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Curso On Line Renato Saraiva - Flavia Bahia - DIREITO CONSTITUCIONAL 1) PODER LEGISLATIVO 1.1) ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS (arts. 53 a 56 da CR/88) a) Conceito: conjuntos das imunidades/inviolabilidades/prerrogativas que cercam a função, o cargo do parlamentar, garantindo-lhe uma maior liberdade e autonomia funcional. Não se renuncia aquilo que você não possui. As imunidades e prerrogativas são irrenunciáveis, pois são do cargo e não do parlamentar. Não se acabam com as imunidades/prerrogativas, pois estão associadas à independência funcional, e o art. 60, §4º, III, da CR/88 diz que temos como cláusula pétrea a separação de poderes. b) Prerrogativa de foro funcional (art. 53, §1º da CR/88) Essa prerrogativa tem natureza criminal. Vamos trabalhar com 2 situações: ● Crime comum ocorrido antes da diplomação: será julgado perante a justiça comum. Quando é diplomado, o processo vai para o STF. Findo o mandato, o processo volta para a justiça comum. ● Crime cometido após a diplomação: cabe ao STF receber a denúncia/queixa; findo o mandato, os autos seguem para a justiça comum. Nem sempre foi assim. Havia uma súmula n. 394 do STF, editada em 1964, que prorrogava a competência da Corte para depois de findo o mandato. Essa súmula foi cancelada em 1999, passando a vigorar a regra da atualidade do mandato (se tem mandato, tem prerrogativa; caso contrário, não tem). Foi editada a Lei n. 10.628/02 que restaura o teor da súmula. O CNMP agiu e propôs a ADI 2797, a qual foi julgada em 2005 pelo STF, sendo declarada inconstitucional com efeitos ex tunc. Em 2007, o STF marcou a data de julgamento da Ação Penal n. 333 e, 5 dias antes da data marcada, o deputado réu renunciou ao mandato. O advogado, então, peticionou dizendo que o STF não é mais competente para julgar aquela ação, tendo em vista a regra da atualidade do mandato. Os ministros perceberam que a renúncia foi intencional, mas cederam e remeteram os autos ao foro competente. Em 2010, ocorre a mesma situação na Ação Penal n. 396, envolvendo deputado de Rondônia. O direito de renúncia existe, o que não existe é o abuso desse direito. Essa renúncia na véspera do julgamento é abusiva. Hoje, prevalece a regra da atualidade do mandato para fins de instituir a prerrogativa de foro. A prerrogativa de foro funcional instituída na CR/88 afasta a competência do Tribunal do Júri. Então, o, STF é competente para julgar parlamentares nos crimes dolosos contra a vida. Se a prerrogativa foi instituída na Constituição estadual, como no caso dos vereadores, a competência do Júri não fica afastada. c) Imunidades materiais (inviolabilidades parlamentares) (art. 53, caput, CR/88) Tem origem no direito inglês no freedom of speech. A EC 35/01 altera a redação do art. 53, caput, CR/88 passando a prever, conforme já sedimentado na doutrina e jurisprudência, que a imunidade se refere tanto à esfera penal quanto cível. A imunidade não se refere a todas as manifestações do parlamentar, mas àquelas consideradas funcionais ou em razão do cargo ocupado. Em Plenário, nas Casas do Congresso, nas CPIs, nas Comissões, o STF entende que essa imunidade é quase absoluta. Se os parlamentares estão fora do Plenário (em outra cidade/estado, ou nos meios de comunicação), mas as palavras/manifestações estão ligadas ao exercício funcional, haverá também extensão da imunidade. 1 d) Imunidades Formais Dividem-se em: ● Prisão (art. 53, §2º, CR/88): em regra, não há prisão de parlamentar. A prisão cautelar é bem restrita, somente em razão de prisão por crime inafiançável (art. 5º, XLII, XLIII e XLIV, da CR/88), e será comunicada à Casa a que pertence o parlamentar, ou seja, os autos serão remetidos em 24h à respectiva Casa legislativa, que pode, a qualquer tempo, pela maioria de seus membros, "resolver" (relaxar) sobre a prisão. A CR/88 não trata da prisão decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado, pois se o parlamentar não puder ser preso nessa condição, a atuação da Justiça ficaria prejudicada. ● Processo (art. 53, §§3º a 5º, CR/88): mudou muito com a EC 35/01. Antes, o STF não podia iniciar o processo criminal; tinha que comunicar à respectiva Casa legislativa e esta concedia ou não licença para prosseguimento do processo. Essa autorização não existe mais. Hoje, o STF dá ciência à Casa legislativa à qual pertence o parlamentar, que não pode fazer nada. Porém, qualquer partido político, com representação na respectiva Casa (com pelo menos um eleito, que não precisa ser do mesmo partido do parlamentar processado), pode oferecer um pedido de sustação da ação. A Casa tem 45 dias para deliberar sobre esse pedido. Se, pela maioria de seus membros, decidir favoravelmente, a Casa comunicará ao STF tal decisão, o qual não poderá levar o parlamentar a julgamento durante o seu mandato. Nesse prazo, o prazo prescricional fica suspenso. Para o parlamentar fazer jus a imunidade formal processual, o crime deve ter sido cometido após a diplomação. A diplomação é o ato realizado pela Justiça Eleitoral que confirma que a eleição se operou de maneira válida, sendo normalmente realiada até o dia 19/12 do ano em que a eleição foi realizada. É diferente da posse, que ocorre no dia 1º/02 do ano seguinte à eleição. e) Imunidades para os parlamentares estaduais e municipais ● Deputados Estaduais (art. 27, §1º, da CR/88): dispositivo de observância obrigatória no plano dos estados. O tratamento jurídico é o mesmo dos parlamentares federais, ou seja, também gozam da imunidade material (opiniões, palavras e votos) e formal (prisão e processual). Têm, ainda, prerrogativa de foro (serão julgados perante o TJ) ● Deputados Distritais (art. 32, §3º, da CR/88): o tratamento jurídico é o mesmo dos deputados estaduais e dos parlamentares federais. ● Vereadores (art. 29, VIII, da CR/88): não há o mesmo grau de imunidade previsto para os demais parlamentares. A imunidade material é restrita, nos limites do município para o qual o vereador foi eleito. E mais, vereador não goza de imunidade formal, mesmo que haja previsão na Constituição Estadual, pois o STF entende que se não há previsão na CR/88 não pode haver tal previsão na Carta estadual. Quanto a prerrogativa de foro funcional, o STF entende que algumas delas podem ser previstas para vereadores na Constituição Estadual, desde que respeitada a Súmula 721 do STF (prerrogativa de foro instituída apenas pela Carta Estadual não afasta a competência do Tribunal do Júri). Art. 53, §8º, da CR/88: estado de defesa e de sítio são situações de crise. As imunidades preservam a independência do Congresso. Em regra, ela subsiste durante o estado de sítio, podendo ser suspensa nos casos previstos na CR/88. No estado de 2 defesa, entretanto, a imunidade não pode ser suspensa. Segundo o STF, o parlamentar afastado por força do art. 56, I, da CR/88 terá suas imunidades (materiais e formais) suspensas; entretanto, terá a prerrogativa de foro mantida. 1.2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI) (art. 58,§3º, da CR/88) a) Histórico A CPI tem origem no direito inglês. No Brasil, a primeira a instituir foi a Constituição de 1934, mas a de 1988 foi a que mais investiu poderes à CPI. A CPI não possui os mesmos poderes que o juiz possui na condução de processo penal, apesar de constar que tem poderes de investigação próprios de juiz. O STf minimiza essa equiparação há muitos anos. A CPI é aberta na função típica ou atípica do Poder Legislativo? R: a CPI não julga ninguém; se for o caso, ela entregará o relatório ao MP. É manifestação de atividade de fiscalização, ou seja, exercício típico da tarefa legislativa. b) Requisitos (cumulativos) para abertura de CPI ● 1/3 das assinaturas dos membro da Câmara (171 deputados) e/ou ● 1/3 das assinaturas dos membros do Senado (27 senadores) + ● Existência de fato determinado (objeto) + ● Prazo certo A CPI pode ser instaurada só na Câmara e também na Câmara e no Senado, oportunidade em que será chamada da Comissão Mista (CMPI). Ela precisa ter um objeto, um direcionamento, mas nada impede que, ao longo dasinvestigações, esse objeto seja ampliado, tendo em vista o descobrimentos de novas irregularidades. O prazo de duração da CPI, em princípio é de 60 dias, mas pode ser prorrogado quantas vezes for necessário para conclusão dos trabalhos (inúmeras prorrogações), entendendo o STF que não há limite máximo de prorrogação, desde que haja fundamentação para que essa prorrogação seja feita. O prazo não pode ultrapassar o de uma legislatura (no máximo 4 anos). c) CPI nos Estados e Municípios É perfeitamente possível CPI no âmbito estadual e municipal. Porém, não pode ofender os interesses federativos, ou seja, CPI municipal apura interesse local e a CPI estadual apura questões de interesse regional. d) ADI 3619 e Direito das Minorias A CPI estadual pode estabelecer novos requisitos para a sua abertura? Em SP, por exemplo, ficou estabelecido que as assinaturas dos membros tinham que passar pelo crivo do Plenário da Casa Legislativa. Essa questão chegou ao STF que entendeu que se essa disposição prevalecer, só os partidos maiores conseguirão abrir CPI, prejudicando os partidos pequenos. Vivemos num país em que o pluralismo político é garantido. Os requisitos para abertura de CPI estadual/municipal devem ser simétricos com aqueles necessários para a CPI federal. e) Número máximo de CPI´s. Imunidades Para o STF, respeitados os requisitos constitucionais para abertura da CPI, não há número máximo. As imunidades parlamentares devem ser mantidas durante a CPI. f) O que a CPI não pode fazer (restrições) Há que se observar o Princípio da Reserva de Jurisdição: tudo aquilo que a CR/88 destina que seja realizado apenas pelo Poder Judiciário a CPI não pode fazer. 3 ● Art. 5º, XI: violação da "casa" (salvo na situação de flagrante, desastre), lembrando o conceito amplo de casa; ● Art. 5º, XII: captação de conversa telefônica. A CPI não pode nem ter cópia da transcrição da conversa telefônica; ● Art. 5º, XIX: suspensão/dissolução das atividades de associação (só por decisão judicial); ● Art. 5º, LXI: expedir mandado de prisão. A prisão que pode ocorrer é a em flagrante; ● Determinar medida de constrição/cerceamento de bens (sequestro, arresto, penhora) dos investigados; ● Impedir que uma pessoa deixe o Estado/país; g) O que a CPI pode fazer (poderes) ● colher depoimentos de testemunhas/investigados; ● transportar-se para diversas localidades, caso seja necessário; ● determinar a realização de perícias; ● solicitar auditorias, visitas do TCU; ● quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e telefônicos dos investigados. Dados telefônicos (conta, histórico, aquilo que está documentado) não se confundem com interceptação telefônica; ● convocar magistrados para depor na qualidade de testemunhas e não de investigados. Os magistrados não devem responder questões funcionais, as perguntas devem girar em torno de questões administrativas; ● convocar membros do MP, os quais, em nome da autonomia funcional, serão convocados como testemunhas; h) Outras informações importantes A CPI pode ter acesso a documentos sigilosos, mas não pode divulgá-las. As sessões podem ser gravadas/transmitidas sem que isso configure abuso; é a regra da transparência administrativa. Todas as decisões da CPI devem ser fundamentadas e observar o Princípio da Colegialidade (devem ser tomadas pela maioria dos membros). O direito ao silêncio é garantido para os investigados e testemunhas (privilégio contra a autoincriminação). As ilegalidades eventualmente cometidas ficam a cargo do STF. 1.3) Imunidades e Responsabilidades do Presidente da República (arts. 85 e 86 da CR/88) 1.3.1) Imunidades Formais: não podem ser renunciadas, nem extintas por EC, pois separação de poderes é cláusula pétrea (art. 60, §4º, III, da CR/88) a) Prisão (art. 86, §3º, da CR/88): enquanto não sobrevier sentença condenatória criminal, não haverá prisão do Presidente. Em regra, não há prisão criminal a que o Presidente possa estar sujeito. Excepcionalmente, pode ser decretada, qual seja, prisão fruto de sentença condenatória transitada em julgado. Não há prisão cautelar que possa levar o Presidente ao cárcere. b) Processo (arts. 51, I, c/c 86, caput, da CR/88): não é levado a julgamento direto; deverá existir um juízo de admissibilidade das acusações contra o Presidente da República, mediante aceitação de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados (342 deputados). Feito o juízo positivo de admissibilidade pela Câmara, o STF está autorizado a apreciar a prática de crime comum e o Senado a instaurar o impeachment por crime de responsabilidade. 1.3.2) Prerrogativa de Foro a) Crime comum: o STF julga se houver autorização pela Câmara. São os crimes previstos no CP e legislação extravagante, crimes eleitorais e contravenções penais. 4 b) Crime de responsabilidade: não são crimes propriamente dito, mas infrações administrativas previstas no art. 85 da CR/88 e Lei n. 1079/50. Súmula 722 do STF: a competência para legislar sobre crime de responsabilidade é da União. A ampla defesa e o contraditório são respeitados perante a Câmara (no juízo de admissibilidade), ao Senado (no impeachment) e ao STF (no julgamento de crime comum). Observações referentes ao processo no Senado: O art. 52, p. único, da CR/88 dispõe que, após o recebimento da acusação pelo Senado, a presidência no processo de impeachment é ocupada pelo Presidente do STF. Para a aplicação de sanção, é necessário 2/3 dos membros do Senado, sendo essa sanção aplicada de forma cumulativa, ou seja, perda do cargo mais inabilitação ao exercício de qualquer cargo/emprego/função pública por 8 anos. Nada impede que outras sanções sejam impostas; sem prejuízo das sanções judiciais. As decisões de mérito do Senado são irrecorríveis, não podem ser reapreciadas pelo STF. Até que momento a renúncia do Presidente afasta a atuação do Senado? Tivemos esse caso com o ex-presidente Collor, que saiu do cargo quando já havia sido instaurada a sessão de julgamento no Senado. O STF entendeu que a renúncia ocorreu tarde demais. 1.3.3) Suspensão das funções (art. 86, §§1º e 2º da CR/88) Quando o Senado recebe as acusações ou quando o STF recebe a denúncia ou queixa, nesse instante o Presidente ficará suspenso de suas funções. Essa suspensão dura 180. Passado esse período e o julgamento ainda não tiver ocorrido, o Presidente reassume. Quem assume o Presidente nesse período? R: o Vice. Ele assume como sucessor ou substituto? R: a sucessão só ocorre em caso de vacância. Em situação temporária, o que há é substituição. 1.3.4) Cláusula de irresponsabilidade penal relativa (art. 86, §4º da CR/88) Durante o mandato, o Presidente não será responsabilizado por atos (crimes) estranhos ao exercício de suas funções. É uma cláusula penal. Se o presidente comete algum crime antes de se tornar presidente (antes do mandato), o processo corre na 1a instância e não sobe para o STF após a diplomação. Fica suspenso o curso da ação e do prazo prescricional. Se cometer crime durante o mandato, tem que ver se é relacionado ao exercício das funções. O STF não tem competência para julgar o Presidente da República por crimes ocorridos antes da diplomação, tampouco durante o mandato, mas sem relação com exercício funcional. O STF só julga o Presidente por crimes relacionados à sua função, como, por exemplo, crimes contra a Administração Pública. 1.3.5) Governadores e Prefeitos. ADI´s 1022 e 978 Há, para os Governadores e Prefeitos, prerrogativas de foro criminal. O Governador é julgado, em caso de crime comum, perante o STJ (art. 105, I, a, da CR/88) e o Prefeito, em caso de crime comum, perante o TJ (art. 29, X, da CR/88). Não cabe ao STF ampliar o que o constituinte não ampliou. A interpretação, com relação às imunidades de Governadores e Prefeitos, deve ser feita de maneira restrita. Há julgados do STF que informam que o art. 86, §3º, da CR/88 é exclusivo do Presidente da República, não valendo para Governadores e Prefeitos (tanto que o Arruda ficou preso por 2 meses). 5 O art. 86, §4º, da CR/88 também é exclusivo do Presidentee não pode estar presente nas Cartas estaduais. O art. 86, caput, da CR/88, que prevê o juízo de admissibilidade das acusações contra o Presidente (seja por crime comum, seja por crime de responsabilidade), podem ser estabelecidas no plano estadual e municipal. Não há previsão constitucional de prerrogativa de foro com relação a crimes de responsabilidade, havendo entendimento no sentido de que cabe às Cartas estaduais instituírem essa prerrogativa. 2) PROCESSO LEGISLATIVO Formado por um complexo de atos, algumas vezes conjugados entre Legislativo e Executivo. Compreende a elaboração das normas do art. 59 da CR/88. 2.1) Lei Complementar e Lei Ordinária 2.1.1) Introdução O STF já decidiu que inexiste hierarquia entre essas normas, pois ambas retiram fundamento jurídico de validade diretamente da CR/88. São normas primárias. Há diferença entre elas com relação à matéria e ao quorum. Quando a CR/88 quer tratar de determinada matéria por lei complementar, ela o faz expressamente, como no art. 93, caput. Quando não há previsão expressa, a CR/88 apenas usa a expressão "lei", como no art. 5º, XXXII. A maioria absoluta aprova a lei complementar (art. 69 da CR/88) e a maioria simples aprova lei ordinária (art. 47 da CR/88). Pode uma lei ordinária revogar lei complementar? R: o STF já pacificou o entendimento no seguinte sentido: se a lei complementar é complementar na forma, mas tem conteúdo de lei ordinária (formalmente complementar e materialmente ordinária), não há empecilho algum à revogação. 2.1.2) Fases que compõem o processo de formação das leis ordinária e complementar 1. Fase Introdutória: apresentação do projeto de lei. 2. Fase Constitutiva: é dividida em: a) Deliberação Parlamentar; b) Deliberação Executiva. 3. Fase complementar: promulgação e publicação da lei (e não mais do projeto de lei) 2.1.3) Atos do processo legislativo a. Iniciativa: trata-se da apresentação do projeto de lei. Pode ser: ● parlamentar; ● extraparlamentar (ex: Presidente da República, povo); ● reservada/privativa (arts. 61, §1º e 93, caput, da CR/88): aqui, há muito vício de iniciativa, ou seja, projeto é apresentado por quem não tem iniciativa para tanto. A sanção presidencial não convalida esse vício. Ex: Deputado Federal apresenta projeto de lei que cria órgão público (é matéria privativa do Presidente); ● concorrente (art. 61, caput) A Câmara é a casa iniciadora por excelência (art. 64 da CR/88). O Senado, que normalmente é a casa revisora, pode se tornar iniciadora, basta que apresente o projeto de lei. b. Discussão e Emendas: as discussões começam nas comissões das Casas Legislativas, dentre as quais merece destaque a CCJ, pois ela realiza controle preventivo político de constitucionalidade. 6 As emendas são as alterações que o projeto de lei pode receber. Elas podem ser supressivas, aglutinativas, dentre outras. Pelo art. 63 da CR/88, projetos de lei do Presidente da República podem sofrer alterações, desde que não acarretem aumento de despesa. c. Votações: a lei complementar é aprovada por maioria absoluta (art. 69 da CR/88) e a maioria simples aprova a lei ordinária (art. 47 da CR/88). Maioria absoluta é a maioria da totalidade, ou seja, na Câmara (513) são 257 deputados e no Senado (81) são 41 senadores. Já a maioria simples é a maioria dos presentes, desde que estejam presentes, no mínimo, a maioria absoluta, ou seja, se na Câmara estiver presente o mínimo exigido (257), precisa-se da aprovação de 129 deputados; no senado (41), precisa-se de 21 senadores. d. Sanção/Veto do Presidente da República: manifestação clara de freios e contrapesos (Princípio da Separação dos Poderes). Deve ocorrer no prazo de 15 dias úteis a contar do recebimento do projeto. A sanção pode ser tácita ou expressa, mas o veto só poder ser expresso. O veto não pode ser de palavra ou expressão. Veto parcial só pode recair sobre texto integral de parágrafo, artigo, inciso, ou alínea violadores da Constituição. O veto é irretratável pelo Presidente, mas é superável pelo Congresso na forma do art. 66 da CR/88. O veto pode ser: ● Material: dado em razão do conteúdo da norma; ● Formal ou jurídico: dado em razão da inconstitucionalidade e. Promulgação e Publicação: para José Afonso, não faz parte do processo legislativo em si, pois recaem sobre a lei e não mais sobre o projeto de lei. São os atos finais. A promulgação certifica formalmente a existência da norma, confirmando que ela foi elaborada de acordo com o processo legislativo existente. A publicação dá notoriedade à norma com a sua inserção no diário oficial. De acordo com o STF, é a partir da promulgação que a norma pode ser objeto das ações do controle concentrado. 2.1.4) Simulação do Processo Legislativo A Câmara dos Deputados (normalmente como casa iniciadora) pode: ● aprovar o projeto como ou sem alterações: o projeto vai para o Senado; ● rejeitar: aplica-se o art. 67 da CR/88, que, de acordo como STF, é conhecido como Princípio da Irrepetibilidade. O Senado Federal (normalmente casa revisora) pode: ● aprovar o projeto sem alterações: o projeto é remetido para o Presidente da República para sanção ou veto ● aprovar o projeto com alterações: as alterações podem ser: i) substanciais: o projeto retorna para a casa iniciado para, em um só turno de deliberação, decidir se concorda ou não com as alterações e, depois, encaminhar o projeto para o Presidente da República. A casa não pode fazer emenda de emendas, ou seja, fazer novas alterações. ii) redacionais: projeto é remetido para o Presidente da República (para sanção ou veto), não precisando voltar para a casa iniciadora. ● rejeitar: aplica-se também o art. 67 da CR/88 (Princípio da Irrepetibilidade) O Presidente da República tem 15 dias úteis para sanção ou veto. Se o veto é parcial, o restante da norma (parte não vetada) é sancionada tacitamente, sendo encaminhada para promulgação e publicação. Art. 66 da CR/88: quando o Presidente da República vetar, ele deve apresentar as razões do veto (inconstitucionalidade do projeto ou contrariedade do projeto ao interesse público) em 48 horas ao Presidente do Senado. 7 Apresentadas as razões, há um prazo de 30 dias para a sessão conjunta entre deputados e senadores para a derrubada do veto, sendo necessária, para tanto, a maioria absoluta de cada casa do Congresso Nacional (257 votos na câmara e 81 no Senado). A sessão conjunta difere da sessão unicameral. Nesta, deputados e senadores são congressistas, a votação é conjunta e cada voto tem o mesmo valor. Na sessão conjunta, ao contrário, a votação é separada. Derrubado o veto presidencial, a norma precisa ser promulgada. O primeiro que pode fazer isso é o Presidente da República, que tem 48 horas para tanto. Se não fizer, passa para o Presidente do Senado que terá mais 48 horas. Não o fazendo, deixando o prazo passar, cabe ao Vice Presidente do Senado promulgar a norma, sob pena de incorrer na prática de crime de responsabilidade. Se a sessão conjunta não for realizada, a pauta das casas ficará trancada, na forma do art. 66, §6º, da CR/88. Observações Art. 58, §2º, I, da CR/88: aplicado a projetos de lei ordinárias mais simples, que não exigem a aprovação do plenário. Art. 64, §§1º a 4º, da CR/88: referem-se ao Processo Legislativo Sumário, deflagrado pelo Presidente da República (sejam projetos de sua iniciativa privativa ou não). Esse processo é concluído em, no máximo 100 dias (§2º). A Câmara tem 45 dias para deliberar; se não votar nesse período, a pauta é trancada. Chegando ao Senado, ele também tem mais 45 dias. Havendo alterações, o projeto volta à Câmara, que terá 10 dias para apreciação, totalizando um limite máximo de 100 dias. Esse processo sumário (como prazos céleres) não se aplica a projetos de código (§4º). 2.2) Medidas Provisórias (art. 62 da CR/88) Infelizmente, são muitas as MPs. Antes dela, havia o Decreto Lei, muito mais banalizado. As MPs enfrentaram uma reforma constitucional pela EC n. 32/2001. 2.2.1) Natureza Jurídica Trata-se de ato normativo primário, já que retira seu fundamentode validade da Constituição. Tem força de lei (ordinária) e, por consequência, não pode dispor sobre matéria de lei complementar. 2.2.2) Medidas Provisórias nos Estados e Municípios É possível a edição de Medidas Provisórias nos planos estadual e municipal, desde que haja previsão do procedimento na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal. Deve haver um respeito ao que dispõe a CR/88. Ex: Medida Provisória estadual não pode tratar sobre gás canalizado, por expressa vedação constitucional no art. 25, §2º da CR/88. A maioria dos estados, na prática, não apresentaram a MP como espécie normativa, mas, na teoria, isso é possível. 2.2.3) Medida Provisória e controle de constitucionalidade A Medida Provisória pode ser objeto dos sistemas difuso e concentrado de controle de constitucionalidade. a) Controle concentrado Se, no curso da ADI, a Medida Provisória for convertida em lei com alterações substanciais, ou for rejeitada, a ação será julgada extinta sem decisão de mérito por perda de objeto. Se, por outro lado, a Medida Provisória for convertida em lei sem alterações ou com alterações não substanciais, a ação prosseguirá, devendo o autor promover um aditamento à peça inicial. Destaque-se que a lei ordinária de conversão não convalida os vícios de origem da Medida Provisória. 8 b) Requisitos de relevância e urgência O STF vem permitindo, ainda que excepcionalmente, a análise dos requisitos de relevância e urgência, podendo haver a declaração de inconstitucionalidade de Medida Provisória que não tenha observado tais requisitos (Informativo n. 599 do STF). 2.2.4) Limitações Materiais a) Expressas (arts. 62, §1º; 25, §2º; e 246 da CR/88 e art. 73 do ADCT): limites que a própria Constituição traz (determinados assuntos não podem ser objeto de MP). b) Implícitas: em nome do Princípio da Separação de Poderes, a MP não pode versar sobre matérias dos arts. 49, 51 e 52 da CR/88. 2.2.5) Aspectos Procedimentais Tramita um PEC para mudar o regramento jurídico das Medidas Provisórias. a) Prazo de produção de efeitos: a MP nasce para produzir 60 dias de efeitos jurídicos. O art. 62, §§ 3º, 4º e 7º, da CR/88 autorizam a prorrogação automática por mais 60 dias. O prazo máximo, no entanto, não é de 120 dias, pois, durante o recesso parlamentar, o prazo fica suspenso. b) Casa iniciadora: sempre a Câmara dos Deputados (art. 62, §8º da CR/88), portanto o Senado é sempre a casa revisora. c) Vedação à reedição (art. 62, §10, da CR/88): não há essa possibilidade na mesma sessão legislativa. d) Trancamento de pauta (art. 62, §6º, da CR/88): esse trancamento tem prejudicado muito todo o processo legislativo brasileiro. Uma das mudanças da PEC é justamente nesse ponto. A Câmara e o Senado não deliberam em conjunto. A Câmara tem 45 dias para deliberar sobre a MP. Se não o fizer, haverá trancamento de pauta. O prazo de 45 dias é contado apenas uma vez; então, se ele já decorreu na Câmara, o projeto de conversão da MP em lei já entra no Senado trancando a pauta. Esse trancamento da pauta é geral (tanto para lei quando para emendas e demais espécies normativas). Em 2009, o então Presidente da Câmara Michel Temer emitiu posicionamento no sentido de que o trancamento é só dos projetos de lei ordinárias (não se estende a todas as espécies normativas), o qual foi objeto de MS ainda pendente de julgamento pelo STF. Porém, tudo indica que a Suprema Corte irá manter esse posicionamento. e) Aprovação com ou sem alterações Se a MP for convertida em lei ordinária sem alterações, não há sanção ou veto do Presidente da República. O Presidente do Congresso Nacional (que é o Presidente do Senado) tratará de promulgar a lei ordinária de conversão. Se a MP for convertida em lei ordinária com alterações, o art. 62, §12, da CR/88 diz que haverá sanção/veto do Presidente da República. f) Rejeição tácita ou expressa Não há conversão tácita de Medida Provisória em lei ordinária. A rejeição tácita ocorre com o decurso do tempo. Com a rejeição, os efeitos jurídicos da MP deixarão de ser produzidos a partir dali (efeitos ex nunc). Entretanto, caberá ao Congresso, no prazo de 60 dias (contados da rejeição da MP), disciplinar, por meio de decreto legislativo, os efeitos da MP enquanto ela exista, para que a rejeição se opere de maneira retroativa (efeitos ex tunc). Se o Congresso não elaborar esse decreto, as relações jurídicas criadas pela MP continuarão por ela preservadas. 2.2.6) Medidas Provisórias anteriores à EC n. 32/2001 Com base no art. 2º da EC n. 32/2001, as MPs que estavam em vigor na data da promulgação da EC n. 32/01 continuam a produzir os seus efeitos jurídicos até que haja 9 uma deliberação definitiva a seu respeito. 2.3) Resoluções e Decretos Legislativos São atos normativos primários extraídos diretamente da Constituição (art. 59 da CR/88). Em nome da Separação de Poderes, não há sanção ou veto do Presidente da República no processo de elaboração dessas normas. O processo de formação dessas normas estão no Regimento Interno das Casas Legislativas. A Resolução, em regra, exterioriza as matérias de competência da Câmara e do Senado, quando atuam separadamente (arts. 51 e 52 da CR/88). São as resoluções, portanto, unicamerais. É possível resolução bicameral, quando o Congresso a edita. Ex: art. 68, §2º da CR/88. O Decreto Legislativo é, por natureza, bicameral. Por meio dele, o Congresso dispõe sobre as matérias do art. 49 da CR/88. 2.4) Lei Delegada (art. 68 da CR/88) a) Introdução Nunca foram produzidas em larga escala. Ela nasce de um pedido do Presidente da República ao Congresso Nacional para que este aceite ou não delegar poder político ao Presidente. Trata-se de uma exceção ao Princípio da Indelegabilidade do Poder Político do Estado. Em regra, o poder político é indelegável, imprescritível, uno e indivisível. É ato normativo primário extraído diretamente da Constituição (art. 59 da CR/88). b) Limitações materiais expressas: art. 68, §1º, da CR/88 Pelo art. 68, §2º, da CR/88, a delegação legislativa (autorização do Congresso permitindo que o Presidente possa editar a lei delegada) é feita através de uma resolução. c) Art. 49, V, da CR/88: o Congresso pode sustar os atos do Executivo que tenham exorbitado os limites da delegação legislativa, num verdadeiro de controle repressivo político de constitucionalidade. O Congresso autoriza o Presidente a legislar nos limites da delegação. A sustação produz efeitos ex nunc. d) Espécies de delegação legislativa: há dois grupos. ● atípica/imprópria/impura (art. 68, §3º da CR/88): é uma delegação com retorno, ou seja, o Congresso delibera sobre o projeto de lei delegada concordando ou não. ● típica/própria/pura: é a delegação sem retorno, ou seja, o Congresso autoriza o Presidente sem análise do projeto. 3) Súmula Vinculante a) Histórico A Reforma do Judiciário, implantada pela EC n. 45/2004, teve como um dos objetivos a uniformização da jurisprudência. Isso veio com a Súmula Vinculante e com a Repercussão Geral em Recurso Extraordinário (art. 102, §3º, da CR/88). Para Marinoni, como requisitos da Repercussão Geral temos a relevância somada à transcendência (transcende os interesses subjetivos da parte na causa). A Súmula Vinculante vem com o objetivo de trazer a uniformização da jurisprudência em defesa da supremacia da Constituição e da segurança jurídica. b) Base Legal Art. 103-A da CR/88, inserido pela EC n. 45/2004, e Lei n. 11.417/06. O STF entendeu não ser o art. 103-A da CR/88 não autoaplicável, tanto que só passou a editar súmulas vinculantes após o advento da Lei n. 11.417/06. Os efeitos vinculantes da súmula serão sentidos por todos os órgãos do Poder Judiciário e por toda a Administração Pública, mas não atingirá o Poder Legislativo na 10 sua tarefa legiferante (atingindo-o quando exerce funções administrativas). c) Requisitos ● matéria constitucional sedimentada, evitando que a súmula verse sobre tema ainda controvertido. Essa matéria tem que estar sedimentada no controle difuso, pois as decisões no controle concentradojá produzem os efeitos vinculantes buscados na súmula. Ex: Súmula Vinculante n. 2 c/c art. 22, XX, da CR/88; ● controvérsias judiciais/administrativas atuais a respeito do tema que está sendo sumulado; ● quorum para aprovação, revisão ou cancelamento de 2/3 dos ministros (8 julgadores) d) Provocação para editar, revisar ou cancela uma súmula vinculante (art. 103-A da CR/88 e art. 3º da Lei n. 11.417/06). Quem pode levar ao STF uma proposta de edição/revisão/cancelamento de súmula vinculante? ● O STF, de ofício, pode se autoprovocar para editar súmula vinculante. Várias súmulas foram assim criadas; ● Legitimados ativos do art. 103, I a IX, da CR/88; ● Defensor Público Geral da União; ● Todos os tribunais. Apesar de ainda não possuir uma natureza jurídica bem definida, ela não pode ser objeto das ações de controle concentrado de constitucionalidade, conforme julgamento da ADPF n. 147. Se se quer uma revisão ou cancelamento, basta um requerimento feito por um dos legitimados acima mencionados. e) Atuação do PGR De acordo com o art. 2º, §2º da Lei n. 11.471/06, o PGR atuará como custus legis nos processos de edição, revisão ou cancelamento de súmulas vinculantes que não tenham sido por ele deflagrados. f) Amicus Curiae De acordo com o art. 3º, §2º da Lei n. 11.471/06, qualquer entidade civil (sindicato, ONG, etc) pode pleitear a sua participação como amicus curiae; uma participação parecida com aquela no controle concentrado. g) Incidental de Súmula Vinculante O município não pode apresentar diretamente ao STF uma proposta de edição/revisão/cancelamento de súmula vinculante. O art. 3º, §1º da Lei n. 11.471/06 prevê a possibilidade de o município propor uma incidental de edição, revisão, ou cancelamento de súmula vinculante, a qual não impede o regular andamento do processo principal (não há suspensão do feito). h) Modulação temporal dos efeitos da súmula De acordo com o art. 4º, da Lei n. 11.471/06, essa modulação é possível se tiver a votação de 2/3 dos membros do STF nesse sentido e presentes os requisitos do interesse público e da segurança jurídica. 4) RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL (art. 7º, da Lei n. 11.417/06) Não cabe reclamação em face de decisão que descumpra súmula não vinculante. A reclamação é instrumento de fiscalização e preservação da jurisdição constitucional. A reclamação só pode ser oferecida pelo PGR e não pelos ramos do Ministério Público (MPT, MPF, MPDFT e MPM), conforme art. 46 da LC 75. Além do PGR, qualquer pessoa pode oferecer reclamação constitucional se no 11 curso de um processo judicial (em que figure como parte) houver descumprimento de súmula vinculante. Ressalva (art. 7º, §1º, da Lei n. 11.417/06): da decisão administrativa que contrariar súmula vinculante só caberá reclamação se houver comprovação de esgotamento de instância. Ex: a Súmula Vinculante n. 12 do STF dispõe que não pode ser cobrado taxa de matrícula nas universidades públicas. Se ao aluno, no momento da matrícula, for cobrado tal taxa, ele poderá ajuizar MS e caso o juiz entenda devida a cobrança, cabe não só recurso no MS como reclamação constitucional. 5) Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 5.1) Base Legal: art. 103-B da CR/88. 5.2) ADI 3367 A EC n. 45/2004 foi objeto da ADI 3367, julgada improcedente. Nessa ADI, pleiteava-se a declaração de inconstitucionalidade por duas razões, quais sejam: violação (a)da cláusula federativa e (b)da separação de poderes (art. 60, §4º, I e III, da CR/88). a) Violação da cláusula federativa Sendo o CNJ um órgão federal, como ele irá fiscalizar a atuação (ainda que administrativa e financeira) de um órgão estadual. O STF manifestou que o CNJ não é órgão federal (da União), mas sim um órgão nacional b) Violação da separação de poderes Nesse ponto, houve questionamento com relação às atribuições do CNJ e à sua composição. Para o STF, o CNJ é o único órgão do Poder Judiciário desprovido de atividade jurisdicional, logo não há afetação à separação de poderes. Com relação à composição mista/híbrida, o STF, da mesma forma, entendeu que não há afronta à separação de poderes, até porque esse tipo de composição também está presente nos Tribunais de todo país, os quais devem observar a regra do quinto constitucional. 5.3) Atribuições do CNJ O CNJ é órgão do Poder Judiciário, entretanto é desprovido de atividade jurisdicional típica. Foi criado para reforçar a fiscalização administrativa e financeira dos órgãos do Poder Judiciário, à exceção do STF, pois, nos termos do art. 102, I, 'r', da CR/88, cabe ao STF fiscalizar as ilegalidades cometidas pelo CNJ. O CNJ pode instaurar procedimento administrativo disciplinar (PAD) contra os magistrados independente da atuação da Corregedoria do Tribunal ao qual o juiz está vinculado. Assim, a Resolução n. 135 do CNJ foi considerada válida, especialmente nesse ponto. Na ADC n. 12, o STF destacou a força normativa das Resoluções do CNJ. 5.4) Composição do CNJ São 15 membros, que exercerão mandado de 2 anos, admitida uma recondução. Esses 15 membros dividem-se entre: ● 9 magistrados oriundos de Tribunais diversos; ● 6 conselheiros, que não fazem parte do Pode judiciário, sendo: 2 MP´s (MPU e MPE), 2 advogados e 2 cidadãos. A presidência do CNJ é do Presidente do STF, conforme EC n. 61/09. Nas ausências e impedimentos do Presidente do STF, o CNJ será presidido pelo Vice Presidente (art. 103-B, §1º, da CR/88). 12 Os demais membros do CNJ serão nomeados pelo Presidente da República, após a 'sabatina' da maioria absoluta do Senado Federal (art. 103-B, §2º, da CR/88). Observações Finais ORDEM ECONÔMICA A ordem econômica brasileira é compromissória. No art. 170 da CR/88, verificamos vários princípios que buscam a humanização do capital, tentando evitar os excessos do monopólio e oligopólio. Tribunal de Contas (arts. 70 a 75 da CR/88) O STF já disse que o TCU não é órgão do Poder Judiciário, mas sim órgão autônomo e auxiliar do Poder Legislativo (não fazendo parte da estrutura deste poder). 13
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