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HISTÓRIA DO DIREITO CASOS AV2

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CASOS CONCRETOS 
 
CASO 1 
 
Flávio e Aline, dois alunos iniciantes do curso do nosso Direito, entusiasmados 
com os estudos jurídicos, discutiam sobre a forma como os diversos países 
organizavam suas justiças a fim de obterem solução os conflitos sociais que, 
inevitavelmente, surgem todos os dias. 
Flávio defende a tese de que um sistema de direito tem que se basear na 
vontade de quem faz a lei (legisladores) prevendo situações futuras, sendo que 
ao juiz caberia tão somente aplicar as regras produzidas por estes, Já Aline, 
por outro lado, entende que só diante do caso concreto é possível construir as 
regras, ou seja, a posteriori pois cada caso tem suas particularidades. Além do 
mais, Aline entende que os juízes são mais confiáveis, enquanto Flávio 
defende a tese de que o legislador democraticamente escolhido pelo povo é 
que deve produzir as normas. 
 
 Vá ao Google e pesquise sobre o que vem a ser o sistema de Common Law e 
o que vem a ser o sistema de Civil Law (também chamado de sistema romano-
germânico). Depois, responda: 
 
a) Quem defendeu a tese usada pelos adeptos da Common Law e quem 
defendeu a tese usada pelos adeptos da Civil Law? Por quê? 
 
A Aline defendeu os adeptos da COMMON LAW, que é uma estrutura mais 
utilizada por países de origem anglo-saxônica como a Inglaterra e os Estados 
Unidos. Nesses países o DIREITO baseia-se mais na JURISPRUDÊNCIA que 
no texto da LEI. Onde a Aline defende que os juízes são mais confiáveis, ou 
seja, depende da análise do caso. 
 
Enquanto, Flávio defendeu os adeptos da CIVIL LAW, sendo a estrutura 
jurídica oficialmente adotada no Brasil, onde as principais fontes do DIREITO 
adotada no país são as LEIS, ou seja, o TEXTO. Assim, defende o Flávio que 
um sistema de direito tem que se basear na vontade dos legisladores. 
 
b) Por que se usa a denominação "sistema romano-germânico"? 
 
Porque após a queda de Roma, o direito romano continuou a influenciar os 
reinos tomados pelos povos bárbaros, em especial germanos, que o adotaram 
unindo a ele seus próprios costumes jurídicos. 
 
Porque havia a prevalência de dois sistemas (dominado e dominante): o 
Germânico (técnica pública de julgamento) e o Romano (técnica oral, 
processual). 
 
b) Qual dos sistemas se vincula a tradição jurídica portuguesa e, por 
consequência, a tradição jurídica brasileira? 
 
Prevalece no Brasil o sistema Civil Law. Porém, sabemos que a técnica de 
julgamento é do sistema Common Law. 
CASO 2 
 
Você deve estar estudando no Curso de Nivelamento em Conhecimentos 
Gerais o que é o fenômeno da Globalização. Se não acessou ainda esse 
Curso, saiba que ele está disponível em sua web aula, abaixo das disciplinas 
presenciais em que está matriculado e que poderá ajudar na ampliação de 
seus conhecimentos sobre a atualidade. 
 Uma das consequências do processo da chamada globalização é a 
necessidade de que em alguns assuntos (comércio, por exemplo) os países 
tenham uma legislação compatível entre si. Vocês sabiam que alguns 
portugueses costumam afirmar que foram eles, lá no Século XV, que deram 
início ao processo de globalização, com as grandes navegações? Pois é diante 
desse quadro, responda: 
 
 
a) O que foi e o que representou o fenômeno das Grandes Navegações? É 
possível relacionar o descobrimento do Brasil com este fenômeno? 
 
 As Grandes Navegações foram motivadas pela busca de novas riquezas, por 
parte dos europeus, e a necessidade de encontrarem novas rotas. Para isto, 
houve um conjunto de viagens marítimas que expandiram os limites de mundo 
que conhecemos hoje: novos mares, terras, povos, culturas, crenças foram 
desmitificadas, etc. Como a atividade extrativista era mais evidente, o Brasil 
despertou atenção pela abundância de Pau-Brasil, mercadoria valiosa, pois 
dela extraíam tinta para os europeus. Assim, pode-se relacionar de certa forma 
o descobrimento com o fenômeno das Grandes Navegações. 
 
b) Qual o direito aplicado pelos portugueses na colônia brasileira? 
 
Direito Romano-germânico (Civil Law), no qual os reis (monarcas) eram os 
“legisladores” do sistema. 
 
c) Faça uma pesquisa e procure saber se o território onde está localizada a 
cidade na qual você mora poderia ser considerado como território da 
colônia portuguesa na América na virada do Século XVI para o Século 
XVII? 
 
Não, pois o desenvolvimento independente do CEARÁ, começaria apenas 
depois de sua separação de PERNAMBUCO em 1799 no século XVIII. 
 
 Sim, era chamada Capitania Hereditária de Pernambuco, confiada a Duarte 
Coelho. Trouxe muito sucesso aos empreendimentos dos donatários, 
principalmente em relação à produção da cana-de-açúcar. 
 No século XVII, atingiu o posto de maior e mais rica área de produção de 
açúcar no mundo. 
 
 
 
 
CASO 3 
O conteúdo será apresentado com base no teor estabelecido pelo Livro 
Didático de História do Direito no Brasil (págs. 28-48). 
 Vimos em nosso Livro Didático que dois traços fundamentais que 
caracterizaram a sociedade brasileira colonial foram o fato de a mesma ser 
rural e patriarcal. A primeira característica está relacionada às baixas 
densidades populacionais e um espaço onde predominam a paisagem e a 
atividade agrícola. No que se refere ao segundo, trata-se de um tipo de 
"ideologia" reinante na época na qual o homem é considerado a maior 
autoridade no seio da família, devendo as mulheres se subordinarem a estes, 
prestando-lhes obediência. 
 Pesquise na internet atualmente no Brasil, qual o percentual populacional que 
vive nos centros urbanos e qual o percentual que vive nas áreas rurais. 
 Após, pesquise para saber se homens e mulheres com igual nível de 
escolaridade recebem, em média, salários iguais. 
 Como se sabe, no decorrer da história algumas características permanecem 
(aquilo que denominamos como permanências) e outras vão sendo superadas 
(o que denominamos como rupturas). Nesse sentido, pergunta-se: 
 
 
a) Há permanência ou ruptura no que se refere à ocupação do espaço 
rural/urbano no Brasil? 
 
 Ruptura, pois houve a inversão na predominância. Antigamente havia maior 
população rural (principal atividade era a agrícola), hoje há maior ocupação 
urbana. 
 
b) Há permanência ou ruptura no que se refere à característica colonial de 
tratamento desigual entre homens e mulheres? 
 
 Há uma permanência parcial em relação ao tratamento desigual entre os 
sexos. O homem é mais valorizado no mercado de trabalho, possui salários 
mais altos do que uma mulher teria no mesmo cargo e formação (de certa 
forma é machismo), por exemplo. Em algumas famílias ainda há submissão da 
mulher em relação ao companheiro. Mas, também há os novos “donos de 
casa” e mulheres provedoras financeiramente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 4 
O conteúdo será apresentado com base nos conteúdos estabelecidos pelo 
Livro Didático de História do Direito no Brasil (págs. 48-68). 
 
 Nos dias atuais, a separação de poderes é um dos traços fundamentais para 
caracterizar um Estado Democrático de Direito. Você leu no capitulo 3 de seu 
livro didático, que a Independência do Brasil ocorreu em 1822, em conexão 
com alguns fatos revolucionários que aconteciam na Europa, onde os 
movimentos liberais-constitucionalistas exigiam a queda dos regimes 
absolutistas e a submissão do poder dos reis ao império da lei. A ideia de 
conceder ao Brasil uma constituição tinha por pretensão mostrar que o país já 
nascia dentro dos padrões modernos e iluministas das grandes nações 
europeias. 
 
 Todavia, a intervenção de Pedro I no processo de elaboração da nossa 
primeira Carta (Constituição de 1824), jogou por terra as esperanças desta 
elite, que alimentava ambições de exercer maior influência nas decisões 
políticas do país. Porém, não se pode deixar de realçar que houve conquistas 
liberais, inseridas no art. 179. 
 
a) É possível se falar em independência dos poderes na Carta de 1824? Por 
quê? 
 
 Não, pois era uma Constituição 100% monárquica! Mesmo com a criação do 
Poder Moderador, o monarca estavaacima dos 3 poderes. 
 
b) Como dispositivos constitucionais da Carta de 1824 acabaram por 
referendar aspectos de um continuísmo absolutista típico do período pré-
constitucional? 
 
 O poder era unitarista. O imperador é quem nomeava o presidente e, o voto 
era indireto e censitário na época. 
 
c) No âmbito penal, é possível afirmar que os Códigos Penal de 1830 e 
Processual Penal de 1832 encontram bases na Constituição de 1824? 
Explique. 
 
 Sim, na questão da existência dos 3 poderes: Legislativo, Executivo e 
Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 5 
 
O conteúdo será apresentado com base no Livro Didático de História do Direito 
no Brasil entre as páginas 69 e 76 (antes de "O regresso conservador e a 
antecipação da maioridade de D. Pedro"). 
 Você estudou que a legitimidade do exercício do Poder na Constituição de 
1824 tinha fortes fundamentos na figura real e no carisma do Imperador, que o 
exercia principalmente por meio do denominado Poder Moderador. Porém, 
como você teve a oportunidade de estudar no decorrer do Capítulo 3 do Livro 
Didático de História do Direito Brasileiro, a abdicação do Imperador em 1831 
abriu um vácuo no Poder, já que seu sucessor, o Infante Pedro, futuro D. Pedro 
II, tinha apenas 5 anos de idade nesta oportunidade. Neste sentido, responda: 
 
 
a) Partindo-se de uma premissa que você já deve ter percebido, ou seja, de 
que o exercício do poder é sempre mais suave quando aquele que o 
exerce transmite autoridade aos que a ele devem se submeter, que 
soluções são colocadas em prática pelos governos regenciais com vistas a 
viabilizar o exercício do governo sem a presença de um "imperador"? 
 
 Com o retorno do Imperador para Portugal, deixando seu filho que seria o 
próximo sucessor de apenas 5 anos no Brasil, o congresso reuniu-se para 
eleger uma regência trina composta por três governantes. 
 Estes seriam responsáveis pela condução política do país até que o sucessor 
tivesse idade para assumir o comando. 
 
 
b) O Ato Adicional de 1834 permitiu maior autonomia às províncias? Pode-se 
dizer que, com o este Ato Adicional o Brasil teve uma experiência 
Federativa no Império? 
 
 Sim, houve mais autonomia e descentralização do poder, caminhando para o 
processo de Federação com este Ato Adicional, porém mantinha-se a 
influência de maneira indireta sobre as províncias, pois o presidente era 
indicado pelo Poder Central. 
 
 
c) Como é possível relacionar o surgimento da chamada "Guarda Nacional" 
com o contexto histórico deste período regencial? 
 
 R: O grupo dos liberais moderados defendia a descentralização do poder e 
garantia de autonomia às regiões, porém mantendo-se a ordem pública. Então, 
preocupados com o risco de fragmentação do país e a mudança na ordem 
pública, criou-se a Guarda Nacional (1831) para proteção ao governo, no qual 
os comandantes da Guarda eram os Coronéis que já possuíam controle político 
(a maioria). 
 
 
 
CASO 6 
 
Lei que estabelece cotas raciais no serviço público federal é sancionada 
Foi sancionada no dia 9 de junho de 2014 projeto de Lei que estabelece 
cotas raciais no serviço público, reservando 20% das vagas oferecidas nos 
concursos públicos federais a candidatos pretos e pardos. O ministro-chefe 
da Casa Civil, Aloizio Mercadante, participou da cerimônia que aconteceu 
no Palácio do Planalto, em Brasília ( DF ). Entre os anos de 2004 e 2013, a 
parcela de negros que ingressou no serviço público variou de 22% a quase 
30%. De acordo com a edição mais recente da Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (PNAD), os negros representam 53% do universo 
da população brasileira. 
Para concorrer às cotas raciais, os candidatos deverão se declarar pretos ou 
pardos no ato da inscrição do concurso, conforme o quesito de cor ou raça 
usado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles 
concorrerão em todas as etapas de seleção, da mesma maneira que os 
outros candidatos - provas teóricas, provas de títulos e entrevistas, de 
acordo com cada edital de seleção - garantindo, portanto, o mérito como 
critério para o ingresso. 
 
Com a sanção da lei, a regra valerá até dez anos para órgãos da administração 
pública federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista controladas pela União. 
A adoção das cotas raciais deve acontecer sempre que o número de vagas 
oferecidas no concurso público for igual ou superior a três e os candidatos 
negros e pardos aprovados nas vagas gerais não serão computados como 
cotistas, dando espaço para um novo candidato preencher a vaga.? (Fonte: 
Portal Brasil e Blog do Planalto) 
Baseado nos estudos realizados no Capítulo 3, mais especificamente no que 
se refere a utilização intensiva do sistema de escravidão dos negros 
originários do continente africano até o fim do Império, 
 
a) É possível fundamentar no processo histórico a implantação de uma 
política de cotas para negros e pardos no Brasil? Justifique. 
 
Sim, as cotas foram criadas para que o negro esteja inserido na 
sociedade e trabalhando de forma digna revertendo o racismo 
histórico. 
 
b) Há quem afirme que a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários 
foram concebidas de forma estratégicas para a manutenção da 
escravidão. Explique essa afirmação, fundamentando-se em 
dispositivos das próprias Leis. 
 
Com a lei do ventre livre o fim da escravidão estava próxima a acabar, 
começando por crianças que foram geradas a partir da data lei que foi 
publicada isto colaborou com a manutenção da escravidão, sem contar 
também que a lei dos sexagenários colaborava aquele que chegava 
aos seus 65 anos. Estava bem próximo do fim da escravidão, mesmo 
com a lei alguns escravos não se enquadravam na lei. 
 
c) É possível correlacionar a abolição da escravatura com a crise 
vivenciada pelo Segundo Reinado que levou a queda da Monarquia 
no Brasil? Justifique sua resposta. 
Com a união dos grupos descontentes veio a colaborar parcialmente 
com a abolição da escravatura, formou-se um golpe que colocou fim a 
monarquia no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 7 
 
A República Velha - a consolidação 
Em um curto espaço de tempo o país experimentou mudanças muito 
importantes: primeiro, com a Abolição da Escravatura ainda no Império e, logo 
após, a Proclamação da República. Diante de fatos históricos de tanta 
relevância, as elites políticas e econômicas do período viram a necessidade de 
buscar a reorganização das estruturas jurídicas do país, levando em 
consideração as novas realidades política, social e econômica que se 
apresentavam. 
a) Analisando algumas características da Constituição de 1891, tais como: 
Unidade Federativa, Sistema Presidencialista, divisão de poderes, separação 
entre Estado/Igreja Católica e casamento civil, é possível correlacionar estas 
posições assumidas pelo Estado brasileiro com o modelo de organização 
política adotado pelos Estados Unidos? 
 Sim. A Constituição de 1891 batizou o País como a República dos Estados Unidos 
do Brasil, tornando explícito o figurino norte-americano que modelou o seu 
conteúdo. Inspirados neste modelo, nossa primeira Constituição, pós-império, 
adotou a República Federativa como sistema institucional, liderado por um 
regime político presidencialista, onde a população passa a escolher os 
representantes dos municípios, estados e da federação por meio do voto direto. 
Os Estados da Federação passaram a ter grande autonomia, podendo 
empreender medidas próprias nos setores jurídico, fiscal e administrativo. 
Paralelamente, observamos a separação oficial entre o Estado e a Igreja. 
 
b) O regime do Padroado foi mantido pela Constituição de 1891? Justifique. 
Não. A partir da Proclamação da República e promulgação da Constituição de 
1891, houve a rejeição de qualquer união entre o poder civil e o poder religioso, 
colocando um fim, ao Regime do Padroado e instaurando-se um novo regime, 
o da separação Igreja/Estado. Desta forma, caberia ao Estadogarantir a 
liberdade e a igualdade de todos os cidadãos, independente dos valores morais 
e religiosos, garantindo a secularização do casamento, do registro civil, dos 
cemitérios, o término da educação pública confessional. 
 
c) Que razões teriam levado o governo republicano a produzir o Código Penal 
mesmo antes de organizar o Estado republicano por meio de uma constituição? 
Até a abolição da escravatura quase a totalidade da força de trabalho rural e também 
boa parte da urbana era negra, presume-se, então, que o contingente de ex-
escravos livres, e que foram as cidades em busca de trabalho, tenha 
contribuído vertiginosamente para o crescimento populacional urbano, o que 
deve ter assustado e muito as minorias dominantes. A criação de uma norma 
repressora seria alternativa em curto prazo para controlar e disciplinar este 
novo contingente de negros nas cidades. 
CASO 8 
A República Velha - (O período Oligárquico) 
Descrição: 
Você lembra que no Império o voto era censitário? Pois é... Porém, nos 
Capítulos 4 e 5 do nosso Livro Didático, você poderá perceber que na 
República as coisas mudaram e a Constituição de 1891 consagrou o chamado 
"voto universal", que em princípio aumentaria a possibilidade de que os 
representantes do povo fossem legítimos representantes da vontade popular. 
Pois é, mas parece que não foi bem assim na chamada "República 
Oligárquica". Feitas estas considerações, responda as perguntas abaixo: 
a) O que é o voto de cabresto e o que é curral eleitoral? 
O voto de cabresto é um sistema tradicional de controle de poder político 
através do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. É um 
mecanismo muito recorrente nos rincões mais pobres do Brasil como 
característica do coronelismo. Curral Eleitoral é uma expressão que indica uma 
região, cidade, bairro ou local aonde um político possui grande influência, é 
bastante conhecido ou aonde é muito bem votado. A origem da expressão vem 
do tempo em que o voto era aberto. Assim, os coronéis mandavam capangas 
para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar 
votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas 
como currais eleitorais. Nesses locais o coronel possuía todo poder em troca 
de proteção e trabalho. 
b) Por que razão, a adoção do voto universal na Constituição de 1891 não 
possibilitou a eleição de autênticos representantes da vontade popular? 
A introdução do sufrágio universal não aconteceu naquele momento, nem pela 
acepção do termo corrente durante o século XIX (de voto universal masculino, 
englobando os analfabetos), nem com a compreensão que se tem atualmente 
(de incorporação de mulheres e analfabetos). A Constituição de 1891 não 
introduziu esse tipo de voto no país. O sufrágio universal, que não foi adotado 
naquele momento, não foi, portanto, obra da República recém-instalada. Em 
realidade, o Governo Provisório, via decreto, gerou a eliminação do voto 
censitário como “innovação”. E também manteve a exclusão do direito de voto ao 
analfabeto (já constante na Lei Saraiva e suas regulamentações). E isso seria 
chancelado pelo Congresso Constituinte, como se observará em seguida. Por 
isso não foi um voto de acordo com a vontade popular. 
c) É possível afirmar que o chamado "voto de cabresto" ainda seja utilizado em 
pleno Século XXI? Justifique sua resposta. 
Atualmente, as práticas de “voto de cabresto” tornaram-se mais sofisticadas e 
continuam a vigorar, inclusive nos centros urbanos, onde a figura paramilitar a 
exercer a violência são as milícias. Logo, a vontade do eleitor é violada por 
narcotraficantes, milícias, líderes religiosos e pela manipulação das massas - e 
seus imaginários, por meio do clientelismo gerado pelos programas 
assistenciais 
CASO 9 
Você deve lembrar que as ideias iluministas do Século XVIII divulgavam que os 
homens eram iguais perante a lei. Esse reconhecimento da igualdade (formal) 
foi muito importante, mas deixava de responder a uma questão fundamental: 
como fazer valer essa igualdade em condições sócio econômicas tão díspares 
entre os seres humanos? A desigualdade na distribuição de riqueza e 
oportunidades colocaram em xeque alguns dos dogmas do capitalismo, sendo 
que, no decorrer do Século XIX, as classes trabalhadoras começaram a se 
organizar em busca da ampliação da igualdade formal, mas também em busca 
da chamada igualdade material. A Constituição de 1934 trouxe algumas 
importantes novidades que fizeram com que fosse considerada uma 
constituição moderna para a época. Dois temas parecem ser de grande 
relevância no período: o voto feminino e os direitos sociais. Todavia, essas 
conquistas não estão desconectadas da conjuntura internacional: pelo 
contrário, parece que nosso país tende a se alinhar com tendências externas. 
 
 
 
Neste sentido, responda as questões abaixo formuladas: 
a) Que acontecimentos (internos e externos) são determinantes para que a 
Carta de 1934 reconhecesse direitos sociais como direitos de índole 
constitucional? 
 
Alguns acontecimentos externos podem ser levantados, tais como a 
Carta da República Alemã de Weimar de 1919, mas também a 
Constituição Mexicana de 1917. A questão pode ser enfrentada a partir da 
pressão imposta pelos movimentos socialistas, comunistas, sindicalistas, 
anarquistas, anarco-sindicalista, entre outros. O fato é que o estado de 
bem-estar social ou assistencialista também chega ao Brasil por força 
destes movimentos. Além do mais, a política varguista ao fazer a opção 
de apoiar-se na classe trabalhadora, tendo-a como aliada para o exercício 
do poder, pôde dar-se, inclusive, ao luxo de prescindir do apoio de 
partidos políticos, pois se voltou para uma política de proteção legislativa 
aos trabalhadores urbanos. 
 
 
b) Quem está autorizado a votar, segundo a Constituição de 1934? O voto 
feminino era obrigatório ou facultativo, segundo a Constituição de 1934? 
 
A Constituição promulgada em 16 de julho de 1934, que representa o 
governo constitucional de Vargas – Estado Social, garantidor do bem 
estar social, dispôs da seguinte forma a respeito do sufrágio eleitoral: 
Art.108 - São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 
anos, que se alistarem na forma da lei. Parágrafo único - Não se podem 
alistar eleitores: 
a) os que não saibam ler e escrever; 
b) as praças-de-pré, salvo os sargentos, do Exército e da Armada e das 
forças auxiliares do Exército, bem como os alunos das escolas militares 
de ensino superior e os aspirantes a oficial; 
c) os mendigos; 
d) os que estiverem, temporária ou definitivamente, privados dos direitos 
políticos. 
 
Sendo em conformidade com o Art. 109 - O alistamento e o voto são 
obrigatórios para os homens e para as mulheres, quando estas exerçam 
função pública remunerada, sob as sanções e salvas as exceções que a 
lei determinar. 
Portanto, em razão do que informava o Art. 109 da Constituição 
Republicana de 1934, foi somente a partir da Constituição Republicana de 
1946 que o voto feminino passaria a ser obrigatório também para as 
mulheres, independentemente de exercerem atividade pública laborativa 
remunerada. 
 
Embora o sufrágio feminino já estivesse assegurado na forma da Lei 
ainda no Governo Provisório de Getúlio Vargas por força do Decreto nº 
21.076, de 24 de fevereiro de 1932, ou seja, o primeiro Código Eleitoral do 
País que considerou consoante o art. 2º eleitor o cidadão maior de 21 
anos, sem distinção de sexo, alistado na forma deste Código. Além de 
introduzir o voto secreto e a Justiça Eleitoral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 10 
Abaixo apresentamos dois dispositivos da Constituição de 1937, mais 
especificamente os artigos 11 e 12: 
 (...) ?Art. 11 - A lei, quando de iniciativa do Parlamento, limitar-se-á a regular, 
de modo geral, dispondo apenas sobre a substância e os princípios, a matéria 
que constitui o seu objeto. O Poder Executivo expedirá os regulamentos, 
complementares.Art 12 - O Presidente da República pode ser autorizado pelo Parlamento a 
expedir decretos-leis, mediante as condições e nos limites fixados pelo ato de 
autorização.? (...) Como se sabe, o Estado Novo se configurou em uma 
ditadura, entre outros motivos, por ter sido governado por meio exclusivo de 
Decretos-lei emanados pelo Poder Executivo, sem participação legislativa por 
parte do Parlamento. Todavia, conforme lido acima, era da responsabilidade do 
Parlamento (Poder Legislativo) limitar e autorizar a emanação dos referidos 
Decretos (art. 12), sendo que ao Poder Executivo caberia somente expedir os 
regulamentos, complementares às normatizações gerais estabelecidas pelo 
Parlamento (art.11) . Pergunta-se: 
a) Por que razão o Parlamento não se utilizou das prerrogativas que a 
Constituição lhe conferia? 
A ampliação das atividades do Estado contemporâneo impôs nova visão 
da teoria da separação de poderes e novas formas de relacionamento 
entre os órgãos legislativo e executivo e destes com o judiciário, tanto 
que atualmente se prefere falar em colaboração de poderes, que é 
característica do sistema parlamentarista, em que o governo depende da 
confiança do parlamento, enquanto, no presidencialismo, 
desenvolveram-se as técnicas da independência orgânica e harmônica 
dos poderes. 
 
b) É possível conceber um regime democrático com a concentração das 
funções executiva, legislativa e judiciária nas mãos do Chefe do Poder 
Executivo? 
Não, poderia dar ensejo a trágicos fins, uma vez que, como todos sabem, 
o homem se desvirtua ante a concentração e a não limitação de poder a 
ele outorgado 
 
c) O Estado Novo de Vargas é um caso isolado no período, ou pode ter 
recebido influências externas na forma como se configurou? 
Sim, recebeu influências militares. 
 
 
 
 
CASO 11 
 A adoção de um sistema político pluripartidário constitui uma das mais 
importantes manifestações da diversidade de opinião a ser garnatida pelos 
regimes que se definem como democracias. Com estudamos anteriormente, a 
Constituição de 1937 não incentivou a formação de um regime democrático. 
Nesse sentido 
 
a) Como a Cosntituição de 1946 tratou do tema e quais os principais partidos 
políticos do período? 
 
 
b) No que se refere aos direitos eleitorais, quais as diretrizes seguidas pela 
Constituição de 1946 que a distinguem das Cartas anteriores? 
Instituiu a justiça eleitoral. Promulgava-se a quinta Constituição 
brasileira, que congregou princípios liberais e conservadores. Por um 
lado, assegurou a manutenção da república federativa presidencialista, o 
voto secreto e universal para maiores de 18anos, excetuando-se militares, 
analfabetos e religiosos, a divisão do Estado em três poderes 
independentes, restauração das garantiasindividuais aos cidadãos, fim da 
censura e da pena de morte. 
c) Sabe-seque a nossa atual Constituição (1988) exige que os candidatos a 
Presidente e Vice-Presidente se elejam por uma mesma chapa. A Constituição 
de 1946 previa a mesma regra? 
Não, É imprescindível frisar que, pelo Ato Adicional de 2 de setembro de 
1961, foi instaurado o Parlamentarismo a fim de que decorrida a posse do 
Vice-Presidente João Goulart, em razão da renúncia de Jânio Quadros, 
fosse admitida pelos militares e conservadores. No entanto, com o 
plebiscito ocorrido em setembro de 1962, foi reestabelecido 
o Presidencialismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 12 
a) É possível correlacionar a notícia meteorológica com o que significou o AI-5 
no contexto político do período? Explique. 
O Ato Institucional Nº5,ouAI-5,foi o quinto de uma série de decretos 
emitidos pelo regimemilitar brasileiro nos anos seguintes ao Golpe Civil-
Militar de 1964noBrasil. 
 
CASO 14 
a) O que foi o movimento dos "Caras Pintadas" e o que representou no 
período? 
Oscaras- pintadas foi o nome peloqual ficouconhecido 
o movimento estudantil brasileiro realizado no decorrer do ano 
de 1992que teve, como objetivo principal, o impeachment do presidentedo 
Brasil na época, Fernando Collor de Melo. O movimento baseou-senas 
denúncias de corrupção que pesaram contra o presidente e, ainda,em 
suas medidas econômicas impopulares, e contou com a adesão de 
milhares de jovens em todo o país. O nome "caras- pintadas" referiu-se 
principal forma de expressão e símbolo do movimento: as cores verde e 
amarelo pintadas no rosto dos manifestantes.

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