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A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO DIREITO DE FAMÍLIA

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CURSO DE DIREITO BACHARELADO 
 
 
 
 
RIAN PAULO DE OLIVEIRA IGREJA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
NO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2020 
 
 
RIAN PAULO DE OLIVEIRA IGREJA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
NO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2020 
Trabalho de Conclusão de curso 
apresentado, em forma de Artigo 
Científico, como requisito parcial para 
obtenção do grau de Bacharel em Direito 
pelo Centro Universitário – FIBRA. 
 
Orientadora: Ariane de Nazaré Cunha 
Amoras de Araújo. 
 
 
 
 
RIAN PAULO DE OLIVEIRA IGREJA 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
NO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Data de Aprovação: ____/____/_____ 
 
Banca Examinadora 
____________________________________Orientadora 
Ariane de Nazaré Cunha Amoras de Araújo 
Mestre em Direitos Fundamentais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de curso 
apresentado, em forma de Artigo 
Científico, como requisito parcial para 
obtenção do grau de Bacharel em Direito 
pelo Centro Universitário – FIBRA. 
 
Orientadora: Ariane de Nazaré Cunha 
Amoras de Araújo. 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
NO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
Rian Paulo de Oliveira Igreja1 
 
Ariane de Nazaré Cunha Amoras de Araújo2 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem por objetivo a análise da mediação para a resolução de 
conflitos em âmbito familiar, da mesma maneira o estudo da dimensão, viabilidade e 
aplicabilidade estabelecida no ordenamento pátrio, em consonância com a 
necessidade de fomento da ferramenta nos conflitos familiares, para que contribua 
entre as partes, bem como para o estado. Dessa forma, construindo devido 
reconhecimento ao método. A pergunta norteadora do presente artigo se consagra 
na interrogante: Qual a importância da mediação para a resolução de conflitos no 
direito de família? O artigo desenvolve a partir do suporte metodológico hipotético-
dedutivo, a origem do conflito, alicerce da família no ordenamento nacional e a 
necessidade de criação de métodos consensuais de resolução de conflitos, bem 
como verifica os princípios norteadores e importância da propagação dos meios 
pacíficos de resolução de conflitos. O estudo mostra o delineamento entre os 
métodos de resolução de conflitos, bem como analisa os dados da Defensoria 
Pública do Estado do Pará no Direito de Família, através da mediação (2018). Como 
principais doutrinas do presente artigo, foram utilizadas: Corrêa (2018), Bacellar 
(2003), Bento (2012). 
 
Palavras-chave: Mediação, Família, Métodos de Resolução de Conflitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
Graduando em Direito Pela Instituição de Ensino Superior – Centro Universitário FIBRA e Mediador 
Judicial em formação - TJPA. rian.advocacia@gmail.com 
 
2
Graduada em Direito pela Universidade Federal do Estado do Pará; Atuação no Núcleo de Prática 
Jurídica - NPJ do Centro Universitário FIBRA, como docente – orientadora, Mediadora Judicial – TJPA e 
Advogada. E-mail: ariane_sofia@hotmail.com 
 
THE IMPORTANCE OF MEDIATION FOR THE RESOLUTION OF CONFLICTS IN 
FAMILY LAW 
 
ABSTRACT 
 
This article aims to analyze mediation to resolve conflicts within the family, in the 
same way the study of the dimension, feasibility and applicability established in the 
national system, in line with the need to promote the tool in family conflicts, so that 
contribute between the parties, as well as to the state. Thus, building due recognition 
to the method. The guiding question of this article is consecrated in the question: 
What is the importance of mediation for the resolution of conflicts in family law? The 
article develops from the hypothetical-deductive methodological support, the origin of 
the conflict, the foundation of the family in the national system and the need to create 
consensual methods of conflict resolution, as well as verifying the guiding principles 
and importance of the spread of peaceful means of conflict resolution. The study 
shows the delineation between the methods of conflict resolution, as well as analyzes 
the data from the Public Defender of the State of Pará in Family Law, through 
mediation (2018). The main doctrines of this article were used: Corrêa (2018), 
Bacellar (2003), Bento (2012). 
 
Keyword: Mediation, Family, Conflict Resolution Methods 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A justificativa da escolha do tema ocorreu porque o formando durante sua 
infância e adolescência vivenciou diversas situações de crise familiar, por ventura na 
vida acadêmica tive um contato direto com meios alternativos de resolução de 
conflitos em âmbito familiar, sendo um dos primeiros estagiários da comissão 
sistêmica de dejusdicialiação da Defensoria Pública do Estado do Pará, assim como 
mediador da 2ª Casa de Justiça do Estado Do Pará, com o passar dos anos 
percebendo que alguns traumas poderiam ser evitados, caso esses métodos fossem 
mais explorados e melhor divulgados. Tenho por missão de vida contribuir para uma 
vida familiar mais harmoniosa. 
O trabalho tem por relevância mostrar a importância da mediação para a 
resolução de conflitos relacionados à família, por apreciar a importância das formas 
alternativas para resolução de conflitos através de aspectos coerentes, céleres e 
seguros, igualmente, por ter fundamentação no meio social e jurídico, levando em 
conta que para que exista em forma jurídica a esfera social deve ser apresentada, e 
para saber das reais condições dos responsáveis dessa forma que são os 
envolvidos e o estado. 
Compreendendo os motivos da existência das divergências através da 
antropologia que é a ciência que analisa o humano como ser cultural, que cria e 
segue cultura e desde sempre a sociedade tem como marco os conflitos, poucos 
são os momentos históricos em que os conflitos não foram chave para mudanças. 
Em toda a existência da humanidade os conflitos existiram, e a resolução não se 
dava da forma mais justa, onde o poder de fato, bélico ou estruturação política 
atribuía a resolução, independente do senso de justo, logo refletia a sociedade local 
e sua cultura bem como a família. 
O objetivo geral do artigo tem a finalidade de compreensão e valorização da 
atuação da mediação na esfera de família, levar conhecimento dos métodos de 
resolução que são necessários para uma vida justa e harmônica, dando condições 
das pessoas buscarem resoluções autocompositivas, através do empoderamento e 
entendendo que os conflitos são essências para mudanças, bem como normais e 
fundamentais a vida. 
Os objetivos específicos do trabalho buscam identificar as formas de 
resolução de conflito no âmbito familiar, bem como sua fundamentação no 
6 
 
 
ordenamento nacional; Conceituar e diferenciar as áreas de atuação dos métodos 
de resolução de conflito; Conceituar mediação como meio de resolução de conflito 
na esfera de família; Analisar a diminuição nas demandas de família realizadas pela 
Defensoria Pública do estado do Pará (2018). 
A pergunta norteadora que rege o artigo é: qual a importância da mediação 
para a resolução de conflitos no direito de família? 
O roteiro para a execução do presente artigo funcionará na seguinte ordem: 
Análise do conflito quanto natureza do ser humano, entendendo e normalizando 
essa espécie de choque de duas forças que no momento pensam de forma 
divergente; A fundamentação que rege a família para o Direito; O surgimento dos 
métodos alternativos de resolução de conflitos; Os princípios que regem a política 
pública na legislação pátria; apresentação dos métodos consensuais de resolução 
de conflito e analise da importância da mediação na resolução de conflitos através 
da DefensoriaPública do Estado do Pará. 
 
2 O DESENVOLVIMENTO DO ARTIGO CIENTÍFICO FUNDAMENTAÇÃO 
TEÓRICA 
 
Para fundamentação teórica do presente artigo, trouxe obras distintas, 
entretanto com mesmo propósito, que é a justa notoriedade aos métodos de 
resolução de conflitos voltados à família, com enfoque na mediação, bem como 
compreensão os conflitos a partir da perspectiva geral. 
 
2.1 BREVES CONSIDERAÇÕES: UM OLHAR ANTROPOLÓGICO DA MEDIAÇÃO 
NO CONFLITO FAMILIAR 
 
Em consonância com a obra de Laplantine (2003), a antropologia que é a 
observação dos seres humanos e de suas culturas, desde os tempos pré-históricos, 
os antropólogos comparam diferentes comunidades, procurando determinar as 
conformidades e diferenças, então pertinente a esse estudo fica evidenciado que os 
conflitos de uma forma geral são de grande importância à sociedade, bem como 
universais, elementos de conflitos existem em todos os tipos de grupos, elementos 
esses que não são os mesmos, entretanto de forma geral são pontos divergentes 
que não pode ser alcançados de forma simultânea. 
7 
 
 
A resolução de um conflito não se diferencia em nenhuma esfera, porque a 
única forma coerente e justa é através da reconexão do diálogo e aceitação de 
ambos, acontece que quando falamos em conflito de uma forma ampla, em 
determinados casos não ocorre à resolução e sim uma imposição do mais “forte” 
frente ao mais “fraco”, e essas imposições de vontades podem ocorrer por poderio 
bélico no caso de guerra, de articulação política no caso de política ou até mesmo 
do mais musculoso em um conflito de braçal, onde em nenhum caso citado ocorreu 
o êxito do conflito e sim uma aceitação por determinadas condições. 
O conflito em âmbito familiar também se encontra com características gerais, 
e podem ocorrer por infinitas possiblidades, que passam por criação individual, 
traumas, pontos divergentes ou questões financeiras. 
Pertinente ao tema, a alusão ao estudo da sociedade e suas atitudes, bem 
como cultura se faz necessária. Será utilizado como contribuição ao artigo o que 
está disposto no livro Aprender antropologia, de François Laplantine, diz: 
A abordagem antropológica provoca, assim, uma verdadeira 
revolução epistemológica, que começa por uma revolução do olhar. 
Ela implica um descentramento radical, uma ruptura com a ideia de 
que existe um „centro do mundo‟, e, correlativamente, uma ampliação 
do saber e uma mutilação de si mesmo (LAPLANTINE, 2000, p. 22) 
 
O autor através da sua obra explica o homem, meio e sociedade, bem como 
suas atualizações, sendo o estudo do homem no social e cultural em todas as 
sociedades, sob o seu estado e épocas a fim de entender os fundamentando dos 
conflitos. 
Para Cândido Rangel Dinamarco, a divergência pode ser vista como: “a 
situação entre as partes, caracterizada pela vontade de um bem ou situação da vida 
e impossibilidade de obtê-lo ao mesmo momento; todavia, transcendendo a noção 
de lide, o conflito pode ser considerado de forma mais ampla. As relações 
interpessoais são marcadas por insatisfações (“estados psíquicos decorrentes da 
carência de um bem desejado”); o conflito seria então a “situação objetiva 
caracterizada por uma aspiração e seu estado de não satisfação, independente de 
haver ou não interesses contrapostos” (DINAMARCO, 2013, p.120 - 121). 
Ao analisar a origem dos conflitos, percebe-se que os meios consensuais de 
resolução de conflitos surgiram previamente a qualquer ordenamento vigente, os 
índios usavam métodos de conversas caso não ocorresse entendimento entre os 
8 
 
 
conflitantes o cacique tomava decisão derradeira, bem como em uma localidade 
distinta acontecia do mesmo modo. 
“A mediação de conflitos não é novidade em maioria das nações, pois existem 
relatos sobre o seu emprego há cerca de 3000 a.C. na Grécia, bem como no Egito, 
Kheta, Assíria e Babilônia, nos casos entre as Cidades – Estados” Vianna (2009). 
Entretendo a prática denominada como mediação, surgiu nos Estados Unidos 
a partir da década de 70, sendo assim iniciando as políticas de pacificação que 
usamos hoje. 
Os Estados Unidos são o primeiro país a estruturar a mediação como 
uma forma alternativa de resolução de conflitos, a fim de evitar a 
burocracia forense, a morosidade processual, os altos custos 
judiciais, etc. “Coerente com a cultura liberal (que domina não só a 
política, a economia e a sociedade, mas também o direito), em um 
país onde não se aceitam facilmente barreiras à liberdade de 
contratar, não surgiram fortes obstáculos ou oposição política à 
prática dos mecanismos de solução extrajudicial dos conflitos”. 
Dessa forma, não demorou muito em surgir leis que regulamentavam 
a mediação em diversos setores da sociedade norteamericana, 
inserindo, definitivamente, a mediação como forma de tratamentos 
de conflitos familiares, criminais, disputas entre vizinhos, etc. A partir 
de então, a mediação tem sido inserida em vários países, 
principalmente da Europa e em países desenvolvido (SPENGLER; 
NETO, 2010, p. 19). 
 
Observa-se que a mediação já era usada há muito tempo atrás, se 
atualizando junto com a sociedade e em algum tempo sem a nomeação de 
mediação, logo notamos que esta forma de resolução nasceu a partir do 
subconsciente, algo natural. 
 
2.2 O ALICERCE DA FAMÍLIA NO DIREITO BRASILEIRO. 
 
A família é base de onde extraimos o que podemos passar de valor para o 
próximo, é dentro de uma família que aprendemos principios norteadores que 
seguem até o fim da vida, entretanto não hà como falar de família sem citar o 
estado, onde o poder estatal serve de alicerce e ambos caminham juntos. 
Não há o que se falar de mediação e sua importância na área da família sem 
fundamentar a família no direito, logo mostrar os alicerces que a família tem por 
base. Ao estudar a obra do autor Rodrigues (2002) o Direito de Família ao logo dos 
anos foi considerado um dos ramos do Direito onde há grande intervenção do 
9 
 
 
estado, levando em consideração interesse pátrio na responsabilidade da família. 
Tal intervenção, historicamente, sempre se deu a partir da incidência de normas de 
ordem pública que regiam e regulamentavam o supracitado, porém na atualidade 
funciona de forma diferente, conforme será demonstrado ao longo deste artigo. 
Vale ressaltar, já que estou fazendo alusão ao alicerce da família, carecemos 
observar as leis que vigoravam antes do advento da Constituição Federal de 1988, 
principalmente, com a promulgação do Código Civil de 1916 que tinha por 
reconhecimento meramente uma espécie de família, sendo a matrimonial 
patrimonialista, excluindo dos anseios jurisdicionais as demais espécies familiares e 
os filhos que não fossem da constância da união. Por mais que de forma injusta a 
família já tinha seus alicerces desde essa época, mesmo que com uma linha 
completamente diferente da atual. 
Conforme Lôbo (2011), o casamento era a exclusiva forma de constituir a 
família, e que não poderia ser revogada pela simples vontade, levando em 
consideração que o divórcio era proibido, e isso fez que o governo tomasse a 
regulamentação das relações matrimoniais, desta forma regendo as ações familiares 
da época, eram normas vistas como ordem, afastando a autonomia da vontade 
referente as relações. 
Em razão desse tema, ele indica que devemos nos fundamentar a partir do 
ponto de vista do Direito voltado à Família, parte considerável da doutrina civilista 
passou a entender que este ramo do Direito pertenceria ao Direito Público e não ao 
Direito individual. A respeito do tema, merece observação a posição de Sílvio 
Rodrigues: 
Já foi afirmado que a família constitui importância básica da 
sociedade. Ela representa o alicerce de toda organização social, 
sendo compreensível, portanto, que o Estado a queira preservar e 
fortalecer. Daí a atitude do legislador constitucional, proclamando 
que a família vive sob a proteção especial do ordenamento pátrio. O 
interessedo Estado pela família faz com que o ramo do direito que 
disciplina as relações jurídicas que se constituem dentro dela se situe 
maia perto do direito público do que do direito privado. Dentro do 
Direito de Família são, quase todas, de ordem pública, insuscetíveis, 
portanto, de serem derrogadas pela convenção entre particulares [...] 
(RODRIGUES, 2002, p.11). 
 
Como mencionado, a antiga visão do Direito familiar necessitava de uma 
atualização, precisando ser menos invasiva e peremptória, e com o surgimento da 
Carta Magna 1988 a família recebeu uma atenção e proteção do Estado e não mais 
10 
 
 
uma obrigação de conduta. A nova visão que pode ser percebida pela instituição dos 
princípios básicos do Direito de Família. Estes estão arroladas no artigo 226 da 
Constituição Federal, in verbis: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a 
lei facilitar sua conversão em casamento. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade 
formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. 
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do 
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e 
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma 
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. 
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada 
um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência 
no âmbito de suas relações 
 
Segundo Lôbo (2011), a base dos princípios jurídicos aplicáveis ao Direito de 
Família e a todas formas familiares podem ser incorporadas, para fins didáticos em 
princípios fundamentais e princípios gerais. Os princípios fundamentais seriam os da 
dignidade da pessoa humana e da solidariedade; já os princípios gerais seriam os 
da liberdade, igualdade, afetividade, convivência familiar e melhor interesse das 
crianças. 
O Direito de Família está de forma direta interligada aos princípios 
supracitados, fundamentado na Constituição Federal de 1988, tornando-se a base 
das relações em esfera familiar. Visando uma forma de seguridade a todos os 
membros da entidade familiar, independe da forma que ocorreu essa configuração e 
laços familiares, deixando de lado a visão patrimonialista anterior e concebendo a 
nova perspectiva da personalização deste ramo. 
Portanto, antes de adentrar a mediação temos que entender o que o direito 
tem por fundamentação a família. Antes de tratarmos dos métodos, haja vista que o 
entendimento é que a o núcleo familiar é o alicerce da sociedade e precisam de 
determinados cuidados, notamos com o contexto atual e antigo a atualização da 
visão da família advinda do próprio estado. 
 
11 
 
 
2.3 O SURGIMENTO DOS METODOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO EM 
AMBITO FAMILIAR. 
 
Conforme a natureza dos conflitos em âmbito familiar o estado se encontra 
com obrigação de buscar uma forma para a resolução de determinados problemas. 
O mais tradicional ainda é a busca do Poder Judiciário para resolver conflitos porque 
a sociedade foi condicionada a esse tipo de intervenção estatal. 
Contudo, existem meios alternativos, alguns externos ao poder judiciário e 
outros já inseridos e incentivados pelo próprio Judiciário para a resolução do 
problema. Geralmente essas alternativas buscam a celeridade do caso, e ainda, 
diferentemente da técnica do processo aplicado no Judiciário, tentam resolver 
questões que no processo comum não são analisadas. 
 No Direito de Famílias, como já abordado anteriormente, há peculiaridades 
nos conflitos advindos dessas relações, as quais, durante um processo judicial não 
são levadas em consideração, e por vezes, dependendo do rumo que o caso toma 
bem como a decisão do magistrado, a escolha do terceiro poderá causar mais 
conflitos na relação. Por tanto se percebeu a necessidade de métodos que visassem 
à resolução através da vontade dos conflitantes. (LIMA, 2017). 
O poder judiciário se encontra em condições complicadas, levando em 
consideração sua demanda, a sobrecarga por conta dos processos gera um 
desconforto quanto à qualidade e celeridade das demandas, logo o Poder Judiciário 
necessita que sejam encorpados métodos e mecanismos atuais, relevantes quanto à 
celeridade e efetividade, que possibilitem a resolução de pendências fora do âmbito 
da justiça estatal, porém chanceladas pelo mesmo. A necessidade de agilização da 
prestação jurisdicional ensejou a inclusão dos métodos pacíficos de resolução de 
conflitos. 
Com a publicação do dispositivo legal nº 11.441/07, a partir de 
fundamentação em lei, que deu condições a separação e o divórcio consensual por 
via administrativa, enseja a incidência da autonomia particular no âmbito do Direito 
de Família, está questão tem sido debatida por diversos estudiosos, que mantêm o 
mesmo posicionamento relativamente ao assunto (MUNIZ, 2007; PEREIRA,2007; 
COTOMACCI, 2007; BRITO,2007). 
12 
 
 
Ao ponderar a nova visão, é evidente cada vez mais o entendimento de que o 
Direito de Família é integrante do Direito Privado, embora ainda se reconheça a 
influência de normas de ordem pública, como lecionam os professores Cristiano 
Chaves de Farias e Nelson Rosenvald: 
Superando um certo dissenso doutrinário, impõe-se reconhecer o 
enquadramento da relação de Direito de Família, fundamentalmente, 
no âmbito do direito privado, por se tratar da mais particular de todas 
as relações que podem ser estabelecidas no âmbito da ciência 
jurídica. Aliás, não se pode imaginar uma relação jurídica mais 
privada do que estar. Por certo, a relação familiar diz respeito a 
interesses particulares e está incluída na estrutura do Direito Civil 
porque o interesse fundamentalmente presente diz respeito, 
essencialmente, à pessoa humana. Exatamente por isso, possuem 
as relações familiares um caráter acentuadamente privado, 
destinando-se à tutela do ser, em seus múltiplos interesses morais e 
materiais (FARIAS; ROSENVALD, 2008, p. 14). 
 
Portanto notamos que as normas cada vez mais se aproximam de métodos 
voltados ao empoderamento familiar buscando uma nova visão que condicione a 
melhores formas de englobar a família. Dando chancela do estado para que o direito 
individual sobressaia. 
Logo, nascendo os métodos alternativos de solução de conflitos, formados de 
princípios e técnicas importantes para a pacificação social, vez que, essas formas e 
princípios sempre estão juntas, representa proposta promissora para a redução da 
crise no Poder Judiciário, com a diminuição de demandas, maior celeridade 
daqueles que já se encontram em trâmite, gerando condições melhores de acesso à 
Justiça e mais efetividade. (LIMA, 2007). 
Nesse momento é importante observar uma nova ramificação da justiça, que 
na verdade sempre existiu, levando em consideração a história notamos que os 
princípios dos métodos harmônicos de resolução sempre estiveram presentes de 
todos com senso de justo, entretanto de formas diferentes, e alguns momentos até 
de forma natural. 
 
2.4 CONCEITOS DOS MÉTODOS CONSENSUAIS DE RESOLUÇÃO DE 
CONFLITO. 
 
A necessidade de implementação de métodos que corroborem para o poder 
estatal, bem como a sociedade, então alguns métodos foram adotados, haja vista 
13 
 
 
que nem tudo poderia ser resolvido da mesma forma, nasceram várias ramificações 
dos métodos de resolução, constituídos com os mesmos princípios, entretanto com 
algumas diferenciações. 
Outrossim, algumas características necessárias paracondução, bem como 
capacitação de terceiros para condução das sessões. Serão utilizados para 
subsídios o que está disposto no Código Civil e PL 7169/2014 que diz respeito às 
leis de resolução de conflito. Segundo o Senador federal Ricardo Ferraço (2015), em 
seu projeto de lei, que foi aceito e transformado em Lei Ordinária 13140/2015 que 
dispõe: 
Sobre a mediação entre particulares como o meio alternativo de solução de 
controvérsias e sobre a composição de conflitos no âmbito da Administração 
Pública; altera a Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de 
março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997. 
Ou seja, o autor altera, e dá melhores condições aos métodos de resolução 
de conflito, bem como estipula os métodos, ferramentas e as condições para que 
alguém se capacite e fique apito, logo em condições técnicas de conduzir uma 
sessão. 
Desta forma, a regulamentação de capacitação e do banco de dados da 
política de tratamento adequado de conflitos, assinado pelo excelentíssimo 
conselheiro do conselho nacional de justiça, presidente da comissão permanente de 
solução adequada de conflito Henrique de Almeida Ávila. Que dispõe as diretrizes 
para realização de formação geral do curso, bem como a chancela do Núcleo 
Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC). 
(ÁVILA, 2017). 
De acordo com o supracitado, as normas mostram claramente a 
responsabilidade de um para com o outro e do estado perante todos, e sua 
obrigação frente a dar condições de resolução frente à métodos do qual o estado 
tem que se afastar da decisão e sim dar condições das pessoas em conflitos 
decidirem, através das ferramentas corretas e pessoas qualificadas, bem como com 
a acessibilidade e condições de explicação, pois através das ferramentas se 
entende que quem é melhor pra resolver os seus conflitos do que quem realmente 
vive a divergência. 
14 
 
 
Logo os métodos de resolução, adotados pelo ordenamento jurídico pátrio 
são os seguintes: 
 
2.4.1 Negociação 
 
A Negociação é uma forma mais antiga, bem como a mais simples dos 
métodos de resolução de conflitos, ocorre através da negociação direta entre as 
partes. Segundo o entendimento de Carlos Eduardo de Vasconcelos, a negociação, 
em sua atribuição, deve ser baseada em princípios, devendo ser feita de modo 
cooperativo, pois não tem por objetivo excluir, ou derrotar outro participante, 
buscando-se, um acordo de ganhos igualitários. Trata-se de um fenômeno bastante 
comum na vida. E quase sempre antecipa outras formas de composição de conflitos. 
O Professor Humberto Dalla Bernardina Pinho define negociação da seguinte 
maneira: 
 
A negociação é um processo bilateral de resolução de impasses ou 
de controvérsias, no qual existe o objetivo de alcançar um acordo 
conjunto, através de concessões mútuas. Envolve a comunicação, o 
processo de tomada de decisão (sob pressão) e a resolução 
extrajudicial de controvérsia. 
 
O processo de negociação ocorre através da ideia de aceitação de interesses 
com busca ao melhor resultado possível, onde as partes a partir de sua 
argumentação cheguem a uma escolha, que é o produto final gerada de forma 
autocompositiva e que atenda os anseios de todos. 
 
2.4.2 Arbitragem 
 
A arbitragem ocorre por meio de um terceiro não interessado, que intervém ao 
conflito, na forma de um juiz, sendo um procedimento que se encontra 
regulamentado por força da Lei de Arbitragem nº 9.307/96, bem como conhecida 
como Lei Marco Maciel, que concede aos árbitros os devidos poderes de juiz de fato 
e de direito, vale ressaltar que esse método é limitado a características únicas, logo, 
usada em casos de direitos patrimoniais, bem como sua participação ocorre de 
15 
 
 
forma livre, e ao término da oportunidade de mostrar os pontos e vontades o arbitro 
escolherá. 
Se respeitarmos a Classificação feita por Sales (2004) que conceitua 
arbitragem da seguinte forma: 
É um procedimento em que as partes escolhem uma pessoa capaz e 
de sua confiança (árbitro) para solucionar os conflitos. Na arbitragem, 
ao contrário da conciliação e da mediação, as partes não possuem a 
poder de decisão. O árbitro é quem decide a questão. 
 
 O método de resolução em questão tem sua área de atuação bem delimitada, 
como dito, porém é de grande importância, pois os bens precisam de cuidado 
especifico. 
 
2.4.3 Conciliação 
 
 Conciliação segundo o dicionário tem por significado ato ou efeito de 
conciliar, ajuste, acordo ou harmonização de litigantes ou de pessoas desavindas, 
combinação de diferenças. Por tanto se trata de uma forma autocompositiva, já que 
os conflitantes que buscam a forma de resolução, dirigidas por regras de um 
terceiro, qualificado, não interessado (Conciliador), e dispondo como objetivo a êxito 
da demanda, através do acordo entre os conflitantes. A conciliação, como 
instrumento de pacificação, visa resgatar uma compreensão proveitosa dos conflitos, 
os quais passam a ser vistos como mecanismo para melhorar a comunicação, com 
construção e entendimentos; o que, por sua vez se torna uma justiça eficaz e célere. 
Em conformidade com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o terceiro não 
interessado é uma pessoa da sociedade, advinda de forma voluntária e através de 
preparação técnica, servindo como um facilitador, buscando a conexão e 
harmonização da relação. (BENTO, 2012). 
A conciliação pode ser considerada uma virtude da qual o terceiro, com 
maestria, gera oportunidade de diálogo saudável entre os participantes, conduzindo 
de forma que leve a uma espécie de lapidação da paz e da justiça social, o que, por 
si só, resulta no exercício da cidadania e na melhoria do acesso à justiça. Ávila, 
(2017). 
 
2.4.4 Mediação 
16 
 
 
 
O termo da palavra mediação vem do latim “mediare”, e tem por intuito o 
intervir, mediar. É um procedimento reverso à litigância, em que uma terceira pessoa 
tem por finalidade a reconexão da comunicação dos mediandos, servindo de forma 
imparcial, fazendo o devido uso das ferramentas, visando a solução pacífica das 
controvérsias. 
 A mediação como um método consensual de resolução de conflito, que 
tem por objetivo o estimulo de impulsos que de condições de que os conflitantes 
cheguem ao êxito que é a resolução do conflito. A autora Lília Maia de Morais Sales 
conceitua a mediação como: 
 [...] procedimento consensual de forma à solução de conflitos por 
meio do qual uma terceira pessoal imparcial – escolhida ou aceita 
pelas partes – age no sentido de encorajar e facilitar a resolução de 
uma divergência. As pessoas envolvidas nesse conflito são as 
responsáveis pela escolha decisiva que melhor a satisfaça. A 
mediação representa um mecanismo de solução de conflitos utilizado 
pelas próprias partes que, motivadas pelo diálogo, encontram uma 
alternativa ponderada, eficaz e satisfatória. O mediador é a pessoa 
que auxilia na construção desse diálogo (SALES, 2007). 
 
Em nosso ordenamento, a mediação tem por base o princípio da Soberania 
da vontade, onde os participantes tem a opção de adentrar à mediação bem como 
sair em qualquer momento. Nesse sentido, Roberto Portugal Bacellar define 
mediação como sendo uma “(...) técnica “lato senso” que se destina a aproximar 
pessoas interessadas na resolução de um conflito e induzi-las a encontrar, por meio 
de uma conversa, soluções criativas, com ganhos mútuos e que preservem o 
relacionamento entre elas.” (BARCELLAR, 2003). 
A proposta do supracitado é devolver aos conflitantes a responsabilidade dos 
atos, e escolhas, com uma visão prospectiva, livre e responsável. Podemos dizer 
que a mediação é uma espécie de gerenciamento do conflito, qual as partes, 
auxiliadas por um terceiro neutro e qualificado, reconhecem as diferenças existentes 
entre elas, e de forma mútua, pacífica e complacente, visualizam o problema, não 
havendo vencedores ou perdedores,pois ambos vencem, já que optam por uma 
solução inteligente que visa, somente, o bem estar social. 
 
2.5 A MEDIAÇÃO, IMPORTÂNCIA E SUA FORMA 
 
17 
 
 
O tema central do trabalho tem por base a mediação, é importante mostrar 
uma visão específica. 
O exercício da mediação como método de resolução de conflito tem registros 
de longas datas, bem como em várias culturas ao redor do mundo, e em diversos 
pontos sem comunicação uma com a outra, logo percebendo que a mediação se 
trata de um senso comum de justiça, para melhor entendimento podemos considerar 
o pensamento de Rozane Cachapuz, sua existência remonta aos idos de 3.000 a.C. 
na Grécia. 
As culturas islâmicas também têm longa tradição de mediação. Em 
muitas sociedades pastoris tradicionais do Oriente Médio, os 
problemas eram frequentemente resolvidos através de uma reunião 
comunitária dos idosos, em que os participantes discutiam, debatiam, 
deliberavam e mediavam para resolver questões tribais ou intertribais 
críticas ou conflituosas. Nas áreas urbanas, o costume local tornou-
se codificado em uma lei saria, que era interpretada e aplicada por 
intermediários especializados, ou quadis. Estes oficiais exerciam não 
apenas funções judiciais, mas também de mediação. [...] (JUNIOR, 
2007). 
 
 O budismo e hinduísmo, e as regiões que essas culturas chegaram, têm uma 
longa história de mediação, apesar de não haver um marco inicial com precisão, a 
respeito da mediação, há registros de que o instrumento já era muito utilizado na 
China (BREITMAN, 2001; PORTO, 2001). 
A mediação sempre foi um recurso utilizado para solucionar os conflitos 
existentes nas sociedades. Entretanto, é importante ressaltar que somente a partir 
do século XX é que a mediação passa a ser uma fundamentação estruturada e, 
desde então, largamente institucionalizada por diversos ordenamentos, tais como: 
Francês, britânico, Irlandês, Japonês, Norueguês, Belga, europeu, dentre outros. 
No ordenamento Brasileiro, a mediação começou a ser implementada na 
década de 1980 nas esferas trabalhistas, empresarial e comercial. Porém, a 
mediação na esfera da família foi introduzida na década de 90, sendo inserida no 
Código de Processo Civil do país, passando, portanto, a ser inserida no 
ordenamento jurídico nacional. Com o advento do Novo Código de Processo Civil de 
2015 (DALLA, 2017). 
É evidente que o legislador visou à importância de métodos consensuais e 
pode contribuir decisivamente para o desenvolvimento de sua prática entre a 
sociedade bem como a necessidade de acabar com a lotação das demandas 
familiares, por falta de condições de apreciar todas as demandas. 
18 
 
 
Em vigor de fato em 18 de março de 2016 o que causou alguns conflitos em 
relação à Lei de Mediação (Lei nº 13.140) que foi publicada em 26 de junho de 2015. 
A mediação é definida no Novo CPC como o procedimento onde o mediador, que 
atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre os 
conflitantes, ajudará aos interessados a entender as adversidades e as vantagens 
encontradas no momento como oportunidades, de modo que eles possam resolver, 
pois o mediador não tem poder decisório nem influência diretamente na decisão, 
opinião ou conselho. (RODRIGUES JÚNIOR, 2007, p. 75). 
Em definição por Bento (2012), a importância em observar que a mediação 
tem um conjunto de elementos que não se separam e são essenciais para que 
ocorra da forma correta e exitosa. Um mediador tem por atribuição a direção de uma 
sessão, para que ocorra a propensão da vontade dos participantes, servindo como 
um facilitador, que estabelece ou restabelece o diálogo, entendendo a situação bem 
como analisando os elementos para que tenha uma visão objetiva e criando uma 
conexão da qual não existia, e por mais que as técnicas não sejam as mesmas, é 
impossível falar de uma e não citar a outra em algum momento. 
A importância do supracitado, devemos entender as regras que norteiam os 
atos e condições para que ocorra a sessão, entretanto é primordial citar que a 
mediação não tem a denominação de “processo” por mais que seja uma formação 
sistemática de proceder, para que ocorra um dos princípios que norteiam a 
resolução de conflito que é o empoderamento o ato é denominado de sessão. 
As condições para o exercício da função é exigida e precisa ser alcançada, 
quem conduz a sessão tem pré-requisitos que precisam estar presentes, bem como 
ritos que precisam estar em todas as sessões, tratando do mediador ele precisa ser 
capaz, graduado há pelo menos 2 (dois) anos em algum curso de ensino superior 
reconhecido pelo ministério da educação, que tenha obtido capacitação em escola 
ou instituição de formação de mediadores, reconhecida por tribunais ou pela Escola 
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, do mesmo modo os 
mediadores e as câmaras privadas de mediação devem ser estabelecidas em 
cadastro nacional e em cadastro de Tribunal de Justiça ou de Tribunal Regional 
Federal (ÁVILA, 2017). 
Durante a formação dos mediadores, ocorrerá a parte prática, onde em 
primeiro momento, deveram alcançar horas, como observadores, em seguida 
participaram como co-mediador desde que acompanhados de um mediador formado 
19 
 
 
e no último estágio poderão fazer as mediações como mediador desde que esteja 
acompanhado de um co-mediador em formação. 
Relevante a condições para que ocorra, a sessão precisa de uma 
organização sistemática que facilite a conexão, logo é necessário um local 
adequado, que afaste situações ou lembranças indesejadas mesmo que de forma 
subconsciente, precisando ocorrer em uma mesa redonda, os participantes sentados 
um ao lado do outro, em frente o mediador, podendo ser mais que um mediado 
entretanto estabelecendo quem está conduzindo, caso tenha observadores deveram 
sentar atrás dos conflitantes, e caso as partes estejam acompanhados de advogado, 
poderão eles participarem, sentados ao lado dos respectivos, é valido ressaltar que 
se apenas uma parte estiver assistida de advogado, é perguntado à parte não 
assistida se ela se sente em condições de participar, é valido ressaltar que um 
advogado na mediação deve se comportar como um facilitador do diálogo. 
O Conselho Nacional de Justiça (2010) mostrou a importância da mediação 
para resolução de conflitos, pois se destaca na sociedade assim como no meio 
jurídico por trazer mudanças de paradigmas na forma judicial adotado no Brasil e até 
mesmo na questão educacional, a visão do litigio está sendo quebrada e muito se 
deve ao supracitado, até por questão de celeridade processual, pois o que 
demoraria anos a se resolver se soluciona em um período muito menor, tratando da 
questão de resolução se entendeu que quem melhor pra resolver os próprios 
problemas se não nós mesmo. Um juiz por melhor que seja sua experiência, 
qualificação não será melhor do que quem vive e sabe a situação. 
Logo é de grande estima, os ensinamentos do mestre, Professor Luis Alberto 
Warat: 
O grande segredo, da mediação, como todo segredo, é muito 
simples, tão simples que passa despercebido. Não digo tentemos 
entendê-lo, pois não podemos entendê-lo. Muitas coisas em um 
conflito estão ocultas, mas podemos senti-las. Se tentarmos entendê-
las, não encontraremos nada, corremos o risco de agravar o 
problema. Para mediar, como para viver, é preciso sentir o 
sentimento. O mediador não pode se preocupar por intervir no 
conflito, transformá-lo. Ele tem que intervir sobre os sentimentos das 
pessoas, ajudá-las a sentir seus sentimentos, renunciando a 
interpretação. Os conflitos nunca desaparecem, se transformam; isso 
porque, geralmente, tentamos intervir sobre o conflito e não sobre o 
sentimento das pessoas. Por isso, é recomendável, na presença de 
um conflito pessoal, intervir sobre si mesmo, transformar-se 
internamente, então, o conflito se dissolverá (se todas as partes 
comprometidas fizerem a mesma coisa). O mediador deve entender 
a diferençaentre intervir no conflito e nos sentimentos das partes. O 
20 
 
 
mediador deve ajudar as partes, fazer com que olhem a si mesmas e 
não ao conflito, como se ele fosse alguma coisa absolutamente 
exterior a elas mesmas. Quando as pessoas interpretam (interpretar 
é redefinir), escondem-se ou tentam dominar (ou ambas as coisas). 
Quando as pessoas sentem sem interpretar, crescem. Os 
sentimentos sentem-se em silêncio, nos corpos vazios de 
pensamentos. As pessoas, em geral, fogem do silêncio. Escondem-
se no escândalo das palavras. Teatralizam os sentimentos, para não 
senti-los. O sentimento sentido é sempre aristocrático, precisa da 
elegância do silêncio. As coisas simples e vitais como o amor 
entendem-se pelo silêncio que as expressam. A energia que está 
sendo dirigida ao ciúme, à raiva, à dor tem que se tornar silêncio. A 
pessoa, quando fica silenciosa, serena, atinge a paz interior, a não 
violência, a amorosidade. Estamos a caminho de tornarmo-nos 
liberdade. Essa é a meta mediação. (Goulart, 2018). 
 
O artigo colocou em voga as necessidades de políticas consensuais, 
condicionamento técnico e pré-requisitos. Portanto podemos adentrar no momento 
da mediação, e seus elementos, pois o que se faz de fato a prática de mediar ser 
exitosa é a visão sistêmica dentro das condições estipuladas. 
Por princípios especifico podemos mostrar o dispositivo encontrado na 
Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, edição do Código de Ética 
de Conciliadores e Mediadores, bem como definição em monografia de LIMA (2012) 
que nos mostra de forma clara e objetiva princípios fundamentais à conciliação e 
mediação. Esses princípios são: confidencialidade, competência, imparcialidade, 
neutralidade, independência e autonomia e respeito à ordem pública e às leis 
vigentes, entretanto não são os únicos, levando em conta o âmbito que estamos 
falando mais diretamente que é a mediação, ainda tem, cooperação, liberdade e 
informalidade do processo. 
O princípio da confidencialidade, elencado por WEIZENMANN (2009), diz em 
questão do sigilo da sessão de mediação. O condutor tem por obrigação não 
repassar para terceiros sobre o conflito, agindo como protetor, porém é de grande 
importância citar que a conversa entre mediadores é permitida devido ser uma forma 
de aprimoramento dos mediadores. Outrossim, os mediadores não poderão ser 
arrolados como testemunhas se por ventura a sessão não seja exitosa e se torne 
competência da justiça comum. 
A Competência do mediador trata da capacidade do terceiro para se 
encontrar em condições de mediar, o mediador conforme já supracitado necessita se 
21 
 
 
encaixar em características estipuladas, e precisa ser prudente, cuidadoso para que 
ocorra uma sessão de qualidade. 
De acordo com WEIZENMANN (2009), o princípio da imparcialidade 
relacionado mediador tem por fundamentação a questão da imparcialidade, não 
podendo privilegiar uma parte em desvantagem a outra, atribuindo valores iguais, as 
falas, tempo, e condições, estimulando a simetria da igualdade dos participantes. 
Conforme a obra de BENTO (2012), Independência e autonomia da vontade, 
faz alusão ao fato de quem realmente decide são as partes. A autonomia dos 
participantes deve ser evidenciada e lembrada durante a sessão, apenas os 
envolvidos podem decidir o que lhes for mais conveniente, sendo, assim, 
responsáveis por tal decisão. Ao mediador cabe apenas orientá-los, facilitando o 
diálogo por meio de suas ferramentas para que o bem seja alcançado. 
Já a cooperação entre as partes trata da questão de que os terceiros não 
interessados trabalham de forma cooperativa, na busca da solução do conflito. Essa 
cooperação ajuda a trazer resultados melhores para a mediação. 
O princípio da liberdade das partes está relacionado com o fato de que estas 
são livres para a resolução do conflito, bem como sair em qualquer momento. Os 
envolvidos não podem ser ameaçados ou coagidos, e é dever do mediador deixar 
bem claro isso, devendo estar conscientes do que significa a sessão de mediação e 
de que são livres para decidir sobre o problema, em conformidade com Bento 
(2012). 
O princípio da informalidade segue em consonância com a monográfica de 
BENTO (2012), que esclarece o princípio por significar que a mediação não segue 
um padrão, busca se aproximar mais da informalidade. Os mediadores buscam 
formas para organizar a sessão apenas, não devendo seguir uma forma única, mas 
aplicando as ferramentas dependendo da situação, entretanto inserindo sempre 
todos os princípios. 
Nesse sentindo podemos entender que a mediação é uma condução e que os 
conflitantes não são partes opostas por natureza, ao contrário o vínculo criados por 
eles são laços que em algum momento foi de carinho, logo contribuindo para a 
mediação, que tem por finalidade a igualdade da decisão, não existindo parte 
derrotada ou vitoriosa, mas a satisfação da decisão. 
Já que no princípio supracitado falamos dos mediados, entendemos que eles 
têm a voz ativa na sessão, logo os mediando são protagonistas. 
22 
 
 
 
2.6 A IMPORTÂNCIA DE FATO DA MEDIAÇÃO 
 
Conforme Bacellar (2003), os conflitos familiares discutidos na mediação são 
peculiares, únicos e delicados, independente dos elementos visíveis, conversas 
referente a bens, pensão, visita e alimentos não são os únicos aspectos em questão. 
Algumas vezes a mediação acaba sendo necessária por conflitos que não estão em 
pauta de fato, uma alusão é um “iceberg” onde só enxergamos a parte fora d‟agua 
porém boa parte está submerso. 
Um mediador precisa ter condições de entrar na sessão sem virar um terceiro 
que escolhe ou da as opções de escolha, porém com condições de entender os 
elementos intrínsecos e extrínsecos, e saber até em qual ponto pode ir. 
O mediador pode abrir mão de dar continuidade por falta de alguns elementos 
esclarecedores, bem como por um querer particular levando em consideração a 
sessão e seu estado mental no momento da sessão. 
Baseado em Thomé (2007), a mediação familiar é introduzida pelos princípios 
que norteiam o Código Civil Brasileiro. Adverte a autora que a mediação se 
apresenta como um processo de gestão de conflitos, e oferece ao núcleo familiar um 
ambiente propício à negociação, a escuta, a autodeterminação, que devem ser 
seguidas após a concretização de um rompimento conjugal, por exemplo. Esse 
procedimento ajuda no fortalecimento dos laços familiares e faz com que os 
envolvidos assumam suas responsabilidades pelos seus atos. Através do diálogo 
trata o conflito, inclusive na questão dos filhos, que muitas vezes são usados como 
instrumento de agressão contra o outro. Com a mediação, os pais conseguem 
visualizar que o filho merece proteção e que não pode ser usado como arma contra 
o outro. 
No momento da sessão, a mágoa, muita das vezes toma conta de todas as 
formas, logo precisamos entender que os elementos passados foram primordiais 
para a questão e valorizar isso, entretanto a visão prospectiva é essencial para que 
ocorra a resolução de fato, durante a mediação o fechamento de um ciclo e início de 
outro pode ser libertador aos participantes, e cabe à o condutor trazer esse 
levantamento de forma delicada. 
Já que a complexidade do ato de mediar foi demonstrada, podemos adentrar 
na mediação de fato, que é uma arte e que mudar vidas a partir do empoderamento, 
23 
 
 
sendo uma ferramenta justa e necessária da qual a justiça oferece, o processo de 
mediar é dividido em nove fases, sendo: preparação, abertura, narrativas, 
levantamento de dados, reuniões privadas, criação de opções, teste da realidade, 
acordo e fechamento. 
A preparação, também conhecida como pré-mediação diz respeito ao local da 
sessão bem como arrumação da mesa, e local como todo, buscando a informalidade 
e afastando algum elemento que subjetivamente gere gatilhos a conflitos e que 
apoie os demais princípios. 
A abertura, dos atos objetivosse encontra de forma primordial, uma boa 
abertura gera condição de resolução, para muitos mediadores a abertura é o 
momento chave, por mais que até esse momento as partes não estejam com a voz 
ativa, nesse momento é repassada as regras da sessão, as condições, as 
ferramentas, oportunidade e as fases. 
É valido citar que a abertura é o momento em que são repassados todos os 
elementos da mediação, e por mais que tenha modelo de apresentar a mediação o 
mediador tem livre escolha da forma que pretende fazer, desde que apresente todos 
os elementos. 
Após a abertura e aceitação dos conflitantes, o mediador inicia o momento de 
escuta, onde o mediador dá espaço de fala, de uma forma lógica, deixando espaço 
as partes para falarem como bem quiserem e filtrando as informações para que se 
solucione a questão, com fundamentos na obra de LUZ (2005). 
Desse mesmo modo as ferramentas que são utilizadas na mediação, estão 
qualificadas e aceitas no início da sessão, mas cabe o terceiro não interessado 
utiliza-las ou não. Os fundamentos das técnicas partem do rapport, resumo, 
paráfrase, perguntas, identificação de questões, interesses e sentimentos, validação 
de sentimentos, resolução de questões, despolarização do conflito, afago, silêncio, 
inversão de papéis, escuta ativa e identificação/geração de opções. O rapport está 
relacionado com a liberdade de comunicação das partes e com a qualidade do 
contato. 
 
3 METODOLOGIA 
 
O autor Gil (2017, p. 1) conceitua pesquisa como uma forma de 
“Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas 
24 
 
 
aos problemas que são propostos”. Mediante análise de informações referente a 
mediação o artigo tem por intuito a fundamentação e estímulo das práticas de 
mediação em âmbito familiar. Gil (2017, p.28) mostra: 
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já 
publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui 
material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações 
e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação 
de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a 
incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, 
bem como o material disponibilizado pela Internet. 
 
Para o desenvolvimento do artigo, o método selecionado é o hipotético-
dedutivo, pois irá partir da visão geral indo para a particular, analisando o contexto 
do caráter histórico e de condições, através de abordagem qualitativa, por se 
preocupar com a realidade de forma penetrante, trabalhando com o significado 
dessas relações humanas que por fim foram reproduzidas no universo jurídico, com 
pesquisas bibliográficas na área do direito de família, artigos, revistas jurídicas, 
monografias e teses, com o intuito de comprovar a importância da mediação para 
acompanhar a evolução da família na contemporaneidade e a necessidade de 
utilização da mediação familiar para a harmonia, Com base nos dados do Relatório 
de Gestão da Defensoria Pública (2018). 
 O presente trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos, apresentando no 
primeiro à fundamentação da escolha do tema; importância para a sociedade; 
história do conflito; pergunta norteadora; objetivos gerais e específicos. 
 No segundo capítulo, foi abordada uma visão geral do conflito trazendo a 
antropologia como explicação do conflito, procurando determinar as semelhanças e 
diferenças. Então, pertinente a esse estudo, fica evidenciado que os conflitos de 
uma forma geral são de grande importância à sociedade. 
O segundo tema no mesmo capitulo mostra o alicerce do Direito de família, as 
leis na área da família e suas atualizações, e como elas protegeram de maneira 
mais ampla a entidade familiar constitucionalizada. 
O terceiro tema do segundo capítulo mostra que a família atual é baseada nas 
relações afetivas, e que seu principal objetivo é formar uma família fundada em 
sentimentos, sendo este o requisito principal de uma união conjugal, e não cabe o 
estado à escolha e sim contribuição à resolução de conflitos, fundamentada ao 
supracitado então mostrando o surgimento dos métodos de resolução de conflito em 
25 
 
 
âmbito familiar, conforme a natureza do conflito e o poder estatal se encontra com 
obrigação de buscar uma forma para a resolução. 
O quarto tema do segundo capitulo, visa a conceptualização bem como 
apresentação dos métodos de resolução de conflitos, nesse momento notamos os 
meios, as oportunidades que o estado da sua chancela para que as pessoas 
busquem uma resolução pacifica. 
O penúltimo tema do segundo capítulo tem por objetivo apontar a mediação 
familiar como meio de prevenir e dirimir os conflitos familiares e a importância de 
implementação do Novo Código de Processo Civil como a maneira mais adequada 
de resolver os conflitos, abordando a manutenção do diálogo e do afeto na relação. 
Assim, o presente trabalho tem como principal objetivo analisar o fenômeno família, 
mostrando sua evolução e como ela se modifica e se altera conforme as 
necessidades sociais. Ou seja, a família evolui conforme as necessidades que são 
impostas na sociedade, e atualmente o fator mais importante para constituir uma 
família são os elos sentimentais, sendo o afeto a principal característica para se 
formar uma família, cabendo o estado servir como uma ferramenta para que se 
alcance celeridade e entendimento das partes nas tomadas de decisão. 
O último tema do segundo capitulo visa a mediação de fato, o momento do 
qual as partem se sentam frente ao mediador, apresentando os elementos objetivos 
e subjetivos. Assim como os momentos antes e durante o ato. Mostrando a prática 
de fato, as ferramentas que são estipuladas e as chances reais de por elas em uso. 
Percebe-se no presente tópico os princípios, as ferramentas, os locais e 
arrumação. Tratando também da conexão e a celeridade de resolução, e 
observação dos elementos, bem como a oportunidade de observar a situação, onde 
até o silencio pode trazer respostas. 
 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
 
É de extrema importância notar que à mediação para resolução de conflito em 
âmbito familiar, é essencial. As vantagens são inúmeras, caso os métodos sejam 
adotados e fomentados cada vez mais. Essa forma de resolução onde a celeridade 
é uma das principais chaves, para o uso, acarretará uma diminuição considerável 
dos processos judiciais, onde acordos através da mediação vão desoprimir as varas 
de família, haja vista que através da mediação podem ser resolvidos de forma pré-
26 
 
 
processual, como forma de desjudicialização. Conforme dados da Comissão 
Sistêmica de Desjudicialização da Defensoria Pública do Estado do Pará (2018, p. 
09), mostra: 
O núcleo de atendimento especializado para à família, obteve 
resultados positivos. Quase 24% do total de atendimentos realizados 
pela coordenadoria foram audiências na própria Defensoria Pública. 
Cumprindo o planejamento que é a desjudicialização. 
 
 Um processo é desgastante, cansativo e muita das vezes o objetivo não é 
alcançado, diferente no caso do êxito da mediação, que tem como princípio a 
informalidade. 
 Um despacho rebuscado com palavras complexas, advindas de petição onde 
os interessados pouco dialogam pode gerar uma falsa resolução, onde os elementos 
subjetivos continuam sem serem alimentados e sem condições de serem externados 
e finalizados, diferente no caso da mediação que abre espaço de fala pra qualquer 
assunto, e resolução ocorre por autocomposição. 
A autocomposição é uma vantagem incrível, onde a condução correta por 
parte do mediador gera um resultado escolhido por vontade dos conflitantes que 
conseguem achar os pontos positivos. Por mais qualificado, um juiz não escolherá 
melhor do que quem vivencia o conflito. Achar uma solução através da sua vontade 
também gera uma sensação de satisfação. Bacellar (2013). 
Um conflito que deve ser considerado uma divergênciade interesse e que 
não pode ser alcançada simultaneamente, observando um conflito que é uma crise e 
faz parte da vida do ser em evolução e que todos passaram um dia, quando há a 
necessidade de escolha entre algumas situações, logo, quando falamos de conflitos 
eles podem ser gerados por divergência de personalidade, interesses ou valores. 
Ligado a confrontos, as situações de conflitos nem sempre são prejudiciais, quando 
geridos de forma correta, o conflito pode ser tornar a força propulsora de mudanças 
positivas, logo a mediação tem por papel mostrar as vantagens atráves de uma 
visão prospectiva que os participantes ao absorver as informações terão laços 
melhores. Bacellar (2013). 
Através do artigo notamos que o ato de mediar é na verdade uma arte, e que 
o mediador precisa além de ter vontade de participar, tem que ter uma qualificação 
técnica e um zelo, do qual é necessário para que o direito continue a existir e não 
27 
 
 
seja substituído por uma máquina, porque notamos o quanto seus atos, falas e 
comportamentos têm que ser delicados e sistemáticos, bem como notamos que a 
visão consensual não é limitada, e tem por base a justiça como forma real de 
resolução. 
A visão prospectiva é a chave da mediação, e dessa visão adquirida de forma 
de resolução. O empoderamento que ocorre durante a mediação é chave propulsora 
as partes, servindo de forma coerente a quem participa. 
Conforme o Relatório de Gestão da Defensoria Pública do Estado do Pará 
(2018), os meios pacíficos de resolução de conflitos foram primordiais para que 
ocorresse o acesso à justiça, com atendimento especializado à Família, sendo 300 
casais atendidos por meios pacíficos de resolução (mediação), e destes apenas 44 
não obtiveram êxito por intermédio das ferramentas. 
Fica evidente que os métodos de resolução são essências à família, e sua 
fundamentação em dispositivo legal serviu para a sociedade, bem como para o 
ordenamento, levando em consideração que as demandas que iriam para as varas 
de família acarretariam um abarrotamento muito maior do qual já existe. Logo a 
celeridade do presente, atualmente se faz essencial para que ocorra o acesso da 
justiça de uma forma mais humana, justa e coerente. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estudo do tema possibilitou notar a importância dos métodos de resolução 
de conflitos que são essenciais para a sociedade e para o ordenamento jurídico 
nacional, fazendo uma relação social e jurídica. Desde o primeiro parágrafo deste 
artigo é notada a importância da chancela do estado em fomentar essas práticas, 
pois causa melhores condições sócias, tratando-se diretamente em âmbito familiar, 
logo trazendo uma análise do pilar da família no Direito e suas atualizações. 
 Com análise do contexto do conflito que deu base ao tema, a visão 
antropológica, buscou relevância ao entendimento dos conflitos e principalmente sua 
valorização como chave propulsora de melhoria, bem como a normalização, onde 
explica que todos, sem exceção passaram por um momento de conflito, e cabe a 
quem vive contornar as situações conflituosas de forma coerente, servindo como 
algo essencial quando se trata de relações de uma forma geral. 
28 
 
 
Com o estudo deste artigo, diante tema do conclui-se que o direito de família 
sofreu diversas alterações levando em consideração evolução da humanidade, logo 
a família e suas relações alteram com determinada frequência. Por tanto culminou 
na Constituição Federal de 1988 que trouxe para o Direito das Famílias o 
reconhecimento de vários modelos de família, bem como princípios norteadores 
para essa determinada área. Tratando a instituição familiar como base da sociedade 
e lhe dando fundamentação e proteção pelo Estado. 
Em principal este artigo visou à mediação e adentrou sua forma, princípios e 
dispositivo legal, e valorização da pratica, haja vista que gera melhorias significativas 
na vida dos conflitantes, não apenas a quem está diretamente na sessão de 
mediação mais sim propagando também as pessoas que estão interligadas a 
conflitos, logo contribuindo para uma melhoria coletiva, por mais que busque a 
informalidade e a não intercessão direta para que se alcance um resultado a partir 
do empoderamento, bem como levantamentos de dados relacionados às práticas de 
mediação, em favor da sociedade. Adquiridas a partir de relatório da Defensoria 
Pública do Estado. 
Obtendo clareza quanto ao objetivo geral do presente trabalho, onde o 
supracitado reconhece os métodos consensuais de resolução de conflito em 
especial à mediação em âmbito familiar, levando em conta a relevância de seus 
resultados, haja vista que nessa área, para a família, a mediação se enquadra 
através de suas características como uma das melhores opções. 
Através da realização do presente trabalho, notamos acerca da negociação, 
conciliação e arbitragem, conclui-se que todos esses meios podem ser eficazes no 
controle de conflitos instaurados entre partes. Entretanto, frente ao tema foi 
considerado como meio norteador para o presente artigo a mediação por tanto 
houveram detalhes maiores frente a esses métodos de resolução, mas explicando e 
valorizando os demais métodos, uma vez que cada um deles apresenta suas 
peculiaridades, que também precisam ser observadas no momento da escolha pelo 
meio mais adequado. 
O ordenamento jurídico pátrio levou em consideração a necessidade de 
métodos voltados à família, então desde 2010 o Conselho Nacional de Justiça busca 
o fomento da mediação, visando o acesso da justiça por meio de políticas públicas, 
logo o mediador foi inserido no rol de auxiliar da justiça, com fulcro no (art. 149, 
29 
 
 
NCPC). Advindas de forma justa, levando em consideração o desempenho positivo 
nas práticas da mediação. 
Esse processo cooperativo advindas de um terceiro, facilitador e imparcial 
que utiliza técnicas interdisciplinares, levando em conta as emoções tem por 
finalidade também investigar os reais motivos e necessidades, restabelecendo 
conversa e auxiliando as partes a criarem soluções, contribuindo de forma direta ao 
estado, partes conflitantes e terceiros interligados a elas, tem por direito buscar 
melhores condições quanto a valorização, desde importância e reconhecimento 
social quanto financeiro, levando em consideração que a remuneração se faz em 
poucos casos e estados. 
A partir da pergunta norteadora, que rege o artigo, conclui-se que esse 
método é ideal em maioria dos casos voltado à família, levando em conta os dados 
citados, a quantidade de êxito alicerça a mediação, sendo aplicável aos conflitos. 
Com base na família estipulada no ordenamento pátrio, seus problemas, as formas 
de intervenção e a ética dos profissionais envolvidos, percebe-se que a mediação 
atende satisfatoriamente a todos esses requisitos, com a mediação e seus princípios 
buscam o restabelecimento do dialogo nas relações familiares, abrindo espaço para 
melhores condições a quem exerce essas práticas. 
Notamos com o presente artigo a importância dos métodos consensuais de 
resolução de conflitos, em especial a mediação para um bem social, servindo de 
forma essencial, entretanto pouco se argumenta a respeito dos proventos dessa 
nova classe, a remuneração é diferente em cada estado, e em maioria das 
localidades ainda não existe remuneração. 
Em contra partida ao supracitado em alguns estados ocorrem processos 
seletivos para a função de mediador, logo é pertinente um estudo para analisar o 
porquê dessas diferenças e a possibilidade de uma igualdade salarial nacional sobre 
a mediação, um estudo referente à importância de uma equiparação salarial para 
que o fomento da mediação seja de fato consolidada em nosso ordenamento pátrio. 
 
 
 
 
 
30 
 
 
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ANEXOS 
 
 
32 
 
 
ANEXO A – PORTARIA Nº03/2019 - NUPEMEC 
 
 
 
33 
 
 
ANEXO B – RELATÓRIO 2018 DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ.

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