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Aluna: Juliana Cristina Ribeiro Matrícula: 17113110247 
AD1 – Resenha – 2019/1 
Teorias da Administração Pública 
 
ABRUCIO, F. L. “Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração 
pública à luz da experiência internacional recente”. IN: BRESSER PEREIRA, L. C.; SPINK, P. K. 
(Eds.). Reforma do Estado e administração pública gerencial. Rio de Janeiro: FGV, 1998, vol. 7, p.173-
199. 
 
O texto “Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração pública à 
luz da experiência internacional recente” do autor Fernando Luiz Abrucio trata-se do surgimento mundial 
de novos conceitos revolucionários no âmbito da administração pública, a partir da década de 80, que teria 
por finalidade mudar a antiga organização burocrática weberiana. O texto ainda procura mapear a evolução 
das propostas de mudanças do antigo modelo administrativo em comparação a experiência britânica. 
O autor é Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2000) e atualmente professor e 
pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (SP), ocupando desde 2011, o cargo de Coordenador do Curso de 
Graduação em Administração Pública; é pesquisador de temas nas áreas de Ciência Política, Administração 
Pública e Políticas Públicas, com ênfase em questões relacionadas à Educação, às Relações 
Intergovernamentais e o Federalismo, bem como sobre Reforma do Estado e gestão pública. 
O texto de Abrucio (1998) é constituído de vinte e sete páginas e de quatro tópicos que servem como 
passos para a compreensão do processo pós-burocrático na administração pública, desde os obstáculos até as 
mais antigas conquistas deste modelo administrativo. Para isso, no primeiro tópico o autor explica ‘as 
origens da crise do modelo burocrático, e a redefinição do papel do Estado’. 
Foi a partir da década de 70, com a crise do petróleo e a crise econômica mundial, que o antigo 
modelo de intervenção estatal entrou em risco e tornou-se necessário redefinir o papel do Estado, que até 
então apresentava três dimensões interligadas: econômica (keynesiana – ativa intervenção estatal na 
economia), social (Welfare State – voltado para atender as demandas na área social) e administrativa 
(funcionamento interno do estado – modelo burocrático weberiano). 
 O Doutor cita sobre os quatro fatores socioeconômicos que contribuíram para detonar a crise do 
Estado montado no pós-guerra: o primeiro foi à ‘crise econômica mundial’ com grande período recessivo; 
seguido da ‘crise fiscal’ – governos não tinham mais como financiar seus déficits. O consenso social que 
sustentava o Welfare State entrou em xeque; logo a situação de ‘ingovernabilidade’ – governos não 
conseguiam resolver seus problemas e atender aos interesses de vários grupos; e por fim a ‘globalização’ e 
as inovações tecnológicas, que enfraqueceram os governos no que diz respeito ao controle de fluxos 
financeiros e comerciais, somado com o aumento de poder das multinacionais. 
 Outro ponto destacado pelo autor foi que a crise no Estado afetou diretamente a organização das 
burocracias públicas. Com menos recursos e mais déficit, a prioridade passou a ser o corte de custos, que 
significa na administração pública, redução de gastos com pessoal e necessidade de aumentar a eficiência 
governamental. O aparato governamental precisa ser mais ágil e flexível. Já que o modelo weberiano – 
considerado lento e muito apegado a normas – precisava ser modificado, propunha-se a construção de uma 
nova burocracia. 
O autor ressalta que a ascensão de teorias críticas às burocracias estatais também abriu espaço para a 
crítica ao antigo modelo de organização. O senso comum contra a burocracia se expandiu rapidamente no 
final da década de 70 e começo de 80. O sentimento antiburocrático aliava-se a crença de que o setor 
privado possuía o modelo ideal de gestão. 
No segundo tópico, ‘do gerencialismo puro ao retorno do cidadão: as múltiplas faces do modelo pós-
burocrático’, Abrucio (1998) aborda que foi de iniciativa dos conservadores ingleses e republicanos norte-
americanos a proposta de implantar as primeiras reformas no antigo modelo. 
A partir deste momento, a burocracia weberiana que antes era uma organização guiada por 
procedimentos rígidos, forte hierarquia e total separação entre o público e o privado, deveria manter seu 
foco na delimitação entre público em relação à esfera privada, porém sendo um corpo neutro e impessoal. 
Com capacidade técnica para lidar com as futuras demandas crescentes da população. 
Como alternativa a acentuada crítica à burocracia, surgiu na década de 70, instrumentos de gestão 
orçamentária, vinculando as finanças públicas a objetivos. Na década de 80 o modelo gerencial foi 
importado da iniciativa privada e o chamado managerialism foi o propulsor inicial das grandes mudanças do 
setor público. 
 O managerialism (que surgiu nos USA, mas não conseguiu evoluir lá devido à cultura administrativa 
do setor público), foi implementado na Inglaterra pelo governo Thatcher. Ao invés de apresentar uma 
doutrina rígida e fechada, o modelo gerencial britânico apresenta grande poder de transformação, 
incorporando boa parte das críticas à sua prática. 
 Ao longo das décadas de 80 e 90 surgiram três visões da administração pública inglesa sobre o 
managerialism. Abrucio (1998) classifica as correntes como: ‘gerencialismo puro’ tendo este como objetivo 
reduzir os custos do setor público e aumentar a produtividade através da eficiência, tendo como pressuposto 
a necessidade de modificar as engrenagens do modelo weberiano. Nesta visão, o autor afirma que o governo 
britânico foi bem mais sucedido que o norte-americano. Nesta fase foi concebida a descentralização; 
‘consumerism’ traz uma das principais revoluções no modelo gerencial, a introdução da perspectiva da 
qualidade do atendimento na administração pública para o cliente/consumidor; ‘public servisse orientation’, 
um dos mais recentes debates sobre o assunto, onde os mesmos ainda estão em fase de amadurecimento. A 
PSO procura encontrar os novos caminhos abertos pela discussão gerencial, explorando suas 
potencialidades e preenchendo suas lacunas. 
Abrucio (1998) conclui que embora haja diferenças entre as teorias, elas não são mutuamente 
excludentes. Podem-se incorporar os aspectos positivos de cada teoria, além de ambas terem em seu 
processo de alguma forma a descentralização. A passagem de uma à outra pode ocorrer pela inclusão de 
temas. Há uma diferença entre o caso britânico e os de outros países desenvolvidos, que é a dimensão do 
cidadão. Na Grã-Bretanha somente agora o conceito de cidadania vem retornando ao debate da reforma 
administrativa. Na França, Suécia e nos USA, o cidadão sempre foi tomado como variável chave para o 
modelo burocrático. 
Por fim, em sua ‘conclusão: cinco dilemas básicos do modelo pós-burocrático’, Abrucio (1998) 
apresenta que para redefinir o papel do Estado depende impreterivelmente da reforma da burocracia pública, 
e que para que isso ocorra é necessário que se enfrentem alguns problemas como: ‘a reforma administrativa 
e processo político’ deve levar em conta o contexto político institucional e é fundamental ter uma estratégia 
para buscar o consenso junto aos atores envolvidos, ou seja, a estratégia de implementação da reforma deve 
levar em conta o convencimento dos funcionários públicos (que podem apresentar resistências) e da 
população (é preciso envolver a sociedade o máximo possível); ‘lógica fiscal versus lógica gerencial’ a 
lógica fiscal (curto prazo) se preocupa em controlar os inputs do sistema para evitar o aumento dos custos, 
enquanto que a lógica gerencial (médio e longo prazos) busca aumentar a eficiência e efetividade, atingindo 
os objetivos, ou seja, os outputs; ‘descentralização’ é fundamental para aumentar a democratização e a 
eficiência do sistema, porém políticas descentralizadoras radicais podem aumentar as desigualdades entre asregiões e fragmentar a prestação do serviço público; ‘separação entre a formulação e a implementação das 
políticas’ para aumentar a flexibilidade e a agilidade do sistema, o novo formato organizacional do setor 
público defende a distinção radical entre quem formula e quem executa as políticas. 
O principal desafio do modelo pós-burocrático é definir que tipo de Estado deve ser construído para o 
século XXI. Enquanto Índia e Brasil, por exemplo, precisam reformular suas burocracias públicas para lidar 
com os novos desafios mundiais e para resolver os problemas sociais, mas para isso precisam ingressas num 
novo estágio administrativo, sem terem de fato construído um Estado completamente moderno. 
Ao longo do texto, Abrucio (1998), apresenta a evolução do modelo burocrático de administrar a 
esfera pública, e propõe um novo modelo de gestão, o pós-burocrático. Para o autor, um sistema pós-
burocrático seria a saída para a eficiência e efetividade na administração pública, com a integração entre os 
atores envolvidos e maior participação da sociedade. 
A obra é indicada aos estudantes de Administração Pública, aos funcionários públicos, e a todos os 
cidadãos que de alguma forma se interessam pelos assuntos da sociedade e as formas de administrar a esfera 
pública. 
É preciso ter consciência que a descentralização fez parte de toda evolução da administração pública, 
e é plausível admitir os benefícios trazidos por tal modelo, porém uma gestão descentralizada pode escapar 
do controle do gestor, afinal aquele que muito delega não se envolve integralmente nos processos a serem 
decididos, pois transfere a responsabilidade aos seus subordinados. No Brasil, há poucos exemplos de 
administração pública centralizada, porém são poucos exemplos que dão certo, apresentam eficiência e 
efetividade em todos os processos e maior controle dos gastos públicos, evitando assim o desperdício e 
extravio do dinheiro público.

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