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1 Disciplina: Teorias de Aprendizagem Autores: Esp. Patrícia Penkal de Castro Revisão Conteúdos: M.e Maria Tereza Costa / M.e Romário Keiti Pizzatto Fugita Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Patrícia Penkal de Castro Teorias de Aprendizagem 1ª Edição 2016 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA CASTRO, Patrícia Penkal de. Teorias de Aprendizagem / Patrícia Penkal de Castro. – Curitiba, 2016. 74 p. Revisão de Conteúdos: Maria Tereza Costa / Romário Keiti Pizzatto Fugita. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Teorias de Aprendizagem – Faculdade São Braz (FSB), 2016. ISBN: 978-85-5475-103-6 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e grupos de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da Disciplina Nesta disciplina serão abordadas algumas teorias da aprendizagem, utilizadas no ambiente escolar, considerando o projeto político pedagógico, valores, missão e objetivos traçados. O foco das explicações transitará entre as mais conhecidas teorias de aprendizagem para proporcionar uma visão bem ampla e imparcial mostrando pontos fortes e fracos de cada uma. Alguns dos grandes estudiosos sobre como funciona a aprendizagem humana foram incluídos nesta disciplina, figuras como Jean Piaget, Henri Wallon, Howard Gardner, Burrhus Skinner, tiveram suas teorias analisadas e devidamente explicadas. 6 Aula 1- Conceitos e Denominações para Teorias de Aprendizagem Apresentação da Aula Na primeira aula serão apresentados conceitos de aprendizagem, como interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, mostrando suas características e a importância de serem trabalhados em sala de aula. Na sequência se verifica os elementos e processos internos e externos da aprendizagem e o que está dentro das possibilidades do professor para tornar a aprendizagem mais adequada a cada conjunto de necessidades que se encontra na sala de aula. 1. CONCEITOS E DENOMINAÇÕES PARA TEORIAS DE APRENDIZAGEM Dentro das teorias de aprendizagem utilizadas no ambiente escolar, se tem a convergência de práticas didáticas para o mesmo foco que o Projeto político pedagógico (PPP), a visão, missão e valores da escola. Importante O importante é conhecer as teorias de aprendizagem para aplicá- las da maneira mais coerente possível, dentro da sala de aula. Soma-se a isso o foco do curso de Psicopedagogia, o qual está centrado no aluno e no professor que precisam do psicopedagogo para prevenir, avaliar e/ou diagnosticar o andamento da aprendizagem do aluno. Desta forma, torna-se necessário que sua atenção tenha como foco a relação das teorias da aprendizagem com a aprendizagem do aluno e a pessoa do aluno, pois nessa tríade a atenção precisa estar voltada às possiblidades e limitações que a própria aprendizagem promove no ato de aprender do aprendiz. Ou seja, verificar se, de fato, determinada teoria atende a todas as necessidades que o aluno demonstra e, caso contrário, quais são as alternativas para retomá-la. Quando as teorias de aprendizagem são mencionadas, muitos podem se questionar o porquê de estudar essa temática. No entanto, o questionamento é 7 muito comum, uma vez que, na maioria das vezes, as pessoas buscam “receitas” prontas de como desenvolver atividades práticas que possam lhes auxiliar no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas. Porém, é preciso considerar que, tanto as questões teóricas quanto as questões práticas são de suma importância, e uma dá sustentação à outra. Por isso, a importância da compreensão das teorias para desenvolver uma boa prática. Curiosidade O que significa ter uma “boa prática”? Planejar atividades que contribuam de forma significativa, para o desenvolvimento do sujeito e para melhor compreensão da articulação entre a teoria e a prática. 1.1. Contexto Histórico do Psicopedagogo O psicopedagogo, durante um tempo da sua história, foi visto como o profissional cuja função era identificar os problemas que o sujeito apresentava na aprendizagem. No entanto, é importante saber que esta visão é superficial, necessitando algum aprofundamento, pois dessa maneira limita-se o psicopedagogo a um simples identificador de problemas quando, na sua prática psicopedagógica, o trabalho é, a cada dia, mais amplo. Com o passar dos anos e com a evolução da sociedade, a visão e atuação desse profissional foram modificando-se aos olhos da população. Dessa forma, na atualidade, a visão reducionista com relação aos psicopedagogos ampliou-se. Pesquise Para aprofundar suas leituras e conhecimento pesquise sobre a atuação do psicopedagogo e qual é seu papel. Com o objetivo de contribuir com sua aprendizagem pode-se dizer que a este profissional cabe a função de compreender, prevenir e avaliar os processos de aprendizagem do ser humano, assim como trabalhar estratégias para que ele tenha espaço e tempo para efetivar o que aprende sistematicamente ou não, independentemente do seu perfil, mas dentro de suas habilidades e limitações. 8 Ao relacionar a aprendizagem ao aluno, à presença do professor e do psicopedagogo, é preciso pensar que, atualmente, o ser humano vive em um mundo globalizado e que esse mesmo ser humano está em constante aprendizagem. Para Refletir Portanto, o que se aprende hoje, amanhã pode ser modificado ou até ultrapassado. E quais são os fatores de discussão nesse momento? Vale lembrar, antes de pontuar os fatores que se destacam na relação entre a aprendizagem, o aluno, a presença do professor e do psicopedagogo que é parte do processo de aprender, que existe a frustração, mas não se pode aceitar a condição do aluno ser prejudicado porque os conteúdos precisam ser dados e não há tempo, durante as aulas, para o professor retomar com a turma alguns aspectos específicos que podem indicar dúvidas ou dificuldades. A seguir, veja alguns elementos importantes de discussão: Fonte: Elaborado pelo DI (2016). http://www.maispb.com.br/wp-content/uploads/2015/05/psicopedagogo.jpg https://d1i0fc51bv4e6i.cloudfront.net/noticias/wp-content/uploads/2011/10/professor_sp.jpghttp://drjoseluizpereira.com.br/wp-content/uploads/2015/09/desenvolver.jpg 9 A atuação psicopedagógica só é possível acontecer porque a psicopedagogia é uma área interdisciplinar, tanto do conhecimento quanto da sua atuação prática. Quando se refere à interdisciplinaridade na psicopedagogia, vale lembrar que o foco está nas relações estabelecidas com as áreas afins, ou seja, com a as questões epistemológicas e culturais de cada profissional que participa do acompanhamento do aprendiz. Realizar um trabalho interdisciplinar de conhecimento não é fácil e, para que ele aconteça de forma satisfatória, é preciso superar alguns obstáculos, os quais, de acordo com Barone, Martins e Castanho (2011) são: Superar as fases iniciais de informação mútua entre as disciplinas; Superar obstáculos epistemológicos, institucionais e culturais; Atingir o diálogo, a integração e as permutas recíprocas para situar o objetivo acima das fronteiras convencionais das disciplinas, o nível transdisciplinar. Para compreender melhor como superar esses obstáculos, primeiramente é necessário definir dois grandes conceitos da educação: a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, pois sem esse entendimento e conceituação não é possível atingir os objetivos propostos para o trabalho do psicopedagogo. 1.2. Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade O conceito de Interdisciplinaridade para Freire (1987) é um processo metodológico de construção do conhecimento com base em sua articulação com o contexto, a realidade e a sua cultura. A Interdisciplinaridade deve superar a fragmentação das ciências e do conhecimento. Ela precisa alcançar um estágio maior, no qual todos os conceitos devem estar ligados de forma coerente em um determinado contexto histórico. Na transdisciplinaridade é possível encontrar uma definição na Carta da Transdisciplinaridade elaborada pela UNESCO no I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, em 1994. 10 Art. 3º [...] a transdisciplinaridade não procura o domínio sobre outras disciplinas, mas a abertura de todas elas, aquilo que as atravessa, ultrapassa [...]. Art. 7º A transdisciplinaridade não constitui uma religião, uma nova filosofia, uma nova metafísica, uma ciência das ciências. (UNESCO, 1994, p.2) Com base nos conceitos apresentados sobre interdisciplinaridade e transdisciplinaridade percebe-se a importância da atuação do professor e quanto relevante a do psicopedagogo na escola e nas instituições, com o objetivo de contribuir com a aprendizagem satisfatória do aluno. No entanto, para que essa aprendizagem aconteça de maneira significativa, o professor tem como prioridade conhecer e estudar as teorias de aprendizagem, para analisar e escolher aquela que atenda às necessidades dos seus alunos. Para Refletir Como o sujeito aprende? Quando é lançada esta pergunta, na maioria das vezes pode-se pensar em como o outro aprende. No entanto, é possível que seja esquecido também a maneira como o professor aprende, ou seja, é importante o profissional conhecer, primeiramente, como ele, enquanto sujeito aprende, para depois ensinar. Dessa forma, ele coloca em prática a consciência de suas ações. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Para contribuir com as suas leituras complementares indica-se o livro, Como as pessoas aprendem - Cérebro, Mente, Experiência e Escola, que apresenta a oportunidade de os profissionais da Educação aprenderem e/ou aprofundarem seus conhecimentos referentes à cognição, metacognição e as práticas pedagógicas. O processo de aprendizagem é inerente ao ser humano. Desde o nascimento, até o momento de sua morte o homem aprende. Inicialmente, este fato se dá pela necessidade que o homem tem de buscar sua sobrevivência. E, para que isso aconteça, é fundamental que ele aprenda a interagir com a natureza de modo a usufruir, da melhor forma, dos seus recursos e, quando necessário, 11 modificá-los, a fim de atender suas necessidades pessoais ou do grupo ao qual está inserido. Se considerar que o processo de aprendizagem é cíclico, percebe-se que esse processo acontece o tempo todo e a todo o momento, logo, o ser humano está em um eterno e contínuo processo de aprendizagem. Ao comparar o homem a outras espécies da natureza percebe-se que este mesmo processo de adaptação e transformação da natureza não acontece. Por este motivo, surgiu a necessidade de compreender como se constrói o processo do conhecimento. Essa foi a curiosidade que fez com que o homem, desde a Grécia Antiga até os dias atuais, buscasse compreender o processo de aquisição do conhecimento e, a partir dessa busca, surgissem diversas teorias de aprendizagem com o objetivo de interpretar como acontece e suas relações com o desenvolvimento do homem e da sociedade em que esse se insere. Saiba Mais A aprendizagem para Illeris (2007, p.3) funciona como: [...] qualquer processo que, em organismos vivos, leva à uma mudança permanente em capacidades e que não se deve, unicamente, ao amadurecimento biológico ou ao envelhecimento. Para que essa aprendizagem ocorra, é importante que aconteça a integração de dois processos: um interno e o outro externo. O processo interno é um processo psicológico de elaboração e aquisição, enquanto que o externo é considerado um processo de interação do indivíduo e seu ambiente social, cultural ou material. Alguns teóricos, em seus estudos, consideram apenas um processo em detrimento do outro, porém, é preciso considerar que, para a aprendizagem ser completa, estes dois processos devem ser considerados. Para explicar melhor esse processo Illeris (2013) apresenta a seguinte representação: 12 Fonte: Elaborado pelo DI (2016). http://www.jau.sp.gov.br/userfiles/1%20161(1).jpg http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/04/original_Sala_de_aula.jpg https://static1.squarespace.com/static/53d655dbe4b0d86829f3272b/t/53e130ebe4b06dc41139 1e11/1407267073152/ http://www.rrpix.com.br/assets/uploads/noticias/22ae10aba6d5a4074457db1ec4deb02c.jpg http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/07/mae-e-filho-leitura.jpg O Campo Triangular representa as três dimensões da aprendizagem: Fonte: Elaborado pelo DI (2016). http://www.jau.sp.gov.br/userfiles/1%20161(1).jpg http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/04/original_Sala_de_aula.jpg 13 https://static1.squarespace.com/static/53d655dbe4b0d86829f3272b/t/53e130ebe4b06dc41139 1e11/1407267073152/ http://www.rrpix.com.br/assets/uploads/noticias/22ae10aba6d5a4074457db1ec4deb02c.jpg http://www.livrosepessoas.com/wp-content/uploads/2015/07/mae-e-filho-leitura.jpg Dimensões da aprendizagem • Dimensão do conteúdo = aquilo que é aprendido. • Dimensão do incentivo = direciona a energia mental necessária para o processo. • Dimensão da interação = propicia os impulsos que dão início ao processo. Vale lembrar que o modelo triangular apresenta um conceito de aprendizagem construtivista, no qual considera que o aluno constrói seu conhecimento, ou seja, ele tem consciência daquilo que assimila. Com isso se tem a possibilidade de tipos de aprendizagem diferentes, como mostrado a seguir: 1.2.1. Aprendizagem Cumulativa ou Mecânica Acontece quando se aprende algo novo. É mais frequente nos primeiros anos de vida do sujeito e, posteriormente, em situações especiais. O resultado dessa aprendizagem se caracteriza pelo condicionamento. 1.2.2. Aprendizagem Assimilativa ou por Adição Ocorre quando há uma soma de conhecimento a algo que já era conhecido pelo aprendiz, ou seja, acontece gradualmente e é facilmente recordada e aplicada. 1.2.3. Aprendizagem Acomodativa ou Transcendente Acontece quando algo é difícil de relacionar imediatamente. Porém é essencial para que o aluno aprenda. Por este motivo, essa aprendizagem precisadesconstruir um padrão existente e transformá-lo de modo a poder ser relacionado com os demais saberes. 14 1.3. Aprendizagem Significativa Acontece quando ocorre mudanças na personalidade. Nesta aprendizagem acontece uma reestruturação em todas as aprendizagens para depois ser reconstituído. Agora que já foi compreendido um pouco sobre esse processo de construção do saber é possível dar sequência em estudos. Nas próximas aulas, serão abordadas as teorias de aprendizagem, seus idealizadores, o contexto social de seus estudos, a influência desses estudos nas gerações futuras e, principalmente, como desenvolver essa aprendizagem de forma satisfatória, enquanto profissional da psicopedagogia. Resumo da Aula Nesta aula foram abordadas questões relacionadas à aprendizagem e algumas teorias importantes para as relações educacionais do aluno, no sentido de conhecer e escolher a teoria que mais representa e atende as condições dos aprendizes, do professor e da escola. Outros aspectos importantes e contemplados nesta aula foram os elementos que influenciam no momento de aprender, ou seja, as atividades, o planejamento, a mediação realizada pelo professor e também a formação exigida a esse profissional. A relação com a psicopedagogia, neste momento, se dá quando é identificada a necessidade de uma prevenção ou intervenção no espaço escolar ou institucional (empresa, hospital e outros) com o objetivo de auxiliar o aprendiz em suas habilidades e limitações. Atividade de Aprendizagem Analise em sua metodologia de ensino os elementos empregados na abordagem pedagógica e cite quais deles são parte dos processos externos de aprendizagem dos seus alunos. 15 Aula 2- Teorias de Aprendizagem para Prática Pedagógica Apresentação da Aula Nesta aula serão abordadas algumas teorias da aprendizagem com o objetivo de contribuir com as práticas pedagógicas do professor em sala de aula. Desta maneira, ele tem a opção de estudar o estilo de aprender dos alunos e, por esse levantamento, escolher o mais apropriado para a sua atuação, visando um resultado significativo da aprendizagem dos mesmos. 2. ALGUMAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA Serão apresentadas algumas teorias a fim de encontrar estratégias para auxiliar a atingir os objetivos da aprendizagem. Não existe uma única teoria, uma vez que esta não seria suficiente para atingir todos os objetivos, ou ainda cada um dos alunos com suas especificidades individuais, de modo que é necessário recorrer a várias teorias. 2.1. Principais conjuntos de teorias No âmbito da psicopedagogia é importante ter a consciência das teorias pedagógicas, para que o psicopedagogo possa, ao identificar ou levantar suas hipóteses no ambiente escolar, traçar o seu projeto de intervenção e sugerir uma das vertentes pedagógicas que podem auxiliar o professor a atingir a maioria de seus alunos. 2.1.1. Teoria Inatista Foi o primeiro grande conjunto de teorias, o qual tentou explicar a aprendizagem. Os estudiosos acreditavam que as pessoas já nascem com certos conhecimentos (exemplo: tocar piano). Acreditam também que as capacidades estão relacionadas à capacidade individual e podem se manifestar a curto, médio e longo prazo. 16 O termo Inatismo deriva da palavra inata (nascer com certas habilidades). Nessa teoria a aquisição do conhecimento não depende da interação do indivíduo com o ambiente. 2.1.2. Teoria Ambientalista Tem como princípio observar o meio ao qual a criança está inserida. É este meio que fornece os recursos necessários para que o indivíduo aprenda. Na Teoria Ambientalista a criança é vista como uma folha em branco e o aprendizado acontece de fora para dentro. Como exemplo pode-se citar as teorias que empregam a relação de estímulo e resposta. É importante ressaltar que: Tanto no caso das teorias inatistas quanto no caso das ambientalistas, não se fala em interação entre o dentro e o fora, ou seja, entre a criança e suas estruturas internas com o meio no qual está inserida. Essa relação passa a ser encontrada no conjunto de teorias conhecido como interacionista, da qual fazem parte as teorias construtivistas, que têm como principal teórico Jean Piaget (BESSA, 2008, p. 13). 2.1.3. Teorias Interacionistas Acreditam que a aprendizagem do sujeito acontece de acordo com a sua interação com o meio. A partir da interação, o indivíduo absorve as informações necessárias para que a aprendizagem aconteça. 2.1.4. Teorias Sociointeracionistas Consideram que a aprendizagem acontece de acordo com as interações sociais realizadas pelo indivíduo que aprende. A aprendizagem acontece de uma forma mais humana, uma vez que leva em consideração as relações estabelecidas pelo sujeito durante o processo de aprendizagem. 2.2. Psicanálise de Sigmund Freud Sigmund Freud foi um médico neurologista, criador da psicanálise. Iniciou seus estudos utilizando técnicas da hipnose, com a qual observou melhorias em 17 comportamentos de pacientes com histeria. Com seus estudos chegou à conclusão de que as doenças dessas pessoas eram psicológicas e não orgânicas. Psicanálise é a teoria que visa explicar como a mente humana funciona e, a partir dessas explicações, se transforma em um método para tratar diversos transtornos mentais, criada por Freud. Freud explicou a mente humana considerando diversos aspectos, dentre eles, o pessoal e individual, bem como o público e social, abordando sobre as tendências sexuais humanas de uma maneira mais geral e indeterminada. A essa tendência, chamou de libido. A psicanálise pode ser aplicada de duas formas: • Conversão - na qual se interpreta as doenças mentais partindo da interpretação dos fatos. Neste processo, o paciente é levado a identificar o que deu origem a seu problema. • Sublimação - na qual compreende a transferência dos desejos, a libido, para outras situações ou objetos que possuem natureza sexual. Divisão da mente humana em três partes: • ID – Parte primitiva da mente, na qual os instintos irracionais se manifestam sem levar em consideração os princípios éticos e morais. É mais comum que o id se manifeste na fase da infância. Na fase adulta, o id sofre influência do ego e do superego. Por este motivo é mais difícil de se manifestar. • EGO - Equilibra os instintos de forma racional entre o id e o superego. Analisa o que é correto ou não para depois tomar as decisões. Cria mecanismos de defesa de forma a evitar sentimentos negativos. • SUPEREGO - Tem a função de impedir que os instintos e desejos do id influenciem o ego. Age de acordo com as regras, valores éticos e morais. É o superego que permite pensar se é certo ou se é errado e a decisão. 2.3 Condicionamento Clássico ou Pavloviano O condicionamento clássico ou respondente foi criado pelo fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936). Essa teoria diz que o pareamento repetido de um estímulo neutro, condicionado com outro estímulo, provoca uma resposta de modo 18 que, após um tempo de pareamento, o estímulo neutro, por si só, provoca uma resposta. Pavlov observou o comportamento do cão após salivar, não apenas com a visão da comida, mas também pelo som dos passos da pessoa que trazia a comida. Com isso, realizou um experimento, no qual colocou uma sineta (campainha) no pescoço do cão. A sineta era um estímulo neutro, porém, toda vez que ela tocava, era dada comida ao cão. Com o tempo o cão, quando ouvia o barulho da sineta, salivava (resposta). A sineta, que era então um estímulo neutro, passou a ser um estímulo condicionado, o qual provocava uma resposta condicionada (salivação). Fonte: Elaborado pelo DI adaptado do Autor (2016). Outro conceito dessa teoria foi o de extinção. Ela ocorre quando o estímulo condicionado é constantementerepetido sem o estímulo não condicionado, acarretando a extinção da resposta condicionada. No exemplo acima seria como se, ao ouvir a sineta, não fosse mais oferecida comida ao cão. Com o tempo a resposta de salivação se extinguiria. Watson (1878-1958), psicólogo norte-americano, utilizou-se da teoria de Pavlov para explicar alguns componentes do desenvolvimento humano, por meio da descrição da fobia de um bebê de onze meses (o pequeno Albert) que, segundo ele, emitia uma resposta aprendida, baseada no condicionamento clássico. Foi 19 apresentado um ratinho branco ao Albert, ao qual ele não temia e, em seguida, era feito um ruído alto e amedrontador. Com o tempo, Albert passou a temer o ratinho. Outro conceito é o de Generalização, ou seja, a aprendizagem por semelhanças. Exemplo: mostra-se a uma criança a letra A no quadro negro. Ela distinguirá essa letra não só quando foi escrito no quadro, mas em livros, cadernos, revistas, etc. A habilidade de discriminar as coisas ao seu redor, demonstra a capacidade do ser humano em dar respostas diferentes, mas entre estímulos semelhantes. Por exemplo: vaca e galinha. Ambos são animais (semelhantes), porém a vaca tem quatro patas e a galinha duas. Esse reconhecimento é o que se denomina de discriminação. Para essa teoria, a aprendizagem é vista como um equilíbrio entre a generalização e a discriminação. 2.4. O Behaviorismo de B. F. Skinner (1904-1990) Skinner propôs a teoria do condicionamento operante ou instrumental, baseada na teoria de ensaio e erro de Thorndike (1874-1949). A teoria de Thorndike refere-se à tentativa de solucionar um problema através de tentativas de uma variedade de ações, até que se comprove que uma delas obteve sucesso. Ou seja, a pessoa comporta-se de modo instrumental para produzir uma recompensa. Exemplo: o gato aprende a apertar uma alavanca e com isso a porta se abre e ele consegue fugir. Para este teórico, algumas respostas são condicionadas pela recompensa, e o organismo tem a aprendizagem a partir dessas experiências. Os quatro tipos de condicionamento instrumental ou operante são: 1) Condicionamento de fuga: o organismo aprende um padrão de resposta para sair de um lugar em que não deseja estar. 2) Condicionamento de recompensa primária: a resposta é para se obter uma recompensa biologicamente significativa. A resposta é instrumental. Exemplo: ganhar água. 3) Condicionamento de esquiva: emite-se uma resposta para evitar uma consequência ruim. Exemplo: frente a um buraco, desvia-se dele, no intuito de evitar uma queda. 20 4) Condicionamento de recompensa secundária: o comportamento instrumental ocorre no intuito da obtenção de um estímulo sem qualquer utilidade biológica, mas que no passado esteve associado a um estímulo biologicamente significativo. Exemplo: em épocas de muito frio guardava-se comida na dispensa para não passar fome, pois a geada matava tudo. Mesmo não tendo mais a geada, ainda se guarda a comida, pois um dia poderá faltar. Para os condicionamentos mencionados, Skinner descreveu dois tipos de comportamento: Comportamento respondente: os estímulos provocam respostas reflexas. Exemplo: reflexo do joelho ao estimular a patela. Comportamento operante: o qual independe de estímulos. Exemplo: o rato na caixa de Skinner era privado de água e pressionava a alavanca por acaso, a assim conseguia a água. Além disso, os reforços para os comportamentos podem ser: Primários: quando não dependem da aprendizagem anterior. Exemplo: necessidade de comida ou água. Secundários: são baseados na aprendizagem anterior, a qual trouxe recompensas. Exemplo: entregar nota de dinheiro e receber água; você aprende que o dinheiro (nota) serve para comprar. Os intervalos entre os reforços podem ser: Fixos: a cada “X” resposta fixa dada obtém-se um reforço. Exemplo: toda vez que o aluno realiza, pela segunda vez, seu nome completo, pode ir ao parque brincar. Variáveis: o reforço é dado algumas vezes depois do comportamento ocorrer uma vez, por exemplo e, num outro momento, depois de ocorrer três vezes. Exemplo: um dia o aluno escreve seu nome uma vez e depois de cumprida a tarefa vai ao parque. Numa outra tarefa deve escrever três vezes e então terá o reforço de ir ao parque brincar com os amigos da escola. Neste tipo de intervalo o reforço é parcial ou intermitente, ou seja, é recompensado algumas vezes. 21 Importante A partir dos pressupostos apresentados, pode-se dizer que o aprendizado poderá ser mais rápido se o esquema de reforço for contínuo, ou seja, se cada resposta for recompensada. Exemplo: reforçar todo e qualquer avanço do aluno. Ainda sobre os reforços, podem ser positivos ou negativos: Reforço positivo: quando certas consequências da resposta aumentam a probabilidade de a resposta ocorrer novamente. Exemplo: receber elogio após desempenhar bem uma tarefa aumenta a possibilidade de outra tarefa ser bem desempenhada no futuro. Reforço negativo: é quando se emite uma resposta para evitar uma consequência ruim. Exemplo: o adolescente, mesmo estando com preguiça de estudar, acaba fazendo para evitar que os pais briguem com ele. Saiba Mais É importante salientar que reforço negativo possui significado diferente de punição. A punição é a emissão de um estímulo aversivo para se evitar uma resposta indesejada. Exemplo de punição: o jovem fica sem computador se não estudar. O reforço negativo está relacionado a dois tipos de aprendizagem, que são a aprendizagem por fuga (você aprende uma resposta para sair de um local onde não queira estar) e aprendizagem por esquiva (dar uma resposta antecipatória para evitar a punição). Outro padrão de comportamento é o que Skinner denominou de controle aversivo, ou seja, o organismo muda seu comportamento para evitar um estímulo doloroso, indesejado ou aversivo. Exemplo: a criança muda seu comportamento de birra na escola, para evitar que o professor conte aos seus pais e com isso eles apliquem punições em casa. Um conceito importante é o de modelagem ou aproximação sucessiva. Ela envolve a modificação do comportamento, através do reforço de respostas 22 desejáveis. Exemplo: para se modificar o comportamento de birra de um aluno, o professor pode dar pequenos reforços quando ele emite um comportamento desejável. O reforço adventício ocorre quando respostas são reforçadas acidentalmente. Exemplo: a criança brinca com um cachorro e ele morde sua mão. Isso poderá ser a base de uma futura fobia a cachorros. A concepção de David Premack (UPENN, 2016) diz que um comportamento no qual um organismo está engajado com maior frequência poderá ser utilizado para reforçar outro que esteja numa frequência mais baixa. Exemplo: o comportamento de maior frequência na criança é o de comer doces e o de menor frequência, o de comer verdura. A mãe coloca como condição que se ela comer a verdura ganhará doces. Essa premissa reforça o comportamento de comer a verdura. 2.5. A Teoria Sociocognitiva de Bandura (1925 - presente) De acordo com Bandura o comportamento é decorrência do resultado do intercâmbio entre o cognitivo e o social, denominado como determinismo psíquico. O aprendizado se dá através de modelagem, ou seja, através da observação das outras pessoas, sendo intencional ou acidentalmente, e pela imitação. A pessoa escolhe um modelo, sendo influenciado pela idade, sexo, similaridade consigo mesma, status, dentre outros. Caso o modelo escolhido reflita valores e normas saudáveis, o indivíduo desenvolve a autoeficácia (capacidade de adaptação, sendo dentro do normal do dia a dia ou em situações ameaçadoras). A aprendizagem vicária se refere ao aprendizado através de um modelo e da observação. Crianças que apresentem padrões de comportamento negativos. Os mesmospodem ser modificados a partir do aprendizado de técnicas alternativas, as quais se dão a partir de outros modelos de papéis. Exemplo: crianças inibidas podem desenvolver habilidades sociais se juntarem-se com outras mais desinibidas. Existem quatro processos que regulam a aprendizagem por observação: Atenção: relacionados aos estímulos selecionados diante dos vários estímulos do meio. 23 Retenção: através dos símbolos as experiências selecionadas são retidas na memória de maneira mais permanente. É a capacidade de simbolização que permite aos humanos a aprendizagem por observação. Reprodução motora: a conversão da simbolização em comportamentos. Motivação: a pessoa leva ao ato aquilo que é importante, valorizado ou recompensado. Ela não coloca em prática tudo o que aprende, não gasta energia com comportamentos pouco adequados. Este recurso é autoativado, ou seja, iniciado pela própria pessoa, um estado interno, daí a denominação de motivação. A pessoa não reproduz tudo o que aprende. O quadro comparativo abaixo mostra as diferenças sobre as teorias da aprendizagem, no modelo de Pavlov, do Behaviorismo e da Aprendizagem Social de Bandura. Fonte: Elaborado pela autora adaptado pelo DI (2016) 24 2.6. A Teoria de Henri Wallon (1879-1962) Fonte: https://line.do/uploads/55d602da0f5585d47ddbac56_1440095050369.jpg Para ele, o desenvolvimento psicológico é visto como algo descontínuo, que ocorre a partir de crises, lutas e antagonismos, a partir de duas leis que funcionam como responsáveis por esta evolução: lei da alternância funcional (duas direções opostas que constituem o ciclo de atividade funcional) e lei da sucessão da preponderância funcional e integração funcional (a parte motora é mais precoce que a intelectual, a integração dá uma ordem a um todo e cada elemento deixa de ter características próprias). Sua teoria baseia-se em 4 pressupostos: Dimensão motora: relacionada ao movimento; Dimensão cognitiva: pensamento marcado por crises, descontinuidades e conflitos, relacionada à inteligência; Dimensão afetiva: como um dos aspectos centrais do desenvolvimento e que vem antes da inteligência; Formação como pessoa: a pessoa se desenvolve a noção de si própria e para isso estabelece associações sobre e si e os outros; De acordo com Wallon, existem seis estágios de desenvolvimento da personalidade, e o comportamento é dado pela interação dos fatores biológicos e sociais: a) Estágio da impulsividade motora: 25 Ocorre nos primeiros meses de vida, no qual a criança depende do outro para satisfação de suas necessidades (exemplo: fome). Como não é automática, poderá experimentar estados de privação e mal-estar, sendo manifestado pela criança através do grito, choro, contrações denominadas de descargas musculares, em que o tônus seria o fundamento da afetividade e da emoção. b) Estágio emocional ou de simbiose afetiva: Ocorre entre os dois aos seis meses de vida. Neste momento a descarga não é mais impulsiva, mas uma troca em que o adulto interpreta que a criança deseja algo e faz algo por ela, estabelecendo assim uma reciprocidade. A origem da emoção é o tônus (base orgânica). A descarga motora se transforma em sistemas de reações emocionais e expressivas. c) Estágio sensório-motor e projetivo: A criança sai da simbiose materna e começa a investigar os objetos e o mundo. Nesta fase isso é facilitado pela habilidade que a criança adquiriu de locomoção, e a atividade motora dá início à atividade representativa, simbólica, imitativa e a linguagem. d) Estágio do personalismo: Ocorre por volta dos três aos seis anos. A criança começa a ter noção do próprio corpo e autoconsciência. Neste estágio existem três períodos: - oposição (enquanto sintoma da consciência de si própria que adquiriu) valorização própria, no sentido de autoafirmação, tem receio de isolamento; período do narcisismo (que se dá a partir da valorização do adulto); - imitação do outro, também para se sentir valorizada, no sentido de modelos, de comportamentos, e não tanto de gestos. Tem a noção do eu como diferente do outro. e) Estágio categorial: Faixa de idade dos 7 aos 11 anos. Caracteriza-se pela inteligência discursiva, representativa. Envolve dificuldade entre o que vê, sente ou pensa e o mundo real, assim como também dificuldades de síntese e análise. Inicia a capacidade de estabelecer categorias (identificação, classificação, definição, síntese e análise), no intuito de explicar e representar o real. Num segundo momento, a partir dos 9 anos, as categorias servirão para determinar as condições de existência e as relações recíprocas (causa, tempo, espaço). O pensamento da criança opera em termo binário, ou seja, em pares, (exemplo: sol é o claro; chapéu - céu, soam semelhantes; palavras semelhantes no significado). Supremacia da 26 afetividade e do existencial frente ao racional. Os objetos são aprendidos em termos globais. Certo afastamento da família de origem, ampliando contatos e aumentando a consciência de si mesma. Controle da atenção, através de processos internos da criança. Adiamento de suas necessidades e vontades. f) Estágio da puberdade e da adolescência: O equilíbrio é rompido com o aparecimento da puberdade. Enquanto criança visava às pessoas, já na condição de adolescente visa aos hábitos de vida do adulto e o que eles representam. Também é um período fortemente marcado pela transformação do corpo, busca da própria identidade, com afastamento ou oposição aos que o rodeiam, confronto com valores morais e sociais, preocupação com o futuro. Torna-se fundamental nessa fase o diálogo com a família e a escola. 2.7. A Teoria de Arnold Gesell (1880-1961) De acordo com Gesell, o desenvolvimento humano se dá através de estágios ou níveis de idade, caracterizados por uma sucessão imutável (a sequência é invariável, e não a data de seu aparecimento) e orientados para a maturidade. O desenvolvimento contém sucessivos e alternados equilíbrios e desequilíbrios. O autor utilizou do conceito de perfil do comportamento para descrever a visão sintética do comportamento total da criança, o qual correspondia a um estágio. Assim também o conceito de traços de maturidade, o qual corresponde a uma visão analítica dos componentes do comportamento da criança que correspondia a um estágio. Para ele, os graus de maturidade que a criança vai alcançando denominam-se gradientes do crescimento, os quais vão se dirigindo progressivamente para um nível de comportamento mais elevado. 27 2.7.1. Estágios do Desenvolvimento 28 Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2016). 2.8. Vygotsky e a Teoria Sócio-histórica (1896-1934): A principal preocupação de sua teoria é sobre a formação das funções psicológicas superiores uma vez que elas não inatas ao ser humano. Para Vygotsky, ao nascer, a criança apresenta o que ele denominou de funções psicológicas elementares, cujas características são: Ações reflexas, através dos reflexos presentes no bebê; Reações automáticas; Associações simples; São controladas pelo meio; Relação com o modelo estímulo-resposta; O comportamento é determinado pela estimulação do meio. Um exemplo deste mecanismo seria o choro de um bebê. Ele não está com fome, sede, frio ou molhado, parece não ter dor. A mãe ouve este choro e pega a criança no colo. Assim, por associação simples entre um estímulo inicial (choro) e a mãe o pegar no colo (resposta), o bebê aprende, por associação simples, que para ganhar colo necessita chorar. Esses mecanismos acima mostram que até mesmo nas funções psicológicas elementares a criança necessita do adulto, ou seja, ela não constrói, por si só, o conhecimento. Asfunções psicológicas elementares, futuramente evoluirão para as funções psicológicas superiores, sendo as principais características das funções psicológicas superiores: 29 Tipicamente humanas (o animal não as possui), no sentido da apropriação da cultura; é a partir dessa apropriação que se dá a formação dos processos educativos; Intencionais; Voluntárias, obedecendo a uma autorregulação; Conscientemente controladas; Ocorrem a partir de uma autoestimulação, criada pela nova situação em que a criança se encontra. É a partir delas que se dá o processo da intelectualização. Dentro de sua teoria, o principal objetivo de Vygotsky é o de constatar como as funções psicológicas evoluem de uma forma primária para os processos psicológicos superiores. Como o ser humano necessita do outro, enquanto mediador, Vygotsky conclui que o desenvolvimento natural se transforma em desenvolvimento social. A seguir é possível acompanhar como se formam as funções psicológicas superiores: Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2016). Primeiramente, a criança recebe um estímulo novo, como, uma massinha de modelar. Caso ela ainda não a conheça, de início tentará decodificar esse estímulo pelos seus órgãos dos sentidos, cheirando a massinha ou colocando na boca. O mecanismo da atenção, junto com as emoções que se criam a partir daí, oferece a ela uma sensação. Quando a criança dá um conceito para esta sensação, tem a percepção. Assim, ela armazena esta nova referência ao seu mecanismo de memória, criando um pensamento em relação a isso, uma consciência e a 30 criatividade, tentando reproduzir um boneco humano, por exemplo, ao pegar a massinha. As principais funções psicológicas superiores são: Controle consciente do comportamento; Atenção e memória voluntária; Memorização ativa; Pensamento abstrato; Raciocínio dedutivo; Capacidade de planejamento; Para que ocorra o aprendizado, o adulto funcionará como um mediador do conhecimento. A mediação ocorre a partir de dois elementos: Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2016). Outro conceito importante na teoria de Vygotsky é o da Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP. Define-se ZDP como a distância existente entre o que a criança necessita do outro enquanto mediador e o que ela faz sozinha. O que ela faz sozinha é definido como nível de desenvolvimento real; o que ela necessita do outro como nível de desenvolvimento potencial. Para ele, é o aprendizado que torna real o que antes era potencial. A escola exerce fundamental importância à criança, pois é exatamente nesse período escolar que as funções psicológicas superiores estão 31 amadurecendo. Partindo do que a criança já sabe, a escola deve ser capaz de ampliar e desafiar a construção de novos conhecimentos. A qualidade do trabalho pedagógico é vista pela capacidade de se promover avanços no desenvolvimento dos alunos. Conforme Vygotsky, é a aprendizagem que promove o desenvolvimento; é a aprendizagem que faz o desenvolvimento avançar. 2.9. Modelo Bioecológico Criado por Urie Bronfenbrenner (1917-presente), com início na década de 80. Este modelo contempla a ecologia, ou seja, o contexto em que cada criança se desenvolve. O foco não é apenas na família de origem, mas inclui os avós, amigos, professores, animais de estimação, cuidadores, irmãos, dentre outros, bem como toda a rede envolvida com cada um deles, como amigos dos irmãos, trabalho dos pais, família dos professores e assim por diante. Deve-se contemplar todos os componentes desse sistema complexo. Os sistemas interagem entre si e afetam o desenvolvimento da criança. A pessoa se desenvolve em contextos, através de quatro níveis dinâmicos: Pessoa; Processo; Contexto; Tempo; Assim também são vistas as questões envolvidas na cultura como valores, crenças, metas, costumes, tipos de moradias e todas as relações. Junto a isso, a estrutura política e social na qual o indivíduo está inserido. Organizacionalmente, a criança é o centro, a família de origem o microssistema (que tem a função principal de transmitir afeto, onde um influencia o outro – princípio da reciprocidade, equilíbrio de poder – quem tem o domínio do poder irá passá-lo à criança em desenvolvimento), à comunidade ou rede social na qual está inserido: o mesossistema, as instituições: o exossistema e a estrutura social e política: o macrossistema. Tudo forma o cronossistema, ou seja, o 32 desenvolvimento no sentido histórico, que contém mudanças e consistências ao longo do tempo. Fonte: Elaborado pelo DI (2016). Segundo Bronfenbrenner, o desenvolvimento é visto como um processo que envolve períodos de mudanças, bem como de estabilizações biopsicológicas, não só ao longo do ciclo vital, mas também através de gerações. Estuda os diferentes papéis e atividades diárias que a pessoa ocupa ao longo de seu desenvolvimento e como se relaciona com os diferentes sistemas no qual a pessoa está inserida. Quando a criança se integra a um novo ambiente (exemplo: escola nova) ou altera seu papel social, diz-se que ela realizou uma Transição Ecológica. Tem como alicerce as expectativas sociais e nas amplitudes de poder. As formas como a pessoa e o meio se relacionam ao longo do tempo e que compreendem os mecanismos capazes de produzir seu desenvolvimento denominam-se Processos Proximais. 33 Conclui-se que esta teoria se fixa nas relações ambientais, a díade entre pessoa e ambiente, que são capazes de afetar o desenvolvimento psicossociológico humano. Resumo da Aula Durante essa aula foi contemplado um pouco do condicionamento clássico ou respondente que foi criado pelo fisiologista russo Ivan Pavlov. Ele, em suas pesquisas, observou o comportamento do cão após salivar, não apenas com a visão da comida. Também foi exposto que o psicólogo norte-americano Watson, utilizou-se da teoria de Pavlov para explicar alguns componentes do desenvolvimento humano. Outro ponto discutido foi sobre o Behaviorismo de B. F. Skinner. Ele propôs a teoria do condicionamento operante ou instrumental, baseada na teoria de ensaio e erro de Thorndike, na qual referia-se à possibilidade de solucionar um problema por meio de tentativas de uma variedade de ações. Para ele havia quatro tipos de condicionamento instrumental ou operante. Outro padrão de comportamento é o que Skinner denominou de controle aversivo, ou seja, o organismo muda seu comportamento para evitar um estímulo doloroso, indesejado ou aversivo. Na teoria Sociocognitiva de Bandura, o comportamento é decorrência do resultado do intercâmbio entre o cognitivo e o social, denominado como determinismo psíquico. Existem quatro processos que regulam a aprendizagem por observação. Foi colocado também as diferenças sobre as teorias da aprendizagem, no modelo de Pavlov, do Behaviorismo e da Aprendizagem Social de Bandura. Apresentou-se a teoria de Henri Wallon, a qual diz que o desenvolvimento psicológico é visto como algo descontínuo, que ocorre a partir de crises, lutas e antagonismos, a partir de duas leis. Existem seis estágios de desenvolvimento da personalidade e acontecem através de estágios ou níveis de idade. Finalizou-se falando sobre o modelo bioecológico de Urie Bronfenbrenner, que contempla todos os componentes de um sistema complexo, com foco, não apenas na família de origem, mas inclui os avós, amigos, professores, animais de estimação, cuidadores e irmãos, dentre outros. 34 Atividade de Aprendizagem Dentre as teorias apresentadas nesta aula, qual delas apresenta uma proposta que mais se identifica com o seu ponto de vista, e que tipo de melhoria cada uma das outras oferece ao comparar com a escolhida anteriormente? Aula 3- Teorias de Aprendizagem Apresentaçãoda Aula Nesta aula serão abordadas duas teorias da aprendizagem, assim como seus idealizadores: Skinner e Wallon. O destaque apresentado nessa está voltado às principais abordagens de suas teorias e a importância de cada uma para a sociedade. 3. APROFUNDAMENTO NAS TEORIAS DE SKINNER E WALLON 3.1. Skinner e a Teoria Behaviorista Sabe-se que existem vários estudos com relação às teorias de estímulo resposta, porém, nesta disciplina, vamos nos dedicar ao estudo da teoria Behaviorista de Skinner. Saiba Mais Burrhus Frederic Skinner nasceu em Susquehanna, Pensilvânia, 20 de março de 1904 e faleceu em Cambridge, em 18 de agosto de 1990. Graduou-se em Língua Inglesa e, por causa dessa formação, decidiu ser escritor. Posteriormente abandonou essa ideia e voltou sua carreira para a psicologia em Harvard, época em que teve os primeiros contatos com o behaviorismo. Com suas experiências, Skinner criava ambientes fechados e pequenos para verificar as reações dos animais. Em 1936, conseguiu o apoio financeiro para 35 realizar suas pesquisas, e seus experimentos começaram a ser adotados por indústrias farmacêuticas. A abordagem skinneriana faz o professor refletir na hipótese de que o aluno, nessa condição, ainda está direcionado ao nível automático de pensamento. É importante colocar que de maneira alguma fala-se na falta de consciência, no entanto ainda não há esse movimento para tal abordagem. O que Skinner acreditava é que esses processos eram neurológicos e obedeciam a certas leis consideráveis e que poderiam ser identificadas. Skinner dedicou seus estudos na busca de uma resposta para uma determinada situação. Para ele o mais importante não era explicar um comportamento e sim descrevê-lo. Como citado a seguir, a abordagem Skinneriana: [...] é essencialmente periférica. Ela não leva em consideração o que ocorre na mente do indivíduo durante o processo de aprendizagem. O que interessa é o comportamento observável, isto é, Skinner não se preocupa com os processos intermediários entre o estímulo (E) e a resposta (R) (MOREIRA, 2011a, p.50). Para Refletir Nesse pensamento, iniciaram-se alguns estudos relatando suas observações. Sua obra representando, de forma célebre, o behaviorismo, tornou-se uma corrente teórica dominando não só o pensamento, mas a prática de psicólogos, sendo aplicada em escolas e consultórios até a época de 1950. Como dito anteriormente, Skinner criou, para realizar seus experimentos, pequenos ambientes fechados que ficaram conhecidos como Caixa de Skinner. 36 Curiosidade Como funcionava a Caixa de Skinner? O animal era colocado dentro de uma caixa fechada. Nessa caixa havia apenas uma alavanca e um local para o armazenamento de alimento. Quanto mais o animal acionava a alavanca, de acordo com as condições determinadas por Skinner, uma porção de alimento caia no local destinado a armazenar o alimento. O alimento era a recompensa para o animal, por ter acionado corretamente a alavanca. Com o tempo, o animal percebia que toda vez que ele acionava a alavanca a recompensa caia no local determinado. O oposto também era estudado. Ao invés do animal receber uma recompensa, ele era “castigado”, ou seja, toda vez que ele acionasse a alavanca recebia um estímulo que lhe causava desconforto. Com o tempo, o animal não mais acionava a alavanca, pois sabia que se ele acionasse a alavanca receberia um estímulo que lhe causava desconforto. A Caixa de Skinner foi um invento muito simples, mas que trouxe uma importante contribuição para a sociedade, uma vez que com ela foi possível a descoberta de comportamentos percebidos conforme o estímulo recebido, aos quais Skinner denominou de condicionamento operante. Condicionamento operante é o processo no qual o reforçador vem imediatamente após uma resposta, sendo o reforçador definido como um evento ou objeto que aumenta a frequência de uma resposta à qual se seguiu. (MOREIRA, 2011b, p.50). ( Fonte: http://images.slideplayer.com.br/3/397433/slides/slide_3.jpg ) 37 Curiosidade Em 1945, Skinner tornou-se chefe do Departamento de Psicologia da Universidade de Indiana. Iniciou lá seu projeto de uma "caixa educadora para bebê", um compartimento de vidro com ar condicionado e temperatura controlada, no interior do qual era colocada a criança para aprender por meio de reflexos condicionados. Sua segunda filha ficou famosa por ter sido o primeiro bebê a ser criado dentro deste seu invento, uma experiência criticada e reprovada por muitos de seus contemporâneos. (COBRA, 2003, s/p.). Skinner classificou dois tipos de reforços: o positivo e o negativo. Em ambos os casos, o objetivo é ensinar um determinado comportamento, ou seja, o sujeito aprende qual deve ser o comportamento adequado para alcançar um determinado objetivo. Fonte: Elaborado pelo DI (2016). É muito comum existir uma confusão entre a punição e o reforço negativo. Para compreender melhor esta diferença é preciso compreender que o elemento punitivo se encontra inserido no reforço negativo. 38 Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 3.2. A Teoria Psicogenética de Henri Wallon Henri Wallon formou-se em Filosofia, Medicina e Psicologia. Estudou também Letras e atuou como professor e ministro da Educação. Dedicou seus estudos ao entendimento do psiquismo humano, seus mecanismos e relações mútuas, a partir de uma perspectiva genética. A Teoria evolucionista de Charles Darwin influenciou seus interesses pelo estudo da Teoria Genética dando início a uma investigação sobre as emoções básicas do ser humano, de origem biológica. O interesse pelo outro é o que, gradualmente, o aproximou das ideias marxistas, não no ensino do dogma, mas do método da análise, marcando sua Psicologia Genética Histórica (BARONE, MARTINS, CASTANHO, 2011, p.203 – 204). Wallon, em seus estudos, criou uma teoria que mostrava o ser humano em uma visão geral com relação ao desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo acontecem simultaneamente. Em suas origens na criança, o pensamento não é feito do modelo dos pensamentos expressos do adulto, que parecem encadear-se regularmente num circuito delimitado, onde se sucedem, com a significação determinada que pertence a cada um, os objetos, os atributos e as relações deles, as ações que exercem. (WALLON, apud SALLA, 2011, s/p.) 39 Para realizar suas pesquisas, analisou a criança e depois estabeleceu comparações com um adulto ou a outro ser. A escolha para estabelecer a comparação dependia das condições patológicas que o paciente apresentava. Para Wallon (1941/2005): [...] o desenvolvimento humano é um processo contínuo, de transformação, decorrente da relação dialética organismo-meio e das diferentes dimensões humanas, as quais, denominou de conjuntos funcionais: a afetividade, o ato motor, o conhecimento e a pessoa (apud BARONE, MARTINS, CASTANHO, 2011, p. 206). De acordo com os autores acima, é possível perceber que o desenvolvimento humano através da aprendizagem pode ser verificado no aspecto afetivo, motor e cognitivo, e ainda, que há uma relação entre cada um desses aspectos. Fonte: Elaborado pelo DI (2016). Para compreender individualmente os elementos básicos das dimensões humanas citados por Barone, Martins e Castanho (2011) descritos por Freire (2013), recomenda-se acompanhar o quadro abaixo: 40 Afetividade É um dos principais elementos do desenvolvimento humano, em que as emoções exercem um papel fundamental no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o ser humano exterioriza seus desejos e suas vontades, expressas num universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. As transformações fisiológicas de umacriança (ou, nas palavras de Wallon, no seu sistema neurovegetativo) revelam traços importantes de caráter e personalidade. A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e até os tônus musculares, tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se conhecer. A raiva, a alegria, a dor, o medo, a tristeza e os sentimentos mais profundos ganham função relevante na relação da criança com o meio. A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social. Motricidade As emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação. A escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa. Cognição O desenvolvimento da cognição depende, essencialmente, de como cada uma faz as diferenciações com a realidade exterior. É na solução dos confrontos que a inteligência evolui. Wallon diz que o sincretismo (mistura de ideias num mesmo plano), é fator determinante para o desenvolvimento intelectual e resulta do armazenamento organizado da mente do ser que aprende. O EU e o OUTRO A construção do eu na Teoria de Wallon depende, essencialmente, do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente, a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso se dá aos três anos de idade, a hora de saber que "eu" sou. Manipulação, sedução e imitação do outro são características comuns nessa fase. Fonte: Elaborado pelo DI (2016). Wallon defende que esse processo de desenvolvimento é contínuo e que sua evolução não se limita apenas à capacidade do sujeito, mas do ambiente também. O que o autor quer dizer é que, um determinado indivíduo nasce com potencialidades e habilidades, porém, se ele não tiver um ambiente adequado, não conseguirá desenvolver esta habilidade adequadamente. Wallon dividiu o processo de desenvolvimento em cinco etapas: i. Impulsivo emocional (zero a doze meses); ii. Sensório-motor e projetivo (um a três anos); iii. Personalismo (três a seis anos); iv. Categorial (seis aos doze anos); v. Puberdade e adolescência (a partir dos onze / doze anos). Freire (2011) define cada uma dessas etapas da seguinte maneira: 41 1º Estágio Impulsivo-Emocional: abrange o primeiro ano de vida. O principal foco é a emoção, instrumento privilegiado de interação da criança com o meio. A predominância da afetividade orienta as principais ações do bebê às pessoas, as quais intermedeiam sua relação com o mundo físico. A afetividade é impulsiva, emocional, que se nutre pelo olhar, pelo contato físico e se expressa em gestos, mímica e posturas. 2º Estágio Sensório-motor ou Projetivo: vai até o terceiro ano de vida. O interesse da criança se volta para a exploração sensório-motora do mundo físico, ou seja, ela descobre o mundo dos objetos. Acontece nesta fase a aquisição da marcha e da preensão, que dão a ela maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços, assim como o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. A inteligência é prática e simbólica. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores. Para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor. 3º Estágio Personalismo: cobre a faixa dos três aos seis anos. A tarefa central é o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si, que se dá por meio das interações sociais, reorienta o interesse das crianças para as pessoas, definindo o retorno da predominância das relações afetivas. 4º Estágio Categorial: acontece por volta dos seis anos, o interesse da criança dirige-se para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior, imprimindo às suas relações com o meio. Há uma preponderância do aspecto cognitivo. 5º Estágio Predominância funcional: caracteriza-se pela crise da puberdade, rompendo com a tranquilidade afetiva que caracterizou o estágio anterior e impõe a necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal. Este processo traz à tona questões pessoais, morais, existenciais, numa retomada da preponderância da afetividade. Fonte: Elaborado pelo autor adaptado pelo DI (2016). Vale lembrar que a passagem de um estágio para outro não acontece em virtude da idade cronológica de uma pessoa e sim, em função das condições de desenvolvimento apresentadas. Quando a sucessão de estágio acontece normalmente é comum acontecer uma alternância entre o interesse apresentado pelo indivíduo e a forma de atividade apresentada. A esse processo, Wallon denominou de “alternância funcional”. Com base nesse breve estudo sobre Wallon percebe-se a importância de sua teoria para a compreensão do desenvolvimento cognitivo do ser humano como um ser completo, uma vez que, para compreender sobre esse processo é necessário considerar diversos aspectos que interferem no desenvolvimento humano. Esses aspectos são: cognitivo, afetivo e motor. São esses aspectos e a interação com o meio que possibilitarão que a pessoa vivencie diferentes experiências apreendendo e reaprendendo com elas. 42 Resumo da Aula Com esta aula foi possível perceber que tanto a teoria Behaviorista de Skinner quanto a teoria Psicogenética de Wallon contribuíram e auxiliaram nos estudos referentes ao desenvolvimento humano. O foco da aula não foi verificar se uma é melhor que a outra e sim compreendê-las de forma que estas auxiliem o profissional a melhorar, cada vez mais, sua atuação com crianças que apresentam dificuldades no processo ensino- aprendizagem. Atividade de Aprendizagem O que pode ser melhor aproveitado das teorias de Skinner e de Wallon para a sua prática pedagógica com o foco na construção do conhecimento dos seus alunos? Aula 4- Teorias de Aprendizagem Apresentação da Aula Nesta aula será abordada a Teoria das Inteligências Múltiplas, a qual foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner, após pesquisar a inteligência humana durante vários anos. Dentro da abordagem de Howard Gardner será possível observar diferentes tipos de inteligência. A maioria das pessoas possui uma ou duas inteligências bem desenvolvidas, fato que fica evidente quando uma pessoa pode ser muito boa, por exemplo, em expressão artística, mas apresenta pouca habilidade em cálculos matemáticos. 43 4. A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS O pesquisador, Howard Gardner, ao apresentar a Teoria das Inteligências Múltiplas (IM), conclui que a inteligência humana é composta por nove partes de valor e importância iguais. Os estudos de Gardner culminaram com a teoria das Inteligências Múltiplas. Pesquisas em neurobiologia apontam para a existência de distintas áreas do cérebro humano e correspondem a determinados espaços cognitivos que, de maneira diferente, expressam a existência de diferentes inteligências. Anterior à teoria apresentada por Gardner, havia uma única teoria a respeito da inteligência, a qual era representada por Alfred Binet e largamente divulgada pelo uso do teste de QI (Quociente de Inteligência). Alfred Binet – psicólogo e pedagogo francês, ficou conhecido por sua contribuição no campo da psicometria, sendo considerado o inventor do primeiro teste de inteligência, a base para os atuais testes de QI (Quociente de Inteligência). QI é uma medida de uso geral, cujos resultados se obtém por meio de testes padronizadosque foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) de uma pessoa, comparando-a com outros sujeitos do seu grupo etário. A medida do QI foi normalizada para ter 100 como seu valor médio, com um desvio padrão de 15. Em 1916, Lewis Madison Terman propõe a multiplicação do QI por 100, a fim de eliminar a parte decimal, resultando na seguinte fórmula: Vocabula rio Desvio padrão - É a medida mais comum da dispersão estatística (representado pelo símbolo sigma, σ), que mostra o quanto de variação ou "dispersão" existe em relação à média (ou valor esperado). Um baixo desvio padrão indica que os dados tendem a estar próximos da média; um desvio padrão alto indica que os dados estão espalhados por uma gama de valores. 44 Saiba Mais A palavra inteligência tem sua origem na junção de duas outras palavras latinas, a palavra inter (entre) e a palavra legere (eleger ou escolher), ou seja, é a capacidade de fazer a escolha melhor entre duas ou mais situações. Gardner, inicialmente identificou sete tipos de inteligências e, posteriormente, mais duas. São elas: Inteligência Verbal ou Linguística, Inteligência Lógico-Matemática, Inteligência Espacial, Inteligência Físico-Cinestésica, Inteligência Interpessoal, Inteligência Musical, Inteligência Naturalista, Inteligência Intrapessoal, Inteligência Existencialista. Nesta aula o objetivo é conhecer cada uma delas mais detalhadamente. Fonte: Elaborado pelo autor adaptado pelo DI (2016). A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) representa uma possibilidade distinta do conceito de inteligência entendida como capacidade 45 inata, geral e única. Insatisfeito com a concepção da inteligência vista enquanto decorrência do teste de QI, que resulta em uma visão unitária da inteligência, voltada para habilidades escolares, principalmente aquelas que são cobradas enquanto fruto da aprendizagem conquistada (ou não) nos bancos escolares, identificando o sujeito em seu sucesso ou insucesso acadêmico, levou Gardner a repensar a inteligência com base em suas origens biológicas da capacidade, para encontrar soluções para problemas e desafios. 4.1. Inteligência Verbal ou Linguística Habilidade de aprender línguas e de usar a língua falada e escrita para atingir objetivos. Quem são as pessoas que possuem essas inteligências: advogados, escritores e locutores a exploram bem. As pessoas que tem essa inteligência à flor da pele, normalmente procuram desenvolver atividades dentro desse contexto, ou seja, profissões que exigem boa expressão verbal, poder de convencimento e habilidades de argumentação. Conseguem se expressar de tal forma que envolvem as pessoas que estão ao seu lado. Estas pessoas tem um grande poder para cativar outras pessoas por meio de sua fala. Exemplos de nomes de nossa história que se destacam em função de sua Inteligência Verbal ou Linguística: Monteiro Lobato, Jorge Amado e Jô Soares. 4.2. Inteligência Lógico-Matemática Capacidade de realizar operações matemáticas e de analisar problemas com lógica. Pessoas que tem essa inteligência bem desenvolvida, tem muita facilidade com números, são significativamente racionais e conseguem resolver problemas de forma sistemática. Matemáticos e cientistas têm essa capacidade privilegiada. Exemplos de nomes que apresentam esse tipo de inteligência: Albert Einstein, John Nash e Thomas Edison, pessoas que com sua contribuição mudaram a história da humanidade. 46 4.3. Inteligência Espacial Capacidade de reconhecer e manipular uma situação espacial ampla ou mais restrita. É importante, tanto para navegadores como para arquitetos ou artistas. Quem tem essa inteligência bem desenvolvida, tem noção ou apresenta certa habilidade bem específica. Suas competências exigem execuções de maneira cuidadosa, minuciosa, com muita destreza e precisão, para que possa desenvolver suas responsabilidades com sucesso. Exemplos de nomes que apresentam esse tipo de inteligência: Oscar Niemeyer, Maurits Escher. 4.4. Inteligência Corporal-Cinestésica Potencial de usar o corpo para resolver problemas ou fabricar produtos. Pessoas com essa inteligência têm grande habilidade corporal e sabem usar muito bem o corpo, como dançarinos, atletas, cirurgiões e mecânicos. Capacidade de mover, de mexer com a musculatura. Exemplos de pessoas que apresentam essa inteligência bem desenvolvida e se valem dela: Michael Baryshnikov, Ivo Pitangui e Daiane dos Santos. 4.5. Inteligência Interpessoal Capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e, consequentemente, de se relacionar bem com eles. É necessária para vendedores, líderes religiosos, políticos e, o mais importante, professores. Pessoas que precisam saber como se relacionar com o outro e entender, muito bem, do que o outro necessita, para que possam atender a essa necessidade. A pessoa com essa capacidade, segundo Gáspari e Schwarts (2002) [...], mobiliza atitudes e valores essenciais no relacionamento (cooperação, respeito, paciência, solidariedade, empatia, reconhecimento da emoção alheia, criticidade, criatividade, encorajamento na busca de soluções sem imposição de ideias), podendo imprimir a essas experiências, um caráter único e incomparável. Exemplos: Sílvio Santos, Barack Obama e Papa João Paulo II. 47 4.6. Inteligência Musical Aptidão na atuação, apreciação e composição de padrões musicais. Capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar formas musicais. Inclui sensibilidade ao ritmo, tom ou melodia e timbre de uma peça musical. É associada àquelas pessoas que têm facilidade em compreender o som, captar sua expressão e transmitir sentimento por meio dele. Exemplo de pessoas de destaque na música: Beethoven, que ultrapassa o seu tempo, e também, Tom Jobim e Pavarotti. 4.7. Inteligência Naturalista Associada a sensibilidade de percepção e compreensão dos elementos naturais e da interdependência entra a vida animal e vegetal e os ecossistemas, e a leitura coerente e racional da natureza, com todas as suas relações. Pessoas que conseguem entender um ecossistema em tudo aquilo que o envolve e que são extremamente preocupadas na manutenção desse ecossistema. Exemplo que ultrapassa o seu tempo: Charles Darwin. 4.8. Inteligência Intrapessoal Capacidade da pessoa se conhecer, incluindo aí seus desejos e de usar essas informações para alcançar objetivos pessoais. Usualmente está presente em filósofos, pensadores, entre outros. São pessoas que conseguem se entender de forma muito significativa e entender também o estudo de um determinado conteúdo. Conseguem, não só, entender, mas também, transmitir, trazendo contribuições significativas, a exemplo do próprio Gardner. Compreende sensibilidade, autoconhecimento, grande capacidade de observação e potencial para agir adaptativamente, com base nesse conhecimento. Exemplos: Karl Marx, Sigmund Freud e Platão. 48 4.9. Inteligência Existencialista Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. É uma inteligência marcante em pessoas com forte espiritualidade como filósofos, sacerdotes, xamãs, gurus, entre outros. Exemplos: Mahatma Gandhi, Dalai Lama e Chico Xavier. Resumo da Aula Esta aula apresentou a Teoria das Inteligências Múltiplas desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner, após pesquisar a inteligência humana durante vários anos. Dentro de sua abordagem Gardner destaca os diferentes tipos de inteligência, suas características e formas de manifestação, apresentando nomes da nossa história e da nossa cultura que se destacam por sua inteligência diferenciada. Atividade de Aprendizagem Converse com seus colegas e construam atividades para desenvolver cadauma das inteligências verificadas na teoria de Gardner. Aula 5- A Teoria Significativa de Ausubel Apresentação da Aula Para dar continuidade aos estudos teóricos, nesta aula será tratado sobre a teoria significativa proposta por Ausubel. Para tanto, será apresentada a visão dessa teoria e as contribuições que ela trouxe para o processo de ensino aprendizagem. Além disso, será observado como esse processo ocorre em sala de aula e as formas de aplicação dessa teoria em crianças que apresentam dificuldades no momento da aprendizagem. 49 5. A TEORIA SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL David Paul Ausubel era norte-americano e estudou medicina e psicologia na Universidade da Pensilvânia. Seus estudos não pararam por aí e obteve doutorado em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade de Columbia. Dedicou sua carreira à Psicologia Educacional sob forte influência da forma com que havia sido educado com castigos e humilhações. Depois de aposentado retomou suas atividades com a psiquiatria. E em 1975 esteve no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenou um Seminário Avançado que reuniu 25 pesquisadores. Esse seminário possibilitou que os estudos sobre a aprendizagem significativa tomassem um novo rumo e assumissem uma dimensão muito maior. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA O livro, Aprendizagem Significativa: A Teoria de David Ausebel de Marco Antonio Moreira e Elcie F. Salzano Masino, apresenta ideias muito relevantes a respeito dessa teorias de construção do conhecimento, por essa razão recomenda-se a leitura. Ausubel segue a linha oposta à dos behavioristas, que acreditavam na influência do meio sobre o sujeito. Para o especialista é necessário levar em conta a história de cada indivíduo e destaca que cabe aos professores proporem atividades que estimulem e reforcem a aprendizagem. De acordo com as aulas anteriores existem três tipos gerais de aprendizagem: a cognitiva, a afetiva e a psicomotora. Para associar adequadamente a teoria significativa a um dos tipos mencionados, serão revisados rapidamente os três tipos. 50 5.1. Tipos da Aprendizagem As Teorias da Aprendizagem são ideias que nascem na Psicologia da Educação e que enfocam diferentes aspectos de como se desenvolve e quais são as diferenças na forma com que se aprende. Elas explicam como esse processo ocorre, e apresentam três tipos distintos. Aprendizagem Cognitiva pode ser compreendida como o tipo de aprendizagem que resulta do armazenamento organizado da mente do ser que aprende. A pessoa aprende um determinado conteúdo e organiza esse aprendizado em sua estrutura cognitiva, associando esse conteúdo a outro conteúdo já aprendido. Esse conjunto complexo de aprendizagem é conhecido como estrutura cognitiva. Um possível exemplo seria: uma pessoa que conhece vários tipos de flores e, em um determinado momento, aprende sobre uma flor nova. Esse novo aprendizado vai ser associado aos demais conhecimentos sobre flores e um novo conhecimento passa a fazer parte da estrutura cognitiva dessa pessoa. Aprendizagem Afetiva pode ser compreendida como o tipo de aprendizagem que se dá pelo resultado de experiências e sinais internos. Está muito associada as emoções tais como: dor, alegria, satisfação, entre outros sentimentos presentes na vida de uma pessoa. Um outro exemplo pode ser: quando uma criança coloca o dedo na tomada e leva um choque, provavelmente ela não o fará novamente pois, ao tocar na tomada, sentiu a dor. Ela irá associar esse sentimento ruim ao ato de tocar na tomada. Esse é um exemplo simples, mas bastante relevante para a compreensão desse tipo de aprendizagem. Aprendizagem Psicomotora pode ser compreendida como o tipo de aprendizagem que se dá pelas respostas musculares adquiridas por meio de treino e prática. Quando uma criança começa a andar ela precisa praticar e vencer barreiras motoras para conseguir andar efetivamente. Por esse motivo, ela começa engatinhando, tenta ficar em pé, levanta, cai diversas vezes para depois enfim conseguir andar. Nem sempre o processo de aprendizado psicomotor é rápido e fácil. Ele exige empenho e disciplina para que aconteça. Apesar desses três tipos de aprendizagem serem discutidos isoladamente, um olhar mais profundo mostra que eles não acontecem de maneira isolada. Cada 51 tipo de aprendizagem funciona como alicerce do outro, possibilitando que o aprendizado aconteça de forma satisfatória. Apesar de considerar e reconhecer importante a Teoria Afetiva e a Motora, em seus estudos, Ausubel focaliza primordialmente a aprendizagem Cognitiva, ou seja, aquela que relaciona um conteúdo aprendido com um conteúdo que já foi internalizado anteriormente. Com base nisso, Ausubel conceituava a aprendizagem como a organização e integração do que está sendo aprendido na Estrutura Cognitiva, a qual pode ser compreendida como o conteúdo e organização das informações ou fatos em uma área de conhecimentos. Importante Ausubel acreditava que para que a aprendizagem seja significativa ela deve fazer sentido para quem está aprendendo, e esse é o ponto principal da sua teoria: que a aprendizagem faça sentido para quem aprende. Ele acreditava que se em um processo de ensino aprendizagem não tiver uma dada importância para o aprendiz o aprendizado não acontece. Verificar isso não é muito difícil e basta analisar o processo de ensino aprendizagem. Quantas vezes os alunos se perguntam o porquê de estar aprendendo determinado conteúdo se ele não terá uma aplicação prática na vida. O que acontece é que, como esses conteúdos não são significativos, as pessoas acabam memorizando-os e posteriormente os esquecem. Isso para atingir um determinado objetivo específico do momento, muitas vezes uma prova ou uma atividade específica. Para Refletir Pense agora em um conteúdo que não tinha sentido para você e que depois de um determinado momento foi esquecido por não ter significado. Em contrapartida, quando um conteúdo faz sentido, mesmo com o passar dos anos ainda é possível lembrar que ele foi aprendido recentemente. 52 Para chegar à conclusão de que um conteúdo precisa fazer sentido para o educando, Ausubel estudou como acontecia o processo ensino aprendizagem. Porém, para concretizar sua teoria, direcionou seus estudos para os processos de aprendizado em sala de aula. Durante suas observações verificou o que mais influenciava uma criança nesse processo e constatou que os conhecimentos prévios dos alunos eram significativos para que a aprendizagem acontecesse. Eram os conhecimentos prévios que as crianças traziam que davam suporte às novas ideias. Ou seja, o novo conhecimento que estava sendo apresentado à criança, era rapidamente relacionado a um conhecimento preexistente em sua estrutura cognitiva e, dessa forma, ficava mais fácil dela concretizar a aprendizagem. Por exemplo, suponha- se que a professora está trabalhando sobre ervas medicinais e uma criança está acostumada a tomar chá para auxiliar na cura de uma determinada enfermidade. Neste caso ela irá relacionar o chá que costuma tomar com o novo conteúdo e assim terá condições de verificar a melhor erva medicinal para auxiliar nesse processo. Saiba Mais O indivíduo utiliza conhecimentos que já possui para associar conhecimentos novos, e para cada um esse processo não é diferente, ao ler essa temática, você mesmo está fazendo várias associações com conteúdos que já foram assimilados da sua estrutura cognitiva. De acordo com Moreira (2011a, p.160), Novas ideias e informações podem ser aprendidas e retidas na medida que conceitos relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma, como ponto de ancoragem às novas ideias e conceitos. De acordo com a citação do autor é possível
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