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Abdome agudo

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@ENFALANA 
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Abdome agudo é uma síndrome clínica caracterizada 
por dor na região abdominal, não traumática, súbita e de 
intensidade variável associada ou não a outros sintomas 
e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica 
imediata, cirúrgica ou não. Se não tratado, evolui com 
piora dos sintomas e progressiva deterioração do 
estado geral.
CLASSIFICAÇÃO 
Abdome agudo inflamatório 
- É o tipo de abdome agudo mais comum e é uma 
consequência de processos inflamatórios/infecciosos. 
- Etiologias: apendicite aguda, colecistite aguda, 
pancreatite aguda e diverticulite. 
- Quadro clínico: Dor aguda, febre, estado de choque 
para condições mais tardias 
Abdome agudo vascular isquêmico 
- Dor abdominal intensa, desproporcional as alterações 
do exame físico. Os fatores de risco associados é idade 
avançada, doença vascular, fibrilação arterial, doenças 
valvares, cardiopatias, hipercoagulação. 
- Etiologias: trombose de artéria mesentérica, infarto 
esplênico; colite isquêmica; 
- Quadro clínico: Dor aguda e intensa, distensão 
abdominal, parada na eliminação de gases e fezes, 
febre em quadros mais avançados 
Abdome agudo hemorrágico 
- Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum 
entre a 5ª e 6ª décadas de vida; em geral a dor 
aumenta progressivamente e pode ser acompanhado de 
manifestações de choque hipovolêmico. 
 
- Etiologia: em jovens está mais associado a ruptura de 
aneurismas das artérias viscerais; em mulheres à 
sangramentos por causas ginecológicas e obstétricas 
(gravidez ectópica) e em idosos à ruptura de tumores, 
veias varicosas e aneurismas de aorta abdominal. 
- Quadro clínico: Dor aguda, choque hipovolêmico, 
hematêmese ou enterorragia. 
Abdome agudo perfurativo 
-: A dor em geral é de início súbito e difuso e 
frequentemente vem associado com choque e 
septicemia. 
- Etiologias: decorrente de processos infecciosos, 
neoplásicos, inflamatórios, ingestão de corpo estranho, 
traumatismos, iatrogênicas. 
- Quadro clínico: dor intensa, posição antálgica, choque, 
febre. 
Abdome agudo obstrutivo 
- Síndrome caracterizada por presença de obstáculo 
mecânico ou funcional que leve a interrupção da 
progressão do conteúdo intestinal. 
- Etiologias: obstrução pilórica, hérnia encarreada, volvo, 
aderências, doença de Crohn, neoplasia intestinal, 
diverticulites, fecaloma, impactação por bolo de arcaris, 
íleo paralítico, oclusão vascular. 
- Quadro clínico: Dor, em cólicas, vômitos que se tornam 
fecalóides, parada de eliminação de gases e fezes, 
choque hipovolêmico, acidose metabólica (pelas perdas 
eletrolíticas). 
 
 
 
 
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ANAMNESE 
 Caracterização da dor: cronologia, localização, 
irradiação, intensidade, características, fatores 
de melhora/piora; Sintomas associados (febre, 
náuseas, vômitos, diarreia, constipação, 
icterícia); 
 Hábitos de vida: alimentares, ingesta hídrica, 
etilismo, uso de drogas ilícitas; 
 Antecedentes patológicos e cirúrgicos; 
 Uso de medicações: anticoagulantes, 
imunossupressores; 
 Mulheres: data da última menstruação; dados 
sobre os ciclos; uso de método contraceptivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOR ABDOMINAL 
Visceral: Dor imprecisa, cólica ou queimação, de origem 
nas vísceras, com distribuição difusa e imprecisa, 
geralmente acompanhada de náuseas e vômitos; 
Parietal: tem origem no peritônio parietal, localização 
precisa, frequentemente acompanhada de contratura 
da musculatura abdominal, e leva o doente a 
permanecer quieto; 
Sintomas associados: febre, náuseas, vômitos*, 
anorexia*, diarreia*, constipação*, parada de eliminação 
de gases, icterícia, melena, hematoquezia (sangue vivo 
nas fezes/ânus em grande quantidade), hematêmese 
(vômito com sangue), hematúria (sangue na urina). 
EXAME FÍSICO 
 Inspeção: cicatrizes prévias, hérnias ou qualquer 
massa nítida, atitude no leito (quadris e joelhos 
fletidos para reduzir a dor = peritonite), 
abdome distendido, equimoses, abaulamentos; 
 Ausculta: ausência de ruídos intestinais (íleo 
paralítico), sons agudos ou movimentos rápidos 
e distensão abdominal (obstrução); 
 Palpação: iniciar pelo quadrante sem dor e 
progressão lenta para o ponto de dor máxima, 
atenção ao ponto de dor máxima: atitudes de 
defesa ou espasmo, sinais de descompressão 
brusca* 
 Percussão: ajuda a determinar o grau de 
distensão do intestino, presença de ar 
(timpanismo), líquido (macicez), massa (macicez) 
- > Sinal de Blumberg 
Dor à descompressão brusca do Ponto de McBurney na 
fossa ilíaca direita – apendicite. 
- > Sinal de Murphy 
Parada da inspiração ao comprimir o ponto cístico; 
desencadeando dor à palpação do hipocôndrio direito – 
colecistite aguda; 
- > Sinal de Jobert 
Presença de timpanismo na região hemiclavicular direita 
onde normalmente se encontra macicez hepática, 
caracteriza pneumoperitonite hepática, onde a dor 
irradia para o lado direito, principalmente no hipocôndrio 
direito e no flanco; 
- > Sinal de Cullen 
Caracterizado pela presença de equimoses azuis-pretas 
na região periumbilical devido à hemorragia 
retroperitoneal; 
 
 
Intensidade e gravidade da dor: 
- Abrupta: ruptura de aneurisma de aorta 
abdominal, perfuração de víscera, ruptura 
de prenhez ectópica; 
- Progressiva: colecistite, pancreatite, 
apendicite; 
- Intermitente/aperto: obstrução intestinal; 
- Contínua: isquemia, inflamação peritoneal; 
- Queimação: úlcera perfurada; 
- Lancinante: ruptura de aneurisma 
abdominal; 
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- > Sinal Grey Turner 
Presença de equimoses nos flancos – pancreatite 
severa; 
EXAMES LABORATORIAIS 
 Hemograma completo: fundamental para 
avaliação de processo infeccioso, em geral 
apresenta leucocitose; 
 AST, ALT, GGT, bilirrubinas: avaliação de causas 
de abdome agudo de origem biliar, como 
colecistite e colangite; 
 Amilase e lipase: quando elevadas podem sugerir 
pancreatite, isquêmica intestinal ou úlcera 
duodenal; 
 Eletrólitos, ureia e creatinina: avaliação das 
complicações de vômitos ou perdas de fluido 
para o terceiro espaço; 
 Beta HCG: fundamental sua solicitação para 
todas as pacientes em idade fértil, para 
diagnostico diferencial de gravidez ectópica; 
 Outros: VHS, TP, RNI, glicemia e sumário de 
urina. 
EXAMES DE IMAGEM 
 Raio X simples (tórax e abdome) 
 Ultrassonografia abdome total 
 Tomografia computadorizada 
 Ressonância magnética 
 Arteriografia 
CUIDADOS GERAIS/INTERVENÇÕES DE 
ENFERMAGEM 
- A possibilidade de indicação de intervenção cirúrgica 
pode ser considerada como ação imediata e 
indispensável; 
- Relatar característica, intensidade, localização e 
fatores que agravam ou aliviam a dor do paciente. 
- Náuseas: avaliar e reduzir fatores precipitantes, 
utilizar drogas antieméticas, utilizar e ensinar medidas 
não farmacológicas, promover higiene oral, encorajar 
consumo de pequenas quantidades de alimento, 
oferecer alimentos frios/gelados. 
- Monitorar níveis séricos de eletrólitos, realizar balanço 
hídrico, monitorar sinais vitais e sintomas de 
desequilíbrio eletrolítico; 
- Oxigenoterapia, mudança de decúbito para conforto 
ventilatório; 
- Sondagem nasogástrica e nasoenteral e outros 
dispositivos/cateteres/sondas especializados podem 
ser indicados para o tratamento de pacientes com 
obstrução intestinal, sangramentos, fístulas, abcessos 
intra-abdominais e outras disfunções gastrintestinais; 
- Punção venosa periférica calibrosa ou utilização de 
cateter venoso central; 
- Suporte nutricional, na ausência de ingesta oral 
prolongada, especialmente nos casos de sepse 
peritoneal; 
- Monitoração dos sinais vitais a fim de avaliaro quadro 
hemodinâmico; 
- Monitoração cardíada para detectar precocemente 
presença de arritmias; 
- Promover medidas de higiene e conforto ao cliente; 
- Controlar os sinais vitais, especialmente 
a temperatura corporal devido à possibilidade de quadro 
infeccioso local; 
- Manter o equilíbrio hidroeletrolítico; 
- Registrar manifestações cutâneas gerais, 
especialmente aquelas que podem denunciar alterações 
na circulação sanguínea; 
 
 
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Possíveis complicações: 
- Sepse; - Hipovolemia; 
 - Desidratação; - Desnutrição severa; 
- Insuficiência renal; - Insuficiência respiratória; 
- Insuficiência hepática; 
- Alterações cardiovasculares; 
- Falência múltipla de órgãos; 
- Déficit de volume líquido; 
- Risco para perfusão tecidual alterada; 
- Dor aguda; - Ansiedade e medo; 
- Déficit de conhecimento; 
- Risco para função respiração alterada; 
- Padrão respiratório ineficaz.

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