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2PERFIL NUTRICIONAL DE PORTADORES DE SINDROME DE DOWN

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Caxias do Sul – RS, de 15 a 17 de Setembro de 2015 
 
III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG 
I Salão de Extensão & I Mostra Científica 
 
http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao 
ISSN 2318-8014 
PERFIL NUTRICIONAL DE PORTADORES DE SINDROME DE DOWN: REVISÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
Ana Paula Bosi
a
, Joana Zanotti
b 
 a 
Graduanda em Nutrição (FSG), Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), anapaula_bosi@hotmail.com 
b
Mestra em Ciências Médicas (UFRGS), Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), joana.zanotti@fsg.br 
Informações de Submissão 
anapaula_bosi@hotmail.com 
Rua Marechal Randon, 650 - Caxias do 
Sul - RS - CEP: 95076-300 
 
Palavras-chave: 
 Síndrome de Down. Estado Nutricional. 
Nutrição. 
 
Resumo: A Síndrome de Down (SD) é a cromossomopatia 
mais comum em humanos sendo a principal causa de 
deficiência intelectual e atraso no desenvolvimento na 
população. A obesidade e o excesso de peso são 
aparentemente comuns nesta população por terem sua taxa 
metabólica basal diminuída juntamente ao maior consumo 
alimentar e baixo nível de atividade física. Percebe-se também 
que o crescimento destes indivíduos difere em relação aos 
demais. Assim, o objetivo deste estudo é realizar uma revisão 
da bibliografia relacionando o estado nutricional, hábitos 
alimentares e frequência de atividade física de crianças e 
adolescentes portadores da Síndrome de Down. Foi realizada 
busca ativa em base de uma pesquisa bibliográfica, 
desenvolvida com artigos científicos de revistas eletrônicas 
(Scielo, Google acadêmico, Pubmed), além de fontes 
literárias. As publicações utilizadas foram dos anos de 2004 a 
2014. Através do levantamento bibliográfico realizado, 
observou-se que grande parte dos indivíduos portadores 
da Síndrome de Down apresenta sobrepeso ou obesidade 
iniciando na infância e se estendendo para a vida adulta. 
Assim, sabendo que este público apresenta a prevalência 
de sobrepeso e obesidade, torna-se de fundamental 
importância à realização de estratégias nutricionais. 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é uma alteração cromossômica caracterizada 
pela presença de um cromossomo extra no par 21 descoberta por John Langdon Down. Esta alteração 
ocorre em 95% dos casos de SD. O 5% restante incluem mosaicismo, translocação ou duplicação 
gênica (MATOS, 2007). É a cromossomopatia mais comum em humanos sendo a principal causa de 
deficiência intelectual e atraso no desenvolvimento na população. As diferenças presentes no aspecto 
físico e no desenvolvimento decorrem de pontos genéticos individuais, nutrição, intercorrências 
clínicas, educação, estimulação e contexto familiar e social, não podendo por tanto, segundo consenso 
mailto:anapaula_bosi@hotmail.com
mailto:joana.zanotti@fsg.br
III Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 
 
 
Caxias do Sul – RS, de 15 a 17 de Setembro de 2015 
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da comunidade científica, atribuir graus à SD. No Brasil, a cada 600 e 800 nascimentos, um é com SD 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Acomete todas as raças e grupo socioeconômicos, sendo como 
fator de risco a idade materna e seu diagnóstico é confirmado através do exame do cariótipo 
(MARTIN, 2011). A idade materna e a baixa ingestão de ácido fólico são fatores de risco para o 
nascimento de crianças com SD. Mulheres 20 anos, a possibilidade de nascer uma criança com a 
síndrome é de 1:1500. Mulheres entre 35 e 39 anos, o risco de virem a ter crianças com SD é de 6,5 
vezes maior sendo 1:380 e para aquelas com 45 anos, é de quase 1:28 (SANTOS, 2006; MATOS, 
2007). 
 Além do comprometimento intelectual, problemas de saúde como: Cardiopatia congênita, 
problemas de audição, hipotonia, problemas de visão, alterações na coluna cervical, tireoide, 
obesidade e envelhecimento precoce também podem ocorrer no portador da SD (MATOS, 2007). 
Essas características afetam direta ou indiretamente a nutrição destes pacientes, pois compromete os 
movimentos da mastigação, deglutição e consequentemente leva a escolhas alimentares monótonas e 
limitadas. Leva também ao desenvolvimento de constipação e refluxo gastresofágico devido à má 
formação e/ou hipotonia dos músculos do sistema digestório (MOURA, 2009). 
 A obesidade e o excesso de peso são aparentemente comuns nesta população por terem sua 
taxa metabólica basal diminuída juntamente ao maior consumo alimentar e baixo nível de atividade 
física. Percebe-se também que o crescimento destes indivíduos difere em relação aos demais, pois 
apresentam o estirão de crescimento precocemente e o seu crescimento linear em menor velocidade, 
quando comparados ao público sem a síndrome resultando em indivíduos com uma estatura mais 
reduzida (MENDONÇA, 2008; SANTOS, 2006; ZINI, 2009). Nos últimos anos, houve a construção 
de diversas curvas de crescimento para portadores de Síndrome de Down, permitindo avaliar de forma 
precisa o padrão de crescimentos dessas crianças, diagnosticar as comorbidades e prevenir a obesidade 
e complicações futuras (VALENZUELA, 2011). 
Assim, o objetivo deste estudo é realizar uma revisão da bibliografia relacionando o estado 
nutricional, hábitos alimentares e frequência de atividade física de crianças e adolescentes portadores 
da Síndrome de Down. 
 
 REFERENCIAL TEÓRICO: 
 
Alimentação e Estado Nutricional na Síndrome de Down 
 
Uma alimentação saudável deve ser realizada de uma forma inteiramente variada, para que o 
organismo receba todos os nutrientes e energia necessários para o seu completo funcionamento. Hoje, 
as práticas alimentares tem sido objeto de estudo da ciência devido ao aumento de sobrepeso e 
obesidade, sendo estas definidas como o excesso de gordura corporal devido ao consumo de alimentos 
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mais calóricos e a redução de atividades físicas, e com isso o desenvolvimento de doenças crônicas 
não transmissíveis como hipertensão, hiperlipidemais e hiperinsulinemia (MEDEIROS, 2011; 
VALLE, 2007). 
 O estado nutricional dos indivíduos é fortemente influenciado por seus hábitos alimentares, 
como a substituições de refeições por lanches de valores calóricos elevados e com baixo valor 
nutricional, o alto consumo de refrigerantes, alimentos industrializados, doces, ricos em gorduras e o 
baixo consumo de frutas e hortaliças acabam levando a desvios nutricionais. É na infância que se da o 
desenvolvimento dos hábitos alimentares. Essa formação contribuirá para o desenvolvimento de 
hábitos alimentares na vida adulta. (ZUCHETTO, 2011). A prevalência de crianças e adolescentes 
obesos virem a serem adultos obesos faz da obesidade um dos maiores problemas de aspecto 
nutricional na infância (MEDEIROS, 2011). Estudos tem mostrado a importância do consumo de 
frutas e hortaliças para a prevenção da obesidade e de suas complicações futuras, porém o consumo 
destes alimentos por crianças, se da em um contexto negativo pelos pais (RINALDI, 2008). 
 Na Síndrome de Down, as crianças ao nascer, acabam apresentando diferenças anatômicas e 
estruturais que as levam a ter problemas alimentares. Apresentam uma musculatura mais flácida na 
qual deve ser estimulada logo ao nascer. Poderão apresentar no inicio dificuldades para a sucção, 
deglutição e futuramente, desenvolver problemas com a mordida e mastigação (MOURA, 2009). É 
possível observar também que as habilidades em relação à alimentação são atrasadas quando 
comparadas a outras crianças. Este público apresentam fatores como: a baixa produção de saliva, a 
pouca coordenação para sugar e deglutir e cavidade oral pequena onde muitas vezes se faz necessário 
o uso de outras vias de alimentação, como a nasogástrica ou gastrostomia. Protrusão lingual, 
mandíbulas pequenas e dentição tardia também interferem na alimentação por via oral destas crianças 
fazendo com que suas escolhasalimentares sejam monótonas e limitadas interferindo em seu padrão 
alimentar (ZUCHETTO, 2011; PIRES, 2011; PACHECO, 2013). A hipotonia dos lábios acaba 
fazendo com que fiquem com a boca entreaberta, ocasionando dificuldades para mastigar, cuspir e 
engolir o alimento, gerando a recusa de alimentos crocantes ou de difícil mastigação (ROIESKI, 
2010). Acabam desenvolvendo a obesidade, compulsão alimentar, hipotireoidismo, metabolismo 
desacelerado e obstipação devido a hipotonia dos músculos envolvidos na digestão (MOURA, 2009). 
Para compensar este erro cromossômico, os pais acabam dando liberdade sem restrição ao ato 
de comer destas crianças onde irá favorecer o desenvolvimento das DCNT, já que elas apresentam 
uma autonomia e independência para realizarem suas escolhas alimentares. A preferência por 
alimentos de fácil mastigação e alta densidade energética juntamente ao fato da Cerca de 60% dos 
portadores da SD apresentam hábitos alimentares inadequados e em 83% à alimentação difere dos 
hábitos considerados saudáveis (GIARETTA, 2009; SANTOS, 2010). A independência alimentar, 
pode favorecer a um desequilíbrio de nutrientes, onde o consumo de vitaminas, minerais e fibras será 
inadequado, acarretando riscos para esta população. Para superproteger as crianças, estes pais acabam 
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ofertando maiores quantidades de comida às crianças, incluindo guloseimas e lanches extras 
(ROIESKI, 2010; ZUCHETTO, 2011). 
Por apresentarem os músculos com hipotonia, ou seja, uma redução do tônus muscular, após 
uma refeição os portadores da SD não sentem a sensação de saciedade e por isso comem mais do que o 
necessário. Apresentam também os índices de leptina, responsáveis pelo controle do apetite, elevados 
e com isso tendem a comer mais. A resistência à insulina também é encontrada nestes portadores, o 
que acaba levando a desenvolverem um maior acúmulo de gordura corporal e diabetes (MOURA 
2009; PIRES, 2011; RIBEIRO, 2014). Sendo assim, a obesidade e o excesso de peso são 
aparentemente comuns nesta população, pois apresentam sua taxa metabólica basal diminuída 
juntamente ao maior consumo alimentar e baixo nível de atividade física (SANTOS, 2006; 
MENDONÇA, 2008; ZINI, 2009; ZUCHETTO, 2011). Este grupo apresenta, assim como a população 
sem a síndrome, prevalência elevada de sobrepeso e obesidade iniciando na infância e seguindo para a 
vida adulta (SANTOS, 2006). 
 Necessitam de uma dieta equilibrada e de acompanhamento adequado para que a obesidade e 
as demais patologias associadas possam ser prevenidas (PIRES, 2011). Para que estas criança e 
adolescentes se tornem adultos sem sobrepeso e/ou obesidade, é necessário um trabalho integrado 
entre família, equipe multidisciplinar e nutricionista (GIARETTA, 2009; ZUCHETTO, 2011). O 
acompanhamento nutricional desde o nascimento é essencial. A prática do aleitamento materno é 
muito recomendada por nutricionistas, pois ira auxiliar tanto na nutrição como no trabalho muscular 
deste bebê, onde irá ajudar a melhorar o tônus muscular dos lábios, boca e língua. Por não possuírem 
uma correta orientação e devido ao retardo mental da criança, muitas mães não reconhecem a hora de 
mudar a consistência do alimento, de realizar uma progressão alimentar, e com isso a dieta da criança 
permanece entre alimentos líquidos e pastosos, pois são de fácil mastigação e deglutição. Manter essa 
prática alimentar por muito tempo, evita que a criança desenvolva uma progressão na consistência dos 
alimentos (MOURA 2009; ROIESKI, 2010). 
A nutrição irá auxiliar na escolha dos produtos alimentícios e lanches mais adequados para o 
consumo, assim como no tamanho das porções e ajudar a estabelecer um plano alimentar mais 
adequado para modificar o comportamento alimentar negativo (ZUCHETTO, 2011). 
 
Avaliação Antropométrica 
 
A avaliação antropométrica é uma ferramenta utilizada como diagnóstico nutricional que 
possui como objetivo verificar se o crescimento e as proporções corporais estão dentro do esperado 
(SICA, 2012). 
Segundo Santos (2006), os portadores de Síndrome de Down possuem a velocidade de ganho 
de peso, da infância até a adolescência, semelhante às pessoas sem a síndrome. Porém, a velocidade do 
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seu ganho estatural se encontra reduzida, podendo este fator justificar os casos de sobrepeso e 
obesidade nestes indivíduos. Esta baixa estatura, é a principal característica destes portadores. Com 
este crescimento anormal, o uso de curvas de crescimento específicas para esta população é indicada 
para um diagnóstico mais preciso em relação ao estado nutricional (ZINI, 2009). A distribuição de 
forma diferente da gordura corporal neste público é outro particularidade da síndrome podendo estar 
relacionada a SD ou ser resultado da hipotonia muscular. Por apresentarem uma falta de massa 
corporal magra, sua taxa metabólica basal se torna reduzida o que leva ao automático acúmulo de 
gordura (RIBEIRO, 2014). 
 A velocidade de crescimento linear após o nascimento, reduz em 20% entre o 3º e 36º mês de 
vida para os portadores de ambos os sexos, para meninas entre 3 e 10 anos, reduz cerca de 5% e 10% 
para meninos entre 3 e 10 anos. Já para 10 e 17 anos em meninas e 12 e 17 anos em meninos, a 
redução é de 27% e 50% respectivamente. Por apresentarem disfunção na tireóide e hipotonia, sua 
composição muscular é diferente (SANTOS, 2006). 
Nos últimos anos, houve a construção de diversas curvas de crescimento para portadores de 
Síndrome de Down, permitindo avaliar de forma precisa o padrão de crescimentos dessas crianças e 
adolescentes, avaliar o estado nutricional e diagnosticar as comorbidades e prevenir a obesidade e 
complicações futuras (VALENZUELA, 2011). Um dos parâmetros muito utilizados para avaliar estes 
portadores, é a curva de crescimento específico de Cronk et al que foi criada com os dados da 
população americana, na qual relaciona peso e estatura com a idade de crianças e adolescentes de 1 
mês a 18 anos e considera as morbidades encontradas com maior frequência nesse público, como 
hipotireoidismo e doenças cardíacas congênitas (SANTOS, 2006; GORLA, 2011). O uso destas curvas 
permite avaliar de maneira correta o padrão adequado de crescimento destas crianças, diagnosticar 
comorbidades precocemente e prevenir futuras complicações (VALENZUELA, 2011). 
 Cronk et al em 1978 realizou um estudo transversal com 90 crianças americanas que eram 
portadoras da SD entre zero e 36 meses e observou-se que o peso e a estatura ao nascerem ficaram em 
torno de -0,5DP comparado a população geral americana. Aos 36 meses, os valores de peso e 
comprimento ficaram entre -1,5DP e -2DP. O crescimento foi mais reduzido nos primeiros dois anos. 
Em 1988 o mesmo autor aumentou sua população de estudo. Avaliou 730 crianças entre um mês a 18 
anos. Foram montadas curvas com cinco percentis divididos por idade e sexo. O sexo feminino e 
masculino com SD apresentou o valor da estatura média final, menor que a população geral. A 
tendência de sobrepeso e obesidade foi observada no final da infância. Foi observado também que o 
ganho de peso é mais elevado em relação ao ganho de estatura resultando em um IMC elevado. 
Observa-se menor velocidade de ganho de estatura nesses portadores, chegando a 50% aos 17 anos, 
ocorrendo à interrupção deste ganho aos 16 anos para meninos e 15 anos para as meninas (SANTOS, 
2006; GORLA, 2011; VALENZUELA, 2011). 
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Estudo realizado por Santos (2006), comparando portadores da trissomia do 21 com grupos 
controles (Idade Biológica e IdadeCronológica), observou que o IMC deste grupo de portadores era 
maior e é possivelmente explicado devido ao fato de que os portadores apresentam o ganho de peso 
semelhante ao grupo controle e seu ganho de estatura é reduzido. 
Outro estudo realizado por Dal Bosco et al (2011), com 46 indivíduos entre 2 e 50 anos, 
utilizou-se como métodos para avaliar o estado nutricional de portadores entre 2 e 18 anos as curvas de 
crescimento específicas de Cronk. Para os indivíduos entre 19 e 50 anos, foi utilizado o IMC conforme 
os pontos de corte da Organização Mundial da Saúde de 1998, pois para os portadores de SD nessa 
faixa etária, não há classificação específica. 
 A OMS considera a obesidade como uma doença crônica na qual há excesso do tecido adiposo 
e a ocorrência facilita o desenvolvimento de dislipidemais, diabetes melittus, afecções pulmonares, 
cânceres, problemas renais, alterações endócrinas dentre outros (MARTIN, 2011). O peso e a 
composição corporal são resultados do balanço energético. Quando este é positivo, ou seja, a ingestão 
é maior que o gasto resulta em um ganho de peso. Quando é negativo, onde a ingestão é menor que o 
gasto, ocorre a perda de peso e neutro quando a ingestão é igual ao gasto, resulta em manutenção do 
peso (SANTOS, 2010). 
 
Atividade física 
 
Crianças e adolescentes devem ser estimuladas a realizar atividade física com o objetivo de 
desenvolver a massa magra e auxiliar no gasto calórico. Caracteriza-se como atividade física qualquer 
movimento corporal que resulte num gasto acima dos níveis de repouso. O exercício aeróbio apresenta 
características favoráveis aos portadores da síndrome, pois atua de forma significativa na capacidade 
cardiorrespiratória e no percentual de gordura. Além disso, realizar atividade física promoverá um 
melhor condicionamento cardiovascular, redução de medidas corporais, redução de IMC, frequência 
cardíaca, colesterol, sintomas de depressão e asma. Realizar atividade física é um hábito saudável em 
relação ao controle e tratamento de obesidade (ZUCHETTO, 2011; SICA, 2012). Fatores como: 
escolas sem atividade física, pais sedentários, residir em área urbana, TV no quarto da criança são 
fatores que podem levar ao sedentarismo. 
 Para os portadores da SD, a inatividade física pode estar associada a condições relacionadas à 
síndrome como hipotonia e fraqueza muscular, problemas cardíacos e respiratórios. A hipotonia 
muscular promove uma menor flexibilidade e consequentemente, menor o desejo para o 
desenvolvimento de atividades físicas (ZUCHETTO, 2011). 
 A Educação Física presente na grade curricular das escolas, tem como objetivo promover uma 
vasta variedade de experiências ao portador da síndrome, pois a cada estímulo gerado, as adaptações 
vão se tornando mais fáceis. Além do desenvolvimento motor, o desenvolvimento cognitivo também é 
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estimulado fazendo assim com que o portador apresente comportamentos mais amenos, mais 
autoestima e confiança desejando sempre buscar mais desafios e sensações ligadas ao poder da auto 
superação (SANTOS, 2010). 
 
MATERIAL E MÉTODOS: 
O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica sobre o perfil nutricional de 
portadores da Síndrome de Down. 
Foi realizada busca ativa em base de uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida com artigos 
científicos de revistas eletrônicas (Scielo, Google acadêmico, Pubmed), além de fontes literárias. As 
publicações utilizadas foram dos anos de 2004 a 2014. A linguagem pesquisada foi o português. Para 
busca de informação sobre a temática foram utilizados os seguintes termos: Síndrome de Down, Perfil 
Nutricional, Estado Nutricional. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES: 
 
Através do levantamento bibliográfico realizado, observou-se que grande parte dos 
indivíduos portadores da Síndrome de Down apresenta sobrepeso ou obesidade iniciando na 
infância e se estendendo para a vida adulta como mostra um estudo realizado por Giaretta 
(2009) e Santos (2010) onde cerca de 60% dos portadores da SD apresentam hábitos alimentares 
inadequados e em 83% à alimentação difere dos hábitos considerados saudáveis. Para Moura (2009), 
estes indivíduos acabam desenvolvendo a obesidade e compulsão alimentar devido à hipotonia dos 
músculos envolvidos na digestão. Outro fator que leva a obesidade neste público, além da hipotonia 
muscular que dificulta a prática de atividades físicas, é a taxa metabólica basal destes que se encontra 
reduzida (SANTOS, 2006; MENDONÇA, 2008; ZINI, 2009; ZUCHETTO, 2011). 
Em 1988, quando Cronk et al avaliaram 730 crianças entre um mês a 18 anos e encontraram 
que o sexo feminino e masculino apresentavam valores da estatura média final menor que a população 
geral sem a síndrome. Foi observado também que o ganho de peso é mais elevado em relação ao 
ganho de estatura resultando consequentemente em um IMC elevado. Já na avaliação de Dal Bosco et 
al (2011), com 46 indivíduos portadores da SD entre 2 e 50 anos, encontrou-se que 10,9% 
apresentavam baixo peso para estatura, 32,6% eram eutróficos e 56,5% apresentavam sobrepeso ou 
obesidade sendo que os dois últimos correspondiam a indivíduos na faixa de 19 a 50 anos indo de 
encontro com outros estudos que apresentaram que este público tem maior prevalência de sobrepeso e 
obesidade. 
 
 
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CONCLUSÃO: 
Sabe-se que uma alimentação saudável previne o surgimento de doenças crônicas não 
transmissíveis como diabetes e obesidade. Associado às práticas de atividade física, a 
alimentação adequada contribui para a adequação do estado nutricional. Nos últimos anos, 
vem ocorrendo uma mudança nos hábitos alimentares tanto de indivíduos com a Síndrome de 
Down quanto àqueles sem a Síndrome. 
Conhecer os fatores associados ao estado nutricional de crianças e adolescentes com 
Síndrome de Down torna-se indispensável, possibilitando assim uma intervenção nutricional 
precoce, visto que este público apresenta uma maior prevalência de sobrepeso e obesidade, 
devido a sua taxa metabólica reduzida e também devido a fatores ambientais. 
Tendo em vista que os portadores da Síndrome de Down apresentam características 
fenotípicas diferenciadas, na qual se observa a prevalência de sobrepeso e obesidade, torna-se 
de fundamental importância à realização de estratégias nutricionais com este público para a 
promoção do adequado estado nutricional e a formação de hábitos alimentares saudáveis. 
 
REFERÊNCIAS 
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Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. – 1. ed., 1. reimp. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 
 
 
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Crescimento de crianças e adolescentes com Síndrome de Down – Uma breve revisão de 
literatura. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, São Paulo 2011, n. 13 v.3 
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Bras Enferm. Brasília, 2009. 
 
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Ilhéus, v3, n.2, 2007 
 
MEDEIROS, Carla Campos Muniz et al. Estado Nutricional e Hábitos de Vida em Escolares.Rev Bras Crescimento Desenvolvimento Hum, v.21, n.3, 2011. 
 
III Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 
 
 
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portadores de Síndrome de Down da APAE de Araras-SP. O Mundo da Saúde, São Paulo – 
2014; v.38 n.3 
 
RINALDI, A.E. M; PEREIRA, A. F.; MACEDO, C. S.; MOTA, J. F.; BURINI, R.C. 
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Rev. Paul Pediatr. Botucatu v. 26, n. 3, 2008. 
 
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