntiva, quando acometimento pulmonar: dispneia. Tubérculos na pele são raros, mas quando ocorrem são repletos de conteúdo caseoso/fibrinoso amarelado. Diagnóstico Necropsia: hepato e esplenomegalia, espessamento das paredes do trato digestório, acúmulo de gordura intracavitária, presença de granulomas únicos ou múltiplos. Histopatologia: granulomas - células epitelióides, células gigantes multinucleadas, heterófilos, necrose central e calcificação em casos crônicos. Visualização dos bacilos por imprint de órgãos ou esfregaço de material biológico suspeito, como o conteúdo dos tubérculos, corados pela técnica de Ziehl-Neelsen evidenciando os bacilos BAAR. Isolamento é feito a partir de fezes suspensas em solução fisiológica, descontaminadas pelo método de Petroff, cultivadas em meios Lowenstein-Jensen ou Stonebrink, incubadas por 2-6 semanas à 37-43oC (mais elevadas por serem mais próximas as temperaturas das aves) em aerobiose. As colônias são menores que as formadas por M. bovis e M. tuberculosis, bem puntiformes. PCR de tecidos frescos ou fixados em formol ou parafina, de colônias isoladas ou mesmo das fezes das aves, para caracterização da espécie, fatores de virulência, cepas circulantes, etc. Tratamento Longo e desaconselhável por se tratar de uma zoonose e não economicamente viável. Profilaxia e controle Quarentena e exame de novas aves adicionadas ao plantel, aves que tiveram contato com positivas devem ficar em quarentena por 2 anos e serem submetidas a exames periódicos e análise de amostras fecais. Higiene e biosseguridade.
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