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1 Estudos para a residência, por: Letícia Moreira Batista. Instagram: @leticia.mbatista Neurointensivismo Neuro UTI: Delirium: Ou estado confuncional agudo A principal característica clínica é a desatenção ou incapacidade de sustentar e mudar o foco atencional. Evolução ocorre em horas ou dias, com tendência a flutuação durante o dia. Esta condição é mais comum em pacientes idosos e cerca de 30% desses pacientes apresentarão delirium durante sua hospitalização. Possíveis causas: Medicações (ppt medicações com propriedades anticolinérgicas), drogas e intoxicações, álcool, quadros vasculares agudos, doença terminal grave, distúrbios endócrinos ou eletrolíticos graves, infecções, cirurgias, trauma craniano, hipoglicemia e hiperglicemia. Fatores de risco: AVC anterior, doenças neurodegenerativas, idade avançada e prejuízo sensorial (miopia sem óculos, surdez sem aparelho). Coma: Emergência médica que pode levar a lesão irreversível Realizar uma abordagem diagnóstica e terapêutica de maneira simultânea ACLS: ABCD Manutenção da PAM e manutenção da pressão de perfusão cerebral Hipoglicemia e Wernicke devem ser uma preocupação: Bólus de 25 a 50g de glicose IV com 100mg de tiamina após a coleta de laboratório Epidemiologia: 500 casos consecutivos de coma – trabalho -65 infratentorial (40/65 infartos do tronco cerebral) -101 infarto supratentorial (44/101 IHC) - 326 disfunções cerebrais difusas ou metabólicas (149/326 intoxicação por drogas) Conclusão: Disfunção metabólica e difusa podem levar ao rebaixamento de consciência O exame neurológico no coma não fornece diretamente o diagnóstico da causa, especialmente pela limitação do mesmo, mas é extremamente necessário para guiar a investigação. 2 Estudos para a residência, por: Letícia Moreira Batista. Instagram: @leticia.mbatista O coma é definido como escala de Glasgow, sem a pupila, acima de 3 e menor ou igual a 8. Obs: A escala FOUR, é mais útil que a escala de coma de Glasgow por ser validade para todas as causas de coma e por não contar com nenhuma resposta verbal. Diagnóstico: Painel metabólico completo (glicemia é o exame mais importante) Liquor, se suspeita de meningite ou HSA. Eletroencefalograma raramente é útil, exceto em casos de status epilecticus. TC de crânio no caso de TCEM déficitis focais, quando há resposta motora assimétrica e quando suspeita-se que haja alterações neurológicas. Controle clínico: Manutenção de vias aéreas e sinais vitais, observação neurológica diária, avaliação pupilar, de movimentação ocular, de respiração e de movimentos anormais. Tipos de coma: a. Encefalopatia metabólica: difusa, bilateral dos hemisférios – o paciente sem posição de extensão ou flexão b. Lesão de mesencéfalo: Flete os braços em forma hipotônica c. Lesão da ponte: Extensão dos membros IMPORTANTE: Analisar as pupilas Pupila normal: 5-9mm Deve-se comparar uma com a outra – Anisocoria Ambas alteradas: Pupila pontiforme – Lesão da ponte Midriase bilateral ; Miose bilateral Sinais de Mau Prognostico do COMA Obs: Nenhum é patognomônico A família pergunta muito sobre o prognóstico! Dados clínicos: Estado epilético mioclônicos dentro das primeiras 24h, reflexo pupilar e corneopalpebral ausentes – gase/algodão, perto da pálpebra com reflexo de piscamento e repostas em extensão nas primeiras 72h após PCR. Laboratório: Enolase neuronal especifica – Apesar do nome, não é especifica para morte encefálica: >33ng/ml Potencial somatossenssitivo: Ausência N20 Imagem: RNM com presença de lesões isquêmicas por hipóxia Considerar se houve tratamento com hipotermia, pois ela altera o resultado de todos esses testes. Exame motor: Avaliar o tônus do paciente Resposta a estímulos dolorosos Nenhuma, flexora anormal, extensora anormal, localização anormal/retirada Evitar os termos: Descebrado/decorticado Reação a dor: No estimulo doloroso, prova-se dor no leito ungueal, pressão no globo ocular (pouco usado pois pode causar alterações cardiorrespiratórias), pressão dolorosa no externo e temporal. Hemorragia Subaracnoidea: HSA Presença de sangue no espaço subaracnóideo, o espaço liquórico e sua principal causa é a ruptura de aneurismas saculares. É uma condição grave, incomum e possivelmente fatal. Fatores de risco: Hipertensão, tabagismo, uso abusivo de álcool, uso de drogas simpaticomiméticas, como a cocaína. Idade 50-60 anos, sexo feminino, etnia afro-americana, hispânica ou japonesa, história familiar de aneurismas, doença renal policística, síndrome de Ehlers-Danlos tipo IV. Clínica: Cefaleia súbita e severa, dor em “trovoada”, frequentemente descrita como “a pior da vida”. Pode haver perda da consciência, náuseas, vômitos, rigidez de nuca, entre outros. Importante: Exame físico e neurológico, fundoscopia (pode demonstrar hemorragia intraocular), TC de crânio, se inconclusiva ou normal, faz-se punção de LCR. Exame padrão ouro: Angiotomografia digital Tratamento deve envolver: Se ruptura de aneurisma – clipagem cirúrgica ou tratamento endovascular do aneurisma identificado assim que possível, para reduzir a taxa de ressangramento. Usar ácido trexanêmico nos casos de incapacidade de fechamento precoce do aneurisma e risco importante de ressangramento. Controle pressórico intensivo, manter euvolemia, controle agressivo da hipertermia, manejo da glicemia, se anemia, transfusão de sangue. Tratamento do edema cerebral, manutenção do padrão respiratório, evitar rerruptura aneurismática e tratar vasoespasmo e alterações 3 Estudos para a residência, por: Letícia Moreira Batista. Instagram: @leticia.mbatista neurovasculares. Obs: Nimodipino oral deve ser administrado a todos os pacientes para evitar isquemia cerebral tardia. Edema cerebral: Se refere ao acúmulo patológico de água em excesso no parênquima cerebral. Pode ser vasogênico, iônico ou citotóxico, e hidrostático. a. O edema vasogênico resulta de aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica com extravasamento de proteínas, eletrólitos e água para o parênquima. É um edema que acomete principalmente a substância branca. Suas causas mais comuns são tumores, abcessos e metástases. Um AVC pode produzir edema vasogênico, além de iônico clássico. Pode ser tratado com esteroides, como a dexametasona, agentes osmóticos, como manitol ou solução salina e cirurgia descompressiva. b. Já o edema iônico ou citotóxico, decorre de lesão das membranas celulares dentro do parênquima cerebral, com desvio de liquido extracelular para o intracelular. Há ruptura da bomba de sódio- potássio e perda da autorregulação osmótica celular. A causa mais comum é isquemia cerebral. Possui poucas alternativas de tratamento, como agentes osmóticos e cirurgia descompressiva. c. Edema hidrostático ocorre pelo bloqueio da circulação liquórica e pelo extravasamento por aumento da pressão do líquor para o parênquima cerebral – transudação. Hipertensão Intracraniana: Clínica: Cefaleia, vômitos, edema de papilas Causa: Lesões expansivas localizadas com efeitos de massa: hematomas, abscessos e tumores Lesões difusas: Anóxia sistêmica ou processos inflamatórios: Edema cerebral: Aumento do volume do encéfalo Hérnia de uncus: Sinal de anisocoria Hérnia central Hérnia transtentorial Traumatismo craniano: É mais observado em homens adultos, de meia- idade, sendo o mecanismo mais comum disso quedas e acidente automobilísticos. Baixo nível socioeconômico, uso de álcool, abuso de drogas recreativas, doenças psiquiátricas subjacentes e problemas cognitivos são fatores de risco importantes. Mecanismos mais comuns são: Impacto direto, aceleração/desaceleração bruscas, lesão penetrante e ondas de choque. Há uma combinação de contusões focais e hematomas, lesões difusas de substância branca e edema cerebral. Ao exame de imagem, as contusões cerebrais são os achados mais comuns, estas são lesõeshemorrágicas corticais, em geral frontal-basal, temporal uni ou bilateral. Lesões extra-axiais podem ocorrer quando forças são distribuídas para a calota craniana e as camadas mais superficiais do cérebro, são elas: a. Hematoma epidural: Associados a lesões de vasos durais, associam-se frequentemente a fraturas cranianas. Possuem forma de lente convexa. b. Hematoma subdural: Resultam de danos a veias ponte, veias que se localizam no espaço subdural e drenam a superfície cerebral para os seios venosos. Tendem a ter forma de crescente ou côncava, e se associam com lesão cerebral subjacente. c. Hemorragia subaracnóidea: Por ruptura de vasos piais e leva a sangue nas fissuras silivanas e cisternas interpedunculares ou de hemorragia intracerebral superficial; d. Hemorragia intraventricular: Provavalmente resultado de uma lesão de vasos subependimários, ou por extensão de uma hemorragia intraparenquimatosa ou HSA. Conduta: Diagnóstico e Segmento com TC de crânio Tratamento de TCE fechado sem hematoma segue o tratamento de edema cerebral difuso, com fluidos isotônicos, evitando-se coloides. Deve-se evitar a hipotensão arterial e ventilar bem o paciente, mas evitando a hiperventilação. Recomenda-se iniciar medicações anticonvulsivantes para prevenir e tratar crises pós TCE. Profilaxia também de TEP e TVP com botas pneumáticas e de 24-48h após estabilização o uso de heparina profilática. Se necessário, drenagem liquórica. Sedação preferencialmente com propofol, pela redução do metabolismo cerebral e da PIC. Cirurgia em casos selecionados – Sangramentos extensos, efeito de massa, lesão penetrante, fraturas cranianas abertas ou com muita depressão dos tecidos, hipertensão intracraniana refratária. Exame motor: Avaliar o tônus do paciente Resposta a estímulos dolorosos Nenhuma, flexora anormal, extensora anormal, localização anormal/retirada Evitar os termos: Descebrado/decorticado Reação a dor: No estimulo doloroso, prova-se dor no leito ungueal, pressão no globo ocular (pouco usado pois pode causar alterações cardiorrespiratórias), pressão dolorosa no externo e temporal. 4 Estudos para a residência, por: Letícia Moreira Batista. Instagram: @leticia.mbatista Morte Encefálica: Em vigência a resolução de 2017 Parâmetros clínicos para o início do diagnostico Coma não perpeceptivo, ausência de realidade supraespinhal, apneia persistente, lesão encefálica de causa irreversível e capaz de causar a morte encefálica, ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica; Temperatura > 35º, saturação arterial de oxigênio >94% e PAS >= 100mmhg para adultos. Tempo de observação para que seja iniciado de diagnostico (Antes, não tinha): Hoje, no mínimo 6h. Quando a causa for encefalopatia hipoxico-isquêmica (após PCR), a observação deve ser de 24h. Intervalo mínimo entre as duas avaliações clinicas (antes, de 7 dias a 2 meses incompletos – 48h, de 2 meses a 1 ano incompleto – 24h, de 1 ano a 2 a 12h e de > 2 anos:tom incompletos: tinham que esperar 6h). Hoje: 7d a 2meses incompletos – 24h 2 meses a 24m incompletos – 12h 2 anos – 1 hora. Confirmação de morte encefálica: a) Dois exames clínicos, por médicos diferentes, especificamente capacitados para confirmar o coma não perceptivo e a ausência da função de tronco encefálico b) Um teste de apneia c) Um exame complementar que comprove a ausência de atividade encefálica. Esse exame deve comprovar a ausência de perfusão sanguínea encefálica, ou ausência do metabolismo encefálico, ou ainda, ausência de atividade elétrica encefálica. Formação dos médicos examinadores: Antes, pelo menos 1 deveria ser um neurologista, não existe mais essa obrigatoriedade. O importante hoje é provar que pelo menos 1 dos médicos tenha sido capacitado para atender esse paciente ou pelo menos 1 ano, participando de ao menos 10 avaliações de morte encefálica, ou ainda dentro das seguintes especialidades – neurologia clínica, anestesiologista, medicina intensiva, neurocirurgia ou medicina de emergência. IMPORTANTE: O médico que faz o primeiro teste é diferente do segundo e nenhum desses médicos poderá fazer parte da equipe de transplante: Já existia no outro protocolo e manteve
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