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Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 1 Alterações cromossômicas DEFINIÇÃO DE ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS: São alterações do material genético, as quais ocorrem comprometendo a sequência de bases nitrogenadas, estrutura ou quantidade de cromossomos presentes na célula. As mutações são espontâneas, mas podem ser induzidas. Podem ainda ser letais ou acarretar doenças ou anomalias. Elas podem, também, promover a evolução, uma vez que determinam aumento na variabilidade genética. As mutações podem ser: Gênicas/Pontuais: Acontece quando altera apenas uma base, comprometendo a leitura correta das trincas de bases do código genético. As mutações gênicas ou de DNA, incluindo a substituição de um par de bases, inserções e deleções podem originar- se por qualquer um de dois mecanismos básicos: erros introduzidos durante a replicação do DNA ou mutações decorrentes de uma falha no reparo correto do DNA após lesão. Muitas dessas mutações são espontâneas e surgem durante os processos normais (mas imperfeitos) de replicação e reparo do DNA, enquanto outras são induzidas por agentes físicos ou químicos, chamados de mutagênicos; Genômicas/Cromossômicas: Representadas por alterações na estrutura cromossômica ou pelo número total de cromossomos. Não altera apenas um gene, mas sim vários genes (pela perda de um cromossomo, pela inserção de um cromossomo, pela perda de um pedaço). Mutações que produzem alteração no número de cromossomos devido a erros de segregação cromossômica estão entre as mutações mais observadas em humanos, com uma taxa de uma mutação por 25 a 50 divisões celulares meióticas. Essa estimativa é um valor mínimo, porque as consequências de muitos desses eventos no desenvolvimento são provavelmente tão graves que os fetos resultantes são abortados de modo espontâneo logo após a concepção sem serem detectados; Mutações regionais: As mutações que afetam a estrutura ou a organização regional dos cromossomos podem surgir por vários caminhos diferentes. As duplicações, deleções e inversões de um segmento de um único cromossomo são predominantemente o resultado da recombinação homóloga entre segmentos de DNA com alta homologia de sequência situados em mais de um local em uma região do cromossomo. No entanto, nem todas as mutações estruturais são resultado de recombinação homóloga. Algumas, como translocações cromossômicas e algumas inversões, podem ocorrer em locais de quebras espontâneas do DNA de dupla-fita. Uma vez que a quebra ocorra em dois locais no genoma, as duas extremidades quebradas podem ser unidas em conjunto, mesmo sem qualquer homologia óbvia na sequência entre as duas extremidades (um processo denominado reparo por união de extremidades não homólogas). As anomalias cromossômicas podem ser tanto numéricas quanto estruturais, e podem envolver um ou mais autossomos, cromossomos sexuais ou ambos simultaneamente. Sem dúvida, o tipo mais comum de anomalia cromossômica clinicamente significativa é a aneuploidia, uma anomalia cromossômica numérica devido a um cromossomo extra ou ausente. Um cariótipo aneuploide está sempre associado a anormalidades físicas ou mentais ou a ambas. Anomalias estruturais (rearranjos envolvendo um ou mais cromossomos) também são relativamente comuns. Quando a alteração é numérica, o indivíduo tem uma quantidade maior ou menor de cromossomos do que o valor normal diploide da espécie, que é 46 cromossomos. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 2 Quando a alteração é estrutural, o indivíduo possui o número adequado de cromossomos, porém, esses cromossomos têm pedaços trocados em algum momento, e assim tem um cariótipo com alguma translocação (pedaços de cromossomos aderidos a outros); ALTERAÇÕES NUMÉRICAS: A maior parte dos casos de síndrome de Down é causada por alterações numéricas. A aneuploidia é o tipo de distúrbio cromossômico humano mais comum e clinicamente significativo, ocorrendo em pelo menos 5% de todas as gestações reconhecidas. A maioria dos pacientes aneuploides possui ou trissomia (três em vez do par normal de um determinado cromossomo) ou, menos frequentemente, monossomia (apenas um representante de um determinado cromossomo). Tanto a trissomia quanto a monossomia podem ter graves consequências fenotípicas. De longe, o tipo mais comum de trissomia em recém-nascidos vivos é a trissomia do 21, a constituição cromossômica encontrada em 95% dos pacientes com síndrome de Down (cariótipo 47,XX,+21 ou 47,XY,+21). Outras trissomias observadas em nativivos incluem a trissomia do 18 e a trissomia do 13. É notável que esses autossomos (13, 18 e 21) são os três que possuem menor número de genes; presumivelmente, a trissomia dos autossomos com maior número de genes é letal na maioria dos casos. A monossomia em um cromossomo inteiro quase sempre é letal; uma importante exceção é a monossomia do cromossomo X, como observado na síndrome de Turner. Nulissomia (2n-2): perda de um par inteiro de cromossomos. No homem é letal, porém em outras espécies, como vegetais, pode ser compatível com a vida. Ex.: 46 (número total de cromossomos no ser humano) – 2 = 44; Monossomia(2n1): um cromossomo a menos no cariótipo. É compatível com a vida, porém terá que analisar em qual cromossomo está a alteração para saber qual é a síndrome; Ex.: 46-1 = 45. Trissomia (2n+1): um cromossomo a mais no cariótipo. É o caso da Síndrome de Down, em alguns indivíduos. Ex.: 46+1= 47. CROMOSSOMOPATIAS: São alterações cromossômicas causadas pelo aumento ou pela diminuição do número de cromossomos. Quando isso acontece, pode ter processos originados da não disjunção e perda anafásica. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 3 Em algumas situações, a separação dos cromossomos não acontece da maneira adequada. Na anáfase por exemplo, por uma série de fatores, as cromátides podem não se separar ou se separar de maneira desigual. Pode até não ocorrer a disjunção dos cromossomos e, por consequência, as células que ela irá formar irão ter processos patológicos, por não ter a quantidade adequada de cromossomos na sua constituição genética. Logo, problemas na meiose, na divisão celular, que envolvem a separação de cromossomos, são as principais causas desse número anormal de cromossomos nas células. Isso pode acontecer por inúmeros motivos, mas envolvem principalmente os microtúbulos que envolvem os fusos mitóticos. ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS - UNIVERSAL: o Presente em todas as células do ser vivo; o Quando for montar o cariótipo do indivíduo, independentemente de onde for a célula (seja da mucosa oral, do sangue, do cabelo) vai haver a alteração cromossômica. ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS - EM MOSAICO: Algumas células podem apresentar o cariótipo normal e em outras o cariótipo está alterado. Os indivíduos com mosaicismo apresentam sintomas mais brandos, justamente por não apresentarem alterações no conjunto gênico. A Síndrome de Down pode ser provocada por mosaicismo, em que as alterações do cromossomo 21 nas células do sangue são alteradas, enquanto que nas células epiteliais da mucosa oral o cariótipo é normal. Uma causa comum de mosaicismo é a não disjunção nas divisões mitóticas pós-zigóticas iniciais. Por exemplo, um zigoto com um cromossomo 21 adicional pode perder esse cromossomo extra em uma divisão mitótica e continuar se desenvolvendo como mosaico 46/47,+21. Os efeitos do mosaicismo no desenvolvimento variam emfunção do momento em que ocorre o evento de não disjunção, da natureza da anomalia cromossômica, da proporção dos diferentes complementos cromossômicos presentes e dos tecidos afetados. ALTERAÇÕES NUMÉRICAS: o Aneuploidias: O exemplo mais conhecido é a Síndrome de Down, Trissomia do 21; o O indivíduo vai apresentar uma alteração numérica. Ele vai apresentar um cromossomo a mais no cromossomo 21. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 4 Principais características de um indivíduo com síndrome de Down: o Baixa estatura, não possuem um crescimento adequado; o Orelha de implantação baixa (abaixo da linha dos olhos); o Presença da linha simiesca (90%) – uma única prega palmar transversal; o Deficiência mental; o Nariz e boca curtos; o Pescoço curto com pele frouxa na nuca; o Clinodactilia – quintos dígitos encurvados; o Língua saliente (macroglossia) – inclusive possuem dificuldade de manter a língua dentro da boca; o Malformações cardíacas (relacionadas principalmente com a septação ventricular) – isso faz com que essas pessoas tenham uma sobrevida menor. Embriogênese do coração: Os indivíduos com Síndrome de Down podem apresentar problemas cardíacos resultantes de processos anormais na 3° semana do desenvolvimento embrionário, que é quando se forma o 3° folheto (trilaminar). No momento em que o coração começa a se formar, são formados os septos do coração, entre as câmeras cardíacas. Defeito Septo Ventricular: O que acontece nos indivíduos com a síndrome de Down é uma septação anormal dos septos ventriculares. Um defeito do septo ventricular é uma abertura no septo, ou uma parede divisória entre as duas câmaras inferiores do coração, conhecidas como os ventrículos direito e esquerdo. E com isso, acaba passando sangue de um septo para o outro. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 5 Os sintomas podem ser: Fadiga, sudorese, respiração rápida, respiração pesada, respiração congestionada, desinteresse na alimentação ou cansativo enquanto a alimentação e ganho de peso. Esses indivíduos precisam se submeter a processos cirúrgicos na primeira infância, para que aconteça uma correção e para que possam tem uma qualidade de vida melhor e uma sobrevida maior. À medida que aumenta a idade materna, aumenta a incidência para síndrome de Down. Isso acontece porque os ovócitos têm a idade correspondente a idade da mulher, e quando esses ovócitos ficam velhos, eles estão mais submetidos e propensos a terem problemas na divisão celular. Os ovócitos, apesar de já estarem formados, param no meio da divisão celular, na metáfase, e só vão concluir o processo de divisão quando eles forem fecundados pelos espermatozoides e assim concluir o seu processo de divisão celular. Dessa forma, mesmo que eles já estejam formados, ainda podem sofrer erros de disjunção porque pararam na metáfase. Mosaico: Explicando a imagem: o lado esquerdo tem um cariótipo de linfócito e do lado direito de basófilo. Ao avaliar esses cariótipos do mesmo paciente, observa-se que no esquerdo possui um cromossomo a mais do 21, e no direito já está normal. Isso é a cariotipagem clássica do indivíduo com moisacismo genético, em que vai ter alterações cromossômicas para alguns tipos de células enquanto que as outras serão normais. ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS: Existem três formas que podem levar à síndrome de Down: trissomia do 21, em forma de mosaico e, ainda, por alterações estruturais. o Down por trissomia do 21: 95% dos casos; o Down por mosaico: 1 – 2% dos casos; o Down por translocação: 3% dos casos. Translocação: acontece quando um cromossomo troca um pedaço com outro (mas isso deve acontecer com cromossomos heterólogos, não pode ser no mesmo par). 3% dos casos de Síndrome de Down são causados pela translocação entre os cromossomos 14 e 21, gerando um cromossomo híbrido. O resultado será um gameta com a presença (equivalente) de 3 cromossomos 21. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 6 Ocorre nos cinco pares de cromossomo acrocêntricos: 13, 14, 15, 21 e 22 – Translocação Robertsoniana (é um dos tipos de translocação. Essa é a forma mais comum). Explicando a imagem: o cariótipo continua com 46 cromossomos, porém, devido à translocação do cromossomo 21 com o 14, o cromossomo 14 está aumentado, isso porque recebeu um pedaço do 21. SUSPEITA CLÍNICA PARA ANEUPLOIDIAS EM PRÉ-NATAL: o Procedimentos para obtenção de alterações fetais; MÉTODOS NÃO INVASIVOS: Ultrassonografia; Ecocardiograma; Dopplerfluxometria; Uso de sangue materno para marcadores bioquímicos; MÉTODOS INVASIVOS: Amniocentese (coleta de líquido amniótico), CAVC (coleta de amostra de vilosidade coriônica – amostras de trofoblastos), Cordocentese (coleta de material do cordão umbilical). Inicialmente serão utilizados métodos não invasivos, que não geram risco de abortamento. Depois, se existir alguma sugestão/indicação de alteração cromossômica, pode, na parte confirmatória, utilizar métodos invasivos. MÉTODOS NÃO INVASIVOS: USG obstétrica para rastreamento de cromossomopatias: o É o padrão ouro, por não emitir radiação; o É capaz de detectar ocorrência de malformação fetal (translucência nucal e ultrassonografia morfológica); o Estimar a idade do feto; o Detecção de anormalidades anatômicas; o Possui 4 marcações principais: CCN: Comprimento cabeça-nádega; DBP: Diâmetro biparental; CC: Circunferência cefálica (para ver se tem microcefalia, etc.); CF: Comprimento do fêmur; o A USG obstétrica realizada entre a 11ª a 14ª semanas de gestação, também conhecida como exame morfológico de primeiro trimestre, tem importância indiscutível no rastreamento de anormalidades cromossômicas. Os principais marcadores ultrassonográficos das cromossomopatias são: a translucência nucal (A), o osso nasal (B) e o Doppler do ducto venoso (C). Translucência nucal – Marcador ultrassonográfico: o A translucência é a mais utilizada, e ela é gerada pelo acumulo de líquidos entre a pele e o tecido mole que recobre a coluna cervical; o É utilizada para avaliar o quão translucida é a nuca daquele indivíduo, naquele momento. Pesquisas foram feitas, e quanto mais elevado for o acúmulo de líquidos, a translucência desse indivíduo, maior será a chance de ter alterações cromossômicas; o Existem casos de translucência tão grande que pode gerar aborto; o É feita na 10 - 14 semanas de gestação, no 1º trimestre; o 2,5mm pode diferenciar mulheres com risco maior; Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 7 o 2,5 – 3,9mm, o risco aumenta em 3 vezes; o De 4,0 – 4,9mm, o risco aumenta em 18 vezes; o Acima de 5mm, uma boa parte desses indivíduos são abortados; o É muito clássico na síndrome de Down, mas também pode estar presente em outras síndromes. Marcadores bioquímicos: o Triagem tripla no soro materno (Não são confirmatórios, mas podem dar resultados sugestivos de determinadas cromossomospatias). Alfa-fetoproteina (AFP): proteína fetal (saco vitelínico e fígado); Beta-gonadotrofina coriônica (β-hCG): produzido pelos trofoblastos; Estriol (uE3): produzido pelo feto (gl. Adrenal e metabolizado pela placenta). Triagem tripla associada com idade materna avançada: Fetocom cromossomopatia. Esses exames serão feitos apenas com idade materna avançada, a única exceção é quando em alguns casos, na 1° ultrassom morfológica da gravidez, mesmo sem a mãe ter idade avançada, o feto tenha alguma alteração morfológica. MÉTODOS INVASIVOS: Amniocentese: Quando há alteração na triagem ou alteração na translucência nucal, é indicado fazer as técnicas mais invasivas. Como, por exemplo, a amniocentese que faz a coleta do líquido amniótico e coleta algumas células desse líquido, que será encaminhado para cultura para fazer o crescimento delas. É encaminhado para cultura porque essas células possuem tamanho insuficiente para fazer o cariótipo da maneira adequada. Após o processo de multiplicação e quantidade adequada dessas células, é feito o cariótipo. É preciso ter cuidado na hora de puncionar, pois se for puncionado de maneira errada, pode induzir ao aborto, mesmo o risco sendo baixo. Coleta de líquido amniótico guiada por ultrassom, após anestesia local ou não. o Resultado sai de 2-3 semanas; depende do crescimento celular, do laboratório e da quantidade de célula que foi coletado. o Riscos: 0,2 a 0,5% de induzir aborto; é muito variável; 0,15% de causar deformidade de membros, por conta do processo de punção. o Complicações: Aspiração de sangue materno – imunização por Rh da mãe (Rh-), podendo ocasionar a eritroblastose fetal; Acidentes de punção; Infecção materna; Perda de líquido (raro), o parto acaba sendo prematuro; Diagnóstico mais tardio. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 8 Coleta da amostra de vilosidade coriônica (CAVC): Isso vai acontecer normalmente quando a amniocentese falhar (aspiração de células insuficientes, etc.). Entende-se, então, que essa seria uma segunda opção de coleta. o Aspiração do tecido trofoblasto fetal por via transcervical ou transabdominal; o Realizado em torno da 9ª a 12ª semanas; o Tem o risco de 1% de abortamento, sendo maior do que a de amniocentese. Isso porque, nesse caso, vai aspirar as células diretamente e não o liquido contendo as células. Elas também serão encaminhadas para cultura e posteriormente é feito o cariótipo. Biópsia de vilo corial: o O cateter é transvaginal, sendo acoplado à seringa com meio de cultura, e assim imitar o ambiente que essas células vivem; o Aspiração de aproximadamente 50mg de vilo corial; o Cultura de curta duração (24h); o Resultado em 1 a 3 dias. Cordocentese: o É feita uma coleta de amostra de sangue fetal do cordão umbilical (linfócitos – que são as células brancas que possuem núcleo, ou seja, tem DNA e assim pode ser utilizado para o cariótipo); o Geralmente é feita em um período mais tardio - a partir da 16ª semana; o Pode identificar alguma anormalidade fetal detectada pela ultrassonografia; o Quando a coleta da amniocentese e vilo corial foi insuficiente, é feita a cordocentese; o A cultura de células de linfócitos dura cerca de 2 a 3 dias, logo depois é feita a extração de DNA; o É capaz de identificar hemoglobinopatias e doenças hematológicas e também doenças genéticas; o Coleta de 1 a 6 ml de sangue – veia umbilical; o O risco de abortamento vai de 0,5 a 1%; o Tem risco de hemorragia local, em casos de complicações. TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 18 - SÍNDROME DE EDWARDS: o É quando o indivíduo tem um cariótipo 2n+1; o Se for um menino, por exemplo: cariótipo 47XY + 18. Significa que há um cromossomo a mais no cromossomo 18 e que esse indivíduo é do sexo masculino; o 95% dos conceptos são abortados espontaneamente; o 80% do sexo feminino: prevalência maior em meninas; o Síndrome grave, possivelmente incompatível com a vida. Características: o Malformações cardíacas (por isso a importância de se ter um diagnóstico genético, pois malformação cardíaca encontra-se em técnicas não invasivas, como ecocardiograma, doppler, etc. e até mesmo nas invasivas, em que vai haver coleta de células, montagem de cariótipo e, a partir disso, saber de qual síndrome se trata, ou se realmente é uma síndrome, pois podem existir malformações genéticas não necessariamente ligadas a síndromes); o Hipertonia: rigidez muscular muito grande; o Pés arqueados; o Calcanhar proeminente; o Fenda labial lateral; o Face pequena, micrognatia; Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 9 o Punhos cerrados: os dedos normalmente apresentam essa característica de sobreposição, em que ficam um sobre o outro (2 e 5 sobrepõem o 3 e 4); o Orelhas malformadas e de implantação baixa; o Esterno curto; o Unhas hipoplásicas: muito frágil, quebrando com facilidade; o Esses pacientes não sobrevivem por muito tempo, muitos são abortados (95%). A maior parte é natimorto; o É uma alteração numérica, do cromossomo 18: aneuploidia. Não se pode fechar o diagnóstico de uma cromossomopatia apenas por características morfológicas identificadas na ultrassonografia ou por características clínicas do paciente. É preciso fazer também o cariótipo para saber em que cromossomo ocorreu a trissomia e saber se é Síndrome de Down, de Edwards, de Patau, etc. TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 13 – SÍNDROME DE PATAU: o Os indivíduos vão ter uma malformação do SNC; o É uma síndrome muito grave, 50 % dos pacientes vão a óbito no primeiro mês. Considerada ainda mais grave do que a síndrome de Edwards; o Os indivíduos podem até chegar à adolescência com essa síndrome, PORÉM, é muito raro isso acontecer. Isso só acontece quando os sintomas são mais brandos. Características: o Orelhas malformadas; o Fendas labial e palatina; o Polidactilia; o Malformações cardíacas; o Malformações urogenitais; o É uma alteração numérica, do cromossomo 13: aneuploidia. Ainda dentro das alterações numéricas existem, também, as euploidias que, diferentemente das aneuploidias, não alteram um ou dois cromossomos, mas sim o cariótipo inteiro no número de cromossomos. Em todo o conjunto genômico desse indivíduo vai ter uma alteração. A euploidias não são compatíveis com a vida na nossa espécie, ela é mais comum em espécies vegetais (morango, banana, etc.). PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA CARIÓTIPO: 1. Alterações de crescimento e desenvolvimento; o Atraso no DNPM; o Fácies dismórficas; o Malformações (de membros, cardíacas, de órgãos, etc.); o Baixa estatura; o Deficiência mental; o Genitália ambígua. 2. Natimortos e óbito neonatal; 3. Infertilidade ou abortos recorrentes; 4. Caso de neoplasia na genitora (cariótipo de tecidos); 5. História familiar positiva de cromossomopatia; 6. Gestação em mulher com idade elevada (>35anos). Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 10 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS: O número de cromossomos se mantém estável (46 cromossomos), mas algum cromossomo daquele conjunto tem uma alteração na sua estrutura. o Ocorrem durante a prófase I da meiose, quando há uma quebra de junção dos cromossomos causando fraturas e originando fragmentos; o Podem ser transmitidas hereditariamente quando ocorrem nas células germinativas (espermatozoides, ovócitos); o Quando ocorrem em células somáticas podem provocar a formação de tumores, mas podem provocar a formação de tumores/processos carcinogênicos. DELEÇÃO: É a perda de um segmento cromossômico. Nessa imagem observa-se que houve a perda de um segmento de cromossomo.C e D foram perdidos, portanto houve uma deleção estrutural nesse cromossomo. Ao analisar o cariótipo dessa pessoa, encontra-se 46 cromossomos, entretanto, um dos cromossomos vai ter tamanho reduzido. Entende-se, então, que não se trata de uma alteração numérica, mas sim estrutural. Exemplo de deleção: Síndrome do miado do gato: É uma síndrome clássica provocada por deleção (modificação estrutural cromossômica). Leva esse nome porque esses indivíduos choram parecendo gatos miando (choro muito fino e agudo). Trata-se de uma deleção do braço curto (porção superior separada pelo centrômero) do cromossomo 5. Síndrome de Prader – Wili: Trata-se de uma síndrome provocada por uma deleção do cromossomo 15 de origem paterna (cromossomo que recebeu do pai). Características: o Lábios muito finos; o Estrabismo; o Osso nasal curto; o Fome constante. Por isso, na adolescência, a maior parte desses indivíduos são obesos. Síndrome de Angelman: Trata-se de um problema causado pela ausência de uma região de origem materna, denominada SPW/AS, nesse cromossomo; Também é provocada por uma deleção do cromossomo 15, porém de origem materna. Essas duas últimas síndromes apresentam características fenotípicas muito parecidas, Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 11 mas com algumas peculiaridades. Esses indivíduos vão ter como similaridade a face. Características: o Sulco nasolabial liso; o Nariz curto; o Lábios finos; o Síndrome da boneca feliz/sorridente (estão sempre com essa expressão sorridente e podem até ter crises de risos); o Retardamento mental grave; o Hipotonia (baixo tônus muscular); o Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; o Ausência de fala e convulsões. DUPLICAÇÃO: Ocorre uma duplicação de uma determinada área do cromossomo. Observa-se que os fragmentos B e C foram duplicados no cromossomo do lado direito. No cariótipo terá 46 cromossomos, porém é notória a alteração na estrutura: os cromossomos terão tamanhos maiores e, consequentemente, terá um diagnóstico de alteração estrutural por duplicação. TRANSLOCAÇÃO: Quando ocorre a troca de pedaços entre cromossomos não homólogos (heterólogos – que não são do mesmo par), provocando erros na leitura; Cariótipo- Translocação 7,9 (7q11,21 e 9p12 ou 7p11,2 e 9q12). Características: o Face dismórfica; o Microdontia (dentes pequenos); o Hipodontia (poucos dentes); o Pés e mãos em forma de garra; o Alterações: respiratória, torácica, endócrina, geniturinárias, neurológica, cabeça e pescoço, etc. Fernanda Carvalho, 4º semestre – TUT 04 12 INVERSÃO: Uma inversão ocorre quando um único cromossomo sofre duas quebras e é reconstituído com o segmento invertido entre as quebras. As inversões são de dois tipos: paracêntrica, na qual ambas as quebras ocorrem em um mesmo braço (do grego para, fora do centrômero); e pericêntrica, na qual ocorre uma quebra em cada um dos braços (do grego peri, ao redor do centrômero). Percebe-se na imagem que o cromossomo B estava em cima e foi para baixo e o segmento D estava em baixo e foi para cima. CROMOSSOMO EM ANEL: É formado por fitas que são complementares. Se o cromossomo sofrer quebras, as duas regiões que ficaram nas extremidades podem ser complementares, e dessa forma elas podem se unir e formar o cromossomo em anel (circular). É muito comum em eucariotos, mas não é comum na espécie humana. Não existem síndromes associadas. ISOCROMOSSOMO: Um isocromossomo é um cromossomo no qual um dos braços está ausente e o outro é duplicado em forma de imagem espelhada. Uma pessoa com 46 cromossomos carregando um isocromossomo, portanto, tem uma cópia única do material genético de um braço (monossomia parcial) e três cópias do material genético do outro braço (trissomia parcial). Isso acontece quando se tem a deleção de um determinado cromossomo, e o cromossomo que ficou daquele par acaba se duplicando. Como é um cromossomo que foi duplicado dele mesmo acaba chamando-se isocromossomo.
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