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PSICOMOTRICIDADE A PSICOMOTRICIDADE A função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo estão intimamente ligados na criança. Com isto, através de técnicas a serem aplicadas, as crianças terão condições mínimas necessárias para uma boa aprendizagem. O professor que analisa os erros de seus alunos, poderá saná-los fazendo regularmente exercícios psicomotores em diversas atividades tais como: a de despir-se e colocar roupas; as de ginástica; na matemática, de canto; em habilidades manuais entre outras. ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE O ESQUEMA CORPORAL 1. Noções. O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. A própria criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. Sua personalidade se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo à sua volta. 2. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMA CORPORAL O CORPO VIVIDO A criança se sentirá bem na medida em que seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo não somente para movimentar-se mas também para agir. Exemplo: correr durante o recreio, passar por baixo de cadeiras, transferir líquidos de uma vasilha para outra, equilibrar-se num pé só, agachar e saltar, etc. CONHECIMENTOS DAS PARTES DO CORPO Após a percepção global do corpo vem a etapa da tomada de consciência de cada segmento corporal. Esta se realiza de forma interna e externa. A criança deverá apontar, nomear as diferentes partes do corpo e localizar uma percepção tátil. Exemplo: sentir cada parte do corpo; ver seu corpo diante de um espelho ou ver as partes do corpo em uma outra criança. ORIENTAÇÃO ESPAÇO - TEMPORAL Nesta etapa a criança passa a um trabalho sensorial mais elaborado. Ela fará associações dos componentes corporais aos diversos objetos da vida cotidiana. Com isto, perceberá as diferentes posições que fazemos com as partes do corpo. Exemplo: desenhar uma figura no alto da folha; adquirir noção gráfica; ficar em fila sem empurrar os colegas; pintar dentro de um desenho e contorná- lo. ORGANIZAÇÃO ESPAÇO - TEMPORAL É a etapa em que a criança poderá exercitar todas as suas possibilidades corporais. Movimentará de forma analítica através de exercícios de coordenação, equilíbrio, inibição e destreza e de forma sintética, expressando por intermédio de seu corpo uma ação, um sentimento, uma emoção. Exemplo: descrever um movimento, compreender as expressões dos personagens de uma história, exprimir-se através dos desenhos, compreender e dominar o diálogo corporal. II. A LATERALIDADE 1. Noção de dominância lateral Durante o crescimento, naturalmente se define uma dominância lateral na criança. A lateralidade corresponde a dados neurológicos, mas também influenciada por hábitos sociais. Ela apresenta-se a nível de membros inferiores, de membros superiores e dos olhos. Exemplo: chutar uma bola, saltar de um pé só, utilizar uma tesoura para recortar, alinhavar, desenhar e pintar, acertar no “alvo”, arremessar uma bola, olhar um caleidoscópio, olhar num buraco da fechadura. 2. DIFERENÇA ENTRE LATERALIDADE E O CONHECIMENTO “ESQUERDA-DIREITA” Lateralidade é a dominância de um lado em relação ao outro, a nível da força e da precisão. E conhecimento “esquerda-direita” é o domínio dos termos “esquerda” e “direita”. Esse conhecimento decorre da noção de dominância lateral. É a generalização, da percepção do eixo corporal, a tudo que cerca a criança. Assim só é possível adquiri-lo aos 5 ou 6 anos e a reversibilidade (reconhecer direita e esquerda nos outros) a partir dos 7 anos. III. A ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL É A ORIENTAÇÃO, A ESTRUTURAÇÃO DO MUNDO EXTERIOR REFERINDO-SE PRIMEIRO AO “EU” REFERENCIAL, DEPOIS A OUTROS OBJETOS OU PESSOAS EM POSIÇÃO ESTÁTICA OU EM MOVIMENTO. É A TOMADA DE CONSCIENCIA, PELA CRIANÇA, DE POSSIBILIDADES MOTORAS E DE SUAS POSSIBILIDADES DE AGIR E DE EXPRESSAR- SE. 2. ETAPAS DA ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL Conhecimentos das noções Por exemplo: pede-se que a criança vá ao seu quarto; leve este papel na secretaria da escola; pegue o pano de chão que está na lavanderia; guarde as roupas nas gavetas; disponha copos, talheres e pratos na mesa de acordo com a quantidade de pessoas que irão comer; organizem- se em filas para o lanche, etc. IV. A ORIENTAÇÃO TEMPORAL É a capacidade de situar-se em função: da sucessão dos acontecimentos; da duração dos intervalos; da renovação cíclica de certos períodos de tempo; do caráter irreversível do tempo. As noções temporais são muito abstratas, muitas vezes difíceis de serem adquiridas pelas crianças. É importante que a criança saiba orientar-se no tempo, pois muitas atividades são importantes para a vida cotidiana. 2. ETAPAS DA ORIENTAÇÃO TEMPORAL • Ordem e Sucessão A criança deverá perceber e memorizar conceitos como antes, depois, agora, primeiro, último. Classificará também imagens segundo uma ordem cronológica ou lógica. • Duração dos Intervalos A criança deverá perceber conceitos como o que passa depressa, que dura muito, do tempo decorrido, diferenças entre as horas e um dia, etc. • Renovação Cíclica de certos Períodos São os dias, as semanas, as estações. • Ritmo Abrange a noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância. Exemplos: ajudando a criança a expressar- se segundo seu ritmo espontâneo em exercícios de deslocamentos livres sob os acordes de uma música. Gradualmente levá-la a acompanhar com mais precisão o ritmo dado como uma marcha, bater os pés, mãos, etc. PRÉ - ESCRITA Domínio do gesto, estruturação espacial e orientação temporal são os três fundamentos da escrita. Com efeito a escrita supõe: - Direção gráfica: horizontal e da esquerda para a direita; - Noção de em cima e embaixo, de esquerda e direita e de linhas curvas e oblíquas; - Noção de antes e depois; - Equilíbrio entre as forças musculares, flexibilidade e agilidade de cada articulação do membro superior; - Desenvolvimento Da destreza manual; - Exercícios motores e de grafismo: preparatórios para a escrita no papel e na lousa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS * BOSSEMEYER, M. Guia para o desenvolvimento da percepção motora. São Paulo: Editora Manole, 1989. *DE MEUR,A e STAES, L. (1984) – Psicomotricidade: Educação e Reeducação, São Paulo, Ed. Manole. *FONSECA, V. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993. *LE BOULCH, J. (1987) – O Desenvolvimento Psicomotor: do nascimento aos 6 anos; Porto Alegre, Ed. Artes Médicas. *OLIVEIRA, G.C. (1997) – Psicomotricidade: educação, reeducação num enfoque psicopedagógico; rio de Janeiro, Ed. Vozes. *https://www.google.com.br/search?q=psicomotricidade&client=firefox- a&hs=tHG&rls=org.mozilla:pt- BR:official&channel=fflb&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=llEHVOKeB46 8ggS974LQDw&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAQ&biw=1366&bih=631