Buscar

Anais do 23º Congresso Nacional do Ministério Público: Ministério Público e a defesa dos direitos fundamentais: foco na efetividade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 1106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 1106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 1106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TESES 
CÍVEL E ESPECIALIZADA______________________________________12 
 
APLICAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER 
ANTECEDENTE (ART. 303 E SS. DO CPC/15) NAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS, 
INCLUSIVE NA DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO 
AUTOR: ROGÉRIO RUDINIKI NETO___________________________________________13 
 
ALIENAÇÃO PARENTAL, OS PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA E A ATUAÇÃO 
RESOLUTIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTORES: LAURO FRANCISCO DA SILVA FREITAS JÚNIOR E ALEXANDRE 
MARCUS FONSECA TOURINHO______________________________________________22 
 
A LEI DO SINASE (LEI 12.594 DE 2012), UNIFICAÇÃO DE MEDIDAS 
SOCIOEDUCATIVAS E O PRINCÍPIO DA SUBSUNÇÃO (ABSORÇÃO LÓGICA DE 
UMA MEDIDA POR OUTRA) 
AUTOR: EPAMINONDAS DA COSTA__________________________________________33 
 
A EFETIVIDADE DA RESPONSABILIZAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA POR ATOS 
LESIVOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
AUTOR: RAFEAL PEREIRA_______________________________________________48 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPRESCINDIBILIDADE DA ATUAÇÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO NO SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO 
AUTORES: ALAN AYALA DA SILVA, WILSON JOSÉ GALHEIRA E SAMIA SAAD 
GALLOTTI BONAVIDES_____________________________________________________ 57 
 
A DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA NA AÇÃO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA 
AUTORA: FABIANA LEMES ZAMALLOA DO PRADO____________________________65 
 
ATUAÇÃO INTEGRADA DO SISTEMA DE JUSTIÇA E DA ACADEMIA NA DEFESA 
DO MEIO AMBIENTE – IMPLANTAÇÃO DA REDE DE MEDIDORES DE QUALIDADE 
DO AR NO ESTADO DO ACRE 
SUMÁRIO 
 
 
AUTORES: CÁSSIA NOGUEIRA LIMA, GETÚLIO BARBOSA DE ANDRADE E 
PATRÍCIA DE AMORIM RÊGO______________________________________________ 82 
 
IMPROPRIEDADE DA INSTAURAÇÃO DA “AÇÃO DE ACOLHIMENTO” OU “AÇÃO 
DE MEDIDA DE PROTEÇÃO”, PARA FINS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL 
EMERGENCIAL 
AUTOR: EPAMINONDAS DA COSTA _______________________________________ 94 
 
ART. 19-B DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8.069/90): 
POSSIBILIDADE DE ADOÇÃO POR PADRINHOS E DE APADRINHAMENTO POR 
PESSOAS HABILITADAS À ADOÇÃO 
AUTORAS: FERNANDA NAGL GARCEZ, MABIANE CZARNOBAI MESSAGE E 
MARILDA SCALON RODRIGUES ___________________________________________ 98 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO COMO REDE DE APOIO DAS CRIANÇAS FILHAS DE 
PRESAS: COMO APROXIMAR OS ARTIGOS 127 E 227 DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL 
AUTORA: VIVIANE ALVES SANTOS SILVA _________________________________ 107 
 
A APLICAÇÃO DA TEORIA DA ACTIO NATA ÀS AÇÕES DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA 
AUTOR: MARCUS PAULO QUEIROZ MACÊDO _____________________________ 117 
 
FUNDAMENTOS E DIRETRIZES PARA A DESTINAÇÃO ALTERNATIVA DE VERBAS 
PECUNIÁRIAS (CY-PRÈS) EM TERMOS DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA 
CELEBRADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTOR: ROGÉRIO RUDINIKI NETO _______________________________________ 128 
 
O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA REPARAÇÃO DOS DANOS SOCIAIS 
PROVOCADOS POR DESASTRES TECNOLÓGICOS 
AUTOR: GUILHERME DE SÁ MENEGHIN __________________________________142 
 
DOS PRECEDENTES VINCULANTES FIXADOS EM RECURSOS ESPECIAIS AVULSOS 
AUTORA: SAMIA SAAD GALLOTTI BONAVIDES__________________________ 153 
 
MEDIAÇÃO ESCOLAR NUM CONTEXTO TRANSVERSAL DE PROPOSTA 
EDUCACIONAL 
AUTORA: TEREZINHA ANTÔNIA DE ALBUQUERQUE GOMES ______________162 
 
DISCURSO DE ÓDIO E CAMINHOS PARA A EFETIVIDADE DA TUTELA DE 
DIREITOS HUMANOS NO ESPAÇO CIBERNÉTICO 
AUTOR: MOACIR SILVA DO NASCIMENTO JÚNIOR _______________________ 180 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA EM AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: 
UMA RELEITURA DO PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE 
PÚBLICO 
AUTOR: RODRIGO MONTEIRO DA SILVA _________________________________195 
 
TORTURA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA POR VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES _____________________________________212 
 
 
 
BOLETIM DE OCORRÊNCIA DE FATOS ATÍPICOS E A CRIAÇÃO DE NÚCLEOS DE 
MEDIAÇÃO NA POLÍCIA JUDICIÁRIA 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES________________________________________229 
 
O DIREITO FUNDAMENTAL À PROBIDADE ADMINISTRATIVA E A REDUÇÃO 
SALARIAL EM AFASTAMENTO CAUTELAR DO AGENTE PÚBLICO 
AUTORES: NIRVANA CAMPOS FREITAS DE MOURA E ORIANE GRACIANI DE 
SOUZA ___________________________________________________________________244 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS ARQUIVÍSTICAS E A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: 
DEFESA DA GESTÃO DOCUMENTAL, DA INTEGRIDADE E DA MEMÓRIA 
AUTOR: SÉRGIO REIS COELHO ____________________________________________ 261 
 
TIPOLOGIA: UMA ALTERNATIVA PARA A RESOLUTIVIDADE NO COMBATE À 
CORRUPÇÃO/ AUTOR: LUCIANO TAQUES GHIGNONE E MARIA CLARA 
MENDONÇA PERIM ______________________________________________________ 274 
 
SUFRÁGIO DIRETO NA ESCOLHA DE CONSELHEIROS TUTELARES: EMBARAÇOS 
LEGAIS E MATERIAIS E ALTERNATIVAS VIÁVEIS 
AUTOR: EPAMINONDAS DA COSTA _______________________________________290 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO E OS FUNDOS DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA: 
OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEMBRO E DA PRÓPRIA INSTITUIÇÃO DE 
PROMOVER SUA REGULARIZAÇÃO, INCLUSIVE PARA RECEBIMENTO DE 
DOAÇÕES SUBSIDIADAS PELO IMPOSTO DE RENDA 
AUTOR: FLÁVIO TEIXEIRA DE ABREU JÚNIOR ______________________________296 
 
PROTEU E A METAMORFOSE DA CORRUPÇÃO AMBIENTAL 
AUTORA: PRISCILA DA MATA CAVALCANTE ______________________________ 312 
 
FISCALIZAÇÃO PREVENTIVA E PROATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – FOCO 
NAS PUBLICAÇÕES PÚBLICAS, EM DEFESA DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA 
AUTORES: DANIEL HENRIQUE QUEIROZ DE AZEVEDO, BRUNO BECKEMBAUER 
SANCHES E FRANKLIN LOBATO PRADO____________________________________325 
 
O EXERCÍCIO DO CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE PELO MEMBRO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTOR: THIMOTIE ARAGON HEEMANN ___________________________________339 
 
MULTAS DECORRENTES DA PRÁTICA DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
PREVISTAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
AUTOR: MOACIR SILVA DO NASCIMENTO JÚNIOR_________________________353 
 
A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA COMO FERRAMENTA DE EFICÁCIA SOCIAL 
NO FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS NÃO RELACIONADOS NO SUS AOS 
INDIVÍDUOS HIPERVULNERÁVEIS 
AUTOR: ELTON OLIVEIRA AMARAL ______________________________________ 363 
 
 
 
CRIMINAL___________________________________________________372 
A NULIDADE DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO CRIMINAL SEM A PRESENÇA DO 
MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTOR: GUSTAVO HENRIQUE HOLANDA DIAS KERSHAW__________________373 
 
UMA DEFESA DA ATUAÇÃO DO PROMOTOR DE JUSTIÇA CRIMINAL, 
ENQUANTO AGENTE POLÍTICO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL 
AUTOR: SALOMÃO ISMAIL FILHO _________________________________________380 
 
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA PARA FINS DE 
REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 AUTORES: DINALVA SOUZA DE OLIVEIRA E MARCOS GIOVANE ÁRTICO ___386 
 
CRIMES DE TRÂNSITO COM CULPA CONSCIENTE JUSTIFICAM ESFORÇOS DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A MUDANÇA DAS LEIS 
 AUTOR: CALIXTO OLIVEIRA SOUZA__________________________________398 
 
A (A)TIPICIDADE DO PORTE DE ARMA INCAPACITADA E DO PORTE DE 
MUNIÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA BRASILEIRA 
AUTORES: ALFREDO PINHEIRO MARTINS NETO E NATÁLIA SILVEIRA 
SARMENTO_______________________________________________________________408 
 
MORTES VIOLENTAS DE MULHERES: DESAFIOS DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO NO COMBATE AO CRIME DE FEMINICÍDIO. 
AUTORAS: MARIANA DIAS MARIANO; MARIANA SEIFERT BAZZO ; ROBERTA 
FRANCO MASSA; SUSANA BROGLIA FEITOSA DE LACERDA E TICIANE LOUISE 
SANTANA PEREIRA_______________________________________________________ 417 
 
DO SILÊNCIO DO RÉU PERANTE OS JULGAMENTOS DO TRIBUNAL DO JÚRI: O 
MINISTÉRIO PÚBLICO NA DEFESA DO DIREITO FUNDAMENTAL DO RÉU A UM 
JULGAMENTO JUSTO. 
AUTOR: JEFFERSON MARQUES COSTA ____________________________________ 432 
 
DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA O AJUIZAMENTO DA 
REVISÃO CRIMINAL, PÓS 1988: ANÁLISE CRÍTICA DO PAPEL DO PROMOTOR DE 
JUSTIÇA ENQUANTO DEFENSOR DA ORDEM JURÍDICA 
AUTOR: JOSÉ DA COSTA SOARES __________________________________________437 
 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA DEFESA DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS: A PROTEÇÃO DA CRIANÇAE A VIGÊNCIA DO ART. 217-A DO 
CÓDIGO PENAL 
AUTORA: CLÁUDIA TÜRNER P. DUARTE ___________________________________440 
 
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA COMO ELEMENTO DE PROVA 
AUTORA: MARCELLE RODRIGUES DA COSTA E FARIA_____________________ 449 
 
A LEGÍTIMA DEFESA ANTECIPADA E SUA (IN)ACEITAÇÃO PERANTE O 
TRIBUNAL DO JÚRI 
AUTOR: RODRIGO MONTEIRO DA SILVA _________________________________ 468 
 
 
 
O CONTROLE DA FUNDAMENTAÇÃO JUDICIAL DO PROCEDIMENTO 
DOSIMÉTRICO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO: NECESSIDADE DE CONSIDERAÇÃO 
DO GRAU DE MANIFESTAÇÃO CONCRETA DAS ELEMENTARES DO TIPO PENAL 
COMO FUNDAMENTO IDÔNEO PARA A EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE NA 
PRIMEIRA FASE DO PROCEDIMENTO DOSIMÉTRICO 
AUTORES: MATEUS SLEIMAN CASTRIANI QUIRINO E FRANCISCO DE ASSIS 
MACHADO CARDOSO ______________________________________________________484 
 
O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO E A OITIVA DE IDOSOS NO SISTEMA JUDICIAL 
CRIMINAL BRASILEIRO 
AUTORES: LAURO FRANCISCO DA SILVA FREITAS JUNIOR E ALEXANDRE 
MARCUS FONSECA TOURINHO _____________________________________________492 
 
TORTURA E EXCLUSÃO PROBATÓRIA 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________506 
 
A APURAÇÃO DE TORTURA EM AMBIENTE PRISIONAL E O PAPEL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES________________________________________ 522 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO E INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DEFENSIVA: DESAFIOS E 
ALGUMAS PROPOSTAS 
AUTOR: MARCUS VINÍCIUS AMORIM DE OLIVEIRA________________________ _539 
 
PLURALIDADE DE MORTES NO CRIME DE LATROCÍNIO E A IMPUTAÇÃO 
CRIMINOSA 
AUTORA: RUTH ARAÚJO VIANA ___________________________________________552 
 
O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL E O POSTULADO DA 
OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL. 
AUTOR: SAULO JERÔNIMO LEITE BARBOSA DE ALMEIDA__________________ 567 
 
DA NECESSIDADE DE REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL PARA A EXTINÇÃO 
DA PUNIBILIDADE NOS CRIMES AMBIENTAIS 
 AUTORES: MARCOS GIOVANE ÁRTICO E DINALVA SOUZA DE OLIVEIRA ___ 577 
 
A TATUAGEM COMO LINGUAGEM NÃO VERBAL NO TRIBUNAL DO JÚRI. (MPPE-
PE) 
 AUTORA: ROSEMARY SOUTO MAIOR DE ALMEIDA________________________593 
 
A PRONÚNCIA COMO LIMITE À DECISÃO DOS JURADOS MANIFESTAMENTE 
CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS 
AUTOR: RAFAEL SCHWEZ KURKOWSKI___________________________________602 
 
A UTILIZAÇÃO DO INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA COMO 
ALTERNATIVA PARA OBTENÇÃO DE PERSECUÇÃO PENAL TEMPESTIVA E EFETIVA 
EM PROCESSOS CRIMINAIS QUE APURAM VULTUOSOS DESVIOS DE VERBAS 
PÚBLICAS 
AUTORA: LETICIA LEMGRUBER FRANCISCHETTO________________________609 
 
 
 
AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA SUPRIR OMISSÃO DE SENTENÇA 
CRIMINAL 
AUTOR: VILSON FARIAS____________________________________________________627 
 
AS PRÁTICAS RESTAURATIVAS COMO ALTERNATIVA AO PROCESSO PENAL: DA 
PROPOSTA DE RESSIGNIFICAÇÃO DO CASO PENAL A UMA NECESSÁRIA 
CONCRETIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ULTIMA RATIO R 
AUTORES: SAMIA SAAD GALLOTTI BONAVIDES E MÁRIO EDSON PASSERINO 
FISCHER DA SILVA_________________________________________________________653 
 
DIR. FUNDAMENTAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS_________________666 
 
A REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA URBANA MEDIANTE IMPLEMENTAÇÃO DE 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE DIREITO URBANÍSTICO 
AUTORA: ORIANE GRACIANI DE SOUZA___________________________________667 
 
O ESTATUTO DA FAMÍLIA, SEUS ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E O PAPEL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO NA DEFESA DOS PRINCÍPIOS, DAS GARANTIAS E 
DIREITOS FUNDAMENTAIS: UM ESTUDO DE CASO 
AUTORAS: SAMMY BARBOSA LOPES E PATRÍCIA DE AMORIM RÊGO_________682 
 
ORDENAMENTO DO ESPAÇO URBANO: EFETIVIDADE NA TUTELA DIFUSA DO 
DIREITO FUNDAMENTAL À SEGURANÇA PÚBLICA 
AUTORA: ALICE DE ALMEIDA FREIRE _____________________________________699 
 
A NECESSIDADE DE CONTROLE EXTERNO DA INFRAESTRUTURA VIÁRIA PELO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. 
AUTOR: CÁSSIO MATTOS HONORATO____________________________________715 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO E O SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS 
HUMANOS: A SENTENÇA DO CASO FAVELA DE NOVA BRASÍLIA 
AUTORA: ELIANE DE LIMA PEREIRA ______________________________________729 
 
IMPORTÂNCIA NA APLICAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA 
COMUNICAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
AUTOR: FABIANO MORAIS DE HOLANDA BELTRÃO ______________________742 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA ELABORAÇÃO DO PLANO 
MUNICIPAL PELA PRIMEIRA INFÂNCIA 
AUTORA: LUCIANA PEREIRA GRUMBACH CARVALHO ____________________752 
 
 NOVOS HORIZONTES PARA O CONTROLE EXTERNO DA POLÍCIA 
 AUTORA: CLÁUDIA TÜRNER P. DUARTE _________________________________ 762 
A DIGNIDADE HUMANA DAS VÍTIMAS DA CRIMINALIDADE COMO 
FUNDAMENTO DAS OBRIGAÇÕES POSITIVAS DO ESTADO BRASILEIRO À 
MARGEM DE TRÊS DÉCADAS DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO EM 
FACE DO ART. 245 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 AUTOR: KLEDSON DIONYSIO DE OLIVEIRA _______________________________780 
 
 
 
DESMILITARIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL: GESTÃO, TRANSPORTE DE 
PRESOS, REVISTAS E GERENCIAMENTO DE CONFLITOS PELA POLÍCIA MILITAR 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________797 
 
PROGRAMA DE PREVENÇÃO A ROUBOS DE PASSAGEIROS NO TRANSPORTE 
PÚBLICO COLETIVO URBANO 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________809 
 
A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA DEFESA DOS 
DIREITOS FUNDAMENTAIS DE FAMILIARES DE PESSOAS DESAPARECIDAS – 
CORPOS IDENTIFICADOS E “NÃO RECLAMADOS” 
AUTORA: FERNANDA NICOLAU LEANDRO TERCIOTTI _____________________831 
 
ATUAÇÃO DIALÓGICA: CAMINHO PARA EFETIVAÇÃO DO CARÁTER DE 
AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E INFLUENCIADOR /INDUTOR DE 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
AUTORA: SELMA MAGDA PEREIRA BARBOSA BARRETO_____________________845 
 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA EFETIVAÇÃO DE POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA MELHORIAS NA ÁREA DE SEGURANÇA PÚBLICA COMO 
PROTEÇÃO DO BEM FUNDAMENTAL DA VIDA 
AUTOR: EDUARDO JOSÉ FALESI DO NASCIMENTO __________________________853 
 
A BANALIZAÇÃO DA CONCEPÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS E A 
DESESTRUTURAÇÃO DE SUA EXIGIBILIDADE 
AUTORA: LUDMILA DE PAULA CASTRO SILVA _____________________________865 
 
O CONTROLE EXTERNO E A GARANTIA DA EFETIVIDADE DAS POLÍTICAS DE 
SEGURANÇA PÚBLICA: O CASO DO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO 
AUTORES: BRÁULIO GREGÓRIO CAMILO SILVA E ANDRÉA RODRIGUES ' 
AMIN___________________________________________________________________________879 
 POLÍTICA INS E ADMINISTRATIVA___________________________892 
 
A INTEGRAÇÃO DAS CORREGEDORIAS-GERAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO 
ESFORÇO INSTITUCIONAL POR RESOLUTIVIDADE 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________893 
 
SETORIZAÇÃO E CONVERGÊNCIA ESTRUTURAL COMO FATORES DE 
IMPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA NO MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________913 
 
CONTROLE CONCENTRADO E CONTROLE DIFUSO: MODALIDADES EFETIVAS 
DO CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________931 
 
A REGULAÇÃO LEGISLATIVA DO CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE 
POLICIAL 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________943 
 
PROGRAMA DE ALINHAMENTO (E ENGAJAMENTO) DOS MEMBROS 
ADMINISTRATIVOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________958 
 
A SEMESTRALIDADE DAS VISITAS ORDINÁRIAS NAS UNIDADES POLICIAIS PELO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________975 
 
REVISÃO E VALORIZAÇÃO DAS PROMOTORIAS CRIMINAIS 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES_________________________________________988 
 
A INCONSTITUCIONALIDADE DA RECUSA DE PROMOTOR MAIS ANTIGO NA 
MOVIMENTAÇÃO FUNCIONAL POR REMOÇÃO 
AUTOR: JOÃO GASPAR RODRIGUES________________________________________1002 
 
OS ENCARGOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DIANTE DA SUA MISSÃO 
CONSTITUCIONAL: REFLEXÕES E PROPOSTA PARA UMA DISTRIBUIÇÃO MAIS 
EQUILIBRADA DAS MÚLTIPLAS ATRIBUIÇÕES DOS SEUS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO 
AUTORES: MURILO CEZAR SOARES E SILVA E WILLIAN BUCHMANN _______1012 
 
OFERECIMENTO DOS CARGOS VAGOS DOS MEMBROSDO MP: 
DISCRICIONARIEDADE OU DEVER LEGAL? UMA REFLEXÃO SOBRE O ART. 62 DA 
LEI 8.625/1993” 
AUTOR: SALOMÃO ISMAIL FILHO _________________________________________1027 
 
ATENDIMENTO AO PÚBLICO COMO EXERCÍCIO DA CIDADANIA 
AUTOR: JANINE BORGES SOARES _________________________________________1033 
 
CONTROLE DE JURIDICIDADE DA REMOÇÃO INTERNA 
 AUTOR: FREDERICO AUGUSTO DE OLIVEIRA SANTOS______________________1042 
TRABALHOS SETORIAIS 
AUTOCOMPOSIÇÃO, MEDIAÇÃO E RESOLUTIVIDADE________1059 
 
A ATUAÇÃO PREVENTIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO NA SITUAÇÃO 
DE CALAMIDADE PÚBLICA DOS BAIRROS DO PINHEIRO, BEBEDOURO E MUTANGE, 
EM MACEIÓ/ALAGOAS 
AUTOR: NATÁLIE CAROLINE DA SILVA, MARILIA RIBEIRO BARROS E 
ROSEMEIRE LOPES DE LOBO FERREIRA_____________________________________1060 
 
DIALOGANDO NAS EMPRESAS 
AUTORA: LUCY ANTONELI DOMINGOS ARAUJO GABRIEL DA ROCHA______1062 
 
POLÍCIA MILITAR – CAPACITAR PARA SERVIR – UMA VIA DE MÃO DUPLA 
AUTORA: LUANA AZERÊDO ALVES _______________________________________1065 
 
CICLOS DE PESQUISA-AÇÃO E DE POLÍTICAS PÚBLICAS: O QUE O MINISTÉRIO 
PÚBLICO TEM A APRENDER COM A PESQUISA E A POLÍTICA PARA EFETIVAR 
DIREITOS SOCIAIS 
AUTOR: LEONARDO SEIXLACK SILVA _____________________________________1067 
 
 
 
CARNAVAL DE RUA E SEGURANÇA PÚBLICA – CONSTRUÇÃO DE UMA 
CULTURA DE INTEGRAÇÃO E PREVENÇÃO 
AUTORA: ANDRÉA RODRIGUES AMIN_____________________________________1069 
MINISTÉRIO PÚBLICO COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: PROJETO 
“PRESENTE, PROFESSOR!” COMO ESPAÇO DEMOCRÁTICO DE DIÁLOGO COM A 
COMUNIDADE ESCOLAR E COMO FORMA DE COMBATER A EVASÃO DE 
ESTUDANTES COM A COLABORAÇÃO DA SOCIEDADE E ATRAVÉS DO 
DIRECIONAMENTO DE TRANSAÇÕES PENAIS – PREMIAÇÃO PARA AS TRÊS 
ESCOLAS PÚBLICAS COM OS MELHORES ÍNDICES DE FREQUÊNCIA ESCOLAR EM 
CADA MÊS E PREMIAÇÃO PARA ESTUDANTES QUE SE DESTACAREM NAS 
DISCIPLINAS ESCOLARES, NAS COMPETIÇÕES ESPORTIVAS E NAS 
MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS. 
AUTOR: MÁRCIO FERNANDO MAGALHÃES FRANCA______________________1071 
 
PROJETO REVIVER 
AUTORES: JOSÉLIA LEONTINA DE BARROS LOPES E ERICK RICARDO DE SOUZA 
FERNANDES _____________________________________________________________1073 
 
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO BEM VIVER NO MPPI 
AUTORAS: CLÉIA CRISTINA PEREIRA DE JANUÁRIO FERNANDES 
E FABRÍCIA BARBOSA DE OLIVEIRA______________________________1075 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E EFETIVIDADE__________________1077 
 
CONCLUSÃO E FUNCIONAMENTO DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO 
PROINFÂNCIA EM CRISTALINA-GO 
AUTORA: ANDREA BEATRIZ RODRIGUES DE BARCELOS_____________________1078 
 
PRIMEIRA INFÂNCIA PLENA NAS AVERIGUAÇÕES OFICIOSAS DE PATERNIDADE 
AUTORA: VIVIANE ALVES SANTOS SILVA__________________________________1080 
 
CONSELHO TUTELAR SEM DIVISAS – AGINDO LOCALMENTE, PENSANDO 
GLOBALMENTE 
AUTORES: LUDMILLA EVELIN DE FARIA SANT’ANA CARDOSO E ADRIANO 
BARROZO DA SILVA_______________________________________________________1082 
 
CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA – 
ABORDANDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA SALA DE AULA 
AUTORA: LUCIANA FERNANDES DE FREITAS_______________________________1084 
 
DE MÃOS DADAS : VISIBILIDADE PARA TODOS E TODAS 
AUTORA: ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO __________________________1086 
 
MPES GARANTINDO DIREITOS FUNDAMENTAIS POR MEIO DA 
TRANSPARÊNCIA E DOS METADADOS: UMA EXPERIÊNCIA COM PAINÉIS DE BI 
AUTORA: LUCIANA GOMES FERREIRA DE ANDRADE ______________________1088 
 
A ADOÇÃO CONJUNTA DE IRMÃOS E A EXCEPCIONALIDADE DE SOLUÇÃO 
DIVERSA 
 
 
 
 
AUTORA: LUDMILA DE PAULA CASTRO SILVA ____________________________1090 
 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES: 
CONSCIENTIZAR E PREVENIR 
AUTOR: SALOMÃO ISMAIL FILHO_________________________________________1092 
 
INVESTIGAÇÃO E COMBATE À CORRUPÇÃO E AO CRIME 
ORGANIZADO______________________________________________1094 
 
RETENÇÃO LIMINAR DE REMUNERAÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS 
EM AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
AUTOR: RODRIGO MONTEIRO DA SILVA___________________________________1095 
 
A MEDIDA CAUTELAR DE PROTESTO COMO FORMA DE INTERRUPÇÃO DA 
PRESCRIÇÃO EM AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
AUTOR: RODRIGO MONTEIRO DA SILVA___________________________________1097 
 
ALIENAÇÃO ANTECIPADA DE BENS EM PROCESSOS DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA: NECESSÁRIO INSTRUMENTO DE EFETIVIDADE DA 
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL 
AUTOR: RODRIGO MONTEIRO DA SILVA__________________________________1099 
 
MONITORAMENTO E REPRESSÃO DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
PRATICADAS NO ESPAÇO CIBERNÉTICO 
AUTOR: MOACIR SILVA DO NASCIMENTO JÚNIOR ________________________1101 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) – ANÁLISE ESTATÍSTICA, 
ROTEIROS DE ATUAÇÃO E RESULTADOS PRELIMINARES NO ÂMBITO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS (2017-2019) 
AUTOR: LUCAS CÉSAR COSTA FERREIRA_________________________________1103 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese dogmática: aborda-se o tema da possibilidade de utilização da tutela 
antecipada requerida em caráter antecedente no âmbito processo coletivo. Analisamos as 
interações entre o código de processo civil e o microssistema de tutela coletiva, bem como a 
viabilidade de utilização deste instrumento pelo Ministério Público. 
 
1.Microssistema brasileiro de processos coletivos (introdução) 
A tutela jurisdicional de direitos difusos e coletivos encontra-se dentro da 
―segunda onda renovatória de acesso à justiça‖ na tipologia proposta por Mauro Cappelletti e 
Bryant Garth, precedida pela assistência judiciária gratuita para os pobres (―primeira onda‖) e 
sucedida pelo enfoque aos meios alternativos de solução de controvérsias, tais como a 
arbitragem, a conciliação e os juizados de pequenas causas, que formam a chamada ―terceira 
onda‖.
1
 Como é evidente, tal como ocorre com as gerações (dimensões) de direitos 
fundamentais, uma onda de acesso à justiça não anula sua antecessora. As ―ondas‖ são, em 
verdade, fenômenos que devem se manifestar concomitantemente dentro de um efetivo 
sistema de tutela de direitos. 
Uma ação é considerada coletiva quando se analisa a dimensão do seu objeto 
litigioso. Do ponto de vista legal, o Brasil possui uma série de diplomas que tratam de facetas 
do processo coletivo, como a Ação Popular (regrada pela Lei 4.717/65, tratando-se de direito 
fundamental consagrado no art. 5.º, LXXXIII, da Constituição Federal); a Ação Civil Pública 
(Lei 7.347/85, garantida pelo art. 129, III, da CF) e o Código de Defesa do Consumidor (Lei 
 
1
 CAPPELLETI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. trad. Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: 
Sérgio Antonio Fabris Editor, 2002. 
APLICAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER 
ANTECEDENTE (ART. 303 E SS. DO CPC/15) NAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS, 
INCLUSIVE NA DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO 
 
AUTOR E RESPONSÁVEL PELA DEFESA DA TESE: ROGÉRIO 
RUDINIKI NETO 
INSTITUIÇÃO: MPPR 
E-MAIL PARA CONTATO: rrneto@mppr.mp.br 
(TEL: 041 99647-7339) 
13 
 
 
8.078/90, cuja promulgação decorreu do comando imposto no art. 48 do ―Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias‖ da CF/88).
2
 
É importante destacar que o advento do Código de Defesa do Consumidor, ao 
estabelecer um canal diálogo com a lei que disciplina a ação civil pública, formou o chamado 
―microssistema brasileiro de processos coletivos‖. O CDC inseriu o art. 21 na LACP, 
passando a prever que suas normas processuais aplicam-se às ações civis públicas. 
 
1.1. Microssistema brasileiro de processos coletivos e o Código de Processo Civil 
No que interessa ao escopo deste trabalho, cumpre ressaltar que as normas do 
CPC/15 somente serão aplicáveis ao microssistema de tutela coletiva de forma subsidiária, 
conquanto não exista incompatibilidade com as peculiaridades do processo coletivo. Em 
algumas situações a inaplicabilidade do código processual será ululante, como se verifica, a 
título de exemplo, na manutenção do efeito suspensivo automático do recurso deapelação 
(art. 1.012, caput), regra que está em rota de colisão com o art. 14 da LACP, pelo qual, em 
razão da necessidade de imediata tutela dos interesses metaindividuais, o efeito suspensivo 
somente será concedido ao recurso quando o juiz for convencido da possibilidade de dano 
irreparável. 
De todo modo, com base em Antonio Gidi, em função dos maiores poderes hoje 
conferidos ao juiz, as normas próprias ao processo civil de natureza individual que 
eventualmente não guardem total compatibilidade com a tutela coletiva, podem passar por 
adaptações, ―favorecendo a criação de um sistema processual coletivo mais adequado à 
efetividade da tutela dos direitos de grupo‖.
3
 
 
2.Tutela de urgência no CPC/15 
Dentro do conceito de tutelas de urgência encontram-se alocadas a tutela 
antecipada e tutela cautelar. Ocorre que a tutela antecipada é idônea a propiciar a própria 
satisfação do direito material veiculado no processo
4
. Como ensina Luiz Guilherme Marinoni: 
―na verdade, a tutela antecipada tem a mesma substância da tutela final, com a única diferença 
 
2
 O chamado ―microssistema brasileiro de processos coletivos‖ ainda é composto por uma vasta plêiade de 
outros diplomas, tais como: Lei 9.913/89 (investidores do mercado imobiliário); Lei 8.069/90 (―Estatuto da 
Criança e do Adolescente‖); Lei 8.429/92 (―Lei de Improbidade Administrativa‖); Lei 10.257/01 (―Estatuto 
da Cidade‖); Lei 10.671/03 (―Estatuto do Idoso‖); Lei 10.671/03 (―Estatuto de Defesa do Torcedor‖); Lei 
12.016/09 (―Mandado de Segurança‖); Lei 13.300/16 (―Mandado de Injunção‖) etc. 
3
 GIDI, Antonio. Rumo a um código de processo civil coletivo: a codificação das ações coletivas no Brasil. 
Rio de Janeiro: Forense: 2008, p. 376. 
4
 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de urgência e tutela da evidência: soluções processuais diante do 
tempo da justiça. São Paulo: RT, 2017, p. 33. 
14 
 
 
de que é lastreada em verossimilhança e, por isso, não fica acobertada pela imutabilidade 
inerente à coisa julgada material‖.
5
 Por sua vez, a tutela de natureza cautelar não tem o escopo 
de promover a satisfação do direito material antes da prolação de sentença de mérito; mas, tão 
somente, de criar meios para assegurar o direito buscado no processo (―na tutela cautelar há 
sempre referebilidade a uma tutela ou situação substancial acautelada‖).
6
 
Em que pese a possibilidade de concessão de tutela cautelar em caráter 
antecedente já existisse no código anterior, a tutela antecipada antecedente é uma inovação 
trazida pelo CPC/15 (art. 294, parágrafo único). No sistema da nova codificação processual 
apenas a tutela antecipada concedida em caráter antecedente, presentes os requisitos exigidos 
pela lei, é passível de se estabilizar (art. 304).
7
 
Sobre o diploma processual hoje vigente, deve-se fixar a compreensão de que a 
tutela antecipada antecedente é postulada em momento anterior ao do ajuizamento da ação em 
que se buscará a tutela final. Nos termos da lei: ―nos casos em que a urgência for 
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da 
tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito 
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo‖ (art. 303). 
Ao requerer uma tutela a ser concedida nestes termos, a parte autora deve 
demonstrar que o faz diante de situação de urgência excepcional (...) ―que não lhe permite 
apresentar desde logo os documentos e argumentos imprescindíveis à adequada propositura da 
ação voltada ao alcance da tutela – final – do direito‖.
8 
 
Caso a tutela antecipada antecedente seja concedida e o réu não interponha o 
correspondente agravo de instrumento9, a medida se tornará estável (art. 304, caput). Caso a 
tutela em questão tenha sido concedida, mas o provimento não tenha se estabilizado em razão 
do agir do réu, caberá ao requerente aditar sua petição inicial no prazo de 15 (quinze) dias, 
sob pena de ter seu processo extinto sem resolução do mérito (art. 303, §2.º). 
 
5
 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de urgência e tutela da evidência: soluções processuais diante do 
tempo da justiça. São Paulo: RT, 2017, p. 71. 
6
 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de urgência e tutela da evidência: soluções processuais diante do 
tempo da justiça. São Paulo: RT, 2017, p. 88. 
7
 No ordenamento italiano, em certas situações, admite-se a estabilização da tutela antecipada incidental. 
(FICANHA, Gresiéli Taíse. Apontamentos sobre a estabilização da tutela antecipada no novo Código de 
Processo Civil. In: BONATO, Giovanni; SICA, Heitor Vitor Mendonça; CINTRA, Lia Carolina Batista. I 
Colóquio Brasil-Itália de Direito Processual Civil. Salvador: Jus Podivm, 2016, p. 523). 
8
 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de urgência e tutela da evidência: soluções processuais diante do 
tempo da justiça. São Paulo: RT, 2017, p. 228. 
9
 Parcela significativa da doutrina sugere uma interpretação extensiva da expressão ―respectivo recurso‖ 
presente do art. 304 do CPC/15. Segundo tal intelecção, qualquer manifestação de descontentamento do réu 
para com a tutela antecipada concedida em caráter antecedente é idônea a obstar a estabilização da medida, 
como exemplo, é possível mencionar uma petição carreando um pedido de reconsideração. 
15 
 
 
Uma vez estabilizado, o provimento de urgência mantém sua eficácia sem estar 
condicionado a limites temporais. Todavia, tal medida somente se tornará imutável e 
indiscutível após o transcurso do prazo de dois anos previsto do art. 304, §5.º, durante o qual 
pode ser ajuizada ação destinada a rever a tutela antecipada estabilizada.
10
 
O CPC é expresso ao prever que o provimento estabilizado não está agasalhado 
pelo manto da coisa julgada material (art. 304, §6.º). 
Entende-se que a tutela de urgência estabilizada adquire uma definitividade 
similar, porém não idêntica, àquela da coisa julgada propriamente dita. Em outras palavras, 
passado o prazo bienal não mais será possível discutir o resultado concreto decorrente do 
provimento deferido de forma antecedente. Por outro lado, a tutela antecipada estabilizada 
não influenciará julgamentos futuros atinentes a direitos dependentes daquele veiculado no 
bojo da tutela de urgência. Em síntese, essa nova modalidade de estabilização identifica-se 
apenas com a chamada ―função negativa‖ da coisa julgada (aquele provimento não poderá 
mais ser discutido); não possuindo consequências tais como aquelas verificadas na chamada 
―função positiva‖ da res judicata (juízes que decidirem casos posteriores não estão vinculados 
à decisão precedente).
11
 
 
3.Antecipação da tutela no processo coletivo 
Como visto alhures, antes da antecipação da tutela tornar-se uma regra geral no 
sistema processual brasileiro, já existiam disposições setoriais a permitir o emprego dessa 
técnica processual em algumas situações pontuais, inclusive na ação civil pública. Conforme 
o art. 12, caput, da Lei n.º 7.347/85, ―poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem 
justificação prévia, em decisão sujeita a agravo‖. Desde logo, nota-se que a referida 
disposição não contempla os pressupostos a serem considerados pelo magistrado antes de 
conferir o provimento de urgência. Por evidente, a tutela não pode ser antecipada na ação civil 
pública sem que existam requisitos que norteiem a atividade do julgador, razão pela qual se 
defende a aplicação à espécie dos pressupostos trazidos no Código de Processo Civil 
(probabilidade do direito e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo). Destarte, 
considerando o microssistema de tutela coletiva, é possível invocar também os requisitos 
 
10
 BONATO, Giovanni. Tutela anticipatoria di urgenza e sua stabilizzazione nel nuovo C.P.C. brasiliano: 
comparazionecom il sistema francese e com quello italiano. Revista da AGU. v. 15, n.º 4. Brasília: AGU, 
2016, p. 40-42. 
11
 BONATO, Giovanni. Tutela anticipatoria di urgenza e sua stabilizzazione nel nuovo C.P.C. brasiliano: 
comparazione com il sistema francese e com quello italiano. Revista da AGU. v. 15, n.º 4. Brasília: AGU, 
2016, p. 55-58. 
16 
 
 
trazidos no art. 84, §3.º, do Código de Defesa do Consumidor, que não destoam daqueles 
mencionados na codificação processual. 
Quanto à questão da irreversibilidade dos efeitos fáticos da tutela antecipada, 
observa-se que isso é inerente à própria natureza da medida em questão. A geração de efeitos 
fáticos irreversíveis, por si só, não pode impedir a concessão deste tipo de provimento de 
urgência, tendo-se em conta, especialmente, que a não concessão da tutela antecipada também 
poderá gerar prejuízos irreversíveis.
12
 Todo esse raciocínio é aplicável à antecipação da tutela 
no âmbito do processo coletivo. 
 
3.1. Aplicabilidade da tutela antecipada em caráter antecedente ao processo coletivo 
A técnica a tutela antecipada em caráter antecedente pode ser útil em diversas 
situações veiculadas em ações coletivas. 
A título de exemplo, a doutrina cita hipótese em que um navio cargueiro 
transportando espécies exóticas que podem desequilibrar o ecossistema nacional está prestes a 
atracar em porto brasileiro. Diante da complexidade do evento, o membro do Ministério 
Público com atribuições para atuar no caso não disporá de tempo suficiente para instruir 
inquérito civil destinado à colheita de dados para delimitação da demanda e obtenção de 
provas robustas para fundamentar a peça vestibular. Logo, será de grande valia o 
requerimento de tutela antecipada em caráter antecedente, de modo que, uma vez concedido o 
provimento de urgência, o legitimado coletivo terá tempo suficiente para elaborar a petição 
inicial da ação principal sem o risco de ajuizar uma demanda mal instruída e fadada ao 
fracasso.
13
 Este exemplo pode sofrer múltiplas variações, como a situação em que um navio 
petroleiro em péssimo estado de conservação aproxima-se do litoral, com real risco de 
derramamento de óleo, atingindo o ecossistema costeiro e inviabilizando o trabalho de 
centenas de pescadores locais. Cogite-se, ainda, a imediata paralisação de uma indústria 
poluidora. 
Seguindo com os exemplos: um problema prático que poderia ter sido resolvido 
mediante o emprego da técnica da tutela antecipada em caráter antecedente ocorreu quando os 
Conselhos Tutelares dos Municípios vinculados à determinada comarca do interior paranaense 
deliberaram que suspenderiam totalmente suas atividades durante o recesso forense de fim de 
ano, sendo que essa informação foi tornada pública às vésperas do início do interregno de 
 
12
 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de urgência e tutela da evidência: soluções processuais diante do 
tempo da justiça. São Paulo: RT, 2017, p. 123. 
13
 MOREIRA, Bockman Egon; BAGATIN, Andréia Cristina; ARENHART, Sérgio Cruz; FERRARO, Marcella 
Pereira. Comentários à Lei da Ação Civil Pública: revisitada, artigo por artigo, à luz do novo CPC e temais 
atuais. São Paulo: RT, 2016, p. 477. 
17 
 
 
interrupção. A total suspensão das atividades dos conselhos, além de representar violação às 
normas vigentes, colocava em risco a proteção dos direitos coletivos e individuais 
indisponíveis das crianças e adolescentes da localidade. Do ponto de vista processual, o 
membro do Ministério Público com atribuições para atuar no caso, ao manejar uma tutela 
antecipada em caráter antecedente sob as vestes de ação civil pública, poderia pleitear que as 
atividades dos Conselhos Tutelares não fossem suspensas por um dia sequer, sendo certo que, 
uma vez deferida e cumprida ordem judicial, bem como não havendo inconformismo dos 
acionados, a situação restaria pacificada e, com o encerramento do recesso forense, sequer 
haveria motivos para o prolongamento do processo. 
Ainda dentro do tema, trazemos à baila apenas mais um exemplo: determinado 
Promotor de Justiça plantonista, atuando em uma pequena comarca do interior, recebe 
denúncias de que teria sido organizada uma festa ―rave‖ em estabelecimento sem alvará de 
funcionamento, com vários ingressos vendidos a menores de idade, sendo que o anúncio do 
evento indica que haverá distribuição livre de bebidas alcoólicas, tudo isso somado a 
múltiplas e fundadas denúncias de que poderá ocorrer comércio de entorpecentes no local. 
Consta que a festa terá início nas próximas duas horas. Com vistas à tempestiva proteção dos 
direitos da infância e da juventude, da salubridade pública e das posturas municipais, a tutela 
de urgência de cunho antecedente será de grande valia, sendo certo que, uma vez concedida a 
ordem com a suspensão do evento, é muito provável que o manejo da ação principal sequer 
seja necessário. 
Por todo o exposto, em homenagem ao princípio da ―máxima amplitude‖ do 
processo coletivo
14
, com respaldo no art. 83 do CDC (―para a defesa dos direitos e interesses 
protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua 
adequada e efetiva tutela‖), aplicável a todas as ações que fazem parte do microssistema de 
processos coletivos, entende-se que a técnica processual da tutela antecipada de caráter 
antecedente é perfeitamente compatível com o processo coletivo. 
 
4. Tutela antecipada em caráter antecedente e defesa do patrimônio público 
 
Malgrado suas singularidades, a ação de improbidade administrativa (AIA) é 
considerada uma espécie de ação civil pública. 
A Lei 8.429/92 traz uma série de medidas de urgência típicas: (i) afastamento do 
agente público (art. 20, parágrafo único); (ii) indisponibilidade de bens (art. 7.º) e (iii) 
 
14
 DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de Direito Processual Civil, v.4: processo coletivo. 9.ª ed. 
Salvador: Jus Podivm, 2014, p. 113. 
18 
 
 
sequestro de bens (art. 16). Todas essas medidas possuem natureza cautelar, razão pela qual, 
em que pese possam ser requeridas em caráter antecedente, estão fora do objeto de estudo 
deste trabalho. 
A própria possibilidade de antecipação de tutela na ação de improbidade 
administrativa exige maior atenção. Dúvida não há de que as sanções constantes do art. 12 da 
lei de regência (perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa 
civil e proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios) não poderão ser aplicadas de forma antecipada, em razão do princípio 
constitucional da não culpabilidade.
15
 
De fato, a Lei 8.429/1992 é toda estruturada com vistas à aplicação de sanções ao 
agente público. Todavia, caso no contexto de uma ação ímproba, seja constatada a prática de 
um ato administrativo eivado de nulidade, é possível cumular na mesma ação o pedido de 
declaração da nulidade do ato e o requerimento de aplicação de sanções ao agente. Nessa 
situação, não há óbices à formulação de pedido de antecipação de tutela. Pense-se no pleito de 
urgência consistente na suspensão de execução de obra ou do pagamento de despesas não 
autorizadas por lei. Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves vão ainda mais além, 
defendendo a possibilidade de se formular, de forma antecipada na ação de improbidade 
administrativa, pretensões mandamentais, como a ordem para imediata aplicação dos valores 
correspondentes às verbas mínimas em educação (conquanto previstas no orçamento), a 
determinação de prestação de contas ou a determinação de publicação de atos oficiais – 
omissões estas que também implicam sanções a serem aplicadas em sede de cognição 
exauriente.
16
 
 Essas tutelas também podem ser requeridas em caráter antecedente. Como 
leciona a doutrina, nada obsta (...): ―a formulação de requerimento detutela antecipada em 
caráter antecedente (art. 303) apenas no que diz respeito à pretensão desconstitutiva (a 
anulação da licitação ou do concurso público, por exemplo) ou mandamental, ajuizando-se a 
ação de improbidade administrativa a posteriori, caso em que haverá clara conexão.‖
17
 
Exemplificando com uma situação concreta: figure determinada licitação 
realizada de forma absolutamente fraudada, que gerou contrato de fornecimento de bens 
viciado, o qual permanece em execução, ocasionando constantes prejuízos ao erário. A fraude, 
inclusive, é constantemente noticiada na mídia local, sendo de conhecimento geral. Nesse 
 
15
 GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. 9.ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2017, p. 1.142. 
16
 GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. 9.ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2017, p. 1.142-1.144. 
17
 GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. 9.ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2017, p. 1.144. 
19 
 
 
caso, o requerimento de uma tutela antecipada em caráter antecedente para suspender a 
execução do contrato e dos respectivos pagamentos terá o condão de estancar, de imediato, o 
prejuízo ao erário, de modo que o legitimado coletivo poderá, com mais calma, ajuizar em 
momento posterior a respectiva ação para imposição das sanções legais aos agentes públicos e 
particulares responsáveis. 
Ainda no âmbito exemplificativo, desta vez citando um caso real: recentemente 
foi noticiado no sítio do Ministério Público do Estado Paraná18 que o Tribunal de Justiça deu 
provimento a agravo de instrumento interposto pela Promotoria de Justiça de Iporã, no 
noroeste paranaense, determinando que a Prefeitura Municipal suspenda cinco procedimentos 
licitatórios até que seu portal da transparência seja regularizado. A medida foi requerida em 
sede tutela antecipada em caráter antecedente, de forma preliminar ao ajuizamento de futura 
ação por responsabilização por atos de improbidade administrativa. 
 
5. Conclusão 
O acúmulo involuntário de serviço no Poder Judiciário faz com que a tutela de 
urgência seja a última salvaguarda de um direito coletivo lesionado ou ameaçado de lesão. 
Nos casos em que há um risco ainda maior de perecimento desse direito tutelado diante da 
falta de tempo hábil para a instrução do procedimento extrajudicial e elaboração de completa 
peça exordial, a tutela de urgência de natureza antecipatória nas ações civis públicas pode ser 
deferida em caráter antecedente (diante da aplicação subsidiária do Código de Processo Civil 
ao microssistema brasileiro de processos coletivos), sendo essa tutela, inclusive, passível de 
estabilização em muitos casos (art. 304 do CPC/15), o que contribui para a célere pacificação 
social, tratando-se de interessante instrumental processual à disposição do Ministério Público. 
 
6. Proposta de enunciado 
 
Por força da aplicação subsidiária do CPC/15 ao microssitema de tutela 
coletiva e do princípio da máxima efetividade, admite-se a utilização da técnica da tutela 
antecipada antecedente em processos coletivos. 
 
7. Referências bibliográficas 
 
 
18
 A notícia pode ser conferida no seguinte link: 
http://www.comunicacao.mppr.mp.br/2019/03/21315/Tribunal-de-Justica-atende-pedido-do-MPPR-e-
determina-suspensao-de-licitacoes-em-Ipora-ate-que-prefeitura-regularize-seu-portal-da-transparencia.html 
20 
http://www.comunicacao.mppr.mp.br/2019/03/21315/Tribunal-de-Justica-atende-pedido-do-MPPR-e-determina-suspensao-de-licitacoes-em-Ipora-ate-que-prefeitura-regularize-seu-portal-da-transparencia.html
http://www.comunicacao.mppr.mp.br/2019/03/21315/Tribunal-de-Justica-atende-pedido-do-MPPR-e-determina-suspensao-de-licitacoes-em-Ipora-ate-que-prefeitura-regularize-seu-portal-da-transparencia.html
 
 
BONATO, Giovanni. Tutela anticipatoria di urgenza e sua stabilizzazione nel nuovo C.P.C. 
brasiliano: comparazione com il sistema francese e com quello italiano. Revista da AGU. v. 
15, n.º 4. Brasília: AGU, 2016. 
 
CAPPELLETI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. trad. Ellen Gracie Northfleet. Porto 
Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2002. 
 
DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de Direito Processual Civil, v.4: processo 
coletivo. 9.ª ed. Salvador: Jus Podivm, 2014. 
 
FICANHA, Gresiéli Taíse. Apontamentos sobre a estabilização da tutela antecipada no novo 
Código de Processo Civil. In: BONATO, Giovanni; SICA, Heitor Vitor Mendonça; CINTRA, 
Lia Carolina Batista. I Colóquio Brasil-Itália de Direito Processual Civil. Salvador: Jus 
Podivm, 2016. 
 
GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. 9.ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2017. 
 
GIDI, Antonio. Rumo a um código de processo civil coletivo: a codificação das ações 
coletivas no Brasil. Rio de Janeiro: Forense: 2008. 
 
MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de urgência e tutela da evidência: soluções processuais 
diante do tempo da justiça. São Paulo: RT, 2017. 
 
MOREIRA, Bockman Egon; BAGATIN, Andréia Cristina; ARENHART, Sérgio Cruz; 
FERRARO, Marcella Pereira. Comentários à Lei da Ação Civil Pública: revisitada, artigo 
por artigo, à luz do novo CPC e temais atuais. São Paulo: RT, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem por objeto o estudo dos artigos 2º e 3º da Lei n. 12.318, de 
26.08.2010, que dispõe sobre alienação parental, sob o enfoque do art. 227 da Constituição 
Federal de 1988 e da Convenção sobre os Direitos da Criança, relativamente ao Princípio do 
Melhor Interesse da Criança e o Princípio da Convivência Familiar, apontando, de forma 
efetiva, o papel do Ministério Público. Não tem por objetivo exaurir o assunto, mas apenas 
contribuir para a sua reflexão. Apresenta jurisprudência correlata e atualizada. 
Palavras-chave: Família. Princípios Constitucionais de Direito de Família. Alienação parental. 
Ministério Público. 
 
EXPOSIÇÃO 
1. BREVE EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA NO BRASIL 
O Direito de Família é o ramo do direito que mais evolui perante as transformações da 
própria sociedade, bem como é o ramo do direito que mais sofre influência dos Direitos 
Humanos. 
O Direito de Família é o ramo mais próximo à vida que existe. Todo mundo nasce e 
vive em um seio familiar. Ousa-se a dizer que o Direito de Família é o mais humano de todos 
os ramos do direito. 
A família é e sempre será a base de qualquer sociedade
19
, o núcleo fundamental de toda 
organização social e jurídica, e que merece e precisa da mais ampla proteção do Estado. 
 
19 Art. 226. CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
ALIENAÇÃO PARENTAL, OS PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA E A 
ATUAÇÃO RESOLUTIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Alexandre Marcus Fonseca Tourinho
1
 
Lauro Francisco da Silva Freitas Junior
1
 
 
 
22 
 
 
Sob a égide do Código Civil de 1916, o primeiro e o principal efeito do casamento era a 
constituição da família legítima. A família tinha como característica ser patriarcal, 
matrimonial, hierarquizada e heteroparental. Família, sexo e procriação só existiam se 
houvesse o casamento. 
Na época de filhos legítimos e ilegítimos, o Direito, dependendo do caso concreto, 
poderia incluir ou excluir as pessoas das relações sociais, familiares e até jurídicas, como no 
caso de sucessão. 
As famílias começaram a ser desfeitas a partir da lei
20
 que permitiu o divórcio, mesmo 
que lentamente, ensejando o início das novas formações familiares. 
A Constituição Federal de 1988, reflexo da evolução da sociedade, da perda de 
interferência do Direito Canônico e da influência dos Direitos Humanos, promoveu uma 
mudança no Direito de Família com os artigos 226 e 227 e seus incisos. 
O conceito de família foi modificado e a ordem constitucionalincluiu o conceito de 
entidade familiar, ensejando novos modelos, não se limitando apenas a família decorrente do 
casamento. A família constituída pela união estável
21
 e a monoparental
22
, formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes, passaram a desfrutar também de especial proteção do 
Estado. A doutrina inovou denominando diversas outras formas de entidade familiar, tais 
como: família anaparental
23
, família avoenga
24
, família eudemonista
25
, família mosaico
26
, 
entre outras. 
O STF, fundamentando seus julgados nos Direitos Humanos, em especial no princípio 
da dignidade da pessoa humana, base de toda e qualquer sociedade democrática, reconheceu 
como entidade familiar, a família homoafetiva
27
, formada por pessoas do mesmo sexo. 
O divórcio
28
 hoje é facilitado e toda essa evolução da sociedade e em especial da família 
refletiu nas relações pessoais entre os seus integrantes. Muitas crianças nascem de relações 
 
20 Lei n. 6.515, de 26.12.1977. Regula os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e 
respectivos processos, e dá outras providências. 
21 Art. 226. §3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade 
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
22 §4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
23 Família constituída por parentes colaterais e que não descendem entre si, como por exemplo, irmãos e primos. 
24 Família constituída pelos avós e netos. 
25 Família formada a partir de laços de afeto. 
26 Também denominada como família reconstituída. Ocorre quando uma pessoa e seus filhos (família monoparental) passam 
a viver em união estável ou casamento com uma nova família, com uma outra pessoa e seus filhos (família monoparental). É 
aquela família decorrente da pluralidade de relações parentais, dando origem a uma nova família. 
27 O STF, em 05.05.2011, declarou procedente a ADIN 4277 E Arguição de Descumprimento Preceito Fundamental n. 132, 
com eficácia erga omnes e efeitos vinculante, conferindo interpretação conforme a CF ao art. 1723 da CC, a fim de declarar a 
aplicabilidade de regime da união estável às uniões entre pessoas do mesmo sexo. A Resolução n. 175 do CNJ determina que 
é vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável 
em casamento entre pessoas de mesmo sexo. 
28 CF/88. Art. 226, §6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
23 
 
 
eventuais e depois são objeto de disputa de pais, mais preocupados com os seus próprios 
sentimentos do que a formação familiar e psicossocial de seus filhos. 
 
2. ALIENAÇÃO PARENTAL 
A expressão Síndrome da Alienação Parental – SAP foi utilizada pelo psiquiatra 
americano Richard Gardner, após análise de crianças na década de 1970 e introduzida nos 
processos dos Tribunais norte-americanos em 1985. 
[...] A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que aparece 
quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua 
manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma 
campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta 
da combinação das instruções de um genitor (o que faz a ―lavagem cerebral, 
programação, doutrinação‖) e contribuições da própria criança para caluniar o 
genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão 
presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de 
Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável.
29
 
 
No Brasil, o instituto da alienação parental foi previsto pela Lei n. 12.318, de 
26.08.2010, trazendo a definição logo no artigo 2º, a saber (in verbis): 
Art. 2
o
 Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos 
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua 
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao 
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
 
E em seguida, a lei exemplifica uma série de condutas do agente alienador ou com o 
auxílio de terceiros, sem contudo esgotá-las (in verbis): 
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos 
assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou 
com auxílio de terceiros: 
I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da 
paternidade ou maternidade; 
II – dificultar o exercício da autoridade parental; 
III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a 
criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, 
para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a 
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou 
com avós. 
 
Maria Berenice Dias (2011) doutrina que a alienação parental nada mais é do que: 
[...] uma lavagem cerebral feita pelo guardião, de modo a comprometer a imagem do 
outro genitor, narrando maliciosamente fatos que não ocorreram ou não aconteceram 
conforme a descrição feita pelo alienador. Assim, o infante passa aos poucos a se 
 
29 Disponível em: <http://www.alienacaoparental.com.br/textos-sobre-sap-1/o-dsm-iv-tem-equivalente>. Acesso em: 10 maio 
2017. 
24 
http://www.alienacaoparental.com.br/textos-sobre-sap-1/o-dsm-iv-tem-equivalente
 
 
convencer da versão que lhe foi implantada, gerando a nítida sensação de que essas 
lembranças de fato ocorreram. Isso gera contradição de sentimentos e destruição do 
vínculo entre o genitor e o filho. Restando órfão do genitor alienado, acaba o filho se 
identificando com o genitor patológico, aceitando como verdadeiro tudo o que lhe é 
informado. (DIAS, 2011, p. 463)
30
. 
 
A alienação parental consiste na conduta de um dos genitores, dos avós ou de quem 
tenha autoridade sobre a criança ou adolescente, em interferir na sua formação psicológica, 
objetivando que o menor repudie o outro genitor ou cause prejuízo ao vínculo afetivo mantido 
com este e seus familiares. 
A alienação parental pode ocorrer no seio de toda e qualquer forma de entidade familiar, 
e não somente naquelas advindas da dissolução matrimonial. 
O conceito trazido pela lei identifica o agente alienador, que pode ser qualquer um dos 
pais, os avós ou qualquer pessoa que conviva com a criança e que exerça autoridade sobre ela. 
É certo que nas relações dos genitores onde ainda há muitas mágoas pelo fim da relação 
amorosa, aqueles que são os titulares do poder familiar e que são os responsáveis pela 
formação e educação de uma criança ou de um adolescente, são os que mais praticam a 
alienação parental, violando o direito fundamental de convivência saudável e de afeto nas 
relações da criança e do adolescente perante o seu genitor e de seu grupo familiar. 
É de conhecimento de todo operador do Direito que atua nas Varas de Família, que 
quanto maior o grau de insatisfação e mágoa entre os genitores, maiores são as probabilidades 
de crianças e adolescentes serem expostos a alienação parental e litígios no Judiciário. 
Nas separações amigáveis, onde vigora aparente cordialidade entre os genitores, a 
situação pode ser alterada pelo passar do tempo e em virtude de fatos supervenientes,tais 
como um novo relacionamento de um dos genitores ou o nascimento de outro filho, situações 
estas que refletem na vida entre pais e filhos. 
A alienação parental se materializa pelas mais diversas condutas do agente alienador, 
tais como: impedir uma viagem da criança com o seu genitor, não avisar sobre um evento no 
colégio, afirmar que o genitor irá buscar para passear em determinada hora, mas o genitor não 
está ciente do passeio fazendo a criança esperar, criticar a religião do genitor, fazer 
comentários perversos a respeito do sobrenome do genitor, etc. 
Nas situações de alienação parental, a conduta mais grave de todas, é a de incutir falsas 
memórias, inclusive falsas denúncias de abuso sexual do genitor em relação à criança ou 
adolescente. 
 
30 DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das famílias. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. 
 
25 
 
 
Euclides de Oliveira (2015), ao escrever a respeito da conduta do agente alienador, 
doutrina
31
: 
[...] Os diferentes nomes que podem ser ajuntados bem demonstram como se pratica a alienação 
parental: ―lavagem cerebral‖ (pela influência nefasta na mente do filho), ―implantação de falsas 
memórias‖ (pela introdução de elementos fantasiosos e prejudiciais ao outro cônjuge, fazendo o 
filho acreditar que sejam fatos verdadeiros, por isso motivadores de seu afastamento), pressão 
psicológica‖ (chegando às raias da coação moral, por impingir ao filho conduta danosa ao outro 
genitor, ―relação de influência‖ (que é pouco, diante da carga de força negativa empregada contra a 
mente do filho em formação), ―fazer a cabeça da criança‖ (no sentido do comum de desviar a 
liberdade de expressão e direcionar a conduta pessoal de outrem) etc. (OLIVEIRA, 2015, p. 282). 
 
Diversas são as formas de se praticar a alienação parental. O legislador, por sua vez, 
buscando encontrar soluções para o fim deste problema social e jurídico, editou a lei da 
alienação parental, sendo caracterizada como um marco na legislação, trazendo inclusive 
consequências judiciais
32
 para o alienador, como a perda do poder familiar e suspensão do 
direito de visita, visando à convivência familiar saudável e harmoniosa. 
Apesar da guarda compartilhada ser a regra atual no ordenamento jurídico pátrio, ainda 
prevalece na prática a guarda unilateral da mãe. E mesmo na guarda compartilhada é possível 
a ocorrência da alienação parental. 
Entretanto, nem a guarda compartilhada e nem a lei da alienação parental são garantias 
do fim desta prática promovida por inúmeros pais, avós e terceiros
33
. 
A disputa da guarda de filhos, utilizando como arma o discurso do ―amor‖ acarreta a 
alienação parental e só acabará quando as feridas do fim do relacionamento cicatrizarem e os 
genitores olharem primeiramente para os seus filhos e depois para si mesmos. 
 
31 OLIVEIRA, Euclides de. Alienação parental e as nuances da parentalidade: guarda e convivência familiar. In: PEREIRA, 
Rodrigo da Cunha. Tratado de direito das famílias. Belo Horizonte: IBDFAM, 2015. p. 282. 
32 TJPA-0060303) APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE PERDA DE PODER FAMILIAR C/C SUSPENSÃO DO DIREITO DE 
VISITAS. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO. CORRETA. DOCUMENTOS QUE COMPROVAM 
GRAVE VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA E ABUSO SEXUAL REALIZADOS PELO PAI BIOLÓGICO EM RELAÇÃO À 
MENOR. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. I - A destituição do poder familiar é uma medida de proteção, para 
que o desenvolvimento integral previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente seja assegurado, de maneira que se deve 
observar primordialmente o melhor interesse da criança. II - Existem provas cabais de que o apelante descumpriu com seus 
deveres de pai em relação à filha, não havendo dúvidas de que o próprio genitor submeteu a filha a grave violência 
psicológica e abuso sexual, conforme depoimentos, estudo técnico e laudo pericial. III - Inexiste qualquer prova nos autos de 
que a genitora da menor tenha realizado alienação parental, conforme afirma o apelante. Por outro lado, em relatório de 
atendimento da criança no CREAS foi verificado indícios e indicadores de síndrome de alienação parental do pai em 
referência à mãe, com difamação, agressividade sem motivo aparente e uso de frases prontas e xingamentos. IV - O apelante 
é um homem agressivo, estando, inclusive, respondendo por crime de violência doméstica contra a genitora da menor e 
questão. Além disso, não presta qualquer assistência moral e emocional em favor da filha, o que implica necessariamente na 
ausência de vínculo e, sobretudo, na sua impossibilidade de prover os cuidados necessários ao desenvolvimento da mesma. V 
- Considerando o melhor interesse da criança e em consonância com o parecer Ministerial, voto pelo conhecimento e 
Desprovimento do presente recurso. (Apelação n. 00077358220138140028 (160559), 1ª Câmara Cível Isolada do TJPA, Rel. 
Gleide Pereira de Moura. j. 30.05.2016, DJE 09.06.2016). 
33 TJBA-0038232) AGRAVO DE INSTRUMENTO. MENOR. TRANSFERÊNCIA DA GUARDA PROVISÓRIA PARA 
OS AVÓS PATERNOS, ASSEGURADO O DIREITO DE VISITA ASSISTIDA AOS GENITORES. ACUSAÇÕES DE 
ABUSO SEXUAL E ALIENAÇÃO PARENTAL RECÍPROCAS. DECISÃO PRIMÁRIA PAUTADA EM CRITÉRIOS DE 
PRUDÊNCIA E RAZOABILIDADE. PRESERVAÇÃO DOS INTERESSES DA CRIANÇA. NECESSIDADE. RECURSO 
IMPROVIDO. Não merece reproche a decisão primária que, pautada em critérios de prudência e razoabilidade, transfere a 
guarda provisória de menor aos avós paternos, até que sejam melhor esclarecidas as acusações de abuso sexual e alienação 
parental trocadas pelos genitores, aos quais fora assegurado o direito de visita assistida, por se tratar de medida que, por ora, 
se revela mais adequada para a preservação dos interesses da criança. (Agravo de Instrumento n. 0025379-
06.2015.8.05.0000, 5ª Câmara Cível/TJBA, Rel. Marcia Borges Faria. Publ. 09.09.2016). 
26 
 
 
 
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA E ALIENAÇÃO PARENTAL 
O princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º da Constituição Federal, 
princípio este fundamental em nosso ordenamento jurídico e que sustenta o Estado 
Democrático de Direito, serviu de fundamento para as transformações no Direito de Família. 
Maria Berenice Dias, doutrina
34
: 
[...] Na medida em que a ordem constitucional elevou a dignidade da pessoa humana 
a fundamento da ordem jurídica, houve uma opção expressa pela pessoa, ligando 
todos os institutos a realização de sua personalidade. Tal fenômeno provocou a 
despatrimonialização e a personalização dos institutos, de modo a colocar a pessoa 
humana no centro protetor do direito. (DIAS, 2009, p. 61-63). 
 
E nesse contexto, o constituinte originário estabeleceu diversos dispositivos que visam 
proteger a criança e o adolescente nos aspectos sociais, familiares e educacionais, objetivando 
proteger essa fase da vida tão importante na formação de cada ser e desenvolver cidadãos 
preparados para construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
O art. 6º da Constituição Federal de 1988 determina a proteção da infância como direito 
social, devendo ser garantida pelo Estado, pela sociedade e pela família. 
A Convenção sobre os Direitos da Criança de 1990 reconhece que para o pleno e 
harmonioso desenvolvimento da personalidade da criança, a mesma deve crescer no seio da 
família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão
35
. 
O art. 227 da CF/88 estabelece o princípio do melhor interesse da criança, sendo um 
reflexo do caráter da proteção integral da doutrina dos direitos da criança e do adolescente, 
previsto no art. 1º do Estatuto da Criança e do Adolescente
36
. 
Paulo Lobo (2015) doutrina sobre o Princípio do Melhor Interesse da Criança
37
: 
[...] O princípio do melhor interesse significa que a criança – incluído o adolescente, 
segundo a Convenção Internacional dos Direitos da Criança – deve ter seus 
interesses tratadoscom prioridade, pelo Estado, pela sociedade e pela família, tanto 
na elaboração quanto na aplicação dos direitos que lhe digam respeito, notadamente 
nas relações familiares, como pessoa em desenvolvimento e dotada de dignidade. 
Em verdade, ocorreu uma completa inversão de prioridades, nas relações entre pais e 
filhos, seja na convivência familiar, seja nos casos de situações de conflitos, como 
nas separações de casais. O pátrio poder existia em função do pai; já o poder 
familiar existe em função e no interesse do filho. Nas separações dos pais o interesse 
do filho era secundário ou irrelevante; hoje, qualquer decisão deve ser tomada 
considerando seu melhor interesse. (LOBO, 2015, p. 123). 
 
 
34 DIAS. Berenice. Manual de direito das famílias: princípios do direito de família. 5ª edição revista, atualizada e ampliada. 
2ª tiragem. São Paulo Revista dos Tribunais, 2009. p.61-63. 
35 Decreto n. 99.710, de 21.11.1990. Preâmbulo. Reconhecendo que a criança, para o pleno e harmonioso desenvolvimento 
de sua personalidade, deve crescer no seio da família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão. 
36 Lei n. 8.069, de 13.07.1990. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. 
37 LÔBO, Paulo. Direito de família e os princípios constitucionais. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Tratado de direito das 
famílias. Belo Horizonte: IBDFAM, 2015. 
27 
 
 
A jurisprudência vem aplicando o Princípio do Melhor Interesse da Criança nos 
diversos processos de Direito de Família, bem como na aplicação da Lei de Alienação 
Parental. 
TJBA-0039480) APELAÇÕES CÍVEIS SIMULTÂNEAS. AÇÃO DE 
MODIFICAÇÃO DE GUARDA. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA 
CRIANÇA. ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS DE CADA CASO. 
AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA MÃE EM EXERCER A GUARDA 
UNILATERAL OU COMPARTILHADA. ATRIBUIÇÃO DA GUARDA 
UNILATERAL AO PAI. DIREITO DE VISITAS DESACOMPANHADAS. 
NECESSIDADE DE AMPLIAÇÃO. ALIENAÇÃO PARENTAL. OCORRÊNCIA. 
ADVERTÊNCIA. CABIMENTO. 1. A fixação da guarda dos filhos menores, no 
caso de separação do casal, deve atender ao princípio do melhor interesse da criança, 
diante de sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Somente o exame 
atento das circunstâncias de cada caso concreto, com sensibilidade, poderá revelar a 
melhor solução para a criança, de modo que não há falar em preferência pela mãe, 
inclusive em face do princípio constitucional da igualdade entre os genitores. 2. 
Constatada a inaptidão da mãe para o exercício da guarda unilateral ou mesmo 
compartilhada, revela-se acertada a sentença que determina a permanência dos filhos 
menores sob a guarda unilateral do pai, sobretudo quando amparada em relatórios 
psicossociais, lavrados por profissionais qualificados e imparciais. 3. Em respeito à 
vontade dos filhos, deve ser resguardado e ampliado o direito de visitação, fora da 
residência paterna e sem vigilância, a fim de que aqueles possam cultivar e reforçar 
os laços afetivos com a mãe. 4. Verificada a prática de atos de alienação parental 
pelos genitores, deve o magistrado aplicar uma das sanções previstas no art. 6º, da 
Lei n. 12.318/2010, com atenção aos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, sendo certo que a advertência é a mais branda dentre elas. Apelo 
do autor improvido. Apelo da ré parcialmente provido. (Apelação n. 0000051-
93.2014.8.05.0199, 3ª Câmara Cível/TJBA, Rel. Rosita Falcão de Almeida Maia. 
Publ. 05.10.2016). 
 
Neste julgado a seguir, em obediência ao Princípio do Melhor Interesse da Criança e a 
presença de indícios da alienação parental praticada pelo genitor e avó paterna, a guarda 
passou a ser exercida pela mãe. 
 
TJMS-0038578) AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE DIVÓRCIO – 
ALTERAÇÃO DA GUARDA DOS FILHOS MENORES – PRINCÍPIO DO 
MELHOR INTERESSE DAS CRIANÇAS – INDÍCIOS DE ALIENAÇÃO 
PARENTAL EXERCIDO PELO PAI – PARECER PSICOSSOCIAL – 
DEMONSTRAÇÃO DE CONDIÇÕES FINANCEIRAS E PSICOLÓGICAS DA 
GENITORA PARA EXERCER A GUARDA SOBRE OS FILHOS – DECISÃO 
MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. Em face do princípio do melhor interesse 
da criança, somando-se ao fato de haver fortes indícios de que os menores estão 
sofrendo alienação parental por parte do pai e avó paterna, a fim de impedir o 
convívio com a mãe, a alteração da guarda provisória, para que passe a ser exercida 
pela genitora, é medida que se impõe. (Agravo de Instrumento n. 1408215-
14.2016.8.12.0000, 1ª Câmara Cível do TJMS, Rel. Divoncir Schreiner Maran. j. 
13.09.2016). 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente objetiva assegurar à criança e ao adolescente 
todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana e a absoluta prioridade dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
28 
 
 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária
38
. 
A Lei n. 12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, estabelece no art. 3º, in 
verbis: 
Art. 3
o
 A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança 
ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto 
nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a 
criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade 
parental ou decorrentes de tutela ou guarda. 
 
Para garantir o direito fundamental da dignidade da pessoa humana à criança e ao 
adolescente, é necessário assegurar uma convivência familiar sadia, um ambiente de 
harmonia, amor e equilíbrio, o que na maioria das vezes, em virtude de tudo o que envolve 
uma separação e o grau de mágoas e insatisfações recíprocas, não se faz presente e acarreta 
danos e sacrifícios dos filhos. 
O Princípio da Convivência Familiar, estabelecido no art. 227 da CF/88, art. 1513 do 
Código Civil
39
 e art. 9.3 da Convenção sobre os Direitos da Criança
40
, estabelece que os 
Estados Partes respeitarão o direito da criança que esteja separada de um ou de ambos os pais 
de manter regularmente relações pessoais e contato direto com ambos, a menos que isso seja 
contrário ao interesse maior da criança. 
O princípio assegura que a criança e o adolescente têm direito à convivência familiar 
que não se limita a relação de pai e mãe e filho, devendo-se estender por toda a família
41
, 
como avós, tios e primos. 
 
38 Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da 
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, 
a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de 
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de 
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que 
diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a 
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de 
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamentodesumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
39 Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela 
família. 
40 9.3 Os Estados Partes respeitarão o direito da criança que esteja separada de um ou de ambos os pais de manter 
regularmente relações pessoais e contato direto com ambos, a menos que isso seja contrário ao interesse maior da criança. 
41 TJSC-0388026) DIREITO DE FAMÍLIA E ECA - REVOGAÇÃO DE VISITAS – AVÓS PATERNOS – CONDUTAS 
DESABONADORAS – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO – ATRITOS ENTRE AS FAMÍLIAS MATERNA E 
PATERNA – PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – VISITAS MANTIDAS. 1. 
O direito da criança e do adolescente à convivência familiar está expressamente consagrado pela Lei n. 8.069/1990, e não se 
limita ao convívio com os genitores, devendo ser interpretado de forma a abranger os demais parentes, como avós e 
colaterais, para garantir ao infante ambiente que lhe assegure o desenvolvimento integral. 2. Deve ser indeferido o pedido de 
revogação de visitas se não comprovados os comportamentos desabonadores narrados na peça inicial, em especial quando 
constatado que eventual resistência da criança às visitas se deve à constante alienação 'parental' promovida pelos familiares 
29 
 
 
Sob a influência do princípio, a doutrina mais moderna substitui a expressão ―direito de 
visita‖ do genitor não guardião por direito de convivência. O princípio assegura que a criança 
e o adolescente tem o direito à convivência familiar junto ao seu genitor não guardião e sua 
família, não podendo o guardião impedir o acesso ao outro e sua família, com restrições 
inapropriadas. 
 
ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
A recomendação nº 32, de 5 de abril de 2016, dispõe sobre a uniformização e atuação 
do Ministério Público Brasileiro, através de políticas e diretrizes administrativas que 
fomentem o combate à síndrome de Alienação Parental que compromete o direito à 
convivência familiar da criança, adolescente, pessoas com deficiência e incapazes de exprimir 
a sua vontade. 
Ao recomendar aos membros do Ministério Público que busquem pelos meios dispostos 
ao seu alcance, alerta o CNMP pela necessidade da ação ministerial sempre buscando a 
resolutividade dos problemas atinentes ao tema, desenvolvendo projetos que objetivem a 
conscientização pública sobre a importância da guarda compartilhada como meio de evitar a 
alienação parental, realização de palestras e divulgações esclarecedoras e pedagógicas sobre o 
tema, junto à sociedade, buscando a efetivação dos vínculos familiares e parentais. 
É evidente, que a mera intervenção judicial, independente de promovida pelo Ministério 
Público ou pelos litigantes, goza de distância abissal à solução do problema, podendo, ainda, 
servir como instrumento de agravação dos prejuízos causados às crianças vítimas da 
alienação, que ficam expostas exageradamente ao litígio. 
Claro que o promotor de justiça tem legitimidade para promover demandas decorrentes 
da alienação parental, no entanto, em razão da gravidade do problema, a simples inversão da 
guarda ou mesmo a punição do pai alienador, com o afastamento da criança, não pode ser 
apontada como solução viável, melhor seria buscar desconstruir a imagem do agressor 
buscando sempre a reaproximação da família. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 70-A, traz a solução mais 
adequada ao melhor interesse da vítima, ao propor o apoio e o incentivo às práticas de 
resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente. 
Para tanto, o Promotor de Justiça, além de procurar articular a rede de proteção, poderá 
promover campanhas junto a comunidade do local de sua atuação visando a identificação da 
 
que detém a guarda da infante. (Apelação n. 0001907-41.2009.8.24.0037, 5ª Câmara de Direito Civil do TJSC, Rel. Luiz 
Cézar Medeiros. j. 18.07.2016). 
 
30 
 
 
alienação parental, buscando instruir dirigentes e professores das escolas municipais e 
estaduais, tornando-os difusores de conhecimento e denúncias de casos. 
Identificada a alienação, sem a necessidade de promoção de medida judicial, os 
envolvidos poderão ser chamados ao Ministério Público, onde a equipe técnica formada por 
psicólogos e assistentes sociais poderá buscar a melhor orientação à família, procurando 
separar os casos de abuso ou violência que justifique a reação da criança. 
 
CONCLUSÃO 
É certo que a alienação parental existe em todas as formas de família e o pai e a mãe são 
os principais sujeitos ativos na violação dos direitos fundamentais da criança e do 
adolescente. 
O fim da relação amorosa dos pais reflete diretamente na relação que os genitores 
passam a ter com seus filhos. Há uma inversão de valores e de comportamentos, pois os que 
mais deveriam proteger, os que mais amam, são os mesmos que violam os princípios e os 
agridem psicologicamente. 
O legislador, preocupado com a evolução da sociedade e em especial com a realidade 
das novas formas de família, editou a lei sobre alienação parental como mais um mecanismo 
de proteção dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. 
A aplicação da lei que dispõe sobre alienação parental é essencial para a garantia desses 
direitos e constituí um dos grandes desafios do Ministério Público. Este, em seus atos, sempre 
deve estar atento aos Princípios do Melhor Interesse da Criança e o da Convivência Familiar, 
desapegando de meras ações judiciais, para buscar a resolução da questão que transcende as 
paredes das cortes judiciais. 
 
PROPOSTA DE ENUNCIADO 
No enfrentamento dos casos de alienação parental o Promotor de Justiça deve evitar as 
demandas judiciais, procurando aparelhar e treinar a rede de proteção, especialmente, os 
personagens da educação, para identificar e tratar os referidos casos. 
 
REFERÊNCIAS 
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Malheiros, 2004. 
 
DIAS, Berenice. Manual de direito das famílias: princípios do direito de família. 5. ed. rev., 
atual. e amp. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. 
 
31 
 
 
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2011. 
 
______. Alienação parental: um crime sem punição. In: ______ (Coord.). Incesto e alienação 
parental: realidades que a justiça insiste em não ver. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2010. p. 54-60. 
 
FARIAS, Cristiano Chaves de. A família parental. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Tratado 
de direito das famílias. Belo Horizonte: IBDFAM, 2015. p. 247-253. 
 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: 
direito de família – as famílias em perspectiva constitucional. 2. ed. rev., atual. e ampl. São 
Paulo: Saraiva, 2012. v. 6. 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2016. v. 6. 
 
LÔBO, Paulo. Direito de Família e os Princípios Constitucionais. In: PEREIRA, Rodrigo da 
Cunha. Tratado de direito das famílias. Belo Horizonte: IBDFAM, 2015. p. 123. 
 
OLIVEIRA, Euclides de. Alienação parental e as nuances da parentalidade: guarda e 
convivência familiar. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Tratado de direito das famílias. 
Belo Horizonte: IBDFAM, 2015. p. 282. 
 
TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito de família. 8. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: 
Método, 2013. v. 5. 
 
TRINDADE, Jorge. Síndrome da Alienação Parental. In: DIAS, Maria Berenice. (coord.). 
 Incesto e alienação parental: realidades que a justiça insiste em não ver. 2. ed. rev. atual. e 
ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 58-67. 
32 
 
 
 
Síntese Dogmática: 
A exegese do art. 45 da Lei do Sinase aponta que a unificação de 
medidas

Continue navegando