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1 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 Acidente Vascular Encefálico Isquêmico Confrontação Quadrantoanopsia Homônima A obstrução das artérias que irrigam o SNC causa manifestações e síndromes clínicas previsíveis. Possibilita a identificação das manifestações clínicas comuns + a “especulação” sobre o provável território vascular comprometido Hemianopsia homônima ou quadrantanopsia homônima Sugere acometimento do hemisférico contralateral ao lado do campo visual afetado Ocorre em obstruções da circulação anterior, que incluem a ACA, ACM ou ACP Lesões responsáveis pelas hemianopsias homônimas → localizam-se nas vias retroquiasmáticas Quadrantanopsia: defeito de campo visual que atinge um quadrante Exame de Confrontação – Avaliação do campo visual Hemianopsia: escotoma de metade do campo visual de cada olho + a qualificação é feita pela metade do campo visual que desaparece. Heminegligência - Fenômeno da Extinção Defeito seletivo da atenção Observado em pacientes com lesão parietal do lobo parietal não dominante Paciente pode extinguir a percepção de um estímulo quando ele é apresentado simultaneamente nos 2 lados do corpo ou do campo visual AIT X AVEI ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) Tem (geralmente) as mesmas características e mecanismos determinantes do AVEI, porém: Sintomas do paciente/déficits neurológicos persistem por menos de 24 horas Não há evidências radiológicas de infarto encefálico Suspeita de AVCI: casos em que ocorra um déficit neurológico de instalação súbita Inicialmente a fisiopatologia é semelhante à do AVEI → porém o insulto isquêmico não é tão intenso ou prolongado a ponto de determinar a lesão tecidual definitiva ou são lesões teciduais de pequena extensão que não se manifestam ao exame neurológico habitual Tratamento: visa prevenir a recorrência do mesmo ou a ocorrência de um AVEI + outras complicações Risco de AVEI após um AIT ≅ 30% em 5 anos + ≅ 10-20% em 90 dias + ≅ 50% nas primeiras 48 horas ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO Infarto agudo do SNC: episódio agudo de disfunção focal do encéfalo, retina ou medula espinal com duração > 24 horas ou de qualquer duração se houver evidência radiológica ou patológica de isquemia focal que justifique os sintomas AVEI: infarto acomete estruturas encefálicas Fatores de risco mais importantes: hipertensão arterial crônica + hipercolesterolemia + aterosclerose carotídea + fibrilação atrial Outros FR relevantes: tabagismo + abuso de álcool + diabetes mellitus + doença renal crônica + obesidade + doença arterial periférica + antecedente familiar ou pessoal de IAM, AVEI e antecedente familiar de morte súbita Mecanismos causadores mais comuns: trombose de grandes artérias + embolia de origem cardíaca + oclusão de pequenas artérias Fisiopatologia: na maioria dos casos há oclusão arterial tromboembólica → redução no fluxo sanguíneo cerebral regional → surgimento de duas regiões: 1) região de infarto cerebral + 2) região de penumbra isquêmica Quadro Clínico: Território carotídeo: déficit motor + déficit sensitivo + dificuldade na articulação da palavra + déficit de linguagem + distúrbios de função nervosa superior + alterações visuais Território vertebrobasilar: déficit motor + déficit sensitivo + dificuldade na articulação da palavra + alterações visuais + alterações de coordenação + alterações de nervos cranianos localizado no tronco cerebral (diplopia, ptose palpebral, anisocoria, paralisia facial periférica, nistagmo, vertigem, disartria e disfagia) Rebaixamento do nível de consciência: lesões isquêmicas do tronco cerebral, mesmo que pequenas (acometimento do SARA – sistema ativador reticular ascendente) + Lesões isquêmicas dos hemisférios cerebrais de grande extensão + Lesões talâmicas (mesmo que pequenas) http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/quadrantanopsia.htm 2 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 ESCALA NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH STROKE SCALE – NIHSS O QUE É Instrumento de uso sistemático, utilizado para avaliação quantitativa do déficit neurológico relacionado com o AVEI Inicialmente desenhada como instrumento de investigação para medir o estado neurológico inicial nos ensaios clínicos da fase aguda do AVCI Tem revelado valor prognóstico, tanto a curto como a longo FUNCIONALIDADE Avalia vários aspectos do exame neurológico Possibilita avaliação neurológica rápida e eficiente no diagnóstico e na estratificação da gravidade Baseada no estado clínico do paciente → uma pontuação maior significa maior gravidade do caso Garante uma linguagem universal para troca de informações entre os profissionais de saúde Utilizada para: Avaliar os efeitos do infarto cerebral agudo nos níveis de consciência + linguagem + negligência + perda de campo visual + movimento extraocular + força motora + ataxia + disartria + perda sensorial Documentar e monitorar o estado neurológico do paciente Prever a extensão + gravidade do AVE/ déficit neurológico Determinação do prognóstico e do tratamento adequado Avaliar a acuidade dos pacientes com AVE Coleta de dados para o planejamento do atendimento ao paciente ATENDIMENTO INICIAL TEMPO Avaliação + tomada de condutas devem ser ágeis + objetivas (devido ao comportamento do tecido cerebral submetido a isquemia) Cada minuto que passa, a área de isquemia cresce sobre a área de penumbra → probabilidade de recuperação funcional do paciente ↓ A cada minuto que se passa o paciente perde 1,9 milhões de neurônios A eficácia terapêutica das estratégias de reperfusão do AVEI agudo ↓ progressivamente com o tempo A ASA recomenda que a avaliação do paciente com suspeita de AVE respeite as metas de tempo preestabelecidas Principais metas de tempo sugeridas para a abordagem inicial do AVE isquêmico agudo Meta Tempo Da admissão ao primeiro atendimento médico ≤ 10 min Da admissão ao exame de imagem ≤ 20 min Da admissão à interpretação do exame de imagem ≤ 45 min Da admissão à administração da trombólise endovenosa ≤ 60 min Da admissão hospitalar até a admissão na unidade de AVE ≤ 3h ATENDIMENTO INICIAL NA SALA DE EMERGÊNCIA Avaliação sistematizada + rápida + objetiva → permite a instituição de estratégias de reperfusão cerebral o quantos antes Avaliação + estabilizações clínicas + coleta dos exames iniciais = realizadas concomitantemente AVALIAÇÃO CLÍNICA INICIAL Coleta de informações: dirigida + objetiva (dados importantes para a tomada de decisões) Obter a anamnese do paciente na presença de familiares e acompanhantes que tenham observado o ictus Pontos a serem questionados na abordagem inicial: 1. Quando foi o último momento que o paciente estava assintomático 2. Obter dados sobre antecedentes mórbidos e medicações em uso 3. Avaliar a presença de contraindicações para trombólise endovenosa (TEV) 4. Enquanto os dados são coletados, deve ser realizado um exame físico direcionado, incluindo: a. Monitorização dos sinais vitais + coleta da glicemia capilar b. Aferição da PA em quatro membros c. Exame neurológico sucinto + calcular o National Institutes of Health Strokes Scale (NIHSS) 3 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA INICIAL Avaliação do paciente: sequência A → B → C (via aérea → breathing/respiração → cardiovascular/hemodinâmico) Escala de coma de Glasgow ≤ 8 ou risco de aspiração significativo (disfagia) = considerar intubação orotraqueal Saturação de oxigênio: manter ≥ 94% Controle da PA: depende do contexto clínico do paciente Paciente com indicação de TEV: manter PA < 180x105mmHg até 24h após a infusão do trombolítico Paciente sem indicação de TEV: PA alvo < 220x110mmHg (desde que não haja contraindicações comórbidas que demandem tratamento anti-hipertensivo) a. Se PA ≥ 220x110mmHg = a ↓ da PA não precisa ser agressiva → almeja-se a ↓ de 15%nas primeiras 24 horas Hipotensão: corrigida com expansão volêmica + vasopressores (se necessário) Medicações recomendadas para controle de hipertensão arterial no AVEI agudo Medicação Dose Labetalol Se PA < 230x120 mmHg: 10-20 mg EV ao longo de 1-2 min, até 2x Se PA ≥ 230x120 mmHg: 10 mg EV ao longo de 1- 2 min, seguidos de infusão contínua de 2-8 mg/min Nicardipina Iniciar a 5 mg/h e aumentar em 2,5mg/h a cada 5- 15 min, até atingir alvo Dose máxima = 15mg/h ** O Nitroprussiato de sódio deve ser considerado medicação de 2ª linhas, pelo risco teórico de indução de hipertensão intracraniana e disfunção plaquetária. Corrigir hipoglicemia em casos de glicemia capilar < 60 mg/dL Obter ao menos 1 acesso venoso periférico adequado (infusão de contraste radiológico + trombolíticos + drogas vasoativas) EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES LABORATORIAIS Relevantes para investigação do mecanismo do AVEI + na escolha da melhor estratégia de profilaxia secundária → a coleta + a espera pelos resultados não deve atrasar a infusão de trombolíticos (se indicado) Exames que devem ser realizados o quanto antes (sem atrasar a infusão de trombolíticos se indicado): Troponina I + Tempo de protrombina + Tempo de tromboplastina parcial ativado + ECG + Hemograma + Glicemia + Ureia e creatinina + Eletrólitos + Radiografia simples de tórax + TC de crânio Exame Indicação Glicemia capilar Todos os casos Tempo de protrombina* Uso de varfarina ou novos anticoagulantes orais nas últimas 48h Tempo de tromboplastina parcial ativada Uso de heparina não fracionada ou novos anticoagulantes orais nas últimas 48h Atividade de fator Xa direto* + tempo de trombina + tempo de coagulação de ecarina* + plaquetas Uso de novos anticoagulantes orais nas últimas 48h Esses exames também devem ser considerados no caso de forte suspeita clínica de coagulopatias EXAME DE IMAGEM DO ENCÉFALO Recomendado em toda suspeita de AVEI agudo Objetiva excluir diagnósticos diferenciais (AVEH) + identificar complicações do AVEI + identificar os pacientes que podem se beneficiar de trombectomia mecânica e/ou craniectomia descompressiva Realizado obrigatoriamente antes de ser considerada a TEV ou a trombectomia mecânica TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO SEM CONTRASTE Suficiente para a exclusão dos principais diagnósticos diferenciais + identificação de complicações Baixa sensibilidade para infartos cerebrais agudos com poucas horas de evolução AVEI agudo: pode ser normal ou evidenciar apenas sinais discretos de isquemia encefálica Perda de diferenciação de atenuação entre as substâncias branca e cinzenta Edema cortical leve Alterações sugestivas de edema cerebral (apagamentos de sulcos cerebrais + assimetria do sistema ventricular ou de cisternas) nas primeiras 6H podem estar relacionadas a infartos extensos Hipoatenuação discreta no local do infarto 4 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 Artéria Cerebral Média hiperdensa (Hipoatenuação da ACM ipsilateral ao suposto infarto cerebral → sugestivo de coágulo no vaso) → alta especificidade + baixa sensibilidade Quantificação da extensão das alterações isquêmicas iniciais na TC de crânio: Alberta Stoke Programme Early CT Score (ASPECTS) Pontuação máxima: 10 Quanto menor ela for, mais extensa é a área de isquemia Escore < 7: pior prognóstico funcional ANGIOTOMOGRAFIA (ATC) DE ARTÉRIAS CERVICAIS E INTRACRANIANAS Realizada em pacientes que preencham os seguintes critérios: Se ictus ≤ 6H : NIHSS ≥ 6 : ASPECTS ≥ 6 Se ictus entre 6H e 16H: preencher os critérios de inclusão do estudo DAWN ou DEFUSE Se ictus entre 16H e 24H: preencher os critérios de inclusão do estudo DAWN A realização desse exame NÃO deve atrasar a administração de TEV (se indicado) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Maior sensibilidade que a TC Sequências convencionais permitem a detecção da área infartada a partir de 4 horas do ictus Sequência que avalia a existência de restrição à difusão das moléculas de água: identifica lesões isquêmicas após minutos do seu início OUTROS EXAMES Ecodopplercardiograma transtorácico + ecocardiograma transesofágico + ECG de 24H (Holter): suspeita de mecanismo relacionado a origem cardíaca Exames sonográficos (ecodoppler de artérias carótidas e vertebrais): suspeita de mecanismo aterotrombótico (avaliação do segmento extracraniano dessas artérias) Angiorressonância + angiotomografia: avaliação de segmentos vasculares extracranianos e intracranianos Doppler transcraniano (DTC): complementa tais informações em nível intracraniano + pode detectar êmbolos passando através da circulação cerebral (eventos cardioembólicos + embolias arterioarteriais) CONDUTA TERAPÊUTICA MEDIDAS GERAIS Visam garantir a manutenção da permeabilidade das vias aéreas superiores + manutenção da circulação Avaliação cardiovascular: ritmo cardíaco + traçado eletrocardiográfico Oxigenação: oxigênio suplementar nos pacientes com algum grau de hipóxia → assegurar saturação de O2 ≥ 94- 95% Hidratação: hidratação intravenosa com 2.000 a 3.000 mL/dia de soluções salinas isotônicas → evitar soluções hipotônicas e glicosadas Níveis de glicemia: uso de insulina para manter a glicemia < 200 mg/dL (ideal < 150 mg/dL – alvo terapêutico: 140 a 180 mg/dL) + hipoglicemia deve ser corrigida Temperatura: hipertermia na fase aguda do AVEI está relacionada com pior prognóstico → deve ser rigorosamente monitorizada + corrigida com antitérmicos (paracetamol + dipirona) + investigar focos de infecção Pressão Arterial Controle depende da instituição ou não de estratégias de reperfusão prévias a. Paciente não submetido à trombólise + PA ≅ 220x120 mmHg: considerar ↓ de 15% da PA inicial nas primeiras 24 horas b. Paciente submetido à trombólise: manter PA < 180x105 mmHg por 24 horas + aferir PA a cada 15 min por 2h, depois a cada 30 min por 6h, e então a cada 1h até o fim das primeiras 24h a. Pacientes submetidos à TM: manter PA ≤ 180x105 mmHg nas primeiras 24 horas (níveis pressóricos menores podem ser considerados a depender do grau de reperfusão cerebral obtido após o procedimento Hipotensão arterial persistente não é comum na fase aguda do AVEI → deve ser prontamente corrigida Hipertensão arterial na fase aguda do AVEI: observa- se ↑ transitório da PA devido a uma reação endócrina, que persiste por alguns dias após o ictus + contribui para manutenção de uma pressão de perfusão cerebral menos nociva à região de penumbra Não se deve tratar PA em pacientes não candidatos ao tratamento trombolítico → exceto quando os níveis diastólicos estiverem > 220 mmHg Alimentação: jejum oral nas primeiras 24 horas (risco de vômitos e broncoaspiração) + antes de retornar a VO avaliar a deglutição (rastreio para disfagia) Profilaxia para doença trombótica venosa: compressão pneumática intermitente (não se recomenda o uso de meias elásticas) Medidas de prevenção de úlceras de estresse em indivíduos acamados + vigiar o surgimento dela 5 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 TROMBECTOMIA MECÂNICA Estratégia de reperfusão cerebral Consiste na retirada do trombo agudo de grandes artérias que participam da vascularização cerebral, através de dispositivos específicos (stent retrievers) Proporciona benefícios no prognóstico funcional do paciente em 3 meses Sua eficácia é tempo-dependente Número necessário para tratar (NNT) varia de 3 a 7,5 Considerada para pacientes que receberam ou não TEV Critérios de indicação variam conforme o tempo de ictus Pacientes com tempo de ictus < 6h: idade > 18 anos + Escore de Rakin modificação (ERm) prévio de 0 a 1 + Oclusão da artéria carótida interna ou ramos M1 de ACM + NHSS ≥ 6 + ASPECTS ≥ 6 Pacientes com ictus entre 6h e 24h: candidatos desde que preencham os critérios dos estudos DAWN e/ou DEFUSE 3 a. DAWN: idade ≥ 18 anos; Oclusãode ACI ou segmento M1 de ACM; Entre 6-24h desde a última vez que estava assintomático; ERm prévio de 0-1; Idade < 80 anos + NIHSS ≥ 10 + VI < 31 mL ou < 80 anos + NIHSS ≥ 20 + VI < 51 mL ou ≥ 80 anos + NIHSS ≥ 10 + VI < 21 mL b. DEFUSE 3: Idade entre 18-90 anos + NIHSS ≥ 6 + Oclusão de CAI ou segmento M1 da ACM + Entre 6-16h desde a última vez que estava assintomático + ERm prévia de 0-2 + VI < 70 mL + Relação mismatch > 1,8 + Volume de mismatch ≥ 15 mL Há evidências de provável eficácia e segurança da TM para oclusão de outras artérias cerebrais Pode ser considerado nas primeiras 6h do ictus em oclusões dos segmentos M2 e M3 da ACM + da artéria cerebelar anterior + da artéria vertebral + da artéria basilar + da artéria cerebral posterior Pacientes submetidos à TM devem ser mantidos com PA ≤ 180x105 mmHg por 24 horas MEDIDAS TERAPÊUTICAS PARA O EDEMA CEREBRAL ASSOCI ADO AO AVEI Edema cerebral relacionado ao AVEI: ápice entre o 3º e 4º dia após o ictus Identificação de edema significativo: monitorização em UTI + instituição de medidas clínicas para hipertensão intracraniana (decúbito a 30°, terapia osmótica e hiperventilação moderada breve) e para neuroproteção (sedação) Indicações de procedimentos cirúrgicos: Ventriculostomia + craniectomia descompressiva suboccipital com expansão dural: indicada na presença de hidrocefalia obstrutiva após infarto cerebelar Craniectomia descompressiva suboccipital com expansão dural: pacientes com infarto cerebelar com herniação do cerebelo sobre o tronco encefálico levando a deterioração neurológica Infartos extensos de ACM com deterioração neurológica nas primeiras 48 horas após o ictus: considerar hemicraniectomia descompressiva → indicações: ≤ 60 anos ≤ 48 horas de ictus Isquemia em 50% do território da ACM ou VI ≥ 145 mL NIHSS > 15 Item 1ª de NHISS ≥ 1 TERAPIA ANTITROMBÓTICA NNT para evitar morte ou dependência = 79 para essa intervenção Número necessário para causar dano (NND) = 574 para sangramento intracraniano sintomático e de 245 para sangramento extracraniano significativo ASA: recomenda a administração de AAS na dose de 160-300 mg 1x/dia para o paciente com AVEI agudo → deve ser iniciada em até 48 horas do ictus Paciente submetido à TEV: antiagregante deve ser iniciado somente após 24h da infusão do trombolítico Paciente que já usava AAS de forma regular: não há benefícios estabelecidos para a troca da medicação ou para ↑ a dose Dependendo do resultado da investigação do mecanismo do AVE pode-se optar por trocar ou associar o AAS com outras medicações para profilaxia secundária de AVEI ASA: recomenda a dupla antiagregação com AAS + Clopidogrel iniciada em 24 horas do ictus por 21 dias (pacientes com AVEI minor) O uso de anticoagulantes no AVEI agudo com o objetivo de prevenir sua recorrência precoce + progressão do déficit neurológico + melhorar o prognóstico do paciente NÃO é recomendado 6 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 TERAPIA DE REPERFUSÃO CEREBRAL – TROMBOLÍTICOS Considerada para todo paciente com AVEI cujo o último tempo em que estava assintomático foi há menos de 4,5h Resulta em melhora do prognóstico funcional dos pacientes em 3-6 meses Eficácia é tempo-dependente + deve ser iniciada o quanto antes NNT da TEV com alteplase = 10 (quando administrada nas primeiras 3h) + 20 (quando adm. entre 3-4,5h) Antes de administrar: informar o paciente e seu responsável legal sobre os riscos e benefícios da terapia + obter termo de consentimento por escrito desses para a infusão do trombolítico Alternativa à alteplase para TEV: tenecteplase → medicação segura e de eficácia semelhante à da alteplase Guidelines de 2018 da ASA: uso de tenecteplase na dose de 0,4 mg/kg EV em bolus único (em caso de déficit pequeno e na ausência de oclusões de grandes artérias intracranianas) ADM intravenosa do rt-PA: dose de 0,9mg/kg (dose máxima de 90mg) em 60 minutos, sendo 10% da dose ADM em bolus durante 1 minuto Não devem ser administrados anticoagulantes ou antiagregantes nas primeiras 24 horas após o procedimento trombolítico → nesse período, o doente deve ser rigorosamente monitorizado em razão de possíveis complicações hemorrágicas INDICAÇÕES Pacientes que despertam com déficit neurológico: realização da TEV com alteplase pode ser considerada nos casos que há presença de restrições nas sequências de difusão (DWI) da RM de encéfalo + ausência de hipersinal significativo na sequência FLAIR do exame (DWI-FLAIR mismatch) Pacientes ≥ 18 anos < 3 horas desde a última vez que estava assintomático Entre 3 e 4,5 horas desde quando estava assintomático e NIHSS ≤ 25 NIH inicial maior que 4 (exceto afasia) TC de crânio sem evidências de hemorragia ASPECTS ≥ 7 Sintomas neurológicos persistentes Ausência de contraindicações à trombólise CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Início dos sintomas > 4h30min Desconhecimento do horário do início dos sintomas ou despertar com sintomas CONTRAINDICAÇÕES (ABSOLUTAS) Sinais de hemorragia na TC de crânio AVEI nos últimos 3 meses Cirurgia intracraniana ou intraespinhal nos últimos 3 meses Suspeita clínica ou radiológica de hemorragia subaracnóidea Plaquetas < 100.000/mm3, INR > 1,7, TTPa > 40s ou TP > 15s Uso de inibidores diretos de trombina ou de fator Xa em ≤ 48h, EXCETO SE todas as provas de coagulação forem normais Uso concomitante de antagonistas de glicoproteína IIb/IIIa Suspeita de dissecção de aorta PA ≥ 185x110mmHg Franca Hipoatenuação cerebral em TC de crânio Traumatismo cranioencefálico grave nos últimos 3 meses Antecedente de sangramento intracraniano Neoplasia gastrointestinal ou sangramento gastrointestinal nos últimos 21 dias Recebeu dose terapêutica de heparina de baixo peso molecular nas últimas 24 horas Uso de inibidores diretos de trombina ou de fator Xa em > 48h e função aletrada Suspeita de endocardite infecciosa Neoplasia intracraniana intra-axial (gioblastoma multiforme) Punção de LCR em menos de 7 dias Punção recente em vaso não compressível Sangramento ativo (exceto menstruação) Crise epiléptica na instalação dos sintomas RELATIVAS HAS grave e não controlada Admissão com PAS > 180 ou PAS 7 Emanuelly Lopes Cardoso T9 | E8M1 RCP traumática ou > 10 min Demência ou outras patologias intratáveis Cirurgia de grande porte < 3 semanas Gravidez ou puerpério Úlcera péptica ativa Uso de cocaína EFEITOS COLATERAIS Hemorragias internas ou externas significativas (especialmente em locais de punção arterial e venosa) Hipersensibilidade: reações urticariais/anafiláticas → angioedema Embolização do colesterol MECANISMO DE AÇÃO Agentes fibrinolíticos lisam com rapidez os trombos ao catalisar a formação da serina protease (plasmina) a partir do plasminogênio Esses fármacos criam um estado lítico generalizado quando administrados por via intravenosa → ocorre a degradação dos trombos hemostáticos protetores e trombos-êmbolos-alvo → restauração do fluxo sanguíneo normal CONDUTA PÓS-TROMBOLÍTICOS 1. Não utilizar antiagregante plaquetário ou anticoagulante nas primeiras 24 horas após administração rtpa 2. Não realizar cateterização arterial ou punção venosa profunda nas primeiras 24 horas 3. Não passar sonda vesical até 30 minutos após o término do rtpa → se possível evitar sonda vesical nas primeiras 24 horas após a terapia trombolítica 4. Evitar SNG nas primeiras 24 horas após a terapia trombolítica 5. Realizar tomografia de crânio e Hb, Ht, TP, TTPA entre 12- 24 horas, para controle evolutivo 6. O controle da pressão arterial deve ser realizado nos seguintes intervalos de tempo: Primeiras 2 horas após rtpa: a cada 15 minutos De 2 a 6 horas após rtpa: a cada 30 minutos 6 a 24 horas após rtpa: a cada hora 7. Deve-se manter os níveis menores que 180 X 105 mmHg e evitar níveis sistólicos menoresque 140mmHg 8. O controle da temperatura axilar deve ser realizado cada duas horas e instituído medidas para hipertermia 9. O controle da glicemia capilar deve ser realizado com intervalo mínimo de quatro em quatro horas e, nos casos de protocolo de insulina, de hora em hora 10. Deve-se utilizar como medidas para profilaxia de trombose venosa profunda a compressão pneumática e meias elásticas UNIDADES VASCULARES Leitos dedicados ao atendimento de pacientes com AVE + síndromes coronarianas agudas + tromboembolismos pulmonares + síndromes aórticas agudas, localizados dentro do setor de emergência de um hospital geral Possuem leitos monitorados e SAV Equipe: médicos emergencistas + enfermeiros dedicados e treinados na doença aterotrombótica aguda + apoio permanente de neurologistas e cardiologistas com expertise em doenças vasculares cerebrais, aórticas e cardíacas Possuem suporte de neurocirurgiões + cirurgiões cardíacos e vasculares periféricos + equipe de neurorradiologistas Possuem como característica serem contíguas aos centros de imagem e de tratamento endovascular para facilitar o rápido manejo dos pacientes REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Medicina de emergência: abordagem prática USP – 13ª Ed. 2019. Iríneu Tadeu Velasco; Antonio Brandão Neto; Heraldo Possolo de Souza. Barueri [SP]: Manole. 2. Pronto-socorro: medicina de emergência USP – 3ª Ed. 2013. Herlon Saraiva Martins, Maria Cecltia de Toledo Damasceno, Soraia Barakat. Barueri, SP : Manole. 3. Diretrizes Assistenciais: Acidente Vascular Cerebral. Albert Einstein Hospital Israelita. Versão eletrônica atualizada em 2011.
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