Prévia do material em texto
Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 1 Aula 06 Contabilidade Balanço Patrimonial Professor Marcelo Seco Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 2 Alunas e Alunos, olá! Seguimos adiante, na luta pelo contábil saber! Meus caros, entre os assuntos hoje está o CPC 26, que trata da apresentação das DCs. Veremos balanço patrimonial hoje e nas aulas seguintes continuaremos estudando as demonstrações contábeis. Caros, curtam minha página do Facebook para acessar novidades sobre concursos, resoluções de questões e outras dicas. É um trabalho que estou iniciando, conto com a ajuda de vocês. Eis o link: http://www.facebook.com/professormarceloseco Nosso objetivo: garantir a maioria dos pontos em contabilidade na prova objetiva. Temos que trabalhar durante as aulas com uma meta de 90% de acertos nas questões para que, na prova, obtenhamos entre 75% e 80%. No dia da prova, seu maior inimigo poderá ser você. Para evitar que isso aconteça, chegue lá sabendo que não há obstáculos intransponíveis. Sinta-se bem, olhe para a sala e saiba que está mais bem preparado do que todos ali. “Não existe o impossível para aquele que persevera!” Alexandre, O Grande Aula 06 – Balanço Patrimonial http://www.facebook.com/professormarceloseco Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 3 Estamos na aula 06 e, ao final do curso, eu pretendo que vocês estejam prontos e seguros para DESTRUIR a sabatina de contabilidade da Cespe. Aula Conteúdo 00 CPC 00 - Estrutura conceitual. Usuários das demonstrações contábeis. Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), estarão presentes em todas as aulas. 01 Princípios Contábeis Fundamentais. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. Diferença entre regime de competência e regime de caixa. Lei nº 6.404/1976, Lei 11.638/2007, Lei 11.941/2009, Lei 12.249/2010. 02 Função e estrutura das contas. Contas patrimoniais e de resultado. Classificação das contas. Balancete de verificação. Componentes patrimoniais. Equação do Patrimônio. Origem e aplicação de recursos. Apuração de resultados. Escrituração. Partidas dobradas. Livros Diário e Razão. Erros de escrituração e suas correções. 03 Critérios de avaliação do Ativo e do Passivo. CPC 12 – Ajuste a valor presente. CPC 46 – Valor Justo. 04 Critérios de avaliação do Ativo e do Passivo. Avaliação de investimentos. CPC 01 - Redução do valor recuperável de ativos. 05 Critérios de Avaliação do Ativo e do Passivo. Investimentos societários – MEP e Custo. Good Will, ágio. 06 Balanço patrimonial. Conteúdo dos grupos e subgrupos. Reservas, provisões, passivos e ativos contingentes, ajustes de avaliação patrimonial, ações em tesouraria. 07 Demonstração do resultado do exercício: estrutura, características e elaboração. Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido. 08 Demonstração de Fluxos de Caixa: métodos direto e indireto. Notas explicativas. 09 Combinação de negócios, fusão, incorporação e cisão. Consolidação das demonstrações. Reconhecimento de concessões. 10 Controle de estoques e do custo das vendas. CMV, CSP, CPV. 11 Operações de Duplicatas. Operações financeiras ativas e passivas, receitas e despesas financeiras, empréstimos e financiamentos, apropriação de principal, juros transcorridos e a transcorrer. 12 CPC 06 Arrendamento Mercantil CPC 07 Subvenção Governamental CPC 08 Custos de Transação e Prêmios. 13 CPC 04 Intangível CPC 27 Imobilizado CPC 16 Estoques Depreciação, amortização, exaustão. 14 CPC 24 Eventos Subsequentes CPC 30 Receitas CPC 02 Efeitos da Variação Cambial CPC 28 Investimentos. 15 Análise econômico-financeira. Indicadores de liquidez. Indicadores de endividamento. Análise vertical e horizontal. Correção integral das demonstrações contábeis. 16 Indicadores de rentabilidade. Indicadores de lucratividade. Indicadores de estrutura de capitais. 17 Sistemas de custos e informações gerenciais. Custos para tomada de decisões. Custeio real por absorção. Custeio direto (ou custeio variável). 18 Custeio baseado em atividades. RKW. Custo-padrão. 19 Estudo da relação custo versus volume versus lucro. 20 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital. Nossas Aulas Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 4 Apresentação 1 1 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações 6 2 - Balanço Patrimonial 16 2.1 - Equação do Patrimônio 18 2.2 – Ativo 20 2.3 – Passivo 25 2.4 - Patrimônio Líquido 29 Exercícios Resolvidos 38 Lista das Questões Apresentadas 88 Gabarito 110 Não se assustem com a quantidade de páginas de algumas aulas. Para resolver algumas questões de forma didática, às vezes utilizo muito espaço, e isso aumenta o tamanho da aula. Também procuro deixar a questão inteira na mesma página. Contudo, a teoria é sempre curta, e a leitura da aula é bastante rápida. Índice Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 5 1 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Vamos lá! O CPC 26 traz uma parte comum, apresentando regras a serem observadas na elaboração de todas as Demonstrações Contábeis (DCs), e depois fala sobre cada uma delas. Resolvi separar os itens, e essa parte específica de será apresentada juntamente com o tópico que falar de cada DC. Objetivo do CPC 26 Definir a forma básica para a apresentação das DCs, para assegurar a comparabilidade tanto com as DCs de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as DCs de outras entidades. Onde aplicar o CPC 26? Em todas as DCs elaboradas e apresentadas de acordo com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do CPC. Apenas não se aplica às DCs intermediárias que devem ser elaboradas segundo pronunciamento próprio. 1.1 - Conceitos Todo pronunciamento traz em sua parte inicial uma lista de definições dos termos que são utilizados em seu texto, vamos a elas: DCs de propósito geral Aquelas cujo propósito é atender usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios para atender às suas necessidades específicas. Também são chamadas de relatório contábil financeiro de propósito geral. Requisito de aplicação impraticável Aquele que não pode ser cumprido, mesmo depois a de ter feito todos os esforços razoáveis nesse sentido. Práticas contábeis brasileiras Legislação societária brasileira, Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam ao CPC 00 e, por conseguinte, as normas contábeis internacionais. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 6 Omissão material ou divulgação distorcida material Aquelas que, individual ou coletivamente, podem influenciar as decisões dos usuários das DCs. Já vimos anteriormente que a materialidade é um conceito que depende das condições de cada entidade, não é mesmo? Pois bem, o CPC completa o conceito de materialidade, dizendo que sedeve também considerar, no momento de avaliar a materialidade, a forma como se espera que os usuários, com seus respectivos atributos, sejam influenciados na tomada de decisão econômica. Resumindo: quem são os potenciais usuários, e que nível de detalhe da informação interessa a eles. Notas explicativas - NEs Uma NE é uma informação adicional em relação à apresentada nas DCs. Atenção aqui: as NEs só podem tratar de assuntos presentes nas DCs, ou de itens de interesse que não se enquadraram nos critérios para reconhecimento nas DCs. Outros resultados abrangentes Itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na DRE, ou seja, não “passam” pelo resultado. São eles: variações na reserva de reavaliação, se ainda permitidas legalmente; ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido; ganhos e perdas de conversão de DCs de operações no exterior; ganhos e perdas na avaliação de ativos financeiros disponíveis para venda parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa Proprietário Detentor de instrumentos patrimoniais representativos do capital próprio (são os donos de parte do PL). Resultado Total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no PL. Este é o resultado no conceito usual. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 7 Ajuste de reclassificação Valor reclassificado para o resultado que fora inicialmente reconhecido como outros resultados abrangentes. Por exemplo, um juste de avaliação patrimonial (AAP) deve ser reconhecido diretamente no PL, fazendo parte dos resultados abrangentes. Quando da realização do instrumento financeiro ao qual esse AAP se refere, o valor será finalmente reconhecido no resultado, como receita ou despesa, ou seja, será reclassificado. Resultado abrangente Mutação que ocorre no PL que resulta de transações e outros eventos que não sejam derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Essas transações com os sócios são, basicamente, aporte de capital e distribuição de lucros. O resultado abrangente contempla todos os componentes da demonstração do resultado (DRE) e da demonstração dos outros resultados abrangentes (DRA). 1.2 - Demonstrações contábeis Finalidade das DCs As DCs são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade cujos objetivos são: proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade oferecer informação que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades Para satisfazer a esses objetivos as DCs proporcionam informação acerca de: ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e fluxos de caixa. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 8 Usuários das DCs As DCs são elaboradas para usuários externos em geral, com finalidades distintas e necessidades diversas. O objetivo das DCs é fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações diversas por parte dos usuários em geral, sem atender a nenhuma necessidade específica. As bancas adoram afirmar que as DCs se destinam aos usuários internos ou que as autoridades tributárias podem determinar que as demonstrações sejam feitas da maneira x ou y. Isso está errado. Com relação a esse ponto, quero que vocês levem para a prova duas informações preciosas sobre as DCs: São feitas para usuários externos; Não são feitas para atender necessidade específica de nenhum grupo; Muito bem! O objetivo das Dcs é fornecer informações sobre a entidade. Essas informações devem ser úteis para investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Aqui temos que fazer uma pausa para deixar claro esse aspecto dos usuários. As DCs são destinadas a usuários externos em geral, como já vimos: investidores, governo, acionistas, empregados e outros. Porém, o CPC deixa claro que três grupos de usuários devem ser olhados com mais cuidado pela entidade, os quais são chamados de usuários primários, são eles: Investidores (atuais e potenciais); Credores por empréstimo (Financiadores); Outros credores Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 9 Usuários primários, são eles: Investidores (atuais e potenciais); Credores por empréstimo (Financiadores); Outros credores DCs requeridas na visão do CPC O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: BP - balanço patrimonial; DRE - demonstração do resultado; DRA - demonstração do resultado abrangente; DMPL - demonstração das mutações do patrimônio líquido; DFC - demonstração dos fluxos de caixa; NE - notas explicativas (políticas contábeis e outras informações); DVA - demonstração do valor adicionado balanço patrimonial do período mais antigo quando: for aplicada política contábil retrospectivamente for apresentada retrospectiva de itens das DCSs forem reclassificados itens das DCs; Na publicação normal do balanço já são mostrados dados comparativos do período anterior. Este último item, que fala em BP adicional quer dizer o seguinte: se a empresa aplicou uma política diferente retroagindo até 2010, terá que publicar BPs com a nova política mostrando os efeitos desde esse período. Até há pouco tempo, a DRA poderia ser incluída na DMPL. Agora, DRA não pode mais ser incluída na DMPL, tendo que ser apresentada separadamente. Note que o CPC apresenta as NEs como sendo um tipo de demonstração. Na prática as NEs não são uma demonstração, pois não são auditadas, elas apenas fazem parte do conjunto que deve ser apresentado, para melhorar a qualidade da informação. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 10 A DRA não pode mais ser incluída na DMPL, tendo que ser apresentada separadamente. DCs exigidas pela 6404: Vamos fazer um paralelo entre o que é exigido pelo CPC e pela 6404, pois a banca pode citar especificamente a referência, e devemos estar preparados para isso. Art. 176 - Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: BP - balanço patrimonial BP; DLPA - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; DRE - demonstração do resultado do exercício; e DFC - demonstração dos fluxos de caixa; DVA - demonstração do valor adicionado, se companhia aberta. A obrigatoriedade da DFC é dispensada para companhias fechadas cujo PL for menor do que R$ 2 milhões. A CVM obriga as companhias de capital aberto a publicarem a DMPL. A DLPA deverá indicar o valor dos dividendos por ação, e poderá ser incluída na DMPL, caso a companhia a publique. A DLPA poderá ser incluída na DMPL, caso a companhia a publique. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria eExercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 11 Além das DCs, a administração pode apresentar relatórios próprios que julgue convenientes. Eles estão fora do âmbito do CPC e podem versar sobre: fatores e influências que determinam o desempenho; fontes de financiamento; recursos da entidade não reconhecidos nas DCs, por não atenderem aos requisitos; informações de cunho ambiental e social. 1.3 - Considerações gerais A entidade deve declarar nas NEs que suas DCs estão de acordo com o CPC. Políticas contábeis inadequadas não podem ser retificadas por meio de notas explicativas. Não adianta aplicar um método inadequado e tentar explicar nas NEs. Nesse caso, a contabilização deve ser refeita, com as políticas adequadas. Se, numa situação extrema, a administração vier a concluir que o uso do CPC conduziria a uma apresentação tão enganosa que entraria em conflito com o objetivo das DCs, a entidade não aplicará o requisito em questão e, a não ser que seja vedado do ponto de vista legal e regulatório, divulgará o seguinte: que a administração concluiu que as DCs apresentam de forma apropriada a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade; que aplicou o CPC, exceto um requisito específico, com o propósito de obter representação apropriada; qual o requisito foi deixado de lado; para cada período, o impacto financeiro da não aplicação do requisito, em comparação com o que ocorreria se houvesse sido aplicado. Se a não aplicação do requisito for legalmente vedada, a entidade deve mostrar também, nas NEs, o que ocorreria com essa não aplicação ocorresse. Turma, a finalidade dessas disposições é garantir que a informação que garante a representação fidedigna esteja sempre presente, independentemente de requisito legal. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 12 O negócio é o seguinte, e é importante que entendamos: Se em um caso raro, aplicar o CPC resultar em informação distorcida, a entidade não aplica (e assim temos a informação fidedigna na DC) e divulga nas NEs o valor que teria caso aplicasse. Se estiver proibida de não aplicar, ela aplica. E divulga nas NEs o valor que teria caso não aplicasse (nesse caso essa é a informação fidedigna). Continuidade As DCs devem ser elaboradas no pressuposto da continuidade, a menos que a administração tenha intenção de liquidar a entidade ou cessar seus negócios, ou ainda não possua uma alternativa realista senão a descontinuidade de suas atividades. Quando as DCs não forem elaboradas no pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado, juntamente com as bases sobre as quais as DCs foram elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da entidade. Regime de competência As DCs, exceto a DFC, devem utilizar o regime de competência. Materialidade e agregação Devem ser apresentados separadamente nas DCs cada classe de itens semelhantes, a menos que sejam imateriais. Se um item não for individualmente material, deve ser agregado a outros itens, seja nas DCs, seja nas NEs. Compensação de valores A entidade não deve compensar ativos e passivos, ou receitas e despesas, a menos que a compensação seja exigida ou permitida pelo CPC. Alguns casos em que se podem apresentar valores compensados, ou em que a apresentação líquida não é considerada compensação: Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 13 ativos líquidos de provisões receitas apresentadas pelo seu valor justo transações cuja essência seja representada pela receita já líquida das despesas: ganhos e perdas na alienação de ativos não circulantes despesas provisionadas e que foram reembolsadas (por exemplo, acordo de garantia do fornecedor). ganhos e perdas de diferenças cambiais ganhos e perdas provenientes de instrumentos financeiros classificados como para negociação. Nos dois últimos casos, se houver episódio material deve ser relatado isoladamente. Frequência de apresentação das DCs Pelo menos anualmente. Se houver alteração de data de fechamento, deve ser indicado o motivo. Informação comparativa Deve-se divulgar informação comparativa referente ao período anterior. Se houver aplicação de política contábil retrospectivamente ou divulgação retrospectiva de itens de suas DCs, ou ainda, reclassificação de itens de suas DCs, deve-se apresentar, no mínimo, 3 BPs e 2 de cada uma das demais DCs, bem como as respectivas notas explicativas. Os BPs devem retroagir até a data mais antiga em que houve alteração. Quando houver reclassificação de itens, os valores e motivos devem ser indicados. Consistência de apresentação A apresentação e a classificação de itens nas DCs devem ser mantidas de um período para outro, salvo se: for evidente que outra forma seja mais apropriada algum CPC requerer alteração na apresentação Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 14 Apresentação e Identificação das DCs Este item pode parecer óbvio, mas DCs devem conter: o nome da entidade se as DCs se referem a uma entidade individual ou a um grupo de entidades; período de reporte ou o período coberto pelo conjunto de DCs ou notas explicativas; a moeda de apresentação o nível de arredondamento usado na apresentação dos valores nas DCs. As DCs podem ser apresentadas em milhares ou milhões de unidades da moeda, desde que o nível de arredondamento na apresentação seja divulgado e não seja omitida informação material. Divulgações Adicionais Informações que devem obrigatoriamente ser apresentadas no BP ou em NEs Desmembramento de contas, classificadas de forma adequada às operações da entidade. Isso normalmente é feito no BP. Informações que devem obrigatoriamente ser apresentadas no BP, na DMPL ou nas NEs: descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do PL valores e motivos de reclassificações de itens de passivo financeiro e de PL para cada classe de ações do capital: a quantidade de ações autorizadas; a quantidade de ações subscritas e integralizadas, e subscritas mas não integralizadas; o valor nominal por ação, ou informar que as ações não têm valor nominal; a conciliação entre as quantidades de ações em circulação no início e no fim do período; os direitos, preferências e restrições associados a essa classe de ações, incluindo restrições na distribuição de dividendos e no reembolso de capital; Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 15 ações ou quotas da entidade mantidas pela própria entidade (ações ou quotas em tesouraria) ou por controladas ou coligadas; e ações reservadas para emissão em função de opções e contratos para a venda de ações, incluindo os prazos e respectivos montantes; e 2 - Balanço Patrimonial Muito bem! Antes de iniciarmos o estudo do BP, vou apresentar uma relação de itens mínimos que o CPC exige que sejam discriminados, e algumas observações adicionais. Farei isso porque nessa relação constam algumas nomenclaturas peculiares, que o examinador pode pedir numa questão literal. Informação mínima a ser apresentada no BP segundo o CPC: caixa e equivalentes de caixa clientes e outros recebíveis estoques ativos financeiros ativos classificados disponíveis para venda – instrumento Financeiro ativos à disposição para venda – imobilizado de operação descontinuada ativosbiológicos investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial propriedades para investimento imobilizado intangível contas a pagar comerciais e outras provisões obrigações financeiras obrigações e ativos relativos à tributação corrente impostos diferidos ativos e passivos obrigações associadas a ativos à disposição para venda participação de não controladores (destacada dentro do PL) capital integralizado reservas outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 16 O CPC não prescreve a ordem ou o formato que deva ser utilizado na apresentação das contas do BP, mas a ordem legal deve ser observada. Além dos itens mínimos, outras divisões podem ser feitas observando: contas devem ser incluídas sempre que o tamanho, natureza ou função de um item ou agregação de itens similares apresentados separadamente seja relevante na compreensão da posição financeira; a nomenclatura a ordem de apresentação ou agregação de itens semelhantes podem ser modificadas de acordo com a natureza da entidade e de suas transações. Para algumas entidades, como instituições financeiras, a apresentação por ordem crescente ou decrescente de liquidez proporciona informação que é confiável e mais relevante do que a apresentação em circulante e não circulante, pelo fato de que tais entidades não fornecem bens ou serviços dentro de um ciclo operacional claramente identificável. Vejamos o que nos diz a lei 6404 sobre o BP: Art. 178 - No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: Ativo circulante; Ativo não circulante, composto por: ativo realizável a longo prazo investimentos imobilizado intangível. No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: Passivo circulante; Passivo não circulante; Patrimônio líquido,dividido em: Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 17 capital social reservas de capital ajustes de avaliação patrimonial reservas de lucros ações em tesouraria prejuízos acumulados. Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. As contas semelhantes poderão ser agrupadas e os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e desde que não ultrapassem 10% do valor do respectivo grupo. É vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". Esse é o formato atual do BP: Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P) Circulante Circulante Não Circulante Não Circulante Patrimônio Líquido (PL) Realizável Longo Prazo Capital Social Imobilizado Reservas de Capital Investimentos Reservas de Lucros Intangível Ajustes Avaliação Patrimonial Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados 2.1 - Equação do Patrimônio Vamos falar um pouco sobre esse assunto, pois vi várias questões a esse respeito, e, como se trata de itens do BP, não queremos ter surpresas. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 18 Com base no BP, montamos a seguinte equação patrimonial: A = P + PL A partir dessa igualdade podemos isolar os termos referentes aos elementos e achar o valor de qualquer um deles. A = Ativo ou Capital Total P = Passivo ou Capital de Terceiros PL = Patrimônio Líquido, Situação Líquida, Capital Próprio ou Passivo Não Exigível Situações Patrimoniais A > P Situação Líquida Positiva ou Superavitária PL > 0 A < P Situação Líquida Negativa ou Deficitária PL < 0 Também chamada de Passivo a Descoberto A = P Situação Líquida Nula PL = 0 Em qualquer das três situações o PL será representado graficamente como na figura acima: do lado direito, abaixo do Passivo. Outrora havia representações que colocavam o PL negativo do lado esquerdo, abaixo do Ativo. Não se faz mais isso. No ativo as contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez. No passivo as contas são dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 19 2.2 - Ativo Ativo Circulante na 6404 Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; Por exemplo: Balanço em 31/12/2012. Classificam-se como Circulantes os ativos realizáveis até 31/12/2013. No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; Ativo Circulante no CPC 26 O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 20 Na companhia em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. 2.2.1 - Ativo Circulante Conteúdo do grupo Caixa Bancos conta movimento Disponibilidades Créditos de curto prazo Estoques Títulos mantidos para negociação Benfeitorias Reembolsáveis em Imóveis de Terceiros (-) EPCLD ou PDD – retificadora (-) Provisão para ajuste de estoque a valor de mercado - retificadora (-) Ajuste a valor presente – retificadora Os impostos diferidos ativos ou passivos não devem ser classificados como circulantes. Observação sobre cheques: Se o cliente mandou um cheque para fazer o pagamento, ele deve ser registrado na conta caixa, até ser enviado ao banco. Se o cliente depositou o cheque na conta da empresa, o registro é direto na conta bancos. 2.2.2 - Ativo Não Circulante – Realizável a longo prazo Conteúdo do grupo Créditos de longo prazo Empréstimos a diretores Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 21 Empréstimos a sócios Empréstimos a coligadas Empréstimos a controladas Outros débitos de coligadas e controladas Benfeitorias Reembolsáveis em Imóveis de Terceiros IR diferido (-) EPCLD ou PDD – retificadora (-) Ajuste a valor presente – retificadora Independentementedo prazo, devem ser classificados como realizável a longo prazo: Vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro, que não constituírem negócios usuais da companhia. Ativos referentes a crédito concedido a coligadas, controladas, diretores, acionistas ou participantes, que não forem negócios usuais, ficam sempre no longo prazo. Para passivos na mesma condição não há essa exigência, segue-se a regra normal do prazo. 2.2.3 - Ativo Não Circulante – Investimentos São participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa. Conteúdo do grupo Participações em coligadas Participações em controladas Ações de coligadas Ações de controladas Imóveis alugados Obras de arte Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 22 Antiguidades Ágio na aquisição de ações Aplicações em incentivos fiscais Imóveis sem utilização Ações de outras companhias (-) Provisão para ajuste a valor de mercado – retificadora (-) Ajuste a valor presente - retificadora Softwares Se só puderem ser utilizados em equipamento específico, por exemplo, sistema operacional, ficam registrados junto com o equipamento, no imobilizado. Se forem autônomos, por exemplo, sistema de controle de projetos, ficam registrados no intangível. 2.2.4 - Ativo Não Circulante – Imobilizado São direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; Conteúdo do grupo Máquinas e equipamentos Automóveis Imóveis para uso da empresa Edificações para uso da empresa Terrenos para uso da empresa Gastos de capital Computadores Programas de computador que só funcionam em determinado equipamento Móveis e utensílios Instalações Imobilizações em andamento Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 23 Florestamento e reflorestamento Leasing financeiro obtido (-) Depreciação acumulada – retificadora (-) Exaustão acumulada – retificadora (-) Perdas por teste de recuperabilidade - retificadora Benfeitorias em imóveis de terceiros Se forem reembolsáveis ficam no circulante ou no realizável a longo prazo. Se forem não reembolsáveis ficam no imobilizado e se sujeitam à amortização pelo tempo do contrato. 2.2.5 - Ativo Não Circulante – Intangível São direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Fundo de comércio equivale a ponto comercial ou carteira de clientes, por exemplo. Para ser reconhecimento como intangível o ativo deve: ser identificável, ou seja: ser separável da entidade resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais. ser controlado pela entidade ser gerador de benefícios econômicos futuros Conteúdo do grupo Marcas e patentes Fundo de comércio adquirido Direitos de concessão e permissão dados pelo poder público Direitos de franquia Programas de computador autônomos Direitos autorais (-) Amortização acumulada - retificadora Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 24 (-) Perdas por redução ao valor recuperável (-) Perdas por teste de recuperabilidade - retificadora Fim do Ativo Diferido. Art. 299-A. O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação... (impairment). 2.3 – Passivo Passivo é um termo que genericamente pode definir todo o lado direito do BP, ou seja, a parte exigível (PC + PNC) e a não exigível (PL). Nesta aula, quando falamos em passivo, estamos falando na parte exigível. Passivo na 6404 6404 - Art. 180 - As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior. 2.3.1 - Passivo Circulante no CPC 26 O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Mesmo que o credor tenha opção de converter seu crédito em instrumentos patrimoniais, isso não deve afetar a classificação do passivo. Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 25 Conteúdo do grupo Fornecedores Obrigações tributárias a pagar ou a recolher Obrigações financeiras Adiantamento de clientes Provisões Receitas antecipadas Dividendos a pagar Crédito de coligadas Créditos de acionistas Empréstimos e Financiamentos Prêmio de debêntures Juros ativos a vencer Notas promissórias descontadas Credores por duplicatas Credores hipotecários Participações no lucro a pagar Debêntures CP Encargos financeiros antecipados (-) Juros a transcorrer - retificadora (-) Encargos financeiros a transcorrer – retificadora (-) Custos de transação a apropriar - retificadora Um passivo deve permanecer como circulante, mesmo que um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamento a longo prazo seja completado após a data do balanço e antes de as DCs serem autorizadas para sua publicação. Nesse caso, poderá ser reclassificado no próximo BP. Se a entidade tiver a expectativa e o poder discricionário, para refinanciar ou substituir (roll over) uma obrigação por pelo menos doze meses após a data do balanço, deve classificar a obrigação como não circulante, mesmo que originalmente fosse devida dentro de período mais curto. Contudo, quando o refinanciamento não depender somente da entidade, a obrigação é classificada como circulante. Quando a entidade quebrar um acordo de um empréstimo de longo prazo antes da data do BP, tornando o passivo vencido e pagável à ordem do credor, Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 26 o passivo deverá ser classificado como circulante. Mesmo que o credor tenha concordado, após a data do balanço e antes da data da autorização para emissão das DCs, em não exigir pagamento antecipado, o passivo passa para circulante. Se essa concordância aconteceu antes da data do BP, pode-se manter o passivo como não circulante. Aqui vale a pena definir “covenant”: é um termo citado no CPC para definir as obrigações contratuais em operações de tomada de recurso pela entidade. Eventos que se ocorrerem entre a data do balanço e a data em que as DCs forem autorizadas para serem emitidas,não originam ajustes nas DCs (ou seja, o passivo fica como circulante mesmo): refinanciamento para uma base de longo prazo; retificação de quebra de covenant de empréstimo de longo prazo; e concessão por parte do credor de dilação de prazo para retificar a quebra de covenant de empréstimo de longo prazo. 2.3.2 - Passivo Não Circulante Conteúdo do grupo Receitas diferidas Debêntures LP Provisões Obrigações de Longo prazo (-) Juros a transcorrer - retificadora (-) Encargos financeiros a transcorrer – retificadora (-) Custos de transação a apropriar - retificadora (-) Custo de receitas diferidas a apropriar - retificadora Resultado de exercícios futuros (REF) foi extinto e o saldo existente em 31/12/2008 deverá ser reclassificado para o passivo não circulante em conta receita diferida. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 27 2.3.3 – Provisões Na visão do CPC, provisão é um passivo de prazo ou valor incertos. Por isso, é inapropriada a utilização do termo “provisão” para definir itens como depreciação, redução ao valor recuperável de ativos e créditos de liquidação duvidosa. Tais itens são, na essência, ajustes dos valores contábeis de ativos e não são tratados como provisões pelo CPC. O que diferencia as provisões de outros passivos como contas a pagar e apropriações por competência é a incerteza que existe, no caso da provisão, sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação. Provisões São reconhecidas como passivo, pois se pode fazer uma estimativa confiável de seu valor e é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação. Reconhecimento da Provisão Uma provisão deve ser reconhecida quando: a entidade tem uma obrigação presente como resultado de evento passado; e seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. As três condições devem ser atendidas. Passivo contingente Caso falte uma das condições para o reconhecimento de uma provisão, temos um passivo contingente. A entidade não deve reconhecer um passivo contingente. O passivo contingente é divulgado em NE, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 28 Passivos contingentes Não são reconhecidos como passivo porque: ainda não são obrigações pois são apenas possíveis (e não prováveis) ou são obrigações presentes mas não satisfazem os critérios de reconhecimento porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos para liquidar a obrigação ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação A diferença entre possível e provável é dada por maior ou menor probabilidade de ocorrer. Normalmente as bancas falam em possível e provável, mas, em termos numéricos, 51% de chances de ocorrer é provável, 49% é possível. 2.4 - Patrimônio Líquido Conteúdo do Grupo Capital social (-) Capital integralizar - retificadora Reservas de capital Reservas de lucros (-) Ações em tesouraria - retificadora (-) Prejuízos acumulados - retificadora Ajustes de avaliação patrimonial credores (-) Ajustes de avaliação patrimonial devedores – retificadora Lucros acumulados – só pode existir transitoriamente Participação dos não controladores - só existe na consolidação Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 29 2.4.1 - Capital Social É a parte do PL que representa o valor das ações subscritas da sociedade. Divide-se em integralizado (ou realizado) e não integralizado (não realizado). Quando a entidade resolve constituir ou aumentar seu capital, ela o faz com a colocação de ações no mercado. As ações subscritas são aquelas que alguém já se comprometeu a adquirir, e formam o capital subscrito. Para que o capital seja considerado integralizado, é necessário que aqueles que subscreveram ações transfiram para a sociedade o valor correspondente à sua parcela no capital. Enquanto isso não é feito, temos uma parte do capital que fica designada como “a integralizar” ou “a realizar”. 2.4.2 - Ajustes de avaliação patrimonial Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos na 6404 ou em normas da CVM. 2.4.3 - Ações em tesouraria As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 2.4.4 - Lucros ou prejuízos acumulados A conta de lucros acumulados só existe durante o exercício. No fechamento do balanço o lucro porventura apurado deve ser totalmente destinado a reservas ou distribuído, encerrando-se a conta. Se houver prejuízo acumulado, este deve aparecer no PL. Absorção do Prejuízo Os prejuízos apurados devem ser absorvidos obrigatoriamente e na seguinte ordem de contrapartida: Lucros acumulados Reservas de lucros Reserva legal Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 30 Utilizados os saldos das contas obrigatórias e ainda remanescendo prejuízo, este poderá ser absorvido em contrapartida de: Reservas de capital. 2.4.5 - Participação dos não controladores Na consolidação do BP de investidoras, a participação dos acionistas não controladores deverá aparecer destacada em conta no PL. Veremos isso na aula de consolidação. 2.4.6 - Reservas Reservas são itens do PL. Vamos dar uma passada por cada uma delas. Reservas de capital Reservas de capital representam acréscimos ao patrimônio líquido que não transitam pela conta de resultado da companhia. 6404 Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; Então temos três reservas de capital: Ágio obtido na emissão de ações; Produto da alienação de partes beneficiárias; Produto da alienação de bônus de subscrição. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 31 Só temos três reservas de capital Ágio obtido na emissão de ações; Produto da alienação de partes beneficiárias; Produto da alienação de bônus de subscrição. Partes beneficiárias São títulos negociáveis emitidos pela companhia, sem relação com o capital social e sem valor nominal. Conferem aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais. A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formaçãode reserva para resgate, se houver, não ultrapassará 10% dos lucros. Bônus de subscrição A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto, títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição“. Estes conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. Prêmio obtido na emissão de debêntures e doações e subvenções governamentais não são mais considerados Reservas de Capital. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 32 Subvenções As doações e subvenções condicionais são classificadas como “a apropriar” no passivo não circulante. Se forem incondicionais são reconhecidas diretamente como receita. Prêmio na Emissão de Debêntures Prêmio na emissão de debêntures ou de outros títulos e valores mobiliários é o valor recebido que supera o de resgate desses títulos na data do próprio recebimento ou o valor formalmente atribuído aos valores mobiliários. São reconhecidos como passivos não circulantes “a apropriar”. Reservas de Lucros São as seguintes: Reserva legal Reserva estatutárias Reserva para contingências Reserva de incentivos fiscais Reserva de retenção de lucros Reserva de lucros a realizar Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos Reserva Legal Sua finalidade é a proteção do capital social e é obrigatória por lei. É constituída com 5% do lucro líquido do exercício (LLE). Forma de cálculo geral: 5% x (LLE – Prejuízos acumulados) Temos aqui 3 regras que são de conhecimento obrigatório para vocês, meus caros! Limite máximo obrigatório: 20% do Capital Social é o máximo! A reserva legal só pode ser constituída até esse valor. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 33 Constituição opcional da reserva legal: Se reserva legal + reservas de capital maior ou igual a 30% do Capital Social, a empresa pode deixar de fazer a constituição da reserva. A reserva legal só pode ser utilizada para duas finalidades: compensar prejuízos ou aumentar o capital social Reservas estatutárias São reservas criadas pelo estatuto da empresa para finalidades diversas. 6404 - Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e estabeleça o limite máximo da reserva. A reserva estatutária não poderá ser aprovada em prejuízo da distribuição dos dividendos obrigatórios. Ou seja, só se cria a reserva se os dividendos estiverem pagos. Reservas de contingências Sua finalidade é preservar a distribuição de dividendos. 6404 Art. 195 - A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 34 Reservas de incentivos fiscais Art. 195 A - A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório. Para essa reserva podem ir os lucros advindos de doações e subvenções recebidas e já apropriadas. Reservas de retenção de lucros 6404 Art. 196 - A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. Trata-se de reserva que é constituída para financiar os planos de investimento da sociedade. Essa também não pode ser constituída em prejuízo do pagamento de dividendos. Reservas de lucros a realizar 6404 Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. Podem ser descontados do cálculo, pois não se consideram realizados os lucros provenientes de: resultado líquido positivo da equivalência patrimonial o lucro cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 35 Exemplo: receitas à vista 200 receitas de curto prazo 100 receitas de longo prazo 50 receitas de MEP 450 LLE 800 Lucro não realizado 500 (MEP + LP) Lucro realizado 300 Dividendos 40% do LLE 320 Teria que pagar 320, mas como só realizou 300, paga os 300 e constitui reserva de lucros a realizar no valor de 20. Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos Seu intuito é preservar a condição financeira da entidade. 6404 Art. 202 ... O dividendo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. Os lucros que deixarem de ser distribuídos por esse motivo serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia. Limite para reservas de lucro O somatório das reservas de lucros, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. Não entram nesse cálculo: (logo, não possuem limite) reservas de contingências reservas de incentivos fiscais reservas de lucros a realizar Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 36 Reserva de reavaliação Não pode mais ser feita. Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social em que esta lei entrar em vigor. Bem, por hoje basta de teoria! Vamos exercitar os conhecimentos. Vamos adiante!!! Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 37 Exercícios Resolvidos 1 – Cespe 2013 Bacen - Do total do capital subscrito na constituição de uma sociedade, pelo menos 5% devem ser integralizados em dinheiro; e o restante, em bens que possam ser avaliados em dinheiro. Errado. Vamos ver o que diz a lei 6404 sobre a constituição inicial do capital social: Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimentodos seguintes requisitos preliminares: I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social. O mínimo a ser integralizado em dinheiro é de 10%, podendo esse percentual ser maior caso lei específica assim exija. Gaba: E 2 – Cespe 2013 Bacen - No balanço patrimonial de uma empresa constituída no exercício de 2012, as aplicações de recursos em gastos pré-operacionais são classificadas no ativo não circulante. Caros, esta trouxe um conceito que não mais existe na Contabilidade: o reconhecimento de despesas pré-operacionais como ativo diferido. Essa conta ainda existe, mas com novo tratamento. Professor, o que seria certo hoje, com as novas regras? Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 38 Despesas pré-operacionais podem se tornar simplesmente despesas (e é esse o caso se nada for falado) ou podem se transformar em parte do custo do ativo, e passarem a fazer parte de seu valor (isso tem que estar expresso). Essa integração ao valor ativo acontece no caso de despesas relacionadas ao processo de preparação de máquinas e equipamentos para deixá-los em condições de operar. Nesse caso os gastos são integrados ao custo do imobilizado. Veremos em aulas futuras que no valor de um imobilizado estão presentes todos os gastos vinculados à sua aquisição ou construção e todos os necessários para colocá-los em condições de funcionamento (transporte, seguro, tributos não recuperáveis, montagem, testes, e outros). No caso de despesas pré-operacionais relacionadas à administração e às vendas e também às atividades que se realizam para deixar as instalações em condições normais de operação temos, simplesmente, despesas normais do exercício. Vocês já devem ter reparado que quando se fala em contas de clientes, fornecedores, contas a pagar, contas a receber, empréstimos, estamos classificando tudo no circulante (curto prazo). Façam sempre assim. Quando for não circulante (longo prazo), a banca vai dar alguma sinalização, exceto, é claro, se estivermos tratando daquelas contas que obrigatoriamente devem ficar no não circulante. Gaba: E 3 – Cespe 2013 Bacen - A provisão para devedores duvidosos é uma conta retificadora do ativo circulante constituída com base no princípio da prudência. A assertiva dessa questão foi dada como errada pela banca, e o gabarito não foi alterado. Julgo que eles tenham se apegado ao termo “ativo circulante”, haja vista que a PDD pode ser retificadora do AC ou do ANC, a depender da conta que está retificando. Vamos ver o que é a PDD ou EPCLD? Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 39 Expectativa de perda com clientes de liquidação duvidosa EPCLD Essa é uma conta de provisão para perdas por inadimplência na carteira de títulos a receber, mais conhecida como PDD – Provisão para devedores duvidosos. Esse nome não é mais adequado, pois o CPC entende que não se trata de uma provisão na acepção essencial do termo. A EPCLD é uma retificadora da conta duplicatas a receber (que existe tanto no AC quanto no ANC – RLP), e deve ser constituída como uma reserva para possíveis perdas, em atendimento aos princípios da prudência (principalmente) e da competência (complementarmente). A EPCLD jamais deve ser constituída com valores além ou aquém do necessário, sob pena de afetar-se a neutralidade e, por conseguinte, a utilidade da informação. Lembrem-se de que a neutralidade deve sempre ser observada, exceto nos casos em que a mudança de metodologia para a produção de informação neutra implique relação incabível de custo benefício. Contudo, em questões de prova, essa exceção deverá estar bem expressa no enunciado, caso contrário devemos considerar que qualquer falha na neutralidade implica a perda da utilidade da informação. Usualmente é aceito pela maioria dos examinadores que a contrapartida da EPCLD (e das demais provisões) seja sempre uma despesa. Gaba: E 4 – Cespe 2013 Bacen - A empresa Alfa realizou investimento no momento da constituição da empresa Beta no valor total de $ 5.000,00 em ações ordinárias, sem mais-valia nem goodwill. O capital total de Beta ・de $ 15.000,00, representado somente por ações ordinárias. Durante o exercício, Beta incorporou ao seu patrimônio líquido o valor de $ 3.000,00, referente aos lucros gerados e não distribuídos. No exercício seguinte, Alfa realizou isoladamente um aumento de capital em Beta no valor de $ 5.000,00. Após essa integralização, o patrimônio líquido de Beta passou a ser representado pelo capital de $ 20.000,00 (somente ações ordinárias) e o lucro do exercício anterior totalmente incorporado à reserva de lucros. Nessa situação, o ativo de Alfa deve apresentar o valor reconhecido de $ 11.500,00 como investimento realizado em Beta. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 40 Vamos analisar os fatos: Situação inicial Capital de Beta: 15 000 Participação de Alfa: 5000 ou 1/3 Final do exercício: Capital de Beta: 15 000 Reserva de lucros: 3 000 (lucros gerados e não distribuídos) Participação de Alfa: 5 000 ou 1/3 Alfa aumenta participação integralizando, sozinha, 5000. Nova situação: Capital de Beta: 20 000 Reserva de lucros: 3 000 Participação de Alfa: 10 000 ou 50% PL total = 23 000 Investimento de Alfa, reconhecido pelo MEP: 11 500 (50% do PL de Beta) Gaba: C 5 – Cespe 2013 MPU - Segundo a legislação societária, os direitos cujo objeto sejam mercadorias devem ser avaliados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior. Essa regra é um exemplo da aplicação, na contabilidade, do princípio da prudência. Correto. Essa forma de avaliação, que estudamos nas aulas anteriores, nada mais é do que a aplicação de um dos aspectos do princípio da prudência, que determina, para os ativos, a utilização do menor valor entre dois conhecidos. Gaba: C Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 41 6 – Cespe 2013 Bacen - O custo corrente de um ativo representa o valor, em caixa ou equivalentes de caixa, que deveria ser pago para que esse ativo ou um ativo equivalente fosse adquirido na data ou no período das demonstrações contábeis. O gasto necessário para a reposição dos estoques de uma empresa na data do balanço é um exemplo de custo corrente. Correto. Vamos recordar? Bases de Mensuração Ativo Passivo Valor é descontado? Custo Histórico Valor na data da aquisição Valor recebido ou valor para liquidar no curso normal das operações Não Custo Corrente Valor para adquirir na data do balanço Valor para liquidar na data do balanço Não Valor Realizável Valor obtido pela venda de forma ordenada Valor para liquidar no curso normal das operações Não Valor Presente Valor presente do fluxo de entradas esperado no curso normal Valor presente do fluxo de saídas para liquidar no curso normal Sim ValorJusto É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos. Gaba: C 7 – Cespe 2013 Bacen - Os empréstimos concedidos a sociedades coligadas e controladas, realizáveis no curso do exercício social subsequente e que não sejam caracterizados como negócios usuais na exploração do objeto social da companhia, devem ser classificados no ativo circulante. Errado. Esse tipo de empréstimo fica no ANC – RLP. Ativo na 6404 No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 42 No ativo não circulante - realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; Gaba: E 8 – Cespe 2013 Bacen - As reservas para contingências destinam-se a compensar, no futuro, a diminuição do lucro da companhia advinda de perdas julgadas prováveis, cujo valor possa ser estimado. Essas reservas devem ser revertidas no exercício em que ocorrer a perda ou quando as razões que justificaram a constituição da reserva deixarem de existir. Certo! Reservas de contingências Sua finalidade é preservar a distribuição de dividendos. 6404 Art. 195 - A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda. Gaba: C Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 43 9 – Cespe 2013 Bacen - A reserva de lucros a realizar pode ser constituída no exercício em que o valor do dividendo obrigatório ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício. Nessa condição, o valor da reserva de lucros a realizar, se constituída pela empresa, será igual à diferença entre o montante do dividendo obrigatório e a parcela realizada do lucro líquido do exercício. Certo! Reservas de lucros a realizar 6404 Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. Podem ser descontados do cálculo, pois não se consideram realizados os lucros provenientes de: resultado líquido positivo da equivalência patrimonial o lucro cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório. Gaba: C 10 – Cespe 2013 Bacen - Os fundos de comércio adquiridos, quando destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, devem ser reconhecidos no ativo imobilizado. Errado. Já sabemos que fundo de comércio fica reconhecido no intangível. Ativo Não Circulante – Intangível São direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Estudaremos o intangível em detalhes em aulas futuras. Gaba: E Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 44 11 – Cespe 2013 Bacen - Uma empresa que recorra a uma instituição financeira para realizar uma operação de descontos de duplicatas deverá reconhecer, no ato da contratação da operação, uma despesa financeira, cujo valor será igual à diferença entre o valor das duplicatas descontadas e o valor liberado como empréstimo pela instituição financeira. Errado. A despesa será apropriada ao longo do tempo, em atendimento ao princípio da competência. Vamos ver um exemplo: A empresa tem várias duplicatas a receber em carteira, e resolve descontar algumas delas, com vencimento em 30 dias, no valor de 200, junto ao banco, com juros de 5% ao mês. Temos 3 formas de representar esse evento. Lançamento atual, segundo os ditames do CPC. D Caixa 190 D Juros a transcorrer (retific Dupls descontadas) 10 C Duplicatas descontadas (Passivo) 200 Fique atento. Devido à prevalência da essência sobre a forma, as duplicatas descontadas passaram a ser consideradas uma obrigação da empresa, pois ela pega junto ao banco um dinheiro que não é seu. Até há pouco tempo as contas de duplicatas descontadas e juros a transcorrer ficavam no ativo. Duplicatas descontadas era retificadora de duplicatas a receber, e os juros eram despesa antecipada. Anotem o entendimento da banca, que considerou errada a seguinte forma de registrar a operação, que ainda é pedida por algumas outras bancas. Nessa forma, os juros vão direto para o resultado, vamos ver. D Caixa 190 D Despesa de Juros 10 C Duplicatas descontadas 200 Gaba: E Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 45 12 – Cespe 2013 Bacen - A amortização de dívida com desconto é evento que provoca os seguintes impactos no patrimônio da entidade que efetuou o pagamento: crédito em conta de disponibilidades, débito em conta de passivo e débito em conta de resultado pelo reconhecimento de despesa financeira. Errado. Vamos ver o que acontece em um pagamento com obtenção de desconto. Valor da dívida: 100 Valor do desconto: 10 Valor pago: 90 Lançamento correto: D Conta a pagar 100 C Caixa 90 C Receita financeiro 10 Lançamento errado que a banca apresentou: D Conta a pagar D Despesa financeira C Caixa Esse lançamento ocorreria se estivéssemos pagando uma conta com acréscimo de juros, e não com concessão de desconto. Gaba: E 13 – Cespe 2013 Bacen - O balanço patrimonial deverá ser assinado pelos integrantes do conselho de administração em conjunto com o contador legalmente habilitado. Errado. Vamos ver o que diz a 6404: Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 46 Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência ... § 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. ... O conselho de administração não se confunde com a administração (diretoria). Gaba: E 14 – Cespe 2010 TRE BA - A provisão para créditos de liquidação duvidosa fundamenta-se no princípio contábil da prudência, que considera, entre as opções aceitáveis, o menor ativo. Correto. Inseriesta questão apenas para complementar o assunto da EPCLD visto na questão acima. Vejam que aqui a banca falou apenas em ativo (sem citar se é circulante ou não). Mais uma vez a conta é associada ao princípio da prudência. Gaba: C 15 - Cespe 2011 CBM DF - Julgue os itens seguintes, relativos ao custo para tomada de decisões e às demonstrações contábeis. A reserva de capital, composta pelas contas de ágio na emissão de ações, alienação de partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição, é representada por valores recebidos pela empresa que transitaram no resultado do exercício. Reservas de capital Reservas de capital representam acréscimos ao patrimônio líquido que não transitam pela conta de resultado da companhia. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 47 Só temos três reservas de capital Ágio obtido na emissão de ações; Produto da alienação de partes beneficiárias; Produto da alienação de bônus de subscrição. Gaba: E 16 - Cespe 2011 PC ES - Para fim de registro e mensuração contábil dos elementos patrimoniais de uma entidade, é indiferente se esta pretende continuar com suas atividades por prazo indefinido ou encerrá-las em data preestabelecida no futuro próximo. Errado. As DCs são elaboradas com base no pressuposto da continuidade das operações da entidade. Caso haja expectativa de fim de atividades ou de operação por tempo determinado, regras específicas devem ser aplicadas. Gaba: E 17 - Cespe 2011 TJ ES - Diversos são os tipos de usuários interessados nas informações contidas nas demonstrações contábeis das entidades. Um desses grupos é constituído pelos clientes, cujo interesse é tanto maior quanto maior forem a sua dependência e a concentração nos fornecimentos de algumas poucas entidades. Usuários das DCs As DCs são elaboradas para usuários externos em geral, com finalidades distintas e necessidades diversas. O objetivo das DCs é fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações diversas por parte dos usuários em geral, sem atender a nenhuma necessidade específica. A hipótese levantada no enunciado é bastante real. Gaba: C Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 48 18 - Cespe 2011 TJ ES - Com base na legislação das sociedades por ações, julgue os itens a seguir. Quando a legislação tributária permitir que a sociedade adote critérios diversos dos prescritos pelos princípios contábeis, que lhe sejam mais favoráveis na apuração dos tributos devidos, essa pessoa jurídica deverá proceder a ajustes na sua escrituração mercantil, mencionando as circunstâncias em nota explicativa. Venho dizendo isso desde a aula 00. As bancas adoram afirmar que as DCs se destinam aos usuários internos ou que as autoridades tributárias podem determinar que as demonstrações sejam feitas da maneira x ou y. Isso está errado. Se a autoridade tributária estabelece uma forma diferente de apurar alguma coisa (como no caso do lucro real, lembram?), isso deve ser feito sem afetar as DCs. Gaba: E 19 - Cespe 2011 TJ ES - Na formalização do aumento de capital de uma companhia, o adiantamento de capital correspondente será baixado, mediante lançamento a débito, creditando-se o capital social. Vamos ver do que o examinador está falando. Vai haver um aumento de capital, e um sócio adianta valores para a sociedade, com o intuito de participar dessa operação, cuja formalização vai acontecer a posteriori. Vejamos os lançamentos: No adiantamento: D Disponibilidades C Adiantamento para integralização de capital (Passivo) Na formalização do aumento de capital: D Adiantamento para integralização de capital (Passivo) C Capital Social Certo, portanto, o enunciado. E se o pagamento acontecesse na formalização? D Disponibilidades C Capital Social Gaba: C TONY Realce Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 49 20 - Cespe 2011 TJ ES - Com base na legislação das sociedades por ações, julgue os itens a seguir. As notas explicativas que complementam as demonstrações financeiras compreendem não só as informações obrigatórias não contidas nas próprias demonstrações, como também informações adicionais quando o conteúdo das demonstrações for insuficiente. Confuso, mas está correto. Vejam, as NEs só podem ter duas coisas: Informações sobre itens que estão nas DCs, complementando a informação sobre eles. Informações sobre itens que não atenderam aos critérios para reconhecimento, mas que foram considerados importantes. Nesse caso pode-se entender que o conteúdo das DCs é insuficiente para a análise completa, sendo necessárias as NEs. Gaba: C 21 - Cespe 2011 Correios - Julgue os seguintes itens, relativos ao reconhecimento de passivos e suas provisões. Deve-se registrar em conta de passivo uma obrigação presente que provavelmente requeira um sacrifício de ativos. Perfeito. Relembrem a definição de passivo da aula inicial. Devemos registrar quando se tratar de uma obrigação presente que provavelmente requererá a saída de benefícios econômicos (sacrifício de ativos) para a sua liquidação. Gaba: C 22 - Cespe 2011 Correios - Quando uma obrigação presente ou possível provavelmente não exija sacrifício de ativos, o reconhecimento de qualquer provisão é inexigível. Entretanto, exige-se a divulgação como passivo contingente. Passivo contingente Caso falte uma das condições para o reconhecimento de uma provisão, temos um passivo contingente. A entidade não deve reconhecer um passivo contingente. Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 50 O passivo contingente é divulgado em NE, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos. Passivos contingentes Não são reconhecidos como passivo porque: ainda não são obrigações pois são apenas possíveis (e não prováveis) ou são obrigações presentes mas não satisfazem os critérios de reconhecimento porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos para liquidar a obrigação ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação Gaba: C 23 - Cespe 2011 Correios - A divulgação de um passivo contingente é feita no grupo de passivos não circulantes. Acabamos de ver que o passivo contingente é divulgado em NEs. Gaba: E 24 - Cespe 2011 Correios - Acerca da estrutura conceitual para elaboração e apresentação de demonstrações contábeis, conhecida como CPC 00 e recepcionada pelo Conselho Federal de Contabilidade, julgue os itens a seguir. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração de mutações do patrimônio líquido, a demonstração de fluxo de caixa, a demonstração de valor adicionado e as demonstrações e relatórios de análise gerencial. DCs requeridas na visão do CPC O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: Contabilidade para Analista do TRE PE Teoria e Exercícios – Aula 06 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 51 BP - balanço patrimonial; DRE - demonstração do resultado; DRA - demonstração do resultado abrangente; DMPL - demonstração das mutações do patrimônio líquido; DFC - demonstração dos fluxos de caixa; NE - notas explicativas (políticas contábeis e outras informações); DVA