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Reação Aguda ao Estresse

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 Os transtornos relacionados a trauma e a 
estressores são: transtorno de estresse agudo 
(TEA), Transtorno de estresse pós traumático 
(TEPT), transtorno de adaptação e transtorno 
relacionada a trauma ou a estressores não 
especificados. 
 O sofrimento psicológico subsequente à exposição 
a um evento traumático ou estressante é bastante 
variável. Em alguns casos, os sintomas podem ser 
bem entendidos em um contexto de ansiedade ou 
medo. 
 Entretanto, está claro que muitos indivíduos que 
foram expostos a um evento traumático ou 
estressante exibem um fenótipo no qual, em vez de 
sintomas de ansiedade ou medo, as características 
clínicas mais proeminentes são sintomas 
anedônicos e disfóricos, externalizações de raiva e 
agressividade ou sintomas dissociativos. 
 Em virtude dessas expressões variáveis de 
sofrimento clínico depois da exposição a eventos 
catastróficos ou aversivos, esses transtornos foram 
agrupados em uma categoria distinta: transtornos 
relacionados a trauma e a estressores. 
 Ademais, não é incomum que o quadro clínico 
inclua uma combinação dos sintomas mencionados 
(com ou sem sintomas de ansiedade ou medo). Esse 
quadro heterogêneo há muito já foi reconhecido 
também nos transtornos de adaptação. 
 Ocorre pelo aumento do estresse e da ansiedade 
após exposição a um evento traumático 
estressante. 
 O paciente possui sinais e sintomas de 
adoecimento como: medo e impotência, revivência 
(sonhos, flashback), evitação, entopercimento 
emocional da responsividade, hipervigilância. 
 Esse fator estressor deve ser suficientemente 
devastador para quase todas as pessoas que se 
exporem a ele, como ser testemunha ou estar 
envolvida em acidente, crime violento, combate 
militar, sequestro, desastre natural, diagnóstico de 
doença com risco de morte. 
TEPT 
CID 10: é uma resposta retardada ou protraída a uma 
situação ou evento estressante (de curta ou longa 
duração), de natureza excepcionalmente ameaçadora 
ou catastrófica, e que provocaria sintomas evidentes 
de perturbação na maioria dos indivíduos. 
 Incidência durante a vida: 9-15%, com prevalência 
de 8%. Contudo, de 5-15% possuem as formas 
subclínicas. 
 É mais prevalente em mulheres (10%), em adultos 
jovens. 
 Fatores de risco: solteiros, divorciados, viúvos, 
socialmente retraídos e baixa condição econômica. 
 Comorbidades: 2/3 dos pacientes possuem pelo 
menos 2 outros transtornos psiquiátricos, sendo os 
mais comuns: depressão, uso de sustâncias, 
transtornos de ansiedade e bipolaridade. Essas 
comorbidades também aumentam a vunerabilidade 
ao TEPT. 
 A principal causa dessa doença é a presença de um 
ESTRESSOR. Contudo, nem todos que 
experimentam o fator estressor vão adoecer. 
 Além do estressor presente, o indivíduo possui uma 
resposta de medo intenso ou terror ao acontecido. 
É importante saber que a maior parte das pessoas 
expostas ao estressor não adquirem TEPT. 
 Fatores de vulnerabilidade 
 Trauma na infância; 
 Traços de transtorno de personalidade 
borderline, paranóide, dependente ou 
antissocial; 
 Sistema de apoio familiar inadequado; 
 Sexo feminino; 
 Vulnerabilidade genética a doença psiquiátrica 
 Mudança de vida estressantes recentes; 
 Percepção de locus de controle externo (causas 
naturais) ou invés de interno (causa humana); 
 Ingestão excessiva de álcool recentemente. 
 Durante o trauma 
 Gravidade do trauma (quanto maior a 
magnitude do trauma, maior a probabilidade de 
TEPT). 
 Ameaça percebida à vida, lesão pessoal, 
violência interpessoal. 
 Dissociação peritraumática. 
 Após o trauma 
 Fatores cognitivos: incluem avaliações negativas 
e estratégias de enfrentamento inapropriadas. 
 Fatores ambientais: exposição subsequente a 
lembranças desagradáveis repetidas, eventos de 
vida adversos subsequentes, e perdas 
financeiras ou outras perdas relacionadas ao 
trauma. 
 O apoio social é um fator protetor que modera a 
evolução do trauma. 
 Desenvolvimento e curso 
 1 mês: reação aguda ao estresse. 
 Duração de até 3 meses: transtorno de estresse 
pós traumático agudo. 
 Duração de > 3 meses: transtorno de estresse 
pós traumático crônico. 
 Inicia-se após 6 meses: transtorno de estresse 
pós traumático de início tardio. 
 Modelo integrativo: mostra o processo de 
adoecimento pós traumático. 
 
 
Alarme verdadeiro: é a resposta real que a pessoa tem 
diante do trauma. 
Alarme condicionado: alterações que persistem no 
organismo mesmo após o trauma ser gerado. 
 Bases neurais: envolve a amigdala, o hipocampo e 
o córtex pré frontal. 
 Amígdala: hipervigilância, processamento do 
medo e avaliação negativa da ação. 
 Hipocampo: rememoração e recuperação 
dependente do contexto. 
 Córtex pré frontal: falha na extensão e inibição 
do medo. 
 Características clínicas 
 Após o evento traumático, a vitima o re-
experencia em memórias e pesadelos. 
▪ Flashback: Quando as memórias ocorrem 
repentinamente, acompanhadas de forte 
emoção e as vitimas encontram-se revivendo 
o evento. 
▪ Pode haver amnésia em relação a alguns 
aspectos do evento traumático. 
 As vítimas comumente evitam qualquer coisa 
que as lembrem do trauma. 
 As vítimas podem apresentam embotamento 
afetivo. 
 As vítimas costumam apresentar 
hiperexcitabilidade crônica, sendo facilmente 
sobressaltadas e facilmente irritadas. 
Subtipo dissociativo 
o O indivíduo não reage com re-experiência e 
hiperexcitabilidade. 
o Apresentam hipoexcitabilidade e sentimentos 
dissociativos de desrealização ou 
despersonalização. 
o Os indivíduos relatam perda de conexão com ele 
mesmo e com o ambiente, como se ele estivesse 
fora de si. 
 
 Critérios de diagnóstico 
CID-10 
A. Exposição a um trauma psicológico. 
B. Re-experiência 
C. Evitação 
D. Dificuldade em relembrar o evento e/ou excitabilidade aumentada. 
E. Em até 6 meses do trauma/com exceções para início tardio. 
DSM-V 
A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes 
formas: 
1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 
2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas. 
3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou 
ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental. 
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que 
recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil). 
Nota: O Critério A4 não se aplica à exposição por meio de mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias, a menos 
que tal exposição esteja relacionada ao trabalho. 
B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de 
sua ocorrência: 
1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático. Nota: Em crianças acima 
de 6 anos de idade, pode ocorrer brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático são 
expressos. 
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao evento 
traumático. Nota: Em crianças, pode haver pesadelos sem conteúdo identificável. 
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse 
ocorrendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema na forma 
de uma perda completa de percepção do ambiente ao redor. 
Nota: Em crianças, a reencenação específica do trauma pode ocorrer na brincadeira. 
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou 
se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. 
5. Reações fisiológicas intensas a sinaisinternos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do 
evento traumático. 
C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, 
conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos: 
1. Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados 
de perto ao evento traumático. 
2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) 
que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento 
traumático. 
D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da 
ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia 
dissociativa, e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas). 
2. Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo (p. 
ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu sistema nervoso está 
arruinado para sempre”). 
3. Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento traumático que levam o 
indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros. 
4. Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, pavor, raiva, culpa ou vergonha). 
5. Interesse ou participação bastante diminuída em atividades significativas. 
6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros. 
7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de felicidade, 
satisfação ou amor). 
E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando após 
o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos sob a 
forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas e objetos. 
2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo. 
3. Hipervigilância. 
4. Resposta de sobressalto exagerada. 
5. Problemas de concentração. 
6. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono agitado). 
F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês. 
G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra 
condição médica. 
Transtorno de Estresse Agudo (TEA) 
 A característica essencial do transtorno de estresse 
agudo é o desenvolvimento de sintomas típicos 
que duram de três dias a um mês após a exposição 
a um ou mais eventos traumáticos. 
 Tanto na população norte-americana como na não 
norte-americana, o transtorno de estresse agudo 
tende a ser identificado em menos de 20% dos casos 
após eventos traumáticos que não envolvem 
agressão interpessoal, em 13 a 21% dos acidentes 
automobilísticos, em 14% das lesões cerebrais 
traumáticas leves, em 19% dos furtos, em 10% das 
queimaduras graves e em 6 a 12% dos acidentes 
industriais. 
 Taxas mais elevadas (i.e., 20 a 50%) são descritas 
após eventos traumáticos interpessoais, incluindo 
assalto, estupro e testemunho de tiroteio em lugar 
público. 
 A apresentação clínica do transtorno de estresse 
agudo pode variar de acordo com o indivíduo, mas 
em geral envolve uma resposta de ansiedade que 
inclui alguma forma de revivência ou reatividade 
ao evento traumático. 
 Em alguns indivíduos, um quadro dissociativo ou de 
distanciamento pode predominar, embora essas 
pessoas também apresentem geralmente forte 
reatividade emocional ou fisiológica em resposta a 
lembranças do trauma. 
 Em outros indivíduos, pode haver uma resposta de 
raiva intensa na qual a reatividade é caracterizada 
por respostas irritadiças ou possivelmente 
agressivas. 
 É preciso que o quadro sintomático pleno esteja 
presente por pelo menos três dias, depois do 
evento traumático, e o diagnóstico só pode ser feito 
até um mês depois do evento. 
Sintomas que ocorrem imediatamente depois do 
evento, mas cedem em menos de três dias, não 
atenderiam os critérios de transtorno de estresse 
agudo. 
 O evento traumático pode ser revivido de diversas 
maneiras. O indivíduo comumente tem recordações 
recorrentes e intrusivas do evento. 
 Alguns indivíduos com o transtorno não têm 
recordações intrusivas do evento em si, mas 
vivenciam sofrimento psicológico intenso ou 
reatividade fisiológica quando expostos a eventos 
precipitantes que se assemelham ou simbolizam um 
aspecto do evento traumático. 
 O indivíduo pode ter uma incapacidade persistente 
de sentir emoções positivas (p. ex., felicidade, 
alegria, satisfação ou emoções associadas a 
intimidade, ternura ou sexualidade), mas consegue 
sentir emoções negativas como medo, tristeza, 
raiva, culpa ou vergonha. 
 Alterações na consciência podem incluir 
despersonalização, uma sensação de 
distanciamento de si mesmo (p. ex., ver-se do outro 
lado do quarto), ou desrealização, uma visão 
distorcida do ambiente que o cerca (p. ex., 
percepção de que as coisas estão em câmera lenta, 
ver coisas ofuscadas, não perceber eventos que 
normalmente registraria). 
 Alguns indivíduos também relatam incapacidade de 
recordar algum aspecto importante do evento 
traumático que foi presumidamente registrado. 
Esse sintoma deve-se a amnésia dissociativa, e não 
a lesão craniana, álcool ou drogas. 
 O transtorno de estresse agudo não pode ser 
diagnosticado até três dias depois de um evento 
traumático. Apesar de o transtorno poder progredir 
para o transtorno de estresse pós-traumático 
depois de um mês, ele também pode ser uma 
resposta de estresse temporária que cede dentro de 
um mês da exposição ao trauma e não resulta em 
TEPT. 
Aproximadamente metade dos indivíduos que 
acabam desenvolvendo TEPT apresenta-se 
inicialmente com transtorno de estresse agudo. 
 Critérios diagnósticos 
DSM-V 
A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violação sexual em uma (ou mais) das seguintes 
formas: 
1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 
2. Testemunhar pessoalmente o evento ocorrido a outras pessoas. 
3. Saber que o evento ocorreu com familiar ou amigo próximo. 
Nota: Nos casos de morte ou ameaça de morte de um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento 
ou acidental. 
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que 
recolhem restos de corpos humanos, policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil). 
Nota: Isso não se aplica à exposição por intermédio de mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias, a menos que 
tal exposição esteja relacionada ao trabalho. 
B. Presença de nove (ou mais) dos seguintes sintomas de qualquer uma das cinco categorias de intrusão, humor negativo, 
dissociação, evitação e excitação, começando ou piorando depois da ocorrência do evento traumático: 
Sintomas de intrusão 
1. Lembranças angustiantes recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento traumático. Nota: Em crianças, pode 
ocorrer a brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático são expressos. 
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o afeto do sonho estão relacionados ao evento. Nota: 
Em crianças, pode haver pesadelos sem conteúdo identificável. 
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse 
acontecendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressãomais extrema sendo 
uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.) Nota: Em crianças, a reencenação específica do trauma 
pode ocorrer nas brincadeiras. 
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ou reações fisiológicas acentuadas em resposta a sinais internos ou 
externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. 
Humor negativo 
5. Incapacidade persistente de vivenciar emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de 
felicidade, satisfação ou amor). 
Sintomas dissociativos 
6. Senso de realidade alterado acerca de si mesmo ou do ambiente ao redor (p. ex., ver-se a partir da perspectiva de 
outra pessoa, estar entorpecido, sentir-se como se estivesse em câmera lenta). 
7. Incapacidade de recordar um aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia dissociativa, 
e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas). 
Sintomas de evitação 
8. Esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca do, ou fortemente 
relacionados ao, evento traumático. 
9. Esforços para evitar lembranças (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertem 
recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca do, ou fortemente relacionados ao, evento 
traumático. 
Sintomas de excitação 
10. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade de iniciar ou manter o sono, sono agitado). 
11. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos como 
agressão verbal ou física em relação a pessoas ou objetos. 
12. Hipervigilância. 
13. Problemas de concentração. 
14. Resposta de sobressalto exagerada. 
C. A duração da perturbação (sintomas do Critério B) é de três dias a um mês depois do trauma. 
Nota: Os sintomas começam geralmente logo após o trauma, mas é preciso que persistam no mínimo três dias e até 
um mês para satisfazerem os critérios do transtorno. 
D. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento ou álcool) ou a outra 
condição médica (p. ex., lesão cerebral traumática leve) e não é mais bem explicada por um transtorno psicótico breve. 
Tratamento 
 Quando um clínico se defronta com um paciente 
que vivenciou um trauma significativo, as principais 
abordagens são apoio, encorajamento para discutir 
o evento e educação sobre uma variedade de 
mecanismos de enfrentamento. 
Algumas não estarão dispostas a falar até que o 
evento tenha passado, e sua vontade deve ser 
respeitada. Pressionar uma pessoa que está relutante 
em falar sobre um trauma provavelmente aumente, 
em vez de reduzir, o risco de desenvolvimento de 
TEPT. 
 Quando um paciente passou por um acontecimento 
traumático e desenvolveu TEPT, a ênfase deve ser 
na educação sobre o transtorno e seu tratamento, 
tanto farmacológico quanto psicoterápico. 
Farmacoterapia 
 Inibidores seletivos da recaptação de serotonina 
(ISRSs), como sertralina e paroxetina, são 
considerados tratamentos de primeira linha para 
TEPT devido a seus índices de eficácia, 
tolerabilidade e segurança. 
 A buspirona é serotonérgica e também pode ser 
útil. 
 Os pacientes que respondem bem devem 
provavelmente continuar a farmacoterapia por 
pelo menos um ano antes que seja tentada a 
retirada da droga. 
Alguns estudos indicam que a farmacoterapia é mais 
efetiva no tratamento de depressão, ansiedade e 
hiperexcitação do que no tratamento de evitação, 
negação e entorpecimento emocional. 
 Outras substâncias que podem ser úteis no 
tratamento de TEPT incluem os inibidores da 
monoaminoxidase (IMAOs) (p. ex., fenelzina), 
trazodona e os anticonvulsivantes (p. ex., 
carbamazepina, valproato). 
Psicoterapia 
 A psicoterapia após acontecimentos traumáticos 
deve seguir um modelo de intervenção em crise 
com apoio, educação e desenvolvimento de 
mecanismos de enfrentamento e aceitação do 
evento. 
 Depois que se desenvolveu TEPT, duas principais 
abordagens terapêuticas podem ser seguidas. 
 A primeira é a terapia de exposição, na qual o 
paciente revive o evento traumático por meio de 
técnicas de imaginação ou exposição in vivo. As 
exposições podem ser intensas, como na terapia 
implosiva, ou graduais, como na dessensibilização 
sistemática. 
 A segunda abordagem é ensinar ao paciente 
técnicas e abordagens cognitivas para 
enfrentamento do estresse. Alguns dados 
preliminares indicam que, embora as técnicas de 
manejo do estresse sejam efetivas mais 
rapidamente do que as de exposição, os resultados 
das técnicas de exposição são mais duradouros. 
 Além das técnicas de terapia individual, terapia de 
grupo e terapia familiar também foram reportadas 
como eficazes nos casos de TEPT. As vantagens da 
terapia de grupo incluem o compartilhamento das 
experiências traumáticas e o apoio dos outros 
membros do grupo. 
Os transtornos de adaptação são caracterizados por 
uma resposta emocional a um evento estressante. 
Contudo, a gravidade do estressor ou dos estressores 
nem sempre prediz a gravidade do transtorno. 
 Ele é uma das poucas entidades diagnósticas nas 
quais um evento estressante externo está associado 
ao desenvolvimento de sintomas. 
 Em geral, o estressor envolve problemas 
financeiros, uma doença clínica ou problemas de 
relacionamento. 
Por definição, os sintomas devem se iniciar no 
período de três meses após o estressor. 
 Estima-se que a prevalência do transtorno seja de 2 
a 8% da população em geral. As mulheres são 
diagnosticadas com o transtorno duas vezes mais 
que os homens, e mulheres solteiras costumam ser 
excessivamente representadas como em maior 
risco. 
 Os transtornos podem ocorrer em qualquer idade, 
mas são mais frequentes em adolescentes. Entre 
adolescentes de ambos os sexos, os estresses 
precipitantes comuns são problemas escolares, 
rejeição e divórcio parental e abuso de substância. 
 Fundamental para entender os transtornos de 
adaptação é o conhecimento de três fatores: a 
natureza do estressor, os significados conscientes e 
inconscientes do estressor e a vulnerabilidade 
preexistente do paciente. 
Diagnóstico e Características clínicas 
 Embora, por definição, os transtornos de adaptação 
ocorram após um estressor, nem sempre os 
sintomas se iniciam imediatamente. Podem 
decorrer até três meses entre um estressor e o 
surgimento de sintomas. 
 O transtorno pode ocorrer em qualquer idade, e 
seus sintomas variam de modo considerável, com 
características depressivas, de ansiedade e mistas 
sendo mais comuns em adultos. 
 
 
 Critério diagnóstico 
DSM-V 
A. Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um estressor ou estressores 
identificáveis ocorrendo dentro de três meses do início do estressor ou estressores. 
B. Esses sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos, conforme evidenciado por um ou mais dos 
seguintes aspectos: 
1. Sofrimento intenso desproporcional à gravidade ou à intensidade do estressor, considerando-se o contexto 
cultural e os fatores culturais que poderiam influenciar a gravidade e a apresentação dos sintomas. 
2. Prejuízo significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
C. A perturbação relacionada ao estresse não satisfaz os critérios de outro transtorno mental e não é meramente uma 
exacerbação de um transtorno mental preexistente. 
D. Os sintomas não representam luto normal. 
E. Uma vez que o estressor ou suas consequências tenham cedido, os sintomas não persistem por mais de seis meses. 
 
Determinar o subtipo: 
309.0 (F43.21) Com humor deprimido: Humor deprimido, choro fácil ou sentimentos de desesperança são 
predominantes. 
309.24 (F43.22) Com ansiedade: Nervosismo,preocupação, inquietação ou ansiedade de separação são 
predominantes. 
309.28 (F43.23) Com misto de ansiedade e depressão: Predomina uma combinação de depressão e ansiedade. 
309.3 (F43.24) Com perturbação da conduta: Predomina a perturbação da conduta. 
309.4 (F43.25): Com perturbação mista das emoções e da conduta: Tanto sintomas emocionais (p. ex., depressão, 
ansiedade) como perturbação da conduta são predominantes. 
309.9 (F43.20): Não especificado: Para reações mal-adaptativas que não são classificáveis como um dos subtipos 
específicos do transtorno de adaptação. 
 A presença de sintomas emocionais ou 
comportamentais em resposta a um estressor 
identificável é o aspecto essencial dos transtornos 
de adaptação (Critério A). 
 O estressor pode ser um único evento (p. ex., o 
término de um relacionamento afetivo), ou pode 
haver múltiplos estressores (p. ex., dificuldades 
profissionais acentuadas e problemas conjugais). 
 Os estressores podem ser recorrentes (p. ex., 
associados a crises profissionais cíclicas, 
relacionamentos sexuais insatisfatórios) ou 
contínuos (p. ex., uma doença dolorosa persistente 
com incapacidade crescente, morar em área de alta 
criminalidade) e podem afetar um único indivíduo 
ou uma família inteira, um grupo maior ou uma 
comunidade (p. ex., um desastre natural). 
 Alguns estressores podem acompanhar eventos 
específicos do desenvolvimento (p. ex., ir para a 
escola, deixar a casa dos pais, voltar para a casa dos 
pais, casar-se, tornar-se pai/mãe, fracassar em 
metas profissionais, aposentadoria). 
Diagnóstico Diferencial 
 Embora o luto não complicado com frequência 
produza funcionamento social e profissional 
temporariamente prejudicado, a disfunção do 
indivíduo permanece nos limites esperados de uma 
reação à perda de uma pessoa amada e, assim, não 
é considerado transtorno de adaptação. 
 Outros transtornos dos quais o transtorno de 
adaptação deve ser diferenciado incluem os 
transtornos depressivo maior, psicótico breve, de 
ansiedade generalizada, relacionado ao uso de 
substâncias, da conduta e TEPT. 
 A presença de um estressor é uma exigência nos 
diagnósticos de transtorno de adaptação, TEPT e 
transtorno de estresse agudo. 
 O TEPT e o transtorno de estresse agudo têm a 
natureza do estressor mais bem caracterizada e são 
acompanhados de uma constelação de sintomas 
afetivos e autonômicos definidos. 
 No entanto, o estressor no transtorno de 
adaptação pode ter qualquer grau de gravidade, 
com uma ampla variação dos possíveis sintomas. 
Quando a resposta a um estressor extremo não 
corresponde ao limiar de estresse agudo ou 
transtorno pós-traumático, o diagnóstico de 
transtorno de adaptação é apropriado. 
 
 
Tratamento 
 A psicoterapia continua sendo o tratamento de 
escolha para transtornos de adaptação. 
 Nenhum estudo avaliou a eficácia das intervenções 
farmacológicas em indivíduos com transtorno de 
adaptação, mas poderá ser adequado usar 
medicação para tratar sintomas específicos por um 
curto espaço de tempo. 
 O uso criterioso de medicamentos pode ajudar 
pacientes com esses transtornos, mas eles devem 
ser prescritos por curtos períodos. 
 Dependendo do tipo de transtorno de adaptação, 
um paciente pode responder a um agente 
antiansiedade ou a um antidepressivo.

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