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PDT Exame físico e Exame mental ( ectoscopia) Exame f í s i c o qual i ta t i v o (ectoscopia) - É a avaliação global do paciente (representa a avaliação subjetiva do examinador em relação ao paciente, dependendo, de sua capacidade de percepção e de sua prática) - Objetivo = obtenção de dados gerais (independente da queixa do paciente) - É a primeira etapa do exame físico e portanto deve ser iniciada ao primeiro contato com o paciente - São observados o tipo morfológico, o estado geral, o grau de consciência, as fáceis, a atitude, a marcha, a presença de palidez/ icterícia/cianose, o estado de hidratação e a presença de edema - A avaliação deve ser craniocaudal 1. Estado geral - É avaliado, de maneira geral, o aparente estado de saúde do paciente (estado nutricional do paciente, sua aparência, sua fácies e é feita uma comparação da idade aparente com a idade real do paciente) - Classifica-se em: . Bom estado geral (BEG) . Regular estado geral (REG) . Mau estado geral (MEG) 2. Nível de consciência - É avaliada a consciência vertical do paciente (a nitidez das vivências psíquicas, ou seja, o próprio grau de vigília do paciente) - A avaliação pode ser feita através da escala de coma de Glasgow - Classifica-se em: . Lúcido e orientado no tempo e espaço (paciente sabe informar onde está e qual o dia da semana) . Alerta (paciente acordado e com respostas adequadas) . Confusão mental (paciente acordado porém com respostas confusas “incorretas") . Sonolência (paciente acorda ao ser chamado e tem respostas adequadas) . Obnubilação (paciente com sonolência profunda, responde quando chamado em voz alta ou com estímulo moderado) . Torpor (paciente com sonolência profunda, responde geralmente a estímulos dolorosos) . Coma (paciente não abre os olhos e não emite sons nem com estímulos dolorosos) * Confusão mental diz respeito a qualquer grau de rebaixamento do nível de consciência com exceção do coma PDT 3. Postura - É avaliada a postura do paciente - Classifica-se em: . Postura ativa (o paciente assume espontaneamente) . Postura passiva (o paciente é incapaz de mudar de posição sem auxilio de outra pessoa) . Postura antálgica (o paciente adota uma posição específica para alívio da dor) 4. Dependência - Avalia como o paciente foi á consulta (se foi sozinho ou acompanhado, se é deficiente e faz uso cadeira de rodas, muletas ou bengalas) 5. Sinais de sofrimento - É avaliado o estado mental do paciente (se ele sente alguma dor ou tem alguma doença psíquica como por exemplo angústia respiratória ou cardíaca, dor, depressão, ansiedade) 6. Estado de hidratação - É avaliado o estado de hidratação do paciente (o qual depende do equilíbrio entre a oferta adequada de água e eletrólitos, de acordo com a necessidade, e a sua perda, como ocorre nos casos de diarreia, vômitos, febre, taquipneia e sudorese excessiva) - A avaliação é feita a partir da observação da umidade das mucosas (principalmente lingual e oral) e do turgor, elasticidade e umidade da pele : . Avaliação do turgor da pele = se puxa a pele da mão e ela demora para retornar é sinal de desidratação. O retorno da pela á posição original deve ser imediato . Avaliação das mucosas = se a língua está muito seca é sinal de desidratação * Paciente hidratado apresenta as mucosas úmidas e a pele rósea, elástica e levemente úmida 7. Biotipo - É avaliado o tipo morfológico do paciente - Essa classificação se baseia na relação dos três segmentos formados na divisão da distância entre a fúrcula esternal e a sínfise púbica (ou seja, entre a fúrcula e o apêndice xifoide -> entre o apêndice xifoide e o umbigo -> e entre o umbigo e a sínfise púbica) - Classifica-se em: . Brevelíneo = ângulo de charpy menor que 90 graus, membros curtos em relação ao tronco, pescoço curto e grosso e há tendencia para baixa estatura PDT . Normolíneo/mediolíneo = ângulo de charpy igual 90 graus, membros longos em relação ao tronco, pescoço delgado e longo e há tendencia para estatura elevada . Longilíneo = ângulo de charpy maior que 90 graus, é intermediário entre o brevelíneo e o normolíneo, há um equilíbrio entre os membros e o tronco 8. Fácies - É avaliada a expressão fisionômica do paciente - Compreende o conjunto de sinais exibidos na face do paciente, resultante dos traços anatômicos e da expressão fisionômica (o que permite a avaliação imediata do seu estado emocional, intelectual e de saúde) - Classifica-se em: . Fácies normal/atípica = fáceis normais e comuns (não patologicas) . Fácies anormais/típicas = fáceis patológicas * Fácies acromegálica (observam-se o aumento do nariz, dos lábios, das orelhas, das arcadas supraorbitárias, da região malar, do mento e do volume da face em relação ao crânio) * Fácies hipertireóidea/basedowiana (presença de exoftalmia gerando uma fisionomia de espanto e presença de bócio) PDT * Fácies mixedematosa (tipo de fácies encontrada em pacientes com hipotireoidismo, observa-se apatia, edema gerando face arredondada, edema palpebral, acentuação dos sulcos faciais, nariz e lábios grossos, supercílios escassos, pele e cabelos secos e sem brilho) * Fácies cushingoide/de lua cheia (presença de face arredondada, rubor facial, acne, bochechas vermelhas e hirsutismo. Esse tipo de fácies é observado em pacientes portadores da síndrome de Cushing, por aumento dos níveis sérios de cortisol) * Fácies leonina (fáceis observada em pacientes com hanseníase. Observa-se a presença nódulos de diversos tamanhos no rosto deformando principalmente as bochechas e o mento, queda dos supercílios, barba escassa ou ausente, lábios proeminentes e grossos, pele espessa e nariz alargado) * Fácies hipocrática (presente em pacientes com doença grave em estados agônicos. Observam-se afilamento dos traços faciais, nariz e lábios finos, palidez cutânea, suor constante, cianose discreta perilabial, olhos fundos, imóveis, opacos e inexpressivos, parecendo que o paciente não tem mais contato com o meio externo) PDT * Fácies renal (presença de edema ao redor dos olhos associada á palidez cutânea. Fáceis comum em pacientes com comprometimento renal) * Fácies parkinsoniana (presente em quadros de parkinsonismo. É caracterizada por mímica pobre, olhar fixo, supercílios elevados, pele oleosa, fronte enrugada, cabeça inclinada um pouco para a frente, pouca mobilidade palpebral) * Fáceis adenoideana/respirador bucal (comum na hipertrofia das adenóides. Caracterizada por nariz pequeno e boca entreaberta) * Fáceis miastênica (observa-se ptose palpebral que obriga o indivíduo portador a franzir a testa e levantar a cabeça) * Fácies de demência (presente em pacientes com síndrome demencial, por exemplo doença de Alzheimer. É caracterizada por mímica pobre, lábios entreabertos e olhar vago para o infinito) 9.1 Atitude - É a avaliação das atitudes do paciente - Definida como o modo pelo qual o paciente se apresenta ao exame, no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento - Classifica-se em: . Ativa indiferente/preferencial = paciente não apresenta desconforto em qualquer posição . Ativa forçada = posições adotadas pelos pacientes para que se sintam melhores * Ortopneica (adotada para aliviar a falta de ar decorrente de insuficiência cardíaca, asma e ascites volumosas. O paciente fica recostado ou sentado à beira da cama, com os pés no chão e com os braços apoiados no espaldar de uma cadeira, no intuito de melhorar a dispneia) PDT * Genupeitoral (adotada na pancreatite e nos casos de derrame pericárdico para facilitar o enchimento do coração. O paciente fica ajoelhado com o tronco fletido sobre as coxas, ao passo que a face anterior do tórax e o rosto, sobre as mãos, põem-se em contato com o chão) * Atitude de cócoras (adotada por crianças com cardiopatias congênitas cianóticas, aliviando a hipóxia generalizadaao diminuir o retorno venoso para o coração) * Atitude parkinsoniana (adotada por pacientes com a doença de Parkinson. Consiste na semiflexão da cabeça, do tronco e dos membros inferiores quando de pé e, ao caminhar, parece estar buscando o seu eixo de gravidade) 9.2 Decúbito - São atitudes involuntárias - Classificam-se em: . Opistótono = adotado na meningite e no tétano. O corpo fica vergado para trás, em forma de arco (contratura lombar) . Emprostótono = adotado na meningite, no tétano e na raiva. O corpo forma uma concavidade voltada para diante, apresentando cabeça fletida e joelhos fletidos para cima encostando no peito (é o contrário do opistótono) . Ortótono = corpo reto, rígido e estirado PDT . Pleuróstono = adotado na meningite, na raiva e no tétano. O corpo se curva para um dos lados 10. Exame da pele - É verificada a presença de : . Umidade, temperatura e textura . Alterações da cor (icterícia, cianose, palidez e eritema) . Lesões cutâneas (analise do tipo de lesão, cor, padrão e formato, localização e distribuição) Resumindo - Exame físico geral normal é composto por: 1- BEG 2- Corado 3- Hidratado 4- Anicterico 5- Acianótico 6- Eupneico PDT Exame físico quantitativo 1. Pressão arterial - Para aferir a PA (preparo do paciente): . É importante explicar o procedimento ao paciente, deixá-lo em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo e certificar-se de que ele não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos, não ingeriu bebidas alcoólicas, alimentos ou café e nem fumou nos 30 minutos anteriores . Durante a medida o paciente deve estar sentado (com o braço na altura do coração, na altura do quarto espaço intercostal) ou deitado (com o braço apoiado), se manter com os braços, coluna e pés apoiados, livre de roupas, pernas descruzadas, com a palma da mão voltada para cima e sem conversar . O manguito deve ser de tamanho adequado para o paciente e insuflado e desinsuflado de modo que este não sinta dor (a utilização de um manguito menor que o ideal pode aferir uma falsa hipertensão, ao passo que a de um manguito maior pode demonstrar uma pressão arterial mais baixa que o real) . O local correto de se colocar o manguito é 2cm acima da fossa cubital . O uso da palpação do pulso radial auxilia na insuflação do manguito, isso porque após o desaparecimento desse pulso deve-se insuflar o aparelho até atingir uma pressão de 20-30 mmHg acima. - Procedimento: 1- Obter a circunferência aproximada do braço do paciente e selecionar o manguito de tamanho adequado (calcular a distância do acromio ao olécrano -> essa distância é o ponto médio -> nesse ponto médio deve medir a circunferência do braço) 2- Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2cm acima da fossa cubital 3- Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial 4- Estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do pulso radial (palpar o pulso radial e inflar o manguito até o desaparecimento do pulso) 5- Desinflar o manguito, palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula/diafragma do estetoscópio sobre ela 6- Inflar o manguito até ultrapassar 20/30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica obtido pela palpação do pulso radial 7- Desinflar o manguito lentamente 8- Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase 1 de korotkoff) e a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase 5 de korotkoff) - Aparelhos: PDT - Parâmetros (pacientes maiores de 18 anos): - Sons de korotkoff Resultam da turbulência do sangue dentro de uma artéria parcialmente ocluída e são divididos em cinco fases: . Fase 1 = representa a pressão sistólica (o batimento audível na artéria braquial) . Fase 2 = corresponde a um período de silêncio (por existirem sons de frequência muito baixa) . Fase 3 = reaparecimento dos sons . Fase 4 = há alteração da intensidade dos sons, havendo um abafamento . Fase 5 = representa a pressão diastólica (o desaparecimento dos sons) * Hiato auscultatório = período de silêncio que ocorre entre as fases I e II (o qual pode gerar valores de PA sistólica inferiores ao real, principalmente se não realizado a palpação do pulso radial antes da aferição da PA. Ou valores de PA diastólica superiores ao real) - Fatores que interferem na PA: . Elasticidade dos vasos, volemia, viscosidade sanguínea, resistência periférica e integridade valvar 2. Pulso arterial . São os batimentos de uma artéria superficial que podem ser percebidos pela palpação - Locais de palpação dos principais pulsos arteriais: - São eles: . Pulsos periféricos = temporal, radial (o mais usado), poplíteo, pedioso e tibial posterior PDT . Pulsos centrais = carotídeo (o mais fidedigno), axilar, braquial e femoral - Como aferir : 1. Utilize as polpas digitais do segundo ou terceiro dedo de sua mão dominante 2. Palpe o pulso por pelo menos 1 minuto 3. Conte o número de batimentos 4. Análise a amplitude e a simetria - Parâmetros : . Frequência normal = 60 a 100 . Taquicardia = acima de 100 . Bradicardia = abaixo de 60 3. Frequência respiratória . É calculada pela contagem do número de movimentos respiratórios (incursões diafragmáticas) que o paciente realiza em 1 minuto . É necessário que o paciente não perceba que se está avaliando a FR para que não altere conscientemente o ritmo respiratório . Caso a expansibilidade pulmonar esteja diminuída, pode-se colocar a mão sobre o tórax do paciente para facilitar a percepção dos movimentos respiratórios - Parâmetros : . Frequência normal (eupneia) = 12 a 20 irpm . Bradipneia (diminuição da FR) = abaixo de 12 irpm . Taquipneia (aumento da FR) = acima de 20 irpm 4. Temperatura . Locais que podem ser usados para medir a temperatura = axila, cavidade oral, reto (feito nos casos de hipotermia), membrana timpânica, artéria pulmonar, esôfago, nasofaringe, bexiga e vagina PDT - Parâmetros : . Hipotermia = abaixo de 35C . Afebril = 36,1C a 37,4C . Febril = 37,9C a 38,9C . Pirexia = 39C a 40C . Hiperpirexia = 40C 5. Altura . O paciente deve subir na balança descalço, subir na balança de costas para o visor com a postura ereta . A altura do indivíduo vai da planta dos pés até o vértice da cabeça (distância planta- vértice) 6. Peso . O peso do indivíduo corresponde à sua massa total . O paciente deve subir na balança descalço e com roupas leves (se possível ou necessário, somente com as roupas íntimas) dee frente para o visor . Para a avaliação do peso, sempre deve ser perguntado ao paciente qual é o seu peso habitual e quando foi a última vez que avaliou seu peso, pois assim é possível avaliar se ele emagreceu ou engordou e em quanto tempo isso ocorreu . O peso ideal nos adultos pode ser calculado pelo índice de massa corporal (IMC), a partir da divisão do peso (P), em quilogramas, pela altura (A), em metros, ao quadrado (ex: um homem com 1,75 m e 75 kg -> IMC = 75/1,75 x 1,75 = 24,5 kg/m2) 7. Circunferência abdominal . A medida é feita para avaliação da obesidade, no que diz respeito á gordura visceral (gordura intrabdominal entre as vísceras) . Complementa os dados obtidos pelo IMC . É medida com uma fita métrica posicionada no ponto médio entre a última costela palpável e a crista ilíaca . A medida deve ser feita após expiração, com o abdômen relaxado e não se deve apertar demais a fita métrica PDT - Parâmetros : . Homens = até 94cm . Mulheres = até 80cm 8. Quadril . É medido com uma fita métrica no nível do trocânter femoral . A medida do quadril é utilizada no cálculo da relação cintura-quadril (RCQ), no qual se divide o valor da cintura abdominal pelo quadril. O valor dessa relação define dois padrões de obesidade - Padrões de obesidade: . RCQ maior que 0,8 = obesidade androide (mais comum em homens, a gordura se acumulamais no tórax e abdome, com deposição subcutânea e intra-abdominal) . RCQ menor que 0,8 = obesidade ginecoide (mais comum em mulheres, a gordura se acumula mais nas coxas, nádegas e regiões próximas à pelve com deposição somente subcutânea) 9. Circunferência cervical - A medida é feita na altura da cartilagem cricoide - Parâmetros : . Homens = até 37cm . Mulheres = até 34cm Escala da dor - Avalia a intensidade da dor - Perguntar ao paciente qual a intensidade da dor dele e pedir para ele numerar a dor de 0 a 10 (sendo 0 sem dor e 10 a pior dor possível) - Escala da dor (wong-baker faces) : 0- Sem dor 2- Um pouco de dor 4- Um pouco mais de dor 6- Dor mais intensa 8- Dor muito intensa 10- A pior dor possível PDT Exame do estado mental . Enquanto conversa com o paciente e ouve o seu relato, avalie nível de consciência, aspecto geral e humor, incluindo depressão ou mania, além de capacidade de prestar atenção, recordar, compreender e o falar dele . Ao longo da entrevista, será possível perceber o grau de insight e juízo crítico do paciente, assim como quaisquer pensamentos ou percepções recorrentes ou incomuns . A avaliação do estado mental é composta por cinco componentes: aspecto geral e comportamento, linguagem e fala, humor, pensamentos e percepções, e função cognitiva (a qual inclui orientação, memória, atenção e funções cognitivas superiores, como informação, vocabulário, cálculos, raciocínio abstrato e capacidade construcional) - Miniexame do estado mental (MEEM): . É o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva por ser rápido (é feito em torno de 10 minutos) de fácil aplicação, não requerendo material específico. . Deve ser utilizado como instrumento de rastreamento não substituindo uma avaliação mais detalhada, pois, apesar de avaliar vários domínios (orientação espacial, temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho) não serve como teste diagnóstico, mas sim pra indicar funções que precisam ser investigadas . Componentes: 1. Aspecto geral e comportamento Nível de consciência . Verificar se o paciente está acordado e alerta . Verificar se o paciente compreende e responde ás perguntas com propriedade em razoável velocidade ou se perde e fica em silêncio ou adormece * Se o paciente não responde as perguntas é necessário que o o estímulo seja aumentado de forma gradual (ex: chamar o paciente em voz alta ou sacudir o paciente com cuidado) * Se o paciente não responder aos estímulos é necessário avaliar de imediato a possibilidade dele apresentar torpor ou coma Postura e comportamento motor . Verificar se o paciente prefere ficar deitado/ sentado ou caminhar . Observar a postura corporal + capacidade de relaxamento do paciente (verificar se o paciente apresenta postura tensa, inquietação, agitação psicomotora, choro, anda de um lado para o outro, torce e retorce as mãos) . Observar o ritmo, amplitude e tipo de movimento do paciente (analisar a marcha) . Analisar se os movimentos são voluntários ou espontâneos . Analisar se o paciente apresenta postura desanimada e com os ombros caídos, associada a movimentos mais lentos (pode remeter á depressão) ou se apresenta movimentos expansivos e agitados (pode remeter á um episódio maníaco) . Observar se o paciente possui algum membro imóvel * Episódios de depressão agitada o paciente apresenta choro, anda de um lado para o outro, torce e retorce as mãos * Episódios de depressão o paciente apresenta postura desanimada, ombros caídos, movimentos mais lentos * Episódio de mania o paciente apresenta movimentos expansivos e agitados PDT Vestuário e cuidados com a aparência e a higiene pessoal . Observar como o paciente está vestido (se ele está com uma roupa limpa e apresentável) . Observar o cuidado com os cabelos, unhas, dentes, pele e barba do paciente (caso haja) . Analisar se preocupação com a aparência e a higiene pessoais do paciente compara-se com a de outras pessoas de idade, estilo de vida e grupo socioeconômico equivalentes . Analisar e comparar um lado do corpo do paciente ao outro (a negligência com relação a um dos lados do corpo pode ser decorrência de uma lesão no córtex parietal oposto) * Os cuidados com o vestuário e a higiene pessoal deterioram com a depressão, a esquizofrenia e a demência * O cuidado excessivo com a aparência pode ser característico do transtorno obsessivo compulsivo Expressão facial . Observar o rosto do paciente (em repouso e durante a conversa) . Analisar se o paciente apresenta expressões de ansiedade, depressão, apatia, raiva, exaltamento ou imobilidade facial . Observar se há alterações na expressão durante a consulta (as expressões são apropriadas á conversa ou a face fica imóvel durante a entrevista) Atitude, afeto e relação com pessoas e objetos . Analisar o afeto do paciente ou a expressão externa do estado emocional interior (observar se é apropriada para os tópicos que estão sendo discutidos ou se o afeto é lábil, embotado e inalterado) . Observar até que ponto o paciente se mostra sincero e receptivo (tanto às suas reações quanto às de outras pessoas e ao ambiente) . Observar se paciente ouve coisas que você não ouve ou conversa com alguém que não está lá . Observe se o paciente demostra raiva, hostilidade, desconfiança e comportamento evasivo (pode remeter á paranoia) . Observar se o paciente demonstra exaltação e euforia (pode remeter á mania) . Observar se o paciente demonstra afeto embotado e distanciamento (pode remeter á esquizofrenia) . Observar se o paciente demonstra apatia e indiferença (pode remeter á demência, ansiedade e depressão) 2. Fala e linguagem - Durante toda a entrevista se deve observar as seguintes características da fala do paciente : Quantidade . Observar se o paciente é loquaz ou calado . Observar se o paciente faz comentários espontâneos ou somente responde as perguntas diretas Velocidade da fala . Analisar se o paciente fala rapidamente ou lentamente (fala lenta pode remeter á depressão e fala rápida em tom alto pode remeter á mania) Volume da voz . Observar se o paciente fala alto ou baixo Articulação das palavras . Observar se o paciente pronuncia as palavras de modo claro e compreensível ou se apresenta algum distúrbio (ex: disartria, afasia, disfonia) * Disartria = distúrbio da articulação da fala PDT * Afasia = transtorno da linguagem (comprometimento adquirido que afeta a compreensão e produção de palavras/frases/ discurso) * Disfonia = resulta de comprometimento do volume, da qualidade ou da tonalidade da voz Fluência (velocidade + fluxo + melodia) . Observar se o paciente apresenta anormalidade da fala (ex: hesitações, hiatos no fluxo e no ritmo das palavras, alterações de inflexão, circunlocuções e parafasias) * Alterações da inflexão = voz monocórdica * Cincunlocuções = frases ou sentenças substituem uma palavra que a pessoa não consegue recordar (ex dizer “aquilo com que a gente escreve” ou invés de chamar de caneta) * Parafrasias = palavras deformadas (ex: eu escrevo com uma paneta), erradas (ex: eu escrevo com um chapéu) ou inventadas (ex: eu escrevo com um cristóbolo) 3. Humor . Avaliar o humor do paciente durante a anamnese (explorando as percepções do própria paciente com relação ao seu estado de ânimo) . Analisar como o humor do paciente variou em acontecimentos da vida dele (perguntar a ele "como você se sentiu em relação a tal coisa?") . Peça ao paciente para descrever o humor dele, incluindo nível habitual de humor e como ele variou com os eventos da vida (ou perguntar a ele “qual seu estado de humor no geral”) * O humor varia de tristeza/melancolia á alegria/euforia/exaltamnto á raiva/irá, ansiedade/preocupação á retraimento/ indiferença * Em caso de suspeita de depressão é necessário avaliar a gravidade e perguntar sobre pensamentos suicidas 4. Pensamentose percepções - Avaliar a lógica, a relevância, a organização e a coerência dos processos de pensamento do paciente ao longo da entrevista - Observar se a conversa flui de maneira lógica e tem um objetivo - Avaliar o insight e o juízo crítico do paciente - Pesquisar padrões de fala sugestivos de transtornos dos processos de pensamento Insight . Pacientes com transtornos psicóticos frequentemente carecem de insight em relação à sua doença, e essa negação da disfunção pode acompanhar alguns transtornos neurológicos. . Para avaliar o insight deve-se perguntar “o que te trouxe ao hospital?” “Qual seu problema?” “O que você acredita ser o problema?” Juízo crítico . É o discernimento do paciente. . Devem ser observadas as respostas do paciente á situações familiares, emprego, uso do dinheiro e conflitos interpessoais . Está comprometido no delirium, na demência, na deficiência intelectual e em estados psicóticos Variações e anormalidades nos processos de pensamento . Circunstancialidade (prolixidade) = fala caracterizada por desvios e demora para chegar ao ponto em questão. Os componentes PDT da descrição apresentam uma conexão significativa. Fala característica de pessoas obsessivas . Dissociação (tangencial) = fala caracterizada por assuntos que não tem ligação. O paciente não tem consciência da falta de associação. Fala característica de pessoas esquizofrênicas e episódios maniacos (durante a conversa o paciente sem perceber faz uma mudança de tópicos com pouca ou nenhuma relação) . Fuga de ideais = fala acelerada na qual o paciente muda abruptamente de um tópico para outro. As mudanças pautam-se por associações compreensíveis, jogos de palavras ou estímulos que distraem o indivíduo, mas as ideias não evoluem para uma conversão sensata. Fala característica de episódios maníacos. Quando grave, pode resultar em incoerência. . Neologismos = fala caracterizada por palavras inventadas ou distorcidas. Fala característica de esquizofrenia, transtornos psicóticos e na afasia . Incoerência = Fala incompreensível e ilógica, caracterizada por conexões sem qualquer significado, mudanças bruscas de temas e utilização desorganizada da gramática ou das palavras. As alterações d significado ocorrem dentro de uma mesma oração. Fala característica de transtornos psicóticos graves (ex: esquizofrenia) . Bloqueio = Interrupção brusca da fala na metade de uma frase ou antes que se complete uma ideia. Fala caracterizada por “perder o fio da meada”. É característica de esquizofrenia mas pode ocorrer em pessoas normais. . Confabulação = fala caracterizada pela invenção de fatos ou eventos como resposta á perguntas, para preencher as lacunas geradas pelo comprometimento da memória. Fala característica da síndrome de Korsakoff do alcoolismo. . Perseveração = fala caracterizada pela repetição persistente de palavras ou ideias. É característica de pessoas com esquizofrenia . Ecolalia = fala caracterizada pela repetição das palavras e expressões de outras pessoas. É característica de pessoas com mania . Ressonância = fala na qual a pessoa escolhe uma palavra com base no som, em vez de significado, como na fala rimada e nos trocadilhos (ex: janela, janelinha, porta, campainha. Plim, plim.). É característica de pessoas com mania e esquizofrenia Anormalidades com conteúdo do pensamento . Compulsões = comportamentos ou atos mentais repetitivos que uma pessoa se sente impelida á realizar, para provocar ou impedir algum problema no futuro (ex: prevenir ou reduzir a ansiedade, evento ou situação de pavor). Esses comportamentos são excessivos e pouco realistas. . Obsessões = pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes e incontroláveis, que a pessoa considera inaceitáveis e estranhos á ela mesma (ex: um comportamento maníaco) . Fobias = temores persistentes e irracionais, acompanhados de um desejo incontrolável de evitar o estímulo provocado PDT . Ansiedade = apreensões, temores, tensões ou inquietação de um risco futuro ou azar, que podem ser localizados (fobia) ou livres (sentimento de pavor ou de desastre iminente mal definido) . Sentimento de irrealidade = sensação de que as coisas no ambiente estão estranhas, irreais ou distantes . Sentimento de despersonalização = sensação de que a própria individualidade ou identidade está diferente, mudada ou irreal. É um sentimento de perda de identidade ou de distanciamento do próprio corpo e mente. . Ideias delirantes = crenças pessoais falsas e fixas, que não são compartilhadas por outros indivíduos. Exemplos: delírio persecutório (crença de que o indivíduo esta sendo perseguido), delírio de grandeza, delírio de ciúme/infidelidade (crença de que outra pessoa está apaixonada pelo indivíduo), ideias delirantes de referência inespecífica (crença de que eventos externos, como o radio ou a tv estão dando instruções ao indivíduo), ideias delirantes de ser controlado por uma força externa, ideias delirantes somáticas (crença de ser portador de um doença, transtorno ou defeito físico). Anormalidades da percepção . Ilusões = interpretações errôneas de estímulos externos reais (ex: confundir o som das folhas com som de vozes) . Alucinações = percepções que parecem reais, mas, ao contrário das ilusões, não resultam de estímulos externos reais. A pessoa pode ou não reconhecer as experiências como falsas. As alucinações podem ser auditivas, visuais, olfatórias, gustativas, táteis ou somáticas. 5. Funções cognitivas - Avaliar a orientação do paciente, se ele está orientado no tempo e no espaço (perguntar que dia é hoje, o nome do paciente, onde ele está) - Avaliar a atenção do paciente (explicar ao paciente que gostaria de testar a capacidade de concentração dele e pedir para que ele repita uma determinada série de números, faça contas, soletre de trás para frente uma palavra) - Avaliar a capacidade de memória remota do paciente (perguntar a ele sobre datas de nascimento, aniversários, numero da identidade, nome de escolas que frequentou, empregos que ja passou) - Avaliar a memória recente do paciente (perguntar á ele eventos do dia, por exemplo a hora da consulta e medicações atuais) - Avaliar a capacidade de aprendizado do paciente (pedir para que ele repita determinadas palavras no intuito de verificar se a informação foi ouvida e registrada) * Desorientação ocorre quando há comprometimento da memória ou da atenção (como na demência, retardo mental, ansiedade ou baixa escolaridade) * A memória remota está comprometida na fase avançada da demência * A memória recente é comprometida na demência e no delirium 6. Funções cognitivas superiores - Avaliar a capacidade do paciente fornecer informações e observar seu vocabulário - Avaliar a capacidade de calculo do paciente PDT - Observar o raciocínio abstrato do paciente (perguntar o significado de determinados provérbios, por exemplo “devagar se vai ao longe” e pedir para que o paciente diga a semelhança entre duas palavras, por exemplo “laranja e maçã”) - Avaliar a capacidade construcional do paciente (pedir para que ele copie o desenho determinadas figuras, por exemplo 1 relógio) Exame físico normal - Os dados colhidos e colocados na anamnese são : . Ectoscopia = Bom estado geral, corado, hidratado, afebril, acianótico, anictérico, eupneico, lúcido e orientado Referências - Propedêutica Médica: da Criança ao Idoso; Irineu; 2ª ed.; 2015; Capítulo 3. - Propedêutica Médica; Bates; 11ª ed.; 2015; Capítulo 4. - Propedêutica Médica; Bates; 11ª ed.; 2015; Capítulo 5.
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