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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ Prática Como Componente Curricular da Disciplina - Currículo: teoria e prática Goiás 2021 A BNCC E SUAS COMPETÊNCIAS. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), construída de forma coletiva e participativa, é um documento de caráter normativo que tem como base legal de elaboração a Constituição Federal (CF) em seu artigo 210, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN s), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s), e tem sua existência reforçada no Plano Nacional de Educação (PNE) 2004/2014. Homologada em sua totalidade em dezembro de 2018, o documento norteia os sistemas de ensino e as escolas de todo a brasil, na construção de seus currículos, trazendo direitos mínimos de aprendizagens que todos os estudantes brasileiros devem possuir. Ela traz ainda espaço para uma parte diversificada de conteúdos a serem elaborados pelos sistemas, que respeitem as diferenças existentes entre cada escola, cada sistema e cada região do pais, trazendo assim a realidade do indivíduo para dentro da escola. Ao definir o “ conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ”, ela tenta garantir uma igualdade a todos no ponto de partida na caminhada pela aquisição do conhecimento e da cidadania plena. Para a Educação Básica, a BNCC define aprendizagens essenciais e tenta assegurar o que ela define como competências gerais para a formação integral humana. Se orientando pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam essa formação, o documento traz 10 competências e as define como: “ a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”, possibilitando assim a construção de uma sociedade mais” justa, democrática e inclusiva. O conceito de competências é estudado e discutido há algum tempo por alguns teóricos, reforçando a ideia da mudança do paradigma da escola como mera transmissora de conhecimento. Essa teoria é conhecida como pedagogia das competências e tem como principal representante Phillipe Perrenoud. Para Perrenoud (1999a, s/p) competência é compreendida como: [...] uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Para enfrentar uma situação da melhor maneira possível, deve-se, via de regra, pôr em ação e em sinergia vários recursos cognitivos complementares, entre os quais estão os conhecimentos (PERRENOUD, 1999a, s/p). Perrenoud, vê essa pedagogia como uma forma de dar significado às aprendizagens, atribuindo utilidade às mesmas. Os indivíduos são diferentes por natureza, em qualquer situação ele tende a se adaptar e desenvolve competências para isso. Essas competências nada mais é que a capacidade para resolver problemas simples ou complexos. A BNCC se baseia em 10 competências gerais e posteriormente no decorrer do documento traz essas competências, que se desdobram em habilidades, para cada área de conhecimento e componente curricular. Agindo dessa forma ela dá autonomia aos sistemas de ensino, escolas e professores de construírem seus currículos de forma a assegurar a todos os estudantes a aquisição dessas competências auxiliando a construção do conhecimento com o desenvolvimento de habilidades. A LDB ao trazer a construção da BNCC em seu artigo 9º, assegura a oferta de conteúdos mínimos na formação básica dos estudantes. E ainda legitima o direito à parte diversificada que fica a cargo de cada sistema, respeitando suas especificidades. Ao observar aulas (de forma remota) e atividades de alguns alunos da educação básica, pude observar que mesmo de forma ainda singela as recomendações da Base já estão sendo cumpridas, pude observar além dos conteúdos historicamente construídos, a presença de uma integração com conhecimentos regionais e cotidiano dos alunos. Ao conversar com professores da educação básica e analisar alguns planos de curso e de aula , observei que ainda existe alguma resistência ( na fala dos mesmos), talvez devido ao momento que a sociedade mundial está vivendo, mas mesmo que em passos lentos , pude observar a inclusão nos planos de aula de conteúdo interligados a temas transversais regionais que me levaram a perceber a relação entre as áreas do conhecimento e busca pela aquisição das habilidades seguidas das competências a serem conquistadas. Observei ainda uma tentativa de se inserir no trabalho pedagógico a integração entre conteúdos, vivencias e disciplinas, o que de certa forma nos mostra que a escola está no caminho para cumprir os desafios de se trabalhar com a interdisciplinaridade. Respeitando o multiculturalismo existente no nosso país. Saviani (2008) afirma: [...] “a pedagogia das competências” apresenta- se como outra face da “pedagogia do aprender a aprender”, cujo objetivo é dotar os indivíduos de comportamentos flexíveis que lhes permitam ajustar-se às condições de uma sociedade em que as próprias necessidades de sobrevivência não estão garantidas. A BNCC traz essa concepção do aprender a aprender e o aprender a fazer, o que permite uma certa “igualdade” no processo de aprendizagem. Determinado esses “direitos mínimos “ acredita-se que a educação pode dar a todos um marco inicial minimamente parecido para que o jovem prossiga nos estudos ( se for do seu interesse), seja inserido no mundo do trabalho e tenha garantido seu direito ao exercício da cidadania. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. 2. PERRENOUD, P. Construir competências desde a escola. Tradução. Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artmed, 1999. 3. PERRENOUD, P. Construir competências é viras as costas aos saberes? Pátio. Revista Pedagógica, 1999. 4.SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados. 2008
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