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Sistema de Microdrenagem O atual modelo de desenvolvimento urbano estimula o aumento da impermeabilização nas bacias urbanas através da forma de uso e ocupação do solo. Como consequência da substituição das matas naturais pelas edificações, calçadas, vias, estacionamentos, entre outros, o ciclo hidrológico natural tem se modificado com o aumento do escoamento superficial e a redução da infiltração e do escoamento subterrâneo. O sistema de drenagem tradicional tem a função de disciplinar o escoamento superficial removendo seu excesso das vias públicas a partir das sarjetas. Atingido o limite da capacidade das sarjetas, as bocas-de-lobo recolhem o volume excedente por meio de tubulações subterrâneas, as galerias pluviais. Neste percurso desde o início das galerias até o seu ponto de deságüe utilizam-se dispositivos como caixas de ligação e poços de visita que, fundamentalmente, permitem as conexões entre tubos provenientes de diferentes direções ou possibilitam ligações entre bocas-de-lobo e galerias. Sistema de Microdrenagem Denomina-se microdrenagem o sistema que drena uma bacia até seu ponto de deságüe, normalmente um fundo de vale. A macrodrenagem compreende o sistema formado por cursos de água naturais ou artificiais, para os quais afluem os sistemas de galerias pluviais. Na Figura a seguir, a planta planialtimétrica indica o sentido do fluxo nas vias, a localização das bocas-de- lobo e poços de visita. No exemplo da figura, as bocas-de-lobo enviam o excedente pluvial para os poços de visita que interligam as galerias até os fundos de vale (Microdrenagem). A rede de canais esquematizada na figura complementa o sistema de drenagem (Macrodrenagem). Veremos a seguir em planta e em corte, os principais componentes de um sistema de microdrenagem. Vias Além das suas funções relativas ao trânsito de veículos e pedestres as vias desempenham um importante papel em relação à coleta e orientação do escoamento superficial. A figura 3, complementada pelas Tabelas e Quadro a seguir, apresentam-se características geométricas e hidráulicas relativas a um sistema de escoamento de vias. Figura 3: Características da Via Tabela 1 – Vias Publicas Valores da faixa elementar Tabela 2 – Dimensionamento das vias públicas- seção transversal Quadro 1– Capacidade de Escoamento da via pública Sarjetas São faixas de via pública, paralelas e vizinhas ao meio-fio que formam canaletas condutoras de águas pluviais. A sarjeta torna-se receptora das águas pluviais que incidem sobre terrenos adjacentes e que tenham declividade no sentido das vias ou suas águas conduzidas por coletores prediais às sarjetas. Aspectos importantes no dimensionamento: Profundidade: evitar o extravasamento para o meio fio, pois podem ocorrer inundações em propriedades e colocar as pessoas em risco; Largura superficial: não alagar a pista evitando aquaplanagem e molhar as pessoas. Sarjetas São faixas de via pública, paralelas e vizinhas ao meio-fio que formam canaletas condutoras de águas pluviais. A sarjeta torna-se receptora das águas pluviais que incidem sobre terrenos adjacentes e que tenham declividade no sentido das vias ou suas águas conduzidas por coletores prediais às sarjetas. Aspectos importantes no dimensionamento: Profundidade: evitar o extravasamento para o meio fio, pois podem ocorrer inundações em propriedades e colocar as pessoas em risco; Largura superficial: não alagar a pista evitando aquaplanagem e molhar as pessoas. Figura 4: Corte lateral Sarjetas O cálculo das capacidades admissíveis das sarjetas permite o estabelecimento dos pontos de captação das descargas por intermédio de bocas de lobo. A capacidade de descarga das sarjetas depende de sua declividade, rugosidade e forma. De acordo com os requisitos de projeto, pode-se calcular a capacidade de condução das ruas e sarjetas sob duas hipóteses: • Água escoando por toda a calha da rua. Admite-se uma lâmina d’água máxima entre 13 e 15 cm ou • Água escoando somente pelas sarjetas. Neste caso devem ser observadas as recomendações específicas quanto ao tipo de via e máxima inundação admissível. Os cálculos devem prover informação acerca da capacidade de escoamento das sarjetas, velocidades e os tempos de percurso dos escoamentos. Estas informações serão posteriormente utilizadas para o cálculo do sistema de galerias. Sarjetas O cálculo das capacidades admissíveis das sarjetas permite o estabelecimento dos pontos de captação das descargas por intermédio de bocas de lobo. A capacidade de descarga das sarjetas depende de sua declividade, rugosidade e forma. De acordo com os requisitos de projeto, pode-se calcular a capacidade de condução das ruas e sarjetas sob duas hipóteses: • Água escoando por toda a calha da rua. Admite-se uma lâmina d’água máxima entre 13 e 15 cm ou • Água escoando somente pelas sarjetas. Neste caso devem ser observadas as recomendações específicas quanto ao tipo de via e máxima inundação admissível. Os cálculos devem prover informação acerca da capacidade de escoamento das sarjetas, velocidades e os tempos de percurso dos escoamentos. Estas informações serão posteriormente utilizadas para o cálculo do sistema de galerias. Figura 4: Corte lateral da sarjeta Sarjetas Para os cálculos de capacidade admissível, supõe-se que o escoamento na sarjeta seja uniforme. Deve-se observar, todavia, que as tensões de cisalhamento junto às paredes da sarjeta são irregulares, devido à profundidade transversalmente variável, o que ocasiona um escoamento não-uniforme, mesmo quando em regime permanente. Se a água da sarjeta se acumula em torno da boca-de-lobo, as características da boca-de- lobo serão mais determinantes na altura do escoamento que a sarjeta. De posse de dados sobre declividade, rugosidade e comprimento de uma sarjeta, calcula-se a vazão máxima que a mesma pode transportar para esta lâmina. Este cálculo pode ser feito com a fórmula de Izzard que é uma adaptação da fórmula de Manning para sarjetas. Sarjetas Vazão de Projeto: Método Racional Onde: Q = vazão C – coeficiente de deflúvio (depende do uso e estado da área drenada) i - intensidade pluviométrica de projeto, função da duração adotada (igual ou maior do que o tempo de concentração da bacia de contribuição e do tempo de retorno (risco adotado) [min] A – área de contribuição da drenagem [ha] Quadro 4: Coeficiente de Deflúvio - C Sarjetas Onde: Q0 = vazão descarregada em [m3/s], y0 = altura da lâmina d'água em [m], I = declividade longitudinal do trecho em [m/m], n =coeficiente de rugosidade de Manning (adimensional) z = tangente do ângulo entre a sarjeta e a guia. Sarjetas Para determinação da capacidade admissível das sarjetas devem ser levados em consideração: as características dimensionais de sarjetas (Tabela 7), a largura da faixa elementar (Tabela 1), declividade transversal da sarjeta (em geral, próxima a 10%) e da via (Tabela 2), a classificação da rua (Quadro 1) e coeficiente relacionado à rugosidade do material (Tabela 8). A Tabela 9 apresenta ainda fatores redução da capacidade de escoamento das sarjetas em função da declividade das mesmas. Tabela 3 – Dimensões Padrão para Sarjetas Tabela 4: Coeficientes de Rugosidade de Manning para sarjetas Sarjetas A capacidade da vazão Q0 é maior se: • n menor (superfície lisa); • l maior (evitando l>10%); • y0 maior (sendo y0< altura da guia, geralmente de 15 cm) Sarjetas A capacidade da sarjeta a ser utilizada no projeto - capacidade admissível - deve ser minorada por um fator de redução da capacidade teórica. De forma geral, os fatores de redução da descarga consideram as imperfeições durante a construção de sarjetas e assentamento de guias, baixa frequência ou ausência de manutenção, aumento do coeficiente de rugosidade em função da abrasão por sedimentos, defeitos resultantes de aberturas e escavações com reparos mal elaborados, obstruções temporárias ou permanentes. Além disso, duas situaçõestípicas exigem a utilização de fatores de redução da capacidade admissível: • Em sarjetas com declividade longitudinal muito baixa limita-se a descarga para controlar o depósito de sedimentos, uma vez que a velocidade do escoamento será muito reduzida, • Em sarjetas com declividade longitudinal muito elevada, limita-se a descarga para reduzir as possibilidades de abrasão da sarjeta resultante do atrito do transporte de sedimentos. Além disso, a descarga é também controlada para reduzir o risco de acidentes com pedestres. Sarjetas Fator de Redução Sarjetas Estabelecida a capacidade da sarjeta, calcula-se o tempo de percurso do escoamento, a partir de sua velocidade média. Onde: V0= velocidade média de escoamento da água [m/s], Q0 = vazão descarregada em [m3/s], I = declividade longitudinal do trecho em [m/m], n =coeficiente de rugosidade de Manning (adimensional) z = tangente do ângulo entre a sarjeta e a guia. Sarjetas Exemplo: Pretende-se projetar uma sarjeta situada em uma área com as seguintes características: •A = 2,0 ha •i = 1,13 mm/min •C = 0,065, Considerar a sarjeta com as seguintes características iniciais: • I = 0,01 m/m, z = 16 e n = 0,016. Sarjetas Exemplo: a. Determinar a vazão máxima teórica na extremidade de jusante da sarjeta b. Verificar a lâmina teórica de água junto a guia. c. Verificar a velocidade de escoamento. Sarjetas Exemplo: Determinar a lâmina d’água na sarjeta e verificar a velocidade do escoamento. Dados da sarjeta: Q0= 0.1612 m³/s I=0,01 mm Z=14 n=0,014 0,15 = 0,375 × 16 0,016 × 𝑦 8 3 × 0,01 0,15 = 37,5 × 𝑦 8 3 𝑦 8 3 = 0,004 37,5 × 𝑦 8 3 = 0,15 𝑦 8 3 = 0,15 37,5 Y= 0,004^3/8 Y= 0,13 cm 𝑉𝑜 = 0,958 × ( √0,01) 0,016 3 4 × ( 0,15 16 ) 1 4 𝑉𝑜 = 0,958 × 3,95 × 0,311 𝑉𝑜 = 1,178 = 1,18 𝑚/𝑠 0,1612 = 0,375 × 14 0,014 × 𝑦 8 3 × 0,01 0,1612 = 37,5 × 𝑦 8 3 𝑦 8 3 = 0,00429 37,5 × 𝑦 8 3 = 0,1612 𝑦 8 3 = 0,1612 37,5 Y= 0,00429^3/8 Y= 0,13 cm 𝑉𝑜 = 0,958 × ( √0,01) 0,014 3 4 × ( 0,1612 14 ) 1 4 𝑉𝑜 = 0,958 × 4,369 × 0,327 𝑉𝑜 = 1,37 𝑚/𝑠
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