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Grupo Auditoria das vendas

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Universidade Católica de Moçambique 
Faculdade de Ciências Sociais e Politicas 
 
Trabalho da Cadeira de: Auditoria 
 
2° Grupo 
 
Curso: Contabilidade e Auditoria 
 
3° Ano Pós Laboral 
 
Tema: Auditoria as Vendas 
 
Discentes Docente 
Adilson Rocha Melanie Eduardo Hassan 
Dánia Suleima Varind 
Laila Manuela Dique 
Lúcio Hortêncio Ponto Victor Mariacanto 
 
 
 
 
Quelimane, Abril de 2020
Universidade Católica de Moçambique 
Faculdade de Ciências Sociais e Politicas 
 
Trabalho da Cadeira de: Auditoria 
 
2° Grupo 
 
Curso: Contabilidade e Auditoria 
 
3° Ano Pós Laboral 
 
Tema: Auditoria as Vendas 
 
Trabalho de Carácter avaliativo a ser entregue na 
cadeira Auditoria leccionada pela docente: 
Melanie Eduardo Hassan 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quelimane, Abril de 2020
 
1 
 
Índice Página 
1 Introdução .............................................................................................................. 2 
2 Auditoria a vendas ................................................................................................. 3 
2.1 Conceito ............................................................................................................. 3 
2.1.1 Classificação: ................................................................................................. 3 
2.2 Procedimentos a desenvolver para alcançar os objectivos em auditoria ........... 4 
2.3 Aspectos de natureza contabilística ................................................................... 6 
2.4 Âmbito das Contas ............................................................................................. 8 
2.5 Objectivos de Auditoria ..................................................................................... 9 
2.6 Procedimentos de Auditoria ............................................................................. 10 
2.6.1 Testes aos controlos ..................................................................................... 10 
2.6.2 Procedimentos Substantivos ......................................................................... 13 
2.6.2.1 Procedimentos básicos ................................................................................. 13 
2.6.2.2 Procedimentos específicos: Confirmação dos saldos das dívidas a receber 14 
2.6.2.2.1 Circularização de Clientes ........................................................................ 18 
2.6.2.2.2 Minuta da Carta/Resposta ......................................................................... 19 
2.7 Análise da adequação dos saldos das Perdas por Imparidade acumuladas ...... 23 
2.8 Falsas apresentações de contas a receber ......................................................... 24 
2.8.1 Reduções indevidas nas contas a receber ..................................................... 24 
2.8.2 Majoração indevida nas Contas a Receber ................................................... 24 
2.8.3 Contas a Receber - Facturamentos Fictícios ................................................ 25 
2.8.4 Abonamento de Contas a Receber ............................................................... 25 
2.9 Controlo Interno e a Área de Vendas ............................................................... 25 
3 Conclusão ............................................................................................................ 27 
4 Bibliografia .......................................................................................................... 28 
5 Anexos ................................................................................................................. 29 
5.1 Anexo 1 programa de auditoria – rendimentos ................................................ 29 
5.1.1 Continuação anexo 1 .................................................................................... 30 
5.2 Anexo 2 dívidas a receber ................................................................................ 31 
5.2.1 Continuação anexo 2 .................................................................................... 32 
 
 
 
2 
 
1 Introdução 
Em todas as empresas, independente da sua actividade existem áreas delicadas que 
precisam de uma atenção para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento de tal 
empresa. Contudo as vendas, prestação de serviço, e dividas a receber existem em todas 
as empresas, Dai torna-se necessário falar desta área nascendo assim o tema do presente 
trabalho que é auditoria a vendas. 
Auditoria Vendas consiste na identificação de eventuais descompassos existentes no 
trabalho de campo realizado pelos profissionais da Força de Vendas, analisando de 
forma detalhada todas as características e peculiaridades da venda. 
A importância da Auditoria Vendas está no fato de possibilitar que a empresa 
acompanhe as ocorrências relativas às acções de campo envolvendo Marketing e 
Vendas, praticadas tanto pelos profissionais de campo como pelo suporte interno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 Auditoria a vendas 
2.1 Conceito 
Para Almeida (2012) As contas a receber representam direitos adquiridos por vendas a 
prazo de bens ou serviços relacionados com o objectivo social da empresa. 
Auditoria de Vendas é a investigação de todo o processo de venda que verifica desde o 
sistema utilizado até as pessoas que utilizam. 
A terminologia de contas a receber é utilizada no sentido amplo, uma vez que inclui os 
valores a receber. 
Estes elementos patrimoniais são contabilizados no momento da passagem da 
propriedade do bem ou quando o serviço for efectivamente prestado. 
2.1.1 Classificação: 
 Activo Circulante (se vencíveis em um ano); 
 Activo – não Circulante (caso sejam vencíveis após um ano); 
As contas a receber são avaliadas pelo valor líquido realizável, ou seja, pela quantia que 
se espera que se transforme em dinheiro. 
Entretanto algumas dessas contas ficam sem serem recebidas por vários motivos. 
Como consequência, as vendas e as contas a receber ficam super avaliadas, distorcendo 
as informações das demonstrações financeiras. 
Devido a esses fatos, a empresa deve constituir uma provisão para devedores duvidosos 
no montante suficiente que dê para cobrir todas as perdas a serem incursas no 
recebimento das contas a receber. 
Os objectivos a serem atingidos com a auditoria são basicamente os mesmos para os 
diversos valores, todavia a determinação dos procedimentos em cada um dos casos 
deverá ser feita de tal sorte que se obtenham resultados satisfatórios de acordo com cada 
uma das circunstâncias. 
 
 
4 
 
Exemplos: 
 Duplicatas a receber por vendas, 
 Adiantamentos concedidos a terceiros ou empregados, 
 Cheques, notas promissórias, 
 Impostos a recuperar (ICMS e IPI); 
 Contas rectificadoras (provisão para devedores duvidosos, duplicatas 
descontadas, etc.. 
2.2 Procedimentos a desenvolver para alcançar os objectivos em auditoria 
Almeida (2012), diz que temos que desenvolver certos processos ou procedimentos para 
alcançar o objectivo da auditoria a seguir. 
a) "CUT-OFF" das operações: 
 Chamamos a especial atenção para este procedimento. Nenhum exame, salvo 
excepção, na área de Contas a Receber, poderá ser desenvolvido, com total segurança, 
sem que antes se faça o CORTE das operações, mediante o exame das últimas entradas 
e saídas. Poderemos afirmar que o "cut-off " é o ponto de partida dos demais. 
b) Exame da movimentação das contas e flutuações significativas: 
 É importante o exame da movimentação das contas e análise dos saldos finais 
analíticos de duplicatas e outras contas a receber. 
Emqualquer das contas, os possíveis lançamentos anormais e flutuações significativas 
deverão ser investigadas. 
c) Listagem 
 O auditor deverá obter junto à empresa auditada uma listagem dos saldos individuais 
ou a razão analítico de clientes. Será conveniente que essa listagem seja preparada por 
ordem de antiguidade de vencimentos, isto é, em primeiro lugar os títulos vencidos (se 
houver) há mais tempo, até chegar aos vencimentos futuros, mais longínquos. 
 
 
5 
 
Essa listagem é importante no sentido de ela dar uma sensibilidade ao auditor dos 
possíveis problemas relacionados com recebimentos de contas a receber, e ainda, 
possibilita a avaliação (juntamente com outros procedimentos) das probabilidades de 
efectivo recebimento dos títulos mais antigos. 
d) Circularização de duplicatas e contas a receber: 
Seleccionada a data base para a circularização, feito o “ cut-off ” das operações far -se-á 
a selecção dos clientes (e/ou devedores outros) para circularização. Com base na 
avaliação do sistema de controlo interno e na listagem acima mencionada, 
seleccione clientes para serem confirmados. A confirmação pode ser positiva ou 
negativa. 
A confirmação positiva é solicitada resposta directa ao auditor (é utilizada para clientes 
com o saldo alto ou quando o controle interno sobre as conta s a receber é fraco). 
A confirmação negativa é pedida resposta somente no caso se divergência (usada 
quando existir grande número de clientes com pequenos saldos e o sistema de controle 
interno for excelente). 
e) Exame das provisões constituídas e/ou necessárias 
Obrigatoriamente, antes de se efectuar exame da existência/suficiência dos valores 
provisionados, teremos que dedicar atenção à movimentação de todas as contas (a 
receber e as rectificadoras) no período anterior a data e também aos 
quadros disponíveis (“aging-list” etc). 
Os aspectos fiscais (IR) e as normas da Entidade deverão ser levadas em consideração 
na realização do exame. 
Caso a Entidade ofereça ao s seus clientes, descontos substanciais (descontos que 
interessam ao cliente) para pagamento antecipado das duplicatas (exemplo: vencimento 
em 30 dias com 10% de desconto), o Auditor deverá examinar a necessidade de 
se constituir uma Provisão para Possíveis Descontos a serem Concedidos (base de 
cálculo - total de duplicatas com possibilidade de liquidação a inda com o desconto). 
 
6 
 
f) Exame da demonstração e classificação da s contas a receber nas 
demonstrações contábeis 
As contas a receber vencidas e as que vão vencer até 360 dias serão classificadas e 
demonstradas no Activo Circulante. Os demais (a vencer após 360 dias) serão 
demonstrados no Activo Não Circulante. 
As contas rectificadoras (provisão para Devedores Duvidosos, etc) serão classificadas e 
demonstradas, destacadamente, deduzindo os valores originais. Os ónus que pesam 
sobre as contas a receber (contas/duplicatas dadas em garantia) deverão ser 
identificados nas Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis. 
g) Teste de Ajuste a Valor Presente: 
Para determinar o valor presente do Fluxo de Caixa Futuro (FCF), são requeridos: o 
valor do fluxo futuro, a data do referido fluxo futuro e a taxa de desconto aplicável a 
cada operação. Cabe ao auditor validar a estimativa do valor corrente de um fluxo de 
caixa futuro (FCF), no curso normal de operações da entidade. Os riscos e incertezas 
são determinantes para a taxa de desconto, a ser utilizada a partir da data da operação. 
Nessa oportunidade ocorre a redução da receita de vendas, e com o passar dos dias os 
ajustes das reversões são contabilizados como receitas financeiras. 
h) Teste de Vendas: 
O Auditor, nesta área, trabalhará suportado nos seguintes objectivos básicos: 
a) Certificar-se que as normas reflectem as exigências da entidade e que está sendo 
seguida; 
b) Certificar-se que os aspectos fiscais envolvidos estão sendo integralmente 
observados. 
O universo de aspectos, situações, responsabilidades, etc., faz com que este objecto de 
controlo se transforme, para o Auditor, num dos mais complexos exames a realizar. 
2.3 Aspectos de natureza contabilística 
Segundo costa (2014), as principais contas de 1ºgrau do SNC relacionadas com esta 
área de auditoria são as seguintes: 
 
7 
 
7.1-Vendas 
7.2-Prestações de Serviços 
4.1-Clientes 
7.6 (7.6.2) Subsídios à exploração 
Das Contas de 2º grau do SNC, destacam-se: 
4.1.1 -Clientes, conta corrente 
4.1.2 - Clientes, títulos a receber 
4.1.9 - Adiantamentos a clientes 
4.1.8 - Clientes de Cobrança duvidosa (Perdas por Imparidade acumuladas) 
4.4.3-IVA 
4.1.9 - Adiantamentos por conta de vendas 
7.6.3 - Rendimentos a reconhecer 
6.4.1 - Perdas por Imparidade, em dívidas a receber 
6.9.5-Descontos de pronto pagamento concedidos 
4.1.8 -Dívidas incobráveis 
7.1.5 - Iva das vendas com imposto incluído 
7.1.6 - Devoluções de vendas 
7.1.7 - Descontos e abatimentos em vendas 
7.2.1 - Iva dos serviços com imposto incluído 
7.2.6 - Descontos e abatimentos 
7.4.1 -Reversões de perdas por imparidade 
 
8 
 
7.5 -Rendimentos Suplementares 
7.6.4 -Recuperação de dívidas a receber 
7.8 - Outros Rendimentos e ganhos 
2.4 Âmbito das Contas 
De acordo com costa ( Pág. 3542014): 
Conta 7.1- A conta Vendas, integra as vendas, representadas, representadas pela 
facturação, que devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos e incidências nos 
casos em que nela estejam incluídos (SNC). 
Conta 7.2- A conta Prestação de Serviços, diz respeito aos trabalhos e serviços 
prestados que sejam próprios dos objectivos ou finalidades principais da entidade. 
Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de estes não serem facturados 
separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-se em facturação emitida ou em 
documentação externa (no caso das comissões obtidas) não deixando de registar os 
réditos relativamente aos quais ainda não se tenham ainda recebido os correspondentes 
comprovantes externos. 
Conta 4.1- A conta Clientes destina-se ao registo dos movimentos com os 
compradores de mercadorias, de produtos e de serviços. 
Relativamente aos adiantamentos feitos à entidade por clientes há que ter em atenção 
se o preço não está fixado ou se, pelo contrário, está fixado. 
Se estivermos na presença de uma conta monetária deve-se creditar a conta 4.1.9-
Adiantamentos a clientes. No caso contrário, a conta a creditar será a conta 276- 
Adiantamentos por conta de vendas, que é uma conta não monetária. 
Conta 7.6 – Regista os rendimentos, não inerente aos valores acrescentados, 
decorrentes de actividades que não sejam próprias dos objectivos principais da empresa. 
(Sistema de Contabilidade Para o Sector empresarial em Moçambique) 
7.6.2 - A conta Subsídios à exploração é uma conta que inclui os subsídios 
relacionados com o rendimento, confirme estabelecido na NCRF 22. 
 
9 
 
De acordo com a NCRF 20, entende-se por rédito, o influxo bruto de benefícios 
económicos durante o período proveniente do curso das actividades normais de uma 
entidade quando esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio, que não 
sejam aumentos relacionados com contribuições de participantes no capital próprio. 
Os réditos provêm da venda de bens, da prestação de serviços e do uso por outros de 
activos da entidade que produzam juros, royalties e dividendos. 
O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber 
(líquida de descontos comerciais e de quantidades). 
2.5 Objectivos de Auditoria 
Costa, (pág. 370, 2014) diz que depois de terminado o trabalho de auditoria nesta área, o 
auditor deve estar em condições de poder concluir se: 
1 As políticas e os procedimentos contabilísticos e as medidas de controlo interno 
relacionados com esta área são apropriados e se estão, de facto, a ser aplicados. 
2 Todos os réditos derivados das vendas e das prestações de serviçosestão 
relacionados com a actividade da empresa, respeitam efectivamente ao período, 
estão contrabalançados com os respectivos gastos e: 
a) Não estão sobreavaliados através de créditos ilícitos por via de vendas fictícias 
ou de serviços não prestados; 
b) Não estão sobreavaliados através de réditos reconhecidos no período, mas cujas 
vendas ou serviços prestados apenas se concretizam no período seguinte 
c) Não estão subavaliados através de vendas efetuadas ou serviços prestados no 
período, mas cujos réditos forma diferidos para o período seguinte. 
3 Os descontos, abatimentos, devoluções ou outras deduções aos réditos estão 
adequadamente mensurados e classificados. 
4 Todos os Outros rendimentos e ganhos estão relacionados com a actividade da 
Empresa, dizem referência ao período e estão adequadamente mensurados e 
classificados. 
 
10 
 
5 Os saldos relativos a dívidas a receber expostas no Balanço apresentam 
efectivamente todos os créditos legítimos da Empresa sobre terceiros e estão 
adequadamente mensurados e apresentados. 
6 Os saldos das contas de Perdas por imparidade acumuladas são adequados, de 
forma a cobrir possíveis prejuízos consequentes de dívidas incobráveis. 
7 Os saldos das respectivas contas de credores por acréscimos de gasto e/ou 
provisões são adequados de forma a ocorrerem a riscos que possam resultar de 
devoluções, descontos, abatimentos, bónus, garantias, etc… 
8 Todas as informações pertinentes relacionadas com esta área estão 
adequadamente divulgadas no Anexo. 
2.6 Procedimentos de Auditoria 
2.6.1 Testes aos controlos 
Perante costa, (pág. 371-373, 2014) depois de adquirir conhecimento do sistema de 
controlo interno em vigor nesta área, o trabalho do auditor começa com a execução do 
teste aos controlos das vendas e das dívidas dos clientes a fim de poder concluir se o 
referido sistema é ou não credível. 
Posteriormente, os resultados obtidos com a realização deste teste devem ser 
confrontados com as conclusões que se adquiriram aquando da realização dos “cortes” 
de expedição e de vendas. 
Assim, o primeiro procedimento a realizar será obter uma análise mensal das vendas 
comparativa com o ano anterior, conforme se mostra no mapa de trabalho. De forma 
semelhante, deve proceder-se em relação às prestações de serviços 
Tendo como base os elementos do mapa, o auditor seleccionará um ou mais meses para 
efectuar o mencionado teste a fim de poder chegar ao desfecho se os valores 
contabilizados representam efectivamente vendas fidedignas. 
 
 
11 
 
É também vantajoso obter da parte do pessoal responsável da empresa explicações para 
possíveis variações verificadas, não só entre meses dentro do mesmo ano como também 
em relação ao período anterior (campanhas de vendas, vendas sazonais) e aos valores 
orçamentados para o período em causa. 
O teste aos controlos das vendas e das dívidas dos clientes baseia se no Diário de 
vendas a crédito, relativamente à facturação emitida, e no diário de operações diversas 
no que respeita às notas de crédito. No mapa de trabalho 100 dever se á reproduzir os 
respectivos lançamentos relativamente ao mês (ou meses) seleccionado para o teste. 
Por outro lado, e sempre que possível, com base nas cópias das facturas arquivadas na 
secção de facturação por ordem numérica dever-se-á adquirir uma listagem (número e 
valor de cada factura) e conferir o total com o valor do lançamento acima referido. Este 
valor, aliás, deverá também coincidir com o valor inserido no mapa de trabalho. 
Análise mensal das vendas, no caso de a empresa apenas efectuar venda a crédito. Com 
base na indicada listagem, seleccionar-se-ão as facturas que serão objecto de teste, 
mencionando os respectivos números no mapa de trabalho. No que se refere às notas de 
crédito o caminho seguir será, obrigatoriamente, similar. 
Em seguida, para cada uma das facturas e notas de crédito seleccionadas e na presença 
de todos os documentos de suporte encarados como necessários, dá-se resposta a cada 
uma das perguntas do teste, utilizando a seguinte simbologia: 
 Resposta afirmativa 
 Resposta negativa. 
 NB: Não aplicável (a pergunta não se aplica à factura ou nota de crédito em 
causa). 
As respostas negativas deverão ser explícitas no mapa de trabalho apontando dentro de 
cada círculo, e por ordem sequencial, o número de cada excepção à medida que as 
mesmas foram surgindo. 
Finalmente no mapa de trabalho dever-se-á escrever um breve resumo do trabalho 
efetuado relatando o critério utilizando para a realização do teste e apresentando as 
conclusões obtidas, as quais deverão fazer referência à qualidade do sistema e à eficácia 
do seu funcionamento, classificando-o em bom regular ou deficiente. 
 
12 
 
Se o mês seleccionado para a realização deste teste não for um dos últimos do ano, e se 
exactamente nestes o auditor verificar um aumento anormal de rendimentos, é 
indispensável a realização de um outro teste suplementar, ainda que de extensão mais 
limitada que o anterior. 
Examinando globalmente as vendas, torna-se necessário proceder a uma análise 
detalhada dos principais produtos, comparando o valor das vendas com o respectivo 
custo (margem bruta), se os registos contabilísticos existentes o permitir, e obter 
explicações válidas e lógicas para as variações mais significativas. 
A análise das notas de crédito expelidas no mês seguinte àquele a que a auditoria se 
refere, é também um procedimento da maior importância quando se deseja assegurar 
que as vendas contabilizadas no período em análise são fidedignas. Na verdade, pode 
suceder que pelos motivos mais variados, mas não correctos, a empresa combine com 
determinados clientes efectuar facturação adicional comprometendo-se a aceitar no mês 
seguinte a respectiva devolução, emitindo a correspondente nota de crédito. 
Torna-se, pois, fundamental que o auditor reveja todas as operações significativas, e não 
só nesta área, ocorridas entre a data a que a auditoria se refere e aquela em que o seu 
relatório é emitido. 
No que respeita às restantes contas de Rendimentos o auditor deverá iniciar por obter 
análises mensais comparativas com os valores reais do período anterior e com os 
valores orçamentados para o período em causa no caso de, obviamente, existirem 
orçamentos. 
Deverão ser recebidas explicações da parte de pessoas responsáveis relativamente às 
variações mais significativas. 
Após seleccionar um ou mais meses, e dentro de cada um deles diferentes movimentos, 
há que verificar se os mesmos se encontram devidamente suportados com documentos 
credíveis, se correspondem a operações que caibam no objecto da empresa imputáveis 
ao período sob exame e se se encontram adequadamente classificados na demonstração 
de resultados. 
De notar que a análise dos saldos de alguns destas contas, está referida com 
procedimentos de auditoria efetuados ou a efectuar noutras áreas. 
 
13 
 
Por exemplo, o saldo da conta Trabalhos para a própria empresa pode estar referido com 
uma das seguintes contas: activos fixos tangíveis; activos intangíveis; Propriedades de 
investimento; Activos por gastos diferidos. Contudo se o saldo da conta Juros obtidos 
está relacionado com Meios financeiros líquidos, Investimentos financeiros e 
Propriedades de investimento. 
2.6.2 Procedimentos Substantivos 
2.6.2.1 Procedimentos básicos 
Para Costa, (pág. 373-375, 2014) O primeiro procedimento a efectuar com referência a 
todos os saldos constantes do balanço e representativos de dívidas a receber será o de 
averiguar se os mesmos estão de acordo com os respectivos balancetes. 
Casos em que tal não se verifique deverão ser objecto de investigação, seguida de 
eventual correcção do saldo do razão. 
De assinalar que o balancete de títulos a receber deve ser complementado com 
informações obtidas no respectivo livro de registo, com as seguintes colunas: nomes dos 
aceitantes, númerosdos títulos, datam de emissão e vencimento e valores. 
De forma similar deve ser elaborado o balancete dos títulos descontados e com a 
indicação do Banco onde os mesmos foram negociados. 
No caso de existir saldos no balanço que representem o valor líquido dos saldos 
devedores e credores dos balancetes torna-se essencial efectuar as respectivas 
reclassificações uma vez que, não é apropriado efectuar compensações de saldos, a não 
ser em situações imateriais. 
Também no que respeita à apropriada classificação ou apresentação das dívidas a 
receber no balanço, o auditor deve certificar se aquelas que têm vencimento para além 
de um ano após a data do balanço estão neste incluídas no activo não corrente, ao 
contrário das restantes que se expõem no activo corrente. Esta distinção é importante 
para efeito da determinação de rácios financeiros. 
 
 
14 
 
Continuamente, o auditor deverá aferir se todos os balancetes estão aritmeticamente 
correctos. No caso de balancetes muito volumosos poderá bastar efectuar, 
aleatoriamente, as somas de algumas folhas, tendo, porém, o especial cuidado de 
verificar a coincidência dos valores a transportar com os valores transportados de todas 
as folhas. Por outro lado, a fim de poder concluir sobre a afirmação da plenitude, o 
auditor deverá verificar, também por amostragem, se saldos apontados nos balancetes 
estão de acordo com as respectivas fichas individuais e, inversamente, seleccionadas 
fichas individuais, verificar se os seus saldos estão bem reflectidos nos respectivos 
balancetes. Não esquecer que todo este trabalho pode ser efetuado com recurso a 
softwares específicos de auditoria desde que seja possível aceder ao programa 
informático de contas correntes dos clientes utilizado pela empresa. 
Finalmente, no que concerne a estes procedimentos básicos há que ter em atenção duas 
situações que, embora não sejam muito vulgares, existem com alguma frequência. 
Em primeiro lugar, há empresas que ao emitirem as facturas para os clientes elaboram 
conjuntamente outros documentos, entre os quais os recebidos. 
Neste caso será logo adequado que o auditor constate, desde que executável, se a soma 
de todos os recibos em carteira corresponde ao saldo da conta (Clientes c/c). 
Em segundo lugar, há empresas que não controlam as contas correntes dos seus clientes 
através de fichas individuais preferindo utilizar o sistema. 
Nesta posição, o auditor terá necessariamente que, no último dia do período ou no 
primeiro dia do período seguinte, obter um balancete (ou listagem) de todas as facturas 
por receber à data do balanço (discriminado por clientes, números de facturas e valores) 
de forma a poder comparar o seu somatório com o saldo da respectiva conta de razão. 
No caso de existir qualquer diferença deverá a mesma ser objecto de investigação e, se 
persistir, dever-se-á corrigir o saldo do razão. 
2.6.2.2 Procedimentos específicos: Confirmação dos saldos das dívidas a 
receber 
De acordo com (pág. 375-378, 2014) o fundamental procedimento de auditoria 
especificamente relacionado com esta área é o da confirmação externa dos saldos dos 
 
15 
 
devedores, materializada através da circularização relativamente à qual se podem 
colocar as seguintes quatros questões: 
 Porque é que se faz a circulação? 
 Quem deve ser circularizado? 
 Quando deve ser efetuada a circularização? 
 Como se faz a circularização? 
A circularização de devedores, (sejam eles clientes, sócios ou accionistas, 
administradores, empregados, fornecedores- que eventualmente apresentem saldo 
devedor em conta corrente ou por via de adiantamentos-etc.) efetuada com o objectivo 
de se certificar a veracidade dos saldos anunciados no balanço, é um procedimento de 
auditoria que podemos qualificar como sendo indispensável, mas cujo extensão só deve 
ser determinada depois de se conhecerem os resultados atingidos com a realização do 
teste aos controlos das vendas e das dívidas a receber. 
Embora se possa dizer que é possível concluir da adequação dos saldos de devedores 
através da análise das suas contas correntes e da respectiva documentação de suporte, o 
certo é que, em auditoria é acordado que a obtenção de prova externa predomina sempre 
em relação à obtenção de prova interna. A utilização de procedimentos alternativos 
através da obtenção de provas internas é somente aceitável como parte do processo de 
circularização. 
Se a empresa aplicar limitações ao auditor no âmbito da sua circularização, o respectivo 
relatório (certificado legal das contas) deve ser emitido com reservas, no caso de as 
situações envolvidas serem materiais. 
O auditor deve usar o seu bom senso profissional para decidir quais os devedores que 
deverão ser objecto de confirmação. Em princípio, dentro de várias contas incluídas na 
área das dívidas a receber, são os saldos das contas dos clientes os que mostram maior 
materialidade. Sendo assim, será sobre este tipo de contas que recairá a circularização, 
não obstante, repete-se, a possibilidade de a mesma ser feita em relação aos restantes 
devedores, se tal se justificar. 
 
 
16 
 
Mas, nem todos os clientes serão objecto de circularização. Coloca-se então a questão 
de decidir quais os clientes a circularizar. Uma vez que o objectivo principal é o da 
constatação da veracidade dos saldos apresentados no balanço. No entanto, além dos 
clientes seleccionados de forma aleatória, com saldos antigos, com saldos credores, 
entre outros, com o intuito de testar também os procedimentos da empresa relativamente 
à generalidade dos clientes. 
Um aspecto relevante relacionado com a circularização de clientes prende-se com a data 
a que a mesma se deve referir, isto é, os saldos deverão ser certificados com referência à 
data do balanço ou a uma data preliminar, mas, de preferência, coincidente com a data 
em que se efectuam as contagens físicas dos inventários, de forma a possibilitar que o 
auditor possa efectuar um apropriado “corte” de vendas. 
Tem-se como pouco aconselhável efectuar a circularização com referência a uma data 
preliminar, a não ser que a empresa contenha um muito bom sistema de controlo 
interno. Mas mesmo nos casos em que seja praticável o procedimento referido, tal data 
nunca deve ser anterior a dois/três meses em relação à data do balanço, uma vez que 
será fundamental realizar a análise profunda dos movimentos que ocorrerem durante 
esse período. O ideal será, que a circularização seja efetuada com referência à data do 
balanço. 
Tais como, podemos considerar aceitável que a circularização seja efetuada com 
referência à data de 30 de Novembro, examinando depois com bastante pormenor os 
movimentos ocorridos em Dezembro nas contas dos clientes circularizados. Para 
terminar, há que fazer referência à forma como se faz a circularização, iniciando por 
indicar que a mesma pode ser efetuada de forma positiva ou de forma negativa. 
Do ponto de vista de obtenção de prova por parte do auditor, a circularização positiva 
proporcional, tem muito mais garantias do que a circularização negativa, razão pela qual 
esta só deve ser utilizada em situações muito especiais, como, por exemplo, no caso de 
existirem muitos devedores cada um dos quais com saldos idênticos e, conjuntamente, a 
empresa possuir um muito bom sistema de controlo interno. 
A confirmação dos saldos dos devedores deve obrigar à prévia elaboração da 
justificação ou composição dos mesmos, uma vez que referir apenas o saldo não motiva 
 
17 
 
o devedor a responder, no caso de o referido saldo não coincidir com o dos seus registos 
contabilísticos. 
Contudo, se no caso de fornecedores que mostrem saldos devedores, é de sublinhar que 
muitas vezes tais saldos não têm razão de ser dado que originam de deficiente 
contabilização. 
É o que ocorre, com pagamentos efetuados a fornecedores sem anteriormente terem sido 
contabilizadas as facturas, com pagamentos emduplicado, com pagamentos a 
fornecedores estrangeiros contabilizados sem atender à correta contabilização das 
diferenças de câmbio, etc. 
Circularizar um saldo devedor nestas circunstâncias, dá uma imagem negativa do 
profissionalismo do auditor, razão pela qual defendemos que a composição do saldo 
deve ser sempre enviada. Para cada devedor objecto de circularização devem ser 
enviados os seguintes documentos: 
 Carta, pedindo a confirmação do saldo devidamente assinada (ou autorizada, no 
caso de ser feita em papel timbrado dos auditores) por quem tiver poderes para 
tal; 
 Composição do (s) saldo (s) da (s) conta (s); 
 Minuta da carta/resposta, com indicação do (s) saldo (s), a ser remetida pelo 
devedor ao auditor devidamente datada, carimbada e assinada; 
De referir que todos estes documentos devem ser colocados num único subscrito que 
refira como remetente o auditor e não a empresa que está a ser auditada. Isto porque se a 
carta for devolvida, o auditor tem conhecimento directo de tal ocorrência. 
De notar ainda que em casos muito especiais (por exemplo, quando o auditor tem 
fundadas dúvidas quanto à veracidade das asserções da plenitude das transacções e dos 
acontecimentos ocorridos durante o período) pode ser mais prudente não enviar aos 
clientes/ devedores a composição do saldo em aberto, mas sim requerer que enviem o 
extracto completo da respectiva conta corrente. Nas páginas subsequentes apresentamos 
modelos das mencionadas cartas chamando-se a atenção para o facto de o exemplo para 
a primeira dizer respeito a uma confirmação de tipo positiva e o exemplo para a última 
se referir à circularização de uma empresa de factoring. 
 
18 
 
 
2.6.2.2.1 Circularização de Clientes 
 
Costa, (pág. 379, 2014) 
 
19 
 
 
2.6.2.2.2 Minuta da Carta/Resposta 
 
Costa, (pág. 380, 2014) 
 
 
20 
 
 
Costa, (pág. 381, 2014) 
 
 
21 
 
O auditor, que deverá sempre ficar com cópias das cartas e das composições enviadas 
aos clientes, deve inserir no correio todas as cartas da circularização. 
Como consequência da circularização a clientes, o auditor pode ser confrontado com 
três situações, a saber: obter uma resposta concordante; obter uma resposta discordante 
ou não obter qualquer resposta. Seguidamente vejam o trabalho a desenvolver para cada 
uma das situações: 
a) Respostas concordantes 
É, claramente, o caso mais fácil, limitando-se o auditor a averiguar se a resposta está 
datada, carimbada e assinada (não são de ponderar respostas não assinadas) e se os 
valores na carta- resposta não foram modificados. Logo após, arquivará num mesmo 
mapa de trabalho todas as respostas nestas exigências. 
b) Respostas discordantes 
Nestes casos há que adquirir do Chefe da Contabilidade a respectiva conciliação da 
conta (ver modelo apresentado no final deste capítulo) e averiguar a sua adequada 
elaboração. Provavelmente, será também imprescindível alcançar a conciliação da conta 
títulos a receber. Os casos mais frequentes que ocorrem como itens de conciliação são 
mercadorias em trânsito e pagamentos em trânsito. 
No primeiro caso (mercadorias em trânsito) o auditor deverá efectuar, pelo menos os 
seguintes procedimentos: 
 Comprovar a ordem de compra assinada pelo cliente; 
 Comprovar se a guia de remessa está em conformidade com a ordem de compra 
e se a sua data é anterior à data da circularização; 
 Verificar o documento que justifique que a mercadoria foi recebida pelo cliente 
e ou a guia de remessa assinado pelo cliente, evidenciando de forma clara que a 
mercadoria foi remetida até à data que se refere a confirmação do saldo; 
 Verificar se a cópia da factura está de acordo com a guia de remessa e se a sua 
data é anterior à data da circularização; 
 Verificar a contabilização do custo da mercadoria vendida ou do custo da venda 
e o registo da saída da mercadoria na ficha de stock, assim como as respectivas 
datas. 
 
22 
 
No segundo caso (pagamentos em trânsito) há que analisar se o registo do recebimento 
foi executado seguidamente à data da circularização, analisando para tal o crédito na 
conta do cliente, o débito na conta de depósitos à ordem e, neste caso, o duplicado do 
talão de depósito devidamente certificado pelo Banco ou o documento emitido pelo 
banco no caso de transferência. Um pormenor a ter em conta é o de analisar se não é 
demasiado grande o lapso de tempo que medeia entre a data do pagamento informada 
pelo cliente e o respectivo registo por parte da empresa. 
c) Não obtenção de resposta 
Conforme foi atrás referido, a obtenção de prova externa é significativamente mais 
importante que a obtenção de prova interna. 
Deste modo, se qualquer cliente não responder à circularização dever-se-á insistir 
enviando um segundo e, naturalmente, terceiro pedidos. Se a ausência de resposta 
prosseguir, e o auditor entender que o saldo em causa é extremamente significativo, é 
apropriado efectuar contactos telefónicos e mesmo pessoais, com o cliente em causa, 
com o objectivo de se tentar obter a referida resposta, assim como deve ser feito o 
mesmo, nas circularizações de fornecedores. Quando, contudo, todas estas diligências 
resultam infrutíferas o auditor precisará efectuar procedimentos alternativos. 
Para tal, com base na cópia da composição do saldo que reteve nos seus papéis de 
trabalho, o auditor deverá começar por executar, para cada uma das facturas, um 
trabalho semelhante ao que foi referido no caso das mercadorias em trânsito 
relativamente às respostas discordantes. Este trabalho deverá ser acompanhado com a 
verificação das facturas que, constando da composição, foram pagas subsequentemente 
à data da circularização. 
De notar que há quem defenda que este último procedimento deve ser o primeiro a 
efectuar-se e que se as facturas já estiverem pagas torna-se desnecessário realizar o 
outro trabalho. Somos de opinião que esta forma de actuar não é correta visto que, assim 
sendo, não fica inequivocamente demonstrado que os créditos eram legítimos à data da 
circularização, mas apenas, e tão exclusivamente que eram legítimos. Por fim, resta 
evidenciar que o auditor deve controlar a circularização efetuada assim como os 
resultados obtidos com a mesma. Para isso, deverá elaborar mapas de trabalho do tipo 
dos indicados com os índices (pág. 382-383, 2014) 
 
23 
 
2.7 Análise da adequação dos saldos das Perdas por Imparidade acumuladas 
(pág. 385-386, 2014)Como vimos nos objectivos enunciados, pode haver a necessidade 
de constituir ou reforçar imparidades para ocorrer a riscos de incobrabilidade e/ou 
provisões para ocorrer a riscos resultantes, de entre outros, garantias a prestar a clientes, 
as quais, fazendo parte do saldo da conta Provisões. 
Na realidade, só por mero acaso, o saldo de tal conta calculado segundo o critério fiscal 
vai coincidir com o valor adequado para cobrir prejuízos resultantes de dívidas 
incobráveis. 
Sendo assim, perante uma imparidade calculada daquela forma, o auditor pode ter de 
conter uma reserva no seu relatório por duas razões: ou porque é excessiva (situação 
pouco habitual) ou porque é insuficiente (caso mais normal), apesar de em qualquer dos 
casos o seu valor possa estar dentro dos limites que a Administração Fiscal aceita para 
efeitos da determinação da matéria colectável. 
Esta é uma situação (como aliás todas as que se relacionam com provisões), que deve 
merecer a máxima atenção e cuidado por parte dos auditores). Vejamos então os 
principais procedimentos que o auditor deve realizar para poder concluir sobre a 
adequação (ou não adequação) do saldo da referida imparidade. 
É evidente que é difícil ao auditor determinar quando é que um saldo antigo é parcial (e 
em que percentagem) ou totalmente incobrável. 
Para tal é apropriado que o auditor analise, com o responsável da secção de controlo de 
créditos, todos os saldos que surjam nos balancetes com antiguidadesuperior ao que 
seria normal esperar. 
Nos casos em que as empresas tenham entregado processos de cobrança e advogados, 
torna-se imprescindível que o auditor obtenha destes, informações concretas sobre tais 
situações. Para isso deverão ser enviadas cartas do tipo da que se apresenta em anexo, 
na qual se solicitarão também informações sobre outras áreas da auditoria. 
As respostas obtidas dos advogados deverão ser objecto de uma análise adequada, sendo 
por vezes necessário solicitar-lhes esclarecimentos adicionais. 
 
24 
 
A análise da evolução do prazo médio de recebimentos ou de cobranças, ao longo 
dos últimos períodos, cuja fórmula é dada por: 
 
 
 
No que diz respeito a devoluções, descontos, abatimentos, bónus, entre outros, o auditor 
deve concluir da adequada contabilização dos respectivos créditos (nas contas de 
clientes, c/c e/ou na de credores por acréscimos de gastos), analisando ao pormenor a 
evolução das correspondentes contas de saldo devedor incluídas nas contas de 
rendimentos, realizando comparações com os saldos dos períodos anteriores e tirando 
conclusões sobre as tendências verificadas. É indispensável também, proceder à análise 
dos contratos estabelecidos com os clientes. 
A análise dos acontecimentos subsequentes à data do balanço, sobretudo no que se 
refere à emissão de notas de crédito, será também um procedimento a realizar no 
sentido de se atingir o objectivo em causa. 
2.8 Falsas apresentações de contas a receber 
Para Almeida (2012), temos que prestar atenção no acto da auditoria das vendas nos 
seguintes Factos: 
2.8.1 Reduções indevidas nas contas a receber 
A contabilização antecipada de recebimentos nas contas a receber de clientes, é artifício 
destinado a encobrir as deficiências de caixa para o giro normal, deficiências 
estas decorrentes de omissões de receita. As antecipações de entradas de numerário 
pela contabilidade, nestes casos, são feitas nos finais de períodos, para evitar 
temporariamente os saldos negativos de caixa nos balanços e balancetes. Trata-se de 
artifício ilegal, para encobrir apenas temporariamente a sonegação de receita. 
2.8.2 Majoração indevida nas Contas a Receber 
Mediante o artifício de não baixar conta-bilmente as contas representadas por títulos, 
duplicatas e outros papéis a receber, ao mesmo tempo registando os novos papéis 
emitidos para substituir os títulos originais para prorrogação da dívida, pode-se gerar 
uma irrealidade contábil com os reflexos seguintes: 
 
25 
 
a) Aumento indevido no activo circulante para fins de créditos bancários e com 
fornecedores; 
b) Aumento do activo circulante (contas a receber) para compensar reduções ilegais 
do mesmo activo circulante (estoques), evitando a apresentação de falta de 
liquidez imediata; 
c) Possibilidade de aumento nas provisões para liquidação de contas activa s, 
dedutíveis do resultado operacional. 
2.8.3 Contas a Receber - Facturamentos Fictícios 
Entidades audaciosas, com dificuldades de obter financiamentos, por deficiências 
temporárias de facturamentos, já tem praticado o artifício de emitir duplicatas e 
facturas representando fictícias vendas, para obtenção de lastro creditório para 
descontos bancários de duplicatas ou contractos de financiamentos com base em vendas 
a longo prazo (prestações). 
2.8.4 Abonamento de Contas a Receber 
Artifício contábil fraudulento destinado a sonegar lucros. Pode ser praticado pelo 
simples abandono de parcelas, saldos ou partes de contas a receber de sócios, 
administradores ou seus parentes, e até mesmo de clientes. 
Envolve a aplicação de conhecimento técnico do profissional da contabilidade, 
sonegação dolosa, onde a má-fé fica patente, pois que o ato não terá outra finalidade 
senão a sonegação e o proveito na redução dos lucros. 
Raramente pode acontecer, às vezes possível, praticado pelo profissional da 
contabilidade, em conluio com o credor, quando o contabilista interfere na gestão de 
negócios. 
2.9 Controlo Interno e a Área de Vendas 
Dentro de uma organização a área de vendas é crucial e prioritária, dado que é a base da 
entrada de fluxos financeiros. Dada essa importância, é uma área susceptível à 
existência de fraude, podendo esta ter origem interna ou externa. Dentro da organização, 
por envolver vendas a crédito, o registo e recebimento poderá ser efetuado de forma 
incorrecta, tal como em recebimentos de clientes feitos em numerário. Externo à 
 
26 
 
entidade, poderão ser feitos contratos ou encomendas de clientes que geram benefício 
ilícito ao comprador, ou mesmo a quem vende. 
Quando é efetuada uma venda, por exemplo, a crédito, a realização da venda não é 
sinónimo do recebimento efectivo, ou seja, da entrada de dinheiro. Desta forma, existe 
necessidade de criar processos e procedimentos que permitam controlar todo o tipo de 
recebimentos, bem como em tempo útil. 
Quanto maior o número de tipos de pagamentos disponibilizados aos clientes, maior 
será o número de respostas que a entidade terá que apresentar, exigindo assim a 
presença e cumprimento de um SCI integrado e capaz, que siga a filosofia. Desta forma, 
a área de vendas e contas a receber deve possuir um SCI adequado à política e estrutura 
de recebimentos escolhida e praticada pela entidade. 
Assim, segundo Pinto (2014), existem pontos específicos que devem ser respeitados e 
cumpridos nesta área, por serem fundamentais, onde se destacam: 
 Na aprovação de encomendas e facturas deverá estar definida a política adoptada 
pela entidade quanto a vendas a crédito, isto é, o plafond atribuído e as 
condições de pagamento para cada cliente; 
 Todas as facturas e notas de crédito deverão ser elaboradas por pessoas 
independentes das que registam as encomendas e efectuam os registos 
contabilísticos; 
 Em todos os créditos emitidos deverá ser verificado o seu fundamento 
(devoluções, reclamações, documentos de suporte) de forma a comprovar os 
preços, sendo o colaborador responsável pela emissão dos mesmos diferentes do 
colaborador que efectua a verificação; 
 Os recebimentos dos clientes devem ser identificados com os movimentos 
individuais das suas contas; 
 Deverá ser efetuada uma análise regular ao mapa de antiguidade de saldos; 
 As contas correntes dos clientes deverão ser revistas com regularidade, com 
especial atenção para os itens com maior antiguidade. 
 
27 
 
3 Conclusão 
Devido à globalização, as organizações têm vindo a manifestar um aumento na sua 
dimensão e complexidade, na medida que deixam de poder elas próprias controlar 
directamente o seu dinheiro. Neste contexto, tem ascendido a relevância da auditoria às 
contas como instrumento de confiança aos investidos e, por conseguinte, a 
responsabilidade dos revisores oficiais de contas. 
De tal forma que a auditoria ao sector ou departamento de vendas é relevante e 
indispensável, para o desenvolvimento da empresa e a credibilidade da informação, 
como também, para a melhoria dos factos, tendo em conta a opinião que o auditor trará 
e posteriormente melhores mudanças e tomadas de decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
4 Bibliografia 
ALMEIDA, M. C. (2012). Auditoria: Um curso moderno e completo. 8ª edição. Sã \o 
Paulo, Brazil. Atlas. 
COSTA, Carlos Batista. (2014). Auditoria Financeira: Teoria e Prática. 10ª Edição. 
Lisboa, Portugal. Rei dos Livros Editora. 
PINTO, F. (2014). Auditoria – Controlo Interno. Slides das Aulas. Instituto Superior de 
Contabilidade e Administração do Porto, Portugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
5 Anexos 
5.1 Anexo 1 programa de auditoria – rendimentos 
 
 
 
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5.1.1 Continuação anexo 1 
 
 
 
31 
 
5.2 Anexo 2 dívidas a receber 
 
 
32 
 
5.2.1 Continuação anexo 2 
 
 
33 
 
 
 
34 
 
 
 
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Outros materiais