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CURSO DE DIREITO BACHARELADO RIAN PAULO DE OLIVEIRA IGREJA A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO DIREITO DE FAMÍLIA BELÉM-PA 2020 RIAN PAULO DE OLIVEIRA IGREJA A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO DIREITO DE FAMÍLIA BELÉM-PA 2020 Trabalho de Conclusão de curso apresentado, em forma de Artigo Científico, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito pelo Centro Universitário – FIBRA. Orientadora: Ariane de Nazaré Cunha Amoras de Araújo. RIAN PAULO DE OLIVEIRA IGREJA A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO DIREITO DE FAMÍLIA Data de Aprovação: ____/____/_____ Banca Examinadora ____________________________________Orientadora Ariane de Nazaré Cunha Amoras de Araújo Mestre em Direitos Fundamentais Trabalho de Conclusão de curso apresentado, em forma de Artigo Científico, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito pelo Centro Universitário – FIBRA. Orientadora: Ariane de Nazaré Cunha Amoras de Araújo. A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO DIREITO DE FAMÍLIA Rian Paulo de Oliveira Igreja1 Ariane de Nazaré Cunha Amoras de Araújo2 RESUMO O presente artigo tem por objetivo a análise da mediação para a resolução de conflitos em âmbito familiar, da mesma maneira o estudo da dimensão, viabilidade e aplicabilidade estabelecida no ordenamento pátrio, em consonância com a necessidade de fomento da ferramenta nos conflitos familiares, para que contribua entre as partes, bem como para o estado. Dessa forma, construindo devido reconhecimento ao método. A pergunta norteadora do presente artigo se consagra na interrogante: Qual a importância da mediação para a resolução de conflitos no direito de família? O artigo desenvolve a partir do suporte metodológico hipotético- dedutivo, a origem do conflito, alicerce da família no ordenamento nacional e a necessidade de criação de métodos consensuais de resolução de conflitos, bem como verifica os princípios norteadores e importância da propagação dos meios pacíficos de resolução de conflitos. O estudo mostra o delineamento entre os métodos de resolução de conflitos, bem como analisa os dados da Defensoria Pública do Estado do Pará no Direito de Família, através da mediação (2018). Como principais doutrinas do presente artigo, foram utilizadas: Corrêa (2018), Bacellar (2003), Bento (2012). Palavras-chave: Mediação, Família, Métodos de Resolução de Conflitos. 1 Graduando em Direito Pela Instituição de Ensino Superior – Centro Universitário FIBRA e Mediador Judicial em formação - TJPA. rian.advocacia@gmail.com 2 Graduada em Direito pela Universidade Federal do Estado do Pará; Atuação no Núcleo de Prática Jurídica - NPJ do Centro Universitário FIBRA, como docente – orientadora, Mediadora Judicial – TJPA e Advogada. E-mail: ariane_sofia@hotmail.com THE IMPORTANCE OF MEDIATION FOR THE RESOLUTION OF CONFLICTS IN FAMILY LAW ABSTRACT This article aims to analyze mediation to resolve conflicts within the family, in the same way the study of the dimension, feasibility and applicability established in the national system, in line with the need to promote the tool in family conflicts, so that contribute between the parties, as well as to the state. Thus, building due recognition to the method. The guiding question of this article is consecrated in the question: What is the importance of mediation for the resolution of conflicts in family law? The article develops from the hypothetical-deductive methodological support, the origin of the conflict, the foundation of the family in the national system and the need to create consensual methods of conflict resolution, as well as verifying the guiding principles and importance of the spread of peaceful means of conflict resolution. The study shows the delineation between the methods of conflict resolution, as well as analyzes the data from the Public Defender of the State of Pará in Family Law, through mediation (2018). The main doctrines of this article were used: Corrêa (2018), Bacellar (2003), Bento (2012). Keyword: Mediation, Family, Conflict Resolution Methods 5 1 INTRODUÇÃO A justificativa da escolha do tema ocorreu porque o formando durante sua infância e adolescência vivenciou diversas situações de crise familiar, por ventura na vida acadêmica tive um contato direto com meios alternativos de resolução de conflitos em âmbito familiar, sendo um dos primeiros estagiários da comissão sistêmica de dejusdicialiação da Defensoria Pública do Estado do Pará, assim como mediador da 2ª Casa de Justiça do Estado Do Pará, com o passar dos anos percebendo que alguns traumas poderiam ser evitados, caso esses métodos fossem mais explorados e melhor divulgados. Tenho por missão de vida contribuir para uma vida familiar mais harmoniosa. O trabalho tem por relevância mostrar a importância da mediação para a resolução de conflitos relacionados à família, por apreciar a importância das formas alternativas para resolução de conflitos através de aspectos coerentes, céleres e seguros, igualmente, por ter fundamentação no meio social e jurídico, levando em conta que para que exista em forma jurídica a esfera social deve ser apresentada, e para saber das reais condições dos responsáveis dessa forma que são os envolvidos e o estado. Compreendendo os motivos da existência das divergências através da antropologia que é a ciência que analisa o humano como ser cultural, que cria e segue cultura e desde sempre a sociedade tem como marco os conflitos, poucos são os momentos históricos em que os conflitos não foram chave para mudanças. Em toda a existência da humanidade os conflitos existiram, e a resolução não se dava da forma mais justa, onde o poder de fato, bélico ou estruturação política atribuía a resolução, independente do senso de justo, logo refletia a sociedade local e sua cultura bem como a família. O objetivo geral do artigo tem a finalidade de compreensão e valorização da atuação da mediação na esfera de família, levar conhecimento dos métodos de resolução que são necessários para uma vida justa e harmônica, dando condições das pessoas buscarem resoluções autocompositivas, através do empoderamento e entendendo que os conflitos são essências para mudanças, bem como normais e fundamentais a vida. Os objetivos específicos do trabalho buscam identificar as formas de resolução de conflito no âmbito familiar, bem como sua fundamentação no 6 ordenamento nacional; Conceituar e diferenciar as áreas de atuação dos métodos de resolução de conflito; Conceituar mediação como meio de resolução de conflito na esfera de família; Analisar a diminuição nas demandas de família realizadas pela Defensoria Pública do estado do Pará (2018). A pergunta norteadora que rege o artigo é: qual a importância da mediação para a resolução de conflitos no direito de família? O roteiro para a execução do presente artigo funcionará na seguinte ordem: Análise do conflito quanto natureza do ser humano, entendendo e normalizando essa espécie de choque de duas forças que no momento pensam de forma divergente; A fundamentação que rege a família para o Direito; O surgimento dos métodos alternativos de resolução de conflitos; Os princípios que regem a política pública na legislação pátria; apresentação dos métodos consensuais de resolução de conflito e analise da importância da mediação na resolução de conflitos através da DefensoriaPública do Estado do Pará. 2 O DESENVOLVIMENTO DO ARTIGO CIENTÍFICO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para fundamentação teórica do presente artigo, trouxe obras distintas, entretanto com mesmo propósito, que é a justa notoriedade aos métodos de resolução de conflitos voltados à família, com enfoque na mediação, bem como compreensão os conflitos a partir da perspectiva geral. 2.1 BREVES CONSIDERAÇÕES: UM OLHAR ANTROPOLÓGICO DA MEDIAÇÃO NO CONFLITO FAMILIAR Em consonância com a obra de Laplantine (2003), a antropologia que é a observação dos seres humanos e de suas culturas, desde os tempos pré-históricos, os antropólogos comparam diferentes comunidades, procurando determinar as conformidades e diferenças, então pertinente a esse estudo fica evidenciado que os conflitos de uma forma geral são de grande importância à sociedade, bem como universais, elementos de conflitos existem em todos os tipos de grupos, elementos esses que não são os mesmos, entretanto de forma geral são pontos divergentes que não pode ser alcançados de forma simultânea. 7 A resolução de um conflito não se diferencia em nenhuma esfera, porque a única forma coerente e justa é através da reconexão do diálogo e aceitação de ambos, acontece que quando falamos em conflito de uma forma ampla, em determinados casos não ocorre à resolução e sim uma imposição do mais “forte” frente ao mais “fraco”, e essas imposições de vontades podem ocorrer por poderio bélico no caso de guerra, de articulação política no caso de política ou até mesmo do mais musculoso em um conflito de braçal, onde em nenhum caso citado ocorreu o êxito do conflito e sim uma aceitação por determinadas condições. O conflito em âmbito familiar também se encontra com características gerais, e podem ocorrer por infinitas possiblidades, que passam por criação individual, traumas, pontos divergentes ou questões financeiras. Pertinente ao tema, a alusão ao estudo da sociedade e suas atitudes, bem como cultura se faz necessária. Será utilizado como contribuição ao artigo o que está disposto no livro Aprender antropologia, de François Laplantine, diz: A abordagem antropológica provoca, assim, uma verdadeira revolução epistemológica, que começa por uma revolução do olhar. Ela implica um descentramento radical, uma ruptura com a ideia de que existe um „centro do mundo‟, e, correlativamente, uma ampliação do saber e uma mutilação de si mesmo (LAPLANTINE, 2000, p. 22) O autor através da sua obra explica o homem, meio e sociedade, bem como suas atualizações, sendo o estudo do homem no social e cultural em todas as sociedades, sob o seu estado e épocas a fim de entender os fundamentando dos conflitos. Para Cândido Rangel Dinamarco, a divergência pode ser vista como: “a situação entre as partes, caracterizada pela vontade de um bem ou situação da vida e impossibilidade de obtê-lo ao mesmo momento; todavia, transcendendo a noção de lide, o conflito pode ser considerado de forma mais ampla. As relações interpessoais são marcadas por insatisfações (“estados psíquicos decorrentes da carência de um bem desejado”); o conflito seria então a “situação objetiva caracterizada por uma aspiração e seu estado de não satisfação, independente de haver ou não interesses contrapostos” (DINAMARCO, 2013, p.120 - 121). Ao analisar a origem dos conflitos, percebe-se que os meios consensuais de resolução de conflitos surgiram previamente a qualquer ordenamento vigente, os índios usavam métodos de conversas caso não ocorresse entendimento entre os 8 conflitantes o cacique tomava decisão derradeira, bem como em uma localidade distinta acontecia do mesmo modo. “A mediação de conflitos não é novidade em maioria das nações, pois existem relatos sobre o seu emprego há cerca de 3000 a.C. na Grécia, bem como no Egito, Kheta, Assíria e Babilônia, nos casos entre as Cidades – Estados” Vianna (2009). Entretendo a prática denominada como mediação, surgiu nos Estados Unidos a partir da década de 70, sendo assim iniciando as políticas de pacificação que usamos hoje. Os Estados Unidos são o primeiro país a estruturar a mediação como uma forma alternativa de resolução de conflitos, a fim de evitar a burocracia forense, a morosidade processual, os altos custos judiciais, etc. “Coerente com a cultura liberal (que domina não só a política, a economia e a sociedade, mas também o direito), em um país onde não se aceitam facilmente barreiras à liberdade de contratar, não surgiram fortes obstáculos ou oposição política à prática dos mecanismos de solução extrajudicial dos conflitos”. Dessa forma, não demorou muito em surgir leis que regulamentavam a mediação em diversos setores da sociedade norteamericana, inserindo, definitivamente, a mediação como forma de tratamentos de conflitos familiares, criminais, disputas entre vizinhos, etc. A partir de então, a mediação tem sido inserida em vários países, principalmente da Europa e em países desenvolvido (SPENGLER; NETO, 2010, p. 19). Observa-se que a mediação já era usada há muito tempo atrás, se atualizando junto com a sociedade e em algum tempo sem a nomeação de mediação, logo notamos que esta forma de resolução nasceu a partir do subconsciente, algo natural. 2.2 O ALICERCE DA FAMÍLIA NO DIREITO BRASILEIRO. A família é base de onde extraimos o que podemos passar de valor para o próximo, é dentro de uma família que aprendemos principios norteadores que seguem até o fim da vida, entretanto não hà como falar de família sem citar o estado, onde o poder estatal serve de alicerce e ambos caminham juntos. Não há o que se falar de mediação e sua importância na área da família sem fundamentar a família no direito, logo mostrar os alicerces que a família tem por base. Ao estudar a obra do autor Rodrigues (2002) o Direito de Família ao logo dos anos foi considerado um dos ramos do Direito onde há grande intervenção do 9 estado, levando em consideração interesse pátrio na responsabilidade da família. Tal intervenção, historicamente, sempre se deu a partir da incidência de normas de ordem pública que regiam e regulamentavam o supracitado, porém na atualidade funciona de forma diferente, conforme será demonstrado ao longo deste artigo. Vale ressaltar, já que estou fazendo alusão ao alicerce da família, carecemos observar as leis que vigoravam antes do advento da Constituição Federal de 1988, principalmente, com a promulgação do Código Civil de 1916 que tinha por reconhecimento meramente uma espécie de família, sendo a matrimonial patrimonialista, excluindo dos anseios jurisdicionais as demais espécies familiares e os filhos que não fossem da constância da união. Por mais que de forma injusta a família já tinha seus alicerces desde essa época, mesmo que com uma linha completamente diferente da atual. Conforme Lôbo (2011), o casamento era a exclusiva forma de constituir a família, e que não poderia ser revogada pela simples vontade, levando em consideração que o divórcio era proibido, e isso fez que o governo tomasse a regulamentação das relações matrimoniais, desta forma regendo as ações familiares da época, eram normas vistas como ordem, afastando a autonomia da vontade referente as relações. Em razão desse tema, ele indica que devemos nos fundamentar a partir do ponto de vista do Direito voltado à Família, parte considerável da doutrina civilista passou a entender que este ramo do Direito pertenceria ao Direito Público e não ao Direito individual. A respeito do tema, merece observação a posição de Sílvio Rodrigues: Já foi afirmado que a família constitui importância básica da sociedade. Ela representa o alicerce de toda organização social, sendo compreensível, portanto, que o Estado a queira preservar e fortalecer. Daí a atitude do legislador constitucional, proclamando que a família vive sob a proteção especial do ordenamento pátrio. O interessedo Estado pela família faz com que o ramo do direito que disciplina as relações jurídicas que se constituem dentro dela se situe maia perto do direito público do que do direito privado. Dentro do Direito de Família são, quase todas, de ordem pública, insuscetíveis, portanto, de serem derrogadas pela convenção entre particulares [...] (RODRIGUES, 2002, p.11). Como mencionado, a antiga visão do Direito familiar necessitava de uma atualização, precisando ser menos invasiva e peremptória, e com o surgimento da Carta Magna 1988 a família recebeu uma atenção e proteção do Estado e não mais 10 uma obrigação de conduta. A nova visão que pode ser percebida pela instituição dos princípios básicos do Direito de Família. Estes estão arroladas no artigo 226 da Constituição Federal, in verbis: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações Segundo Lôbo (2011), a base dos princípios jurídicos aplicáveis ao Direito de Família e a todas formas familiares podem ser incorporadas, para fins didáticos em princípios fundamentais e princípios gerais. Os princípios fundamentais seriam os da dignidade da pessoa humana e da solidariedade; já os princípios gerais seriam os da liberdade, igualdade, afetividade, convivência familiar e melhor interesse das crianças. O Direito de Família está de forma direta interligada aos princípios supracitados, fundamentado na Constituição Federal de 1988, tornando-se a base das relações em esfera familiar. Visando uma forma de seguridade a todos os membros da entidade familiar, independe da forma que ocorreu essa configuração e laços familiares, deixando de lado a visão patrimonialista anterior e concebendo a nova perspectiva da personalização deste ramo. Portanto, antes de adentrar a mediação temos que entender o que o direito tem por fundamentação a família. Antes de tratarmos dos métodos, haja vista que o entendimento é que a o núcleo familiar é o alicerce da sociedade e precisam de determinados cuidados, notamos com o contexto atual e antigo a atualização da visão da família advinda do próprio estado. 11 2.3 O SURGIMENTO DOS METODOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO EM AMBITO FAMILIAR. Conforme a natureza dos conflitos em âmbito familiar o estado se encontra com obrigação de buscar uma forma para a resolução de determinados problemas. O mais tradicional ainda é a busca do Poder Judiciário para resolver conflitos porque a sociedade foi condicionada a esse tipo de intervenção estatal. Contudo, existem meios alternativos, alguns externos ao poder judiciário e outros já inseridos e incentivados pelo próprio Judiciário para a resolução do problema. Geralmente essas alternativas buscam a celeridade do caso, e ainda, diferentemente da técnica do processo aplicado no Judiciário, tentam resolver questões que no processo comum não são analisadas. No Direito de Famílias, como já abordado anteriormente, há peculiaridades nos conflitos advindos dessas relações, as quais, durante um processo judicial não são levadas em consideração, e por vezes, dependendo do rumo que o caso toma bem como a decisão do magistrado, a escolha do terceiro poderá causar mais conflitos na relação. Por tanto se percebeu a necessidade de métodos que visassem à resolução através da vontade dos conflitantes. (LIMA, 2017). O poder judiciário se encontra em condições complicadas, levando em consideração sua demanda, a sobrecarga por conta dos processos gera um desconforto quanto à qualidade e celeridade das demandas, logo o Poder Judiciário necessita que sejam encorpados métodos e mecanismos atuais, relevantes quanto à celeridade e efetividade, que possibilitem a resolução de pendências fora do âmbito da justiça estatal, porém chanceladas pelo mesmo. A necessidade de agilização da prestação jurisdicional ensejou a inclusão dos métodos pacíficos de resolução de conflitos. Com a publicação do dispositivo legal nº 11.441/07, a partir de fundamentação em lei, que deu condições a separação e o divórcio consensual por via administrativa, enseja a incidência da autonomia particular no âmbito do Direito de Família, está questão tem sido debatida por diversos estudiosos, que mantêm o mesmo posicionamento relativamente ao assunto (MUNIZ, 2007; PEREIRA,2007; COTOMACCI, 2007; BRITO,2007). 12 Ao ponderar a nova visão, é evidente cada vez mais o entendimento de que o Direito de Família é integrante do Direito Privado, embora ainda se reconheça a influência de normas de ordem pública, como lecionam os professores Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald: Superando um certo dissenso doutrinário, impõe-se reconhecer o enquadramento da relação de Direito de Família, fundamentalmente, no âmbito do direito privado, por se tratar da mais particular de todas as relações que podem ser estabelecidas no âmbito da ciência jurídica. Aliás, não se pode imaginar uma relação jurídica mais privada do que estar. Por certo, a relação familiar diz respeito a interesses particulares e está incluída na estrutura do Direito Civil porque o interesse fundamentalmente presente diz respeito, essencialmente, à pessoa humana. Exatamente por isso, possuem as relações familiares um caráter acentuadamente privado, destinando-se à tutela do ser, em seus múltiplos interesses morais e materiais (FARIAS; ROSENVALD, 2008, p. 14). Portanto notamos que as normas cada vez mais se aproximam de métodos voltados ao empoderamento familiar buscando uma nova visão que condicione a melhores formas de englobar a família. Dando chancela do estado para que o direito individual sobressaia. Logo, nascendo os métodos alternativos de solução de conflitos, formados de princípios e técnicas importantes para a pacificação social, vez que, essas formas e princípios sempre estão juntas, representa proposta promissora para a redução da crise no Poder Judiciário, com a diminuição de demandas, maior celeridade daqueles que já se encontram em trâmite, gerando condições melhores de acesso à Justiça e mais efetividade. (LIMA, 2007). Nesse momento é importante observar uma nova ramificação da justiça, que na verdade sempre existiu, levando em consideração a história notamos que os princípios dos métodos harmônicos de resolução sempre estiveram presentes de todos com senso de justo, entretanto de formas diferentes, e alguns momentos até de forma natural. 2.4 CONCEITOS DOS MÉTODOS CONSENSUAIS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO. A necessidade de implementação de métodos que corroborem para o poder estatal, bem como a sociedade, então alguns métodos foram adotados, haja vista 13 que nem tudo poderia ser resolvido da mesma forma, nasceram várias ramificações dos métodos de resolução, constituídos com os mesmos princípios, entretanto com algumas diferenciações. Outrossim, algumas características necessárias paracondução, bem como capacitação de terceiros para condução das sessões. Serão utilizados para subsídios o que está disposto no Código Civil e PL 7169/2014 que diz respeito às leis de resolução de conflito. Segundo o Senador federal Ricardo Ferraço (2015), em seu projeto de lei, que foi aceito e transformado em Lei Ordinária 13140/2015 que dispõe: Sobre a mediação entre particulares como o meio alternativo de solução de controvérsias e sobre a composição de conflitos no âmbito da Administração Pública; altera a Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997. Ou seja, o autor altera, e dá melhores condições aos métodos de resolução de conflito, bem como estipula os métodos, ferramentas e as condições para que alguém se capacite e fique apito, logo em condições técnicas de conduzir uma sessão. Desta forma, a regulamentação de capacitação e do banco de dados da política de tratamento adequado de conflitos, assinado pelo excelentíssimo conselheiro do conselho nacional de justiça, presidente da comissão permanente de solução adequada de conflito Henrique de Almeida Ávila. Que dispõe as diretrizes para realização de formação geral do curso, bem como a chancela do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC). (ÁVILA, 2017). De acordo com o supracitado, as normas mostram claramente a responsabilidade de um para com o outro e do estado perante todos, e sua obrigação frente a dar condições de resolução frente à métodos do qual o estado tem que se afastar da decisão e sim dar condições das pessoas em conflitos decidirem, através das ferramentas corretas e pessoas qualificadas, bem como com a acessibilidade e condições de explicação, pois através das ferramentas se entende que quem é melhor pra resolver os seus conflitos do que quem realmente vive a divergência. 14 Logo os métodos de resolução, adotados pelo ordenamento jurídico pátrio são os seguintes: 2.4.1 Negociação A Negociação é uma forma mais antiga, bem como a mais simples dos métodos de resolução de conflitos, ocorre através da negociação direta entre as partes. Segundo o entendimento de Carlos Eduardo de Vasconcelos, a negociação, em sua atribuição, deve ser baseada em princípios, devendo ser feita de modo cooperativo, pois não tem por objetivo excluir, ou derrotar outro participante, buscando-se, um acordo de ganhos igualitários. Trata-se de um fenômeno bastante comum na vida. E quase sempre antecipa outras formas de composição de conflitos. O Professor Humberto Dalla Bernardina Pinho define negociação da seguinte maneira: A negociação é um processo bilateral de resolução de impasses ou de controvérsias, no qual existe o objetivo de alcançar um acordo conjunto, através de concessões mútuas. Envolve a comunicação, o processo de tomada de decisão (sob pressão) e a resolução extrajudicial de controvérsia. O processo de negociação ocorre através da ideia de aceitação de interesses com busca ao melhor resultado possível, onde as partes a partir de sua argumentação cheguem a uma escolha, que é o produto final gerada de forma autocompositiva e que atenda os anseios de todos. 2.4.2 Arbitragem A arbitragem ocorre por meio de um terceiro não interessado, que intervém ao conflito, na forma de um juiz, sendo um procedimento que se encontra regulamentado por força da Lei de Arbitragem nº 9.307/96, bem como conhecida como Lei Marco Maciel, que concede aos árbitros os devidos poderes de juiz de fato e de direito, vale ressaltar que esse método é limitado a características únicas, logo, usada em casos de direitos patrimoniais, bem como sua participação ocorre de 15 forma livre, e ao término da oportunidade de mostrar os pontos e vontades o arbitro escolherá. Se respeitarmos a Classificação feita por Sales (2004) que conceitua arbitragem da seguinte forma: É um procedimento em que as partes escolhem uma pessoa capaz e de sua confiança (árbitro) para solucionar os conflitos. Na arbitragem, ao contrário da conciliação e da mediação, as partes não possuem a poder de decisão. O árbitro é quem decide a questão. O método de resolução em questão tem sua área de atuação bem delimitada, como dito, porém é de grande importância, pois os bens precisam de cuidado especifico. 2.4.3 Conciliação Conciliação segundo o dicionário tem por significado ato ou efeito de conciliar, ajuste, acordo ou harmonização de litigantes ou de pessoas desavindas, combinação de diferenças. Por tanto se trata de uma forma autocompositiva, já que os conflitantes que buscam a forma de resolução, dirigidas por regras de um terceiro, qualificado, não interessado (Conciliador), e dispondo como objetivo a êxito da demanda, através do acordo entre os conflitantes. A conciliação, como instrumento de pacificação, visa resgatar uma compreensão proveitosa dos conflitos, os quais passam a ser vistos como mecanismo para melhorar a comunicação, com construção e entendimentos; o que, por sua vez se torna uma justiça eficaz e célere. Em conformidade com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o terceiro não interessado é uma pessoa da sociedade, advinda de forma voluntária e através de preparação técnica, servindo como um facilitador, buscando a conexão e harmonização da relação. (BENTO, 2012). A conciliação pode ser considerada uma virtude da qual o terceiro, com maestria, gera oportunidade de diálogo saudável entre os participantes, conduzindo de forma que leve a uma espécie de lapidação da paz e da justiça social, o que, por si só, resulta no exercício da cidadania e na melhoria do acesso à justiça. Ávila, (2017). 2.4.4 Mediação 16 O termo da palavra mediação vem do latim “mediare”, e tem por intuito o intervir, mediar. É um procedimento reverso à litigância, em que uma terceira pessoa tem por finalidade a reconexão da comunicação dos mediandos, servindo de forma imparcial, fazendo o devido uso das ferramentas, visando a solução pacífica das controvérsias. A mediação como um método consensual de resolução de conflito, que tem por objetivo o estimulo de impulsos que de condições de que os conflitantes cheguem ao êxito que é a resolução do conflito. A autora Lília Maia de Morais Sales conceitua a mediação como: [...] procedimento consensual de forma à solução de conflitos por meio do qual uma terceira pessoal imparcial – escolhida ou aceita pelas partes – age no sentido de encorajar e facilitar a resolução de uma divergência. As pessoas envolvidas nesse conflito são as responsáveis pela escolha decisiva que melhor a satisfaça. A mediação representa um mecanismo de solução de conflitos utilizado pelas próprias partes que, motivadas pelo diálogo, encontram uma alternativa ponderada, eficaz e satisfatória. O mediador é a pessoa que auxilia na construção desse diálogo (SALES, 2007). Em nosso ordenamento, a mediação tem por base o princípio da Soberania da vontade, onde os participantes tem a opção de adentrar à mediação bem como sair em qualquer momento. Nesse sentido, Roberto Portugal Bacellar define mediação como sendo uma “(...) técnica “lato senso” que se destina a aproximar pessoas interessadas na resolução de um conflito e induzi-las a encontrar, por meio de uma conversa, soluções criativas, com ganhos mútuos e que preservem o relacionamento entre elas.” (BARCELLAR, 2003). A proposta do supracitado é devolver aos conflitantes a responsabilidade dos atos, e escolhas, com uma visão prospectiva, livre e responsável. Podemos dizer que a mediação é uma espécie de gerenciamento do conflito, qual as partes, auxiliadas por um terceiro neutro e qualificado, reconhecem as diferenças existentes entre elas, e de forma mútua, pacífica e complacente, visualizam o problema, não havendo vencedores ou perdedores,pois ambos vencem, já que optam por uma solução inteligente que visa, somente, o bem estar social. 2.5 A MEDIAÇÃO, IMPORTÂNCIA E SUA FORMA 17 O tema central do trabalho tem por base a mediação, é importante mostrar uma visão específica. O exercício da mediação como método de resolução de conflito tem registros de longas datas, bem como em várias culturas ao redor do mundo, e em diversos pontos sem comunicação uma com a outra, logo percebendo que a mediação se trata de um senso comum de justiça, para melhor entendimento podemos considerar o pensamento de Rozane Cachapuz, sua existência remonta aos idos de 3.000 a.C. na Grécia. As culturas islâmicas também têm longa tradição de mediação. Em muitas sociedades pastoris tradicionais do Oriente Médio, os problemas eram frequentemente resolvidos através de uma reunião comunitária dos idosos, em que os participantes discutiam, debatiam, deliberavam e mediavam para resolver questões tribais ou intertribais críticas ou conflituosas. Nas áreas urbanas, o costume local tornou- se codificado em uma lei saria, que era interpretada e aplicada por intermediários especializados, ou quadis. Estes oficiais exerciam não apenas funções judiciais, mas também de mediação. [...] (JUNIOR, 2007). O budismo e hinduísmo, e as regiões que essas culturas chegaram, têm uma longa história de mediação, apesar de não haver um marco inicial com precisão, a respeito da mediação, há registros de que o instrumento já era muito utilizado na China (BREITMAN, 2001; PORTO, 2001). A mediação sempre foi um recurso utilizado para solucionar os conflitos existentes nas sociedades. Entretanto, é importante ressaltar que somente a partir do século XX é que a mediação passa a ser uma fundamentação estruturada e, desde então, largamente institucionalizada por diversos ordenamentos, tais como: Francês, britânico, Irlandês, Japonês, Norueguês, Belga, europeu, dentre outros. No ordenamento Brasileiro, a mediação começou a ser implementada na década de 1980 nas esferas trabalhistas, empresarial e comercial. Porém, a mediação na esfera da família foi introduzida na década de 90, sendo inserida no Código de Processo Civil do país, passando, portanto, a ser inserida no ordenamento jurídico nacional. Com o advento do Novo Código de Processo Civil de 2015 (DALLA, 2017). É evidente que o legislador visou à importância de métodos consensuais e pode contribuir decisivamente para o desenvolvimento de sua prática entre a sociedade bem como a necessidade de acabar com a lotação das demandas familiares, por falta de condições de apreciar todas as demandas. 18 Em vigor de fato em 18 de março de 2016 o que causou alguns conflitos em relação à Lei de Mediação (Lei nº 13.140) que foi publicada em 26 de junho de 2015. A mediação é definida no Novo CPC como o procedimento onde o mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre os conflitantes, ajudará aos interessados a entender as adversidades e as vantagens encontradas no momento como oportunidades, de modo que eles possam resolver, pois o mediador não tem poder decisório nem influência diretamente na decisão, opinião ou conselho. (RODRIGUES JÚNIOR, 2007, p. 75). Em definição por Bento (2012), a importância em observar que a mediação tem um conjunto de elementos que não se separam e são essenciais para que ocorra da forma correta e exitosa. Um mediador tem por atribuição a direção de uma sessão, para que ocorra a propensão da vontade dos participantes, servindo como um facilitador, que estabelece ou restabelece o diálogo, entendendo a situação bem como analisando os elementos para que tenha uma visão objetiva e criando uma conexão da qual não existia, e por mais que as técnicas não sejam as mesmas, é impossível falar de uma e não citar a outra em algum momento. A importância do supracitado, devemos entender as regras que norteiam os atos e condições para que ocorra a sessão, entretanto é primordial citar que a mediação não tem a denominação de “processo” por mais que seja uma formação sistemática de proceder, para que ocorra um dos princípios que norteiam a resolução de conflito que é o empoderamento o ato é denominado de sessão. As condições para o exercício da função é exigida e precisa ser alcançada, quem conduz a sessão tem pré-requisitos que precisam estar presentes, bem como ritos que precisam estar em todas as sessões, tratando do mediador ele precisa ser capaz, graduado há pelo menos 2 (dois) anos em algum curso de ensino superior reconhecido pelo ministério da educação, que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida por tribunais ou pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, do mesmo modo os mediadores e as câmaras privadas de mediação devem ser estabelecidas em cadastro nacional e em cadastro de Tribunal de Justiça ou de Tribunal Regional Federal (ÁVILA, 2017). Durante a formação dos mediadores, ocorrerá a parte prática, onde em primeiro momento, deveram alcançar horas, como observadores, em seguida participaram como co-mediador desde que acompanhados de um mediador formado 19 e no último estágio poderão fazer as mediações como mediador desde que esteja acompanhado de um co-mediador em formação. Relevante a condições para que ocorra, a sessão precisa de uma organização sistemática que facilite a conexão, logo é necessário um local adequado, que afaste situações ou lembranças indesejadas mesmo que de forma subconsciente, precisando ocorrer em uma mesa redonda, os participantes sentados um ao lado do outro, em frente o mediador, podendo ser mais que um mediado entretanto estabelecendo quem está conduzindo, caso tenha observadores deveram sentar atrás dos conflitantes, e caso as partes estejam acompanhados de advogado, poderão eles participarem, sentados ao lado dos respectivos, é valido ressaltar que se apenas uma parte estiver assistida de advogado, é perguntado à parte não assistida se ela se sente em condições de participar, é valido ressaltar que um advogado na mediação deve se comportar como um facilitador do diálogo. O Conselho Nacional de Justiça (2010) mostrou a importância da mediação para resolução de conflitos, pois se destaca na sociedade assim como no meio jurídico por trazer mudanças de paradigmas na forma judicial adotado no Brasil e até mesmo na questão educacional, a visão do litigio está sendo quebrada e muito se deve ao supracitado, até por questão de celeridade processual, pois o que demoraria anos a se resolver se soluciona em um período muito menor, tratando da questão de resolução se entendeu que quem melhor pra resolver os próprios problemas se não nós mesmo. Um juiz por melhor que seja sua experiência, qualificação não será melhor do que quem vive e sabe a situação. Logo é de grande estima, os ensinamentos do mestre, Professor Luis Alberto Warat: O grande segredo, da mediação, como todo segredo, é muito simples, tão simples que passa despercebido. Não digo tentemos entendê-lo, pois não podemos entendê-lo. Muitas coisas em um conflito estão ocultas, mas podemos senti-las. Se tentarmos entendê- las, não encontraremos nada, corremos o risco de agravar o problema. Para mediar, como para viver, é preciso sentir o sentimento. O mediador não pode se preocupar por intervir no conflito, transformá-lo. Ele tem que intervir sobre os sentimentos das pessoas, ajudá-las a sentir seus sentimentos, renunciando a interpretação. Os conflitos nunca desaparecem, se transformam; isso porque, geralmente, tentamos intervir sobre o conflito e não sobre o sentimento das pessoas. Por isso, é recomendável, na presença de um conflito pessoal, intervir sobre si mesmo, transformar-se internamente, então, o conflito se dissolverá (se todas as partes comprometidas fizerem a mesma coisa). O mediador deve entender a diferençaentre intervir no conflito e nos sentimentos das partes. O 20 mediador deve ajudar as partes, fazer com que olhem a si mesmas e não ao conflito, como se ele fosse alguma coisa absolutamente exterior a elas mesmas. Quando as pessoas interpretam (interpretar é redefinir), escondem-se ou tentam dominar (ou ambas as coisas). Quando as pessoas sentem sem interpretar, crescem. Os sentimentos sentem-se em silêncio, nos corpos vazios de pensamentos. As pessoas, em geral, fogem do silêncio. Escondem- se no escândalo das palavras. Teatralizam os sentimentos, para não senti-los. O sentimento sentido é sempre aristocrático, precisa da elegância do silêncio. As coisas simples e vitais como o amor entendem-se pelo silêncio que as expressam. A energia que está sendo dirigida ao ciúme, à raiva, à dor tem que se tornar silêncio. A pessoa, quando fica silenciosa, serena, atinge a paz interior, a não violência, a amorosidade. Estamos a caminho de tornarmo-nos liberdade. Essa é a meta mediação. (Goulart, 2018). O artigo colocou em voga as necessidades de políticas consensuais, condicionamento técnico e pré-requisitos. Portanto podemos adentrar no momento da mediação, e seus elementos, pois o que se faz de fato a prática de mediar ser exitosa é a visão sistêmica dentro das condições estipuladas. Por princípios especifico podemos mostrar o dispositivo encontrado na Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, edição do Código de Ética de Conciliadores e Mediadores, bem como definição em monografia de LIMA (2012) que nos mostra de forma clara e objetiva princípios fundamentais à conciliação e mediação. Esses princípios são: confidencialidade, competência, imparcialidade, neutralidade, independência e autonomia e respeito à ordem pública e às leis vigentes, entretanto não são os únicos, levando em conta o âmbito que estamos falando mais diretamente que é a mediação, ainda tem, cooperação, liberdade e informalidade do processo. O princípio da confidencialidade, elencado por WEIZENMANN (2009), diz em questão do sigilo da sessão de mediação. O condutor tem por obrigação não repassar para terceiros sobre o conflito, agindo como protetor, porém é de grande importância citar que a conversa entre mediadores é permitida devido ser uma forma de aprimoramento dos mediadores. Outrossim, os mediadores não poderão ser arrolados como testemunhas se por ventura a sessão não seja exitosa e se torne competência da justiça comum. A Competência do mediador trata da capacidade do terceiro para se encontrar em condições de mediar, o mediador conforme já supracitado necessita se 21 encaixar em características estipuladas, e precisa ser prudente, cuidadoso para que ocorra uma sessão de qualidade. De acordo com WEIZENMANN (2009), o princípio da imparcialidade relacionado mediador tem por fundamentação a questão da imparcialidade, não podendo privilegiar uma parte em desvantagem a outra, atribuindo valores iguais, as falas, tempo, e condições, estimulando a simetria da igualdade dos participantes. Conforme a obra de BENTO (2012), Independência e autonomia da vontade, faz alusão ao fato de quem realmente decide são as partes. A autonomia dos participantes deve ser evidenciada e lembrada durante a sessão, apenas os envolvidos podem decidir o que lhes for mais conveniente, sendo, assim, responsáveis por tal decisão. Ao mediador cabe apenas orientá-los, facilitando o diálogo por meio de suas ferramentas para que o bem seja alcançado. Já a cooperação entre as partes trata da questão de que os terceiros não interessados trabalham de forma cooperativa, na busca da solução do conflito. Essa cooperação ajuda a trazer resultados melhores para a mediação. O princípio da liberdade das partes está relacionado com o fato de que estas são livres para a resolução do conflito, bem como sair em qualquer momento. Os envolvidos não podem ser ameaçados ou coagidos, e é dever do mediador deixar bem claro isso, devendo estar conscientes do que significa a sessão de mediação e de que são livres para decidir sobre o problema, em conformidade com Bento (2012). O princípio da informalidade segue em consonância com a monográfica de BENTO (2012), que esclarece o princípio por significar que a mediação não segue um padrão, busca se aproximar mais da informalidade. Os mediadores buscam formas para organizar a sessão apenas, não devendo seguir uma forma única, mas aplicando as ferramentas dependendo da situação, entretanto inserindo sempre todos os princípios. Nesse sentindo podemos entender que a mediação é uma condução e que os conflitantes não são partes opostas por natureza, ao contrário o vínculo criados por eles são laços que em algum momento foi de carinho, logo contribuindo para a mediação, que tem por finalidade a igualdade da decisão, não existindo parte derrotada ou vitoriosa, mas a satisfação da decisão. Já que no princípio supracitado falamos dos mediados, entendemos que eles têm a voz ativa na sessão, logo os mediando são protagonistas. 22 2.6 A IMPORTÂNCIA DE FATO DA MEDIAÇÃO Conforme Bacellar (2003), os conflitos familiares discutidos na mediação são peculiares, únicos e delicados, independente dos elementos visíveis, conversas referente a bens, pensão, visita e alimentos não são os únicos aspectos em questão. Algumas vezes a mediação acaba sendo necessária por conflitos que não estão em pauta de fato, uma alusão é um “iceberg” onde só enxergamos a parte fora d‟agua porém boa parte está submerso. Um mediador precisa ter condições de entrar na sessão sem virar um terceiro que escolhe ou da as opções de escolha, porém com condições de entender os elementos intrínsecos e extrínsecos, e saber até em qual ponto pode ir. O mediador pode abrir mão de dar continuidade por falta de alguns elementos esclarecedores, bem como por um querer particular levando em consideração a sessão e seu estado mental no momento da sessão. Baseado em Thomé (2007), a mediação familiar é introduzida pelos princípios que norteiam o Código Civil Brasileiro. Adverte a autora que a mediação se apresenta como um processo de gestão de conflitos, e oferece ao núcleo familiar um ambiente propício à negociação, a escuta, a autodeterminação, que devem ser seguidas após a concretização de um rompimento conjugal, por exemplo. Esse procedimento ajuda no fortalecimento dos laços familiares e faz com que os envolvidos assumam suas responsabilidades pelos seus atos. Através do diálogo trata o conflito, inclusive na questão dos filhos, que muitas vezes são usados como instrumento de agressão contra o outro. Com a mediação, os pais conseguem visualizar que o filho merece proteção e que não pode ser usado como arma contra o outro. No momento da sessão, a mágoa, muita das vezes toma conta de todas as formas, logo precisamos entender que os elementos passados foram primordiais para a questão e valorizar isso, entretanto a visão prospectiva é essencial para que ocorra a resolução de fato, durante a mediação o fechamento de um ciclo e início de outro pode ser libertador aos participantes, e cabe à o condutor trazer esse levantamento de forma delicada. Já que a complexidade do ato de mediar foi demonstrada, podemos adentrar na mediação de fato, que é uma arte e que mudar vidas a partir do empoderamento, 23 sendo uma ferramenta justa e necessária da qual a justiça oferece, o processo de mediar é dividido em nove fases, sendo: preparação, abertura, narrativas, levantamento de dados, reuniões privadas, criação de opções, teste da realidade, acordo e fechamento. A preparação, também conhecida como pré-mediação diz respeito ao local da sessão bem como arrumação da mesa, e local como todo, buscando a informalidade e afastando algum elemento que subjetivamente gere gatilhos a conflitos e que apoie os demais princípios. A abertura, dos atos objetivosse encontra de forma primordial, uma boa abertura gera condição de resolução, para muitos mediadores a abertura é o momento chave, por mais que até esse momento as partes não estejam com a voz ativa, nesse momento é repassada as regras da sessão, as condições, as ferramentas, oportunidade e as fases. É valido citar que a abertura é o momento em que são repassados todos os elementos da mediação, e por mais que tenha modelo de apresentar a mediação o mediador tem livre escolha da forma que pretende fazer, desde que apresente todos os elementos. Após a abertura e aceitação dos conflitantes, o mediador inicia o momento de escuta, onde o mediador dá espaço de fala, de uma forma lógica, deixando espaço as partes para falarem como bem quiserem e filtrando as informações para que se solucione a questão, com fundamentos na obra de LUZ (2005). Desse mesmo modo as ferramentas que são utilizadas na mediação, estão qualificadas e aceitas no início da sessão, mas cabe o terceiro não interessado utiliza-las ou não. Os fundamentos das técnicas partem do rapport, resumo, paráfrase, perguntas, identificação de questões, interesses e sentimentos, validação de sentimentos, resolução de questões, despolarização do conflito, afago, silêncio, inversão de papéis, escuta ativa e identificação/geração de opções. O rapport está relacionado com a liberdade de comunicação das partes e com a qualidade do contato. 3 METODOLOGIA O autor Gil (2017, p. 1) conceitua pesquisa como uma forma de “Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas 24 aos problemas que são propostos”. Mediante análise de informações referente a mediação o artigo tem por intuito a fundamentação e estímulo das práticas de mediação em âmbito familiar. Gil (2017, p.28) mostra: A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet. Para o desenvolvimento do artigo, o método selecionado é o hipotético- dedutivo, pois irá partir da visão geral indo para a particular, analisando o contexto do caráter histórico e de condições, através de abordagem qualitativa, por se preocupar com a realidade de forma penetrante, trabalhando com o significado dessas relações humanas que por fim foram reproduzidas no universo jurídico, com pesquisas bibliográficas na área do direito de família, artigos, revistas jurídicas, monografias e teses, com o intuito de comprovar a importância da mediação para acompanhar a evolução da família na contemporaneidade e a necessidade de utilização da mediação familiar para a harmonia, Com base nos dados do Relatório de Gestão da Defensoria Pública (2018). O presente trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos, apresentando no primeiro à fundamentação da escolha do tema; importância para a sociedade; história do conflito; pergunta norteadora; objetivos gerais e específicos. No segundo capítulo, foi abordada uma visão geral do conflito trazendo a antropologia como explicação do conflito, procurando determinar as semelhanças e diferenças. Então, pertinente a esse estudo, fica evidenciado que os conflitos de uma forma geral são de grande importância à sociedade. O segundo tema no mesmo capitulo mostra o alicerce do Direito de família, as leis na área da família e suas atualizações, e como elas protegeram de maneira mais ampla a entidade familiar constitucionalizada. O terceiro tema do segundo capítulo mostra que a família atual é baseada nas relações afetivas, e que seu principal objetivo é formar uma família fundada em sentimentos, sendo este o requisito principal de uma união conjugal, e não cabe o estado à escolha e sim contribuição à resolução de conflitos, fundamentada ao supracitado então mostrando o surgimento dos métodos de resolução de conflito em 25 âmbito familiar, conforme a natureza do conflito e o poder estatal se encontra com obrigação de buscar uma forma para a resolução. O quarto tema do segundo capitulo, visa a conceptualização bem como apresentação dos métodos de resolução de conflitos, nesse momento notamos os meios, as oportunidades que o estado da sua chancela para que as pessoas busquem uma resolução pacifica. O penúltimo tema do segundo capítulo tem por objetivo apontar a mediação familiar como meio de prevenir e dirimir os conflitos familiares e a importância de implementação do Novo Código de Processo Civil como a maneira mais adequada de resolver os conflitos, abordando a manutenção do diálogo e do afeto na relação. Assim, o presente trabalho tem como principal objetivo analisar o fenômeno família, mostrando sua evolução e como ela se modifica e se altera conforme as necessidades sociais. Ou seja, a família evolui conforme as necessidades que são impostas na sociedade, e atualmente o fator mais importante para constituir uma família são os elos sentimentais, sendo o afeto a principal característica para se formar uma família, cabendo o estado servir como uma ferramenta para que se alcance celeridade e entendimento das partes nas tomadas de decisão. O último tema do segundo capitulo visa a mediação de fato, o momento do qual as partem se sentam frente ao mediador, apresentando os elementos objetivos e subjetivos. Assim como os momentos antes e durante o ato. Mostrando a prática de fato, as ferramentas que são estipuladas e as chances reais de por elas em uso. Percebe-se no presente tópico os princípios, as ferramentas, os locais e arrumação. Tratando também da conexão e a celeridade de resolução, e observação dos elementos, bem como a oportunidade de observar a situação, onde até o silencio pode trazer respostas. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS É de extrema importância notar que à mediação para resolução de conflito em âmbito familiar, é essencial. As vantagens são inúmeras, caso os métodos sejam adotados e fomentados cada vez mais. Essa forma de resolução onde a celeridade é uma das principais chaves, para o uso, acarretará uma diminuição considerável dos processos judiciais, onde acordos através da mediação vão desoprimir as varas de família, haja vista que através da mediação podem ser resolvidos de forma pré- 26 processual, como forma de desjudicialização. Conforme dados da Comissão Sistêmica de Desjudicialização da Defensoria Pública do Estado do Pará (2018, p. 09), mostra: O núcleo de atendimento especializado para à família, obteve resultados positivos. Quase 24% do total de atendimentos realizados pela coordenadoria foram audiências na própria Defensoria Pública. Cumprindo o planejamento que é a desjudicialização. Um processo é desgastante, cansativo e muita das vezes o objetivo não é alcançado, diferente no caso do êxito da mediação, que tem como princípio a informalidade. Um despacho rebuscado com palavras complexas, advindas de petição onde os interessados pouco dialogam pode gerar uma falsa resolução, onde os elementos subjetivos continuam sem serem alimentados e sem condições de serem externados e finalizados, diferente no caso da mediação que abre espaço de fala pra qualquer assunto, e resolução ocorre por autocomposição. A autocomposição é uma vantagem incrível, onde a condução correta por parte do mediador gera um resultado escolhido por vontade dos conflitantes que conseguem achar os pontos positivos. Por mais qualificado, um juiz não escolherá melhor do que quem vivencia o conflito. Achar uma solução através da sua vontade também gera uma sensação de satisfação. Bacellar (2013). Um conflito que deve ser considerado uma divergênciade interesse e que não pode ser alcançada simultaneamente, observando um conflito que é uma crise e faz parte da vida do ser em evolução e que todos passaram um dia, quando há a necessidade de escolha entre algumas situações, logo, quando falamos de conflitos eles podem ser gerados por divergência de personalidade, interesses ou valores. Ligado a confrontos, as situações de conflitos nem sempre são prejudiciais, quando geridos de forma correta, o conflito pode ser tornar a força propulsora de mudanças positivas, logo a mediação tem por papel mostrar as vantagens atráves de uma visão prospectiva que os participantes ao absorver as informações terão laços melhores. Bacellar (2013). Através do artigo notamos que o ato de mediar é na verdade uma arte, e que o mediador precisa além de ter vontade de participar, tem que ter uma qualificação técnica e um zelo, do qual é necessário para que o direito continue a existir e não 27 seja substituído por uma máquina, porque notamos o quanto seus atos, falas e comportamentos têm que ser delicados e sistemáticos, bem como notamos que a visão consensual não é limitada, e tem por base a justiça como forma real de resolução. A visão prospectiva é a chave da mediação, e dessa visão adquirida de forma de resolução. O empoderamento que ocorre durante a mediação é chave propulsora as partes, servindo de forma coerente a quem participa. Conforme o Relatório de Gestão da Defensoria Pública do Estado do Pará (2018), os meios pacíficos de resolução de conflitos foram primordiais para que ocorresse o acesso à justiça, com atendimento especializado à Família, sendo 300 casais atendidos por meios pacíficos de resolução (mediação), e destes apenas 44 não obtiveram êxito por intermédio das ferramentas. Fica evidente que os métodos de resolução são essências à família, e sua fundamentação em dispositivo legal serviu para a sociedade, bem como para o ordenamento, levando em consideração que as demandas que iriam para as varas de família acarretariam um abarrotamento muito maior do qual já existe. Logo a celeridade do presente, atualmente se faz essencial para que ocorra o acesso da justiça de uma forma mais humana, justa e coerente. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo do tema possibilitou notar a importância dos métodos de resolução de conflitos que são essenciais para a sociedade e para o ordenamento jurídico nacional, fazendo uma relação social e jurídica. Desde o primeiro parágrafo deste artigo é notada a importância da chancela do estado em fomentar essas práticas, pois causa melhores condições sócias, tratando-se diretamente em âmbito familiar, logo trazendo uma análise do pilar da família no Direito e suas atualizações. Com análise do contexto do conflito que deu base ao tema, a visão antropológica, buscou relevância ao entendimento dos conflitos e principalmente sua valorização como chave propulsora de melhoria, bem como a normalização, onde explica que todos, sem exceção passaram por um momento de conflito, e cabe a quem vive contornar as situações conflituosas de forma coerente, servindo como algo essencial quando se trata de relações de uma forma geral. 28 Com o estudo deste artigo, diante tema do conclui-se que o direito de família sofreu diversas alterações levando em consideração evolução da humanidade, logo a família e suas relações alteram com determinada frequência. Por tanto culminou na Constituição Federal de 1988 que trouxe para o Direito das Famílias o reconhecimento de vários modelos de família, bem como princípios norteadores para essa determinada área. Tratando a instituição familiar como base da sociedade e lhe dando fundamentação e proteção pelo Estado. Em principal este artigo visou à mediação e adentrou sua forma, princípios e dispositivo legal, e valorização da pratica, haja vista que gera melhorias significativas na vida dos conflitantes, não apenas a quem está diretamente na sessão de mediação mais sim propagando também as pessoas que estão interligadas a conflitos, logo contribuindo para uma melhoria coletiva, por mais que busque a informalidade e a não intercessão direta para que se alcance um resultado a partir do empoderamento, bem como levantamentos de dados relacionados às práticas de mediação, em favor da sociedade. Adquiridas a partir de relatório da Defensoria Pública do Estado. Obtendo clareza quanto ao objetivo geral do presente trabalho, onde o supracitado reconhece os métodos consensuais de resolução de conflito em especial à mediação em âmbito familiar, levando em conta a relevância de seus resultados, haja vista que nessa área, para a família, a mediação se enquadra através de suas características como uma das melhores opções. Através da realização do presente trabalho, notamos acerca da negociação, conciliação e arbitragem, conclui-se que todos esses meios podem ser eficazes no controle de conflitos instaurados entre partes. Entretanto, frente ao tema foi considerado como meio norteador para o presente artigo a mediação por tanto houveram detalhes maiores frente a esses métodos de resolução, mas explicando e valorizando os demais métodos, uma vez que cada um deles apresenta suas peculiaridades, que também precisam ser observadas no momento da escolha pelo meio mais adequado. O ordenamento jurídico pátrio levou em consideração a necessidade de métodos voltados à família, então desde 2010 o Conselho Nacional de Justiça busca o fomento da mediação, visando o acesso da justiça por meio de políticas públicas, logo o mediador foi inserido no rol de auxiliar da justiça, com fulcro no (art. 149, 29 NCPC). Advindas de forma justa, levando em consideração o desempenho positivo nas práticas da mediação. Esse processo cooperativo advindas de um terceiro, facilitador e imparcial que utiliza técnicas interdisciplinares, levando em conta as emoções tem por finalidade também investigar os reais motivos e necessidades, restabelecendo conversa e auxiliando as partes a criarem soluções, contribuindo de forma direta ao estado, partes conflitantes e terceiros interligados a elas, tem por direito buscar melhores condições quanto a valorização, desde importância e reconhecimento social quanto financeiro, levando em consideração que a remuneração se faz em poucos casos e estados. A partir da pergunta norteadora, que rege o artigo, conclui-se que esse método é ideal em maioria dos casos voltado à família, levando em conta os dados citados, a quantidade de êxito alicerça a mediação, sendo aplicável aos conflitos. Com base na família estipulada no ordenamento pátrio, seus problemas, as formas de intervenção e a ética dos profissionais envolvidos, percebe-se que a mediação atende satisfatoriamente a todos esses requisitos, com a mediação e seus princípios buscam o restabelecimento do dialogo nas relações familiares, abrindo espaço para melhores condições a quem exerce essas práticas. Notamos com o presente artigo a importância dos métodos consensuais de resolução de conflitos, em especial a mediação para um bem social, servindo de forma essencial, entretanto pouco se argumenta a respeito dos proventos dessa nova classe, a remuneração é diferente em cada estado, e em maioria das localidades ainda não existe remuneração. Em contra partida ao supracitado em alguns estados ocorrem processos seletivos para a função de mediador, logo é pertinente um estudo para analisar o porquê dessas diferenças e a possibilidade de uma igualdade salarial nacional sobre a mediação, um estudo referente à importância de uma equiparação salarial para que o fomento da mediação seja de fato consolidada em nosso ordenamento pátrio. 30 REFERÊNCIAS AVIZ, Adriana de. Manual de normalização para trabalhos acadêmicos. Belém- PA: Faculdade Integrada Brasil Amazônia, 2013. BACELLAR, Roberto Portugal. Juizados Especiais: A NovaMediação Paraprocessual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003. BENTO, Jacqueline Cristina Pianoshi de Matos, A conciliação e a mediação como métodos alternativos de resolução de conflitos visando à efetividade do acesso à justiça, 50f. Monográfia (graduação em Direito) -Asiss - SÃO PAULO, 2012. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 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THOMÉ, Liane Busnello. Princípio da Dignidade da Pessoa e Mediação Humana como Instrumento de Potencialização da Dignidade nas rupturas dos casais em família. Dissertação (Mestrado em Direito Civil) – Faculdade de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, p. 22-23, 2007. WARAT, Luiz Aberto. O oficio do mediador. Florianópolis: Habitus, 2001. WEIZENMANN, Cristina. A Mediação Como Meio de Resolução de Conflitos no Direito de Família. 2009. Monografia. Univates, Lajeado, p. 41-58. ANEXOS 32 ANEXO A – PORTARIA Nº03/2019 - NUPEMEC 33 ANEXO B – RELATÓRIO 2018 DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ.
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