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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX Fisiologia – Prof. Luís Fernando – Aula 04 Hormônios da neuro-hipófise NEURO-HIPÓFISE Estudos baseados em experimentos clássicos em que extratos neuro- hipofisários foram administrados em animais = aumento da PA e diminuição do volume urinário Não produz os hormônios (é o hipotálamo), apenas os armazena Vasopressina = arginina-vasopressina (ADH) = hormônio antidiurético (ADH) • Efeito estimulante sobre o processo de reabsorção tubular da água Ocitocina – antagônico ao SRA e ADH • Atividade contrátil do útero de mamíferos • Eficácia na indução do parto • Substância que induz contrações rítmicas e regulares na musculatura lisa • Envolvido na natriurese – estímulo a perda de sódio na urina Hormônios responsáveis pela: • Regulação dos líquidos corporais • Homeostase hidroeletrolítica • Pressão arterial (PA) LEMBRE – SE: O sódio é o principal cátion do líquido extracelular Potássio é o principal cátion do líquido intracelular Cloreto é o principal ânion dos líquidos extracelulares Bicarbonato tem representatividade no líquido extracelular – solução tampão (regulação de desequilíbrio ácido-base) MECANISMOS ENVOLVIDOS NA REGULAÇÃO DA OSMOLALIDADE E DO VOLUME DO LEC Euvolemia/ normovolemia – estado de homeostase Osmolaridade – número de partículas osmoticamente ativas (principalmente o sódio) em um volume de solução Osmolalidade – número em massa Sinais aferentes – osmolalidade plasmáticas (Na+), volume sanguíneo e pressão sanguínea • Baroceptor detecta variação de volemia • Osmoceptores detectam a mudança de osmolaridade ➢ Receptores localizados perifericamente no SNC Respostas efetoras – comportamentais e moduladoras • Ingestão de sódio e água como comportamentais • A modulação secreta ADH, ativa SNA e SRA e secreta ANP (peptídeo 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX atrial natriurético) para realizar adaptação cardiovascular com consequente excreção renal de água e eletrólitos RELAÇÕES ANATOMOFUNCIONAIS Neuro-hipófise é dividida em 3 porções: 1. Lobo neural/ posterior • Localizado posterior à adeno- hipófise, responsável pelo armazenamento do ADH e ocitocina, com grande quantidade de terminações nervosas do trato hipotálamo-neuro-hipofisário 2. Haste hipofisária/ infundibular 3. Eminência mediana do túber cinéreo/ infundíbulo ADH e ocitocina são liberados por potenciais de ação A continuidade (integração) do sistema nervoso e a neuro-hipófise é dada pelos: • Núcleo supra-óptico (NOS) – ADH • Núcleo paraventricular (NPV) – OT ➢ Ambos localizados posteriormente ao quiasma óptico ➢ São as principais estruturas relacionadas a respostas ao desequilíbrio osmótico ➢ Neurônios magnocelulares A concentração de ADH é diferente no liquido cerebrospinal e no plasma • Ritmo circadiano próprio e independente do estado de hidratação do indivíduo • Estimulado pela acetilcolina A neuro-hipófise conta com a presença de células de origem glial – pituícitos • Nutrição e proteção dos neurônios • Contribuição no processo de secreção hormonal por retroalimentação negativa • Participação no processo de remoção dos hormônios neuro- hipofisários HORMÔNIOS NEURO-HIPOFISÁRIOS ADH e ocitocina apresentam alta homologia estrutural e são antagônicos Ambos são sintetizados pelo NOS e NPV e armazenados em grânulos Os grânulos são associados a neurofisinas (proteínas) em quantidades iguais, que protegem a liberação prematura dos hormônios • Quando os hormônios são exocitados as neurofisinas são levadas juntos = a concentração de neurofisinas no plasma equivale a taxa de secreção neuronal • As neurofisinas não possuem papel biológico Continuam armazenados até que potenciais de ação provoquem a liberação Serão secretados por exocitose – fusão da membrana granular com a neuronal • Processo dependente do influxo de cálcio Há maior produção de ADH (70%) do que de ocitocina pelos núcleos • Sendo essa produção independente Caso haja deficiência na quantidade de ADH, a ocitocina continua normal Porção parvicelular do NPV – síntese distintamente de TRH, CRH, somatostatina 3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX , substância P e ADH • CRH e ADH potencializam a secreção de ACTH HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) Manutenção da osmolalidade plasmática → balanço hídrico do organismo → equilíbrio existente entre a ingestão e eliminação de água Estimula a sede, quando: • Há aumento da osmolalidade plasmática – desidratação, exercício físico e calor ➢ Após a liberação de ADH, com a regulação da osmolaridade, a OT pode agir para eliminar o excedente • Diminuição do volume sanguíneo – hemorragias • Produtos farmacológicos – angiotensina II, acetilcolina e propranolol Os osmorreceptores percebem os estímulos e entram em comunicação com o córtex (centro da sede) e com NOS e NPV que transformam o potencial de ação O ADH age nos túbulos renais estimulando o processo de reabsorção de água do filtrado glomerular, diminuindo as perdas de água do organismo OBS: pacientes portadores de diabetes insipidus (com deficiência na secreção do ADH) apresentam um aumento brutal no volume urinário • Quando central – hipotálamo • Quando nefrogênico – atuação no rim – comum a mutação do receptor V2 A meia-vida do ADH é de 30-40 minutos – tempo necessário para observar a diurese após sua secreção ser abolida EFEITOS BIOLÓGICOS DO ADH Efeitos divididos em 3: 1. Ações renais – reabsorção de água do filtrado glomerular – interação do ADH com receptores V2 2. Ações na musculatura lisa – contração da parede arteriolar e aumento da resistência periférica – interação do ADH com receptores V1a 3. Ações na hipófise – aumenta a liberação de ACTH os corticotrofos da hipófise anterior – interação do ADH com receptores V1b 1.Ações renais: a reabsorção de água do filtrado glomerular é aumentado pela inserção de canais de água – as aquaporinas 2 (AQP2) • Elas estão presentes exclusivamente nas células principais dos ductos coletores mais profundos • O aumento do número de canais de água favorece a passagem de água, por difusão simples, da luz tubular para o interstício medular (hipertônico) = concentração de urina A porção espessa ascendente da alça de Henle realizada o transporte de cloreto pelo ADH, através do aumento da produção de AMPc • O sódio é responsável pelo gradiente eletroquímico, criado e mantido pela bomba de sódio e potássio na membrana basolateral, 4 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX que permite a passagem de cloreto pela membrana apical • A saída de cloreto da célula tubular acontece por difusão simples a favor do gradiente elétrico • Ocorre secreção de potássio, que retorna por canais específicos O ADH aumenta 3 componentes do segmento espesso ascendente da alça de Henle: 1. Reabsorção de NaCl 2. Voltagem transepitelial 3. Secreção de potássio O ADH contribui para o mecanismo de multiplicação por contracorrente, levando a contribuição de 2 mecanismos: 1. Hipertonicidade da medula renal 2. Diluição do líquido intratubular ➢ Condições essenciais para que ocorra reabsorção de água nos ductos coletores 2.Ações na musculatura lisa arteriolar: mesmo em concentrações fisiológicas o ADH apresenta efeito vasoconstritor, porém pouco observado devido a rápida resposta reflexa cardiovascular • Choque hipovolêmico REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE ADH Osmolaridade plasmática – a infusão de salina concentrada leva ao aumento progressivo da osmolaridade e da concentração plasmática de ADH • 280 a 3000mOsm/kg é o limiar osmóticode secreção de ADH, acima do qual alterações da osmolaridade levam a alterações concomitantes na secreção de ADH e do volume plasmático • A sensibilidade do sistema pode ser alterada, devido modificações do volume plasmático e da PA • Relação direta entre a concentração plasmática de ADH e osmolaridade urinária Ativação de osmorreceptores – estimulados por alterações no seu conteúdo de água/ pressão osmótica • Localizados no órgão subfornical, no vasculoso da lâmina terminal (OVLT) e na área postrema • Ativados pelo efluxo de água das células, devido ao aumento da osmolaridade plasmática, levando a deformação estrutural das células (perca de volume), com consequente aumento da frequência de disparo de potenciais de ação, que é proporcional ao grau de desidratação • Esses potenciais de ação atingem o NOS e NPV, que aumentam o número de potenciais de ação por unidade de tempo, resultando na maior secreção de ADH • A sensibilidade dos osmorreceptores é diferente para todos os solutos do plasma • Alta sensibilidade ao sódio • Baixa sensibilidade a glicose e ureia Osmorreceptores periféricos – regiões estratégicas, como a veia porta- hepática, o trato gastrointestinal e a faringe-esofaringe, que permite a detecção precoce do impacto osmótico dos alimentos e fluidos ingeridos (ex: álcool) Volume e pressão arterial – mecanorreceptores/ receptores de 5 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed - TXIX estiramento atriais do átrio esquerdo, que levam a diminuição dos níveis de ADH • Contribuem para a regulação do volume sanguíneo via ADH, mas NÃO representam o mecanismo mais importante • Esses receptores de estiramento e os barorreceptores aórticos carotídeos exercem inibição tônica sobre a liberação de ADH, semelhante ao controle da PA • Hipovolemia gera aumento do ADH pelo menor tônus inibitório Integração dos sinais osmóticos e de volume na regulação da secreção de ADH – explicadas pela hipo e hipervolemia • Na hipovolemia a osmolaridade plasmática normal não é capaz de ativar o mecanismo de secreção de ADH, passando a induzir a secreção com estímulos menores – valores menores que 280 • Na hipervolemia o limiar osmótico aumenta, deslocando para a direita – valores maiores que 280 ➢ Caso o limiar seja novamente reestabelecido a secreção de ADH pode ser totalmente suprimida Sistema renina-angiotensina – angiotensina II como agente estimulante na liberação de ADH • Devido a hipovolemia o SRA é ativado, aumento as concentrações de ANG II e de ADH • Estenose da artéria renal e ativação simpática também aumentam a secreção de ADH Náusea – estimula a liberação de ADH • Ativação do centro do vômito (área postrema) conectada ao NOS e NPV • Morfina e nicotina • A sobrecarga hídrica pode mascarar esse efeito Estresse – dor, estresse emocional e exercício físico podem aumentar a secreção de ADH Glicocorticoides – modulam a secreção de ADH, exercendo efeito inibitório Hipóxia – estimula a liberação de ADH quando associada a náuseas e/ou hipotensão • Ação indireta AÇÕES DA OCITOCINA Natriurese – parte dessas ações é via NO (oxido nítrico), o qual aumenta o GMPc e com isso fecha canais de sódio na membrana luminal das células renais, excretando o sódio Ejeção do leite – contração das células mioepiteliais Contração uterina – aumento do número de canais de sódio no sarcolema e aumento do cálcio intracelular Seus receptores renais estão presentes no ramo fino da alça de Henle e mácula densa Atua em situação de hipertensão Diminui a ingestão de sal (apetite ao sódio)
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