Buscar

CASO CONCRETO 1 PENAL IV

Prévia do material em texto

CASO CONCRETO 1 – DIREITO PENAL IV
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
No dia 15 de março de 2017, por volta das 23h30min, em um hospital integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Eugenópolis, PAULO ALBERTO, médico do referido hospital, solicitou, para si, diretamente, o valor de R$3.000,00 (três mil reais) referente ao pagamento de uma cirurgia de urgência, à paciente ELEONORA, que se encontrava internada no hospital sob seus cuidados com hemorragia interna. A vítima alegou não ter condições de pagar o procedimento. Diante da negativa do médico na realização da cirurgia sem o pagamento solicitado, este solicitou a transferência de ELEONORA para o hospital integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) de Itamuri, aonde o procedimento cirúrgico foi realizado por outro médico, sem qualquer ônus a ELEONORA. Dos fatos, PAULO ALBERTO restou denunciado pela prática de crime contra a Administração Pública. Em defesa afirmou não ter solicitado valores para realização cirurgia, mas que apenas referiu que se fosse fazer a cirurgia seria de forma particular e custaria R$3.000,00 (três mil reais). Disse, ainda, que era médico contratado pelo hospital e, portanto, não poderia ser considerado funcionário público, conforme relatado na denúncia. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e fundamentada: 
a) A alegação de PAULO ALBERTO de que não pode ser caracterizado funcionário público deve prosperar? 
R= Não deve prosperar. O Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o médico particular diretamente credenciado ao SUS deve ser considerado funcionário público à luz da expressão “função pública” do art. 327, caput, CP e de que o médico que trabalha em hospital credenciado ao SUS somente deve ser assim qualificado após a Lei 9.983/00, que transformou o parágrafo único do 327 do CP em § 1º e ampliou a categoria do funcionário público por equiparação. Assim, Paulo Roberto é funcionário público. 
b) Qual a correta tipificação da conduta de PAULO ALBERTO? Ainda, o fato de ELEONORA não ter feito o pagamento solicitado possui alguma relevância?
R= A correta tipificação é a de corrupção passiva, conforme artigo 317, CP, ao solicitar o valor de 3 mil reais, o crime restou-se consumado. O fato de Eleonora não ter o feito o pagamento não altera o cometimento do crime que se consuma com a solicitação do valor. Assim, o médico continuará respondendo pelo delito. 
QUESTÃO OBJETIVA
Em relação aos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar que: (CONCURSOS MODIFICADA) 
a) não se equipara a funcionário público, para os efeitos penais, quem exerce emprego em entidade paraestatal. ARTIGO 327, §1
b) servidor público estadual que se apropria de um notebook do qual tinha a posse em razão de seu cargo, a fim de entregá-lo como presente para sua filha pratica o delito de apropriação indébita. ARTIGO 312, CP - PECULATO
c) pratica o delito de prevaricação o funcionário público que deixar, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Artigo 320, cp. 
d) aquele que solicita vantagem, para si ou para outrem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função, pratica crime de corrupção passiva. Não, apenas a pessoa que exerce função pública.
e) Médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de concussão. CORRETA
https://www.passeidireto.com/arquivo/79441968/casos-concretos-1-ao-8-penal-iv