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INTRODUÇÃO
Com base nas discussões em sala de aula e no livro “A arte de argumentar: Gerenciando Razão e Emoção” de Antônio Suárez de Abreu, temos por objetivo neste trabalho analisar o filme “Obrigado por fumar” dirigido por Jason Reitman em 2006 nos Estados Unidos e o documentário “Muito além do peso” dirigido por Estela Renner em 2012, para entendermos melhor o gerenciamento de relações que se dão em meio às técnicas de argumentação e persuasão presentes nos dois filmes. Vamos analisar também o papel da publicidade, seus pontos positivos e negativos, bem como a importância e peso que a argumentação e persuasão têm em suas campanhas. Além disso, refletir sobre como a publicidade deseja produzir consumidores, porem, consumidores insatisfeitos para que precisem consumir cada vez mais sem o ciclo do consumismo se quebrar.
DESENVOLVIMENTO
Para termos sucesso no gerenciamento de nossas relações com os que estão em nossa volta, é necessário sabermos argumentar para que consigamos expor nossos pontos de vista sobre determinado assunto. Segundo Von Clausewitz, argumentar não é simplesmente vencer alguém, é saber integra-se ao universo do outro, ou seja, conhece-lo e compreende-lo para assim comunicar-lhe ideias e emoções. Em uma sociedade onde as relações interpessoais estão cada vez mais midiatizadas, ou seja, amparadas pela tecnologia midiática, é importante saber gerenciar estas relações com a sociedade em geral. 
Segundo Antônio Suaréz Abreu, escritor do livro “A arte de argumentar”, argumentar é a arte de convencer e persuadir, convencer é saber gerenciar informação, é falar à razão do outro, demonstrando, provando. Ou seja, quando tentamos convencer uma pessoa, estamos lidando com as ideias, ou a razão dela. Quando queremos persuadir uma pessoa, devemos tentar mexer com as suas emoções, caminhando ao seu lado e sensibilizando-se com seus sentimentos. Pois apesar de motivarmos ela a fazer o que queremos, ela deve fazer sabendo que suas ações partiram dela mesma.
No documentário “Muito além do peso” produzido em 2012, que conta com uma série de depoimentos de especialistas do Brasil e do exterior em variadas áreas do conhecimento, para a apresentação de casos de obesidade infantil provenientes de diversas regiões do nosso país, podemos refletir bastante sobre assuntos como argumentação, manipulação, publicidade infantil, dentre outros. 
Durante o filme que em 1 hora e 30 minutos, percebemos diversas maneiras tanto das crianças que sofrem de obesidade, quanto de seus pais, quanto dos especialistas entrevistados de convencerem uns aos outros, e ao telespectador de seus pontos de vista. Logo no início do documentário, uma criança tende a convencer seus pais a lhe darem batata frita no almoço, se jogando no chão e chorando sem parar até conseguir o que quer, ou seja, ele usa mais do que argumentos em fala, ele usa instrumentos extralinguísticos para expressar sua indignação. A mãe, para evitar o desconforto, o mal estar a até brigas, acaba cedendo à criança a comida que tanto lhe faz mal a saúde, graças à manipulação emocional de seu filho. 
Ao longo do documentário, diversas vezes são mostrados especialistas e médicos falando sobre a situação das crianças que sofrem de obesidade em nosso país, eles então, utilizam dados comprovados cientificamente e empiricamente para convencer nós telespectadores de que grande parte das doenças cardiovasculares estão diretamente ligadas ao sobre peso, ou ainda que diante de estudos e estatísticas, passamos a vida preocupados com a frequência de homicídios e acidentes de trânsito em nossas cidades, pois casos assim sempre estão na capa do jornal, ou em evidência nos telejornais, porém, homicídios e acidentes de transito estão em últimos lugares no ranking de causas de morte nos Estados Unidos, enquanto doenças cardíacas, derrames, cânceres e diabetes que são provocados pela obesidade estão nos primeiros lugares. Além de os argumentos possuírem base científica, eles são respaldados por pessoas reconhecidas pela sociedade, passando então, confiança nos dados apresentados.
É muito frustrante quando em determinado momento do filme, uma mãe relata que seu filho a chantageia para ganhar mais comida, dizendo que se assim não for feito, ele ligará para a policia e a denunciará por maus tratos. Ou seja, a criança utiliza uma maneira de manipular a vontade de sua mãe, além de provocar-lhe sentimentos negativos, dos quais ela parece não poder sair, a menos que faça aquilo que seu filho deseja.
Em determinado momento do documentário, os produtores mostram as crianças e as famílias delas, a quantidade de açúcar e gordura presentes nos alimentos mais consumidos por quem sofre de obesidade. Eles sustentam o argumento de que aqueles alimentos fazem mal a saúde comprovando a quantidade de substâncias que excessivamente fazem mal ao corpo do ser humano, contestando o ponto de vista equivocado daquelas pessoas que pensavam o contrário. É o mesmo caso das diversas vezes em que o documentário traz estatísticas, dados, percentuais, etc. Estes números vindos de fontes confiáveis costumam ser encarados pelo receptor como uma comprovação da opinião de seu emissor, ou seja, usando seu lado racional, o receptor acaba por aceitar o argumento contrario.
	
	Depois de mostrado a quantidade de açúcar presente em uma latinha de Coca cola, uma das crianças diz que não pretende parar de tomar o refrigerante, por que segundo ele, quando abre uma latinha de Coca ele abre “a felicidade”. Isto nos faz questionar o papel da publicidade em meio a produtos que causam mal a saúde e podem levar à obesidade, pois em 2009 a marca de refrigerantes veiculou uma campanha exatamente com este título: “abra uma Coca cola, abra a felicidade”. 
Uma pesquisa divulgada pela Universidade de Brasília (UnB) revela que 72% das propagandas em veículos de comunicação induzem ao consumo de alimentos que fazem mal à saúde. Segundo pesquisadores responsáveis pelo estudo, os resultados mostram que as peças publicitárias chamam a atenção para fast foods (lanches rápidos), doces, biscoitos, refrigerantes e similares, com especial ênfase no público infantil. Depois de 52 semanas e 20 diárias de análise da programação de TV aberta e fechada, professores, alunos e recém-formados do Departamento de Nutrição da universidade chegaram à conclusão de que 72% das peças publicitárias “vendem” alimentos com alto teor de gorduras, açúcares e sal. Segundo a pesquisa, os alimentos mais divulgados são (ordem decrescente): fast food (como sanduíches e batatas fritas); guloseimas (chicletes, balas) e sorvetes; refrigerantes e sucos artificiais; salgadinhos de pacote, e biscoitos (doces e recheados) e bolo. Já existem alguns projetos de lei no Congresso que buscam a regulamentação e talvez a proibição de propagandas como estas, porém, a indústria de alimentos possui muito poder, poder este atrelado com grandes corporações que tem um poder maior ainda em cima do estado, por este motivo, estes projetos de lei nunca vão pra frente. A rede de lanches Burguer King, faz recorrentes campanhas publicitárias para anunciar sua oferta de refrigerantes: você paga um copo e pode enchê-lo quantas vezes desejar em um determinado espaço de tempo. Tão bem veiculada é esta campanha, que as crianças no documentário chegam a cita-la durante as conversas com os produtores. Portanto, fica clara que a publicidade atinge públicos muito bem específicos, por meio de promoções deste tipo, ou ainda mais gravemente (em minha opinião) por meio de brinquedos e bonecos de personagens famosos que vem junto com os lanches. As propagandas veiculadas em televisões, são sempre muito bem pensadas e produzidas, utilizam linguagens muitas vezes infantis, animações coloridas, musicas animadas, etc., ou seja, tudo para chamar atenção das crianças. Ainda, os locais onde são vendidos fast foods como o Mc Donalds, por exemplo, possuem playgrounds para o divertimento das crianças, ou seja, a parte temática e divertida das redes fast foods chamam mais atenção doque a própria comida. As grandes indústrias alimentícias então, se aproveitam da vulnerabilidade das crianças para incentivar o consumo de produtos altamente calóricos como os citados a cima. 
O Datafolha fez uma pesquisa a pedido do Instituto Alana (mesmo instituto que apoia o documentário) para saber a opinião de pais de crianças de até 11 anos sobre o impacto da publicidade de cadeias de fast-food em seus filhos. Os resultados mostram que uma maioria (79%) concorda que a publicidade leva as crianças a pedirem aos pais os produtos anunciados; 76% acredita que a publicidade dificulta a educação alimentar provida pelos pais no ambiente familiar. Ou seja, a publicidade foca em um público sem poder aquisitivo, que são as crianças, mesmo com a desaprovação daqueles que, de fato, são os que têm meios de comprar seus produtos.
Mudando a perspectiva de análise, não é necessário nenhum esforço para lembrarmos o quando as pessoas gordas sofrem em nossa sociedade, esta muito tradicional e cada vez mais preocupada com padrões físicos e estéticos. É bom deixar claro que o incentivo ao emagrecimento se deve à melhora da saúde das crianças, porém algumas delas no documentário não negam e até mesmo relatam que sofrem gordofobia (elas não utilizam este termo) de seus coleguinhas na escola. Atividades simples como sair de casa, nadar, dançar ou correr, bem como tantas outras atividades prazerosas do dia a dia, são deixadas de lado por humilhação e vergonha. Se relacionar afetivamente se torna uma missão quase impossível para estas crianças que sofrem de obesidade. 
Em mais um momento do filme a publicidade entra em cena quando uma mãe reclama que chocolates e alimentos calóricos estão sempre às bocas do caixa, facilitando até demais a compra, sendo assim uma estratégia para que você se impulsione e compre aquilo que tanto resistiu durante todo o período de comprar, ainda mais se você estiver com uma criança. Além disso, produtos para crianças como cereais, bolachas e doces sempre vão estar na parte de baixo das prateleiras, justamente para os “maiores consumidores” – as crianças – se sentirem atraídas. 
	O filme “Obrigada por fumar” retrata a vida do lobista Nick Naylor, ele é divorciado e pai de um menino, o Joel, Nick mantem relações com uma repórter de um jornal onde ela o engana e publica uma matéria com todos os seus segredos, sendo um deles o “Esquadrão da Morte” um trio formado por Nick, Bobby que trabalha para as indústrias de armas e Polly para as indústrias de bebidas alcoólicas. 
	
Ao longo da trama o Senador Ortolan K. Finistirre promove debates com Nick sobre o cigarro, pois o Senador defende a campanha contra o cigarro e quer que em todos os rótulos do produto venha escrito “veneno”, já Nick como ajuda a vender cigarros é contra.
Por conta desses debates Joel tem vergonha do seu pai, pois acha que o que ele faz é errado, porém ao longo do filme Nick convence ao filho que isso não é errado e ela precisa trabalhar para pagar suas contas, ou seja, ele necessita do emprego, mas não quer dizer que gosta do que faz. 
	No filme, Naylor dizia que tinha uma frase de efeito que era: “Se argumentar corretamente, nunca estará errado”, é possível ver um exemplo claro no filme disso quando ele está no parque com seu filho e estão tomando sorvete, Joel de chocolate e Nick de baunilha. Naylor parte do pressuposto que o filho vai dizer que o chocolate é o melhor sabor e ele irá dizer que a melhor coisa do mundo é poder escolher entre os dois sabores. Joel argumenta que seu pai não o convenceu que o sabor e baunilha é o melhor, Naylor esclarece que não queria convencer seu filho e sim provar que ele estava certo e Joel não. 
O filme retrata a arte de manipular as pessoas com palavras, ou seja, o poder que uma boa argumentação possui, quando Nick discutia a favor do cigarro ele sempre mencionava de maneira convincente que o público tem o seu poder de escolha, já que segundo ele ninguém é obrigado a fumar, sabendo que todas as pessoas e até mesmo os fumantes sabem os malefícios dos cigarros. Contudo num mundo onde cada imagem e propaganda passam pela manipulação da mídia antes de chegar ao consumidor, até que ponto essa liberdade pode ser considerada verdadeira?
	Num certo momento do filme, a indústria de cigarros percebe que começou a perder seu público e lucros fazendo com que público alvo mude para jovens que ainda não fumam para convencê-los a fazer isso, portanto, Nick começa a usar toda sua capacidade de convencer e argumentar para que os jovens iniciem a pratica de fumar, uma das estratégicas seria convencer artistas a voltarem a fumar nos filmes como acontecia nos filmes da década de 80, onde o cigarro era símbolo de sensualidade, partindo do pressuposto que os jovens gostam de se sentir sensuais. A introdução do cigarro no cinema também seria uma boa estratégia, pois pode ser inserido facilmente no contexto, sem mudar a história, se tornando uma mensagem subliminar que fica no inconsciente das pessoas que acabam relacionando tal artista com o uso do cigarro e querendo se tornar igual a ele se tornaria fumante.
O discurso publicitário tem como sua característica principal a persuasão, com diferentes táticas de argumentação para convencer seus públicos a escolherem um determinado produto, mostrando as vantagens e benefícios em possui-lo, sendo que o objetivo final é influenciar o público alvo na hora da decisão da sua compra.
A arte de argumentação fica muito evidente em cada discurso de Nick no decorrer do filme em que ele usa o seu poder de convencer para motivar as outras pessoas a fazerem o que ele quer, pois como é retratado no filme as pessoas são emocionais e 30% da sua fala é convencimento e os outros 70% é de persuasão, utilizando assim as técnicas argumentativas para convencer e realizar o gerenciamento entre as relações interpessoais de maneira positiva.
No caso do filme, o discurso publicitário que Nick utiliza é para tentar convencer as pessoas e instituições de que cigarro não é ruim, porém vai contra aos valores defendidos por entidades governamentais e defensores da saúde que condenam o uso do cigarro, culpando os anúncios publicitários pelo vício da população, que necessita do cigarro para satisfazer-se, porém Nick não defende o consumo de cigarros e nem desmente que o produto mata e faz mal à saúde, mas com argumentos convincentes ele faz com que a imagem da indústria tabagista não fique ruim perante as críticas e as campanhas antifumo.
É importante perceber que os defensores da saúde falavam mal das propagandas, porém utilizavam dela para convencer de que o tabaco fazia mal, por exemplo, quando o senador Ortolan diz que precisa encontrar um adolescente fumante que esteja definhando, sem poder falar ou andar, para levá-lo consigo quando for discutir os malefícios do cigarro em programas televisivos ou outras esferas públicas, tornando seus argumentos antitabagistas mais convincentes.
A partir da análise do filme, ficam evidentes as técnicas publicitárias no trabalho de Nick Naylor, mas percebe-se que a publicidade está em todos os universos representados no filme. No caso do senador argumentando contra o uso do tabaco e utilizando a imagem de um adolescente fumante doente, as estratégias da jornalista para convencer Nick a contar seus segredos, o filme que seria produzido em Hollywood para aumentar a venda de cigarros entre os jovens vinculando à sensualidade. Percebe que o lobista utiliza princípios parecidos com os da propaganda na construção dos discursos partindo das ideologias que ele pretende representar, no uso da argumentação como ferramenta de persuasão. A utilização dos artifícios do discurso publicitário para convencer os indivíduos em qualquer que seja o contexto, fica evidente no filme. É importante refletir que o filme é voltado para o universo da publicidade e seu processo argumentativo, a recepção dela pelo público e a indução ao consumo dos produtos anunciados por ela, no filme é representado pela indústria do cigarro, mas pode ser aplicado a qualquer tipo de produtoque a publicidade possa anunciar, além de qualquer situação que possa se beneficiar dela.
 
Mudando um pouco a perspectiva de análise, podemos analisar o discurso do filme. Analisar o discurso vai além de perceber as falas e as linguagens do vídeo, é perceber todos os elementos extralinguísticos, ou seja, o não dito pelo documentário. É entender todo contexto histórico no qual as crianças que sofrem de doenças causadas pela obesidade estão inseridas. Vivemos em uma sociedade, que está cada vez mais preocupada com a estética e com a realização de um corpo saudável e magro, o problema é que estão tornando disto um padrão, e quem não segue este padrão é julgado de uma forma nada gentil. Voltamos mais uma vez a questão do bullying que as crianças sofrem de seus próprios amiguinhos, que estão condicionados a acreditarem que apenas o corpo magro é bonito e porque não dizer “relacionável”. A preocupação com o corpo das crianças não é estética, é em relação a sua saúde, porque um corpo obeso é mais propenso a diversas doenças, bem como um corpo muito magro também, sobretudo, a qualidade de vida é prioridade para todos. 
Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza em seu livro “Prática de texto: para estudantes universitários”, não há como dizermos que existe uma língua certa e outra errada, ou ainda que uma língua seja melhor que a outra, pois cada uma possui sua gramatica e sua organização estrutural. É clara a diferença na linguagem das crianças de classes mais baixas retratadas pelo documentário e a linguagem das pessoas de classes mais altas que estavam produzindo o filme e entrevistando as crianças. A diferença fica maior, quando analisamos o discurso dos especialistas, médicos e pesquisadores que prestam seus conhecimentos para as gravações, estes utilizam a norma culta e padrão da língua portuguesa para se comunicarem, enquanto aqueles utilizam variações linguísticas de sua região ou classe social. De acordo com os autores citados acima, “a língua padrão é fruto de um processo histórico seletivo sempre ligado aos grupos sociais hegemônicos. Em outras palavras, a língua padrão, na sua origem, é a língua do podem político, econômico e social”. Ou seja, a língua padrão só é padrão porque é a linguagem mais utilizada pelos letrados em nossa sociedade, ou seja, pela população mais rica e detentora de poder, pois tudo o que é ligado às classes mais altas, é sempre sinônimo de correto e padrão. Portanto, a língua não é uniforme, ela aceita variações geográficas, variações de acordo com o nível de formalidade e especialmente aceita diferenças entre a língua escrita, porem, a escrita é mais resistente a mudanças. 
Inferimos assistindo o documentário que as crianças lá expostas não possuem uma educação de qualidade, pois provavelmente estudam em colégios municipais e estaduais, e estes em periferias são muitas vezes esquecidos por entidades municipais e governamentais. Segundo Magda Becker Soares, “enquanto a escola serviu apenas ás classes favorecidas, ás classes dominantes, não se discutiam esses problemas – a respeito do uso da norma culta – porque a escola só recebia alunos que dominavam a variedade linguística que a ela interessa e que pretende ensinar”. No caso das crianças de classes mais baixas como as do documentário que usam um dialeto mais popular e diferente do dialeto da escola, é importante ressaltarmos de que não existe língua errada, e sim variações da mesma nos âmbitos de nossa sociedade tão preconceituosa a respeito de tantas coisas, inclusive a respeito da linguagem. 
CONCLUSÃO:
Em resumo, com este trabalho podemos perceber como o estudo e, sobretudo o entendimento das técnicas de argumentação e persuasão são importantes para nossa vida acadêmica e principalmente profissional, já que como publicitários iremos lidar com isto diariamente na hora de planejar uma campanha ou peça publicitária dentro de agências ou não. É importante percebemos que a publicidade possui dois lados, muitas vezes ela não é usada com intenções além do lucro para grandes empresários, o que pode tornar o trabalho antiético, portanto, como pessoas, devemos ao máximo cumprir com nossos deveres profissionais, mas acima de tudo, éticos. Além de refletirmos sobre estes filmes, este trabalho nos fez refletir sobre as aulas de língua portuguesa em geral, já que assuntos como linguagem, persuasão e comunicação estão presentes não apenas no filme e documentário, mas sim em nosso cotidiano acadêmico e futuramente profissional. 
REFERÊNCIAS
· A MENTE É MARAVILHOSA. A chantagem emocional e a manipulação. Disponível em: <http://amenteemaravilhosa.com.br/chantagem-emocional-e-manipulacao/>. Acesso em: 01 dez. 2016.
· CONGRESSO EM FOCO. Propaganda induz à alimentação não saudável. Disponível em: <http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/propaganda-induz-a-alimentacao-nao-saudavel-diz-unb/>. Acesso em: 01 dez. 2016.
· ECYCLE. A publicidade infantil influencia na alimentação do seu filho? veja como ajudá-lo a comer bem. Disponível em: <http://www.ecycle.com.br/component/content/article/62-alimentos/3282-obesidade-infantil-causas-implicacoes-publicidade-fast-food-desnutricao-criancas-brasil-mundo-como-combater-dicas-melhor-saude-alimentacao-nutricao-brincadeiras-na-cozinha-filho-filha-aprender-origem-alimentos-cuidados-pais-e-filhos.html>. Acesso em: 01 dez. 2016.
· FARACO, C.A e TEZZA, C. prática de textos para estudantes universitários. 21 ed. Petrópolis, RJ, Vozes. 
· OBRIGADO por Fumar. Direção de Jason Reitman. Produção de David O. Sacks. Roteiro: Jason Reitman. Música: Matt Messina, Rolfe Kent. Estados Unidos: 2005. (92 min.), son., color. Legendado.

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