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Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 ÍNDICE DE PEARL = 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒇𝒂𝒍𝒉𝒂𝒔 𝟏𝟎𝟎 𝒎𝒖𝒍𝒉𝒆𝒓𝒆𝒔/ 𝟏 𝒂𝒏𝒐 o O índice de Pearl é utilizado no mundo inteiro e padronizado pela OMS. Ele traduz a eficácia de um método contraceptivo. Para isso considera um grupo de 100 mulheres que utilizaram o método “X” durante um ano (denominador) e o número de falhas (numerador). o Como sabemos que o método é considerado eficaz? Para ser considerado eficaz o método deve ter índice de Pearl < 1, ou seja, menos de 1 mulher em um grupo de 100 que utilizam o método ficarão gravidas no período de 1 ano. MÉTODO EFICAZ → IP <1 o Os métodos contraceptivos podem ser divididos em 4 grupos: 1. Comportamentais 2. De barreira 3. Hormonais 4. Cirúrgicos 4.1 vasectomia 4.2 laqueadura tubária ABSTINÊNCIA SEXUAL PERIÓDICA IP = 24 -------------------------------------------→ é muito particular, não é considerado eficaz! 1) TABELINHA • Não ter relações sexuais no período fértil (ovulatório) – “tabelinha” • Como calcular qual é o período fértil (método de Ogino-Knaus) em ciclos irregulares Ciclo + curto da mulher: - 18 dias ---------------------------------------- início do período fértil (D1) Ciclo + longo: - 11 dias ---------------------------------------------------- fim do período fértil 2) TEMPERATURA • A progesterona que surge após a ovulação, produzida pelo corpo lúteo, acaba tendo efeito termogênico (aumenta ~0,5°C a temperatura basal do corpo). Seriam necessárias aferições diárias e frequentes na tentativa de perceber tal variação 3) MÉTODO DE BILLINGS • Avaliação do muco cervical diariamente • Quando próximo da ovulação o muco fica com aspecto ovulatório: elástico e filante. Quando se inicia a produção de progesterona o muco adquire aspecto opaco (indicaria o período seguro para se ter relações sexuais – fim do período fértil) • Taxa de falhas elevada! Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 4) MÉTODO SINTOTÉRMICO • Uso de métodos anteriormente citados de forma combinada EX: temperatura + Billings EX: tabelinha + temperatura COITO INTERROMPIDO o Retirada do pênis do canal vaginal antes que ocorra a ejaculação o Índice de falha é muito grande – pode haver liberação de espermatozoides antes mesmo da ejaculação. Muitas vezes o homem também não se dá conta de que irá ejacular CAMISINHA (CONDOM) o Além de ser um método contraceptivo atua na proteção contra as IST • OBS: Não confere proteção total contra o HPV! – “a camisinha para o HPV é como sair com guarda chuva em uma chuva forte” → podemos molhar os pés na chuva mesmo protegidos com guarda-chuva. A mesma analogia pode ser feita para o HPV e a camisinha – o preservativo confere proteção parcial, ainda assim há alguma exposição (podendo haver transmissão) o Tipos: • Masculina • Feminina o IP = 2 (uso perfeito) / IP= 18 (uso comum) -------> NÃO É CONSIDERADO EFICAZ na prevenção da gestação #CAI NA PROVA – Nas questões de provas quando temos uma “paciente e queremos avaliar a chance de gravidez” muitas vezes irão relatar que a mesma utiliza camisinha como método contraceptivo (isso porque o método falha, é comum) o A camisinha não deve ser utilizada como método contraceptivo único, uma vez que não é considerada eficaz na prevenção da gravidez! Cabe ao médico orientar a utilização do preservativo associada a um método contraceptivo eficaz – ex: pílula anticoncepcional, DIU, ... – isso porque o condom tem papel protetor contra ISTS ESPERMICIDA (ESPERMATICIDA) o Fármaco que leva a ruptura da membrana do espermatozoide o Nonoxinol-9 – principal fármaco comercializado • O uso repetitivo quando colocado na mucosa vaginal tem a tendência de provocar microerosões no epitélio vaginal, isso graças ao seu princípio ativo (que proporciona a rotura da membrana do sptz). Esse mecanismo proporciona maior risco para a mulher em contrair uma IST (perda da integridade do epitélio vaginal) • IP = 18-28 -------> NÃO É CONSIDERADO EFICAZ! #OBS: pode ser utilizado junto a camisinha, contudo mesmo em associação o IP é >1 -------> NÃO É CONSIDERADO EFICAZ! Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 DIAFRAGMA o Dispositivo de borracha o Inserido antes de cada relação sexual – barreira mecânica para os espermatozoides o IP = 6 a 12 --------> NÃO É CONSIDERADO EFICAZ! (taxa de falha é alta) o Retirar no mínimo 6 horas após ejaculação (higienizar e guardar dentro de um estojo) – não é considerado eficaz (importante orientar a paciente) DIU DE COBRE o IP = 0,6 --------> É CONSIDERADO EFICAZ! o O DIU é visto pelo corpo da mulher como um invasor (corpo estranho), o que desencadeia uma reação inflamatória local (cursando com alteração do pH, citocinas,...) – isso faz com que o microambiente uterino e tubário se torne “hostil” (inóspito) a ocorrência de fecundação • OBS: o DIU não é abortivo!! (MITO) o Taxas de expulsão – logo que o dispositivo é inserido há chance de que o útero se contraia (tentativa de expulsar o corpo estranho). Isso pode acontecer nos primeiros 30 dias após a inserção do dispositivo, depois desse período as chances são muito baixas (taxa de expulsão é inversamente proporcional ao tempo de inserção). o Melhor momento para a inserção • Menstruada ✓ Certeza de que a paciente não está gravida ✓ Durante esse período o colo do útero fica mais aberto – facilitando a inserção (mais confortável) • Puerpério - Até 48 horas (após um parto normal) ou após 4 semanas pós-parto – não é recomendada a inserção do dispositivo nesse intervalo entre as primeiras 48 horas e 4 semanas pós-parto, isso porque nesse cenário as taxas de expulsão são muito elevadas #OBS: quando a mulher não estiver menstruada, sempre devemos descartar a hipótese de gravidez #OBS: taxas de DIP – qual é o risco da mulher de desenvolver doença inflamatória pélvica após a colocação do DIU? O risco é sempre maior nos primeiros 20 dias a 1 mês da colocação. Sendo que a partir do 2º mês (ou seja, passado 60 dias da colocação) a chance de que a paciente desenvolva DIP é a mesma de mulheres que não possuem o DIU O FR para desenvolvimento de DIP não é o DIU propriamente dito! mas sim a exposição prévia aos patógenos sexualmente transmissíveis. Ou seja, uma paciente já infectada por um patógeno (ex: gonococo, clamídia,..). mas que é assintomática (não tem conhecimento da doença). Dessa forma a colocação do DIU nessa paciente funcionará como um veiculo carreador de infecção nessa paciente e ao aumento do risco de desenvolver uma DIP. o EFEITOS ADVERSOS DA UTILIZAÇÃO DO DIU DE COBRE • Sangramento menstrual excessivo (aumenta o fluxo) – principal • Dismenorreia (cólica) • Actinomyces israelii : bactéria que leva ao desenvolvimento de uma infecção pélvica conhecida como actinomicose (única infecção pélvica associada a utilização de DIU – quase exclusiva de mulheres usuárias de DIU! Muito rara em não usuárias) Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 o CONTRAINDICAÇÕES AO USO DE DIU DE COBRE • Gravidez – confirmada ou suspeita • Cervicite purulenta • DIP no último mês ou + de 2 episódios no último ano • Tuberculose pélvica • Sangramento uterino de causa desconhecida -------→ investigar • Câncer de colo, endométrio ou ovário ------→ alteração da anatomia da pelve • Alterações anatômicas do útero --→ ex: útero bicorno, septado, de Delfos, miomas submucosos (abaulamento na cavidade uterina). • Sangramento menstrual excessivo ------→ DIU leva ao aumento do fluxo • Dismenorreia (cólica menstrual) • Discrasias sanguíneas • Trombocitopenia (plaquetopenia) • AIDS --------------------------------------→ aumento da chance de desenvolver DIP (HIV + AIDS). OBS: contudo, em pacientes HIV+ não AIDS a colocação pode ser feita. E se essapaciente HIV + desenvolver AIDS (níveis de CD4 compatíveis com doença) não é necessária a retirada do DIU!! A regra vale somente para a inserção do dispositivo, que não deve ser feita em pacientes aidéticas. • Doença de Wilson -------------------→ distúrbio do genético raro (herança recessiva) do metabolismo do cobre levando ao acumulo deste no fígado e em outros órgãos e ao desenvolvimento de sintomas neurológicos e hepáticos, bem como de anemia hemolítica. O DIU de cobre NÃO/ JAMAIS deve ser indicado para estas pacientes DIU COM LEVONOGESTREL o Endoceptivo – DIU hormonal com levonogestrel (progesterona sintética) o O mecanismo de ação dele não é o mesmo dos métodos de barreira. Estudamos este método junto aos de barreira pois não deixa de ser um dispositivo intrauterino (“corpo estranho”). o Esse dispositivo libera constantemente progesterona (levonogestrel) dentro do útero levando a modificações no endométrio (+ atrófico) bem como na alteração do muco cervical e em raros casos pode inibir a ovulação o Surgiu como uma opção para mulheres que desejavam parar de menstruar (entrar em amenorreia) • 20% de amenorreia – 1º ano • 50% de amenorreia – 2º - 5º ano • Validade – 5 anos o Eficácia similar a LT (laqueadura tubária) -------------------→ IP = 0,2 (MÉTODO DE ALTA EFICÁCIA) • 85% das usuárias – ovulação normal • 30% das usuárias – pode levar a cistos ovarianos funcionais • Retorno a fertilidade alto após a retirada! • Miomatose – o mioma (submucoso) leva a uma alteração anatômica da cavidade uterina, que contraindica o uso de DIU (QUALQUER DIU!) #PEGADINHA ✓ Nuligestas – “mulher que nunca teve filho não seria bom colocar um DIU de cobre” - tal afirmação caiu por terra (“medicina baseada em experiencia/ opinião”) já que a medicina baseada em evidências mostrou que isto é apenas um mito! ✓ Antibioticoprofilaxia antes da inserção – NÃO é necessária!! Caso o medico acredite que haja chance da paciente estar com alguma IST a colocação do dispositivo está contraindicada ✓ Validade – 10 ANOS Natália Giacomin Lima – medicina UFES 101 • Antibioticoprofilaxia – não é feita! o CONTRAINDICAÇÕES – DIU DE LEVONOGERSTREL • As mesmas do DIU de cobre exceto: ✓ Sangramento excessivo ✓ Discrasias ✓ Dismenorreia ✓ Doença de Wilson (alteração do metabolismo do cobre) • INCLUI CONTRAINDICAÇÕES (QUE NÃO EXISTEM NO DIU DE COBRE) ✓ CA de mama -----------→ levonorgestrel é uma progesterona sintética e como sabemos o CA de mama é uma neoplasia hormônio-dependente! → OBS: pode usar DIU de Cu ✓ Cirrose grave ----------→ pode usar DIU de Cu ✓ LES com AF+ (anticorpos anti-fosfolipides +) ---→ contraindicação ao uso de qualquer hormônio nessas pacientes
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