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J É S S I C A A L V E S IATROGENIA MEDICINA FUNORTE CASO CLÍNICO AAS 100mg ao dia Rosuvastatina 40mg ao dia Insulina NPH 35 ui pela manhã e 15 ui a noite Omeprazol 40 mg pela manhã Losartana 50mg de 12/12horas Hidroclorotiazida 50 mg pela manhã Levodopa + benzerazida 100/25 (Prolopa BD) cinco vezes ao dia Mantidan 100 mg 12/12 horas Escitalopram 20 mg /dia Vitamina D 200ui 2 vezes ao dia Carbonato de Cálcio 200mg duas vezes ao dia Idosa, 79 anos, está se recuperando de uma AVE isquêmico há 2 meses, faz fisioterapia e fonoaudiologia a domicílio, com melhora da fala e quadro motor, mas ainda não consegue andar sozinha. Além do AVE, a idosa possui também o diagnóstico de hipertensão, diabetes e Parkinson. Ela faz uso dos seguintes medicamentos: IATROGENIA QUALQUER ALTERAÇÃO PATOGÊNICA PROVOCADA PELA PRÁTICA MÉDICA. PRIMO NON NOCERE - "PRIMEIRO NÃO PREJUDICAR." O idoso é mais vulnerável às reações adversas associadas a drogas e intervenções, em função da senescência, risco mais alto de polipatogenia, polifarmácia e incapacidades. Princípios básicos de Geriatr ia e Gerontologia - Edgar A IATROGENIA RESULTA DE UMA OU MAIS DAS SITUAÇÕES: Iatrofarmacogenia Internação hospitalar Iatrogenia da palavra (comunicação de más notícias) Iatrogenia do silêncio (não saber ouvir paciente-família) Subdiagnóstico (fenômeno "idade") Cascata propedêutica (exames desnecessários) Distanásia (prolongamento artificial da vida) Prescrição de intervenções fúteis Excesso de intervenções reabilitadoras GRANDE PARTE RESULTA DO DESCONHECIMENTO DAS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO E DAS PECULIARIDADES DA ABORDAGEM DO IDOSO. FATORES DE RISCO REDUÇÃO DA RESERVA HOMEOSTÁTICA POLIPATOGENIA ( INTERAÇÃO DROGA-DOENÇA) POLIESPECIALISTAS (CUIDADO FRAGMENTADO) POLIFARMÁCIA - 5 OU + MEDICAMENTOS DE USO CONTÍNUO (INTERAÇÃO DROGA-DROGA) APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE DOENÇAS ALTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS ALTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS FARMACOCINÉTICA NO IDOSO "O que o corpo faz com a droga" ABSORÇÃO Redução da síntese de HCl e aumento do pH gástrico Redução do esvaziamento gástrico e da motilidade: taxa de absorção mais lenta. Redução do transporte ativo da membrana A polifarmácia pode causar competição pelo sítio de absorção e consequente aumento ou redução da absorção da droga Algumas drogas alteram a palatabilidade dos alimentos, causando inapetência e perda de peso como: fluoxetina, digoxina, IECA, sulfato ferroso, anticolinérgicos. Dementados e com disperistalse pode favorecer a permanência por mais tempo na cavidade oral ou esôfago, causando irritação ou erosão. Pouco influenciado pelo envelhecimento. DISTRIBUIÇÃO Redução da água corporal total: menor volume de distribuição de drogas hidrossolúveis (digoxina, alcool, cimetidina, antibióticos), aumento na concentração inicial (dose de ataque), diuréticos reduz ainda mais. Aumento da gordura corporal: mais distribuição de drogas lipossolúveis (BZD, amiodarona, verapamil), prolongando o efeito. Redução da massa muscular magra: mais concentração sérica inicial: reduzir dose de ataque. Redução da albumina: associada a subnutrição ou doenças consumptivas aumenta o nível sérico de drogas ácidas (warfarin, diazepam, corticóides, furosemida) a1-acido-glicoproteina: seu aumento presente em doenças inflamatórias, CA e queimaduras facilita a ligação de drogas como lidocaína, b-bloqueadores, ADT, reduzindo a fração livre e sua ação. Depende da composição corporal METABOLIZAÇÃO E EXCREÇÃO Redução do fluxo sanguíneo hepático Redução do tamanho do fígado Redução do conteúdo, afinidade e atividade das enzimas hepáticas. (Indutores enzimáticos - omeprazol, fenitoína, fumo, rifampicina. Inibidores enzimáticos - cetoconazol, fluoxetina, amiodarona, paroxetina), aumentando o risco de interação droga-droga. Redução progressiva do fluxo sanguíneo renal Redução do RFG (usar a fórmula de Cockroft e Gault) Redução da secreção tubular (drogas altamente ligadas a proteínas) Redução da reabsorção tubular Comorbidades (nefropatia hipertensiva, diabética, uso de AINEs Queda do clearance de creatinina não é acompanhada por elevação proporcional da creatinina sérica, provavelmente pela redução da massa muscular (sarcopenia). A dosagem sérica de creatinina nao reflete adequadamente a função renal) Ocorrem alterações na eliminação pré-sistêmicas (1 passagem hepática), metabolização hepática e eliminação renal. A redução do efeito da primeira passagem hepática aumenta a biodisponibilidade das drogas lipossolúveis (propranolol, nitrato, metildopa, morfina, nortriptilina). A biotransformação hepática é fundamental para drogas lipofílicas, que tem dificil excreção renal. ALTERAÇÕES HEPÁTICAS: ALTERAÇÕES RENAIS: FARMACODINÂMICA Controle da PA: maior tendência a hipotensão ortostática por disfunção de barorreceptores, agravada pelo uso de anti-hipertensivos, neurolépticos, tricíclicos, BZD, antiparkinsonianos Menos atividade colinérgica central: tendência a confusão mental e delirium Comprometimento do controle postural: tendência a quedas agravada pelo uso de BDZ Comprometimento da termorregulação, agravado pelo álcool, neurolépticos Redução da função dopaminérgica: mais sensibilidade extrapiramidal (antivertiginosos, metoclopramida) Hiporresponsividade a e b-adrenérgica (down-regulation): menos efeito anti-hipertensivo dos simpáticoliticos) Menos atividade do sistema R-A-A Aumento da sensibilidade anticolinégica: maior risco de confusão mental, retenção vesical, fecaloma, constipação intestinal Comprometimento de quimiorreceptores: maior risco de depressão respiratória Aumento da sensibilidade ao warfarin, opióides e BZD (sedação, confusão mental, ataxia e comprometimento cognitivo) ALTERAÇÕES DOS MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS ALTERAÇÕES NO RECEPTOR E PÓS-RECEPTOR Há redução progressiva do tônus colinérgico no envelhecimento. Xerostomia, sede, midríase, broncodilatação Taquicardia, arritmias cardíacas, bloqueios de condução Retenção urinária, diminui motilidade gastrointestinal Sonolência, amnésia, convulsão, agitação, alucinações EFEITO ANTICOLINÉRGICO ATROPINA - ESCOPOLAMINA IPRATRÓPIO - TIOTRÓPIO PRESENÇA DE DOENÇA E-OU FATOR DE RISCO NAO TRATADO CORRETAMENTE (RCV, FRATURAS, IMUNIZAÇÃO) USO DE DROGAS INEFICAZES OU SEM EVIDÊNCIAS DROGA CORRETA EM DOSE BAIXA OU SUBTERAPÊUTICA DROGA CORRETA MAS EM DOSE EXCESSIVA PRESCRIÇÃO EM CASCATA CAUSAS DE NÃO ADESÃO (POLIFARMÁCIA, POSOLOGIA COMPLEXA, CUSTO ELEVADO OU DIFÍCIL ACESSO, NECESSIDADE DE TREINO DE MEDICAÇÕES (USO DE AEROSSÓIS) TIPOS DE IATROFARMACOGENIA SUBUTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS IECA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA OU DIABETES MELLITUS ASSOCIADO À PROTEINÚRIA. ANTICOAGULANTES NA FIBRILAÇÃO ATRIAL. ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS NO DIABETES MELLITUS OU NA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA. BETABLOQUEADORES NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA OU APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO. PARACETAMOL EM IDOSOS COM DOR CRÔNICA.
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