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Cérebro e Comportamento Resumo

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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE CÉREBRO E COMPORTAMENTO HUMANO
CÉREBRO E COMPORTAMENTO HUMANO
ABRIL/2019
Dourados/MS
SUMARIO 
1. C O N C E I T O S I N T R O D U T Ó R I O S S O B R E O
F U N C I O N A M E N T O D A N E U R O - B I O Q U Í M I C A
CEREBRAL..............................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO HUMANO AO LONGO DO CICLO
VITAL.......................................................................................9
3. SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA...............................................20
4. SUGESTÃO PARA LEITURA E APROFUNDAMENTO.........42
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE O FUNCIONAMENTO
DA NEURO-BIOQUÍMICA CEREBRAL
• As funções primordiais de um neurônio incluem a recepção, a
integração e a transmissão de informações a outros neurônios no
sistema nervoso central, por meio de sinalização elétrica ou química.
(SINAPSES)
• Os pensamentos,as emoções, as memórias, os comportamentos,os
sonhos e outros aspectos da cognição também são originados da
atividade cerebral
• A perda da estabilidade sináptica pode levar a interrupção de circuitos
neuronais e, como consequências a doenças como esquizofrenia,
autismo, drogadição, alzheimer, depressão.
• Esta perda da estabilidade pode ser causada por exemplo por
alterações genéticas, uso de drogas, envelhecimento, infecções virais
e bacterianas
• O uso de medicamentos para tratar transtornos psiquiátricos costuma
ser fundamental para a abordagem de um tratamento bem-sucedido,
que também pode incluir outros tipos de intervenções, como a
psicoterapia
• A maioria dos psicofármacos utilizados na prática clínica atual, por
diferentes mecanismos, modula positiva ou negativamente a
neurotransmissão, seja por uma ação pré ou pós-sináptica.
• A inibição da recaptação de neurotransmissores corresponde ao alvo
terapêutico de aproximadamente 30% dos psicofármacos
1.1 NEUROTRANSMISSÃO
• Neurotransmissores são mediadores químicos endógenos
responsáveis por transmitir informações de um neurônio (pré-sináptico)
para outro (pós-sináptico) por meio das sinapses
• Os receptores são os sítios de ação nos neurônios pós-sinápticos para
vários medicamentos psicotrópicos
1.2 AÇÃO DOS MEDICAMENTOS NO SNC
• Interferem na síntese, armazenamento e metabolização intracelular
• Atuam na liberação sináptica de neurotransmissores
• Sensibilizando ou bloqueando receptores pré e pós sinápticos
• Ocupam os receptores e mimetizam os efeitos dos neurotransmissores
(agonismo)
Efeitos de longo prazo
• Adaptação dos receptores
• Modificações sutis na função dos receptores ao longo do tempo de
exposição à droga
• Sensibilização ou dessensibilização
Figura do artigo:
1.3 PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES
GABA (Acido Gama-Aminobutírico)
• Encontrado quase que exclusivamente no SNC
• É o principal neurotransmissor inibitório
• Esta relacionado a funções como atenção,sono, ansiedade, memória e
tônus muscular
• Possuem três tipos principais GABAa, GABAb e GABAc
• Disfunções neste receptores GABAa e GABAb estão implicadas em
condições neuropsiquiátricas, como epilepsia, transtorno de ansiedade
e afetivos, síndromes de dor e doença de Huntington
• Os agentes terâpeuticos que ativam os receptores GABAa são
utilizados para indução da sedação,do sono,diminuição da ansiedade e
como anticonvulsivantes.
• Fármacos que atuam nestes receptores:
Anticonvulsivantes 
Benzodiazepínicos
Anestésicos
Barbitúricos
Observação – O Etanol atua nestes receptores!!! 
GLUTAMATO
• É o principal neurotransmissor excitatório do SNC.
• Esta envolvido em processos de plasticidade sináptica,aprendizado e
memória.
• Pode ter ação excitatóxica e causar morte neuronal.
• Essa ação vem sendo estudada nas doenças neurodegenerativas
como Alzheimer,Parkinson esclerose lateral aminiotrófica,
Esquizofrenia e THB.
ACETILCOLINA
• Tem importante participação nos processos de cognição e controle
motor.
• Esta associada também a regulação do sono, humor, motivação e
recompensa e com as funções autonômicas deste neurotransmissor
• Os fármacos que atuam neste neurotransmissores tem sido usados
para atenuar a progressão dos quadros de demência (Alzheimer).
DOPAMINA
• Os três tratos dopaminégicos mais importantes são o nigroestrital, o
mesolímbico-mesocortical e o túbero–infudibular
• As duas principais enzimas envolvidas no seu metabolismo são a MAO
• Na esquizofrenia acredita-se ocorrer um aumento da sinalização
dopaminérgica 
• A doença de Parkinson ocorre um estado deficiente de Dopamina
consequente a degeneração em núcleos da base
• As drogas de abuso e psicoestimulantes interferem no sistema
dopaminérgicos aumentando liberação de dopamina nas fendas
sinápticas 
• Sua atividade é baixa na depressão e alta na mania
• A cocaína, anfetamina aumentam suas quantidades no cérebro
• Antagonistas do receptor D2 tratam os sintomas positivos da
esquizofrenia (Delírios,alucinações, agitação)
NORADRENALINA
• Modula a cognição, humor, vigília ansiedade e medo, estresse,
controle térmico e memória
• Maior concentração encontra no locus ceruleus na ponte
• Os dois grandes grupos de receptores alfa-adrenérgicos e beta-
adrenégicos
• Quando este sistema esta inibido ocorre anergia, perda de libido,
anedonia e concentração
SEROTONINA
• Modula o humor, cognição, motivação, sono, percepção da dor e
função neuroendócrina
• Os neurônios seratoninérgicos são encontrados principalmente nos
núcleos da rafe mediana
• Aminoácido precursor é o triptofano obtido na dieta
• A serotonina esta implicada da fisiopatologia da ansiedade, do
transtorno obsessivo compulsivo, da depressão, controle de impulso,
distúrbios alimentares
• Sete tipos são atualmente reconhecido de receptores 5HT1 a5HT7
• Os psicofármacos atuam inibindo a recaptação de serotonina
• A estimulação destes receptor esta relacionada com a melhora dos
sintomas depressivos e ansiosos (Teng e cols,2008)
• Esta envolvida também no mecanismo do LSD e MDMA (Ecstasy)
• BNDF = (Fator neurotrófico derivado do cérebro) é responsável pela
neuroplasticidade dos neurônios do hipocampo. Esta reduzido na
depressão.
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2. DESENVOLVIMENTO HUMANO AO LONGO DO
CICLO VITAL
I n t r o d u ç ã o
• O ciclo vital representa os estágios por que passam todos os seres
humanos, do nascimento à morte.
2.1 PRINCÍPIO EPIGENÉTICO
• Sustenta que cada estágio é caracterizado por eventos ou crises que
devem ser resolvidos satisfatoriamente para que o desenvolvimento
avance de forma tranquila
• Os traumas causam neuroses que são a incapacidade ou dificuldade
em lidar com eventos significativos, aspectos inevitáveis do processo
de desenvolvimento.
2.3 NEURODESENVOLVIMENTO CEREBRAL
• O SNC começa a desenvolver no feto a partir da segunda semana
após a concepção
• A partir da segunda semana de gestação até os primeiros anos de vida
ocorre apotose neuronal
• O aumento do número de neurônios atinge seu pico máximo com 28
semanas de gestação (40x)
2.4 FORMAÇÃO DO CÓRTEX CEREBRAL
• Proliferação/Migração/Diferenciação/Apoptose
2.5 PATOLOGIAS DO NEURODESENVOLVIMENTO
2.6 DESENVOLVIMENTO INFANTIL
• Segundo Arnod Gessell :
• O ambiente desfavorável pode retardar o processo de desenvolvimento
enquanto os estímulos ambientais favoráveis podem acelerar o
processo 
2.7 A MORTE O MORRER E O LUTO
• A morte é um fenômeno universal e inevitável
• Médicos,profissionais de saúde mental e lideres espirituais envolve-se
em situações de cuidados terminais,e,cada vez mais,pessoas morrem
em cenários de hospitais ou asilos,em vez de em casa
• A tanatologia é o estudo da experiência da morte, do processo de
morrer e do luto.
• Os avanços da tecnologia mudaram o foco das definições de morte
• Desde 1960, seu conceito mudou de um foco no funcionamento
respiratório e circulatório para um foco na atividade cerebral
• Elizabeth Kurbler-Ross psiquiatra e tanatologista, produziu um modelo
útil e abrangente a reações de morte iminente
• O seu livro On Death and Dying, publicado em 1969. Os estágios se
popularizaram e são conhecidos como Os Cinco Estágios do Luto (ou
da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte).
Estágio 1 – Choque e negação
Neste estágio os médicos devem transmitir aos pacientes e a suas
famílias, de forma direta e respeitosa, informações básicas sobre a
doença seu prognóstico e opções de tratamento
Estágio 2 – Raiva
As pessoas ficam frustradas, irritadas e com raiva por estarem doentes.
Porque eu?
Estágio 3 - Barganha
Os pacientes podem tentar negociar com os médicos,os amigos ou
mesmo com Deus.
Estágio 4 – Depressão
Apresentam sinais clínicos de depressão podem apresentar ideação
suicida.
Estágio 5 - Aceitação
Os pacientes compreende que a morte e inevitável e aceitam a
universalidade da experiência
1 - Negação: "Isso não pode estar acontecendo.“
2 - Raiva: "Por que eu? Não é justo."
3 - Barganha: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."
4 -Depressão: "Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?"
5 -Aceitação: "Tudo vai acabar bem."
Atitudes para com a morte ao longo do ciclo vital
Crianças
• Com menos de 5 anos entendem como uma separação como o sono
• Dos 5 – 10 anos – Tem um sentido inicial da mortalidade humana.
Temem que seus pais morram e sejam abandonadas
• Com 10 anos conceitualizam a morte
Adolescente
• Entendem a morte como inevitável e definitiva
Adultos
• Os idosos costumam aceitar prontamente que sua hora chegou.
Podem fazer piadas ou falar abertamente sobre morrer
LUTO 
• O luto é o sentimento subjetivo precipitado pela morte de um ente
querido
• A expressão do luto abrange uma ampla variedade de emoções,
dependendo de normas e expectativas culturais e das circunstâncias
da perda
• O luto inicial costuma manifestar como uma sensação de choque que
pode ser expresso com um sentimento de insensibilidade e confusão
• Este é estado e precedido por expressões de sofrimento e perturbação
como suspiros e choro
• Pode ocorrer transtornos do sono como dificuldade para no sono e
despertares noturno e acordar cedo pela manhã
• Também pode ocorrer perda de peso
• É comum ocorrer sonhos com a pessoa falecida
• É comum a pessoa negar involuntariamente a morte ou agir como a
perda não tivesse ocorrido
• Tentativas de perpetuar o relacionamento perdido são evidenciadas
por um investimento em objetos que a pessoa falecida estimava ou que
façam lembrar dela (Objetos de ligação)
Estágios da perda de Bowlby
Estágio 1 - Insensibilidade e protesto
Estágio 2 - Fase de saudade intensa
Estágio 3 – Desorganização
Estágio 4 - Reorganização
• Tradicionalmente, o luto dura de seis meses a um ano,período no qual
a pessoa enlutada experimenta pelo menos 1 ano de separação
• Quando o luto normal é resolvido o estado de produtividade e relativo
bem-estar é resolvido
• Reações de aniversário
• Quando a pessoa desencadeia a reação de luto em uma ocasião
especial como a data de nascimento do falecido ou a sua data de
morte
• Podem durar horas ou dias
• O luto complicado ocorre quando a reação e desproporcional podendo
ocorrer ideação suicida e sintomas psicóticos
• As pessoas mais sujeitas são aquelas que sofreram uma perda
repentina e traumática
• O luto e a depressão compartilham muitas características em comum
como tristeza, choro, perda de apetite, sono de má qualidade e um
interesse menor pelo mundo
• Contudo os transtornos de humor costumam ser global e interrupto, e o
luto costuma haver flutuações
• Os pais reagem a morte de uma criança ou ao nascimento de um bebe
mal-formado através de estágios semelhantes aos que Kubler-Ross
descreveu para doenças terminais
• Os pais podem culpar um ao outro pela doença fatal da crianças,
especialmente se tiver uma base hereditária
Luto e melancolia
• Em 1917 Freud escreveu Luto e melancolia
• Uma perda exagerada de auto estima não faz parte do luto normal
• Quanto maior a part ic ipação de fatores inconsciente e
ambivalentes(raiva),maior a probabilidade de uma reação anormal de
luto
Biologia de luto
• O luto é uma resposta emocional e fisiológica
• Ocorrem perturbações no ritmo biológico
• Ocorre problemas no funcionamento imunológico: menor proliferação
de linfócitos e menor funcionamento das células citotóxicas
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3. SEMIOLOGIA PSIQUIATRICA
• A psiquiatria é uma especialidade médica que emprega conhecimento
das ciências naturais e das ciências humanas, e é isto que diferencia
das demais especialidades.
3.1 História clínica psiquiátrica
• É a história de vida de vida do paciente,descrevendo os sintomas
apresentados
• Muitas vezes, também inclui informações obtidas de outra fontes,como
pais, cônjugues, policiais e socorristas
• Características do entrevistador, como suas crenças, valores,
sensibilidade, estado emocional no momento da entrevista e outras,
podem interferir nos fenômenos observados. 
• No decorrer da entrevista, é importante atentar-se não apenas ao que
o paciente diz, mas também à forma como se expressa e ao que faz
enquanto fala.
• Igualmente importante é a auto-observação do entrevistador para suas
próprias reações diante do paciente.
• Identificação
• Queixa Principal
• HMA (História da Moléstia Atual)
• Antecedentes História pessoal e social
• Antecedentes Clínicos e Psiquiátricos 
• História Familiar
• Personalidade Pré-Mórbida
• Exame Físico
• Exame do Estado Mental
• Escalas de Avaliação
• Exames Complementares
• Diagnóstico Multiaxial
• Plano de tratamento
EXAME DO ESTADO MENTAL
• O exame do estado mental é uma avaliação do funcionamento mental
do paciente, no momento do exame, com base nas observações que
foram feitas durante a entrevista.
1) APARÊNCIA
• Trata-se de uma descrição da impressão geral advinda da aparência
física, da atitude e conduta do paciente na interação com o
entrevistador.
2) FALA
• Afasia 
Pode ser entendida como uma perturbação da linguagem caracterizada
pela perda parcial ou total da faculdade de exprimir os pensamentos
por sinais e de compreender esses sinais. Ocorre nas Doenças
Neurológicas (Tumores, AVC, Trauma Craniano).
• Disartria 
São todas as perturbações que resultam de uma lesão ao nível de
qualquer das partes que intervêm na elaboração e na emissão dos
sons, de cuja articulação resulta a palavra falada.
Ocorre nas Doenças Neurológicas (AVC, Tumores, Coréia de
Huntington, Trauma Craniano).
• Dislalia 
Omissão, substituição ou deformação os fonemas.
Pode ocorrer em doenças neurológicas, ser hereditária, ou devido
alterações emocionais como por exemplo o TDAH (Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade).Ex : Cebolinha da Turma 
da Mônica (Ele troca o som da letra R pelo da letra L)
• Bradilalia
Diminuição da velocidade de expressão, como resultado da lentidão
dos processos psíquicos e do curso do pensamento.
Observa-se no parkinsonismo pós-encefalítico, em casos de epilepsia
pós-traumática.
• Verbigeração
É a repetição incessante durante dias, semanas e até meses, de
palavrase frases pronunciadas em tom de voz monótono e
declamatório. Ex: Esquizofrenia
• Mutismo 
É a ausência de linguagem oral.
Pode ocorrer na Esquizofrenia, Demências, Transtornos Depressivos
Graves e no Delirium.
• Logorréia 
Segundo Antoine Porot que “A arte de falar muito e não dizer nada”
Ocorre nos quadros de Mania presente no Transtorno Afetivo Bipolar
• Mussitação 
É a expressão da linguagem em voz muito baixa; o enfermo movimenta
os lábios de maneira automática, produzindo murmúrio ou som
confuso. É um sintoma próprio da esquizofrenia.
• Ecolalia 
É a repetição, como um eco, das últimas palavras que chegam ao
ouvido do paciente. Em condições patológicas, observa-se nos
pacientes com Esquizofrenia e também portadores de Transtorno do
Espectro Autístico (TEA).
• Neologismo 
São palavras criadas ou palavras já existentes empregadas com
significado desfigurado. Pode ser um sintoma comum na esquizofrenia.
3) CONSCIÊNCIA
• É o estado de lucidez ou de alerta em que a pessoa se encontra,
variando da vigília até o coma. Na clínica geral usas também a escala
de Glasgow
• Obnubilação/sonolência: Diminuições da consciência a forma mais
suave. Ex. TCE, Drogas e Infecções no SNC.
• Confusão: Neste estado as vivências não são coerentemente
elaboradas e a associação dos estímulos faz-se de forma bizarra. Ex.
Delirium por infeções
• Estupor: Mutismo, sem movimentos e preservação relativa da
consciência. Ex Esquizofrenia catatônica
• Coma: É o estado mais grave de perda da consciência e geralmente
se acompanha de algum comprometimento neurológico e/ou somático
grave. 
• Hiperalerta: Ansioso,hiperatividade autonômica e respostas
aumentadas aos estímulos (drogas/abstinência)
• ESTREITAMENTO DA CONSCIÊNCIA COM FLUTUAÇÕES=
Delirium
4) ORIENTAÇÃO
• Avaliar orientação temporal e espacial
• Autopsíquica: Os aspectos autopsíquicos se caracterizam pelo
reconhecimento de si envolvendo:saber o próprio nome;reconhecer as
pessoas do seu meio imediato, através de seu nome ou de seu papel
social e saber quem é o entrevistador.
• Alopsíquica: Com relação aos aspectos alopsiquícos são avaliados:a
orientação no tempo, englobando saber informar o ano, o mês, o dia da
semana.
• Na Síndrome Cerebral Orgânica os pacientes frequentemente mostram
flutuação na orientação conforme a hora do dia (piora à noite),
podendo ocorrer total desorientação com o aumento da gravidade.
5) ATENÇÃO
• A atenção é uma dimensão da consciência que designa a capacidade
para manter o foco em uma atividade.
A) Vigilância
• Hipervigil : Aumento da atenção
• Hipovigil : Diminuição da atenção
B) Tenacidade
• Capacidade de manutenção da atenção ou de uma tarefa específica.
• Hipotenacidade ou Hipoprosexia: Redução 
• Hipertenacidade ou Hiperprosexia: Aumento
• TESTE: Deve-se observar a capacidade de prestar a atenção às
perguntas durante a entrevista, sem estar constantemente distraíndo-
se. Pode-se pedir ao paciente para bater na mesa toda vez que se diga
a le t ra A , en t re uma sé r ie de le t ras a lea tó r ias como
K,D,A,M,X,T,A,F,O,K,L, E,N,A,... Grava-se o tempo e o número de
erros. 
Concentração
• É a capacidade de manter a atenção voluntária em processos internos
do pensamento ou em alguma atividade mental.
• O teste formal para a avaliação da concentração é o da subtração
consecutiva do número 7 a partir do número 100. Para pacientes com
défcit cognitivo ou QI abaixo de 80 utiliza-se uma série de 3 números a
partir de 20. Se o paciente já realizou o teste muitas vezes, altera-se os
números para 101 ou 21, para evitar que tenham sido decorados.
Desatenção
• Incapacidade de voltar o foco para um determinado estímulo.
Distração
• Incapacidade de manter o foco da atenção em determinado estímulo.
Transtornos Envolvendo Atenção: A desatenção ocorre em
depressões, demências, Delirium, efeito adverso de medicamentos,
Transtornos de Déficit de Atenção. A distração pode ocorrer em
depressões, mania, retardo mental.
6) MEMÓRIA
• Memória Remota: avalia a capacidade de recordar-se de eventos do
passado, podendo ser avaliada durante o relato feito pelo paciente, de
sua própria história.
• Memória Recente: avalia a capacidade de recordar-se de eventos que
ocorreram nos últimos dias,que precederam a avaliação. 
• Memória Imediata: avalia a capacidade de recordar-se do que ocorreu
nos minutos precedentes. 
• Confabulação :O paciente elabora inconscientemente respostas falsas
quando a memória esta prejudicada
• Amnésia:incapacidade parcial ou total de evocar experiências
passadas.
• Amnésia imediata: geralmente existe um comprometimento cerebral
agudo.
• Amnésia anterógrada: o paciente esquece tudo o que ocorreu após
um fato ou acidente importante. Ex: traumatismo craniano, distúrbio
dissociativo (histeria).
• Amnésia retrógrada: esquecimento de situações ocorridas
anteriormente a um trauma, doença ou fato importante.
• Amnésia lacunar: esquecimento dos fatos ocorridos entre duas datas.
Por exemplo: não se lembra o que fez no ano de 1995, o ano da sua
separação.
• A m n é s i a r e m o t a : esquec imento de fatos ocor r idos no
passado.Pacientes idosos com algum grau de demência.
Paramnésias
• Déjà vu: sensação de familiaridade com uma percepção efetivamente
nova.
• Jamais vu: sensação de estranheza em relação a uma situação
familiar.
• Hipermnésia: capacidade aumentada de registrar e evocar os fatos.
7) INTELIGÊNCIA
• Capacidade de uma pessoa de assimilar conhecimentos factuais,
compreender as relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já
adquiridos anteriormente; 
• De raciocinar logicamente e de forma abstrata manipulando conceitos,
números ou palavras.
• Deficiência mental: atraso ou insuficiência de desenvolvimento
intelectual (QI inferior a 70), com interferência no desempenho social e
ocupacional. 
• Demência: deterioração global e orgânica do funcionamento intelectual
sem alteração no nível de consciência.1 Frequentemente é
acompanhada de: distraibilidade; déficit de memória; dificuldade em
cálculos; alteração no humor e afeto; prejuízo no julgamento e
abstração; e dificuldades com a linguagem.
• Abstração: interpretação concreta de provérbios, por exemplo: "Quem
tem telhado de vidro não deve atirar pedras no telhado do vizinho",
resposta: "O vidro quebrará!".
8) COMPORTAMENTO E ATIVIDADE PSICOMOTORA
• Envolve a velocidade e intensidade da mobilidade geral na marcha,
na execução dos movimentos e gesticulação.
• Hiperatividade (Uso de Cocaína/Crack, Mania e Esquizofrenia)
• Hipoatividade (Transtorno Depressivo, Síndrome Demenciais)
• Catatonia (Esquizofrenia, Transtorno Depressivo Grave)
OUTRAS ALTERAÇÕES OBSERVADAS NA PSICOMOTRICIDADE:
• Estereotipias
É uma ação repetitiva ou ritualística, proveniente do movimento,
postura, ou fala. (Ocorre no Autismo, Esquizofrenia)
• Tiques
É o movimento ou vocalização humanos involuntários, súbitos e
repetitivos, que envolvem um determinado grupo de músculos.
• Maneirismos
Modalidade de expressão motora artificial e exêntrica, como uma
caricatura de comportamento normal 
• Ecopraxia
Repetição automática dos movimentos de outra pessoa. Ocorre por
exemplo no Transtorno do Espectro Autístico (TEA) e na Esquizofrenia.
• Catelepsia ou Flexibilidade Cérea
• Os membros se tornam rígidos, mas não há contrações, embora os
músculos se apresentem mais ou menos rigidos. A pessoa fica o tempo
todo consciente e quem passa por ela pode ficar horas nesta situação.
Pode ser uma doença rara de base, ou ocorrer em outras condições
como por exemplo na Histeria, Esquizofrenia, Epilepsia e intoxicação
por uso de drogas.
9) CONDUTA/COMPORTAMENTOS
• São os comportamentos observáveis do indivíduo: comportamento
motor,atitudes, atos, gestos, tiques, impulsos e verbalizações
• Heteroagressividade (Agressividade dirigida a outras pessoas)
• Auto-agressividade (Agressividade dirigido a si mesmo como por
exemplo a Auto-mutilação e o Suicídio)
10)HUMOR E AFETIVIDADE
• A afetividade compreende o estado de ânimo ou humor, os
sentimentos, as emoções e as paixões e reflete sempre a capacidade
de experimentar o mundo subjetivamente.
• Embora diferentes pessoas possam viver mesmos fatos e
acontecimentos, cada uma delas sentirá eles de maneira diferente e
pessoal. O humor e o afeto proporcionam esta diferenças.
• Podemos pensar na afetividade como o tônus energético capaz de
impulsionar o indivíduo para a vida, como uma energia psíquica dirigida
ao relacionamento do ser com sua vida, como o humor necessário para
valoração das vivências.
• Avalia-se a tonalidade emocional predominante durante a entrevista,
observando-se a presença e a intensidade de manifestações de:
Ansiedade, Pânico,Tristeza, Irritabilidade, depressão, apatia,
Hostilidade, Raiva, Euforia, Disforia, Elação, Exaltação, Ambivalência,
Anedonia.
• H U M O R : Tônus emocional das últimas semanas. Avaliação
Longitudinal.
• A F E T O : Tônus emocional avaliado no momento. Avaliação
Transversal.
• ANEDONIA: É a perda da capacidade de sentir prazer, próprio dos
estados depressivos.
• HUMOR HIPERTÍMICO= (Exaltação / Euforia / Mania) Transtorno
Afetivo Bipolar
• HUMOR HIPOTÍMICO = Depressão
• HUMOR EUTÍMICO = Normal
• LABILIDADE DE HUMOR = é um estado especial em que se produz a
mudança rápida e imotivada do humor ou estado de ânimo, sempre
acompanhada de extraordinária intensidade afetiva. Esta forma súbita
de reagir diante dos estímulos do meio exterior revela pessoas
incapazes de controlar a intensidade de suas reações. Pode ocorrer
nos quadros de Transtorno Afetivo Bipolar e nos Quadros Orgânicos.
• AFETO CONGRUENTE COM HUMOR = Ex. Depressão
• AFETO INCOGRUENTE COM HUMOR = Ex. Esquizofrenia
• AFETO HIPOMODULANTE - Ex. Esquizofrenia
11) PENSAMENTO
Alterações na forma do pensamento
• Circunstancialidade 
O objetivo final de uma determinada fala é longamente adiado, pela
incorporação de detalhes irrelevantes e tediosos.
• Tangencialidade 
O objetivo da fala não chega a ser atingido ou não é claramente
definido. O paciente afasta-se do tema que está sendo discutido,
introduzindo pensamentos aparentemente não relacionados,
dificultando uma conclusão.
• Perseveração
O paciente repete a mesma resposta à uma variedade de questões,
mostrando uma incapacidade de mudar sua resposta a uma mudança
de tópico
• Fuga de ideias
Ocorre sempre na presença de um pensamento acelerado e
caracteriza-se pelas associações inapropriadas entre os pensamentos,
que passam a serem feitas pelo som ou pelo ritmo das palavras
(associações ressonantes).
• Afrouxamento de ideias
Ocorre uma perda na associação lógica entre partes de uma sentença 
Numa forma extrema de incoerência,observa-se uma sequência
incompreensível de frases ou palavras (salada de palavras).
• Bloqueio de pensamento
Ocorre uma interrupção súbita da fala, no meio de uma sentença.
Quando o paciente consegue retomar o discurso, o faz com outro
assunto, sem conexão com a ideação anterior.
Alterações no conteúdo do pensamento
Pensamentos predominando conteúdos:
• Ansiosos 
• Depressivos 
• Fóbico 
• Obsessivos 
Logicidade do pensamento
• Ideias supervalorizadas: o conteúdo do pensamento centraliza-se em
torno de uma idéia particular, carregada de conteúdo afetivo
promeniente. Ex – Ciúme, Torcedor do Timão!!!
DELÍRIOS
• São crenças que refletem uma avaliação falsa da realidade, não são
compartilhadas por outros membros do grupo sócio-cultural do
paciente e das quais não pode ser dissuadido, através de
argumentação contrária, lógica e irrefutável.
• Jaspers define o Delírio Primário ou puro como sendo um juízo
patologicamente falso da realidade. Este juízo falso deve apresentar
três características: 
1-Deve apresentar-se como uma convicção subjetivamente
irremovível e uma crença absolutamente inabalável;
2- Deve ser impenetrável e incompreensível para o indivíduo normal,
bem como, impossível de sujeitar-se às influências de correções
quaisquer, seja através da experiência ou da argumentação lógica e;
3 - Impossibilidade de conteúdo plausível.
Diante de um paciente delirante, cuja ruptura com a realidade é
evidente, não conseguimos demover tal Conteúdo do Pensamento
mediante qualquer tipo de argumentação. É necessário o uso de
psicofármacos os antipsicóticos. 
Para ser Delírio a convicção dever ser sempre inabalável. A
argumentação racional não deve afetar a realidade distorcida ou
recriada de quem delira, independentemente da capacidade
convincente e da perseverança daquele que se empenhar nesta tarefa
infrutífera.
Os delírios podem ser:
• Sistematizados: São relacionados a um único tema, mantendo uma
lógica interna, ainda que baseada em premissas falsas, o que pode
conferir maior credibilidade
• Não sistematizados: Quando envolvem vários temas, são mais
desorganizados e pouco convincentes
Tipo de Delírios 
• Persecutório: É uma idéia de que está sendo atacado, incomodado,
prejudicado, perseguido ou sendo objeto de conspiração.
• Grandeza: O conteúdo envolve poder, conhecimento ou importância
exagerados
• Místicos: Acredita ser Deus, dons especiais
• Delírio ou ideia de referência: Atribuição de um significado pessoal a
observações ou comentários neutros. 
• Somáticos: O conteúdo envolve uma mudança ou distúrbio no
funcionamento corporal
• Culpa: Acredita ter cometido uma falta ou pecado imperdoável
• Ciúmes: Acredita na infidelidade do parceiro
• Controle: Acredita que seus pensamentos, sentimentos e ações são
controlados por alguma força externa 
• Erotomania: Neste caso o delírio habitualmente se refere ao amor
romântico idealizado e a união espiritual, mais do que a atração sexual.
Acreditam, frequentemente, ser amados por pessoa do sexo oposto
que ocupa uma posição de superioridade (ídolos, artistas, autoridades,
etc.)
• As alterações de pensamento são bem intensas e proeminentes
nos quadros de Esquizofrenia. 
12) SENSOPERCEPÇÃO
• Designa a capacidade de perceber e interpretar os estímulos que se
apresentam aos órgãos dos sentidos. Os estímulos podem ser:
auditivos, visuais, olfativos, táteis e gustativos.
ALTERAÇÕES
• Despersonalização: Refere-se à sensação de estranheza, como se
seu corpo, ou partes dele não lhe pertencessem, ou fossem irreais.
• Desrealização: O ambiente ao redor parece estranho e irreal, como se
“as pessoas ao seu redor estivessem desempenhando papéis”.
• Ilusão: Interpretação perceptual alterada, resultante de um estímulo
externo real.
ALUCINAÇÕES
• São percepções sensoriais na ausência de estimulação externa do
órgão sensorial envolvido. 
• Podem ocorrer na Esquizofrenia, no uso de Drogas, quadros orgânicos
comportamentais como Del i r ium a Demência, e nas doenças
neurológicas como Tumor Cerebral, AVC, Trauma Craniano. 
• O conteúdo das alucinações é extremamente variável, porém, guarda
sempre uma íntima relação com a bagagem cultural do paciente que
alucina.
• As alucinações podem ser classificadas em:
• Auditivas: sons ou vozes; as vozes podem dirigir-se ao paciente ou
discutirem entre si sobre ele. Ex -Vozes de comando esquizofrenia
• Visuais: Luzes ou vultos até cenas em movimento, nítidas e
complexas. Ex. Zoopsias (Bixos) em alcoolistas com Delirium Tremens.
• Táteis: (toque, calor, vibração, dor, etc.)Ex. Cocaine Bugs (dependente
químicos)
• Olfatórias : Cheiros estranhos Ex. Quadro de Epilepsia Temporal
• Cenestésicas: Sensações anômalas de relacionadas a vísceras
internas. Síndrome de Cotard (Orgãos Mortos).
• Cinestésicas: Alteração na sensação de movimento corporal. Ex.
Sente movendo no espaço.
• Micropsia: Percepção da imagens pequenas
• Macropsias: Percepção da imagens grandes
• Alucinações Autoscópicas: Nas situações onde o paciente se vê fora
de seu próprio corpo 
• Alucinações Extra-campinas: Quando ele consegue ver cenas e
objetos fora de seu campo sensorial, como enxergar do lado de fora da
parede. 
Observação: Na Alucinação nãohá estímulo e na ilusão o estímulo é
percebido de forma deformada, ou em uma simplificação a ilusão é um
“engano”dos sentidos.
13) JUÍZO CRÍTICO DA REALIDADE
• É a capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade
externa e separá-la dos aspectos do mundo interno ou subjetivo. 
• Implica separar sentimentos, impulsos e fantasias próprios, de
sentimentos e impulsos de outras pessoas.
• Insight é uma forma mais complexa de juízo. Envolve um grau de
compreensão do paciente sobre si mesmo, seu estado emocional, sua
doença e as consequências desta sobre si, pessoas que o cercam e
sua vida em geral.
• Síndromes Cerebrais Orgânicas: CASO= Delirium
 MI= Demência
• (APeJuCoL): Síndromes psicóticas e Transtornos do Humor
AVALIAR FUNÇÕES BIOPSICOFISIOLÓGICAS
• SONO
• APETITE
• SEXUALIDADE
EXAMES COMPLEMENTARES
Indicações para neuroimagem
• TCE
• Abuso importante de álcool
• Epilepsia com transtornos psiquiátricos
• Transtornos do movimento
• Doenças autoimunes
• Exposição a venenos e toxinas
• Delirium
• Demência ou declínio cognitivo
• Doença mental de início recente após 50 anos
• Surto psicótico inicial
• Apresentação em idade atípica para o diagnóstico
• Sinais focais neurológicos
• Catatonia
• Mudanças repentinas de personalidade
4. SUGESTÕES PARA LEITURA E APROFUNDAMENTO:
• Manual de psicopatologia CHENIAUX, ELIE. Manual de psicopatologia.
4. ed.. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2011. 218pp. 
• KAPLAN, Harold I; SADOCK, Virginia Alcott; SADOCK, Benjamin
James. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e
psiquiatria clínica. Porto Alegre,RS: Artmed, 2007. 1584p.
• STAHL, S. M. Psicofarmacologia – Bases Neurocientíficas e Aplicações
Práticas, 3a edição, Editora Guanabara Koogan, 2010. 
• Psicofármacos: consulta rápida. 4. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2011.
556p. 
• Psiquiatria basica LOUZA NETO, Mario Rodrigues; ELKIS, Helio.
Psiquiatria basica. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2010. 712p. 
• DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos
transtornos mentais. Porto Alegre, RS: Artmed, 2007. 271p. 
• COMPÊNDIO DE CLÍNICA PSIQUIÁTRICA – 1ª e 2ª EDIÇÃO – IPQ
USP
• Yudofsky SC, Hales RE. Neuropsiquiatria e Neurociências na Prática
Clínica. 4a. Ed. Porto Alegre: ArtMed, 2006. 
• Schatzberg, Alan F., Cole, Jonathan O. & DeBattista, Charles. Manual
de Psicofarmacologia Clínica, 6a ed. – Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 2009.

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