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Aula 10: Controle Orçamentário

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Gerenciamento Orçamentário
Aula 10: Controle Orçamentário
Apresentação
O processo de controle orçamentário é de suma importância para as empresas, não só pelo intuito de alinhar as ações do
planejamento estratégico com as ações que estão sendo realizadas, como de veri�car todos os gastos e acompanhar de
maneira efetiva e assertiva o resultado �nanceiro projetado, visando à maximização destes resultados.
O planejamento estratégico e�caz e efetivo pode levar a empresa ao sucesso e à melhor utilização dos recursos
disponíveis levando à maximização dos resultados esperados; mas, para que tudo isso ocorra, se faz necessário o
acompanhamento das ações e o controle das variações e desvios observados; é ai que entra o controle orçamentário,
tema desta aula.
Objetivos
De�nir Controle Orçamentário.
Analisar as variações orçamentárias na prática do controle orçamentário.
Apontar a importância do orçamento como ferramenta para o controle dentro das organizações.
Palavras iniciais
Frezatti (2017) nos apresenta o controle orçamentário como uma ferramenta da Contabilidade gerencial que permite às
empresas identi�carem a proximidade que os resultados alcançados estão dos resultados que foram projetados para
determinado período. Para tanto, é necessário que a empresa identi�que suas metas comparando com os resultados que
vêm sendo obtidos, de modo que possa determinar as variações numéricas entre eles para analisar, avaliar e compreender
os motivos de tais variações, podendo tomar decisões de possíveis ajustes nas metas ou ainda a manutenção destas
metas para o futuro.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atenção
O controle deve dar condições para que a empresa acompanhe tanto as variáveis monetárias como as não monetárias,
sendo imprescindível, neste sentido, acompanhar os resultados da empresa como um todo, e, também, de cada setor, pois
as metas gerais da empresa dependem diretamente do resultado e desempenho de cada setor especí�co, tendo em vista o
caráter sistêmico das organizações.
Controle Orçamentário
Hoji (2018) destaca que, por mais coerentes e avaliadas que tenham sido as variáveis utilizadas nas projeções realizadas
para a elaboração do orçamento, há uma enorme probabilidade de que irão surgir diferenças entres os valores projetados
e aqueles efetivamente realizados; por isso, torna-se indispensável o controle orçamentário. Para isso, devem ser
acompanhadas as atividades e os valores no dia a dia em que ocorrem, realizando a comparação do que está sendo
realizado com o orçado para que possam ser corrigidos os desvios observados.
Por outro lado, é importante que se possa entender e avaliar como as
metas foram e estão sendo atingidas, para que se possam multiplicar e
incentivar boas práticas, assim como corrigir e inibir ações que impedem
a empresa de atingir seus objetivos. O acompanhamento e controle
dessas ações e variáveis é uma ferramenta importante para o
planejamento estratégico, pois gera um feedback com informações
fundamentais para aprimorar todo o processo de planejamento da
empresa.
É de suma importância salientar, aqui, que quando as atividades são planejadas e orçadas por um setor da empresa, o
responsável por esse setor deve se preocupar com que as metas sejam atingidas; para isso, deve ter autonomia de gerir e
tomar decisões sob sua responsabilidade para executar o que foi planejado. Assim sendo, o orçamento de cada setor da
empresa deve conter somente os itens que o responsável pelo setor tiver condições de decidir e gerir, de modo a colocar
os resultados efetivos em linha com o que foi planejado e orçado. Caso contrário, resulta em uma das principais causas
das diferenças entre o orçado e o realizado.
O controle sobre um gasto ou uma receita di�cilmente será total, pois estes itens podem sofrer in�uência de fatores
externos à empresa e à própria ação do gestor responsável por controlá-los; mas, se o gestor tiver autonomia sobre eles,
poderá tomar decisões a �m de diminuir os impactos de tais variáveis nos resultados da empresa.
Exemplo
Digamos que a empresa Alegra S.A. tenha projetado um Lucro de R$80.000,00 e que o Lucro efetivo da empresa tenha sido
de R$100.000,00; mesmo que tenha ocorrido lucro maior do que o previsto, sabemos que ocorreu uma diferença entre o
orçado e o realizado; essa diferença representa a variação orçamentária.
Como já dissemos, por diversos motivos um valor planejado está sujeito à variação. Assim, o controle orçamentário - no
qual comparamos o que foi orçado com o que foi realizado - deve ocorrer periodicamente, o ideal é que ocorra pelo menos
uma vez por mês, para que se tenha tempo hábil de analisar e solucionar as variações percebidas. O controle
orçamentário através da análise das variações ocorridas poderá determinar suas causas e avaliar quais as melhores
maneiras de corrigi-las de modo que os resultados estimados sejam alcançados.
Para que o controle do orçamento seja efetivo e e�caz é necessário analisar, avaliar e ajustar, sistematicamente, os
resultados que estão sendo obtidos. Esse controle é muito importante, pois é através da comparação entre o que foi
orçado e o que está sendo realizado, que será possível controlar as ações da empresa a �m de alcançar os objetivos
traçados em seu planejamento estratégico e até aprimorar esse planejamento para os próximos períodos orçamentários
Assim, podemos ilustrar o processo orçamentário com a �gura a seguir.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Na �gura 1, que ilustra o processo de planejamento,
execução e controle orçamentário, podemos veri�car que
tudo começa no planejamento estratégico. A partir da
missão e visão da empresa, são estabelecidos objetivos e
metas que a empresa deverá alcançar. Esse
planejamento é convertido em números, gerando o
orçamento com suas peças orçamentárias e projeções
das demonstrações �nanceiras. Durante a execução
deste orçamento é que deve atuar o controle
orçamentário, que deve acompanhar e analisar esta
execução, comparando o orçado com o realizado,
analisando suas variações e corrigindo as ações de modo
que o que foi planejado seja efetivamente realizado.
Através desse acompanhamento, o controle orçamentário
será capaz de gerar informações que serão úteis para o
aperfeiçoamento do planejamento futuro da organização.
 Figura 1: Processo de Planejamento, Execução e Controle Orçamentári |
Fonte: Adaptado pela autora de Frezatti (2017).
Variações Orçamentárias
As variações orçamentárias representam a diferença entre o que foi orçado e o que está sendo realizado e podem ocorrer
em todas as contas que compõem o orçamento da empresa. Quando a variação gerar ganho, ou economia de recursos da
empresa, dizemos que é uma variação favorável; por outro lado, quando provocar perda ou mais utilização de recursos da
empresa, será uma variação desfavorável.
Exemplo
Digamos que a empresa planejou vender 1.000 unidades de seu produto; durante o controle da execução do orçamento,
veri�cou-se que de fato a empresa vendeu apenas 900 unidades, 100 unidades a menos do que o previsto, o que representa
uma variação desfavorável. Por outro lado, digamos que a mesma empresa tenha previsto um volume em reais de receita de
R$30.000,00 e foi veri�cado que as receitas reais obtidas foram de R$32.000,00, o que representa uma variação favorável de
R$2.000,00, pois a empresa obteve mais receitas do que estimava. Digamos ainda que a empresa tencionou produzir 600
unidades, mas veri�cou que a produção foi de 610 unidades, sem alterar seus gastos, ou seja, dez unidades a mais do que o
orçado, o que representa uma variação favorável, pois a empresa produziu mais do que esperava com os mesmos recursos
previstos.
Para considerar a perda ou ganho na análise da variação de uma conta, devemos analisar isoladamente esta conta, mas
também considerar o seu impacto no todo. Assim, ao analisar uma variação orçamentária, devemos primeiro
compreender o que está ocorrendo na organização, pois não basta identi�car e classi�cara variação. Frezatti (2017)
destaca que é importante interpretar o que tais variações signi�cam, o que as provocou e o quanto os gestores são
responsáveis por seu controle.
Neste sentido, o autor a�rma que, na visão de Welsch (1994), é possível classi�car as variações em:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique nos botões para ver as informações.
Dependendo do grau de aceitação da alta gestão da empresa, pode-se estabelecer um patamar até onde seja
suportável a variação de que foi orçado para o que está sendo realizado. Por exemplo: a empresa “Alegra” S.A. orçou
vender 2.000 unidades para o próximo período orçamentário, mas tem como aceitável uma margem de variação de
5% para mais ou para menos. Assim, se a empresa efetivamente vender 1.900 unidades ou 2.100 unidades, essas
variações não serão consideradas signi�cativas, pois estão dentro da meta.
Não consideráveis 
As variações ocorrem ou porque houve erro na execução do orçamento, ou ainda, porque os orçamentos foram
gerados com base em informações equivocadas. A solução nestes casos é esclarecer os equívocos para que
comprometam o mínimo possível as projeções e controle futuro.
Consideráveis causadas por informações erradas 
São as variações provocadas por decisões superiores sobre as quais os responsáveis de cada setor nada podem
fazer. Uma campanha promocional em que os gestores optem por oferecer brindes para novos clientes e
compartilhem os custos dessa campanha com todos os setores da empresa. Como esses custos não estavam
previstos, e irão provocar distorções entre o realizado e o orçado, é importante analisar responsabilidades, extensão e
impacto de tal decisão.
Consideráveis causadas por decisões dos gestores 
Ocorre quando a variação é identi�cada, a empresa sabe a causa de tal variação, mas não existe alternativa que
possa evitar os efeitos negativos.
Consideráveis identi�cáveis 
Devem ser a exceção, pois, se a empresa não consegue estabelecer a causa de uma variação entre o que foi
planejado e o que está sendo realizado, essa organização está com problemas de gestão.
Consideráveis sem identi�cação da causa 
Segundo Frezatti (2017), quando identi�cada uma variação, o que será feito na revisão do processo orçamentário
dependerá de como a empresa entende e tolera estas variações. O autor destaca que, dentro da �loso�a do orçamento,
foram identi�cados três per�s que de�nem como uma organização está disposta a suportar as alterações entre o que foi
orçado e o que está sendo realizado:
Clique nos botões para ver as informações.
Não tolera alterações no que foi orçado, considera o orçamento lei e compromisso, por isso deve ser cumprido a
todo custo. É considerado um per�l apenas teórico, pois na prática será muito difícil encontrar uma empresa que
consiga cumprir todas as linhas do orçamento, sem nenhuma variação. Caso a empresa possua essa visão, o
planejamento estratégico deve considerar elaborar suas metas com certa margem de �exibilidade para que seja
possível cumprir o planejado. Esta visão acabará por deixar os gestores em sua zona de conforto, não provocando a
busca por novos desa�os ou metas mais arriscadas, por medo de que tais metas não sejam alcançadas provocando
variações não toleradas.
Tipo Rígido 
Representa aquele per�l que irá cobrar apenas o resultado �nal, ou seja, o lucro. Se o lucro desejado for alcançado, as
variações ocorridas nos demais orçamentos serão ignoradas. Este per�l é focado nos resultados de curto prazo em
detrimento dos resultados de longo prazo, o que pode ser um ponto de atenção para empresas que optem por esse
per�l de controle.
Tipo Swat (ultra�exível) 
Representa o meio termo entre os objetivos de curto e longo prazo. Neste per�l a empresa tolera as variações dentre
de faixas consideradas aceitáveis e previstas, variando de acordo com o grau de controle de cada uma delas. Este
per�l analisa as variações e as tolera dentro de patamares considerados aceitáveis, pois considera não só o efeito
isolado da variação, mas também o seu efeito no resultado geral esperado da empresa.
Tipo Misto 
O quadro a seguir visa comparar as reações de cada per�l de organização no tratamento de alguns tipos de variações.
Perfis de Tolerância a Variações
Variações Rígido Swat Flexível
Receitas
Brutas
Não suporta variações
desfavoráveis
Suporta qualquer variação Suporta variações até determinado limite
percentual
Despesas Não suporta variações
desfavoráveis
Suporta qualquer variação Suporta variações até determinado limite
percentual
Impostos Não suporta variações
desfavoráveis
Suporta qualquer variação Suporta variações até determinado limite
percentual
Lucro
Líquido
Não suporta variações
desfavoráveis
Não suporta variações
desfavoráveis
Não suporta variações desfavoráveis
Fonte: adaptado de Frezatti (2017)
Podemos destacar no quadro 1 que o ponto de convergência entre todos os per�s de tolerância às variações entre o que
foi orçado e o que está sendo realizado, é o tratamento dado ao resultado �nal esperado da empresa, ou seja, ao seu lucro
líquido, pois independentemente do per�l que a empresa tenha, nenhum deles suporta alterações desfavoráveis no
resultado líquido esperado. Isso ocorre porque todo o planejamento estratégico da empresa, como já abordamos
anteriormente, converge para um único objetivo geral, que é gerar lucro, sua razão de ser.
O lucro é o objetivo econômico de toda empresa, é o seu objetivo principal, é o seu maior índice de desempenho; se a
empresa não gera lucro signi�ca que suas atividades não estão sendo bem conduzidas e ela passa a ser um mau negócio
para os seus acionistas, credores e investidores de um modo geral. Por isso, independentemente do per�l que a empresa
adote para absorver e controlar possíveis variações orçamentárias, essas variações devem ser controladas para que não
afetem o resultado �nal da empresa, sua lucratividade prevista.
Análise das Variações Orçamentárias
Hoji (2018) aponta que as variações orçamentárias podem ser medidas e analisadas visando aprimorar o processo de
planejamento e controle �nanceiro. Confrontando a variação de quantidade com a variação de preço, podemos observar o
efeito de cada uma na variação do que foi orçado.
Valor total realizado, quando comparado ao valor total orçado, gera
a variação total (VT), que normalmente é calculada na equação:
quantidade X preço. Essa técnica pode ser aplicada para análise
das variações de: vendas, custos, despesas, serviços, ou seja, todo
elemento que possa ser medido pelos dois fatores: quantidade e
preço.
Esse indicador avaliará as variações que podem ocorrer tanto no preço, quanto na quantidade. Se a diferença entre o que
foi orçado e o que foi realizado se encontra no preço praticado, teremos a variação de preço. Já se a diferença ocorre por
conta de variações na quantidade, teremos a variação de quantidade. Vamos exempli�car a seguir como calcular a
analisar as variações.
Receitas
Digamos que a empresa Alegra S.A. tenha orçado as suas receitas prevendo vender 5.000 unidades de seu produto ao
preço unitário de R$65,00, obtendo um valor total de receitas estimado de R$325.000,00; no entanto, a empresa realizou
de fato a venda de R$5.100 unidades ao preço unitário de R$ 64,00, obtendo de fato uma receita total de R$326.400,00.
Orçado Realizado
Variação ou
diferença
Análise
Quantidade 5.000 5.100 100 Favorável
Preço 65,00 64,00 -1,00 Desfavorável
Total 325.000,00 326.400,00 1.400,00 Favorável
Calculando as variações
Variação da quantidade = Diferença da quantidade X
preço orçado
65,00 100 6.500,00 Favorável
Variação do Preço = diferença do preço X quantidade
realizada
-1,00 5.100,00 -5.100,00 Desfavorável
Variação total = variação da quantidade + variação do
preço
6.500,00 - 5.100,00 1.400,00 Favorável
Tabela 1: análise das variações da receita, adaptado de Hoji (2018)
Podemos observar na tabela 1 que as diferenças calculadas entre o orçado e o realizado na quantidade foram 100
unidades a mais, uma variaçãofavorável. Já no preço, tivemos uma variação negativa de menos R$1,00, o que aponta
para uma variação desfavorável; mas no total, quando comparado o orçado com o realizado, tivemos uma variação
favorável.
Analisando as variações, vamos observar que, quando multiplicamos a
diferença entre a quantidade e o preço orçado, teremos o valor de
R$6.500,00 o que signi�ca que, se tudo o que foi vendido tivesse sido
vendido pelo valor planejado, teríamos um ganho adicional neste valor
que, quando comparado ao valor total de vendas orçado, daria um
aumento de 2% nas vendas, o que não pode ser desconsiderado.
Por ter vendido por um preço menor do que o orçado, a empresa obteve uma perda de R$5.100,00. Mas quando
confrontamos a receita que poderia ser incrementada (R$6.500,00) com a perda Real (R$5.100,00), teremos o valor da
diferença de R$1.400,00, que foi o ganho efetivo da empresa, chegando a um resultado positivo, assim, favorável.
Quanto maior for a variação encontrada (valor negativo compensando com o valor positivo), maior será a necessidade de
investigarmos as causas de tais diferenças.
Por que vendemos mais?
O menor preço contribuiu para o aumento das vendas?
Por que se adotou um menor preço de vendas?
O preço foi orçado errado?
Houve concorrência de preço?
Houve alguma política de descontos?
Desvendar as causas das variações orçamentárias permite corrigir erros e impulsionar as vendas futuras.
Para resumir, elaboramos o quadro a seguir sobre como devemos interpretar as variações ocorridas em contas que
representam ganhos para as empresas.
Quadro 2: análise das variações de contas que representam ganhos
Ganhos
Quantidades Preço Total
Valores orçados Unidades X Valores em reais = Valor total
Valores Reais Unidades X Valores em reais = Valor total
Variação Quantidade Real - quantidade
Orçada
Preço Real - Preço
Orçado
Total Real - Total
Orçado
Análise do Resultado da
Variação
Positivo = Favorável Positivo = Favorável Positivo = Favorável
Negativo = Desfavorável Negativo = Desfavorável Negativo =
Desfavorável
Fonte: própria autora, 2019.
O quadro 2 mostra como calcular as variações em volume e em preço para as contas que representam ganhos, e como
interpretar as variações encontradas. Vamos explicar com quantidades: pegamos como exemplo a Tabela 1 apresentada
anteriormente, na qual é apresentado que a empresa planejou vender 5.000 unidades, mas acabou vendendo 5.100; logo, a
conta da variação deu um resultado positivo, pois ao subtrairmos 5.000 de 5.100 teremos o valor positivo de 100.
Utilizando o quadro 3 teremos como interpretação deste resultado que foi positivo, um resultado favorável à empresa, pois
representa que vendeu mais do que o esperado.
Para facilitar a interpretação do cálculo das variações em contas que representarão ganhos para a empresa, elaboramos o
quadro a seguir.
Quadro 3: Interpretação do cálculo das variações de contas que representam ganhos
Cálculo das Variações
Variação de
Quantidade
Diferença da quantidade X preço orçado Resultado
positivo
Favorável
Resultado
negativo
Desfavorável
Variação do Preço Diferença do preço X quantidade Realizada Resultado
positivo
Favorável
Resultado
negativo
Desfavorável
Variação Total Resultado da Variação de preço - Resultado da Variação de
Quantidade
Resultado
positivo
Favorável
Resultado
negativo
Desfavorável
Fonte: própria autora, 2019
No quadro 3 vemos que, quando o resultado, por exemplo, da variação da quantidade, calculada através da multiplicação
da diferença de quantidade entre o real e o orçado (quadro 2), e o preço orçado for positivo, será favorável; ao contrário,
quando este resultado for negativo, será desfavorável. Os quadros 2 e 3 aqui apresentados possuem caráter didático e
visam auxiliar na interpretação das variações orçamentárias em contas que representam ganhos de recursos para a
empresa, principalmente as contas de receita.
Gastos (Custos ou despesas)
Agora, digamos que a empresa Alegra S.A. tenha previsto gastar com custos totais de produção o valor de R$16.000,00;
no entanto, tenha gasto efetivamente R$14.280,00 conforme demonstrado na tabela a seguir.
Orçado Realizado
Variação ou
diferença
Análise
Quantidade 2.000 1.700 -300 Favorável
Preço 8,00 8,40 0,40 Desfavorável
Total 16.000,00 14.280,00 -1.720,00 Favorável
Calculando as variações
Variação da quantidade = Diferença da quantidade X
preço orçado
8,00 -300 -2.400,00 Favorável
Variação do Preço = diferença do preço X quantidade
realizada
0,40 1.700,00 R$680,00 Desfavorável
Variação total = variação da quantidade + variação do
preço
-2.400,00 680,00 -R$ 1.720,00 Favorável
Tabela 2: análise das variações dos gastos, adaptado de Hoji (2018)
A tabela 2 mostra que, quando comparamos as quantidades previstas de consumo de matéria-prima com as quantidades
realizadas, temos uma diferença de 300 unidades que, no caso da análise de gastos, é favorável, pois se deixou de gastar
300 unidades de matéria-prima no período. Por outro lado, o preço real da matéria-prima teve uma diferença de R$0,40
centavos a mais por unidade do que o orçado, o que produz uma variação desfavorável para a empresa.
Ao calcularmos a variação de quantidade, observamos que, ao não
gastarmos 300 unidades, economizamos R$2.400,00 para a empresa;
porém, ao pagarmos R$0,40 a mais em cada unidade, estamos gastando
mais R$680,00 além do previsto. Subtraindo o que economizamos
(R$2.400,00) do que gastamos a mais (R$680,00), teremos R$1.720,00
de economia geral para a empresa, o que representa uma variação total
positiva e favorável, pois o que deixamos de gastar cobre o que
gastaremos a mais e ainda sobra recursos para a empresa.
Para auxiliar na interpretação das variações orçamentárias nas contas que representam gastos ou dispêndios de recursos
da empresa, podemos utilizar os quadros a seguir.
Quadro 4: Análise das variações de contas que representam gastos.
Gastos
Quantidades Preço Total
Valores orçados Unidades X Valores em reais = Valor total
Valores Reais Unidades X Valores em reais = Valor total
Variação Quantidade Real - quantidade
Orçada
Preço Real - Preço
Orçado
Total Real - Total
Orçado
Análise do Resultado da
Variação
Positivo = Desfavorável Positivo = Desfavorável Positivo = Desfavorável
Negativo = Favorável Negativo = Favorável Negativo = Favorável
Fonte: Própria autora, 2019
Quadro 5: Interpretação do cálculo das variações de contas que representam gastos
Cálculo das Variações
Variação de
Quantidade
Diferença da quantidade X preço orçado Resultado
positivo
Desfavorável
Resultado
negativo
Favorável
Variação do Preço Diferença do preço X quantidade Realizada Resultado
positivo
Desfavorável
Resultado
negativo
Favorável
Variação Total Resultado da Variação de preço - Resultado da Variação de
Quantidade
Resultado
positivo
Desfavorável
Resultado
negativo
Favorável
Fonte: Própria autora, 2019
Assim como apresentado nos quadros 2 e 3, os quadros 4 e 5 possuem caráter didático e visam auxiliar no cálculo e
interpretações das variações orçamentárias que porventura ocorram. Os quadros 4 e 5, ao contrário dos anteriores, vão
interpretar variações em contas que representam gastos de recursos da empresa e como é possível observar a
interpretação dada a tais contas, no que tange as suas variações. É exatamente o contrário da interpretação dada às
contas que representam ganhos.
É certo que não basta só calcular e interpretar os resultados das
variáveis orçamentárias encontradas; é importante levar tais dados
aos responsáveis para que, com base nessas informações e
avaliações, sejam tomadas medidas de correção e contenção de
modo que o controle orçamentário exerça de fato a sua função.
Ou seja, tendo conhecimento dos valores das variações orçamentárias, compete ao controle orçamentário e aos gestores
investigar as causas de tais variações para que seus impactos sejam minimizados, ou para que gerem informações mais
precisas para a elaboração de futuros planejamentos.
O Controleorçamentário deve avaliar cada variação, suas causas e seus re�exos no resultado da empresa; contudo, essa
avaliação só será possível se baseada nos orçamentos que representam os padrões que a empresa deseja alcançar.
Frezatti (2017) destaca que, sem uma ferramenta que possibilite acompanhar de perto e com detalhes as variações
orçamentárias, não seria viável identi�car e apontar quais setores ou quais desempenhos estão sendo favoráveis ou
desfavoráveis, assim como não seria possível corrigir erros e aperfeiçoar continuamente o processo de planejamento
estratégico e orçamento.
 Atividade
1. O processo de planejamento, orçamento e execução tem como ferramenta fundamental o controle orçamentário. Com
base nesta a�rmação, explique o conceito de controle orçamentário.
2. Considere que a empresa Alegra S.A. planejou vender 2.500 unidades de seu produto ao preço unitário de R$54,00; no
entanto, a equipe de controle orçamentário veri�cou que a empresa no período planejado vendeu de fato 2.820 unidades
ao preço unitário de R$50,00.
Calcule as variações orçamentárias (quantidade, preço e total) e avalie se tais variações foram positivas ou negativas
(favoráveis ou desfavoráveis para a empresa).
3. A empresa Tudo De Bom Ltda. previu gastar com matérias auxiliares para a produção um total de 8.000 unidades, ao
custo unitário de R$15,60. Durante o período foi veri�cado que a empresa gastou apenas 7.500 unidades, pagando por
cada unidade o valor de R$14,20. Calcule as variações orçamentárias encontradas e avalie se tais variações são
favoráveis ou não para a empresa.
4. A empresa Alegra S.A. orçou um Lucro Bruto de R$ 255.000,00; no entanto, obteve um lucro maior do que o esperado.
Analise os dados da empresa na tabela a seguir e calcule suas variações de preço, quantidade e total, apontando se o
resultado foi favorável ou desfavorável para a empresa.
Orçado Realizado
Quantidade Preço Total Quantidade Preço Total
Receita Líquida 6000 R$50,00 R$300.000,00 5850 R$52,00 R$304.200,00
CMV 6000 R$15,00 R$90.000,00 5850 R$13,00 R$76.050,00
Lucro Bruto R$210.000,00 R$ 228.150,00
5. Considere as receitas projetadas e realizadas da empresa Alegra S.A. apresentadas a seguir.
Calcule os valores das variações de preço e quantidade da empresa “Alegra” S.A., determinando se e como tais variações
afetaram o resultado da empresa.
Receita Líquida
Quantidades Preço Total
Valores orçados 8000 R$60,00 R$480.000,00
Valores Reais 9000 R$53,00 R$477.000,00
Variação 9000-8000 =1000 53,00 – 60,00 = -7 R$477.000,00 -R$480.000,00 -R$3.000,00
Situação F D D
Notas
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indústria tipográ�ca e de impressos.Referências
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SOUZA, A. B. Curso de administração �nanceira e orçamento: princípios e aplicações. São Paulo: Atlas, 2014.
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referências.
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