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Universidade Católica de Moçambique Faculdade de Ciências Sociais e Politicas Trabalho da Cadeira de: Auditoria 2° Grupo Curso: Contabilidade e Auditoria 3° Ano Pós Laboral Tema: Auditoria as Vendas Discentes Docente Adilson Rocha Melanie Eduardo Hassan Dánia Suleima Varind Laila Manuela Dique Lúcio Hortêncio Ponto Victor Mariacanto Quelimane, Abril de 2020 Universidade Católica de Moçambique Faculdade de Ciências Sociais e Politicas Trabalho da Cadeira de: Auditoria 2° Grupo Curso: Contabilidade e Auditoria 3° Ano Pós Laboral Tema: Auditoria as Vendas Trabalho de Carácter avaliativo a ser entregue na cadeira Auditoria leccionada pela docente: Melanie Eduardo Hassan Quelimane, Abril de 2020 1 Índice Página 1 Introdução .............................................................................................................. 2 2 Auditoria a vendas ................................................................................................. 3 2.1 Conceito ............................................................................................................. 3 2.1.1 Classificação: ................................................................................................. 3 2.2 Procedimentos a desenvolver para alcançar os objectivos em auditoria ........... 4 2.3 Aspectos de natureza contabilística ................................................................... 6 2.4 Âmbito das Contas ............................................................................................. 8 2.5 Objectivos de Auditoria ..................................................................................... 9 2.6 Procedimentos de Auditoria ............................................................................. 10 2.6.1 Testes aos controlos ..................................................................................... 10 2.6.2 Procedimentos Substantivos ......................................................................... 13 2.6.2.1 Procedimentos básicos ................................................................................. 13 2.6.2.2 Procedimentos específicos: Confirmação dos saldos das dívidas a receber 14 2.6.2.2.1 Circularização de Clientes ........................................................................ 18 2.6.2.2.2 Minuta da Carta/Resposta ......................................................................... 19 2.7 Análise da adequação dos saldos das Perdas por Imparidade acumuladas ...... 23 2.8 Falsas apresentações de contas a receber ......................................................... 24 2.8.1 Reduções indevidas nas contas a receber ..................................................... 24 2.8.2 Majoração indevida nas Contas a Receber ................................................... 24 2.8.3 Contas a Receber - Facturamentos Fictícios ................................................ 25 2.8.4 Abonamento de Contas a Receber ............................................................... 25 2.9 Controlo Interno e a Área de Vendas ............................................................... 25 3 Conclusão ............................................................................................................ 27 4 Bibliografia .......................................................................................................... 28 5 Anexos ................................................................................................................. 29 5.1 Anexo 1 programa de auditoria – rendimentos ................................................ 29 5.1.1 Continuação anexo 1 .................................................................................... 30 5.2 Anexo 2 dívidas a receber ................................................................................ 31 5.2.1 Continuação anexo 2 .................................................................................... 32 2 1 Introdução Em todas as empresas, independente da sua actividade existem áreas delicadas que precisam de uma atenção para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento de tal empresa. Contudo as vendas, prestação de serviço, e dividas a receber existem em todas as empresas, Dai torna-se necessário falar desta área nascendo assim o tema do presente trabalho que é auditoria a vendas. Auditoria Vendas consiste na identificação de eventuais descompassos existentes no trabalho de campo realizado pelos profissionais da Força de Vendas, analisando de forma detalhada todas as características e peculiaridades da venda. A importância da Auditoria Vendas está no fato de possibilitar que a empresa acompanhe as ocorrências relativas às acções de campo envolvendo Marketing e Vendas, praticadas tanto pelos profissionais de campo como pelo suporte interno. 3 2 Auditoria a vendas 2.1 Conceito Para Almeida (2012) As contas a receber representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados com o objectivo social da empresa. Auditoria de Vendas é a investigação de todo o processo de venda que verifica desde o sistema utilizado até as pessoas que utilizam. A terminologia de contas a receber é utilizada no sentido amplo, uma vez que inclui os valores a receber. Estes elementos patrimoniais são contabilizados no momento da passagem da propriedade do bem ou quando o serviço for efectivamente prestado. 2.1.1 Classificação: Activo Circulante (se vencíveis em um ano); Activo – não Circulante (caso sejam vencíveis após um ano); As contas a receber são avaliadas pelo valor líquido realizável, ou seja, pela quantia que se espera que se transforme em dinheiro. Entretanto algumas dessas contas ficam sem serem recebidas por vários motivos. Como consequência, as vendas e as contas a receber ficam super avaliadas, distorcendo as informações das demonstrações financeiras. Devido a esses fatos, a empresa deve constituir uma provisão para devedores duvidosos no montante suficiente que dê para cobrir todas as perdas a serem incursas no recebimento das contas a receber. Os objectivos a serem atingidos com a auditoria são basicamente os mesmos para os diversos valores, todavia a determinação dos procedimentos em cada um dos casos deverá ser feita de tal sorte que se obtenham resultados satisfatórios de acordo com cada uma das circunstâncias. 4 Exemplos: Duplicatas a receber por vendas, Adiantamentos concedidos a terceiros ou empregados, Cheques, notas promissórias, Impostos a recuperar (ICMS e IPI); Contas rectificadoras (provisão para devedores duvidosos, duplicatas descontadas, etc.. 2.2 Procedimentos a desenvolver para alcançar os objectivos em auditoria Almeida (2012), diz que temos que desenvolver certos processos ou procedimentos para alcançar o objectivo da auditoria a seguir. a) "CUT-OFF" das operações: Chamamos a especial atenção para este procedimento. Nenhum exame, salvo excepção, na área de Contas a Receber, poderá ser desenvolvido, com total segurança, sem que antes se faça o CORTE das operações, mediante o exame das últimas entradas e saídas. Poderemos afirmar que o "cut-off " é o ponto de partida dos demais. b) Exame da movimentação das contas e flutuações significativas: É importante o exame da movimentação das contas e análise dos saldos finais analíticos de duplicatas e outras contas a receber. Emqualquer das contas, os possíveis lançamentos anormais e flutuações significativas deverão ser investigadas. c) Listagem O auditor deverá obter junto à empresa auditada uma listagem dos saldos individuais ou a razão analítico de clientes. Será conveniente que essa listagem seja preparada por ordem de antiguidade de vencimentos, isto é, em primeiro lugar os títulos vencidos (se houver) há mais tempo, até chegar aos vencimentos futuros, mais longínquos. 5 Essa listagem é importante no sentido de ela dar uma sensibilidade ao auditor dos possíveis problemas relacionados com recebimentos de contas a receber, e ainda, possibilita a avaliação (juntamente com outros procedimentos) das probabilidades de efectivo recebimento dos títulos mais antigos. d) Circularização de duplicatas e contas a receber: Seleccionada a data base para a circularização, feito o “ cut-off ” das operações far -se-á a selecção dos clientes (e/ou devedores outros) para circularização. Com base na avaliação do sistema de controlo interno e na listagem acima mencionada, seleccione clientes para serem confirmados. A confirmação pode ser positiva ou negativa. A confirmação positiva é solicitada resposta directa ao auditor (é utilizada para clientes com o saldo alto ou quando o controle interno sobre as conta s a receber é fraco). A confirmação negativa é pedida resposta somente no caso se divergência (usada quando existir grande número de clientes com pequenos saldos e o sistema de controle interno for excelente). e) Exame das provisões constituídas e/ou necessárias Obrigatoriamente, antes de se efectuar exame da existência/suficiência dos valores provisionados, teremos que dedicar atenção à movimentação de todas as contas (a receber e as rectificadoras) no período anterior a data e também aos quadros disponíveis (“aging-list” etc). Os aspectos fiscais (IR) e as normas da Entidade deverão ser levadas em consideração na realização do exame. Caso a Entidade ofereça ao s seus clientes, descontos substanciais (descontos que interessam ao cliente) para pagamento antecipado das duplicatas (exemplo: vencimento em 30 dias com 10% de desconto), o Auditor deverá examinar a necessidade de se constituir uma Provisão para Possíveis Descontos a serem Concedidos (base de cálculo - total de duplicatas com possibilidade de liquidação a inda com o desconto). 6 f) Exame da demonstração e classificação da s contas a receber nas demonstrações contábeis As contas a receber vencidas e as que vão vencer até 360 dias serão classificadas e demonstradas no Activo Circulante. Os demais (a vencer após 360 dias) serão demonstrados no Activo Não Circulante. As contas rectificadoras (provisão para Devedores Duvidosos, etc) serão classificadas e demonstradas, destacadamente, deduzindo os valores originais. Os ónus que pesam sobre as contas a receber (contas/duplicatas dadas em garantia) deverão ser identificados nas Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis. g) Teste de Ajuste a Valor Presente: Para determinar o valor presente do Fluxo de Caixa Futuro (FCF), são requeridos: o valor do fluxo futuro, a data do referido fluxo futuro e a taxa de desconto aplicável a cada operação. Cabe ao auditor validar a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro (FCF), no curso normal de operações da entidade. Os riscos e incertezas são determinantes para a taxa de desconto, a ser utilizada a partir da data da operação. Nessa oportunidade ocorre a redução da receita de vendas, e com o passar dos dias os ajustes das reversões são contabilizados como receitas financeiras. h) Teste de Vendas: O Auditor, nesta área, trabalhará suportado nos seguintes objectivos básicos: a) Certificar-se que as normas reflectem as exigências da entidade e que está sendo seguida; b) Certificar-se que os aspectos fiscais envolvidos estão sendo integralmente observados. O universo de aspectos, situações, responsabilidades, etc., faz com que este objecto de controlo se transforme, para o Auditor, num dos mais complexos exames a realizar. 2.3 Aspectos de natureza contabilística Segundo costa (2014), as principais contas de 1ºgrau do SNC relacionadas com esta área de auditoria são as seguintes: 7 7.1-Vendas 7.2-Prestações de Serviços 4.1-Clientes 7.6 (7.6.2) Subsídios à exploração Das Contas de 2º grau do SNC, destacam-se: 4.1.1 -Clientes, conta corrente 4.1.2 - Clientes, títulos a receber 4.1.9 - Adiantamentos a clientes 4.1.8 - Clientes de Cobrança duvidosa (Perdas por Imparidade acumuladas) 4.4.3-IVA 4.1.9 - Adiantamentos por conta de vendas 7.6.3 - Rendimentos a reconhecer 6.4.1 - Perdas por Imparidade, em dívidas a receber 6.9.5-Descontos de pronto pagamento concedidos 4.1.8 -Dívidas incobráveis 7.1.5 - Iva das vendas com imposto incluído 7.1.6 - Devoluções de vendas 7.1.7 - Descontos e abatimentos em vendas 7.2.1 - Iva dos serviços com imposto incluído 7.2.6 - Descontos e abatimentos 7.4.1 -Reversões de perdas por imparidade 8 7.5 -Rendimentos Suplementares 7.6.4 -Recuperação de dívidas a receber 7.8 - Outros Rendimentos e ganhos 2.4 Âmbito das Contas De acordo com costa ( Pág. 3542014): Conta 7.1- A conta Vendas, integra as vendas, representadas, representadas pela facturação, que devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos e incidências nos casos em que nela estejam incluídos (SNC). Conta 7.2- A conta Prestação de Serviços, diz respeito aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objectivos ou finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de estes não serem facturados separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-se em facturação emitida ou em documentação externa (no caso das comissões obtidas) não deixando de registar os réditos relativamente aos quais ainda não se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes externos. Conta 4.1- A conta Clientes destina-se ao registo dos movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de serviços. Relativamente aos adiantamentos feitos à entidade por clientes há que ter em atenção se o preço não está fixado ou se, pelo contrário, está fixado. Se estivermos na presença de uma conta monetária deve-se creditar a conta 4.1.9- Adiantamentos a clientes. No caso contrário, a conta a creditar será a conta 276- Adiantamentos por conta de vendas, que é uma conta não monetária. Conta 7.6 – Regista os rendimentos, não inerente aos valores acrescentados, decorrentes de actividades que não sejam próprias dos objectivos principais da empresa. (Sistema de Contabilidade Para o Sector empresarial em Moçambique) 7.6.2 - A conta Subsídios à exploração é uma conta que inclui os subsídios relacionados com o rendimento, confirme estabelecido na NCRF 22. 9 De acordo com a NCRF 20, entende-se por rédito, o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente do curso das actividades normais de uma entidade quando esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos relacionados com contribuições de participantes no capital próprio. Os réditos provêm da venda de bens, da prestação de serviços e do uso por outros de activos da entidade que produzam juros, royalties e dividendos. O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber (líquida de descontos comerciais e de quantidades). 2.5 Objectivos de Auditoria Costa, (pág. 370, 2014) diz que depois de terminado o trabalho de auditoria nesta área, o auditor deve estar em condições de poder concluir se: 1 As políticas e os procedimentos contabilísticos e as medidas de controlo interno relacionados com esta área são apropriados e se estão, de facto, a ser aplicados. 2 Todos os réditos derivados das vendas e das prestações de serviçosestão relacionados com a actividade da empresa, respeitam efectivamente ao período, estão contrabalançados com os respectivos gastos e: a) Não estão sobreavaliados através de créditos ilícitos por via de vendas fictícias ou de serviços não prestados; b) Não estão sobreavaliados através de réditos reconhecidos no período, mas cujas vendas ou serviços prestados apenas se concretizam no período seguinte c) Não estão subavaliados através de vendas efetuadas ou serviços prestados no período, mas cujos réditos forma diferidos para o período seguinte. 3 Os descontos, abatimentos, devoluções ou outras deduções aos réditos estão adequadamente mensurados e classificados. 4 Todos os Outros rendimentos e ganhos estão relacionados com a actividade da Empresa, dizem referência ao período e estão adequadamente mensurados e classificados. 10 5 Os saldos relativos a dívidas a receber expostas no Balanço apresentam efectivamente todos os créditos legítimos da Empresa sobre terceiros e estão adequadamente mensurados e apresentados. 6 Os saldos das contas de Perdas por imparidade acumuladas são adequados, de forma a cobrir possíveis prejuízos consequentes de dívidas incobráveis. 7 Os saldos das respectivas contas de credores por acréscimos de gasto e/ou provisões são adequados de forma a ocorrerem a riscos que possam resultar de devoluções, descontos, abatimentos, bónus, garantias, etc… 8 Todas as informações pertinentes relacionadas com esta área estão adequadamente divulgadas no Anexo. 2.6 Procedimentos de Auditoria 2.6.1 Testes aos controlos Perante costa, (pág. 371-373, 2014) depois de adquirir conhecimento do sistema de controlo interno em vigor nesta área, o trabalho do auditor começa com a execução do teste aos controlos das vendas e das dívidas dos clientes a fim de poder concluir se o referido sistema é ou não credível. Posteriormente, os resultados obtidos com a realização deste teste devem ser confrontados com as conclusões que se adquiriram aquando da realização dos “cortes” de expedição e de vendas. Assim, o primeiro procedimento a realizar será obter uma análise mensal das vendas comparativa com o ano anterior, conforme se mostra no mapa de trabalho. De forma semelhante, deve proceder-se em relação às prestações de serviços Tendo como base os elementos do mapa, o auditor seleccionará um ou mais meses para efectuar o mencionado teste a fim de poder chegar ao desfecho se os valores contabilizados representam efectivamente vendas fidedignas. 11 É também vantajoso obter da parte do pessoal responsável da empresa explicações para possíveis variações verificadas, não só entre meses dentro do mesmo ano como também em relação ao período anterior (campanhas de vendas, vendas sazonais) e aos valores orçamentados para o período em causa. O teste aos controlos das vendas e das dívidas dos clientes baseia se no Diário de vendas a crédito, relativamente à facturação emitida, e no diário de operações diversas no que respeita às notas de crédito. No mapa de trabalho 100 dever se á reproduzir os respectivos lançamentos relativamente ao mês (ou meses) seleccionado para o teste. Por outro lado, e sempre que possível, com base nas cópias das facturas arquivadas na secção de facturação por ordem numérica dever-se-á adquirir uma listagem (número e valor de cada factura) e conferir o total com o valor do lançamento acima referido. Este valor, aliás, deverá também coincidir com o valor inserido no mapa de trabalho. Análise mensal das vendas, no caso de a empresa apenas efectuar venda a crédito. Com base na indicada listagem, seleccionar-se-ão as facturas que serão objecto de teste, mencionando os respectivos números no mapa de trabalho. No que se refere às notas de crédito o caminho seguir será, obrigatoriamente, similar. Em seguida, para cada uma das facturas e notas de crédito seleccionadas e na presença de todos os documentos de suporte encarados como necessários, dá-se resposta a cada uma das perguntas do teste, utilizando a seguinte simbologia: Resposta afirmativa Resposta negativa. NB: Não aplicável (a pergunta não se aplica à factura ou nota de crédito em causa). As respostas negativas deverão ser explícitas no mapa de trabalho apontando dentro de cada círculo, e por ordem sequencial, o número de cada excepção à medida que as mesmas foram surgindo. Finalmente no mapa de trabalho dever-se-á escrever um breve resumo do trabalho efetuado relatando o critério utilizando para a realização do teste e apresentando as conclusões obtidas, as quais deverão fazer referência à qualidade do sistema e à eficácia do seu funcionamento, classificando-o em bom regular ou deficiente. 12 Se o mês seleccionado para a realização deste teste não for um dos últimos do ano, e se exactamente nestes o auditor verificar um aumento anormal de rendimentos, é indispensável a realização de um outro teste suplementar, ainda que de extensão mais limitada que o anterior. Examinando globalmente as vendas, torna-se necessário proceder a uma análise detalhada dos principais produtos, comparando o valor das vendas com o respectivo custo (margem bruta), se os registos contabilísticos existentes o permitir, e obter explicações válidas e lógicas para as variações mais significativas. A análise das notas de crédito expelidas no mês seguinte àquele a que a auditoria se refere, é também um procedimento da maior importância quando se deseja assegurar que as vendas contabilizadas no período em análise são fidedignas. Na verdade, pode suceder que pelos motivos mais variados, mas não correctos, a empresa combine com determinados clientes efectuar facturação adicional comprometendo-se a aceitar no mês seguinte a respectiva devolução, emitindo a correspondente nota de crédito. Torna-se, pois, fundamental que o auditor reveja todas as operações significativas, e não só nesta área, ocorridas entre a data a que a auditoria se refere e aquela em que o seu relatório é emitido. No que respeita às restantes contas de Rendimentos o auditor deverá iniciar por obter análises mensais comparativas com os valores reais do período anterior e com os valores orçamentados para o período em causa no caso de, obviamente, existirem orçamentos. Deverão ser recebidas explicações da parte de pessoas responsáveis relativamente às variações mais significativas. Após seleccionar um ou mais meses, e dentro de cada um deles diferentes movimentos, há que verificar se os mesmos se encontram devidamente suportados com documentos credíveis, se correspondem a operações que caibam no objecto da empresa imputáveis ao período sob exame e se se encontram adequadamente classificados na demonstração de resultados. De notar que a análise dos saldos de alguns destas contas, está referida com procedimentos de auditoria efetuados ou a efectuar noutras áreas. 13 Por exemplo, o saldo da conta Trabalhos para a própria empresa pode estar referido com uma das seguintes contas: activos fixos tangíveis; activos intangíveis; Propriedades de investimento; Activos por gastos diferidos. Contudo se o saldo da conta Juros obtidos está relacionado com Meios financeiros líquidos, Investimentos financeiros e Propriedades de investimento. 2.6.2 Procedimentos Substantivos 2.6.2.1 Procedimentos básicos Para Costa, (pág. 373-375, 2014) O primeiro procedimento a efectuar com referência a todos os saldos constantes do balanço e representativos de dívidas a receber será o de averiguar se os mesmos estão de acordo com os respectivos balancetes. Casos em que tal não se verifique deverão ser objecto de investigação, seguida de eventual correcção do saldo do razão. De assinalar que o balancete de títulos a receber deve ser complementado com informações obtidas no respectivo livro de registo, com as seguintes colunas: nomes dos aceitantes, númerosdos títulos, datam de emissão e vencimento e valores. De forma similar deve ser elaborado o balancete dos títulos descontados e com a indicação do Banco onde os mesmos foram negociados. No caso de existir saldos no balanço que representem o valor líquido dos saldos devedores e credores dos balancetes torna-se essencial efectuar as respectivas reclassificações uma vez que, não é apropriado efectuar compensações de saldos, a não ser em situações imateriais. Também no que respeita à apropriada classificação ou apresentação das dívidas a receber no balanço, o auditor deve certificar se aquelas que têm vencimento para além de um ano após a data do balanço estão neste incluídas no activo não corrente, ao contrário das restantes que se expõem no activo corrente. Esta distinção é importante para efeito da determinação de rácios financeiros. 14 Continuamente, o auditor deverá aferir se todos os balancetes estão aritmeticamente correctos. No caso de balancetes muito volumosos poderá bastar efectuar, aleatoriamente, as somas de algumas folhas, tendo, porém, o especial cuidado de verificar a coincidência dos valores a transportar com os valores transportados de todas as folhas. Por outro lado, a fim de poder concluir sobre a afirmação da plenitude, o auditor deverá verificar, também por amostragem, se saldos apontados nos balancetes estão de acordo com as respectivas fichas individuais e, inversamente, seleccionadas fichas individuais, verificar se os seus saldos estão bem reflectidos nos respectivos balancetes. Não esquecer que todo este trabalho pode ser efetuado com recurso a softwares específicos de auditoria desde que seja possível aceder ao programa informático de contas correntes dos clientes utilizado pela empresa. Finalmente, no que concerne a estes procedimentos básicos há que ter em atenção duas situações que, embora não sejam muito vulgares, existem com alguma frequência. Em primeiro lugar, há empresas que ao emitirem as facturas para os clientes elaboram conjuntamente outros documentos, entre os quais os recebidos. Neste caso será logo adequado que o auditor constate, desde que executável, se a soma de todos os recibos em carteira corresponde ao saldo da conta (Clientes c/c). Em segundo lugar, há empresas que não controlam as contas correntes dos seus clientes através de fichas individuais preferindo utilizar o sistema. Nesta posição, o auditor terá necessariamente que, no último dia do período ou no primeiro dia do período seguinte, obter um balancete (ou listagem) de todas as facturas por receber à data do balanço (discriminado por clientes, números de facturas e valores) de forma a poder comparar o seu somatório com o saldo da respectiva conta de razão. No caso de existir qualquer diferença deverá a mesma ser objecto de investigação e, se persistir, dever-se-á corrigir o saldo do razão. 2.6.2.2 Procedimentos específicos: Confirmação dos saldos das dívidas a receber De acordo com (pág. 375-378, 2014) o fundamental procedimento de auditoria especificamente relacionado com esta área é o da confirmação externa dos saldos dos 15 devedores, materializada através da circularização relativamente à qual se podem colocar as seguintes quatros questões: Porque é que se faz a circulação? Quem deve ser circularizado? Quando deve ser efetuada a circularização? Como se faz a circularização? A circularização de devedores, (sejam eles clientes, sócios ou accionistas, administradores, empregados, fornecedores- que eventualmente apresentem saldo devedor em conta corrente ou por via de adiantamentos-etc.) efetuada com o objectivo de se certificar a veracidade dos saldos anunciados no balanço, é um procedimento de auditoria que podemos qualificar como sendo indispensável, mas cujo extensão só deve ser determinada depois de se conhecerem os resultados atingidos com a realização do teste aos controlos das vendas e das dívidas a receber. Embora se possa dizer que é possível concluir da adequação dos saldos de devedores através da análise das suas contas correntes e da respectiva documentação de suporte, o certo é que, em auditoria é acordado que a obtenção de prova externa predomina sempre em relação à obtenção de prova interna. A utilização de procedimentos alternativos através da obtenção de provas internas é somente aceitável como parte do processo de circularização. Se a empresa aplicar limitações ao auditor no âmbito da sua circularização, o respectivo relatório (certificado legal das contas) deve ser emitido com reservas, no caso de as situações envolvidas serem materiais. O auditor deve usar o seu bom senso profissional para decidir quais os devedores que deverão ser objecto de confirmação. Em princípio, dentro de várias contas incluídas na área das dívidas a receber, são os saldos das contas dos clientes os que mostram maior materialidade. Sendo assim, será sobre este tipo de contas que recairá a circularização, não obstante, repete-se, a possibilidade de a mesma ser feita em relação aos restantes devedores, se tal se justificar. 16 Mas, nem todos os clientes serão objecto de circularização. Coloca-se então a questão de decidir quais os clientes a circularizar. Uma vez que o objectivo principal é o da constatação da veracidade dos saldos apresentados no balanço. No entanto, além dos clientes seleccionados de forma aleatória, com saldos antigos, com saldos credores, entre outros, com o intuito de testar também os procedimentos da empresa relativamente à generalidade dos clientes. Um aspecto relevante relacionado com a circularização de clientes prende-se com a data a que a mesma se deve referir, isto é, os saldos deverão ser certificados com referência à data do balanço ou a uma data preliminar, mas, de preferência, coincidente com a data em que se efectuam as contagens físicas dos inventários, de forma a possibilitar que o auditor possa efectuar um apropriado “corte” de vendas. Tem-se como pouco aconselhável efectuar a circularização com referência a uma data preliminar, a não ser que a empresa contenha um muito bom sistema de controlo interno. Mas mesmo nos casos em que seja praticável o procedimento referido, tal data nunca deve ser anterior a dois/três meses em relação à data do balanço, uma vez que será fundamental realizar a análise profunda dos movimentos que ocorrerem durante esse período. O ideal será, que a circularização seja efetuada com referência à data do balanço. Tais como, podemos considerar aceitável que a circularização seja efetuada com referência à data de 30 de Novembro, examinando depois com bastante pormenor os movimentos ocorridos em Dezembro nas contas dos clientes circularizados. Para terminar, há que fazer referência à forma como se faz a circularização, iniciando por indicar que a mesma pode ser efetuada de forma positiva ou de forma negativa. Do ponto de vista de obtenção de prova por parte do auditor, a circularização positiva proporcional, tem muito mais garantias do que a circularização negativa, razão pela qual esta só deve ser utilizada em situações muito especiais, como, por exemplo, no caso de existirem muitos devedores cada um dos quais com saldos idênticos e, conjuntamente, a empresa possuir um muito bom sistema de controlo interno. A confirmação dos saldos dos devedores deve obrigar à prévia elaboração da justificação ou composição dos mesmos, uma vez que referir apenas o saldo não motiva 17 o devedor a responder, no caso de o referido saldo não coincidir com o dos seus registos contabilísticos. Contudo, se no caso de fornecedores que mostrem saldos devedores, é de sublinhar que muitas vezes tais saldos não têm razão de ser dado que originam de deficiente contabilização. É o que ocorre, com pagamentos efetuados a fornecedores sem anteriormente terem sido contabilizadas as facturas, com pagamentos emduplicado, com pagamentos a fornecedores estrangeiros contabilizados sem atender à correta contabilização das diferenças de câmbio, etc. Circularizar um saldo devedor nestas circunstâncias, dá uma imagem negativa do profissionalismo do auditor, razão pela qual defendemos que a composição do saldo deve ser sempre enviada. Para cada devedor objecto de circularização devem ser enviados os seguintes documentos: Carta, pedindo a confirmação do saldo devidamente assinada (ou autorizada, no caso de ser feita em papel timbrado dos auditores) por quem tiver poderes para tal; Composição do (s) saldo (s) da (s) conta (s); Minuta da carta/resposta, com indicação do (s) saldo (s), a ser remetida pelo devedor ao auditor devidamente datada, carimbada e assinada; De referir que todos estes documentos devem ser colocados num único subscrito que refira como remetente o auditor e não a empresa que está a ser auditada. Isto porque se a carta for devolvida, o auditor tem conhecimento directo de tal ocorrência. De notar ainda que em casos muito especiais (por exemplo, quando o auditor tem fundadas dúvidas quanto à veracidade das asserções da plenitude das transacções e dos acontecimentos ocorridos durante o período) pode ser mais prudente não enviar aos clientes/ devedores a composição do saldo em aberto, mas sim requerer que enviem o extracto completo da respectiva conta corrente. Nas páginas subsequentes apresentamos modelos das mencionadas cartas chamando-se a atenção para o facto de o exemplo para a primeira dizer respeito a uma confirmação de tipo positiva e o exemplo para a última se referir à circularização de uma empresa de factoring. 18 2.6.2.2.1 Circularização de Clientes Costa, (pág. 379, 2014) 19 2.6.2.2.2 Minuta da Carta/Resposta Costa, (pág. 380, 2014) 20 Costa, (pág. 381, 2014) 21 O auditor, que deverá sempre ficar com cópias das cartas e das composições enviadas aos clientes, deve inserir no correio todas as cartas da circularização. Como consequência da circularização a clientes, o auditor pode ser confrontado com três situações, a saber: obter uma resposta concordante; obter uma resposta discordante ou não obter qualquer resposta. Seguidamente vejam o trabalho a desenvolver para cada uma das situações: a) Respostas concordantes É, claramente, o caso mais fácil, limitando-se o auditor a averiguar se a resposta está datada, carimbada e assinada (não são de ponderar respostas não assinadas) e se os valores na carta- resposta não foram modificados. Logo após, arquivará num mesmo mapa de trabalho todas as respostas nestas exigências. b) Respostas discordantes Nestes casos há que adquirir do Chefe da Contabilidade a respectiva conciliação da conta (ver modelo apresentado no final deste capítulo) e averiguar a sua adequada elaboração. Provavelmente, será também imprescindível alcançar a conciliação da conta títulos a receber. Os casos mais frequentes que ocorrem como itens de conciliação são mercadorias em trânsito e pagamentos em trânsito. No primeiro caso (mercadorias em trânsito) o auditor deverá efectuar, pelo menos os seguintes procedimentos: Comprovar a ordem de compra assinada pelo cliente; Comprovar se a guia de remessa está em conformidade com a ordem de compra e se a sua data é anterior à data da circularização; Verificar o documento que justifique que a mercadoria foi recebida pelo cliente e ou a guia de remessa assinado pelo cliente, evidenciando de forma clara que a mercadoria foi remetida até à data que se refere a confirmação do saldo; Verificar se a cópia da factura está de acordo com a guia de remessa e se a sua data é anterior à data da circularização; Verificar a contabilização do custo da mercadoria vendida ou do custo da venda e o registo da saída da mercadoria na ficha de stock, assim como as respectivas datas. 22 No segundo caso (pagamentos em trânsito) há que analisar se o registo do recebimento foi executado seguidamente à data da circularização, analisando para tal o crédito na conta do cliente, o débito na conta de depósitos à ordem e, neste caso, o duplicado do talão de depósito devidamente certificado pelo Banco ou o documento emitido pelo banco no caso de transferência. Um pormenor a ter em conta é o de analisar se não é demasiado grande o lapso de tempo que medeia entre a data do pagamento informada pelo cliente e o respectivo registo por parte da empresa. c) Não obtenção de resposta Conforme foi atrás referido, a obtenção de prova externa é significativamente mais importante que a obtenção de prova interna. Deste modo, se qualquer cliente não responder à circularização dever-se-á insistir enviando um segundo e, naturalmente, terceiro pedidos. Se a ausência de resposta prosseguir, e o auditor entender que o saldo em causa é extremamente significativo, é apropriado efectuar contactos telefónicos e mesmo pessoais, com o cliente em causa, com o objectivo de se tentar obter a referida resposta, assim como deve ser feito o mesmo, nas circularizações de fornecedores. Quando, contudo, todas estas diligências resultam infrutíferas o auditor precisará efectuar procedimentos alternativos. Para tal, com base na cópia da composição do saldo que reteve nos seus papéis de trabalho, o auditor deverá começar por executar, para cada uma das facturas, um trabalho semelhante ao que foi referido no caso das mercadorias em trânsito relativamente às respostas discordantes. Este trabalho deverá ser acompanhado com a verificação das facturas que, constando da composição, foram pagas subsequentemente à data da circularização. De notar que há quem defenda que este último procedimento deve ser o primeiro a efectuar-se e que se as facturas já estiverem pagas torna-se desnecessário realizar o outro trabalho. Somos de opinião que esta forma de actuar não é correta visto que, assim sendo, não fica inequivocamente demonstrado que os créditos eram legítimos à data da circularização, mas apenas, e tão exclusivamente que eram legítimos. Por fim, resta evidenciar que o auditor deve controlar a circularização efetuada assim como os resultados obtidos com a mesma. Para isso, deverá elaborar mapas de trabalho do tipo dos indicados com os índices (pág. 382-383, 2014) 23 2.7 Análise da adequação dos saldos das Perdas por Imparidade acumuladas (pág. 385-386, 2014)Como vimos nos objectivos enunciados, pode haver a necessidade de constituir ou reforçar imparidades para ocorrer a riscos de incobrabilidade e/ou provisões para ocorrer a riscos resultantes, de entre outros, garantias a prestar a clientes, as quais, fazendo parte do saldo da conta Provisões. Na realidade, só por mero acaso, o saldo de tal conta calculado segundo o critério fiscal vai coincidir com o valor adequado para cobrir prejuízos resultantes de dívidas incobráveis. Sendo assim, perante uma imparidade calculada daquela forma, o auditor pode ter de conter uma reserva no seu relatório por duas razões: ou porque é excessiva (situação pouco habitual) ou porque é insuficiente (caso mais normal), apesar de em qualquer dos casos o seu valor possa estar dentro dos limites que a Administração Fiscal aceita para efeitos da determinação da matéria colectável. Esta é uma situação (como aliás todas as que se relacionam com provisões), que deve merecer a máxima atenção e cuidado por parte dos auditores). Vejamos então os principais procedimentos que o auditor deve realizar para poder concluir sobre a adequação (ou não adequação) do saldo da referida imparidade. É evidente que é difícil ao auditor determinar quando é que um saldo antigo é parcial (e em que percentagem) ou totalmente incobrável. Para tal é apropriado que o auditor analise, com o responsável da secção de controlo de créditos, todos os saldos que surjam nos balancetes com antiguidadesuperior ao que seria normal esperar. Nos casos em que as empresas tenham entregado processos de cobrança e advogados, torna-se imprescindível que o auditor obtenha destes, informações concretas sobre tais situações. Para isso deverão ser enviadas cartas do tipo da que se apresenta em anexo, na qual se solicitarão também informações sobre outras áreas da auditoria. As respostas obtidas dos advogados deverão ser objecto de uma análise adequada, sendo por vezes necessário solicitar-lhes esclarecimentos adicionais. 24 A análise da evolução do prazo médio de recebimentos ou de cobranças, ao longo dos últimos períodos, cuja fórmula é dada por: No que diz respeito a devoluções, descontos, abatimentos, bónus, entre outros, o auditor deve concluir da adequada contabilização dos respectivos créditos (nas contas de clientes, c/c e/ou na de credores por acréscimos de gastos), analisando ao pormenor a evolução das correspondentes contas de saldo devedor incluídas nas contas de rendimentos, realizando comparações com os saldos dos períodos anteriores e tirando conclusões sobre as tendências verificadas. É indispensável também, proceder à análise dos contratos estabelecidos com os clientes. A análise dos acontecimentos subsequentes à data do balanço, sobretudo no que se refere à emissão de notas de crédito, será também um procedimento a realizar no sentido de se atingir o objectivo em causa. 2.8 Falsas apresentações de contas a receber Para Almeida (2012), temos que prestar atenção no acto da auditoria das vendas nos seguintes Factos: 2.8.1 Reduções indevidas nas contas a receber A contabilização antecipada de recebimentos nas contas a receber de clientes, é artifício destinado a encobrir as deficiências de caixa para o giro normal, deficiências estas decorrentes de omissões de receita. As antecipações de entradas de numerário pela contabilidade, nestes casos, são feitas nos finais de períodos, para evitar temporariamente os saldos negativos de caixa nos balanços e balancetes. Trata-se de artifício ilegal, para encobrir apenas temporariamente a sonegação de receita. 2.8.2 Majoração indevida nas Contas a Receber Mediante o artifício de não baixar conta-bilmente as contas representadas por títulos, duplicatas e outros papéis a receber, ao mesmo tempo registando os novos papéis emitidos para substituir os títulos originais para prorrogação da dívida, pode-se gerar uma irrealidade contábil com os reflexos seguintes: 25 a) Aumento indevido no activo circulante para fins de créditos bancários e com fornecedores; b) Aumento do activo circulante (contas a receber) para compensar reduções ilegais do mesmo activo circulante (estoques), evitando a apresentação de falta de liquidez imediata; c) Possibilidade de aumento nas provisões para liquidação de contas activa s, dedutíveis do resultado operacional. 2.8.3 Contas a Receber - Facturamentos Fictícios Entidades audaciosas, com dificuldades de obter financiamentos, por deficiências temporárias de facturamentos, já tem praticado o artifício de emitir duplicatas e facturas representando fictícias vendas, para obtenção de lastro creditório para descontos bancários de duplicatas ou contractos de financiamentos com base em vendas a longo prazo (prestações). 2.8.4 Abonamento de Contas a Receber Artifício contábil fraudulento destinado a sonegar lucros. Pode ser praticado pelo simples abandono de parcelas, saldos ou partes de contas a receber de sócios, administradores ou seus parentes, e até mesmo de clientes. Envolve a aplicação de conhecimento técnico do profissional da contabilidade, sonegação dolosa, onde a má-fé fica patente, pois que o ato não terá outra finalidade senão a sonegação e o proveito na redução dos lucros. Raramente pode acontecer, às vezes possível, praticado pelo profissional da contabilidade, em conluio com o credor, quando o contabilista interfere na gestão de negócios. 2.9 Controlo Interno e a Área de Vendas Dentro de uma organização a área de vendas é crucial e prioritária, dado que é a base da entrada de fluxos financeiros. Dada essa importância, é uma área susceptível à existência de fraude, podendo esta ter origem interna ou externa. Dentro da organização, por envolver vendas a crédito, o registo e recebimento poderá ser efetuado de forma incorrecta, tal como em recebimentos de clientes feitos em numerário. Externo à 26 entidade, poderão ser feitos contratos ou encomendas de clientes que geram benefício ilícito ao comprador, ou mesmo a quem vende. Quando é efetuada uma venda, por exemplo, a crédito, a realização da venda não é sinónimo do recebimento efectivo, ou seja, da entrada de dinheiro. Desta forma, existe necessidade de criar processos e procedimentos que permitam controlar todo o tipo de recebimentos, bem como em tempo útil. Quanto maior o número de tipos de pagamentos disponibilizados aos clientes, maior será o número de respostas que a entidade terá que apresentar, exigindo assim a presença e cumprimento de um SCI integrado e capaz, que siga a filosofia. Desta forma, a área de vendas e contas a receber deve possuir um SCI adequado à política e estrutura de recebimentos escolhida e praticada pela entidade. Assim, segundo Pinto (2014), existem pontos específicos que devem ser respeitados e cumpridos nesta área, por serem fundamentais, onde se destacam: Na aprovação de encomendas e facturas deverá estar definida a política adoptada pela entidade quanto a vendas a crédito, isto é, o plafond atribuído e as condições de pagamento para cada cliente; Todas as facturas e notas de crédito deverão ser elaboradas por pessoas independentes das que registam as encomendas e efectuam os registos contabilísticos; Em todos os créditos emitidos deverá ser verificado o seu fundamento (devoluções, reclamações, documentos de suporte) de forma a comprovar os preços, sendo o colaborador responsável pela emissão dos mesmos diferentes do colaborador que efectua a verificação; Os recebimentos dos clientes devem ser identificados com os movimentos individuais das suas contas; Deverá ser efetuada uma análise regular ao mapa de antiguidade de saldos; As contas correntes dos clientes deverão ser revistas com regularidade, com especial atenção para os itens com maior antiguidade. 27 3 Conclusão Devido à globalização, as organizações têm vindo a manifestar um aumento na sua dimensão e complexidade, na medida que deixam de poder elas próprias controlar directamente o seu dinheiro. Neste contexto, tem ascendido a relevância da auditoria às contas como instrumento de confiança aos investidos e, por conseguinte, a responsabilidade dos revisores oficiais de contas. De tal forma que a auditoria ao sector ou departamento de vendas é relevante e indispensável, para o desenvolvimento da empresa e a credibilidade da informação, como também, para a melhoria dos factos, tendo em conta a opinião que o auditor trará e posteriormente melhores mudanças e tomadas de decisão. 28 4 Bibliografia ALMEIDA, M. C. (2012). Auditoria: Um curso moderno e completo. 8ª edição. Sã \o Paulo, Brazil. Atlas. COSTA, Carlos Batista. (2014). Auditoria Financeira: Teoria e Prática. 10ª Edição. Lisboa, Portugal. Rei dos Livros Editora. PINTO, F. (2014). Auditoria – Controlo Interno. Slides das Aulas. Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, Portugal. 29 5 Anexos 5.1 Anexo 1 programa de auditoria – rendimentos 30 5.1.1 Continuação anexo 1 31 5.2 Anexo 2 dívidas a receber 32 5.2.1 Continuação anexo 2 33 34 35
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