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Filoso�a da linguagem Aula 6: Linguagem sob o prisma pragmático Apresentação Ilustraremos nesta aula a in�uência do �lósofo austríaco Ludwig Joseph Wittgenstein, que, ao abrir as portas para a concepção de linguagem segundo o paradigma da práxis, a mostrou como um jogo social e extremamente instável – e, ainda assim, muito bem entendido pelos seus participantes. Wittgenstein ilustrou como os signi�cados na língua funcionam como lances de uma partida de tênis: apesar de a bola subir o quanto os jogadores quiserem, o jogo continua. Para o �lósofo, tal metáfora mostra que não há regras pétreas e imutáveis para as signi�cações das palavras, dos atos de fala, dos textos e da comunicação em si: o jogo da signi�cação é dado pela próxima jogada dos próprios envolvidos no ato. Enquanto alguém estiver jogando, os signi�cados estarão acontecendo, mudando, sendo extintos ou ressigni�cados. Em suma, distinguiremos nesta aula que o signi�cado está no uso que os falantes fazem das palavras. Objetivos Identi�car em Wittgenstein o corte epistemológico com a tradição representacionista de estudos da linguagem; Relacionar o pensamento da �loso�a wittgensteiniana com as abordagens teóricas dos �lósofos anteriores; Reconhecer em Wittgenstein o início de um pensamento pós-estruturalista de linguagem. Primeiras palavras Durante a maior parte do curso, vimos diversos estudos – mesmo os que não eram especi�camente linguísticos – sobre a linguagem tratando-a como uma mera forma de representar as coisas do mundo ao nomear os seres e as sensações. Ela era, en�m, uma etiqueta de classi�cação com os nomes das coisas. Ao nos depararmos com o ponto de vista inovador de Giambattista Vico, já pudemos contemplar uma forma diferente de concepção de linguagem muito mais ligada à práxis que à concepção naturalista, vista, por exemplo, nas primeiras aulas sobre os gregos. No entanto, realizaremos agora um corte epistemológico de�nitivo no que concerne aos estudos da linguagem, especialmente em relação ao signi�cado. O �nal do século XIX e o início do XX trouxeram uma série de inovações no pensamento �losó�co, cientí�co, político, e – por que não? – linguístico. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Exemplo As publicações polêmicas de Friedrich Nietzsche, as ideias revolucionárias de Sigmund Freud, as mudanças ideológicas em diversas nações, o nascimento de uma ciência chamada Linguística, com os escritos de Ferdinand de Saussure e o período entreguerras. Figura: Edição original do Curso de linguística geral. Quando Saussure lançou, em 1916, a obra Curso de Linguística Geral, pela primeira vez pudemos veri�car a língua sendo concebida como um sistema independente, apto a estudos cientí�cos e análises precisas – en�m, um objeto de pesquisa. Porém, mesmo evocando os conceitos do que se chamaria Estruturalismo, o linguista ainda não romperia de�nitivamente com um modelo representativo de língua. Essa tarefa coube principalmente ao �lósofo Ludwig Joseph Wittgenstein – em particular, na segunda fase de seu pensamento. Em 1953, seu livro Investigações �losó�cas trouxe conceitos inovadores, como os de jogos de linguagem e função social inerente à língua – diferentemente de Saussure, que excluiu a fala de sua ciência linguística exatamente por ser ela social, e não individual. O primeiro Wittgenstein Tractatus logico-philosophicus foi a primeira obra de Wittgenstein com um vultoso teor �losó�co. Neste livro, o �lósofo basicamente tentou explicar de que forma a linguagem consegue representar o mundo. Ainda bebendo das águas do pensamento lógico do século XIX (tema da aula passada), ele desenvolveu diversas metáforas para explicitar sua teoria: em uma delas, retrata o pensamento como o espaço da linguagem, tal uma maquete, enquanto a língua seria a representação �gurativa dos fatos. Apesar de possuir uma linguagem bastante moderna e dinâmica, não há, de fato, nenhuma novidade �losó�ca nesta obra no que diz respeito ao paradigma linguístico adotado: Wittgenstein discorreu basicamente sobre o modelo representacionista da língua e suas implicações. Isso não signi�ca que a primeira fase de seu pensamento já não trouxesse diversas concepções interessantes que futuramente abririam caminho para um pensamento mais radical da linguagem: o �lósofo, a�nal, já serem verdadeiras) das tautologias e das contradições. Ambas são proposições complexas sem relação com a realidade, embora possuam, respectivamente, os dois valores a ela relativos: verdadeiro (tautologias) e falso (contradições). Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Wittgenstein gerou uma grande polêmica ao defender a impossibilidade de se falar sobre temas místicos – como, por exemplo, Deus –, pois eles são destituídos de signi�cação lógica. Notemos como, querendo ou não, o �lósofo austríaco retomava a teoria de Santo Agostinho ao destacar tal impossibilidade: a diferença é que, segundo o �lósofo medieval, embora fosse impossível dizer algo sobre o Criador, era necessário tentar; já para sua contraparte moderna, essa tentativa constituía um contrassenso por estar ela fadada ao fracasso. Figura: Esta é a edição inglesa da primeira obra de importância filosófica do pensador austríaco Ludwig Wittgenstein. Apesar de ainda não romper de�nitivamente com o pensamento representacionista de linguagem, Wittgenstein já apontava problemas na nossa língua humana que eram camu�ados pelos �lósofos anteriores, chegando a a�rmar: “sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar”. (WITTGENSTEIN, 1961, VII) Portanto, assim como nem toda linguagem é capaz de representar o mundo, tampouco todo nome poderá nomear as coisas de acordo com suas essências. Segundo o �lósofo austríaco, a linguagem, então, é incapaz de nos oferecer integralmente a verdadeira natureza das coisas. Veremos a seguir que o (assim chamado) segundo Wittgenstein foi muito mais radical na ruptura com esse modelo de pensamento �losó�co. O segundo Wittgenstein Podemos veri�car, particularmente neste período, um movimento claro da representação para a práxis. Na obra Investigações �losó�cas, é claramente desenhada a recusa da linguagem concebida por estruturas conforme predizia Saussure em seu Curso de Linguística Geral. Observaremos no livro de Wittgenstein uma ruptura muito forte com as ideias das linhas teóricas anteriores, pois, enquanto os teóricos da representação a�rmavam estar o signi�cado habitado na própria palavra, os �lósofos ligados às ideias wittgensteinianas percebem que nossa mente já traz uma linguagem própria para desvendar os eventos do mundo. Portanto, a�rmava Wittgenstein, ‘‘o signi�cado de uma palavra é seu uso na linguagem’’. (WITTGENSTEIN, 2012, § 43) Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Já a linguagem, ao contrário do que se pensava, não é portadora de uma essência, tampouco de estruturas e regras �xas. Esse é o legado que as linhas constantes das Investigações �losó�cas vão deixar nos estudos de �loso�a da linguagem. Para Wittgenstein, a frase compreendida não existe em algum lugar, pronta e infalível, pois não há uma forma ideal de decodi�cação, conforme pudemos identi�car nas primeiras aulas ao estudar Crátilo, de Platão. O ato de compreensão não é tido enquanto algo somente mental, como se a língua tivesse uma existência independente dos que a usam; para Wittgenstein, usando a sua metáfora do jogo da linguagem, é o próximo lance da partida instituída pelos falantes que de�nirá se o jogo da linguagem acontece. (WITTGENSTEIN, 2012, § 421) Em uma comunicação na qual o que está em questão é o valor de verdade, há uma premissa de que a linguagem possua um télos, ou seja, um �m ou um objetivo estritamente agregado a seu signi�cado intrínseco; no entanto, segundo a premissa presente na obra wiitgensteniana, o resultado é veementemente negado. Não há uma uniformidade nas letras ou nos sons, pois a linguagem, sob o ponto de vista da práxis, é tidacomo forma de vida para o �lósofo – e, para isso, não há uma bula com todas as instruções possíveis para se viver. Para retratar bem essa postura radical de Wittgenstein, podemos transcrever das Investigações �losó�cas estas palavras esclarecedoras: "Mas então o emprego da palavra não está regulamentado; o ‘‘jogo’’ que jogamos com ela não está regulamentado. Ele não está inteiramente limitado por regras; mas também não há nenhuma regra que prescreva até que altura é permitido lançar a bola nem com quanta força; mas o tênis é um jogo e tem regras." - (WITTGENSTEIN, 2012, § 68) Vamos estabelecer agora uma conexão com a terceira aula do nosso curso? Você se lembra de quando falamos sobre o apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso? Em sua investida crítica contra a maneira como os seus irmãos judeus concebiam a natureza divina, Paulo também combatia todo um sistema de crenças políticas e �losó�cas vigentes, a�rmando que as transgressões só eram consideradas desvios porque se supunha haver um signi�cado primeiro para as palavras. O apóstolo combateu justamente esse signi�cado intrínseco ao atacar a ideia da letra como fundamento, defendendo as transgressões como consequências naturais da própria lei. Sobre esse reducionismo semântico da letra da lei, o �lósofo moderno pontuava que "o significado está no uso. [...] Um ideal de exatidão não está previsto; não sabemos o que devemos nos representar por isso – a menos que você mesmo estabeleça o que deve ser assim chamado. Mas ser-lhe-á difícil encontrar tal determinação; uma que o satisfaça." - (WITTGENSTEIN, 2012, § 43, 88) Wittgenstein pensava a linguagem enquanto práxis da mesma forma como é a vida: algo que acontecia espontaneamente, não portando em si uma essência, estruturas prontas ou uma regularidade sem ligação com os fatores históricos e sociais. Ao contrário: só se conseguia compreender seu signi�cado por meio do uso. Sob o ponto de vista da práxis, ela é tida como forma de vida: só se compreende a palavra, a frase, o texto ou a sentença quem agir sobre todas essas coisas. Ainda incomodado com o pensamento majoritariamente reducionista quanto aos estudos linguísticos, ele questionava: "mas não compreende a ordem [...] aquele que age de acordo com ela?" - (WITTGENSTEIN, 2012, § 6º) Um caminho pós-estruturalista Nos estudos de Wittgenstein, nascia um ideário pós-estruturalista no âmbito da linguagem materializado no corte epistemológico com a ideia representacionista até então em vigor. As abordagens que o �lósofo austríaco traçava nas linhas de sua revolucionária obra se con�guraram um movimento claro de ampliação dos compêndios estruturalistas, que, para Wittgenstein, já não davam conta da linguagem como ela de fato é: um organismo vivo e pulsante. O movimento wittgensteiniano de migração da representação para a práxis e a recusa de uma linguagem concebida por estruturas ganharam outros adeptos pela Europa. Exemplo Jacques Derrida, um argelino radicado na França, foi um dos pensadores de maior destaque nessa área de estudos. Suas re�exões serão analisadas nas próximas aulas. Já outros pensadores, como Deleuze, Guatarri, Beckett e Joyce, tomaram como base as ideias de Wittgenstein para fundar o Pós-estruturalismo. Você se lembra dos problemas enfrentados pelos �lósofos da Lógica que foram citados na aula passada? Tais questões – as várias interpretações para uma mesma sentença – foram abordadas nas duas fases de estudo de Wittgenstein; entretanto, na obra Investigações �losó�cas, elas puderam ser enxergadas segundo o fundamento dos seus estudos pragmático-discursivos. Graças a esses estudos, pôde-se observar uma ruptura quase que absoluta com o legado estruturalista. Só não diremos que ela foi absoluta porque essa missão �cará a cabo de outros �lósofos contemporâneos, que abalarão completamente o sentido próprio da palavra. Wittgenstein – e isso é importante que seja dito – não vai negar que as palavras exerçam essa função de representação do mundo, mas o ganho de sua obra é a de�nição de alguns pontos divergentes do status quo: 1 A tese naturalista cai por terra: Se hoje temos palavras com signi�cados aceitos pelos diversos grupos sociais, é porque esses mesmos grupos convencionam que assim deve ser e, dentro do jogo da linguagem, vão construindo os sentidos. 2 Os sentidos não são estáveis, e sim voláteis; não são essenciais, mas convencionais. Uma palavra jamais terá a garantia de deter o mesmo signi�cado que possuía há um século, pois ele está no uso da língua. Na aula passada, abordamos esse problema da signi�cação diversa para um mesmo texto quando o autor de uma obra, ao fazer uma prova de múltipla escolha, errou todas as questões de interpretação do próprio texto. Quanto a essa distorção entre as visões de autor e leitor acerca de uma mesma obra, a concepção pragmático-discursiva nos ajuda a entender que a linguagem, em qualquer forma que se apresente (oral ou escrita), não possui uma semântica universal, unívoca e verdadeira. Sketch de Wittgenstein, por @Nanata (Shutterstock). Wittgenstein combatia o reducionismo semântico apregoado com tanta ênfase por estudiosos de linhas representacionistas, apresentando o ideário de uma linguagem sem essência, construída por um conjunto totalmente in�nito de práticas. Nós poderíamos dizer que, entre o autor do texto e o entendimento dos organizadores do gabarito da prova, não houve compreensão, haja vista a insatisfação do autor com o resultado obtido. Desse modo, observa-se que não há uma previsão do que é aceitável na comunicação; portanto, o entendimento não se dá pela decodi�cação dos símbolos linguísticos presentes em um texto, mas, conforme a�rma Wittgenstein, por saber dar o próximo lance na linguagem. Conforme já dissemos anteriormente, independentemente da força com a qual se rebate a bola num jogo de tênis ou da altura que ela atingir, o próximo lance será, com a raquete, jogar a bola para o outro lado. Ainda contra a rei�cação da linguagem, no que concerne à busca por um signi�cado ideal, Wittgenstein a�rmava que: "é preciso não esquecer que o jogo da linguagem é dizer o imprevisível, isso é: não se baseia em fundamentos. Não é razoável (ou irrazoável). Está aí como a nossa vida." - (WITTGENSTEIN, 1990, p. 599) Últimas considerações sobre Investigações �losó�cas Esta obra é responsável pela divisão que se faz da �loso�a de Wittgenstein em dois períodos: 1º Desvenda a essência da linguagem. 2º Refuta o anterior ao a�rmar que as tentativas de se desvelar a essência da linguagem estão fadadas ao fracasso. Expliquemos esse pessimismo de Wittgenstein: em sua obra Sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral, Nietzsche pontuou que o fracasso da busca por uma essência era consequência exatamente de não haver nenhuma a ser descoberta. Além da noção difundida em seu livro sobre os jogos da linguagem, Wittgenstein atribuía aos signi�cados sempre encontrados para algumas palavras a seguinte expressão: semelhanças de família. Resumidamente, podemos explicar esse conceito da seguinte forma: existem inúmeras palavras em uma língua, assim como in�nitas frases podem ser construídas com elas. No entanto, algumas palavras guardam certa semelhança de signi�cado entre si, como, por exemplo, sal e salgado. Isso pode gerar alguns mal-entendidos, pois elas vão ganhando novos signi�cados à medida que são usadas pelos falantes. Exemplo Posso entrar em uma padaria com uma amiga e dizer: “Não gosto dessa padaria, tudo é muito salgado”. E ela pode me responder: “Ah, mas eu pre�ro desse jeito. Vou comprar um”. Após se deliciar com uma coxinha maravilhosamente gostosa, ela vai pagar a conta no caixa e se surpreende com seu preço absurdamente caro. Em seguida, esbraveja: “Por que você não me disse que aqui tudo era caro? É loucura pagar essa fortuna por uma coxinha!”. Aí eu lhe respondo, sem entender: “Mas eu te falei que aqui os preços eram salgados!”. Apresentamos um problema de signi�cação da palavra salgado, que, segundoos dicionários, é aquilo salpicado ou impregnado de sal. Ainda assim, foi exatamente essa noção que causou o mal-entendido ocorrido no exemplo, pois havia outro signi�cado em jogo: o de algo muito caro. Repare que a signi�cação do dicionário é proveniente das semelhanças de família, pois possui relação com o radical sal. Essas famílias, porém, não são �xas; então, essas semelhanças também podem desaparecer com o passar do tempo. Exemplo Wittgenstein destacava famílias cujas crianças, quando eram muito pequenas, se pareciam com a mãe ou com o pai, mas, quando se tornassem adolescentes ou adultos, passavam a adquirir características próprias ou lembravam mais um avô. Para Wittgenstein, as palavras podem ganhar signi�cações novas, retomar signi�cados antigos ou se manter �éis às suas semelhanças de famílias com seus radicais mais comuns. Atividade 1. Analisando a disciplina Filoso�a da linguagem e os pensadores estudados no decorrer do curso, com que pensamento a teoria do segundo Wittgenstein guarda semelhança? a) Platão b) Aristóteles c) Santo Agostinho d) Frege e) Vico 2. O �lósofo austríaco Ludwig Wittgenstein foi considerado um dos mais importantes do século XX, em especial pelo legado que deixou para os estudos da linguagem. Ele consiste na ideia de que: a) A linguagem sempre possui um télos, um fim; por isso, ao usarmos uma palavra, existe a garantia dada pelo sistema linguístico de que seremos compreendidos. b) O significado das palavras não é algo imutável, mas acontece e se reinventa no uso da língua por parte dos falantes. c) As palavras, à medida que são usadas pelos falantes, adquirem novos sentidos, o que garante sempre o mal-entendido, de forma que as pessoas nunca se entendam, pois os significados variam cada vez que os falantes se comunicam. d) A linguagem é regida pelo modelo de representação em todos os seus fundamentos, especialmente nas comunicações orais. e) Nenhuma das respostas anteriores. 3. Sobre as duas principais obras de Ludwig Wittgenstein, analise as a�rmativas abaixo: I. O Tractatus logico-philosophicus traz a linguagem sob o paradigma da práxis. II. As Investigações �losó�cas retratam o esforço do �lósofo austríaco em desvendar a essência da linguagem. III. As duas obras de Wittgenstein tratam da linguagem sob o mesmo prisma, sendo que Investigações �losó�cas se trata da rati�cação do que se estuda no Tractatus. Estão corretas as alternativas: a) I e II b) II e III c) I e III d) III e) Nenhuma das alternativas 4. Na �loso�a da linguagem, costuma-se dizer que existe o primeiro Wittgenstein, mais jovem e com ideias muito diferentes do segundo Wittgenstein, mais maduro e com seu ponto de vista �losó�co bem de�nido. Mas essa divisão não é atribuída somente à idade ou à maturidade, mas, acima de tudo: a) Porque, nas primeiras obras, Wittgenstein acena com ideias muito parecidas com o cenário filosófico já existente no âmbito do pensamento linguístico, assumindo que a linguagem tem uma função de representação do mundo; já em uma fase posterior, ele refuta totalmente o que já foi dito, trazendo novas concepções de linguagem fundamentadas na práxis. b) Porque, nos primeiros momentos de sua filosofia, ele possuía uma veia muito radical, não sendo aceito por seus pares. Isso obrigou Wittgenstein a mudar de postura, desenvolvendo uma teoria da práxis que não se opusesse à vigente. c) Essa é uma divisão simbólica, muito particular dos estudantes da filosofia da linguagem, porque, em termos reais, não há diferença entre o pensamento de Wittgenstein durante sua vida. d) Porque o primeiro Wittgenstein acena com uma teoria pragmática de linguagem, enquanto o segundo se volta para um modelo representacionista de língua como nomeação das coisas do mundo. e) Nenhuma das alternativas acima está correta. 5. As abordagens �losó�cas de Wittgenstein inspiraram o movimento �losó�co que posteriormente viria a predominar nos estudos contemporâneos da linguagem. Estamos falando do: a) Estruturalismo b) Pré-estruturalismo c) Modernismo d) Pós-modernismo e) Pós-estruturalismo 6. Wittgenstein, em sua obra Investigações �losó�cas, vai, entre outras questões, debater a língua sob o ponto de vista da práxis, se opondo a uma concepção de língua fundada em estruturas sistemáticas. Pode-se dizer que a �loso�a wittgensteiniana rebate as premissas levantadas pelos pensadores: a) Da Lógica do século XIX b) Estruturalistas c) Pós-estruturalistas d) Clássicos NotasReferências NIETZSCHE, F. Da retórica. 1. ed. Lisboa: Vega, 1995. NIETZSCHE, F. Sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral. In: NIETZSCHE, F. Obras incompletas. São Paulo: Nova Cultura, 2000. WITTGENSTEIN, L. Da certeza. Lisboa: Edições 70, 1990. WITTGENSTEIN, L. Tractatus logico-philosophicus. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1961. Disponível em: https://marcosfabionuva.�les.wordpress.com/2011/08/tractatus-logico-philosophicus.pdf. Acesso em: 22 maio 2019. Próxima aula O Estruturalismo como terreno das ideias fundadas em Saussure; A língua como um sistema rígido; O Pós-estruturalismo como uma outra face da linguística. Explore mais Saiba mais neste vídeo sobre a in�uência de Wittgenstein no pensamento �losó�co e linguístico.
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