Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS LONDRINA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO TECNOLÓGICO DE ENGENHARIA QUÍMICA I JOÃO ORTIZ MATHEUS BONIFACIO VITOR BARBIERI YARA APARECIDA CONVECÇÃO FORÇADA EM ESCOAMENTO CRUZADO: DETERMINAR EXPERIMENTALMENTE O COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO (H) EM UM ESCOAMENTO CRUZADO DE AR SOBRE UMA SUPERFÍCIE SÓLIDA AQUECIDA. LONDRINA MARÇO, 2021 JOÃO ORTIZ MATHEUS BONIFACIO VITOR BARBIERI YARA APARECIDA CONVECÇÃO FORÇADA EM ESCOAMENTO CRUZADO: DETERMINAR EXPERIMENTALMENTE O COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO (H) EM UM ESCOAMENTO CRUZADO DE AR SOBRE UMA SUPERFÍCIE SÓLIDA AQUECIDA. Relatório elaborado na disciplina de Laboratório Tecnológico de Engenharia Química do curso de Engenharia Química, ofertada pelo Departamento Acadêmico de Engenharia Química, do Campus Londrina da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Professoras: Larissa Maria Fernandes Sidmara Bedin LONDRINA MARÇO, 2021 RESUMO A convecção é definida como a transferência de energia entre uma superfície sólida e um fluido em movimento. Quando se utiliza um túnel de vento, executa-se uma convecção forçada, que utiliza uma fonte externa para movimentar o fluido, no caso deste experimento foi utilizado um ventilador. Sendo assim, o presente experimento teve como principal objetivo obter os coeficientes convectivos para diferentes velocidades e compará-los com valores teóricos. A partir desses cálculos foi possível observar uma grande diferença entre os valores experimentais e teóricos que pode ser justificada por erros de calibração ou considerações que não deveriam ser feitas. Conclui-se então, que o experimento não foi totalmente eficiente para o cálculo dos coeficientes convectivos. Palavras chave: Convecção; fluido; coeficientes convectivos. SUMÁRIO 1 Introdução 1 2 Resultados e Discussões 3 3 Conclusões 8 REFERÊNCIAS 9 1 INTRODUÇÃO Incropera (1990), define convecção como a transferência de energia entre uma superfície sólida e um fluido em movimento, este entendimento é análogo para a transferência de massa por convecção. A transferência de energia (calor) se dá através de dois mecanismos, sendo aquele proporcionado pelo movimento global das partículas do fluído chamado advecção e o outro causado pela agitação aleatória das moléculas do fluido que recebe o nome de condução, este segundo caso é conhecido como difusão quando se trata de transferência de massa. O regime de escoamento do fluído, calculado a partir do número de Reynolds, é de grande interesse para os estudos de transferência de calor por convecção visto que, o fato do escoamento ser turbulento ou laminar e também se é possível considerar que ele é completamente desenvolvido ou não, tem grande impacto na formação das camadas limites de velocidade e térmica e consequentemente no fenômeno de transferência de calor. Um dos conceitos mais importantes para o entendimento da transferência de calor por convecção é o de camadas limites. A camada limite de velocidade ocorre devido ao atrito entre a superfície e o fluido em movimento, a força de atrito é transmitida entre as camadas do fluido gerando assim um gradiente de velocidade no escoamento nas proximidades da superfície. Existe um valor δ de espessura em que a atuação destas forças é desprezível e pode-se considerar que a partir desse ponto a velocidade do fluido não é mais afetada pelo atrito com a superfície. (INCROPERA, 1990) A camada limite térmica pode ser entendida de forma análoga, sendo que a diferença de temperatura entre o fluído e a superfície é que geram um gradiente. As duas camadas dependem de características como viscosidade do fluido, velocidade do escoamento, condutividade térmica do fluido, geometria do escoamento e também características da superfície em questão. O estudo das camadas e destas características levam ao entendimento dos fenômenos de transferência de calor. A partir destes estudos foram elaborados números adimensionais que possuem significados físicos e são capazes de descrever algumas propriedades, tanto do escoamento como do fluido em si. Visto que a solução analítica das equações das camadas limites são limitadas a situações muito simplificadas, surgiram também equacionamentos gerados de forma empírica capazes de estimar o coeficiente convectivo de transferência de calor para inúmeras situações, tanto de escoamento externo como escoamento interno. Cada uma das equações tem suas condições e restrições de uso devido a diferentes geometrias, fluidos, escoamento entre outros, sendo necessário uma análise para se escolher as equações adequadas para cada situação. Dentre as equações empíricas para escoamento externo, pode-se citar três que foram criados para situações de escoamento cruzado sobre um cilindro sendo respectivamente as correlações de Hilbert, Zhukauskas e Churchill & Bernstein (INCROPERA, 1990). 𝑁𝑢𝑑 = 𝐶. 𝑅𝑒𝑑 𝑚. 𝑃𝑟1/3 (1) 𝑁𝑢𝑑 = 𝐶. 𝑅𝑒𝑑 𝑚. 𝑃𝑟𝑛. 𝑃𝑟 𝑃𝑟𝑠 0,25 (2) 𝑁𝑢𝑑 = 0,3 + 0,62𝑅𝑒𝑑 1/2 . 𝑃𝑟1/3 [1 + 0,4 Pr ]2/3]1/4 . [1 + ( 𝑅𝑒𝑑 282000 )5/8]4/5 (3) Sendo 𝑁𝑢𝑑 o número de Nusselt para os casos de cilindro, 𝑅𝑒𝑑 o número de Reynolds para cilindros, 𝑃𝑟 o número de Prandtl, C, m e n constantes tabeladas para cada situação (INCROPERA, 1990). Sendo assim, o objetivo do estudo é calcular os coeficientes convectivos da situação em questão, utilizando os dados experimentais e então comparar com os resultados obtidos através das correlações apresentadas anteriormente. Quais são as diferentes formas de transferência de calor? As três formas de se transferir calor são: convecção, radiação e condução. O que é convecção livre e convecção forçada? A convecção forçada ocorre quando o movimento do fluido no processo é gerado a partir de uma fonte externa, de forma mecânica. Já na convecção livre a convecção ocorre de forma natural sem o uso de fontes externas. O que é camada limite? A camada limite é a camada que sente os efeitos difusivos e a dissipação da energia mecânica, possuindo assim, uma variação de velocidade muito abrupta. Esse conceito é utilizado para descrever a região de contato entre um líquido incompressível e uma superfície sólida. Quais dispositivos mecânicos podem ser utilizados para realizar convecção forçada do ar? Podem ser utilizados dispositivos como: Bombas, ventiladores, dispositivos de sucção, entre outros. Identifique os potenciais riscos que o equipamento oferece, e quais medidas devem ser adotadas em tais situações. Como este é um equipamento elétrico há riscos de curto circuito e também de superaquecimento fazendo com que o equipamento possa pegar fogo. Nesse caso é necessário utilizar o extintor de CO2, utilizado para equipamentos elétricos. Além disso, é necessário tomar cuidado ao tocar no equipamento, pois ele possui uma hélice, que é cortante e um gerador de calor, que pode causar queimaduras. Nesses casos é necessário tomar medidas de pronto socorro em feridas leves, porém, em casos mais graves necessita-se ir a um pronto atendimento. 2 RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base nos dados fornecidos foi possível avaliar os coeficientes convectivos, o erro do multímetro foi considerado como ± 0,5 °C, os dados encontram-se disponíveis na tabela 1: Tabela 1 – Coeficientes Convectivos experimentais Medida H (W/ (m2.K)) 1 52,897 2 76,328 3 105,586 De modo a comparar com os dados experimentais foram utilizadas as correlações de Hilbert, Zhukauskas e Churchill & Bernstein, as propriedades foram avaliadas na Tf, a seguir encontram-se descritos os coeficientesconvectivos calculados a partir das correlações: Tabela 2 – Coeficientes convectivos teóricos. Medida Hilbert (W/ (m2.K)) Zhukauskas (W/ (m2.K)) Churchill & Bernstein (W/ (m2.K)) 1 10,95011 11,05325 12,17737 2 19,75775 24,52327 24,22775 3 24,15968 32,53931 31,0985 A partir dos dados apresentados os coeficientes teóricos apresentaram uma grande divergência dos calculados experimentalmente porém entre as correlações não foi apresentada uma grande divergência. As possíveis causas de divergência entre os resultados podem ser resultado de uma má calibração dos equipamentos, uma desconsideração das resistências de radiação e condução medidas pelo cilindro, a desconsideração da área das extremidades e o calor dissipado por tais. A seguir é apresentado a potência calculada a partir dos coeficientes convectivos teóricos: Tabela 3 – Potências teóricas. Medida Potência Hilpert (W) Potência Zhukauskas (W) Potência Churchill & Bernstein (W) 1 38,71068454 39,07529854 43,04929417 2 48,4049933 60,08013911 59,35614627 3 42,78816722 57,62896954 55,07722283 Pode-se observar que as potências calculadas são diferentes da potência de 187 W fornecida, este pode ser um dos fatores determinantes para a divergência entre os coeficientes convectivos, a potência fornecida não é de fato a potência dissipada. O processo de secagem é uma das técnicas mais antigas documentadas na literatura para reduzir a atividade de água do alimento, responsável pela sua alta perecibilidade. Dentre elas, pode-se citar os processos de secagem por convecção natural (feita geralmente em estufas) e convecção forçada (em diferentes tipos de secadores), aplicados a uma grande variedade de frutas e vegetais (KARATHANOS, 1999; NICOLETI, 2001). Os parâmetros de controle podem variar de acordo com o processo, mas em geral a temperatura, tempo de secagem e a dimensão do alimento (área de contato) são influentes em qualquer processo de secagem, pois exercem efeitos sobre a taxa de secagem, teor de umidade final e encolhimento do produto, características estas relacionadas com a preservação e qualidade do alimento, (NICOLETI, 2001; PAWLAK, 2001). Na secagem por convecção forçada, uma variável importante a controlar é a velocidade do ar de secagem, relacionada com a taxa de secagem (Park, 2001). Verificou-se, que altas taxas de secagem são alcançadas quando se eleva a temperatura e velocidade do ar. No caso de secagem de alimentos, usa-se geralmente convecção forçada visando evitar o superaquecimento localizado. Para um bom funcionamento de produtos eletrônicos não pode ocorrer um superaquecimento local em seus circuitos, quando isso acontece, tem-se uma menor eficiência na passagem de corrente elétrica. Um método muito utilizado é a instalação de um ventilador, chamado cooler, para realizar convecção forçada de ar, onde ocorre uma passagem muito rápida de ar em temperatura menor que a do circuito, realizando assim uma transferência de calor melhorando a eficiência do sistema. Outra alternativa para resfriamento de circuitos, ao contrário dos coolers comuns que utilizam ar para resfriar as peças, o Walter Cooler usa um sistema de bombeamento de água para dissipar o calor. Água destilada passa por um tubo e chega em um bloco de metal, onde ocorre troca de calor. Uma bomba garante que o fluido fique em movimento e um radiador é responsável por resfriar o líquido. Esse sistema garante a convecção forçada utilizando água que possui um maior coeficiente convectivo que o ar, esse método é ainda melhor pois possui maior eficiência em relação ao processo do ar. Podem ter ocorrido erros na leitura da corrente de 1 ampere, pois a posição para aferição não foi a adequada, imprecisão dos valores recolhidos do anemômetro é um fator a se considerar, assim como a perda de carga do vento entre o ventilador e o cilindro. Diante disso, é fundamental que todas as leituras fossem feitas de forma automática em um único painel e que não precisasse de equipamentos auxiliares de pôr e tirar do módulo. Para a sugestão é importante calcular a área superficial do cilindro que é dada pela equação 4 e 5: Área Superficial = Área Transversal + Área Radial (4) Área Superficial = π . D . L + 2 . π . r2 (5) Substituindo valores na equação 5, obtém-se: Área Superficial = 3,14 . 0,07 . 0,21 + 2. 3,14 . (0,035)2 Assim, a Área Superficial é igual a 5,38. 102 m, já a área radial apresenta 14,28% da área superficial, então, uma melhor sugestão para a potência dissipada seria 14,28. 3 CONCLUSÕES A partir dos resultados apresentados foi possível observar que o experimento não foi eficiente em calcular os coeficientes convectivos, foram observados vários erros experimentais e desconsiderações que não poderiam ser realizadas, isso resultou em um erro muito grande. Uma sugestão de melhoria para o experimento seria melhorar as considerações e aferir com maior precisão os equipamentos desta forma poderia resultar em um valor mais aproximado do teórico. REFERÊNCIAS INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa, 3a edição, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., R. J. 1990. KARATHANOS, V. T. Determination of water content of dried fruits by drying kinetics. Journal of Food Engineering, v. 39, n. 4, p. 337 344, 1999. PARK, K. J.; YADO, M. K. M.; BROD, F. P. R. Estudo de secagem de pêra bartlett (Pyrus sp.) em fatias. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 21, n. 3, p. 288-292, 2001. NICOLETI, J. F; TELIS-ROMERO, R.; TELIS, V. R. N. Air-drying of fresh and osmotically pre-treated pinapple slices: fixed air temperature versus fixed slices temperature drying kinetcs. Drying Technology, v. 19, n. 9, p. 2175-2191, 2001.
Compartilhar