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ERRO DE DIREITO NO CRIME MILITAR 
 
 
 
Conrado José Neto de Queiroz Reis 
 
Prof. Ms Guilherme Rocha 
 
Faculdades Integradas Barros Melo - AESO 
 
Pós-Graduação em Ciências Criminais Militares 
 
26/04/13 
 
 
RESUMO 
 
 
Esse artigo objetiva debater o instituto do erro de direito, previsto no Art. 35 do 
Código Penal Militar, comparando-o com o erro sobre a ilicitude do fato, trazido pelo Art. 
21 do Código Penal Comum, abordando os aspectos da consciência da ilicitude e suas 
diferentes consequências legais adotadas pelos citados códigos. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Erro; Ilicitude. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
O Código Penal Militar, Decreto Lei 1.001, de 21 de outubro de 1969, recepcionado 
pela nova ordem constitucional com status de lei ordinária, prevê no Art. 35 o instituto do 
erro de direito, que dá tratamento igual ao erro e à ignorância para atenuar a pena ou 
substituí-la por outra menos grave, se o agente supõe o fato lícito, na interpretação da lei. 
 
Esclarece Cléber Rogério Masson (2010:282) que erro é a falsa percepção da 
realidade ou o falso conhecimento de determinado objeto, enquanto a ignorância é o 
completo desconhecimento da realidade ou de algum objeto. Vê-se, portanto, que o 
dispositivo estudado trata de forma idêntica o erro e a ignorância. 
 
O Código Penal Militar revogado (Decreto Lei 6.227/44) dispunha que a ignorância 
ou a errada compreensão da lei não eximiam de pena. Observa-se que esse rigor foi 
abrandado, posto que o diploma castrense em vigor permite a atenuação da pena ou sua 
substituição por outra menos grave, se o agente supõe o fato lítico por ignorância ou erro 
de interpretação da lei, se escusáveis. 
 
O objeto deste trabalho é cotejar o Art. 35 do Código Penal Militar, que trata do erro 
de direito com o Art. 21 do Código Penal Comum, que aborda o erro sobre a ilicitude do 
fato também chamado de erro de proibição, cujo agente, em ambos os casos, atua sem 
consciência da ilicitude, mas as consequências jurídicas são diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
1. ERRO DE DIREITO 
 
Dispõe o Art. 35 do Código Penal Militar: “A pena pode ser atenuada ou 
substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que 
atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da 
lei, se escusáveis”. 
 
É importante observar, portanto, que o rigor do legislador militar se manteve com 
relação aos crimes contra o dever militar, os quais não admitem o erre de direito. Dessa 
forma, a guisa de exemplo, o crime militar de insubmissão não pode ter a pena atenuada 
ou substituída por outra menos grave, em caso de ignorância ou erro do agente na 
interpretação da lei. Senão vejamos: 
 
 
“EMENTA: INSUBMISSÃO. EXÉRCITO. ERRO DE DIREITO. 
INADMISSIBILIDADE. 1. Restando o delito caracterizado, provado e 
confessado, não há que se falar em absolvição. 2. A insubmissão, por 
ser um crime que atenta contra o dever militar, não admite a 
atenuação ou a substituição da pena pela invocação do erro de 
direito a que se refere o Art. 35 do CPM. Recurso improvido. Decisão 
unânime (STM – Ap. 046660-8 – AM, DJU 18.09.92).” 
 
 
Segundo Ricardo Henrique Alves Giuliani (2011:201), “como o próprio nome diz, o 
erro de direito é aquele em que o agente conhece a norma (direito), mas a interpreta de 
maneira equivocada”. 
 
O erro de direito, previsto no Código Penal Militar, é chamado de erro de 
proibição, incide sobre a ilicitude do fato, na medida em que o agente atua sem 
consciência da antijuridicidade, mas não é capaz de excluir a culpabilidade, servindo 
apenas para atenuar ou substituir a pena por outra menos grave, desde que escusável, 
ou seja, inevitável. O erro somente será escusável quando for impossível de ser evitado, 
pois, do contrário, o agente sofrerá a sanção penal sem atenuação ou substituição. 
 
De acordo com o Art. 73 do Código Penal Militar, “quando a lei determina a 
agravação ou a atenuação da pena sem mencionar o quantum, deve o juiz fixá-lo entre 
1/5 (um quinto) e 1/3 (um terço), guardados os limites da pena cominada ao crime”. 
 
4 
 
 
 
2. ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO 
 
Por sua vez, o Art. 21 do Código Penal Comum dispõe: “O desconhecimento da 
lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, 
poderá diminuí-la de um sexto a um terço”. 
 
É importante observar, portanto, que o legislador do Código Penal Comum foi 
mais benevolente, uma vez que isenta de pena quem incide em erro escusável. No 
entanto, segundo Guilherme de Souza Nucci (2006:209), “o erro de proibição, até a 
Reforma Penal de 1984, era considerado apenas uma atenuante, na antiga redação do 
Art. 48, III: são circunstâncias que sempre atenuam a pena: (...) III – a ignorância ou a 
errada compreensão da lei penal, quando escusáveis”. 
 
O erro sobre a ilicitude do fato, previsto no Código Penal Comum, é chamado de 
erro de proibição indireto, incide sobre a ilicitude do fato, na medida em que o agente atua 
sem consciência da antijuridicidade, excluindo a culpabilidade do agente, desde que 
escusável, ou seja, inevitável. O erro somente será escusável quando for impossível de 
ser evitado, pois, do contrário, o agente sofrerá a sanção penal diminuída de um sexto a 
um terço. 
 
De acordo com o parágrafo único do Art. 21 do Código Penal Comum, “considera-
se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, 
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Não há dúvida de que tanto o erro de direito, previsto no Código Penal Militar, 
quanto o erro sobre a ilicitude do fato, disposto no Código Penal Comum, são erro de 
proibição, que incidem sobre a ilicitude do fato, na medida em que o agente atua sem 
consciência da antijuridicidade, atuando sobre a culpabilidade, porém de forma distinta. 
 
Não obstante, o erro de direito escusável não é capaz de excluir a culpabilidade, 
servindo apenas para atenuar ou substituir a pena por outra menos grave, enquanto que o 
erro escusável sobre a ilicitude do fato é causa excludente da culpabilidade, deixando o 
agente isento de pena. 
 
O erro somente será escusável quando for impossível de ser evitado, pois, do 
contrário, no erro inescusável de direito, o agente sofrerá a sanção penal sem atenuação 
ou substituição, enquanto que no erro inescusável sobre a ilicitude do fato, o agente 
sofrerá a sanção penal diminuída de um sexto a um terço. 
 
Caso o erro de direito seja escusável, o juiz deverá fixar a atenuação da pena 
entre 1/5 (um quinto) e 1/3 (um terço), conforme regra disciplinada no Art. 73 do Código 
Penal Militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
GIULIANI, Ricardo Henrique Alves. Direito penal militar. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 
2011. 
 
MASSON, Cleber Rogério. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1. São 
Paulo: Método, 2010. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2006.

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