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APS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES 4º SEMESTRE- FMU

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APS DIREITO CIVIL – FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Professor: Leonardo Urioste 
Nome: Jessica de Oliveira Aureli | R.A.: 4855855 | Turma: 003204A01 
 
O acórdão escolhido, trata do princípio do melhor interesse da criança. A APELANTE 
é a mãe, Licia Santos Buhaten Hiluy, a menor se chama Lara Teresa Buhaten Reis e o 
APELADO é o pai, Fernando Luiz Moura Reis, tendo como Desembargadora Maria das Graças 
de Castro Duarte Mendes. 
A apelação versa sobre sentença proferida pelo juízo a quo, que julgou procedente o 
regime de visitas à menor já citada acima. Uma vez que, a guarda está com a mãe, e que moram 
ela e a menor juntamente com os pais da APELANTE na casa deles. Entretanto, a APELANTE 
inconformada com a sentença interpôs apelação por julgamento “ultra petita”, argumentando 
que em virtude da idade da criança, pela mesma ser muito apegada a ela e por não ser 
acostumada com o APELADO, as visitas não poderiam ser intensas, somente gradativas, para 
que houvesse confiança entre os dois e para que as mudanças na rotina da menor não se 
tornassem incompreensíveis e assustadoras. Apontando também, jurisprudências em que 
versam a respeito de que o direito de visita deve ser considerado conjuntamente com o bem-
estar físico e emocional da criança, sem que isso possa afetar a sua saúde e segurança. 
Exposto assim, requer o conhecimento e provimento do recurso e que a reforma da 
sentença para que as visitas ocorram em finais de semana alternados e com horários das 14:00 
horas até às 18:00 horas e com relação as datas festivas, incluindo natal e ano novo, seja 
dispensado o pernoite, bem como as férias escolares até a menor completar seus quatro anos de 
idade. 
O APELADO em suas contrarrazões pugna a manutenção da referida sentença, 
alegando que ambos têm direito de participar do desenvolvimento da menor e destaca os 
seguintes arts. 1.589 e 1.632 do Código Civil e a Lei nº 6.515/77, assim como a Constituição 
Federal no tocante ao princípio da igualdade entre homem e mulher no que reflete às relações 
com os filhos. Dando força a guarda compartilhada, pois, prioriza os interesses da menor. 
O voto se deu da seguinte maneira: A sentença monocrática merece ajustes para o bem-
estar da criança, que é a maior beneficiária do provimento judicial. O mérito analisado segue 
os apontamentos e coloca como ponto central o poder de a menor conviver com seus genitores, 
sem conflitos quanto à sua guarda e visitação. Trata-se agora de duas famílias, uma quando a 
menor está em companhia da mãe e outra quando a menor está em companhia do pai, conforme 
o disposto no art. 226, § 4º da CF. 
O bem-estar da criança não necessariamente é o mesmo bem-estar dos pais, sendo assim, 
o voto em questão seguiu o princípio do MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA, não se 
privando aos interesses dos pais. O fato de a criança não estar acostumada com o APELADO, 
ou seja, o pai, poderá afetar o seu futuro, trazendo possíveis sequelas psicossociais que poderá 
afetar a sua formação moral, somente com a convivência que saberemos mais tarde se a menor 
gostará ou não de ficar na companhia do seu genitor, descartando assim o argumento da 
APELANTE e se estendendo ao fato de que alterações da rotina não convergem em questões 
incompreensíveis ou até mesmo assustadoras. Essas mudanças fazem parte da formação de toda 
criança, ressaltando que deve ser respeitado o MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA que não 
possui culpa alguma da relação conflituosa de seus genitores. O Tribunal de Justiça, apreciou 
também o agravo de instrumento da Primeira Câmara Cível, abaixo citada, para corroborar com 
o entendimento. 
 AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS PATERNA. 
FILHAS EM TRATAMENTO MÉDICO. REDUÇÃO 
MOMENTÂNEA. CONCESSÃO de EFEITO 
SUSPENSIVO. 1.Tratando-se de pedido de 
regulamentação de visitas efetivado pelo pai, no período 
em que as filhas se encontram, comprovadamente, em 
tratamento de saúde, justifica-se o dano que autoriza 
concessão de efeito suspensivo. 2. A nova dimensão do 
direito de família registra a necessidade de que pais se 
unam em torno do bem estar dos filhos. (...). 3. Agravo 
provido. Acórdão n.º 94.957/2007, Raimundo Liciano de 
Carvalho. 
 
Finalizando assim, nos reparos para a sentença proferida, no que tange aos horários em 
que o APELADO poderá buscar a filha e quanto aos dias de aniversários de primos e tios. 
Fixando portanto, que o melhor para a criança é o convívio com as duas famílias e até os quatro 
anos de idade, serão finais de semana alternados, ficando o APELADO com a filha das 14:00 
às 18:00 horas e nos aniversários do núcleo paterno e a reforma atinge a dispensa de pernoite, 
pelo menos, até os quatro anos de idade. Assim como, em festas de final de ano, alternadas, e 
nesse caso fica dispensado o pernoite até os quatro anos. Os demais pontos, permanece 
inalterada a sentença. 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 1
 
ESTADO DO MARANHÃO 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL 
 
Sessão do dia 12 de junho de 2008. 
 
APELAÇÃO CÍVEL n.º 21061/2007 – São Luís. 
 
APELANTE: LICIA SANTOS BUHATEN HILUY. 
ADVOGADA: MARIA ELILDES BELFORT. 
APELADO: FERNANDO LUIZ MOURA REIS. 
ADVOGADOS: RAIMUNDO FERREIRA MARQUES E OUTRO. 
RELATORA: DESA. MARIA DAS GRAÇAS DE CASTRO DUARTE MENDES. 
 
Acórdão n.º 74.141/2008. 
 
Ementa: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. REGULAMENTAÇÃO DE 
VISITAS PATERNA. PRINCÍPIO DO MELHOR 
INTERESSE DO MENOR. 
RECONHECIMENTO. PROVIMENTO. 
1.Tratando-se de pedido de regulamentação de 
visitas efetivado pelo pai há de ser reconhecido 
o princípio do melhor interesse do menor, 
consubstanciado no preceito constitucional da 
família, previsto no art. 229, da CF. 
2. A nova dimensão do direito de família 
registra a necessidade de que pais se unam 
em torno do bem estar dos filhos, consectário 
legal que não pode se distanciar da segurança 
e do convívio gradativo entre os familiares, a 
fim de ser preservar a integridade psicossocial 
da criança. 
3. Apelação provida. 
 
 
A C Ó R D Ã O 
 
 
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os 
Senhores Desembargadores componentes da Primeira Câmara Cível, por 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 2
unanimidade, em julgar pelo conhecimento e provimento do recurso, nos 
termos do voto da Desembargadora Relatora. 
 
Participaram do julgamento os Senhores 
Desembargadores: Maria das Graças de Castro Duarte Mendes – Relatora, 
Jorge Rachid Mubárack Maluf e Raimunda Santos Bezerra. 
 
Funcionou pela Procuradoria Geral de Justiça o Dr. 
Marco Antônio Guerreiro. 
 
São Luís, 12 de maio de 2008. 
 
 
 
Desa. Maria das Graças de Castro Duarte Mendes 
Presidenta/Relatora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 3
 
APELAÇÃO CÍVEL n.º 21061/2007 – São Luís. 
 
APELANTE: LICIA SANTOS BUHATEN HILUY. 
ADVOGADA: MARIA ELILDES BELFORT. 
APELADO: FERNANDO LUIZ MOURA REIS. 
ADVOGADOS: RAIMUNDO FERREIRA MARQUES E OUTRO. 
RELATORA: DESA. MARIA DAS GRAÇAS DE CASTRO DUARTE MENDES. 
 
 
RELATÓRIO 
 
Trata-se de Recurso de Apelação, interposto por LICIA 
SANTOS BUHATEN HILUY, nos autos da Ação de Regulamentação de 
Visita c/c Oferecimento de Pensão Alimentícia, tombada sob n.º 2.461/2007, 
contra sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da 5ª Vara da Família da 
Comarca de São Luís, que julgou parcialmente procedente o pedido do autor, 
FERNANDO LUIZ MOURA REIS, ora Apelado, regulamentando o regime de 
visita à sua filha menor, Lara Teresa Buhaten Reis. 
 
Colhe-se dos autos que o Apelado manteve um 
relacionamento com a Apelante, do qual nasceu, em 23/04/05, a menor Lara 
Teresa Buhaten Reis, ficando a guarda com a mãe e estas residem na casa 
dos avós maternos. Com o fim do relacionamento, haveria o impedimento do 
Apelante em visitar a menor, a qual se daria sob supervisão da mãe ou de seus 
familiares, com hora e dias marcados. Diante disso, alega que a criançaestá 
sendo furtada do convívio do pai e de seus familiares (avós, tios e primos), pelo 
que requereu a regulamentação de visita e oferecimento de alimentos. Foi 
julgado parcialmente procedente o pedido constante da inicial, regulamentando 
o regime de visitas, bem como ficou fixada, em definitivo, a pensão alimentícia. 
 
Inconformada com a sentença, a Apelante interpôs o presente 
Apelo, alegando sinteticamente a nulidade da sentença por julgamento “ultra 
petita”. No mérito, argumenta que, em virtude da pouca idade da criança, esta 
é muito apegada à mãe, sendo que a maior freqüência com o Apelado não 
alterará o convívio entre os dois, pois, deve ser levado em consideração o 
bem-estar da menor em detrimento do interesses dos pais. 
 
Alega que a criança não é acostumada com o pai e que as 
visitas não poderá ser feita de forma intensa, mas sim gradativamente para que 
haja a devida confiança entre os dois. 
 
Aduz que a idade da criança impõe cuidados, os quais deveriam 
ser observados pelo MM. Juiz a quo, já que se encontra em idade entre 02 e 04 
anos de idade e as novidades, bem como as alterações da rotina são 
incompreensíveis e assustadoras, o que fatalmente a distanciará do pai, ora 
Apelado. 
 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 4
Aponta a existência de entendimentos jurisprudenciais, os quais 
esclarecem que o direito de visita deve ser considerado conjuntamente com o 
bem-estar físico e emocional da criança, evitando, assim, que afete a sua 
saúde, bem como a sua segurança. 
 
Ao final, requereu o conhecimento e provimento do recurso, 
para, apreciando a preliminar suscitada, que cassada a sentença, ou, se outro 
for o entendimento, requer a reforma da sentença para que as visitas sejam 
efetuadas durante os finais de semana alternados, das 14:00 h às 18:00 h e 
nas datas festiva, inclusive natal e ano novo seja dispensado o pernoite, bem 
como nas férias escolares até a menor completar 04 (quatro) anos de idade. 
 
Em contra-razões, o Apelado pugna pela manutenção da 
sentença, afirmando que os argumentos da Apelada não devem prosperar, vez 
que ambos têm o direito de participar do desenvolvimento dos filhos, conforme 
destacado nos arts. 1.589 e 1.632, do Código Civil e na Lei n.º 6.515/77. 
 
Ressalta que a Constituição Federal consagrou o princípio da 
igualdade entre homem e mulher, o que reflete nas relações entre pais e filhos, 
os quais devem preservar sentimentos recíprocos de proteção, educação, afeto 
e amor. Neste sentido, alega que a guarda compartilhada ganha força, porque 
prioriza os interesses do menor, sendo que, neste caso, mesmo sendo a 
guarda da mãe, o seu direito de visitação não fica prejudicado, devendo ser 
mantida incólume a sentença proferida. 
 
Alega ainda, que o relatório do serviço social também confirma 
a importância da presença do pai para o desenvolvimento social, educacional e 
pedagógico da menor. 
 
 Por fim, pugnou pelo não provimento do Apelo, para manter a 
sentença recorrida. 
 
Remetidos à Procuradoria de Justiça, esta se manifestou pelo 
conhecimento e provimento da Apelação. 
 
VOTO 
 
Conheço do recurso, eis que preenche os requisitos de 
admissibilidade. 
 
Em análise dos autos, entendo que a sentença 
monocrática merece ajustes necessários ao bem-estar da criança, maior 
beneficiária do provimento judicial. 
 
Quanto à preliminar, esta se confunde com o mérito, pelo 
que passo a analisá-lo. 
 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 5
A questão central em deslinde diz respeito ao direito da 
menor, Lara Teresa Buhaten Reis, de poder conviver com os genitores, sem os 
conflitos quanto à sua guarda e visitação, inerentes a casais separados. 
 
A Constituição Federal preserva os interesses da família, 
aqui ressalva não só a constituída de marido e mulher, mas, a dos pais com os 
filhos ou das mães com os filhos. Deste modo, elevo que “Os pais têm o dever 
de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de 
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.” (art. 229, da 
Constituição Federal). 
 
Portanto, vejo que aqui se trata de duas famílias que se 
convergem pelo direito da filha menor, a qual, quando está em companhia da 
mãe, considera-se uma família e quando, na companhia do pai, outra. 
 
Neste sentido, a Constituição Federal não diverge: 
“Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes. (§ 4º, art. 226, da CF). 
 
Sendo a família a base da sociedade, chagamos a 
primeira conclusão lógica a de afastar o argumento segundo o qual a 
freqüência da filha, Lara Teresa, com o seu pai, ora Apelado, alterará o seu 
convívio, interferido no seu bem-estar. 
 
Creio que o bem-estar da criança não é o bem estar dos 
pais, deve haver uma zona de convergência, pois, do contrário, a noção de 
família estará negada, posto que o fato da criança não ser acostumada com o 
pai não lhe retira o direito de tê-lo por perto, até mesmo, se sabe que, somente 
com a convivência, é que mais tarde se saberá se a menor gostará ou não de 
ficar na companhia de seu genitor. 
 
Deste modo, deve ser levado em consideração a vontade 
da menor de conviver, pelo menos algumas horas do mês, com o seu pai, a fim 
de que se possa evitar, no futuro, seqüelas psicossociais que poderá afetar a 
sua formação moral. 
 
As provas carreadas aos autos, principalmente, os 
relatórios sociais, dão conta da necessidade da criança, a qual reclama tando 
do convívio da mãe quanto do convívio do pai. 
 
Entendo que toda criança merece cuidados, daí porque 
não estou convencida do argumento segundo o qual as alterações da rotina da 
criança seriam incompreensíveis e assustadoras. Se pensarmos assim, o 
próprio computador, ou seja, a internet, seria uma ameaça a todas as crianças 
em formação. 
 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 6
Logo, o que deve ser respeitado, antes de tudo, é o 
princípio do melhor interesse da menor, a qual não tem culpa da relação 
conflituosa existente entre as partes. 
 
O direito aqui discutido encontra-se amparado no art. 
1.589, do Código Civil, segundo o qual: “O pai ou a mãe, em cuja guarda não 
estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que 
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua 
manutenção e educação.” 
 
Este Egrégio Tribunal de Justiça, apreciando agravo de 
instrumento, a Primeira Câmara Cível já decidiu: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS PATERNA. 
FILHAS EM TRATAMENTO MÉDICO. 
REDUÇÃO MOMENTÂNEA. CONCESSÃO de 
EFEITO SUSPENSIVO. 1.Tratando-se de 
pedido de regulamentação de visitas efetivado 
pelo pai, no período em que as filhas 
encontram-se, comprovadamente, em 
tratamento de saúde, justifica-se o dano que 
autoriza concessão de efeito suspensivo. 2. A 
nova dimensão do direito de família registra a 
necessidade de que pais se unam em torno do 
bem estar dos filhos. (...). 3. Agravo provido. 
Acórdão n.º 94.957/2007, Raimundo Liciano de 
Carvalho. 
 
Corroborando com o nosso entendimento, a autorizada 
doutrina1 nos tem dado valiosa lição “A criação e a educação dos filhos 
cabem aos pais, conforme os artigos 1.634, I, do CC, 22 do ECA e 229 da 
CF, como dever precípuo voltado ao atendimento das necessidades 
materiais e morais do menor, intervindo o Estado para obrigá-los ao 
exercício deste dever. Não há conceituação legal para esses atributos, o 
que autoriza a dar-lhes interpretação ampla, conforme o status 
econômico e social da família. ” 
 
Dito isto, merece reparos a sentença somente no que 
tange aos horários para que o Agravado possa buscar a sua filha e quanto aos 
dias de aniversários de primos e tios. 
 
No primeiro ponto, tenho que o melhor para a criança, até 
mesmo como necessário ao gradativo convívio com as famílias da mãe e do 
pai, é que, até os quatro anos de idade, em finais de semana alternados, a 
menor deve ficar com o pai,das 14:00 às 18:00 horas, e nos aniversários do 
 
1 GRISARD FILHO, WALDYR. Guarda Compartilhada: um novo conceito de responsabilidade 
parental. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. pg. 45. 
Apelação Cível n. 21.061/2007 – São Luís 
 7
núcleo paterno: do genitor, no dia 16 de novembro, da avo, no dia 24 de junho 
e da tia/madrinha, no dia 25 de abril. 
 
A reforma da sentença também atinge a dispensa do 
pernoite, pois, entendo ser mais seguro para a criança, pelo menos, até os 04 
(quatro) anos de idade. 
 
Do contrário, a sentença proferida pelo MM. Juiz a quo 
reconheceria direitos não pedidos pelo Apelado, como bem observado pelo 
membro do Ministério Público, o que importaria em julgamento ultra petita. 
 
Deveras, deve ser observado, no caso em tela, o melhor 
interesse da menor, ficando, assim, resguardada a sua segurança e a 
tranqüilidade dos pais. 
 
Ante ao exposto, VOTO, de acordo com o parecer do 
Ministério Público, pelo conhecimento e provimento do recurso, para reformar a 
sentença monocrática nos seguintes itens: 
 
1. finais de semana alternados, podendo o Apelado 
buscar a filha aos sábados e domingos às 14:00 horas e devolvê-las às 18:00 
horas, até que complete 04 (quatro) anos de idade; 
 
3. Nos aniversários do núcleo familiar, do pai, em 16 de 
novembro, da avo, em 24 de junho e da tia/madrinha, em 25 de abril, ficando 
dispensado o pernoite até 04 (quatro) anos; 
 
4. Festas de final de ano, alternado, natal e ano novo, 
sendo o primeiro a filha fica com mãe e o segundo com o pai, neste último 
caso, fica dispensado o pernoite até os 04 (quatro) anos; 
 
Nos demais pontos, permanece inalterada a sentença. 
 
É como voto. 
 
São Luís, 12 de junho de 2008. 
 
 
Desa. Maria das Graças de Castro Duarte Mendes 
Relatora

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