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Teoria dos Poderes 2012 doc

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Curso On Line Renato Saraiva - Flavia Bahia - DIREITO CONSTITUCIONAL
1) PODER LEGISLATIVO
1.1) ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS (arts. 53 a 56 da CR/88)
a) Conceito: conjuntos das imunidades/inviolabilidades/prerrogativas que cercam a
função, o cargo do parlamentar, garantindo-lhe uma maior liberdade e autonomia
funcional.
Não se renuncia aquilo que você não possui. As imunidades e prerrogativas são
irrenunciáveis, pois são do cargo e não do parlamentar.
Não se acabam com as imunidades/prerrogativas, pois estão associadas à
independência funcional, e o art. 60, §4º, III, da CR/88 diz que temos como cláusula
pétrea a separação de poderes.
b) Prerrogativa de foro funcional (art. 53, §1º da CR/88)
Essa prerrogativa tem natureza criminal.
Vamos trabalhar com 2 situações:
● Crime comum ocorrido antes da diplomação: será julgado perante a
justiça comum. Quando é diplomado, o processo vai para o STF. Findo o
mandato, o processo volta para a justiça comum.
● Crime cometido após a diplomação: cabe ao STF receber a
denúncia/queixa; findo o mandato, os autos seguem para a justiça comum.
Nem sempre foi assim. Havia uma súmula n. 394 do STF, editada em 1964, que
prorrogava a competência da Corte para depois de findo o mandato. Essa súmula foi
cancelada em 1999, passando a vigorar a regra da atualidade do mandato (se tem
mandato, tem prerrogativa; caso contrário, não tem).
Foi editada a Lei n. 10.628/02 que restaura o teor da súmula. O CNMP agiu e
propôs a ADI 2797, a qual foi julgada em 2005 pelo STF, sendo declarada inconstitucional
com efeitos ex tunc.
Em 2007, o STF marcou a data de julgamento da Ação Penal n. 333 e, 5 dias antes
da data marcada, o deputado réu renunciou ao mandato. O advogado, então, peticionou
dizendo que o STF não é mais competente para julgar aquela ação, tendo em vista a
regra da atualidade do mandato. Os ministros perceberam que a renúncia foi intencional,
mas cederam e remeteram os autos ao foro competente.
Em 2010, ocorre a mesma situação na Ação Penal n. 396, envolvendo deputado de
Rondônia. O direito de renúncia existe, o que não existe é o abuso desse direito. Essa
renúncia na véspera do julgamento é abusiva.
Hoje, prevalece a regra da atualidade do mandato para fins de instituir a
prerrogativa de foro.
A prerrogativa de foro funcional instituída na CR/88 afasta a competência do
Tribunal do Júri. Então, o, STF é competente para julgar parlamentares nos crimes
dolosos contra a vida. Se a prerrogativa foi instituída na Constituição estadual, como no
caso dos vereadores, a competência do Júri não fica afastada.
c) Imunidades materiais (inviolabilidades parlamentares) (art. 53, caput, CR/88)
Tem origem no direito inglês no freedom of speech.
A EC 35/01 altera a redação do art. 53, caput, CR/88 passando a prever, conforme
já sedimentado na doutrina e jurisprudência, que a imunidade se refere tanto à esfera
penal quanto cível.
A imunidade não se refere a todas as manifestações do parlamentar, mas
àquelas consideradas funcionais ou em razão do cargo ocupado. Em Plenário, nas
Casas do Congresso, nas CPIs, nas Comissões, o STF entende que essa imunidade é
quase absoluta.
Se os parlamentares estão fora do Plenário (em outra cidade/estado, ou nos
meios de comunicação), mas as palavras/manifestações estão ligadas ao exercício
funcional, haverá também extensão da imunidade.
1
d) Imunidades Formais
Dividem-se em:
● Prisão (art. 53, §2º, CR/88): em regra, não há prisão de parlamentar. A
prisão cautelar é bem restrita, somente em razão de prisão por crime
inafiançável (art. 5º, XLII, XLIII e XLIV, da CR/88), e será comunicada à
Casa a que pertence o parlamentar, ou seja, os autos serão remetidos em
24h à respectiva Casa legislativa, que pode, a qualquer tempo, pela maioria
de seus membros, "resolver" (relaxar) sobre a prisão.
A CR/88 não trata da prisão decorrente de sentença penal condenatória
transitada em julgado, pois se o parlamentar não puder ser preso nessa
condição, a atuação da Justiça ficaria prejudicada.
● Processo (art. 53, §§3º a 5º, CR/88): mudou muito com a EC 35/01. Antes,
o STF não podia iniciar o processo criminal; tinha que comunicar à
respectiva Casa legislativa e esta concedia ou não licença para
prosseguimento do processo. Essa autorização não existe mais.
Hoje, o STF dá ciência à Casa legislativa à qual pertence o parlamentar, que
não pode fazer nada. Porém, qualquer partido político, com representação
na respectiva Casa (com pelo menos um eleito, que não precisa ser do
mesmo partido do parlamentar processado), pode oferecer um pedido de
sustação da ação. A Casa tem 45 dias para deliberar sobre esse pedido.
Se, pela maioria de seus membros, decidir favoravelmente, a Casa
comunicará ao STF tal decisão, o qual não poderá levar o parlamentar a
julgamento durante o seu mandato. Nesse prazo, o prazo prescricional
fica suspenso.
Para o parlamentar fazer jus a imunidade formal processual, o crime deve
ter sido cometido após a diplomação. A diplomação é o ato realizado pela
Justiça Eleitoral que confirma que a eleição se operou de maneira válida,
sendo normalmente realiada até o dia 19/12 do ano em que a eleição foi
realizada. É diferente da posse, que ocorre no dia 1º/02 do ano seguinte à
eleição.
e) Imunidades para os parlamentares estaduais e municipais
● Deputados Estaduais (art. 27, §1º, da CR/88): dispositivo de observância
obrigatória no plano dos estados. O tratamento jurídico é o mesmo dos
parlamentares federais, ou seja, também gozam da imunidade material
(opiniões, palavras e votos) e formal (prisão e processual). Têm, ainda,
prerrogativa de foro (serão julgados perante o TJ)
● Deputados Distritais (art. 32, §3º, da CR/88): o tratamento jurídico é o
mesmo dos deputados estaduais e dos parlamentares federais.
● Vereadores (art. 29, VIII, da CR/88): não há o mesmo grau de imunidade
previsto para os demais parlamentares.
A imunidade material é restrita, nos limites do município para o qual o
vereador foi eleito.
E mais, vereador não goza de imunidade formal, mesmo que haja previsão
na Constituição Estadual, pois o STF entende que se não há previsão na
CR/88 não pode haver tal previsão na Carta estadual.
Quanto a prerrogativa de foro funcional, o STF entende que algumas delas
podem ser previstas para vereadores na Constituição Estadual, desde que
respeitada a Súmula 721 do STF (prerrogativa de foro instituída apenas pela
Carta Estadual não afasta a competência do Tribunal do Júri).
Art. 53, §8º, da CR/88: estado de defesa e de sítio são situações de crise. As
imunidades preservam a independência do Congresso. Em regra, ela subsiste durante o
estado de sítio, podendo ser suspensa nos casos previstos na CR/88. No estado de
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defesa, entretanto, a imunidade não pode ser suspensa.
Segundo o STF, o parlamentar afastado por força do art. 56, I, da CR/88 terá suas
imunidades (materiais e formais) suspensas; entretanto, terá a prerrogativa de foro
mantida.
1.2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI) (art. 58,§3º, da CR/88)
a) Histórico
A CPI tem origem no direito inglês. No Brasil, a primeira a instituir foi a Constituição
de 1934, mas a de 1988 foi a que mais investiu poderes à CPI.
A CPI não possui os mesmos poderes que o juiz possui na condução de processo
penal, apesar de constar que tem poderes de investigação próprios de juiz. O STf
minimiza essa equiparação há muitos anos.
A CPI é aberta na função típica ou atípica do Poder Legislativo? R: a CPI não julga
ninguém; se for o caso, ela entregará o relatório ao MP. É manifestação de atividade de
fiscalização, ou seja, exercício típico da tarefa legislativa.
b) Requisitos (cumulativos) para abertura de CPI
● 1/3 das assinaturas dos membro da Câmara (171 deputados) e/ou
● 1/3 das assinaturas dos membros do Senado (27 senadores) +
● Existência de fato determinado (objeto) +
● Prazo certo
A CPI pode ser instaurada só na Câmara e também na Câmara e no Senado,
oportunidade em que será chamada da Comissão Mista (CMPI).
Ela precisa ter um objeto, um direcionamento, mas nada impede que, ao longo dasinvestigações, esse objeto seja ampliado, tendo em vista o descobrimentos de novas
irregularidades.
O prazo de duração da CPI, em princípio é de 60 dias, mas pode ser prorrogado
quantas vezes for necessário para conclusão dos trabalhos (inúmeras prorrogações),
entendendo o STF que não há limite máximo de prorrogação, desde que haja
fundamentação para que essa prorrogação seja feita. O prazo não pode ultrapassar o de
uma legislatura (no máximo 4 anos).
c) CPI nos Estados e Municípios
É perfeitamente possível CPI no âmbito estadual e municipal. Porém, não pode
ofender os interesses federativos, ou seja, CPI municipal apura interesse local e a CPI
estadual apura questões de interesse regional.
d) ADI 3619 e Direito das Minorias
A CPI estadual pode estabelecer novos requisitos para a sua abertura? Em SP, por
exemplo, ficou estabelecido que as assinaturas dos membros tinham que passar pelo
crivo do Plenário da Casa Legislativa. Essa questão chegou ao STF que entendeu que se
essa disposição prevalecer, só os partidos maiores conseguirão abrir CPI, prejudicando
os partidos pequenos. Vivemos num país em que o pluralismo político é garantido.
Os requisitos para abertura de CPI estadual/municipal devem ser simétricos com
aqueles necessários para a CPI federal.
e) Número máximo de CPI´s. Imunidades
Para o STF, respeitados os requisitos constitucionais para abertura da CPI, não há
número máximo.
As imunidades parlamentares devem ser mantidas durante a CPI.
f) O que a CPI não pode fazer (restrições)
Há que se observar o Princípio da Reserva de Jurisdição: tudo aquilo que a
CR/88 destina que seja realizado apenas pelo Poder Judiciário a CPI não pode fazer.
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● Art. 5º, XI: violação da "casa" (salvo na situação de flagrante, desastre),
lembrando o conceito amplo de casa;
● Art. 5º, XII: captação de conversa telefônica. A CPI não pode nem ter cópia
da transcrição da conversa telefônica;
● Art. 5º, XIX: suspensão/dissolução das atividades de associação (só por
decisão judicial);
● Art. 5º, LXI: expedir mandado de prisão. A prisão que pode ocorrer é a em
flagrante;
● Determinar medida de constrição/cerceamento de bens (sequestro, arresto,
penhora) dos investigados;
● Impedir que uma pessoa deixe o Estado/país;
g) O que a CPI pode fazer (poderes)
● colher depoimentos de testemunhas/investigados;
● transportar-se para diversas localidades, caso seja necessário;
● determinar a realização de perícias;
● solicitar auditorias, visitas do TCU;
● quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e telefônicos dos investigados.
Dados telefônicos (conta, histórico, aquilo que está documentado) não se
confundem com interceptação telefônica;
● convocar magistrados para depor na qualidade de testemunhas e não de
investigados. Os magistrados não devem responder questões funcionais, as
perguntas devem girar em torno de questões administrativas;
● convocar membros do MP, os quais, em nome da autonomia funcional,
serão convocados como testemunhas;
h) Outras informações importantes
A CPI pode ter acesso a documentos sigilosos, mas não pode divulgá-las.
As sessões podem ser gravadas/transmitidas sem que isso configure abuso; é a
regra da transparência administrativa.
Todas as decisões da CPI devem ser fundamentadas e observar o Princípio da
Colegialidade (devem ser tomadas pela maioria dos membros).
O direito ao silêncio é garantido para os investigados e testemunhas (privilégio
contra a autoincriminação).
As ilegalidades eventualmente cometidas ficam a cargo do STF.
1.3) Imunidades e Responsabilidades do Presidente da República (arts. 85 e
86 da CR/88)
1.3.1) Imunidades Formais: não podem ser renunciadas, nem extintas por EC,
pois separação de poderes é cláusula pétrea (art. 60, §4º, III, da CR/88)
a) Prisão (art. 86, §3º, da CR/88): enquanto não sobrevier sentença condenatória
criminal, não haverá prisão do Presidente. Em regra, não há prisão criminal a que o
Presidente possa estar sujeito. Excepcionalmente, pode ser decretada, qual seja, prisão
fruto de sentença condenatória transitada em julgado. Não há prisão cautelar que possa
levar o Presidente ao cárcere.
b) Processo (arts. 51, I, c/c 86, caput, da CR/88): não é levado a julgamento direto;
deverá existir um juízo de admissibilidade das acusações contra o Presidente da
República, mediante aceitação de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados (342
deputados). Feito o juízo positivo de admissibilidade pela Câmara, o STF está autorizado
a apreciar a prática de crime comum e o Senado a instaurar o impeachment por crime de
responsabilidade.
1.3.2) Prerrogativa de Foro
a) Crime comum: o STF julga se houver autorização pela Câmara. São os crimes
previstos no CP e legislação extravagante, crimes eleitorais e contravenções penais.
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b) Crime de responsabilidade: não são crimes propriamente dito, mas infrações
administrativas previstas no art. 85 da CR/88 e Lei n. 1079/50.
Súmula 722 do STF: a competência para legislar sobre crime de responsabilidade
é da União.
A ampla defesa e o contraditório são respeitados perante a Câmara (no juízo de
admissibilidade), ao Senado (no impeachment) e ao STF (no julgamento de crime
comum).
Observações referentes ao processo no Senado:
O art. 52, p. único, da CR/88 dispõe que, após o recebimento da acusação pelo
Senado, a presidência no processo de impeachment é ocupada pelo Presidente do STF.
Para a aplicação de sanção, é necessário 2/3 dos membros do Senado, sendo essa
sanção aplicada de forma cumulativa, ou seja, perda do cargo mais inabilitação ao
exercício de qualquer cargo/emprego/função pública por 8 anos.
Nada impede que outras sanções sejam impostas; sem prejuízo das sanções
judiciais.
As decisões de mérito do Senado são irrecorríveis, não podem ser reapreciadas
pelo STF.
Até que momento a renúncia do Presidente afasta a atuação do Senado? Tivemos
esse caso com o ex-presidente Collor, que saiu do cargo quando já havia sido instaurada
a sessão de julgamento no Senado. O STF entendeu que a renúncia ocorreu tarde
demais.
1.3.3) Suspensão das funções (art. 86, §§1º e 2º da CR/88)
Quando o Senado recebe as acusações ou quando o STF recebe a denúncia ou
queixa, nesse instante o Presidente ficará suspenso de suas funções.
Essa suspensão dura 180. Passado esse período e o julgamento ainda não tiver
ocorrido, o Presidente reassume.
Quem assume o Presidente nesse período? R: o Vice. Ele assume como sucessor
ou substituto? R: a sucessão só ocorre em caso de vacância. Em situação temporária, o
que há é substituição.
1.3.4) Cláusula de irresponsabilidade penal relativa (art. 86, §4º da CR/88)
Durante o mandato, o Presidente não será responsabilizado por atos (crimes)
estranhos ao exercício de suas funções.
É uma cláusula penal.
Se o presidente comete algum crime antes de se tornar presidente (antes do
mandato), o processo corre na 1a instância e não sobe para o STF após a diplomação.
Fica suspenso o curso da ação e do prazo prescricional.
Se cometer crime durante o mandato, tem que ver se é relacionado ao exercício
das funções.
O STF não tem competência para julgar o Presidente da República por crimes
ocorridos antes da diplomação, tampouco durante o mandato, mas sem relação com
exercício funcional.
O STF só julga o Presidente por crimes relacionados à sua função, como, por
exemplo, crimes contra a Administração Pública.
1.3.5) Governadores e Prefeitos. ADI´s 1022 e 978
Há, para os Governadores e Prefeitos, prerrogativas de foro criminal. O
Governador é julgado, em caso de crime comum, perante o STJ (art. 105, I, a, da CR/88)
e o Prefeito, em caso de crime comum, perante o TJ (art. 29, X, da CR/88).
Não cabe ao STF ampliar o que o constituinte não ampliou. A interpretação, com
relação às imunidades de Governadores e Prefeitos, deve ser feita de maneira restrita.
Há julgados do STF que informam que o art. 86, §3º, da CR/88 é exclusivo do
Presidente da República, não valendo para Governadores e Prefeitos (tanto que o Arruda
ficou preso por 2 meses).
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O art. 86, §4º, da CR/88 também é exclusivo do Presidentee não pode estar
presente nas Cartas estaduais.
O art. 86, caput, da CR/88, que prevê o juízo de admissibilidade das acusações
contra o Presidente (seja por crime comum, seja por crime de responsabilidade), podem
ser estabelecidas no plano estadual e municipal.
Não há previsão constitucional de prerrogativa de foro com relação a crimes de
responsabilidade, havendo entendimento no sentido de que cabe às Cartas estaduais
instituírem essa prerrogativa.
2) PROCESSO LEGISLATIVO
Formado por um complexo de atos, algumas vezes conjugados entre Legislativo e
Executivo.
Compreende a elaboração das normas do art. 59 da CR/88.
2.1) Lei Complementar e Lei Ordinária
2.1.1) Introdução
O STF já decidiu que inexiste hierarquia entre essas normas, pois ambas
retiram fundamento jurídico de validade diretamente da CR/88. São normas primárias.
Há diferença entre elas com relação à matéria e ao quorum.
Quando a CR/88 quer tratar de determinada matéria por lei complementar, ela o faz
expressamente, como no art. 93, caput. Quando não há previsão expressa, a CR/88
apenas usa a expressão "lei", como no art. 5º, XXXII.
A maioria absoluta aprova a lei complementar (art. 69 da CR/88) e a maioria
simples aprova lei ordinária (art. 47 da CR/88).
Pode uma lei ordinária revogar lei complementar? R: o STF já pacificou o
entendimento no seguinte sentido: se a lei complementar é complementar na forma, mas
tem conteúdo de lei ordinária (formalmente complementar e materialmente ordinária),
não há empecilho algum à revogação.
2.1.2) Fases que compõem o processo de formação das leis ordinária e
complementar
1. Fase Introdutória: apresentação do projeto de lei.
2. Fase Constitutiva: é dividida em:
a) Deliberação Parlamentar;
b) Deliberação Executiva.
3. Fase complementar: promulgação e publicação da lei (e não mais do
projeto de lei)
2.1.3) Atos do processo legislativo
a. Iniciativa: trata-se da apresentação do projeto de lei. Pode ser:
● parlamentar;
● extraparlamentar (ex: Presidente da República, povo);
● reservada/privativa (arts. 61, §1º e 93, caput, da CR/88): aqui, há muito
vício de iniciativa, ou seja, projeto é apresentado por quem não tem
iniciativa para tanto. A sanção presidencial não convalida esse vício.
Ex: Deputado Federal apresenta projeto de lei que cria órgão público (é
matéria privativa do Presidente);
● concorrente (art. 61, caput)
A Câmara é a casa iniciadora por excelência (art. 64 da CR/88). O Senado, que
normalmente é a casa revisora, pode se tornar iniciadora, basta que apresente o projeto
de lei.
b. Discussão e Emendas: as discussões começam nas comissões das Casas
Legislativas, dentre as quais merece destaque a CCJ, pois ela realiza
controle preventivo político de constitucionalidade.
6
As emendas são as alterações que o projeto de lei pode receber. Elas
podem ser supressivas, aglutinativas, dentre outras. Pelo art. 63 da CR/88,
projetos de lei do Presidente da República podem sofrer alterações, desde
que não acarretem aumento de despesa.
c. Votações: a lei complementar é aprovada por maioria absoluta (art. 69 da
CR/88) e a maioria simples aprova a lei ordinária (art. 47 da CR/88).
Maioria absoluta é a maioria da totalidade, ou seja, na Câmara (513) são
257 deputados e no Senado (81) são 41 senadores.
Já a maioria simples é a maioria dos presentes, desde que estejam
presentes, no mínimo, a maioria absoluta, ou seja, se na Câmara estiver
presente o mínimo exigido (257), precisa-se da aprovação de 129
deputados; no senado (41), precisa-se de 21 senadores.
d. Sanção/Veto do Presidente da República: manifestação clara de freios e
contrapesos (Princípio da Separação dos Poderes). Deve ocorrer no prazo
de 15 dias úteis a contar do recebimento do projeto. A sanção pode ser
tácita ou expressa, mas o veto só poder ser expresso. O veto não pode ser
de palavra ou expressão. Veto parcial só pode recair sobre texto integral de
parágrafo, artigo, inciso, ou alínea violadores da Constituição. O veto é
irretratável pelo Presidente, mas é superável pelo Congresso na forma do
art. 66 da CR/88.
O veto pode ser:
● Material: dado em razão do conteúdo da norma;
● Formal ou jurídico: dado em razão da inconstitucionalidade
e. Promulgação e Publicação: para José Afonso, não faz parte do processo
legislativo em si, pois recaem sobre a lei e não mais sobre o projeto de lei.
São os atos finais. A promulgação certifica formalmente a existência da
norma, confirmando que ela foi elaborada de acordo com o processo
legislativo existente. A publicação dá notoriedade à norma com a sua
inserção no diário oficial. De acordo com o STF, é a partir da promulgação
que a norma pode ser objeto das ações do controle concentrado.
2.1.4) Simulação do Processo Legislativo
A Câmara dos Deputados (normalmente como casa iniciadora) pode:
● aprovar o projeto como ou sem alterações: o projeto vai para o Senado;
● rejeitar: aplica-se o art. 67 da CR/88, que, de acordo como STF, é
conhecido como Princípio da Irrepetibilidade.
O Senado Federal (normalmente casa revisora) pode:
● aprovar o projeto sem alterações: o projeto é remetido para o Presidente
da República para sanção ou veto
● aprovar o projeto com alterações: as alterações podem ser:
i) substanciais: o projeto retorna para a casa iniciado para, em um só turno
de deliberação, decidir se concorda ou não com as alterações e, depois,
encaminhar o projeto para o Presidente da República. A casa não pode
fazer emenda de emendas, ou seja, fazer novas alterações.
ii) redacionais: projeto é remetido para o Presidente da República (para
sanção ou veto), não precisando voltar para a casa iniciadora.
● rejeitar: aplica-se também o art. 67 da CR/88 (Princípio da Irrepetibilidade)
O Presidente da República tem 15 dias úteis para sanção ou veto. Se o veto é
parcial, o restante da norma (parte não vetada) é sancionada tacitamente, sendo
encaminhada para promulgação e publicação.
Art. 66 da CR/88: quando o Presidente da República vetar, ele deve apresentar as
razões do veto (inconstitucionalidade do projeto ou contrariedade do projeto ao interesse
público) em 48 horas ao Presidente do Senado.
7
Apresentadas as razões, há um prazo de 30 dias para a sessão conjunta entre
deputados e senadores para a derrubada do veto, sendo necessária, para tanto, a maioria
absoluta de cada casa do Congresso Nacional (257 votos na câmara e 81 no Senado).
A sessão conjunta difere da sessão unicameral. Nesta, deputados e senadores são
congressistas, a votação é conjunta e cada voto tem o mesmo valor. Na sessão conjunta,
ao contrário, a votação é separada.
Derrubado o veto presidencial, a norma precisa ser promulgada. O primeiro que
pode fazer isso é o Presidente da República, que tem 48 horas para tanto. Se não fizer,
passa para o Presidente do Senado que terá mais 48 horas. Não o fazendo, deixando o
prazo passar, cabe ao Vice Presidente do Senado promulgar a norma, sob pena de
incorrer na prática de crime de responsabilidade.
Se a sessão conjunta não for realizada, a pauta das casas ficará trancada, na
forma do art. 66, §6º, da CR/88.
Observações
Art. 58, §2º, I, da CR/88: aplicado a projetos de lei ordinárias mais simples, que não
exigem a aprovação do plenário.
Art. 64, §§1º a 4º, da CR/88: referem-se ao Processo Legislativo Sumário,
deflagrado pelo Presidente da República (sejam projetos de sua iniciativa privativa ou
não). Esse processo é concluído em, no máximo 100 dias (§2º). A Câmara tem 45 dias
para deliberar; se não votar nesse período, a pauta é trancada. Chegando ao Senado, ele
também tem mais 45 dias. Havendo alterações, o projeto volta à Câmara, que terá 10 dias
para apreciação, totalizando um limite máximo de 100 dias. Esse processo sumário (como
prazos céleres) não se aplica a projetos de código (§4º).
2.2) Medidas Provisórias (art. 62 da CR/88)
Infelizmente, são muitas as MPs. Antes dela, havia o Decreto Lei, muito mais
banalizado.
As MPs enfrentaram uma reforma constitucional pela EC n. 32/2001.
2.2.1) Natureza Jurídica
Trata-se de ato normativo primário, já que retira seu fundamentode validade da
Constituição. Tem força de lei (ordinária) e, por consequência, não pode dispor sobre
matéria de lei complementar.
2.2.2) Medidas Provisórias nos Estados e Municípios
É possível a edição de Medidas Provisórias nos planos estadual e municipal, desde
que haja previsão do procedimento na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal.
Deve haver um respeito ao que dispõe a CR/88.
Ex: Medida Provisória estadual não pode tratar sobre gás canalizado, por expressa
vedação constitucional no art. 25, §2º da CR/88.
A maioria dos estados, na prática, não apresentaram a MP como espécie
normativa, mas, na teoria, isso é possível.
2.2.3) Medida Provisória e controle de constitucionalidade
A Medida Provisória pode ser objeto dos sistemas difuso e concentrado de controle
de constitucionalidade.
a) Controle concentrado
Se, no curso da ADI, a Medida Provisória for convertida em lei com alterações
substanciais, ou for rejeitada, a ação será julgada extinta sem decisão de mérito por
perda de objeto.
Se, por outro lado, a Medida Provisória for convertida em lei sem alterações ou
com alterações não substanciais, a ação prosseguirá, devendo o autor promover um
aditamento à peça inicial.
Destaque-se que a lei ordinária de conversão não convalida os vícios de origem da
Medida Provisória.
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b) Requisitos de relevância e urgência
O STF vem permitindo, ainda que excepcionalmente, a análise dos requisitos de
relevância e urgência, podendo haver a declaração de inconstitucionalidade de Medida
Provisória que não tenha observado tais requisitos (Informativo n. 599 do STF).
2.2.4) Limitações Materiais
a) Expressas (arts. 62, §1º; 25, §2º; e 246 da CR/88 e art. 73 do ADCT): limites
que a própria Constituição traz (determinados assuntos não podem ser objeto de MP).
b) Implícitas: em nome do Princípio da Separação de Poderes, a MP não pode
versar sobre matérias dos arts. 49, 51 e 52 da CR/88.
2.2.5) Aspectos Procedimentais
Tramita um PEC para mudar o regramento jurídico das Medidas Provisórias.
a) Prazo de produção de efeitos: a MP nasce para produzir 60 dias de efeitos
jurídicos. O art. 62, §§ 3º, 4º e 7º, da CR/88 autorizam a prorrogação automática por mais
60 dias. O prazo máximo, no entanto, não é de 120 dias, pois, durante o recesso
parlamentar, o prazo fica suspenso.
b) Casa iniciadora: sempre a Câmara dos Deputados (art. 62, §8º da CR/88),
portanto o Senado é sempre a casa revisora.
c) Vedação à reedição (art. 62, §10, da CR/88): não há essa possibilidade na
mesma sessão legislativa.
d) Trancamento de pauta (art. 62, §6º, da CR/88): esse trancamento tem
prejudicado muito todo o processo legislativo brasileiro. Uma das mudanças da PEC é
justamente nesse ponto. A Câmara e o Senado não deliberam em conjunto. A Câmara
tem 45 dias para deliberar sobre a MP. Se não o fizer, haverá trancamento de pauta.
O prazo de 45 dias é contado apenas uma vez; então, se ele já decorreu na
Câmara, o projeto de conversão da MP em lei já entra no Senado trancando a pauta.
Esse trancamento da pauta é geral (tanto para lei quando para emendas e demais
espécies normativas). Em 2009, o então Presidente da Câmara Michel Temer emitiu
posicionamento no sentido de que o trancamento é só dos projetos de lei ordinárias (não
se estende a todas as espécies normativas), o qual foi objeto de MS ainda pendente de
julgamento pelo STF. Porém, tudo indica que a Suprema Corte irá manter esse
posicionamento.
e) Aprovação com ou sem alterações
Se a MP for convertida em lei ordinária sem alterações, não há sanção ou veto do
Presidente da República. O Presidente do Congresso Nacional (que é o Presidente do
Senado) tratará de promulgar a lei ordinária de conversão.
Se a MP for convertida em lei ordinária com alterações, o art. 62, §12, da CR/88
diz que haverá sanção/veto do Presidente da República.
f) Rejeição tácita ou expressa
Não há conversão tácita de Medida Provisória em lei ordinária.
A rejeição tácita ocorre com o decurso do tempo.
Com a rejeição, os efeitos jurídicos da MP deixarão de ser produzidos a partir dali
(efeitos ex nunc).
Entretanto, caberá ao Congresso, no prazo de 60 dias (contados da rejeição da
MP), disciplinar, por meio de decreto legislativo, os efeitos da MP enquanto ela exista,
para que a rejeição se opere de maneira retroativa (efeitos ex tunc).
Se o Congresso não elaborar esse decreto, as relações jurídicas criadas pela MP
continuarão por ela preservadas.
2.2.6) Medidas Provisórias anteriores à EC n. 32/2001
Com base no art. 2º da EC n. 32/2001, as MPs que estavam em vigor na data da
promulgação da EC n. 32/01 continuam a produzir os seus efeitos jurídicos até que haja
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uma deliberação definitiva a seu respeito.
2.3) Resoluções e Decretos Legislativos
São atos normativos primários extraídos diretamente da Constituição (art. 59 da
CR/88).
Em nome da Separação de Poderes, não há sanção ou veto do Presidente da
República no processo de elaboração dessas normas.
O processo de formação dessas normas estão no Regimento Interno das Casas
Legislativas.
A Resolução, em regra, exterioriza as matérias de competência da Câmara e
do Senado, quando atuam separadamente (arts. 51 e 52 da CR/88).
São as resoluções, portanto, unicamerais. É possível resolução bicameral, quando
o Congresso a edita. Ex: art. 68, §2º da CR/88.
O Decreto Legislativo é, por natureza, bicameral. Por meio dele, o Congresso
dispõe sobre as matérias do art. 49 da CR/88.
2.4) Lei Delegada (art. 68 da CR/88)
a) Introdução
Nunca foram produzidas em larga escala.
Ela nasce de um pedido do Presidente da República ao Congresso Nacional para
que este aceite ou não delegar poder político ao Presidente.
Trata-se de uma exceção ao Princípio da Indelegabilidade do Poder Político do
Estado.
Em regra, o poder político é indelegável, imprescritível, uno e indivisível.
É ato normativo primário extraído diretamente da Constituição (art. 59 da CR/88).
b) Limitações materiais expressas: art. 68, §1º, da CR/88
Pelo art. 68, §2º, da CR/88, a delegação legislativa (autorização do Congresso
permitindo que o Presidente possa editar a lei delegada) é feita através de uma resolução.
c) Art. 49, V, da CR/88: o Congresso pode sustar os atos do Executivo que tenham
exorbitado os limites da delegação legislativa, num verdadeiro de controle repressivo
político de constitucionalidade. O Congresso autoriza o Presidente a legislar nos limites
da delegação. A sustação produz efeitos ex nunc.
d) Espécies de delegação legislativa: há dois grupos.
● atípica/imprópria/impura (art. 68, §3º da CR/88): é uma delegação com
retorno, ou seja, o Congresso delibera sobre o projeto de lei delegada
concordando ou não.
● típica/própria/pura: é a delegação sem retorno, ou seja, o Congresso
autoriza o Presidente sem análise do projeto.
3) Súmula Vinculante
a) Histórico
A Reforma do Judiciário, implantada pela EC n. 45/2004, teve como um dos
objetivos a uniformização da jurisprudência. Isso veio com a Súmula Vinculante e com a
Repercussão Geral em Recurso Extraordinário (art. 102, §3º, da CR/88).
Para Marinoni, como requisitos da Repercussão Geral temos a relevância somada
à transcendência (transcende os interesses subjetivos da parte na causa).
A Súmula Vinculante vem com o objetivo de trazer a uniformização da
jurisprudência em defesa da supremacia da Constituição e da segurança jurídica.
b) Base Legal
Art. 103-A da CR/88, inserido pela EC n. 45/2004, e Lei n. 11.417/06.
O STF entendeu não ser o art. 103-A da CR/88 não autoaplicável, tanto que só
passou a editar súmulas vinculantes após o advento da Lei n. 11.417/06.
Os efeitos vinculantes da súmula serão sentidos por todos os órgãos do Poder
Judiciário e por toda a Administração Pública, mas não atingirá o Poder Legislativo na
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sua tarefa legiferante (atingindo-o quando exerce funções administrativas).
c) Requisitos
● matéria constitucional sedimentada, evitando que a súmula verse sobre
tema ainda controvertido. Essa matéria tem que estar sedimentada no
controle difuso, pois as decisões no controle concentradojá produzem os
efeitos vinculantes buscados na súmula.
Ex: Súmula Vinculante n. 2 c/c art. 22, XX, da CR/88;
● controvérsias judiciais/administrativas atuais a respeito do tema que
está sendo sumulado;
● quorum para aprovação, revisão ou cancelamento de 2/3 dos ministros (8
julgadores)
d) Provocação para editar, revisar ou cancela uma súmula vinculante (art.
103-A da CR/88 e art. 3º da Lei n. 11.417/06).
Quem pode levar ao STF uma proposta de edição/revisão/cancelamento de súmula
vinculante?
● O STF, de ofício, pode se autoprovocar para editar súmula vinculante. Várias
súmulas foram assim criadas;
● Legitimados ativos do art. 103, I a IX, da CR/88;
● Defensor Público Geral da União;
● Todos os tribunais.
Apesar de ainda não possuir uma natureza jurídica bem definida, ela não pode ser
objeto das ações de controle concentrado de constitucionalidade, conforme julgamento da
ADPF n. 147. Se se quer uma revisão ou cancelamento, basta um requerimento feito por
um dos legitimados acima mencionados.
e) Atuação do PGR
De acordo com o art. 2º, §2º da Lei n. 11.471/06, o PGR atuará como custus legis
nos processos de edição, revisão ou cancelamento de súmulas vinculantes que não
tenham sido por ele deflagrados.
f) Amicus Curiae
De acordo com o art. 3º, §2º da Lei n. 11.471/06, qualquer entidade civil (sindicato,
ONG, etc) pode pleitear a sua participação como amicus curiae; uma participação
parecida com aquela no controle concentrado.
g) Incidental de Súmula Vinculante
O município não pode apresentar diretamente ao STF uma proposta de
edição/revisão/cancelamento de súmula vinculante. O art. 3º, §1º da Lei n. 11.471/06
prevê a possibilidade de o município propor uma incidental de edição, revisão, ou
cancelamento de súmula vinculante, a qual não impede o regular andamento do processo
principal (não há suspensão do feito).
h) Modulação temporal dos efeitos da súmula
De acordo com o art. 4º, da Lei n. 11.471/06, essa modulação é possível se tiver a
votação de 2/3 dos membros do STF nesse sentido e presentes os requisitos do interesse
público e da segurança jurídica.
4) RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL (art. 7º, da Lei n. 11.417/06)
Não cabe reclamação em face de decisão que descumpra súmula não vinculante.
A reclamação é instrumento de fiscalização e preservação da jurisdição
constitucional.
A reclamação só pode ser oferecida pelo PGR e não pelos ramos do Ministério
Público (MPT, MPF, MPDFT e MPM), conforme art. 46 da LC 75.
Além do PGR, qualquer pessoa pode oferecer reclamação constitucional se no
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curso de um processo judicial (em que figure como parte) houver descumprimento de
súmula vinculante.
Ressalva (art. 7º, §1º, da Lei n. 11.417/06): da decisão administrativa que
contrariar súmula vinculante só caberá reclamação se houver comprovação de
esgotamento de instância.
Ex: a Súmula Vinculante n. 12 do STF dispõe que não pode ser cobrado taxa de
matrícula nas universidades públicas. Se ao aluno, no momento da matrícula, for cobrado
tal taxa, ele poderá ajuizar MS e caso o juiz entenda devida a cobrança, cabe não só
recurso no MS como reclamação constitucional.
5) Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
5.1) Base Legal: art. 103-B da CR/88.
5.2) ADI 3367
A EC n. 45/2004 foi objeto da ADI 3367, julgada improcedente.
Nessa ADI, pleiteava-se a declaração de inconstitucionalidade por duas razões,
quais sejam: violação (a)da cláusula federativa e (b)da separação de poderes (art. 60,
§4º, I e III, da CR/88).
a) Violação da cláusula federativa
Sendo o CNJ um órgão federal, como ele irá fiscalizar a atuação (ainda que
administrativa e financeira) de um órgão estadual.
O STF manifestou que o CNJ não é órgão federal (da União), mas sim um órgão
nacional
b) Violação da separação de poderes
Nesse ponto, houve questionamento com relação às atribuições do CNJ e à sua
composição.
Para o STF, o CNJ é o único órgão do Poder Judiciário desprovido de atividade
jurisdicional, logo não há afetação à separação de poderes.
Com relação à composição mista/híbrida, o STF, da mesma forma, entendeu que
não há afronta à separação de poderes, até porque esse tipo de composição também
está presente nos Tribunais de todo país, os quais devem observar a regra do quinto
constitucional.
5.3) Atribuições do CNJ
O CNJ é órgão do Poder Judiciário, entretanto é desprovido de atividade
jurisdicional típica.
Foi criado para reforçar a fiscalização administrativa e financeira dos órgãos do
Poder Judiciário, à exceção do STF, pois, nos termos do art. 102, I, 'r', da CR/88, cabe ao
STF fiscalizar as ilegalidades cometidas pelo CNJ.
O CNJ pode instaurar procedimento administrativo disciplinar (PAD) contra
os magistrados independente da atuação da Corregedoria do Tribunal ao qual o juiz
está vinculado. Assim, a Resolução n. 135 do CNJ foi considerada válida, especialmente
nesse ponto.
Na ADC n. 12, o STF destacou a força normativa das Resoluções do CNJ.
5.4) Composição do CNJ
São 15 membros, que exercerão mandado de 2 anos, admitida uma recondução.
Esses 15 membros dividem-se entre:
● 9 magistrados oriundos de Tribunais diversos;
● 6 conselheiros, que não fazem parte do Pode judiciário, sendo: 2 MP´s
(MPU e MPE), 2 advogados e 2 cidadãos.
A presidência do CNJ é do Presidente do STF, conforme EC n. 61/09.
Nas ausências e impedimentos do Presidente do STF, o CNJ será presidido pelo
Vice Presidente (art. 103-B, §1º, da CR/88).
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Os demais membros do CNJ serão nomeados pelo Presidente da República, após
a 'sabatina' da maioria absoluta do Senado Federal (art. 103-B, §2º, da CR/88).
Observações Finais
ORDEM ECONÔMICA
A ordem econômica brasileira é compromissória.
No art. 170 da CR/88, verificamos vários princípios que buscam a humanização do
capital, tentando evitar os excessos do monopólio e oligopólio.
Tribunal de Contas (arts. 70 a 75 da CR/88)
O STF já disse que o TCU não é órgão do Poder Judiciário, mas sim órgão
autônomo e auxiliar do Poder Legislativo (não fazendo parte da estrutura deste poder).
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