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7 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Revestimentos de Argamassas Disciplina: Construção Civil 1 Professor: Sérgio do Rego Barros M. Dias Aluno: Marcelo Francisco dos Santos Recife 12/06/2018 1.0 Revestimentos de Argamassas As argamassas são materiais de construção com algumas propriedades e características específicas, como, por exemplo, rugosidade, aderência ao substrato, resistência mecânica, porosidade, estanqueidade. De forma geral, as argamassas são obtidas a partir da mistura de um ou mais aglomerantes, agregados miúdos e água, podendo conter aditivos e adições minerais. Então, o resultado final deste conjunto de matérias-primas é que definirá o comportamento do produto final. Inserido no conceito de edifício, o revestimento de argamassa pode ser entendido como o subsistema que recobre uma superfície porosa com uma ou mais camadas superpostas de argamassa, com espessura normalmente uniforme, resultando em uma superfície apta a receber o acabamento final. Então, dentro do subsistema revestimento, temos: Chapisco Nem sempre entendido como uma camada pelo fato de não possuir realmente espessura definida e não ser homogêneo, é a etapa de preparo da base com o objetivo de torná-la mais rugosa e homogênea à absorção de água, uma vez que os elementos estruturais e a alvenaria possuem capacidade de absorção bastante diferenciadas. Figura 1 Figura 1 Tipos de Chapisco Tradicional Consiste no lançamento vigoroso de uma argamassa fluida sobre a base, utilizando-se uma colher de pedreiro. A textura final deve ser a de uma película rugosa, aderente e resistente. Esta argamassa fluida é produzida com cimento e areia grossa em proporções que variam de 1:3 a 1:5, em função das características do agregado utilizado e da superfície a ser chapiscada. É comum também a adição de aditivos promotores de aderência, cujo uso deve ser muito bem especificado e controlado. O chapisco tradicional pode também ser aplicado por projeção sobre toda a fachada, inclusive sobre a estrutura. Neste caso, o traço sofre algumas modificações, como por exemplo no teor de aditivo. Figura 2 Figura 2 Industrializado Usualmente aplicado sobre a estrutura de concreto, esse tipo de chapisco é feito com uma argamassa industrializada específica para este fim, sendo necessário acrescentar somente água. É aplicado com desempenadeira denteada. Figura 3 Figura 3 Rolado Feito com uma argamassa fluida obtida através da mistura de cimento e areia, com adição de água e aditivo, usualmente de base PVA. Pode ser aplicada tanto na estrutura como na alvenaria, usando-se rolo para textura acrílica. A parte líquida deve ser misturada aos sólidos até obter consistência de “sopa”. Seu uso em fachadas é pouco comum, sendo mais usado em revestimentos internos. Figura 4 Figura 4 Emboço É a camada de argamassa aplicada após o chapisco, proporcionando a superfície requerida para a aplicação do acabamento final. Caso esta camada requeira espessura elevada, algo superior a 40-50 mm, detalhes especiais de reforços precisam ser contemplados, sendo que o uso de telas metálicas é bastante comum. Reboco Quando existe, é constituído por uma fina camada de argamassa aplicada sobre o emboço, podendo representar o acabamento final ou ainda servir de substrato para a aplicação deste. Massa única ou emboço paulista Camada de argamassa única aplicada sobre o chapisco, cumprindo as funções de emboço e reboco. Revestimento decorativo monocamada – RDM (ou monocapa) Trata-se de um revestimento aplicado em uma única camada e que cumpre, simultaneamente, a função do emboço e do acabamento final. A pigmentação da argamassa está presente em todo o corpo do produto e não só na face externa visível. As propriedades dos revestimentos argamassados podem variar em função do tipo de acabamento final aplicado, como pintura, revestimentos acrílicos/cimentícios de baixa espessura, texturas, placas cerâmicas etc, mas suas principais funções se resumem a: · Proteger a base, usualmente alvenaria e estrutura, da ação direta dos agentes agressivos, como vento, chuva, contaminantes atmosféricos etc; · Contribuir para o isolamento termoacústico e para a estanqueidade à água e aos gases; · Proporcionar uma superfície adequada, ou seja, regular, homogênea, suficientemente resistente, usualmente plana, para a aplicação do acabamento final, de modo que este atenda às prescrições do projeto arquitetônico; · Apresentar certa capacidade de absorver as deformações da base sem apresentar perda significativa nos seus requisitos de desempenho, em particular sem fissurar. Para que se tenha uma ideia da importância do revestimento como componente isolante, basta dizer que um revestimento de argamassa com espessura entre 30% e 40% da espessura da parede pode ser responsável por 50% do isolamento acústico, 30% do isolamento térmico e 100% da estanqueidade de uma vedação de alvenaria comum. No caso de paredes externas, com espessura usual em torno de 14 cm, mesmo os revestimentos com espessuras entre 25 e 40 mm (15% a 30% da espessura da parede), usualmente encontrados na prática, são grandemente responsáveis pela estanqueidade das fachadas. Desta forma, a não aplicação do emboço externo tem suas inevitáveis consequências, quais sejam: · Perda de estanqueidade; · Prejuízo nos isolamentos térmico e acústico; · Ausência da camada de proteção da base. Embora os revestimentos tenham a função de proporcionar regularidade superficial para o acabamento, algumas vezes eles são usados para o preenchimento de grandes desvios estruturais. Nestes casos, ainda que eles cumpram a função de enchimento, esta não é sua função básica e tal prática precisa ser adequadamente fiscalizada e especificada, evitando o surgimento de problemas após a entrega da obra, dando origem a onerosas despesas de manutenção e prejuízos significativos à imagem da construtora. Nota-se, então, a importância da regularidade geométrica dos edifícios para que tais problemas sejam minimizados. No outro extremo, revestimentos de baixa espessura podem apresentar baixo desempenho com relação aos itens de isolamento e estanqueidade previamente descritos. Além disso, o efeito de termoforese pode resultar em manchamento da fachada, os conhecidos “fantomes”, onde há o mapeamento da estrutura de concreto e/ou blocos de alvenaria. 2.0 Materiais Argamassas simples de cimento · Revestimentos de baixa porosidade, impermeáveis, resistentes; · Alta retração por secagem; tendência à fissuração; · Não devem ser aplicadas sobre bases de baixa resistência e alta porosidade (concreto leve, celular, blocos e tijolos leves); · Secam rapidamente; · Baixa plasticidade, baixa retenção de água – pouca trabalhabilidade. Argamassa simples de cal · Pouco utilizadas; · Reação de endurecimento: Ca(OH)2 + CO2 Æ CaCO3 + H2O; · Endurecimento lento; · Baixa resistência mecânica. Argamassa mista de cimento e cal São as mais indicadas para revestimentos em argamassa 3.0 Projeto de revestimento em argamassas Devem constar de um projeto de revestimento em argamassa: · Número de camadas do revestimento; · Espessura de cada camada; · Materiais constituintes de cada camada; · Dosagem dos materiais de cada camada. Referências Alvenarias. Disponível em < http://www.ebah.com.br/content/ABAAABXwAAF/alvenarias> Acesso em 16 Mai. 2018. Alvenarias de Vedação. Disponível em< https://pauluzzi.com.br/alvenaria-de-vedacao/> Acesso em 16 Mai. 2018. Procedimentos e cuidados com a aconstrução. Disponívelem:< http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7HYPERLINK "http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=119"&HYPERLINK "http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=119"Cod=119>Acesso em 16 Mai. 2018. Materias da Alvenaria. Disponível em: < https://construfacilrj.com.br/materiais-da-alvenaria/> Acesso em 16 Mai. 2018. Mãos a Obra. Disponível em: < http://maosaobra.org.br/perguntas_respostas/o-que-e-alvenaria-de-vedacao/> Acesso em 16 Mai. 2018. Alvenariasde vedação com blocos de concreto. Disponível em: < http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/55/anexo/bpalbcas.pdf> Acesso em 16 Mai. 2018.
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