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Fernanda F. Ferreira - TXI Anomalias Congênitas em Cabeça e Pescoço Laterais: · Cisto/fistulas 1 arco · Cisto/fistula 2 arco – borda anterior do ECM · Higroma/linfangioma – triângulo posterior do pescoço, atrás do ECM · Costela cervical – a nível da fossa supra clavicular Medianas: · Tireóide ectópica: lingual · Cisto tireoglosso: a nível do osso hioide · Cisto dermóide: a nível da fúrcula esternal Definição · Anormalidade estrutural ocorridas durante o desenvolvimento embriológico. · Primeiros anos-idade adulta · 3 – 4 % dos nascidos vivos Causas · Desconhecida ( 50-60%) · Herança familiar ( 20-25%) · Aberrações cromossômicas ( 6-7%) · Mutações (7-8%) · Agentes ambientais ( rubéola) Embrio Sistema Branquial - FARÍNGEO: inicia sua form. na terceira semana de vida intra-uterina, origem das estruturas da face e do pescoço, de posterior para anterior e termina ao redor da 8ª semana · 6 Arcos Branquiais – principalmente o 1° e o 2° · 4 fendas Branquiais · 5 Bolsas Faríngeas Revestimento: · Tecidos ectodérmico, mesodérmico e endodérmico. · Fechamento do Sistema Branquial ao redor do segundo mês. Arcos branquiais: CISTOS E FÍSTULAS BRANQUIAIS – FARÍNGEAS: Anomalias mais frequentes ( 30% ), laterais. · Conceito: cisto = apresenta cápsula e no interior líq. , fístula = comunicação entre dois órgaos, estruturas · Origem e Desenvovimento : persistência de estruturas do aparelho branquial, classificados de acordo com as estruturas de origem: · Primeiro arco (fenda) 10 % · Segundo arco (fenda) 90% Primeiro Arco branquial · Quadro Clínico : Cisto ou fístula ( sinus pré auricular) localizados entre porção baixa da gl. Parótida e conduto auditivo externo. · Relação com a gl. Parótida e nervo facial. · Nódulo, fistula - orifício que pode ou não secretar, mas pode secretar devido a sudorese e levar a infecção - secreção clara, infecção. · Diagnóstico : história ,Ex. Físico, Ultrassonografia (questionável) · Tratamento clínico: analgésico, antiinflamatório, antibiótico. · Tratamento cirúrgico: somente se necessário ressecção do cisto e trajeto fistuloso (fibroso). FÍSTULA : primeiro arco branquialCISTO :primeiro arco branquial Segundo arco/fenda Branquial: · 90% das anomalias braquiais. · 75% Cistos, 25% Fístulas · Origem e desenvolvimento: fechamento incompleto do Seio Cervical ( His) · crescimento do II arco branquial se superpõe ao III e IV arco formando o Seio Cervical de His. Desenvolvimento dos cistos/fístulas branquiais O 2° arco de acordo o desenvol. Vai sepultando o 3° e o 4°, formando o triangulo de hiss, e depois vai obliterando, normalmamente. Se esse fechamento ocorre de forma incompleta, forma-se a fístula ou cisto. A - Faringe normal mostrando o fechamento do seio cervical. B - Fechamento incompleto do seio cervical que posteriormente dará origem à fístula cervical. C - Rotura da membrana divisoria resultando abertura permanente na posição da 2.ª bolsa. D - Fístula branquial resultante da combinação das condições "B e C". E - Quisto remanecente FÍSTULA BRANQUIAL · tipos: completa = abertura interna orofaringe( loja amigdaliana, fosseta de Ronsenmuller) , trajeto e abertura externa = D · incompleta= abertura interna ou externa = B ou C · Quadro clínico: orifício externo= desde terço superior do pescoço até o terço inferior(mais frequente), anteriormente ao musculo esternocleidomastoídeo. · Assintomática Secreção – pela microcomunicação com a orofaringe e isso pode piorar se tiver IVAS p.ex., infecção. · Tratamento clínico: conservador, se infecção = antibiótico · Tratamento cirúrgico (se necessário)= remoção desde orifício externo com todo trajeto fistuloso internamente. Cisto Branquial – 2° arco mais freq. Mais frequente que a fístula(75%), segunda e terceira década de vida. Mulheres: homens. Lado direito:esquerdo, raro ser bilateral. Quadro clínico: nódulo não doloroso, consistência fibro-elástica/ amolecida, lateralmente localizado na: borda anterior do m. esternocleidomastoídeo, terço superior ( mais frequente), profundos. Infecção: IVAS, dor , sinais flogísticos, drenagem espontânea- fístula secundária. · diagnóstico: exame físico,punção aspirativa ( cristais de colesterol - típico) · ultrassonografia de pescoço, TC, RNM. Tratamento: · Sem infecção: exerese de todo o cisto. · Com infecção: antiinflamatório, antibiótico, punção, drenagem cirúrgica. · Posterior exerese. · Tratamento cirúrgico = SEMPRE, porque esses proc. Infl. De IVAS pode dificultar cada vez mais a cx. Como fistulização secundária, mais fibrose, dificultando o campo cirúrgico *debris dentro do cisto nesse caso! Cisto de Ducto Tireoglosso – (linha média): Origem e desenvolvimento: Descida da gl. Tireóide, na linha média do pescoço, de sua origem na base da língua( forame cego) quarta semana, até sua posição definitiva no terço antero- inferior do pescoço – quinta a décima semana. Fechamento incompleto deste trajeto mais a secreção do epitélio (psedoestratificado ciliado) = cisto tireoglosso. Incidência: crianças, adultos jovens, até terceira-quarta década de vida. Quadro clínico: nódulo na linha média do pescoço, junto ao osso hióide( 60%), consistência fibro-elástica,indolor. · IVAS, infecção, abscesso, fistulização secundária ( 15-33 %) · Nódulo palpável que pode mover-se durante a deglutição ou protrusão da língua – pela retração do cisto Diagnóstico: · exame de imagem : ultrassonografia de pescoço, TC · Tratamento : cirurgia sempre · Exerese de todo o complexo: cisto + terço médio do osso hióide + trajeto até a base da língua Técnica de Sistrunk(1920) LINFANGIOMAS – higroma cístico – ( lateral ) Origem e desenvolvimento: durante desenvolvimento do embrião,forma-se um plexo capilar junto à veia jugular de cada lado do pescoço constituído por pequenas veias que se separam da veia jugular e formam o “saco jugular primitivo”, considerado o broto inicial da origem do sistema linfático. Fragmentos desses tecidos linfáticos podem se separar e manter seu poder de crescimento e penetração nos tecidos vizinhos “sequestração dos brotos “ Formação do sistema linfático do pescoço · Quadro clínico: mais frequente na criança , apresenta-se com uma massa amolecida, tamanho variável 3- 20 cm.,mais frequente no triângulo posterior do pescoço(80%), podem localizar-se da face, assoalho de boca, mediastino, mucosa jugal. · Diagnóstico: exame físico (transiluminação+ patognomônico se nessa localização) ultrassonografia de pescoço, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética de pescoço (importante por ele não ser bem delimitado) · Tratamento: cirúrgico – É SEMPRE CIRÚRGICO ou escleroterapia (bloemicina) em 2° plano Cisto dermóide Faz parte das patologias congenitas da linha média do pescoço – abaulamento a nível de fúrcula Segundo em frequência. Ocorre na criança e adulto jovem. Origem: alteração no momento da fusão embriológica da linha média anterior do pescoço ( rafe mediana),com inclusão de elementos ectodérmicos cutâneos. Podem conter anexos epiteliais como cabelo,folículos pilosos, gls. sebácias, cartilagem. Quadro clínico: nódulo localizado na linha média do pescoço, supra-esternal ( + frequente), amolecido ou fibro-elástico, indolor. Diagnóstico: ultrassonografia , tomogr. computadorizada de pescoço. Tratamento: cirurgia Costela Cervical( Síndrome do Desfiladeiro Torácico)(lateral ) Origem: costela extranumerária que parte da apófise transversa da sétima vértebra cervical( C7 ), segue trajeto para frente e para baixo em direção à primeira costela podendo causar compressão /estiramento dos troncos do plexo braquial e artéria subclávia. - 20-45 anos - sexo feminino 3:1 sexo masculino, - bilateral 60% · Completa – vai até a 1ªcostela - incompleta – forma mais comum *vai hipertrofiando os mm. escalenos, o que vai prejudicando ainda mais a compressão Quadro clínico: maioria assintomática: achado clínico de palpação ou radiológico · compressão nevosa ( plexo braquial),90% ·compressão vascular ( artéria subclávia )10% · Dor,irradiada para braço, ombro ou pescoço, parestesia, fraqueza braço. · Manifestação vasculares como esfriamento, cianose, palidez dos dedos da mão. · Palpação cervical: nódulo duro em fossa supraclavicular. · Manobra de Adson: desaparecimento do pulso radial à elevação do membro superior com rotação contra-lateral da cabeça. Diagnóstico: · Raio X cervical- tórax , tomografia comp. de pescoço (ideal para ver se é completa ou não). Tratamento: · sintomas leves = fisioterapia. · sintomas severos = cirurgia (ressecção da costela +/_ escalenotomia) Anomalias de posição da glândula tireóide ( linha média ) Origem: Formações de tecidos tiroidianos podem estar localizados desde a base da língua até o mediastino (descida do coração pode tracionar a gl. tireóide ). Tireóide Ectópica 90% são linguais( tórax,traqueia ,paracardíaca), Mais frequente no sexo feminino, Média de idade 40 anos. 65% dos casos não há encontro da gl. Tireóide tópica. Quadro clínico: · assintomática, hipotiroidismo, disfagia, disfonia, sensação de corpo estranho, tosse, obstrução respiratória, sangramento oral. Exame físico: abaulamento ou massa na base da língua, palpação fibro-elástica, indolor. Diagnóstico: cintilografia I 131, TC de pescoço, RNM de pescoço, dosagem hormonal TSH,T4 (pela grande chance de levar a hipotireoidismo, pois a tireoide ectópica pode não ser boa o suficiente). PAAF(punção aspirativa). Tratamento: conservador · hormonal ( levotiroxina) – se assintomático · cirurgia. Anomalias de posição da glândula tireóide Oroscopia – tireóide lingual Hemangiomas ( variável): Anomalias do desenvolvimento vascular, frequentes (2,6% dos nascidos vivos) São lesões vasculares benignas, primeiros meses de vida de crescimento variável ,podem regredir ao redor de 7-10 anos(70%), 3 vezes mais frequente no sexo feminino. Classificação: Cavernosos: lagos vasculares, globosos, vermelho vinhoso, cosistência esponjosa,depressíveis. Capilares: placas elevadas vermelhas- azuladas, mais superficiais , depressíveis. Mistos Fluxo: alto, baixo. · Localização: pele do pescoço, face, couro cabeludo, lábio,língua,farínge · Diagnóstico: exame físico,ultrassonografia com estudo do fluxo( Doppler),TC, RNM, · Arteriografia. · Tratamento: conservador(regressão espontânea), medicamentoso, cirurgia (embolização prévia). Torcicolo congênito Definição: atitude anormal e permanente com aproximação da cabeça em relação ao plano do ombro. Contratura do musc.esternocleidomastoídeo. Causas: desconhecida( trauma durante parto, posição anormal do feto intrauterina, mal formação do musc. esternocleidomastoídeo. Quadro clínico: cordão fibroso ou nódulo endurado,indolor, na lateral do pescoço( 1 -8 semana de vida),pode regredir espontaneamente até o 8 mês. · A fibrose do músculo ocorre em 30-54 % dos casos , 9 -21% progride para torcicolo franco com assimetria facial, desvio da mandíbula, desvio cervical (escoliose) · Diagnóstico: exame físico,TC, ultrassonografia ,Raio x. · Tratamento: fisioterapia, cirurgia 6
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