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1 FACULDADE ESTÁCIO DO AMAPÁ-FAMAP CURSO: DIREITO DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II ACADÊMICOS: PAULO SANTOS TRABALHO EM GRUPO GARANTIAS E PRIVILÉGIOS (PREFERÊNCIAS) DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONCEITO DE GARANTIAS E PRIVILÉGIOS A garantia é meio jurídico que assegura o direito subjetivo de o Estado receber o crédito tributário por parte do sujeito passivo. Por sua vez, os privilégios decorrem da posição de prioridade de pagamento, que se encontra o crédito tributário com relação aos demais créditos. LEGISLAÇÃO As garantias e privilégios estão albergados no regime jurídico do crédito tributário, constituem um capítulo próprio do Código Tributário Nacional (CTN), nos termos do Art.183 ao 193 do Código Tributário Nacional. INSTITUTOS GARANTIAS As garantias previstas no Art. 183 ao 185-A do Código Tributário Nacional são meramente exemplificativas, podendo, portanto, haver garantias específicas em leis tributárias específicas, posto que não excluem outras garantias previstas na legislação, como no Art. 3º, inciso IV da lei Lei Nº 8.009/90 (Impenhorabilidade Bens de Família). O Art. 184 do CTN fixa a garantia geral do fisco onde o devedor responde pelo crédito tributário com a totalidade de seus bens presentes e futuros, ressalvadas as hipóteses que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Mas somente a hipótese de impenhorabilidade legal, ou seja, as previstas em lei podem ser opostas a fazenda pública. A impenhorabilidade decorrente de clausula voluntaria (Art. 1.911, CC), por se tratar de um ato voluntario do devedor este ato não pode ser oposto contra a fazenda pública. Além disso, os direitos reais de garantias não podem ser opostos contra o poder público na execução dos créditos tributários. Isto significa que inclusive os gravados com hipoteca, penhor ou anticrese esses bens podem ser levados a penhora pela fazenda pública. O Art.185 do CTN estabelece a regra de presunção de fraude à execução na hipótese do sujeito passivo após a inscrição do credito tributário em 2 dívida ativa, proceder a alienação ou oneração de bens ou rendas, sem ressalvar bens suficientes, e a norma vai mais longe, quando considera que a fraude ocorre já no começo dos atos acima citados. Perceba que o marco temporal se dá a partir da inscrição em dívida ativa do crédito. Outrossim, atenção à palavra presunção. Todavia, esta presunção de fraude é afastada na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. O Art. 185-A, incluído pela LC 118/2005 criou a modalidade cautelar de garantia do crédito tributário, tendo em vista que o dispositivo legal é expresso em exigir para o cabimento da indisponibilidade de bens e direitos, a presença dos seguintes requisitos: a) dívida ativa tributária; b) que o devedor seja devidamente citado; c) não realize o pagamento e nem apresente bens à penhora no prazo legal; d) impossibilidade de localização de bens. A medida não deve ter dita como automática, pois para que seja possível a aplicação é necessária a comprovação pelo credor de esgotamento das diligências para a localização de bens do devedor. Súmula 560-STJ: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran. PREFERÊNCIAS DO CREDITO TRIBUTÁRIO A Preferência: É o pagamento prioritário de um crédito em desfavor daqueles que com eles concorrem. O crédito tributário prevalece sobre os demais créditos, com exceção dos créditos trabalhistas. DIREITO AS PREFERÊNCIAS A Lei nº 11.101/2005 que instituiu a nova lei de falência veio alterar a questão das preferências do crédito tributário. O CTN, apesar de aprovada por lei ordinária, recebeu, a lei complementar. Assim, nos termos do art. 186 do CTN, com a redação dada pela LC nº 118/2005, o crédito tributário prefere a qualquer outro, menos os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Art.186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Parágrafo único. Na falência: I. O crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantias reais, no limite do valor do bem gravado. II. A lei poderá estabelecer limites e condições para preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. III. A multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados De acordo com o caput do art. 186, o crédito tributário possui preferência quase que absoluta sobre os demais, não prevalecendo apenas sobre os créditos decorrentes da legislação do trabalho e de acidente de trabalho. Assim primeiramente são 3 pagos os créditos trabalhistas e acidentários. Após procede-se o pagamento dos créditos tributários. E se ainda houver saldo remanescente, as demais classes legais são pagas. Falência Já no processo de falência, outros créditos, além dos trabalhistas e acidentários, passam a preferir ao crédito tributário, os quais são: ▪ Créditos extraconcursais; ▪ Importâncias passíveis de restituição; ▪ Créditos com garantias reais, no limite do valor do bem gravado. Multas Esta previsto no art. 186, III, do CTN, que, na falência, a multa tributária não tem a mesma preferência do crédito tributário, preferindo apenas aos créditos subordinados. Com a Lei Complementar 118/2005, as multas fiscais, moratórias ou punitivas, poderão ser incluídas no crédito habilitado em falência ou concordata. ROL DAS PREFERÊNCIAS Concurso de Preferências Quanto ao concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito publico, a matéria é regulada pelo art. 187 do CTN nos seguintes termos: Quando há mais de uma esfera para receber o crédito tributário. Neste caso, deve ser observada a seguinte ordem: União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios. Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Caput com a redação dada pela LC nº 118, de 9-2-2005). Parágrafo único. O curso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I . União; II. Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pro rata; III. Municípios, conjuntamente e pro rata.” Ordem de Preferência Para recebimento de créditos tributários pelas pessoas jurídicas de direito público, assim seguem: 1º. Créditos da União, e depois as demais autarquias federais de acordo com a sumula 497, STJ; 2º. Créditos dos Estados e DF e suas autarquias conjuntamente e “pro rata”; 3º. Os créditos dos municípios e suas autarquias conjuntamente e “pro rata”. Cobrança Judicial De acordo com o art. 187, a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Lembrando que, havendo contestações, o juiz remete as partes ao processo competente, tal como consta no art. 188, §1º, o qual é concernente ao processo de falência Sendo que, o crédito tributário não esta sujeito ao concurso de credores, o CTN prevê o concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito público, quando mais de uma for credora. Conseqüentemente, no momento 4 do pagamento dos créditos tributários, deve-se seguir a ordem prescrita nos incisos do Parágrafo único do art. 187, CTN. Conforme consta no Parágrafo Único, o concursode preferência aparentemente se afasta do principio da paridade jurídica das entidades políticas, que compõe a esfera da Federação. No entanto, o STF, julgou válida a disposição do CTN editando a sumula 563 do seguinte teor: O concurso de preferência, a que se refere o parágrafo único, do art. 187 do CNT, é compatível com o disposto no art. 9º, I da Constituição Federal de 1967, atualmente, art. 19, III. CF de 1988. CONDIÇÕES DA PREFERÊNCIA. No processo de inventário ou arrolamento e liquidação judicial ou voluntária Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1º do artigo anterior. Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. No processo de inventário ou arrolamento, liquidação judicial ou voluntária, o crédito tributário possui preferência absoluta, sendo pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento.
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