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Gerenciamento Orçamentário Aula 10: Controle Orçamentário Apresentação O processo de controle orçamentário é de suma importância para as empresas, não só pelo intuito de alinhar as ações do planejamento estratégico com as ações que estão sendo realizadas, como de veri�car todos os gastos e acompanhar de maneira efetiva e assertiva o resultado �nanceiro projetado, visando à maximização destes resultados. O planejamento estratégico e�caz e efetivo pode levar a empresa ao sucesso e à melhor utilização dos recursos disponíveis levando à maximização dos resultados esperados; mas, para que tudo isso ocorra, se faz necessário o acompanhamento das ações e o controle das variações e desvios observados; é ai que entra o controle orçamentário, tema desta aula. Objetivos De�nir Controle Orçamentário. Analisar as variações orçamentárias na prática do controle orçamentário. Apontar a importância do orçamento como ferramenta para o controle dentro das organizações. Palavras iniciais Frezatti (2017) nos apresenta o controle orçamentário como uma ferramenta da Contabilidade gerencial que permite às empresas identi�carem a proximidade que os resultados alcançados estão dos resultados que foram projetados para determinado período. Para tanto, é necessário que a empresa identi�que suas metas comparando com os resultados que vêm sendo obtidos, de modo que possa determinar as variações numéricas entre eles para analisar, avaliar e compreender os motivos de tais variações, podendo tomar decisões de possíveis ajustes nas metas ou ainda a manutenção destas metas para o futuro. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atenção O controle deve dar condições para que a empresa acompanhe tanto as variáveis monetárias como as não monetárias, sendo imprescindível, neste sentido, acompanhar os resultados da empresa como um todo, e, também, de cada setor, pois as metas gerais da empresa dependem diretamente do resultado e desempenho de cada setor especí�co, tendo em vista o caráter sistêmico das organizações. Controle Orçamentário Hoji (2018) destaca que, por mais coerentes e avaliadas que tenham sido as variáveis utilizadas nas projeções realizadas para a elaboração do orçamento, há uma enorme probabilidade de que irão surgir diferenças entres os valores projetados e aqueles efetivamente realizados; por isso, torna-se indispensável o controle orçamentário. Para isso, devem ser acompanhadas as atividades e os valores no dia a dia em que ocorrem, realizando a comparação do que está sendo realizado com o orçado para que possam ser corrigidos os desvios observados. Por outro lado, é importante que se possa entender e avaliar como as metas foram e estão sendo atingidas, para que se possam multiplicar e incentivar boas práticas, assim como corrigir e inibir ações que impedem a empresa de atingir seus objetivos. O acompanhamento e controle dessas ações e variáveis é uma ferramenta importante para o planejamento estratégico, pois gera um feedback com informações fundamentais para aprimorar todo o processo de planejamento da empresa. É de suma importância salientar, aqui, que quando as atividades são planejadas e orçadas por um setor da empresa, o responsável por esse setor deve se preocupar com que as metas sejam atingidas; para isso, deve ter autonomia de gerir e tomar decisões sob sua responsabilidade para executar o que foi planejado. Assim sendo, o orçamento de cada setor da empresa deve conter somente os itens que o responsável pelo setor tiver condições de decidir e gerir, de modo a colocar os resultados efetivos em linha com o que foi planejado e orçado. Caso contrário, resulta em uma das principais causas das diferenças entre o orçado e o realizado. O controle sobre um gasto ou uma receita di�cilmente será total, pois estes itens podem sofrer in�uência de fatores externos à empresa e à própria ação do gestor responsável por controlá-los; mas, se o gestor tiver autonomia sobre eles, poderá tomar decisões a �m de diminuir os impactos de tais variáveis nos resultados da empresa. Exemplo Digamos que a empresa Alegra S.A. tenha projetado um Lucro de R$80.000,00 e que o Lucro efetivo da empresa tenha sido de R$100.000,00; mesmo que tenha ocorrido lucro maior do que o previsto, sabemos que ocorreu uma diferença entre o orçado e o realizado; essa diferença representa a variação orçamentária. Como já dissemos, por diversos motivos um valor planejado está sujeito à variação. Assim, o controle orçamentário - no qual comparamos o que foi orçado com o que foi realizado - deve ocorrer periodicamente, o ideal é que ocorra pelo menos uma vez por mês, para que se tenha tempo hábil de analisar e solucionar as variações percebidas. O controle orçamentário através da análise das variações ocorridas poderá determinar suas causas e avaliar quais as melhores maneiras de corrigi-las de modo que os resultados estimados sejam alcançados. Para que o controle do orçamento seja efetivo e e�caz é necessário analisar, avaliar e ajustar, sistematicamente, os resultados que estão sendo obtidos. Esse controle é muito importante, pois é através da comparação entre o que foi orçado e o que está sendo realizado, que será possível controlar as ações da empresa a �m de alcançar os objetivos traçados em seu planejamento estratégico e até aprimorar esse planejamento para os próximos períodos orçamentários Assim, podemos ilustrar o processo orçamentário com a �gura a seguir. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Na �gura 1, que ilustra o processo de planejamento, execução e controle orçamentário, podemos veri�car que tudo começa no planejamento estratégico. A partir da missão e visão da empresa, são estabelecidos objetivos e metas que a empresa deverá alcançar. Esse planejamento é convertido em números, gerando o orçamento com suas peças orçamentárias e projeções das demonstrações �nanceiras. Durante a execução deste orçamento é que deve atuar o controle orçamentário, que deve acompanhar e analisar esta execução, comparando o orçado com o realizado, analisando suas variações e corrigindo as ações de modo que o que foi planejado seja efetivamente realizado. Através desse acompanhamento, o controle orçamentário será capaz de gerar informações que serão úteis para o aperfeiçoamento do planejamento futuro da organização. Figura 1: Processo de Planejamento, Execução e Controle Orçamentári | Fonte: Adaptado pela autora de Frezatti (2017). Variações Orçamentárias As variações orçamentárias representam a diferença entre o que foi orçado e o que está sendo realizado e podem ocorrer em todas as contas que compõem o orçamento da empresa. Quando a variação gerar ganho, ou economia de recursos da empresa, dizemos que é uma variação favorável; por outro lado, quando provocar perda ou mais utilização de recursos da empresa, será uma variação desfavorável. Exemplo Digamos que a empresa planejou vender 1.000 unidades de seu produto; durante o controle da execução do orçamento, veri�cou-se que de fato a empresa vendeu apenas 900 unidades, 100 unidades a menos do que o previsto, o que representa uma variação desfavorável. Por outro lado, digamos que a mesma empresa tenha previsto um volume em reais de receita de R$30.000,00 e foi veri�cado que as receitas reais obtidas foram de R$32.000,00, o que representa uma variação favorável de R$2.000,00, pois a empresa obteve mais receitas do que estimava. Digamos ainda que a empresa tencionou produzir 600 unidades, mas veri�cou que a produção foi de 610 unidades, sem alterar seus gastos, ou seja, dez unidades a mais do que o orçado, o que representa uma variação favorável, pois a empresa produziu mais do que esperava com os mesmos recursos previstos. Para considerar a perda ou ganho na análise da variação de uma conta, devemos analisar isoladamente esta conta, mas também considerar o seu impacto no todo. Assim, ao analisar uma variação orçamentária, devemos primeiro compreender o que está ocorrendo na organização, pois não basta identi�car e classi�cara variação. Frezatti (2017) destaca que é importante interpretar o que tais variações signi�cam, o que as provocou e o quanto os gestores são responsáveis por seu controle. Neste sentido, o autor a�rma que, na visão de Welsch (1994), é possível classi�car as variações em: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Clique nos botões para ver as informações. Dependendo do grau de aceitação da alta gestão da empresa, pode-se estabelecer um patamar até onde seja suportável a variação de que foi orçado para o que está sendo realizado. Por exemplo: a empresa “Alegra” S.A. orçou vender 2.000 unidades para o próximo período orçamentário, mas tem como aceitável uma margem de variação de 5% para mais ou para menos. Assim, se a empresa efetivamente vender 1.900 unidades ou 2.100 unidades, essas variações não serão consideradas signi�cativas, pois estão dentro da meta. Não consideráveis As variações ocorrem ou porque houve erro na execução do orçamento, ou ainda, porque os orçamentos foram gerados com base em informações equivocadas. A solução nestes casos é esclarecer os equívocos para que comprometam o mínimo possível as projeções e controle futuro. Consideráveis causadas por informações erradas São as variações provocadas por decisões superiores sobre as quais os responsáveis de cada setor nada podem fazer. Uma campanha promocional em que os gestores optem por oferecer brindes para novos clientes e compartilhem os custos dessa campanha com todos os setores da empresa. Como esses custos não estavam previstos, e irão provocar distorções entre o realizado e o orçado, é importante analisar responsabilidades, extensão e impacto de tal decisão. Consideráveis causadas por decisões dos gestores Ocorre quando a variação é identi�cada, a empresa sabe a causa de tal variação, mas não existe alternativa que possa evitar os efeitos negativos. Consideráveis identi�cáveis Devem ser a exceção, pois, se a empresa não consegue estabelecer a causa de uma variação entre o que foi planejado e o que está sendo realizado, essa organização está com problemas de gestão. Consideráveis sem identi�cação da causa Segundo Frezatti (2017), quando identi�cada uma variação, o que será feito na revisão do processo orçamentário dependerá de como a empresa entende e tolera estas variações. O autor destaca que, dentro da �loso�a do orçamento, foram identi�cados três per�s que de�nem como uma organização está disposta a suportar as alterações entre o que foi orçado e o que está sendo realizado: Clique nos botões para ver as informações. Não tolera alterações no que foi orçado, considera o orçamento lei e compromisso, por isso deve ser cumprido a todo custo. É considerado um per�l apenas teórico, pois na prática será muito difícil encontrar uma empresa que consiga cumprir todas as linhas do orçamento, sem nenhuma variação. Caso a empresa possua essa visão, o planejamento estratégico deve considerar elaborar suas metas com certa margem de �exibilidade para que seja possível cumprir o planejado. Esta visão acabará por deixar os gestores em sua zona de conforto, não provocando a busca por novos desa�os ou metas mais arriscadas, por medo de que tais metas não sejam alcançadas provocando variações não toleradas. Tipo Rígido Representa aquele per�l que irá cobrar apenas o resultado �nal, ou seja, o lucro. Se o lucro desejado for alcançado, as variações ocorridas nos demais orçamentos serão ignoradas. Este per�l é focado nos resultados de curto prazo em detrimento dos resultados de longo prazo, o que pode ser um ponto de atenção para empresas que optem por esse per�l de controle. Tipo Swat (ultra�exível) Representa o meio termo entre os objetivos de curto e longo prazo. Neste per�l a empresa tolera as variações dentre de faixas consideradas aceitáveis e previstas, variando de acordo com o grau de controle de cada uma delas. Este per�l analisa as variações e as tolera dentro de patamares considerados aceitáveis, pois considera não só o efeito isolado da variação, mas também o seu efeito no resultado geral esperado da empresa. Tipo Misto O quadro a seguir visa comparar as reações de cada per�l de organização no tratamento de alguns tipos de variações. Perfis de Tolerância a Variações Variações Rígido Swat Flexível Receitas Brutas Não suporta variações desfavoráveis Suporta qualquer variação Suporta variações até determinado limite percentual Despesas Não suporta variações desfavoráveis Suporta qualquer variação Suporta variações até determinado limite percentual Impostos Não suporta variações desfavoráveis Suporta qualquer variação Suporta variações até determinado limite percentual Lucro Líquido Não suporta variações desfavoráveis Não suporta variações desfavoráveis Não suporta variações desfavoráveis Fonte: adaptado de Frezatti (2017) Podemos destacar no quadro 1 que o ponto de convergência entre todos os per�s de tolerância às variações entre o que foi orçado e o que está sendo realizado, é o tratamento dado ao resultado �nal esperado da empresa, ou seja, ao seu lucro líquido, pois independentemente do per�l que a empresa tenha, nenhum deles suporta alterações desfavoráveis no resultado líquido esperado. Isso ocorre porque todo o planejamento estratégico da empresa, como já abordamos anteriormente, converge para um único objetivo geral, que é gerar lucro, sua razão de ser. O lucro é o objetivo econômico de toda empresa, é o seu objetivo principal, é o seu maior índice de desempenho; se a empresa não gera lucro signi�ca que suas atividades não estão sendo bem conduzidas e ela passa a ser um mau negócio para os seus acionistas, credores e investidores de um modo geral. Por isso, independentemente do per�l que a empresa adote para absorver e controlar possíveis variações orçamentárias, essas variações devem ser controladas para que não afetem o resultado �nal da empresa, sua lucratividade prevista. Análise das Variações Orçamentárias Hoji (2018) aponta que as variações orçamentárias podem ser medidas e analisadas visando aprimorar o processo de planejamento e controle �nanceiro. Confrontando a variação de quantidade com a variação de preço, podemos observar o efeito de cada uma na variação do que foi orçado. Valor total realizado, quando comparado ao valor total orçado, gera a variação total (VT), que normalmente é calculada na equação: quantidade X preço. Essa técnica pode ser aplicada para análise das variações de: vendas, custos, despesas, serviços, ou seja, todo elemento que possa ser medido pelos dois fatores: quantidade e preço. Esse indicador avaliará as variações que podem ocorrer tanto no preço, quanto na quantidade. Se a diferença entre o que foi orçado e o que foi realizado se encontra no preço praticado, teremos a variação de preço. Já se a diferença ocorre por conta de variações na quantidade, teremos a variação de quantidade. Vamos exempli�car a seguir como calcular a analisar as variações. Receitas Digamos que a empresa Alegra S.A. tenha orçado as suas receitas prevendo vender 5.000 unidades de seu produto ao preço unitário de R$65,00, obtendo um valor total de receitas estimado de R$325.000,00; no entanto, a empresa realizou de fato a venda de R$5.100 unidades ao preço unitário de R$ 64,00, obtendo de fato uma receita total de R$326.400,00. Orçado Realizado Variação ou diferença Análise Quantidade 5.000 5.100 100 Favorável Preço 65,00 64,00 -1,00 Desfavorável Total 325.000,00 326.400,00 1.400,00 Favorável Calculando as variações Variação da quantidade = Diferença da quantidade X preço orçado 65,00 100 6.500,00 Favorável Variação do Preço = diferença do preço X quantidade realizada -1,00 5.100,00 -5.100,00 Desfavorável Variação total = variação da quantidade + variação do preço 6.500,00 - 5.100,00 1.400,00 Favorável Tabela 1: análise das variações da receita, adaptado de Hoji (2018) Podemos observar na tabela 1 que as diferenças calculadas entre o orçado e o realizado na quantidade foram 100 unidades a mais, uma variaçãofavorável. Já no preço, tivemos uma variação negativa de menos R$1,00, o que aponta para uma variação desfavorável; mas no total, quando comparado o orçado com o realizado, tivemos uma variação favorável. Analisando as variações, vamos observar que, quando multiplicamos a diferença entre a quantidade e o preço orçado, teremos o valor de R$6.500,00 o que signi�ca que, se tudo o que foi vendido tivesse sido vendido pelo valor planejado, teríamos um ganho adicional neste valor que, quando comparado ao valor total de vendas orçado, daria um aumento de 2% nas vendas, o que não pode ser desconsiderado. Por ter vendido por um preço menor do que o orçado, a empresa obteve uma perda de R$5.100,00. Mas quando confrontamos a receita que poderia ser incrementada (R$6.500,00) com a perda Real (R$5.100,00), teremos o valor da diferença de R$1.400,00, que foi o ganho efetivo da empresa, chegando a um resultado positivo, assim, favorável. Quanto maior for a variação encontrada (valor negativo compensando com o valor positivo), maior será a necessidade de investigarmos as causas de tais diferenças. Por que vendemos mais? O menor preço contribuiu para o aumento das vendas? Por que se adotou um menor preço de vendas? O preço foi orçado errado? Houve concorrência de preço? Houve alguma política de descontos? Desvendar as causas das variações orçamentárias permite corrigir erros e impulsionar as vendas futuras. Para resumir, elaboramos o quadro a seguir sobre como devemos interpretar as variações ocorridas em contas que representam ganhos para as empresas. Quadro 2: análise das variações de contas que representam ganhos Ganhos Quantidades Preço Total Valores orçados Unidades X Valores em reais = Valor total Valores Reais Unidades X Valores em reais = Valor total Variação Quantidade Real - quantidade Orçada Preço Real - Preço Orçado Total Real - Total Orçado Análise do Resultado da Variação Positivo = Favorável Positivo = Favorável Positivo = Favorável Negativo = Desfavorável Negativo = Desfavorável Negativo = Desfavorável Fonte: própria autora, 2019. O quadro 2 mostra como calcular as variações em volume e em preço para as contas que representam ganhos, e como interpretar as variações encontradas. Vamos explicar com quantidades: pegamos como exemplo a Tabela 1 apresentada anteriormente, na qual é apresentado que a empresa planejou vender 5.000 unidades, mas acabou vendendo 5.100; logo, a conta da variação deu um resultado positivo, pois ao subtrairmos 5.000 de 5.100 teremos o valor positivo de 100. Utilizando o quadro 3 teremos como interpretação deste resultado que foi positivo, um resultado favorável à empresa, pois representa que vendeu mais do que o esperado. Para facilitar a interpretação do cálculo das variações em contas que representarão ganhos para a empresa, elaboramos o quadro a seguir. Quadro 3: Interpretação do cálculo das variações de contas que representam ganhos Cálculo das Variações Variação de Quantidade Diferença da quantidade X preço orçado Resultado positivo Favorável Resultado negativo Desfavorável Variação do Preço Diferença do preço X quantidade Realizada Resultado positivo Favorável Resultado negativo Desfavorável Variação Total Resultado da Variação de preço - Resultado da Variação de Quantidade Resultado positivo Favorável Resultado negativo Desfavorável Fonte: própria autora, 2019 No quadro 3 vemos que, quando o resultado, por exemplo, da variação da quantidade, calculada através da multiplicação da diferença de quantidade entre o real e o orçado (quadro 2), e o preço orçado for positivo, será favorável; ao contrário, quando este resultado for negativo, será desfavorável. Os quadros 2 e 3 aqui apresentados possuem caráter didático e visam auxiliar na interpretação das variações orçamentárias em contas que representam ganhos de recursos para a empresa, principalmente as contas de receita. Gastos (Custos ou despesas) Agora, digamos que a empresa Alegra S.A. tenha previsto gastar com custos totais de produção o valor de R$16.000,00; no entanto, tenha gasto efetivamente R$14.280,00 conforme demonstrado na tabela a seguir. Orçado Realizado Variação ou diferença Análise Quantidade 2.000 1.700 -300 Favorável Preço 8,00 8,40 0,40 Desfavorável Total 16.000,00 14.280,00 -1.720,00 Favorável Calculando as variações Variação da quantidade = Diferença da quantidade X preço orçado 8,00 -300 -2.400,00 Favorável Variação do Preço = diferença do preço X quantidade realizada 0,40 1.700,00 R$680,00 Desfavorável Variação total = variação da quantidade + variação do preço -2.400,00 680,00 -R$ 1.720,00 Favorável Tabela 2: análise das variações dos gastos, adaptado de Hoji (2018) A tabela 2 mostra que, quando comparamos as quantidades previstas de consumo de matéria-prima com as quantidades realizadas, temos uma diferença de 300 unidades que, no caso da análise de gastos, é favorável, pois se deixou de gastar 300 unidades de matéria-prima no período. Por outro lado, o preço real da matéria-prima teve uma diferença de R$0,40 centavos a mais por unidade do que o orçado, o que produz uma variação desfavorável para a empresa. Ao calcularmos a variação de quantidade, observamos que, ao não gastarmos 300 unidades, economizamos R$2.400,00 para a empresa; porém, ao pagarmos R$0,40 a mais em cada unidade, estamos gastando mais R$680,00 além do previsto. Subtraindo o que economizamos (R$2.400,00) do que gastamos a mais (R$680,00), teremos R$1.720,00 de economia geral para a empresa, o que representa uma variação total positiva e favorável, pois o que deixamos de gastar cobre o que gastaremos a mais e ainda sobra recursos para a empresa. Para auxiliar na interpretação das variações orçamentárias nas contas que representam gastos ou dispêndios de recursos da empresa, podemos utilizar os quadros a seguir. Quadro 4: Análise das variações de contas que representam gastos. Gastos Quantidades Preço Total Valores orçados Unidades X Valores em reais = Valor total Valores Reais Unidades X Valores em reais = Valor total Variação Quantidade Real - quantidade Orçada Preço Real - Preço Orçado Total Real - Total Orçado Análise do Resultado da Variação Positivo = Desfavorável Positivo = Desfavorável Positivo = Desfavorável Negativo = Favorável Negativo = Favorável Negativo = Favorável Fonte: Própria autora, 2019 Quadro 5: Interpretação do cálculo das variações de contas que representam gastos Cálculo das Variações Variação de Quantidade Diferença da quantidade X preço orçado Resultado positivo Desfavorável Resultado negativo Favorável Variação do Preço Diferença do preço X quantidade Realizada Resultado positivo Desfavorável Resultado negativo Favorável Variação Total Resultado da Variação de preço - Resultado da Variação de Quantidade Resultado positivo Desfavorável Resultado negativo Favorável Fonte: Própria autora, 2019 Assim como apresentado nos quadros 2 e 3, os quadros 4 e 5 possuem caráter didático e visam auxiliar no cálculo e interpretações das variações orçamentárias que porventura ocorram. Os quadros 4 e 5, ao contrário dos anteriores, vão interpretar variações em contas que representam gastos de recursos da empresa e como é possível observar a interpretação dada a tais contas, no que tange as suas variações. É exatamente o contrário da interpretação dada às contas que representam ganhos. É certo que não basta só calcular e interpretar os resultados das variáveis orçamentárias encontradas; é importante levar tais dados aos responsáveis para que, com base nessas informações e avaliações, sejam tomadas medidas de correção e contenção de modo que o controle orçamentário exerça de fato a sua função. Ou seja, tendo conhecimento dos valores das variações orçamentárias, compete ao controle orçamentário e aos gestores investigar as causas de tais variações para que seus impactos sejam minimizados, ou para que gerem informações mais precisas para a elaboração de futuros planejamentos. O Controleorçamentário deve avaliar cada variação, suas causas e seus re�exos no resultado da empresa; contudo, essa avaliação só será possível se baseada nos orçamentos que representam os padrões que a empresa deseja alcançar. Frezatti (2017) destaca que, sem uma ferramenta que possibilite acompanhar de perto e com detalhes as variações orçamentárias, não seria viável identi�car e apontar quais setores ou quais desempenhos estão sendo favoráveis ou desfavoráveis, assim como não seria possível corrigir erros e aperfeiçoar continuamente o processo de planejamento estratégico e orçamento. Atividade 1. O processo de planejamento, orçamento e execução tem como ferramenta fundamental o controle orçamentário. Com base nesta a�rmação, explique o conceito de controle orçamentário. 2. Considere que a empresa Alegra S.A. planejou vender 2.500 unidades de seu produto ao preço unitário de R$54,00; no entanto, a equipe de controle orçamentário veri�cou que a empresa no período planejado vendeu de fato 2.820 unidades ao preço unitário de R$50,00. Calcule as variações orçamentárias (quantidade, preço e total) e avalie se tais variações foram positivas ou negativas (favoráveis ou desfavoráveis para a empresa). 3. A empresa Tudo De Bom Ltda. previu gastar com matérias auxiliares para a produção um total de 8.000 unidades, ao custo unitário de R$15,60. Durante o período foi veri�cado que a empresa gastou apenas 7.500 unidades, pagando por cada unidade o valor de R$14,20. Calcule as variações orçamentárias encontradas e avalie se tais variações são favoráveis ou não para a empresa. 4. A empresa Alegra S.A. orçou um Lucro Bruto de R$ 255.000,00; no entanto, obteve um lucro maior do que o esperado. Analise os dados da empresa na tabela a seguir e calcule suas variações de preço, quantidade e total, apontando se o resultado foi favorável ou desfavorável para a empresa. Orçado Realizado Quantidade Preço Total Quantidade Preço Total Receita Líquida 6000 R$50,00 R$300.000,00 5850 R$52,00 R$304.200,00 CMV 6000 R$15,00 R$90.000,00 5850 R$13,00 R$76.050,00 Lucro Bruto R$210.000,00 R$ 228.150,00 5. Considere as receitas projetadas e realizadas da empresa Alegra S.A. apresentadas a seguir. Calcule os valores das variações de preço e quantidade da empresa “Alegra” S.A., determinando se e como tais variações afetaram o resultado da empresa. Receita Líquida Quantidades Preço Total Valores orçados 8000 R$60,00 R$480.000,00 Valores Reais 9000 R$53,00 R$477.000,00 Variação 9000-8000 =1000 53,00 – 60,00 = -7 R$477.000,00 -R$480.000,00 -R$3.000,00 Situação F D D Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. 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