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teorias da aprendizagem LIVRO

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1 
 
Disciplina: Teorias de Aprendizagem 
Autores: Esp. Patrícia Penkal de Castro 
Revisão Conteúdos: M.e Maria Tereza Costa / M.e Romário Keiti Pizzatto Fugita 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing 
da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de 
direitos autorais. 
 
2 
 
Patrícia Penkal de Castro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teorias de Aprendizagem 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
CASTRO, Patrícia Penkal de. 
Teorias de Aprendizagem / Patrícia Penkal de Castro. – Curitiba, 2016. 
74 p. 
Revisão de Conteúdos: Maria Tereza Costa / Romário Keiti Pizzatto 
Fugita. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Teorias de Aprendizagem – Faculdade 
São Braz (FSB), 2016. 
 ISBN: 978-85-5475-103-6 
 
 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 
112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também 
brasileiros conscientes de sua cidadania. 
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de 
dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e grupos 
de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração entre 
professores e estudantes. 
 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Nesta disciplina serão abordadas algumas teorias da aprendizagem, 
utilizadas no ambiente escolar, considerando o projeto político pedagógico, valores, 
missão e objetivos traçados. 
O foco das explicações transitará entre as mais conhecidas teorias de 
aprendizagem para proporcionar uma visão bem ampla e imparcial mostrando 
pontos fortes e fracos de cada uma. 
Alguns dos grandes estudiosos sobre como funciona a aprendizagem 
humana foram incluídos nesta disciplina, figuras como Jean Piaget, Henri Wallon, 
Howard Gardner, Burrhus Skinner, tiveram suas teorias analisadas e devidamente 
explicadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Aula 1- Conceitos e Denominações para Teorias de Aprendizagem 
 
Apresentação da Aula 
 
Na primeira aula serão apresentados conceitos de aprendizagem, como 
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, mostrando suas características e a 
importância de serem trabalhados em sala de aula. Na sequência se verifica os 
elementos e processos internos e externos da aprendizagem e o que está dentro 
das possibilidades do professor para tornar a aprendizagem mais adequada a cada 
conjunto de necessidades que se encontra na sala de aula. 
 
1. CONCEITOS E DENOMINAÇÕES PARA TEORIAS DE APRENDIZAGEM 
 
Dentro das teorias de aprendizagem utilizadas no ambiente escolar, se tem 
a convergência de práticas didáticas para o mesmo foco que o Projeto político 
pedagógico (PPP), a visão, missão e valores da escola. 
Importante 
O importante é conhecer as teorias de aprendizagem para aplicá-
las da maneira mais coerente possível, dentro da sala de aula. 
 
Soma-se a isso o foco do curso de Psicopedagogia, o qual está centrado no 
aluno e no professor que precisam do psicopedagogo para prevenir, avaliar e/ou 
diagnosticar o andamento da aprendizagem do aluno. 
Desta forma, torna-se necessário que sua atenção tenha como foco a 
relação das teorias da aprendizagem com a aprendizagem do aluno e a pessoa do 
aluno, pois nessa tríade a atenção precisa estar voltada às possiblidades e 
limitações que a própria aprendizagem promove no ato de aprender do aprendiz. 
Ou seja, verificar se, de fato, determinada teoria atende a todas as necessidades 
que o aluno demonstra e, caso contrário, quais são as alternativas para retomá-la. 
Quando as teorias de aprendizagem são mencionadas, muitos podem se 
questionar o porquê de estudar essa temática. No entanto, o questionamento é 
 
7 
 
muito comum, uma vez que, na maioria das vezes, as pessoas buscam “receitas” 
prontas de como desenvolver atividades práticas que possam lhes auxiliar no 
desenvolvimento de suas atividades pedagógicas. 
Porém, é preciso considerar que, tanto as questões teóricas quanto as 
questões práticas são de suma importância, e uma dá sustentação à outra. Por 
isso, a importância da compreensão das teorias para desenvolver uma boa prática. 
Curiosidade 
O que significa ter uma “boa prática”? 
Planejar atividades que contribuam de forma significativa, para 
o desenvolvimento do sujeito e para melhor compreensão da 
articulação entre a teoria e a prática. 
 
1.1. Contexto Histórico do Psicopedagogo 
 
O psicopedagogo, durante um tempo da sua história, foi visto como o 
profissional cuja função era identificar os problemas que o sujeito apresentava na 
aprendizagem. No entanto, é importante saber que esta visão é superficial, 
necessitando algum aprofundamento, pois dessa maneira limita-se o 
psicopedagogo a um simples identificador de problemas quando, na sua prática 
psicopedagógica, o trabalho é, a cada dia, mais amplo. 
Com o passar dos anos e com a evolução da sociedade, a visão e atuação 
desse profissional foram modificando-se aos olhos da população. Dessa forma, na 
atualidade, a visão reducionista com relação aos psicopedagogos ampliou-se. 
Pesquise 
Para aprofundar suas leituras e conhecimento pesquise sobre a 
atuação do psicopedagogo e qual é seu papel. Com o objetivo de 
contribuir com sua aprendizagem pode-se dizer que a este 
profissional cabe a função de compreender, prevenir e avaliar os 
processos de aprendizagem do ser humano, assim como trabalhar 
estratégias para que ele tenha espaço e tempo para efetivar o que 
aprende sistematicamente ou não, independentemente do seu 
perfil, mas dentro de suas habilidades e limitações. 
 
8 
 
Ao relacionar a aprendizagem ao aluno, à presença do professor e do 
psicopedagogo, é preciso pensar que, atualmente, o ser humano vive em um 
mundo globalizado e que esse mesmo ser humano está em constante 
aprendizagem. 
Para Refletir 
Portanto, o que se aprende hoje, amanhã pode ser modificado 
ou até ultrapassado. E quais são os fatores de discussão nesse 
momento? 
 
Vale lembrar, antes de pontuar os fatores que se destacam na relação entre 
a aprendizagem, o aluno, a presença do professor e do psicopedagogo que é parte 
do processo de aprender, que existe a frustração, mas não se pode aceitar a 
condição do aluno ser prejudicado porque os conteúdos precisam ser dados e não 
há tempo, durante as aulas, para o professor retomar com a turma alguns aspectos 
específicos que podem indicar dúvidas ou dificuldades. 
A seguir, veja alguns elementos importantes de discussão: 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
http://www.maispb.com.br/wp-content/uploads/2015/05/psicopedagogo.jpg 
https://d1i0fc51bv4e6i.cloudfront.net/noticias/wp-content/uploads/2011/10/professor_sp.jpghttp://drjoseluizpereira.com.br/wp-content/uploads/2015/09/desenvolver.jpg 
 
9 
 
A atuação psicopedagógica só é possível acontecer porque a 
psicopedagogia é uma área interdisciplinar, tanto do conhecimento quanto da sua 
atuação prática. 
Quando se refere à interdisciplinaridade na psicopedagogia, vale lembrar 
que o foco está nas relações estabelecidas com as áreas afins, ou seja, com a as 
questões epistemológicas e culturais de cada profissional que participa do 
acompanhamento do aprendiz. 
Realizar um trabalho interdisciplinar de conhecimento não é fácil e, para que 
ele aconteça de forma satisfatória, é preciso superar alguns obstáculos, os quais, 
de acordo com Barone, Martins e Castanho (2011) são: 
 
 Superar as fases iniciais de informação mútua entre as disciplinas; 
 Superar obstáculos epistemológicos, institucionais e culturais; 
 Atingir o diálogo, a integração e as permutas recíprocas para situar o objetivo 
acima das fronteiras convencionais das disciplinas, o nível transdisciplinar. 
 
Para compreender melhor como superar esses obstáculos, primeiramente é 
necessário definir dois grandes conceitos da educação: a interdisciplinaridade e 
transdisciplinaridade, pois sem esse entendimento e conceituação não é possível 
atingir os objetivos propostos para o trabalho do psicopedagogo. 
 
1.2. Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade 
 
O conceito de Interdisciplinaridade para Freire (1987) é um processo 
metodológico de construção do conhecimento com base em sua articulação com o 
contexto, a realidade e a sua cultura. 
A Interdisciplinaridade deve superar a fragmentação das ciências e do 
conhecimento. Ela precisa alcançar um estágio maior, no qual todos os conceitos 
devem estar ligados de forma coerente em um determinado contexto histórico. 
Na transdisciplinaridade é possível encontrar uma definição na Carta da 
Transdisciplinaridade elaborada pela UNESCO no I Congresso Mundial de 
Transdisciplinaridade, em 1994. 
 
 
10 
 
Art. 3º [...] a transdisciplinaridade não procura o domínio sobre outras 
disciplinas, mas a abertura de todas elas, aquilo que as atravessa, 
ultrapassa [...]. 
Art. 7º A transdisciplinaridade não constitui uma religião, uma nova 
filosofia, uma nova metafísica, uma ciência das ciências. (UNESCO, 1994, 
p.2) 
 
Com base nos conceitos apresentados sobre interdisciplinaridade e 
transdisciplinaridade percebe-se a importância da atuação do professor e quanto 
relevante a do psicopedagogo na escola e nas instituições, com o objetivo de 
contribuir com a aprendizagem satisfatória do aluno. No entanto, para que essa 
aprendizagem aconteça de maneira significativa, o professor tem como prioridade 
conhecer e estudar as teorias de aprendizagem, para analisar e escolher aquela 
que atenda às necessidades dos seus alunos. 
Para Refletir 
Como o sujeito aprende? Quando é lançada esta pergunta, na 
maioria das vezes pode-se pensar em como o outro aprende. 
No entanto, é possível que seja esquecido também a maneira 
como o professor aprende, ou seja, é importante o profissional 
conhecer, primeiramente, como ele, enquanto sujeito aprende, 
para depois ensinar. Dessa forma, ele coloca em prática a 
consciência de suas ações. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Para contribuir com as suas leituras 
complementares indica-se o livro, Como as 
pessoas aprendem - Cérebro, Mente, Experiência 
e Escola, que apresenta a oportunidade de os 
profissionais da Educação aprenderem e/ou 
aprofundarem seus conhecimentos referentes à 
cognição, metacognição e as práticas 
pedagógicas. 
 
O processo de aprendizagem é inerente ao ser humano. Desde o 
nascimento, até o momento de sua morte o homem aprende. Inicialmente, este fato 
se dá pela necessidade que o homem tem de buscar sua sobrevivência. E, para 
que isso aconteça, é fundamental que ele aprenda a interagir com a natureza de 
modo a usufruir, da melhor forma, dos seus recursos e, quando necessário, 
 
11 
 
modificá-los, a fim de atender suas necessidades pessoais ou do grupo ao qual 
está inserido. 
Se considerar que o processo de aprendizagem é cíclico, percebe-se que 
esse processo acontece o tempo todo e a todo o momento, logo, o ser humano 
está em um eterno e contínuo processo de aprendizagem. 
Ao comparar o homem a outras espécies da natureza percebe-se que este 
mesmo processo de adaptação e transformação da natureza não acontece. Por 
este motivo, surgiu a necessidade de compreender como se constrói o processo 
do conhecimento. 
Essa foi a curiosidade que fez com que o homem, desde a Grécia Antiga até 
os dias atuais, buscasse compreender o processo de aquisição do conhecimento 
e, a partir dessa busca, surgissem diversas teorias de aprendizagem com o objetivo 
de interpretar como acontece e suas relações com o desenvolvimento do homem 
e da sociedade em que esse se insere. 
Saiba Mais 
A aprendizagem para Illeris (2007, p.3) funciona como: 
[...] qualquer processo que, em organismos vivos, leva à uma 
mudança permanente em capacidades e que não se deve, 
unicamente, ao amadurecimento biológico ou ao envelhecimento. 
Para que essa aprendizagem ocorra, é importante que 
aconteça a integração de dois processos: um interno e o 
outro externo. 
 
O processo interno é um processo psicológico de elaboração e aquisição, 
enquanto que o externo é considerado um processo de interação do indivíduo e 
seu ambiente social, cultural ou material. 
Alguns teóricos, em seus estudos, consideram apenas um processo em 
detrimento do outro, porém, é preciso considerar que, para a aprendizagem ser 
completa, estes dois processos devem ser considerados. 
Para explicar melhor esse processo Illeris (2013) apresenta a seguinte 
representação: 
 
12 
 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
http://www.jau.sp.gov.br/userfiles/1%20161(1).jpg 
http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/04/original_Sala_de_aula.jpg 
https://static1.squarespace.com/static/53d655dbe4b0d86829f3272b/t/53e130ebe4b06dc41139
1e11/1407267073152/ 
http://www.rrpix.com.br/assets/uploads/noticias/22ae10aba6d5a4074457db1ec4deb02c.jpg 
http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/07/mae-e-filho-leitura.jpg 
 
O Campo Triangular representa as três dimensões da aprendizagem: 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
http://www.jau.sp.gov.br/userfiles/1%20161(1).jpg 
http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/04/original_Sala_de_aula.jpg 
 
13 
 
https://static1.squarespace.com/static/53d655dbe4b0d86829f3272b/t/53e130ebe4b06dc41139
1e11/1407267073152/ 
http://www.rrpix.com.br/assets/uploads/noticias/22ae10aba6d5a4074457db1ec4deb02c.jpg 
http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/07/mae-e-filho-leitura.jpg 
 
Dimensões da aprendizagem 
• Dimensão do conteúdo = aquilo que é aprendido. 
• Dimensão do incentivo = direciona a energia mental necessária para o 
processo. 
• Dimensão da interação = propicia os impulsos que dão início ao processo. 
Vale lembrar que o modelo triangular apresenta um conceito de 
aprendizagem construtivista, no qual considera que o aluno constrói seu 
conhecimento, ou seja, ele tem consciência daquilo que assimila. Com isso se tem 
a possibilidade de tipos de aprendizagem diferentes, como mostrado a seguir: 
 
1.2.1. Aprendizagem Cumulativa ou Mecânica 
 
Acontece quando se aprende algo novo. É mais frequente nos primeiros 
anos de vida do sujeito e, posteriormente, em situações especiais. O resultado 
dessa aprendizagem se caracteriza pelo condicionamento. 
 
1.2.2. Aprendizagem Assimilativa ou por Adição 
 
Ocorre quando há uma soma de conhecimento a algo que já era conhecido 
pelo aprendiz, ou seja, acontece gradualmente e é facilmente recordada e aplicada. 
 
1.2.3. Aprendizagem Acomodativa ou Transcendente 
 
Acontece quando algo é difícil de relacionar imediatamente. Porém é 
essencial para que o aluno aprenda. Por este motivo, essa aprendizagem precisadesconstruir um padrão existente e transformá-lo de modo a poder ser relacionado 
com os demais saberes. 
 
 
 
 
14 
 
1.3. Aprendizagem Significativa 
 
Acontece quando ocorre mudanças na personalidade. Nesta aprendizagem 
acontece uma reestruturação em todas as aprendizagens para depois ser 
reconstituído. 
Agora que já foi compreendido um pouco sobre esse processo de 
construção do saber é possível dar sequência em estudos. Nas próximas aulas, 
serão abordadas as teorias de aprendizagem, seus idealizadores, o contexto social 
de seus estudos, a influência desses estudos nas gerações futuras e, 
principalmente, como desenvolver essa aprendizagem de forma satisfatória, 
enquanto profissional da psicopedagogia. 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula foram abordadas questões relacionadas à aprendizagem e 
algumas teorias importantes para as relações educacionais do aluno, no sentido 
de conhecer e escolher a teoria que mais representa e atende as condições dos 
aprendizes, do professor e da escola. 
Outros aspectos importantes e contemplados nesta aula foram os elementos 
que influenciam no momento de aprender, ou seja, as atividades, o planejamento, 
a mediação realizada pelo professor e também a formação exigida a esse 
profissional. 
A relação com a psicopedagogia, neste momento, se dá quando é 
identificada a necessidade de uma prevenção ou intervenção no espaço escolar ou 
institucional (empresa, hospital e outros) com o objetivo de auxiliar o aprendiz em 
suas habilidades e limitações. 
Atividade de Aprendizagem 
Analise em sua metodologia de ensino os elementos 
empregados na abordagem pedagógica e cite quais deles são 
parte dos processos externos de aprendizagem dos seus 
alunos. 
 
 
 
15 
 
Aula 2- Teorias de Aprendizagem para Prática Pedagógica 
 
Apresentação da Aula 
 
Nesta aula serão abordadas algumas teorias da aprendizagem com o 
objetivo de contribuir com as práticas pedagógicas do professor em sala de aula. 
Desta maneira, ele tem a opção de estudar o estilo de aprender dos alunos e, por 
esse levantamento, escolher o mais apropriado para a sua atuação, visando um 
resultado significativo da aprendizagem dos mesmos. 
 
2. ALGUMAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 
Serão apresentadas algumas teorias a fim de encontrar estratégias para 
auxiliar a atingir os objetivos da aprendizagem. Não existe uma única teoria, uma 
vez que esta não seria suficiente para atingir todos os objetivos, ou ainda cada um 
dos alunos com suas especificidades individuais, de modo que é necessário 
recorrer a várias teorias. 
 
2.1. Principais conjuntos de teorias 
 
No âmbito da psicopedagogia é importante ter a consciência das teorias 
pedagógicas, para que o psicopedagogo possa, ao identificar ou levantar suas 
hipóteses no ambiente escolar, traçar o seu projeto de intervenção e sugerir uma 
das vertentes pedagógicas que podem auxiliar o professor a atingir a maioria de 
seus alunos. 
 
2.1.1. Teoria Inatista 
 
Foi o primeiro grande conjunto de teorias, o qual tentou explicar a 
aprendizagem. Os estudiosos acreditavam que as pessoas já nascem com certos 
conhecimentos (exemplo: tocar piano). Acreditam também que as capacidades 
estão relacionadas à capacidade individual e podem se manifestar a curto, médio 
e longo prazo. 
 
16 
 
O termo Inatismo deriva da palavra inata (nascer com certas habilidades). 
Nessa teoria a aquisição do conhecimento não depende da interação do indivíduo 
com o ambiente. 
 
2.1.2. Teoria Ambientalista 
 
Tem como princípio observar o meio ao qual a criança está inserida. É este 
meio que fornece os recursos necessários para que o indivíduo aprenda. 
Na Teoria Ambientalista a criança é vista como uma folha em branco e o 
aprendizado acontece de fora para dentro. Como exemplo pode-se citar as teorias 
que empregam a relação de estímulo e resposta. 
É importante ressaltar que: 
 
Tanto no caso das teorias inatistas quanto no caso das ambientalistas, 
não se fala em interação entre o dentro e o fora, ou seja, entre a criança 
e suas estruturas internas com o meio no qual está inserida. Essa relação 
passa a ser encontrada no conjunto de teorias conhecido como 
interacionista, da qual fazem parte as teorias construtivistas, que têm 
como principal teórico Jean Piaget (BESSA, 2008, p. 13). 
 
2.1.3. Teorias Interacionistas 
 
Acreditam que a aprendizagem do sujeito acontece de acordo com a sua 
interação com o meio. A partir da interação, o indivíduo absorve as informações 
necessárias para que a aprendizagem aconteça. 
 
2.1.4. Teorias Sociointeracionistas 
 
Consideram que a aprendizagem acontece de acordo com as interações 
sociais realizadas pelo indivíduo que aprende. A aprendizagem acontece de uma 
forma mais humana, uma vez que leva em consideração as relações estabelecidas 
pelo sujeito durante o processo de aprendizagem. 
 
2.2. Psicanálise de Sigmund Freud 
 
Sigmund Freud foi um médico neurologista, criador da psicanálise. Iniciou 
seus estudos utilizando técnicas da hipnose, com a qual observou melhorias em 
 
17 
 
comportamentos de pacientes com histeria. Com seus estudos chegou à conclusão 
de que as doenças dessas pessoas eram psicológicas e não orgânicas. 
Psicanálise é a teoria que visa explicar como a mente humana funciona e, a 
partir dessas explicações, se transforma em um método para tratar diversos 
transtornos mentais, criada por Freud. 
Freud explicou a mente humana considerando diversos aspectos, dentre 
eles, o pessoal e individual, bem como o público e social, abordando sobre as 
tendências sexuais humanas de uma maneira mais geral e indeterminada. A essa 
tendência, chamou de libido. 
A psicanálise pode ser aplicada de duas formas: 
• Conversão - na qual se interpreta as doenças mentais partindo da 
interpretação dos fatos. Neste processo, o paciente é levado a identificar o que deu 
origem a seu problema. 
• Sublimação - na qual compreende a transferência dos desejos, a 
libido, para outras situações ou objetos que possuem natureza sexual. 
 
Divisão da mente humana em três partes: 
• ID – Parte primitiva da mente, na qual os instintos irracionais se 
manifestam sem levar em consideração os princípios éticos e morais. É mais 
comum que o id se manifeste na fase da infância. Na fase adulta, o id sofre 
influência do ego e do superego. Por este motivo é mais difícil de se manifestar. 
• EGO - Equilibra os instintos de forma racional entre o id e o superego. 
Analisa o que é correto ou não para depois tomar as decisões. Cria mecanismos 
de defesa de forma a evitar sentimentos negativos. 
• SUPEREGO - Tem a função de impedir que os instintos e desejos do 
id influenciem o ego. Age de acordo com as regras, valores éticos e morais. É o 
superego que permite pensar se é certo ou se é errado e a decisão. 
 
2.3 Condicionamento Clássico ou Pavloviano 
 
O condicionamento clássico ou respondente foi criado pelo fisiologista russo 
Ivan Pavlov (1849-1936). Essa teoria diz que o pareamento repetido de um 
estímulo neutro, condicionado com outro estímulo, provoca uma resposta de modo 
 
18 
 
que, após um tempo de pareamento, o estímulo neutro, por si só, provoca uma 
resposta. 
Pavlov observou o comportamento do cão após salivar, não apenas com a 
visão da comida, mas também pelo som dos passos da pessoa que trazia a comida. 
Com isso, realizou um experimento, no qual colocou uma sineta (campainha) no 
pescoço do cão. A sineta era um estímulo neutro, porém, toda vez que ela tocava, 
era dada comida ao cão. Com o tempo o cão, quando ouvia o barulho da sineta, 
salivava (resposta). A sineta, que era então um estímulo neutro, passou a ser um 
estímulo condicionado, o qual provocava uma resposta condicionada (salivação). 
 
Fonte: Elaborado pelo DI adaptado do Autor (2016). 
 
Outro conceito dessa teoria foi o de extinção. Ela ocorre quando o estímulo 
condicionado é constantementerepetido sem o estímulo não condicionado, 
acarretando a extinção da resposta condicionada. No exemplo acima seria como 
se, ao ouvir a sineta, não fosse mais oferecida comida ao cão. Com o tempo a 
resposta de salivação se extinguiria. 
Watson (1878-1958), psicólogo norte-americano, utilizou-se da teoria de 
Pavlov para explicar alguns componentes do desenvolvimento humano, por meio 
da descrição da fobia de um bebê de onze meses (o pequeno Albert) que, segundo 
ele, emitia uma resposta aprendida, baseada no condicionamento clássico. Foi 
 
19 
 
apresentado um ratinho branco ao Albert, ao qual ele não temia e, em seguida, era 
feito um ruído alto e amedrontador. Com o tempo, Albert passou a temer o ratinho. 
Outro conceito é o de Generalização, ou seja, a aprendizagem por 
semelhanças. Exemplo: mostra-se a uma criança a letra A no quadro negro. Ela 
distinguirá essa letra não só quando foi escrito no quadro, mas em livros, cadernos, 
revistas, etc. 
A habilidade de discriminar as coisas ao seu redor, demonstra a capacidade 
do ser humano em dar respostas diferentes, mas entre estímulos semelhantes. Por 
exemplo: vaca e galinha. Ambos são animais (semelhantes), porém a vaca tem 
quatro patas e a galinha duas. Esse reconhecimento é o que se denomina de 
discriminação. 
Para essa teoria, a aprendizagem é vista como um equilíbrio entre a 
generalização e a discriminação. 
 
2.4. O Behaviorismo de B. F. Skinner (1904-1990) 
 
Skinner propôs a teoria do condicionamento operante ou instrumental, 
baseada na teoria de ensaio e erro de Thorndike (1874-1949). 
A teoria de Thorndike refere-se à tentativa de solucionar um problema 
através de tentativas de uma variedade de ações, até que se comprove que uma 
delas obteve sucesso. Ou seja, a pessoa comporta-se de modo instrumental para 
produzir uma recompensa. Exemplo: o gato aprende a apertar uma alavanca e com 
isso a porta se abre e ele consegue fugir. Para este teórico, algumas respostas são 
condicionadas pela recompensa, e o organismo tem a aprendizagem a partir 
dessas experiências. 
Os quatro tipos de condicionamento instrumental ou operante são: 
1) Condicionamento de fuga: o organismo aprende um padrão de 
resposta para sair de um lugar em que não deseja estar. 
2) Condicionamento de recompensa primária: a resposta é para se obter 
uma recompensa biologicamente significativa. A resposta é instrumental. Exemplo: 
ganhar água. 
3) Condicionamento de esquiva: emite-se uma resposta para evitar uma 
consequência ruim. Exemplo: frente a um buraco, desvia-se dele, no intuito de 
evitar uma queda. 
 
20 
 
4) Condicionamento de recompensa secundária: o comportamento 
instrumental ocorre no intuito da obtenção de um estímulo sem qualquer utilidade 
biológica, mas que no passado esteve associado a um estímulo biologicamente 
significativo. Exemplo: em épocas de muito frio guardava-se comida na dispensa 
para não passar fome, pois a geada matava tudo. Mesmo não tendo mais a geada, 
ainda se guarda a comida, pois um dia poderá faltar. 
Para os condicionamentos mencionados, Skinner descreveu dois tipos de 
comportamento: 
 
 Comportamento respondente: os estímulos provocam respostas 
reflexas. Exemplo: reflexo do joelho ao estimular a patela. 
 Comportamento operante: o qual independe de estímulos. Exemplo: o 
rato na caixa de Skinner era privado de água e pressionava a alavanca por 
acaso, a assim conseguia a água. 
 
Além disso, os reforços para os comportamentos podem ser: 
 
 Primários: quando não dependem da aprendizagem anterior. Exemplo: 
necessidade de comida ou água. 
 Secundários: são baseados na aprendizagem anterior, a qual trouxe 
recompensas. Exemplo: entregar nota de dinheiro e receber água; você 
aprende que o dinheiro (nota) serve para comprar. 
 
Os intervalos entre os reforços podem ser: 
 Fixos: a cada “X” resposta fixa dada obtém-se um reforço. Exemplo: toda 
vez que o aluno realiza, pela segunda vez, seu nome completo, pode ir ao 
parque brincar. 
 Variáveis: o reforço é dado algumas vezes depois do comportamento 
ocorrer uma vez, por exemplo e, num outro momento, depois de ocorrer 
três vezes. Exemplo: um dia o aluno escreve seu nome uma vez e depois 
de cumprida a tarefa vai ao parque. Numa outra tarefa deve escrever três 
vezes e então terá o reforço de ir ao parque brincar com os amigos da 
escola. Neste tipo de intervalo o reforço é parcial ou intermitente, ou seja, 
é recompensado algumas vezes. 
 
21 
 
Importante 
A partir dos pressupostos apresentados, pode-se dizer que o 
aprendizado poderá ser mais rápido se o esquema de reforço for 
contínuo, ou seja, se cada resposta for recompensada. Exemplo: 
reforçar todo e qualquer avanço do aluno. 
 
Ainda sobre os reforços, podem ser positivos ou negativos: 
 Reforço positivo: quando certas consequências da resposta aumentam a 
probabilidade de a resposta ocorrer novamente. Exemplo: receber elogio 
após desempenhar bem uma tarefa aumenta a possibilidade de outra tarefa 
ser bem desempenhada no futuro. 
 Reforço negativo: é quando se emite uma resposta para evitar uma 
consequência ruim. Exemplo: o adolescente, mesmo estando com preguiça 
de estudar, acaba fazendo para evitar que os pais briguem com ele. 
Saiba Mais 
É importante salientar que reforço negativo possui 
significado diferente de punição. A punição é a emissão de 
um estímulo aversivo para se evitar uma resposta 
indesejada. Exemplo de punição: o jovem fica sem 
computador se não estudar. 
 
O reforço negativo está relacionado a dois tipos de aprendizagem, que são 
a aprendizagem por fuga (você aprende uma resposta para sair de um local onde 
não queira estar) e aprendizagem por esquiva (dar uma resposta antecipatória para 
evitar a punição). 
Outro padrão de comportamento é o que Skinner denominou de controle 
aversivo, ou seja, o organismo muda seu comportamento para evitar um estímulo 
doloroso, indesejado ou aversivo. Exemplo: a criança muda seu comportamento de 
birra na escola, para evitar que o professor conte aos seus pais e com isso eles 
apliquem punições em casa. 
Um conceito importante é o de modelagem ou aproximação sucessiva. Ela 
envolve a modificação do comportamento, através do reforço de respostas 
 
22 
 
desejáveis. Exemplo: para se modificar o comportamento de birra de um aluno, o 
professor pode dar pequenos reforços quando ele emite um comportamento 
desejável. 
O reforço adventício ocorre quando respostas são reforçadas 
acidentalmente. Exemplo: a criança brinca com um cachorro e ele morde sua mão. 
Isso poderá ser a base de uma futura fobia a cachorros. 
A concepção de David Premack (UPENN, 2016) diz que um comportamento 
no qual um organismo está engajado com maior frequência poderá ser utilizado 
para reforçar outro que esteja numa frequência mais baixa. Exemplo: o 
comportamento de maior frequência na criança é o de comer doces e o de menor 
frequência, o de comer verdura. A mãe coloca como condição que se ela comer a 
verdura ganhará doces. Essa premissa reforça o comportamento de comer a 
verdura. 
 
2.5. A Teoria Sociocognitiva de Bandura (1925 - presente) 
 
De acordo com Bandura o comportamento é decorrência do resultado do 
intercâmbio entre o cognitivo e o social, denominado como determinismo psíquico. 
O aprendizado se dá através de modelagem, ou seja, através da observação 
das outras pessoas, sendo intencional ou acidentalmente, e pela imitação. 
A pessoa escolhe um modelo, sendo influenciado pela idade, sexo, 
similaridade consigo mesma, status, dentre outros. Caso o modelo escolhido reflita 
valores e normas saudáveis, o indivíduo desenvolve a autoeficácia (capacidade de 
adaptação, sendo dentro do normal do dia a dia ou em situações ameaçadoras). 
A aprendizagem vicária se refere ao aprendizado através de um modelo e 
da observação. Crianças que apresentem padrões de comportamento negativos. 
Os mesmospodem ser modificados a partir do aprendizado de técnicas 
alternativas, as quais se dão a partir de outros modelos de papéis. Exemplo: 
crianças inibidas podem desenvolver habilidades sociais se juntarem-se com 
outras mais desinibidas. 
Existem quatro processos que regulam a aprendizagem por observação: 
 Atenção: relacionados aos estímulos selecionados diante dos vários 
estímulos do meio. 
 
23 
 
 Retenção: através dos símbolos as experiências selecionadas são retidas 
na memória de maneira mais permanente. É a capacidade de simbolização 
que permite aos humanos a aprendizagem por observação. 
 Reprodução motora: a conversão da simbolização em comportamentos. 
 Motivação: a pessoa leva ao ato aquilo que é importante, valorizado ou 
recompensado. Ela não coloca em prática tudo o que aprende, não gasta 
energia com comportamentos pouco adequados. Este recurso é 
autoativado, ou seja, iniciado pela própria pessoa, um estado interno, daí 
a denominação de motivação. A pessoa não reproduz tudo o que aprende. 
O quadro comparativo abaixo mostra as diferenças sobre as teorias da 
aprendizagem, no modelo de Pavlov, do Behaviorismo e da Aprendizagem Social 
de Bandura. 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora adaptado pelo DI (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
2.6. A Teoria de Henri Wallon (1879-1962) 
 
 
Fonte: https://line.do/uploads/55d602da0f5585d47ddbac56_1440095050369.jpg 
 
Para ele, o desenvolvimento psicológico é visto como algo descontínuo, que 
ocorre a partir de crises, lutas e antagonismos, a partir de duas leis que funcionam 
como responsáveis por esta evolução: lei da alternância funcional (duas direções 
opostas que constituem o ciclo de atividade funcional) e lei da sucessão da 
preponderância funcional e integração funcional (a parte motora é mais precoce 
que a intelectual, a integração dá uma ordem a um todo e cada elemento deixa de 
ter características próprias). 
Sua teoria baseia-se em 4 pressupostos: 
 Dimensão motora: relacionada ao movimento; 
 Dimensão cognitiva: pensamento marcado por crises, descontinuidades e 
conflitos, relacionada à inteligência; 
 Dimensão afetiva: como um dos aspectos centrais do desenvolvimento e 
que vem antes da inteligência; 
 Formação como pessoa: a pessoa se desenvolve a noção de si própria e 
para isso estabelece associações sobre e si e os outros; 
 
De acordo com Wallon, existem seis estágios de desenvolvimento da 
personalidade, e o comportamento é dado pela interação dos fatores biológicos e 
sociais: 
a) Estágio da impulsividade motora: 
 
25 
 
Ocorre nos primeiros meses de vida, no qual a criança depende do outro 
para satisfação de suas necessidades (exemplo: fome). Como não é automática, 
poderá experimentar estados de privação e mal-estar, sendo manifestado pela 
criança através do grito, choro, contrações denominadas de descargas musculares, 
em que o tônus seria o fundamento da afetividade e da emoção. 
b) Estágio emocional ou de simbiose afetiva: 
Ocorre entre os dois aos seis meses de vida. Neste momento a descarga 
não é mais impulsiva, mas uma troca em que o adulto interpreta que a criança 
deseja algo e faz algo por ela, estabelecendo assim uma reciprocidade. A origem 
da emoção é o tônus (base orgânica). A descarga motora se transforma em 
sistemas de reações emocionais e expressivas. 
c) Estágio sensório-motor e projetivo: 
A criança sai da simbiose materna e começa a investigar os objetos e o 
mundo. Nesta fase isso é facilitado pela habilidade que a criança adquiriu de 
locomoção, e a atividade motora dá início à atividade representativa, simbólica, 
imitativa e a linguagem. 
d) Estágio do personalismo: 
Ocorre por volta dos três aos seis anos. A criança começa a ter noção do 
próprio corpo e autoconsciência. Neste estágio existem três períodos: - oposição 
(enquanto sintoma da consciência de si própria que adquiriu) valorização própria, 
no sentido de autoafirmação, tem receio de isolamento; período do narcisismo (que 
se dá a partir da valorização do adulto); - imitação do outro, também para se sentir 
valorizada, no sentido de modelos, de comportamentos, e não tanto de gestos. Tem 
a noção do eu como diferente do outro. 
e) Estágio categorial: 
Faixa de idade dos 7 aos 11 anos. Caracteriza-se pela inteligência 
discursiva, representativa. Envolve dificuldade entre o que vê, sente ou pensa e o 
mundo real, assim como também dificuldades de síntese e análise. Inicia a 
capacidade de estabelecer categorias (identificação, classificação, definição, 
síntese e análise), no intuito de explicar e representar o real. Num segundo 
momento, a partir dos 9 anos, as categorias servirão para determinar as condições 
de existência e as relações recíprocas (causa, tempo, espaço). O pensamento da 
criança opera em termo binário, ou seja, em pares, (exemplo: sol é o claro; chapéu 
- céu, soam semelhantes; palavras semelhantes no significado). Supremacia da 
 
26 
 
afetividade e do existencial frente ao racional. Os objetos são aprendidos em 
termos globais. Certo afastamento da família de origem, ampliando contatos e 
aumentando a consciência de si mesma. Controle da atenção, através de 
processos internos da criança. Adiamento de suas necessidades e vontades. 
f) Estágio da puberdade e da adolescência: 
O equilíbrio é rompido com o aparecimento da puberdade. Enquanto criança 
visava às pessoas, já na condição de adolescente visa aos hábitos de vida do 
adulto e o que eles representam. Também é um período fortemente marcado pela 
transformação do corpo, busca da própria identidade, com afastamento ou 
oposição aos que o rodeiam, confronto com valores morais e sociais, preocupação 
com o futuro. Torna-se fundamental nessa fase o diálogo com a família e a escola. 
 
2.7. A Teoria de Arnold Gesell (1880-1961) 
 
De acordo com Gesell, o desenvolvimento humano se dá através de 
estágios ou níveis de idade, caracterizados por uma sucessão imutável (a 
sequência é invariável, e não a data de seu aparecimento) e orientados para a 
maturidade. 
O desenvolvimento contém sucessivos e alternados equilíbrios e 
desequilíbrios. O autor utilizou do conceito de perfil do comportamento para 
descrever a visão sintética do comportamento total da criança, o qual correspondia 
a um estágio. Assim também o conceito de traços de maturidade, o qual 
corresponde a uma visão analítica dos componentes do comportamento da criança 
que correspondia a um estágio. Para ele, os graus de maturidade que a criança vai 
alcançando denominam-se gradientes do crescimento, os quais vão se dirigindo 
progressivamente para um nível de comportamento mais elevado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
2.7.1. Estágios do Desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2016). 
 
2.8. Vygotsky e a Teoria Sócio-histórica (1896-1934): 
 
A principal preocupação de sua teoria é sobre a formação das funções 
psicológicas superiores uma vez que elas não inatas ao ser humano. Para 
Vygotsky, ao nascer, a criança apresenta o que ele denominou de funções 
psicológicas elementares, cujas características são: 
 
 Ações reflexas, através dos reflexos presentes no bebê; 
 Reações automáticas; 
 Associações simples; 
 São controladas pelo meio; 
 Relação com o modelo estímulo-resposta; 
 O comportamento é determinado pela estimulação do meio. 
Um exemplo deste mecanismo seria o choro de um bebê. Ele não está com 
fome, sede, frio ou molhado, parece não ter dor. A mãe ouve este choro e pega a 
criança no colo. Assim, por associação simples entre um estímulo inicial (choro) e 
a mãe o pegar no colo (resposta), o bebê aprende, por associação simples, que 
para ganhar colo necessita chorar. 
Esses mecanismos acima mostram que até mesmo nas funções 
psicológicas elementares a criança necessita do adulto, ou seja, ela não constrói, 
por si só, o conhecimento. 
Asfunções psicológicas elementares, futuramente evoluirão para as funções 
psicológicas superiores, sendo as principais características das funções 
psicológicas superiores: 
 
29 
 
 Tipicamente humanas (o animal não as possui), no sentido da apropriação 
da cultura; é a partir dessa apropriação que se dá a formação dos processos 
educativos; 
 Intencionais; 
 Voluntárias, obedecendo a uma autorregulação; 
 Conscientemente controladas; 
 Ocorrem a partir de uma autoestimulação, criada pela nova situação em que 
a criança se encontra. 
É a partir delas que se dá o processo da intelectualização. Dentro de sua 
teoria, o principal objetivo de Vygotsky é o de constatar como as funções 
psicológicas evoluem de uma forma primária para os processos psicológicos 
superiores. 
Como o ser humano necessita do outro, enquanto mediador, Vygotsky 
conclui que o desenvolvimento natural se transforma em desenvolvimento social. 
A seguir é possível acompanhar como se formam as funções psicológicas 
superiores: 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2016). 
 
Primeiramente, a criança recebe um estímulo novo, como, uma massinha 
de modelar. Caso ela ainda não a conheça, de início tentará decodificar esse 
estímulo pelos seus órgãos dos sentidos, cheirando a massinha ou colocando na 
boca. O mecanismo da atenção, junto com as emoções que se criam a partir daí, 
oferece a ela uma sensação. Quando a criança dá um conceito para esta sensação, 
tem a percepção. Assim, ela armazena esta nova referência ao seu mecanismo de 
memória, criando um pensamento em relação a isso, uma consciência e a 
 
30 
 
criatividade, tentando reproduzir um boneco humano, por exemplo, ao pegar a 
massinha. 
As principais funções psicológicas superiores são: 
 Controle consciente do comportamento; 
 Atenção e memória voluntária; 
 Memorização ativa; 
 Pensamento abstrato; 
 Raciocínio dedutivo; 
 Capacidade de planejamento; 
 
Para que ocorra o aprendizado, o adulto funcionará como um mediador do 
conhecimento. A mediação ocorre a partir de dois elementos: 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2016). 
 
Outro conceito importante na teoria de Vygotsky é o da Zona de 
Desenvolvimento Proximal - ZDP. Define-se ZDP como a distância existente entre 
o que a criança necessita do outro enquanto mediador e o que ela faz sozinha. O 
que ela faz sozinha é definido como nível de desenvolvimento real; o que ela 
necessita do outro como nível de desenvolvimento potencial. Para ele, é o 
aprendizado que torna real o que antes era potencial. 
 A escola exerce fundamental importância à criança, pois é exatamente 
nesse período escolar que as funções psicológicas superiores estão 
 
31 
 
amadurecendo. Partindo do que a criança já sabe, a escola deve ser capaz de 
ampliar e desafiar a construção de novos conhecimentos. 
 A qualidade do trabalho pedagógico é vista pela capacidade de se promover 
avanços no desenvolvimento dos alunos. 
 Conforme Vygotsky, é a aprendizagem que promove o desenvolvimento; é 
a aprendizagem que faz o desenvolvimento avançar. 
 
2.9. Modelo Bioecológico 
 
Criado por Urie Bronfenbrenner (1917-presente), com início na década de 
80. Este modelo contempla a ecologia, ou seja, o contexto em que cada criança se 
desenvolve. O foco não é apenas na família de origem, mas inclui os avós, amigos, 
professores, animais de estimação, cuidadores, irmãos, dentre outros, bem como 
toda a rede envolvida com cada um deles, como amigos dos irmãos, trabalho dos 
pais, família dos professores e assim por diante. Deve-se contemplar todos os 
componentes desse sistema complexo. 
Os sistemas interagem entre si e afetam o desenvolvimento da criança. A 
pessoa se desenvolve em contextos, através de quatro níveis dinâmicos: 
 
 Pessoa; 
 Processo; 
 Contexto; 
 Tempo; 
 
Assim também são vistas as questões envolvidas na cultura como valores, 
crenças, metas, costumes, tipos de moradias e todas as relações. Junto a isso, a 
estrutura política e social na qual o indivíduo está inserido. 
Organizacionalmente, a criança é o centro, a família de origem o 
microssistema (que tem a função principal de transmitir afeto, onde um influencia o 
outro – princípio da reciprocidade, equilíbrio de poder – quem tem o domínio do 
poder irá passá-lo à criança em desenvolvimento), à comunidade ou rede social na 
qual está inserido: o mesossistema, as instituições: o exossistema e a estrutura 
social e política: o macrossistema. Tudo forma o cronossistema, ou seja, o 
 
32 
 
desenvolvimento no sentido histórico, que contém mudanças e consistências ao 
longo do tempo. 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
 
Segundo Bronfenbrenner, o desenvolvimento é visto como um processo que 
envolve períodos de mudanças, bem como de estabilizações biopsicológicas, não 
só ao longo do ciclo vital, mas também através de gerações. 
Estuda os diferentes papéis e atividades diárias que a pessoa ocupa ao 
longo de seu desenvolvimento e como se relaciona com os diferentes sistemas no 
qual a pessoa está inserida. 
Quando a criança se integra a um novo ambiente (exemplo: escola nova) ou 
altera seu papel social, diz-se que ela realizou uma Transição Ecológica. Tem como 
alicerce as expectativas sociais e nas amplitudes de poder. 
As formas como a pessoa e o meio se relacionam ao longo do tempo e que 
compreendem os mecanismos capazes de produzir seu desenvolvimento 
denominam-se Processos Proximais. 
 
33 
 
Conclui-se que esta teoria se fixa nas relações ambientais, a díade entre 
pessoa e ambiente, que são capazes de afetar o desenvolvimento 
psicossociológico humano. 
 
Resumo da Aula 
 
Durante essa aula foi contemplado um pouco do condicionamento clássico 
ou respondente que foi criado pelo fisiologista russo Ivan Pavlov. Ele, em suas 
pesquisas, observou o comportamento do cão após salivar, não apenas com a 
visão da comida. Também foi exposto que o psicólogo norte-americano Watson, 
utilizou-se da teoria de Pavlov para explicar alguns componentes do 
desenvolvimento humano. 
Outro ponto discutido foi sobre o Behaviorismo de B. F. Skinner. Ele propôs 
a teoria do condicionamento operante ou instrumental, baseada na teoria de ensaio 
e erro de Thorndike, na qual referia-se à possibilidade de solucionar um problema 
por meio de tentativas de uma variedade de ações. Para ele havia quatro tipos de 
condicionamento instrumental ou operante. 
Outro padrão de comportamento é o que Skinner denominou de controle 
aversivo, ou seja, o organismo muda seu comportamento para evitar um estímulo 
doloroso, indesejado ou aversivo. 
Na teoria Sociocognitiva de Bandura, o comportamento é decorrência do 
resultado do intercâmbio entre o cognitivo e o social, denominado como 
determinismo psíquico. Existem quatro processos que regulam a aprendizagem por 
observação. Foi colocado também as diferenças sobre as teorias da aprendizagem, 
no modelo de Pavlov, do Behaviorismo e da Aprendizagem Social de Bandura. 
Apresentou-se a teoria de Henri Wallon, a qual diz que o desenvolvimento 
psicológico é visto como algo descontínuo, que ocorre a partir de crises, lutas e 
antagonismos, a partir de duas leis. Existem seis estágios de desenvolvimento da 
personalidade e acontecem através de estágios ou níveis de idade. 
Finalizou-se falando sobre o modelo bioecológico de Urie Bronfenbrenner, 
que contempla todos os componentes de um sistema complexo, com foco, não 
apenas na família de origem, mas inclui os avós, amigos, professores, animais de 
estimação, cuidadores e irmãos, dentre outros. 
 
34 
 
Atividade de Aprendizagem 
Dentre as teorias apresentadas nesta aula, qual delas 
apresenta uma proposta que mais se identifica com o seu ponto 
de vista, e que tipo de melhoria cada uma das outras oferece 
ao comparar com a escolhida anteriormente? 
 
Aula 3- Teorias de Aprendizagem 
 
Apresentaçãoda Aula 
 
Nesta aula serão abordadas duas teorias da aprendizagem, assim como 
seus idealizadores: Skinner e Wallon. O destaque apresentado nessa está voltado 
às principais abordagens de suas teorias e a importância de cada uma para a 
sociedade. 
 
3. APROFUNDAMENTO NAS TEORIAS DE SKINNER E WALLON 
 
3.1. Skinner e a Teoria Behaviorista 
 
Sabe-se que existem vários estudos com relação às teorias de estímulo 
resposta, porém, nesta disciplina, vamos nos dedicar ao estudo da teoria 
Behaviorista de Skinner. 
Saiba Mais 
Burrhus Frederic Skinner nasceu em Susquehanna, 
Pensilvânia, 20 de março de 1904 e faleceu em Cambridge, 
em 18 de agosto de 1990. Graduou-se em Língua Inglesa e, 
por causa dessa formação, decidiu ser escritor. 
Posteriormente abandonou essa ideia e voltou sua carreira 
para a psicologia em Harvard, época em que teve os 
primeiros contatos com o behaviorismo. 
 
Com suas experiências, Skinner criava ambientes fechados e pequenos 
para verificar as reações dos animais. Em 1936, conseguiu o apoio financeiro para 
 
35 
 
realizar suas pesquisas, e seus experimentos começaram a ser adotados por 
indústrias farmacêuticas. 
A abordagem skinneriana faz o professor refletir na hipótese de que o aluno, 
nessa condição, ainda está direcionado ao nível automático de pensamento. É 
importante colocar que de maneira alguma fala-se na falta de consciência, no 
entanto ainda não há esse movimento para tal abordagem. O que Skinner 
acreditava é que esses processos eram neurológicos e obedeciam a certas leis 
consideráveis e que poderiam ser identificadas. 
Skinner dedicou seus estudos na busca de uma resposta para uma 
determinada situação. Para ele o mais importante não era explicar um 
comportamento e sim descrevê-lo. Como citado a seguir, a abordagem 
Skinneriana: 
 
[...] é essencialmente periférica. Ela não leva em consideração o que 
ocorre na mente do indivíduo durante o processo de aprendizagem. O que 
interessa é o comportamento observável, isto é, Skinner não se preocupa 
com os processos intermediários entre o estímulo (E) e a resposta (R) 
(MOREIRA, 2011a, p.50). 
 
Para Refletir 
Nesse pensamento, iniciaram-se alguns estudos relatando 
suas observações. Sua obra representando, de forma célebre, 
o behaviorismo, tornou-se uma corrente teórica dominando não 
só o pensamento, mas a prática de psicólogos, sendo aplicada 
em escolas e consultórios até a época de 1950. 
 
Como dito anteriormente, Skinner criou, para realizar seus experimentos, 
pequenos ambientes fechados que ficaram conhecidos como Caixa de Skinner. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Curiosidade 
Como funcionava a Caixa de Skinner? 
O animal era colocado dentro de uma caixa fechada. Nessa 
caixa havia apenas uma alavanca e um local para o 
armazenamento de alimento. Quanto mais o animal acionava a 
alavanca, de acordo com as condições determinadas por 
Skinner, uma porção de alimento caia no local destinado a 
armazenar o alimento. O alimento era a recompensa para o 
animal, por ter acionado corretamente a alavanca. Com o 
tempo, o animal percebia que toda vez que ele acionava a 
alavanca a recompensa caia no local determinado. 
 
O oposto também era estudado. Ao invés do animal receber uma 
recompensa, ele era “castigado”, ou seja, toda vez que ele acionasse a alavanca 
recebia um estímulo que lhe causava desconforto. Com o tempo, o animal não mais 
acionava a alavanca, pois sabia que se ele acionasse a alavanca receberia um 
estímulo que lhe causava desconforto. 
 
A Caixa de Skinner foi um invento muito simples, mas que trouxe uma 
importante contribuição para a sociedade, uma vez que com ela foi possível a 
descoberta de comportamentos percebidos conforme o estímulo recebido, aos 
quais Skinner denominou de condicionamento operante. 
 
Condicionamento operante é o processo no qual o reforçador vem 
imediatamente após uma resposta, sendo o reforçador definido como um 
evento ou objeto que aumenta a frequência de uma resposta à qual se 
seguiu. (MOREIRA, 2011b, p.50). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ( Fonte: http://images.slideplayer.com.br/3/397433/slides/slide_3.jpg ) 
 
37 
 
Curiosidade 
Em 1945, Skinner tornou-se chefe do Departamento de Psicologia da 
Universidade de Indiana. Iniciou lá seu projeto de uma "caixa 
educadora para bebê", um compartimento de vidro com ar 
condicionado e temperatura controlada, no interior do qual era 
colocada a criança para aprender por meio de reflexos condicionados. 
Sua segunda filha ficou famosa por ter sido o primeiro bebê a ser criado 
dentro deste seu invento, uma experiência criticada e reprovada por 
muitos de seus contemporâneos. (COBRA, 2003, s/p.). 
 
Skinner classificou dois tipos de reforços: o positivo e o negativo. Em ambos 
os casos, o objetivo é ensinar um determinado comportamento, ou seja, o sujeito 
aprende qual deve ser o comportamento adequado para alcançar um determinado 
objetivo. 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
 
É muito comum existir uma confusão entre a punição e o reforço negativo. 
Para compreender melhor esta diferença é preciso compreender que o elemento 
punitivo se encontra inserido no reforço negativo. 
 
38 
 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
 
3.2. A Teoria Psicogenética de Henri Wallon 
 
Henri Wallon formou-se em Filosofia, Medicina e Psicologia. Estudou 
também Letras e atuou como professor e ministro da Educação. Dedicou seus 
estudos ao entendimento do psiquismo humano, seus mecanismos e relações 
mútuas, a partir de uma perspectiva genética. 
 
A Teoria evolucionista de Charles Darwin influenciou seus interesses pelo 
estudo da Teoria Genética dando início a uma investigação sobre as 
emoções básicas do ser humano, de origem biológica. O interesse pelo 
outro é o que, gradualmente, o aproximou das ideias marxistas, não no 
ensino do dogma, mas do método da análise, marcando sua Psicologia 
Genética Histórica (BARONE, MARTINS, CASTANHO, 2011, p.203 – 
204). 
 
Wallon, em seus estudos, criou uma teoria que mostrava o ser humano em 
uma visão geral com relação ao desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento 
cognitivo, motor e afetivo acontecem simultaneamente. 
 
Em suas origens na criança, o pensamento não é feito do modelo dos 
pensamentos expressos do adulto, que parecem encadear-se 
regularmente num circuito delimitado, onde se sucedem, com a 
significação determinada que pertence a cada um, os objetos, os atributos 
e as relações deles, as ações que exercem. (WALLON, apud SALLA, 
2011, s/p.) 
 
 
39 
 
Para realizar suas pesquisas, analisou a criança e depois estabeleceu 
comparações com um adulto ou a outro ser. A escolha para estabelecer a 
comparação dependia das condições patológicas que o paciente apresentava. 
Para Wallon (1941/2005): 
 
[...] o desenvolvimento humano é um processo contínuo, de 
transformação, decorrente da relação dialética organismo-meio e das 
diferentes dimensões humanas, as quais, denominou de conjuntos 
funcionais: a afetividade, o ato motor, o conhecimento e a pessoa (apud 
BARONE, MARTINS, CASTANHO, 2011, p. 206). 
 
De acordo com os autores acima, é possível perceber que o 
desenvolvimento humano através da aprendizagem pode ser verificado no aspecto 
afetivo, motor e cognitivo, e ainda, que há uma relação entre cada um desses 
aspectos. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
 
Para compreender individualmente os elementos básicos das dimensões 
humanas citados por Barone, Martins e Castanho (2011) descritos por Freire 
(2013), recomenda-se acompanhar o quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
40 
 
Afetividade 
É um dos principais elementos do desenvolvimento humano, em que as emoções exercem um papel 
fundamental no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o ser humano exterioriza seus 
desejos e suas vontades, expressas num universo importante e perceptível, mas pouco estimulado 
pelos modelos tradicionais de ensino. As transformações fisiológicas de umacriança (ou, nas 
palavras de Wallon, no seu sistema neurovegetativo) revelam traços importantes de caráter e 
personalidade. A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e até 
os tônus musculares, tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se 
conhecer. A raiva, a alegria, a dor, o medo, a tristeza e os sentimentos mais profundos ganham 
função relevante na relação da criança com o meio. A emoção causa impacto no outro e tende a se 
propagar no meio social. 
Motricidade 
As emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. A 
motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento 
quanto por sua representação. A escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, 
limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o 
desenvolvimento completo da pessoa. 
Cognição 
O desenvolvimento da cognição depende, essencialmente, de como cada uma faz as diferenciações 
com a realidade exterior. É na solução dos confrontos que a inteligência evolui. Wallon diz que o 
sincretismo (mistura de ideias num mesmo plano), é fator determinante para o desenvolvimento 
intelectual e resulta do armazenamento organizado da mente do ser que aprende. 
O EU e o 
OUTRO 
A construção do eu na Teoria de Wallon depende, essencialmente, do outro. Seja para ser 
referência, seja para ser negado. Principalmente, a partir do instante em que a criança começa a 
viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de 
instrumento de descoberta de si própria. Isso se dá aos três anos de idade, a hora de saber que 
"eu" sou. Manipulação, sedução e imitação do outro são características comuns nessa fase. 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
 
Wallon defende que esse processo de desenvolvimento é contínuo e que 
sua evolução não se limita apenas à capacidade do sujeito, mas do ambiente 
também. O que o autor quer dizer é que, um determinado indivíduo nasce com 
potencialidades e habilidades, porém, se ele não tiver um ambiente adequado, não 
conseguirá desenvolver esta habilidade adequadamente. 
Wallon dividiu o processo de desenvolvimento em cinco etapas: 
 
i. Impulsivo emocional (zero a doze meses); 
ii. Sensório-motor e projetivo (um a três anos); 
iii. Personalismo (três a seis anos); 
iv. Categorial (seis aos doze anos); 
v. Puberdade e adolescência (a partir dos onze / doze anos). 
 
Freire (2011) define cada uma dessas etapas da seguinte maneira: 
 
41 
 
1º Estágio 
Impulsivo-Emocional: abrange o primeiro ano de vida. O principal foco é a emoção, instrumento 
privilegiado de interação da criança com o meio. A predominância da afetividade orienta as 
principais ações do bebê às pessoas, as quais intermedeiam sua relação com o mundo físico. A 
afetividade é impulsiva, emocional, que se nutre pelo olhar, pelo contato físico e se expressa em 
gestos, mímica e posturas. 
2º Estágio 
Sensório-motor ou Projetivo: vai até o terceiro ano de vida. O interesse da criança se volta para a 
exploração sensório-motora do mundo físico, ou seja, ela descobre o mundo dos objetos. Acontece 
nesta fase a aquisição da marcha e da preensão, que dão a ela maior autonomia na manipulação 
de objetos e na exploração dos espaços, assim como o desenvolvimento da função simbólica e da 
linguagem. A inteligência é prática e simbólica. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do 
pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores. 
Para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor. 
3º Estágio 
Personalismo: cobre a faixa dos três aos seis anos. A tarefa central é o processo de formação da 
personalidade. A construção da consciência de si, que se dá por meio das interações sociais, 
reorienta o interesse das crianças para as pessoas, definindo o retorno da predominância das 
relações afetivas. 
4º Estágio 
Categorial: acontece por volta dos seis anos, o interesse da criança dirige-se para as coisas, para o 
conhecimento e conquista do mundo exterior, imprimindo às suas relações com o meio. Há uma 
preponderância do aspecto cognitivo. 
5º Estágio 
Predominância funcional: caracteriza-se pela crise da puberdade, rompendo com a tranquilidade 
afetiva que caracterizou o estágio anterior e impõe a necessidade de uma nova definição dos 
contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação 
hormonal. Este processo traz à tona questões pessoais, morais, existenciais, numa retomada da 
preponderância da afetividade. 
Fonte: Elaborado pelo autor adaptado pelo DI (2016). 
 
Vale lembrar que a passagem de um estágio para outro não acontece em 
virtude da idade cronológica de uma pessoa e sim, em função das condições de 
desenvolvimento apresentadas. Quando a sucessão de estágio acontece 
normalmente é comum acontecer uma alternância entre o interesse apresentado 
pelo indivíduo e a forma de atividade apresentada. A esse processo, Wallon 
denominou de “alternância funcional”. 
Com base nesse breve estudo sobre Wallon percebe-se a importância de 
sua teoria para a compreensão do desenvolvimento cognitivo do ser humano como 
um ser completo, uma vez que, para compreender sobre esse processo é 
necessário considerar diversos aspectos que interferem no desenvolvimento 
humano. Esses aspectos são: cognitivo, afetivo e motor. São esses aspectos e a 
interação com o meio que possibilitarão que a pessoa vivencie diferentes 
experiências apreendendo e reaprendendo com elas. 
 
 
 
 
 
42 
 
Resumo da Aula 
 
Com esta aula foi possível perceber que tanto a teoria Behaviorista de 
Skinner quanto a teoria Psicogenética de Wallon contribuíram e auxiliaram nos 
estudos referentes ao desenvolvimento humano. 
O foco da aula não foi verificar se uma é melhor que a outra e sim 
compreendê-las de forma que estas auxiliem o profissional a melhorar, cada vez 
mais, sua atuação com crianças que apresentam dificuldades no processo ensino-
aprendizagem. 
Atividade de Aprendizagem 
O que pode ser melhor aproveitado das teorias de Skinner e de 
Wallon para a sua prática pedagógica com o foco na construção 
do conhecimento dos seus alunos? 
 
 
Aula 4- Teorias de Aprendizagem 
 
Apresentação da Aula 
 
Nesta aula será abordada a Teoria das Inteligências Múltiplas, a qual foi 
desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner, após pesquisar a 
inteligência humana durante vários anos. 
Dentro da abordagem de Howard Gardner será possível observar diferentes 
tipos de inteligência. A maioria das pessoas possui uma ou duas inteligências bem 
desenvolvidas, fato que fica evidente quando uma pessoa pode ser muito boa, por 
exemplo, em expressão artística, mas apresenta pouca habilidade em cálculos 
matemáticos. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
4. A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 
 
O pesquisador, Howard Gardner, ao apresentar a Teoria das Inteligências 
Múltiplas (IM), conclui que a inteligência humana é composta por nove partes de 
valor e importância iguais. 
Os estudos de Gardner culminaram com a teoria das Inteligências Múltiplas. 
Pesquisas em neurobiologia apontam para a existência de distintas áreas do 
cérebro humano e correspondem a determinados espaços cognitivos que, de 
maneira diferente, expressam a existência de diferentes inteligências. 
Anterior à teoria apresentada por Gardner, havia uma única teoria a respeito 
da inteligência, a qual era representada por Alfred Binet e largamente divulgada 
pelo uso do teste de QI (Quociente de Inteligência). Alfred Binet – psicólogo e 
pedagogo francês, ficou conhecido por sua contribuição no campo da psicometria, 
sendo considerado o inventor do primeiro teste de inteligência, a base para os 
atuais testes de QI (Quociente de Inteligência). 
QI é uma medida de uso geral, cujos resultados se obtém por meio de testes 
padronizadosque foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar as capacidades 
cognitivas (inteligência) de uma pessoa, comparando-a com outros sujeitos do seu 
grupo etário. A medida do QI foi normalizada para ter 100 como seu valor médio, 
com um desvio padrão de 15. Em 1916, Lewis Madison Terman propõe a 
multiplicação do QI por 100, a fim de eliminar a parte decimal, resultando na 
seguinte fórmula: 
 
Vocabula rio 
Desvio padrão - É a medida mais comum da dispersão 
estatística (representado pelo símbolo sigma, σ), que mostra o 
quanto de variação ou "dispersão" existe em relação à média 
(ou valor esperado). Um baixo desvio padrão indica que os 
dados tendem a estar próximos da média; um desvio padrão 
alto indica que os dados estão espalhados por uma gama de 
valores. 
 
 
44 
 
Saiba Mais 
A palavra inteligência tem sua origem na junção de duas 
outras palavras latinas, a palavra inter (entre) e a palavra 
legere (eleger ou escolher), ou seja, é a capacidade de fazer 
a escolha melhor entre duas ou mais situações. 
 
 
Gardner, inicialmente identificou sete tipos de inteligências e, 
posteriormente, mais duas. São elas: Inteligência Verbal ou Linguística, Inteligência 
Lógico-Matemática, Inteligência Espacial, Inteligência Físico-Cinestésica, 
Inteligência Interpessoal, Inteligência Musical, Inteligência Naturalista, Inteligência 
Intrapessoal, Inteligência Existencialista. Nesta aula o objetivo é conhecer cada 
uma delas mais detalhadamente. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor adaptado pelo DI (2016). 
 
A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) representa 
uma possibilidade distinta do conceito de inteligência entendida como capacidade 
 
45 
 
inata, geral e única. Insatisfeito com a concepção da inteligência vista enquanto 
decorrência do teste de QI, que resulta em uma visão unitária da inteligência, 
voltada para habilidades escolares, principalmente aquelas que são cobradas 
enquanto fruto da aprendizagem conquistada (ou não) nos bancos escolares, 
identificando o sujeito em seu sucesso ou insucesso acadêmico, levou Gardner a 
repensar a inteligência com base em suas origens biológicas da capacidade, para 
encontrar soluções para problemas e desafios. 
 
4.1. Inteligência Verbal ou Linguística 
 
Habilidade de aprender línguas e de usar a língua falada e escrita para 
atingir objetivos. Quem são as pessoas que possuem essas inteligências: 
advogados, escritores e locutores a exploram bem. As pessoas que tem essa 
inteligência à flor da pele, normalmente procuram desenvolver atividades dentro 
desse contexto, ou seja, profissões que exigem boa expressão verbal, poder de 
convencimento e habilidades de argumentação. Conseguem se expressar de tal 
forma que envolvem as pessoas que estão ao seu lado. Estas pessoas tem um 
grande poder para cativar outras pessoas por meio de sua fala. Exemplos de 
nomes de nossa história que se destacam em função de sua Inteligência Verbal ou 
Linguística: Monteiro Lobato, Jorge Amado e Jô Soares. 
 
4.2. Inteligência Lógico-Matemática 
 
Capacidade de realizar operações matemáticas e de analisar problemas 
com lógica. Pessoas que tem essa inteligência bem desenvolvida, tem muita 
facilidade com números, são significativamente racionais e conseguem resolver 
problemas de forma sistemática. Matemáticos e cientistas têm essa capacidade 
privilegiada. Exemplos de nomes que apresentam esse tipo de inteligência: Albert 
Einstein, John Nash e Thomas Edison, pessoas que com sua contribuição 
mudaram a história da humanidade. 
 
 
 
 
 
46 
 
4.3. Inteligência Espacial 
 
Capacidade de reconhecer e manipular uma situação espacial ampla ou 
mais restrita. É importante, tanto para navegadores como para arquitetos ou 
artistas. Quem tem essa inteligência bem desenvolvida, tem noção ou apresenta 
certa habilidade bem específica. Suas competências exigem execuções de 
maneira cuidadosa, minuciosa, com muita destreza e precisão, para que possa 
desenvolver suas responsabilidades com sucesso. Exemplos de nomes que 
apresentam esse tipo de inteligência: Oscar Niemeyer, Maurits Escher. 
 
4.4. Inteligência Corporal-Cinestésica 
 
Potencial de usar o corpo para resolver problemas ou fabricar produtos. 
Pessoas com essa inteligência têm grande habilidade corporal e sabem usar muito 
bem o corpo, como dançarinos, atletas, cirurgiões e mecânicos. Capacidade de 
mover, de mexer com a musculatura. Exemplos de pessoas que apresentam essa 
inteligência bem desenvolvida e se valem dela: Michael Baryshnikov, Ivo Pitangui 
e Daiane dos Santos. 
 
4.5. Inteligência Interpessoal 
 
Capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e, 
consequentemente, de se relacionar bem com eles. É necessária para vendedores, 
líderes religiosos, políticos e, o mais importante, professores. Pessoas que 
precisam saber como se relacionar com o outro e entender, muito bem, do que o 
outro necessita, para que possam atender a essa necessidade. A pessoa com essa 
capacidade, segundo Gáspari e Schwarts (2002) [...], mobiliza atitudes e valores 
essenciais no relacionamento (cooperação, respeito, paciência, solidariedade, 
empatia, reconhecimento da emoção alheia, criticidade, criatividade, 
encorajamento na busca de soluções sem imposição de ideias), podendo imprimir 
a essas experiências, um caráter único e incomparável. Exemplos: Sílvio Santos, 
Barack Obama e Papa João Paulo II. 
 
 
 
47 
 
4.6. Inteligência Musical 
 
Aptidão na atuação, apreciação e composição de padrões musicais. 
Capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar formas musicais. 
Inclui sensibilidade ao ritmo, tom ou melodia e timbre de uma peça musical. É 
associada àquelas pessoas que têm facilidade em compreender o som, captar sua 
expressão e transmitir sentimento por meio dele. Exemplo de pessoas de destaque 
na música: Beethoven, que ultrapassa o seu tempo, e também, Tom Jobim e 
Pavarotti. 
 
4.7. Inteligência Naturalista 
 
Associada a sensibilidade de percepção e compreensão dos elementos 
naturais e da interdependência entra a vida animal e vegetal e os ecossistemas, e 
a leitura coerente e racional da natureza, com todas as suas relações. Pessoas que 
conseguem entender um ecossistema em tudo aquilo que o envolve e que são 
extremamente preocupadas na manutenção desse ecossistema. Exemplo que 
ultrapassa o seu tempo: Charles Darwin. 
 
4.8. Inteligência Intrapessoal 
 
Capacidade da pessoa se conhecer, incluindo aí seus desejos e de usar 
essas informações para alcançar objetivos pessoais. Usualmente está presente em 
filósofos, pensadores, entre outros. São pessoas que conseguem se entender de 
forma muito significativa e entender também o estudo de um determinado 
conteúdo. Conseguem, não só, entender, mas também, transmitir, trazendo 
contribuições significativas, a exemplo do próprio Gardner. Compreende 
sensibilidade, autoconhecimento, grande capacidade de observação e potencial 
para agir adaptativamente, com base nesse conhecimento. Exemplos: Karl Marx, 
Sigmund Freud e Platão. 
 
 
 
 
 
48 
 
4.9. Inteligência Existencialista 
 
Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais 
da existência. É uma inteligência marcante em pessoas com forte espiritualidade 
como filósofos, sacerdotes, xamãs, gurus, entre outros. Exemplos: Mahatma 
Gandhi, Dalai Lama e Chico Xavier. 
 
Resumo da Aula 
 
Esta aula apresentou a Teoria das Inteligências Múltiplas desenvolvida pelo 
psicólogo norte-americano Howard Gardner, após pesquisar a inteligência humana 
durante vários anos. 
Dentro de sua abordagem Gardner destaca os diferentes tipos de 
inteligência, suas características e formas de manifestação, apresentando nomes 
da nossa história e da nossa cultura que se destacam por sua inteligência 
diferenciada. 
Atividade de Aprendizagem 
Converse com seus colegas e construam atividades para 
desenvolver cadauma das inteligências verificadas na teoria 
de Gardner. 
 
Aula 5- A Teoria Significativa de Ausubel 
 
Apresentação da Aula 
 
Para dar continuidade aos estudos teóricos, nesta aula será tratado sobre a 
teoria significativa proposta por Ausubel. Para tanto, será apresentada a visão 
dessa teoria e as contribuições que ela trouxe para o processo de ensino 
aprendizagem. 
Além disso, será observado como esse processo ocorre em sala de aula e 
as formas de aplicação dessa teoria em crianças que apresentam dificuldades no 
momento da aprendizagem. 
 
49 
 
5. A TEORIA SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL 
 
David Paul Ausubel era norte-americano e estudou medicina e psicologia na 
Universidade da Pensilvânia. Seus estudos não pararam por aí e obteve doutorado 
em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade de Columbia. Dedicou sua 
carreira à Psicologia Educacional sob forte influência da forma com que havia sido 
educado com castigos e humilhações. Depois de aposentado retomou suas 
atividades com a psiquiatria. 
E em 1975 esteve no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo e coordenou um Seminário Avançado que reuniu 25 pesquisadores. Esse 
seminário possibilitou que os estudos sobre a aprendizagem significativa 
tomassem um novo rumo e assumissem uma dimensão muito maior. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
O livro, Aprendizagem Significativa: A Teoria 
de David Ausebel de Marco Antonio Moreira 
e Elcie F. Salzano Masino, apresenta ideias 
muito relevantes a respeito dessa teorias de 
construção do conhecimento, por essa razão 
recomenda-se a leitura. 
 
Ausubel segue a linha oposta à dos behavioristas, que acreditavam na 
influência do meio sobre o sujeito. Para o especialista é necessário levar em conta 
a história de cada indivíduo e destaca que cabe aos professores proporem 
atividades que estimulem e reforcem a aprendizagem. 
De acordo com as aulas anteriores existem três tipos gerais de 
aprendizagem: a cognitiva, a afetiva e a psicomotora. Para associar 
adequadamente a teoria significativa a um dos tipos mencionados, serão revisados 
rapidamente os três tipos. 
 
 
 
 
50 
 
5.1. Tipos da Aprendizagem 
 
As Teorias da Aprendizagem são ideias que nascem na Psicologia da 
Educação e que enfocam diferentes aspectos de como se desenvolve e quais são 
as diferenças na forma com que se aprende. Elas explicam como esse processo 
ocorre, e apresentam três tipos distintos. 
Aprendizagem Cognitiva pode ser compreendida como o tipo de 
aprendizagem que resulta do armazenamento organizado da mente do ser que 
aprende. A pessoa aprende um determinado conteúdo e organiza esse 
aprendizado em sua estrutura cognitiva, associando esse conteúdo a outro 
conteúdo já aprendido. Esse conjunto complexo de aprendizagem é conhecido 
como estrutura cognitiva. Um possível exemplo seria: uma pessoa que conhece 
vários tipos de flores e, em um determinado momento, aprende sobre uma flor 
nova. Esse novo aprendizado vai ser associado aos demais conhecimentos sobre 
flores e um novo conhecimento passa a fazer parte da estrutura cognitiva dessa 
pessoa. 
Aprendizagem Afetiva pode ser compreendida como o tipo de 
aprendizagem que se dá pelo resultado de experiências e sinais internos. Está 
muito associada as emoções tais como: dor, alegria, satisfação, entre outros 
sentimentos presentes na vida de uma pessoa. Um outro exemplo pode ser: 
quando uma criança coloca o dedo na tomada e leva um choque, provavelmente 
ela não o fará novamente pois, ao tocar na tomada, sentiu a dor. Ela irá associar 
esse sentimento ruim ao ato de tocar na tomada. Esse é um exemplo simples, mas 
bastante relevante para a compreensão desse tipo de aprendizagem. 
Aprendizagem Psicomotora pode ser compreendida como o tipo de 
aprendizagem que se dá pelas respostas musculares adquiridas por meio de treino 
e prática. Quando uma criança começa a andar ela precisa praticar e vencer 
barreiras motoras para conseguir andar efetivamente. Por esse motivo, ela começa 
engatinhando, tenta ficar em pé, levanta, cai diversas vezes para depois enfim 
conseguir andar. Nem sempre o processo de aprendizado psicomotor é rápido e 
fácil. Ele exige empenho e disciplina para que aconteça. 
Apesar desses três tipos de aprendizagem serem discutidos isoladamente, 
um olhar mais profundo mostra que eles não acontecem de maneira isolada. Cada 
 
51 
 
tipo de aprendizagem funciona como alicerce do outro, possibilitando que o 
aprendizado aconteça de forma satisfatória. 
Apesar de considerar e reconhecer importante a Teoria Afetiva e a Motora, 
em seus estudos, Ausubel focaliza primordialmente a aprendizagem Cognitiva, ou 
seja, aquela que relaciona um conteúdo aprendido com um conteúdo que já foi 
internalizado anteriormente. Com base nisso, Ausubel conceituava a 
aprendizagem como a organização e integração do que está sendo aprendido na 
Estrutura Cognitiva, a qual pode ser compreendida como o conteúdo e organização 
das informações ou fatos em uma área de conhecimentos. 
Importante 
Ausubel acreditava que para que a aprendizagem seja 
significativa ela deve fazer sentido para quem está aprendendo, e 
esse é o ponto principal da sua teoria: que a aprendizagem faça 
sentido para quem aprende. 
 
Ele acreditava que se em um processo de ensino aprendizagem não tiver 
uma dada importância para o aprendiz o aprendizado não acontece. 
Verificar isso não é muito difícil e basta analisar o processo de ensino 
aprendizagem. Quantas vezes os alunos se perguntam o porquê de estar 
aprendendo determinado conteúdo se ele não terá uma aplicação prática na vida. 
O que acontece é que, como esses conteúdos não são significativos, as pessoas 
acabam memorizando-os e posteriormente os esquecem. Isso para atingir um 
determinado objetivo específico do momento, muitas vezes uma prova ou uma 
atividade específica. 
Para Refletir 
Pense agora em um conteúdo que não tinha sentido para você 
e que depois de um determinado momento foi esquecido por 
não ter significado. Em contrapartida, quando um conteúdo faz 
sentido, mesmo com o passar dos anos ainda é possível 
lembrar que ele foi aprendido recentemente. 
 
 
52 
 
Para chegar à conclusão de que um conteúdo precisa fazer sentido para o 
educando, Ausubel estudou como acontecia o processo ensino aprendizagem. 
Porém, para concretizar sua teoria, direcionou seus estudos para os processos de 
aprendizado em sala de aula. 
Durante suas observações verificou o que mais influenciava uma criança 
nesse processo e constatou que os conhecimentos prévios dos alunos eram 
significativos para que a aprendizagem acontecesse. Eram os conhecimentos 
prévios que as crianças traziam que davam suporte às novas ideias. Ou seja, o 
novo conhecimento que estava sendo apresentado à criança, era rapidamente 
relacionado a um conhecimento preexistente em sua estrutura cognitiva e, dessa 
forma, ficava mais fácil dela concretizar a aprendizagem. Por exemplo, suponha-
se que a professora está trabalhando sobre ervas medicinais e uma criança está 
acostumada a tomar chá para auxiliar na cura de uma determinada enfermidade. 
Neste caso ela irá relacionar o chá que costuma tomar com o novo conteúdo e 
assim terá condições de verificar a melhor erva medicinal para auxiliar nesse 
processo. 
Saiba Mais 
O indivíduo utiliza conhecimentos que já possui para 
associar conhecimentos novos, e para cada um esse 
processo não é diferente, ao ler essa temática, você mesmo 
está fazendo várias associações com conteúdos que já 
foram assimilados da sua estrutura cognitiva. 
 
De acordo com Moreira (2011a, p.160), 
 
Novas ideias e informações podem ser aprendidas e retidas na medida 
que conceitos relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e 
disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma, 
como ponto de ancoragem às novas ideias e conceitos. 
 
De acordo com a citação do autor é possível

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