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1 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO Rosângela Gonçalves 2 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 EMENTA IDENTIFICAÇÃO GERAL DISCIPLINA: Avaliação e Diagnóstico Psicopedagógico Clínico PROFESSOR(A): Rosângela Gonçalves TURMA: CARGA HORÁRIA SEMANAL: 8h FINAL: 30h EMENTA Orientação teórica e prática para diagnóstico clínico das avaliações psicopedagógicas; Orientação diagnóstica para os aspectos afetivo-social, aspectos cognitivos, aspectos psicomotores e aspectos da aprendizagem formal. OBJETIVOS GERAL Propiciar ao aluno orientação teórica e prática sobre os diagnósticos das avaliações psicopedagógicas a fim de aprofundar seu conhecimento acerca dos processos interpretativos e avaliativos sobre os testes Psicopedagógicos e encaminhamento clínico. ESPECÍFICOS Diagnosticar as avaliações dos aspectos afetivos-social; psicomotores, cognitivos e aprendizagem formal, abrangendo as séries referentes à idade cronológica; Conhecer o processo diagnóstico dos testes avaliativos para as dificuldades de aprendizagem; Possibilitar a abordagem das hipóteses diagnósticas através de casos clínicos; Favorecer o conhecimento das necessidades de atendimento multidisciplinar nas áreas de suporte ao tratamento psicopedagógico a partir das avaliações com relatório. Encaminha a construção da Avaliação a ser desenvolvida no espaço clínico. 3 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 TESTES E TÉCNICAS – DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO Anamnese Hora do Jogo EOCA ASPECTOS SÓCIOAFETIVO Desenho livre Teste Visão do Futuro (projeção) Técnicas Projetivas (Jorge Visca) - Vínculos Escolares: par educativo/eu e meus companheiros /a planta da sala de aula - Vínculos Familiares: Desenho em episódios/planta da minha casa/os quatro momentos de um dia - Vínculos consigo mesmo: Dia do meu aniversário/Minhas férias/Fazendo o que eu mais gosto. Família qualquer / Própria família / Família cinética Desenho da figura humana Relatos a partir de figura: Papel de carta ASPECTOS PSICOMOTORES Seriação de dominância lateral Teste de lateralidade espontânea (ABRACAN) Teste de memória Figuras geométricas (Zaldo Rocha) Cubo de Atividades ou Livro Sensorial Teste ABC (Lourenço Filho) Conhecimento e evocação das partes do corpo ASPECTOS COGNITIVOS Diagnóstico Operatório Piagetiano: CONSERVAÇÃO: de pequenos conjuntos; líquido; matéria; peso; comprimento; superfície. CLASSIFICAÇÃO: Dicotomia; inclusão e intersecção de classes. Combinação e Permutação de fichas. Prova de Realismo nominal (Emília Ferreiro) Torre de Hanói ASPECTOS DA APRENDIZAGEM FORMAL Avaliação de Leitura, Escrita e Ortográfica Avaliação da Consciência Fonológica Avaliação da Consciência Sintática Avaliação Matemática OUTROS Material escolar Dislexia TDAH Jogos 4 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana. Como se preocupa com o problema da aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente dos processos de aprendizagem. E se preocupa como se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Adquire características específicas a depender do trabalho clínico e preventivo. O diagnóstico Psicopedagógico possui especificidade própria que permite, diante de uma “queixa motivo” de dificuldades de aprendizagem, fazer uma leitura dinâmica de forma global, envolvendo o sujeito, a família e o processo de escolarização, como resultado de um conjunto de inter-relações complexas. Para tanto faz-se necessária a escolha de referências teóricas que deem respaldo aos instrumentos usados na avaliação e aos resultados obtidos na mesma. Devido a complexidade de seu objeto de estudo, são importantes à psicopedagogia conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais incidem sobre os conhecimentos específicos de diversas outras teorias. Por exemplo: A Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das representações profundas, operantes através da dinâmica psíquica que se expressa por sintomas e símbolos, permitindo-nos levar em conta a face desejada do homem; A Psicologia Social encarrega-se da constituição dos sujeitos, que responde a reações familiares, grupais e institucionais, em condições socioculturais e econômicas específicas e que contextuam toda a aprendizagem; A Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisar e descrever o processo construtivo do sujeito em interações com outros e com objetivos; A Lingüística traz a compreensão da linguagem como um dos meios que o caracterizam tipicamente humano e culturais: a língua enquanto código disponível a todos os membros da sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e historiado de acesso a toda estrutura simbólica; A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino- aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina; Os fundamentos na Neuropsicologia possibilitando a compreensão dos mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais, indicando-nos a que correspondem, do ponto de vista orgânico, todas as evoluções ocorridas. 5 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Diagnóstico Refere-se a caracterização do sujeito e do meio onde se manifesta o sintoma no momento do diagnóstico, fundado no pressuposto que o sintoma é o emergente da interação do subsistema, personalidade como o sistema social e seus mediadores. Análise do contexto em que se desenvolve o processo de aprendizagem; leitura de sintomas que emergem na interação social voltada para o sujeito que aprende; explicação de causas que coexistem temporalmente com o sistema; explicação da origem desta causa; análise do distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados aceitáveis. Podem ser observados aspectos como: as características da instituição educacional (aprendizagem sistemática), comunidade (aprendizagem assistemática), como as condutas exigidas que ajudam na manifestação ou não das dificuldades em um outro campo. Dentro da caracterização interessa: sexo, idade, meio cultural..., que permitem a compreensão de se a conduta é ou não sintomática. Prognóstico Levantamento de hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno atual, na presença e na ausência dos processos corretores. Terapia no campo do aprendizado sistemático (alexia, dislexia, TDAH...), e assistemático (sem nomenclatura) podem ou não ser acompanhados de sintomas. Indicações Indicações gerais que incluem outras disciplinas, assim como indicações específicas, inerentes a atuação psicopedagógica. Análise das causas internas do sujeito contemporâneas ao sintoma e suas interações são de extrema relevância para a orientação, também, das indicações e recomendações. As causas que podem provocar o aparecimento de sintomas são três: 1. A afetividade (predomina os oponentes energéticos da aprendizagem) 2. As funcionais 3. O estágio de pensamento (cognitivo) Origem e evolução são causas históricas e dos sintomas, mediante o estacionamento das cadeias casuais, pois as funções e o estágio de pensamento podem sofrer alterações orgânicas, emocionaisou mistas e o grau de reversibilidade varia de acordo com o inter-relacionamento destes. 6 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 A QUEIXA ENTREVISTA PARA ESCLARECER O MOTIVO DA CONSULTA OBJETIVO: Estabelecer hipóteses sobre aspectos importantes para o diagnóstico de aprendizagem. COM OS PAIS (representantes da família) observar: Significação do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do problema de aprendizagem; Significado do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de seus membros ao assumir a presença do problema; relaciona-se os valores da família com o respeito ao não aprender; Fantasias de enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção no processo diagnóstico e de tratamento; sentindo o que a família espera a respeito de seu trabalho, modalidade de comunicação do casal e função do terceiro, observar a relação dos pais entre si, os valores da família, a comunicação entre os pais e você. COM A ESCOLA (PROFESSOR ORIENTADOR) observar: Significação do sintoma na escola; Significação do sintoma para o professor, reações dos membros da escola ao assumirem o problema; Significado do sintoma, no sentido do que a escola espera a respeito de sua intervenção (confirmação do não aprender, como: tirar da responsabilidade da escola o fracasso, uma possibilidade de auxílio para o sucesso, uma ameaça externa); Observar os valores da escola, a comunicação entre seus profissionais e entre profissionais e aluno; COM O SUJEITO observar: Visão do sintoma para o sujeito; Significação do problema para o sujeito; Sentido do que o sujeito espera de sua intervenção Observar as modalidades de comunicação do sujeito (pode ser obtida na entrevista realizada com o sujeito no primeiro encontro – antes do E.O.C.A.). 7 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 ENTREVISTA COM O SUJEITO Você sabe por que está aqui? Você sabe o que é uma Psicopedagoga? Qual a sua idade? Onde você estuda? O que você mais gosta de fazer? Por que? O que não gosta de fazer? Por que? O que você deseja ser quando crescer? Por que? O que não deseja ser quando crescer? Por que? O que lhe dá mais medo? Por que? O que lhe dá mais raiva? Por que? O que lhe dá mais pena? Por que? O que lhe dá mais vergonha? Por que? Quais os seus três maiores desejos? Quais as pessoas que você mais gosta? Por que? Quais a que você menos gosta? Por que? Quais as pessoas que você tem medo? Por que? Quais as pessoas que você tem raiva? Por que? Quais as pessoas que você tem mais vergonha? Por que? Quais suas lembranças mais antigas? Aquelas que você lembra e depois esquece? Das coisas que aconteceram na sua vida, qual a melhor? E a pior? Como você se sente frequentemente? O que você acha de você? 8 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 INVENTÁRIO DA FIGURA HUMANA 1. Qual o nome e idade dessa pessoa?_____________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. O que esta pessoa está fazendo?_______________________________________________ __________________________________________________________________________ 3. É casado(a) _______ ? Tem filhos?______ Mora com quem?_________________________ 4. É mais ligada ao pai ou à mãe? _________________________________________________ 5. De quem essa pessoa mais gosta na vida? ________________________________________ 6. O que essa pessoa faz? _______________________________________________________ 7. O que ela pretende ser na vida? ________________________________________________ 8. O que ela pensa da vida? _____________________________________________________ 9. Do que ela tem medo? _______________________________________________________ 10. É uma pessoa alegre ou uma pessoa triste? _______________________________________ 11. O que deixa essa pessoa muito triste? ___________________________________________ 12. Qual a maior qualidade dessa pessoa? ___________________________________________ 13. Qual o maior defeito dessa pessoa? _____________________________________________ 14. O que as pessoas dizem dela? _________________________________________________ 15. Ela confia nas pessoas? Por que? _______________________________________________ 16. Tem namorado(a)? __________________________________________________________ 17. Já gostou de alguém a ponto de ter alguma experiência sexual? ______________________ 18. Tem amigos? _________ Onde? ________________________________________________ 19. Quais são os seus sonhos? ____________________________________________________ __________________________________________________________________________ bs.: __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 9 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 E.O.C.A.-ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM O processo diagnóstico consta por uma série de passos por cujo meio se realiza o reconhecimento das dificuldades, o prognóstico e as indicações. Entre estes processos destacamos a E.O.C.A. – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, elaborada pelo professor argentino Jorge Visca, cujo objetivo é de estudar as manifestações cognitivo-afetivas da conduta do entrevistado em situação de aprendizagem. Permite ainda se obter uma visão conjugada e uma hipótese diretriz do interjogo dos aspectos cognitivos e afetivos da aprendizagem, bem como os pontos de alerta que deve ser verificada para constatação ou não das hipóteses levantadas. A EOCA é utilizada como ponto de partida em todo processo de investigação diagnóstica das dificuldades de aprendizagem. Este instrumento consiste em uma entrevista estruturada que põe em evidência o aprendizado e conta como reativos quaisquer material, dependendo da idade do educando e da queixa. Na idade escolar podem ser: folhas pautadas, lápis de escrever, borracha, lápis colorido, giz de cera, papéis variados, revistas, tesoura, cola, livros de acordo com a idade do entrevistado, apontador, canetas, canetas hidrocor, folhas sulfite, régua, etc. Os objetos são deixados sobre uma mesa, organizados de tal forma que o entrevistado precise abrir as caixas de lápis, o estojo, apontar o lápis preto sem ponta, procurar o que deseja observar todo material para decidir o que vai utilizar. 1. CONSIGNAS E INTERVENÇÕES - As consignas e intervenções possibilitam observar: - a possibilidade de mudança de conduta; - a desorganização ou reorganização do sujeito; - as justificativas verbais ou pré-verbais; - a aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção, projeção). 1.1. Tipos de consignas e intervenções: _ De abertura: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu. Esse material é para que você utilize como desejar, pode usar o que quiser”. _ Para mudança de atividade: - Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com esses materiais”. - Consigna fechada: “Gostaria que você me mostrassealgo diferente do que já me mostrou” 10 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 - Consigna Direta: “Gostaria que me mostrasse algo de... (matemática, escrita, leitura)”. - Consigna Múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar, etc?”. - Consignas para Pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez, que horas são, que cor você está utilizando?”. _ As respostas geralmente após a consigna de abertura são: a. Sujeito começa a fazer algo (desenha, pinta, recorta, etc) b. Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “o que você quiser”. c. Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelo múltiplo não realiza nada. _ Qualquer uma das respostas já são dados significativos para a avaliação. _ Quando o entrevistado apresenta alguma produção, é aconselhável que se incida sobre ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um problema, pedindo que relate o que leu, escreveu ou desenhou. Observa-se o grau de mobilidade e de modificabilidade do entrevistado. 1.2. Fatores de observação durante a EOCA _ Através da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar o sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc). _ Estes três níveis de observação são indicadores do 1º sistema de hipóteses: a. Temática - Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, um aspecto manifesto e outro latente; b. Dinâmica - consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal: gestos, tom de voz, postura corporal, etc. a forma de sentar ou de pegar o lápis podem ser mais reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto. c. Produto - é o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem, etc. incluindo a seqüência em que foram feitos. _ Dimensão afetiva - Alguns indicadores: 11 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da postura, fugas, etc). Condutas defensivas (medos, resistência à tarefas, à mudanças, à ordens, etc). Ordem e escolha dos materiais. Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade, etc). _ Dimensão cognitiva - Alguns indicadores: Leitura dos objetos e situação Utilização adequada dos objetos Estratégias utilizadas na produção de tarefas Organização Planejamento da atividade (antecipação) Nível de pensamento utilizado 2. POSTURA DO EXAMINADOR Deve ser um mero observador da conduta do avaliado,. Participando com intervenções somente quando achar necessário. Utilizar-se de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações. Colocar limites quando achar necessário. Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado. Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, devemos lembrar também que esta também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações novas, deve ser avaliada em seus vários fatores. Se necessário, pode ser feitas mais de uma entrevista de EOCA. 3. FORMA DE REGISTRO Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois servirá para as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita para anotações das hipóteses levantadas. Deve-se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases, etc. 4. LEVANTAMENTO DAS HIPÓTESES as hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a entrevista. Levando-se em conta as três linhas de pesquisa que serão realizadas: cognitiva, afetiva e orgânico-funcionais. Quando as hipóteses nos levarem a uma área específica(ex: psicologia, fonoaudiologia, neurologia, etc), deve-se pedir a avaliação de um profissional competente, sempre que possível. 12 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 1. Obstáculos Funcionais - Assimilação - Motor - Lentidão - Elaboração mental - Domínio especial - Etc 2. Obstáculos Epistemofílicos (emocionais) - Estado confusional - Conduta evitativa - Perseveração - Mecanismos defensivos - Exigência - Etc 3. Obstáculos Epistêmicos (Cognitivos) - Desempenho - Antecipação - Insensibilidade – não percebe determinados conflitos - Não possui mecanismo de integração. Ex: colocam-se vários fósforos de tamanhos iguais alinhados com outros fósforos de tamanho menor. Junta-se até as duas linhas atingirem o mesmo comprimento e pergunta-se se os fósforos são iguais. O sujeito não percebe que só o comprimento final é o mesmo, mas que os fósforos são diferentes. - Assimilação, acomodação - Nível cognitivo - Etc Observações gerais 1. Cada nível de estrutura cognitiva corresponde a uma leitura da realidade e um nível de evolução afetiva para estabelecer um vínculo com o objeto 2. Cognitivo – Operações lógicas que regulam os intercâmbios com o meio externo, com a lógica correspondente ao estágio cognitivo a que percebe o sujeito. 3. Diante de determinada situação, o sujeito passará pelos momentos de indiscriminação, objetiva parcial e total, em movimentos de ir e vir. Quando atinge o patamar, pode passar para outro no mesmo movimento. ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO - Marque as questões observadas Em relação à temática: 13 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 ( ) fala muito durante a sessão ( ) Não fala demais durante a sessão ( ) verbaliza bem as palavras ( ) Expressa com facilidade ( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente ( ) fala de suas ideias, vontades e desejos ( ) mostra-se retraído para se expor ( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos ( ) parece viver num mundo de fantasias ( ) tem consciência do que é real e do que é imaginário ( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento Observação: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz) ( ) o tom de voz é baixo ( ) o tom de voz é alto ( ) sabe usar o tom de voz adequadamente ( ) gesticula muito para falar ( ) não consegue ficar assentado ( ) tem atenção e concentração ( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente ( ) pensa antes de criar ou montar algo ( ) apresenta baixa tolerância à frustração ( ) diante de dificuldades desiste fácil ( ) tem persistência e paciência ( ) realiza as atividades com capricho ( ) mostra-se desorganizado e descuidado ( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais ( ) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um ( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los ( ) não guarda o material que usou ( ) apresenta iniciativa ( ) ocupa todo o espaço disponível ( ) possui boa postura corporal ( ) deixa cair objetos que pega ( ) faz brincadeiras simbólicas ( ) leitura adequada à escolaridade ( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos ( ) escrita adequada à escolar Observação: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 14 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel) () desenha e depois escreve ( ) escreve primeiro e depois desenha ( ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão ( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita ( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta ( ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar ( ) demonstra insatisfação com os seus feitos ( ) sente-se capaz para executar o que foi proposto ( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto ( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado ( ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’ ( ) fica preso no papel e lápis ( ) executa a atividade com tranqüilidade ( ) demonstra agressividade, em seus desenhos e suas criações ou no comportamento ( ) é criativo(a) Observação: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Conclusão: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 15 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 OBSERVAÇÃO LÚDICA – HORA DO JOGO 1. CONCEITO Toda a criança interage com brinquedos e expressa a realidade do mundo interno e sua relação com o mundo externo, pois através do jogo ela define seus papéis, seu espaço, mostrando suas relações interpessoais. Pode receber os limites que lhe são impostos e demonstra como lidar com eles. A observação lúdica é uma técnica de compilação de dados que auxilia a investigar os aspectos mais significativos para a formulação das hipóteses. Trata-se de uma observação espontânea na qual a motivação por brincar deve ser a sua maior preocupação, do que o fato de se sentir observada. 2. OBJETIVOS - Auxiliar no diagnóstico de crianças que não responde a outras formas de avaliação. - Auxiliar na investigação das dificuldades apresentadas nas áreas diversas de desenvolvimento, possibilitando o levantamento de hipóteses. 3. ESTRATÉGIAS - Brinquedos diversos de acordo com a faixa etária, o interesse e o que se quer investigar. - Os brinquedos são expostos para que a criança interaja com eles. 4. PONTOS A SEREM OBSERVADOS - A interação da criança frente ao brinquedo - O repertório cognitivo, afetivo, motor, funcional, social - O nível e o tipo de linguagem - A conduta - O uso do brinquedo enquanto função real - A proposta de brincadeiras - A centralização de brinquedos regressivos ou superiores a idade da criança - O levantamento de hipóteses 5. DEMANDA A observação lúdica é também indicada no diagnóstico de: - Crianças portadoras de necessidades especiais em idade pré-escolar ou escolar quando não tem repertório de linguagem verbal e não respondem a outras formas de investigação; - Crianças com suspeita de hiperatividade ou distúrbios de comportamento como autismo, psicose, esquizofrenia, etc. e que não respondem a outras formas de investigação. 16 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 INVENTÁRIO DA HORA DO JOGO Consigna: Aqui está uma caixa com muitas coisas para você brincar com tudo o que você quiser; enquanto isso, eu vou observar e fazer algumas anotações aqui. Um pouco antes de acabar o tempo, eu lhe aviso”. 1. INVENTÁRIO ( ) classifica de alguma maneira o conteúdo da caixa ( ) possibilidade de antecipação ( ) experimenta o funcionamento do objeto ( ) avalia os elementos da caixa a medida que vão surgindo as possibilidades de ação ( ) pega rapidamente o primeiro que encontra e usa ( ) experimenta antes de usar ( ) procura um objeto ou instrumento em particular, em função de um projeto 2. ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA AÇÃO ( ) o material começa a fazer parte de uma comparação simbólica através de comparações ( ) observar as dificuldades surgidas e que e que tem a ver com dificuldades para entender relações, formular hipóteses, apresentar problemas e encontrar soluções. Aptidão da criança para: Criar ( ) Imaginar ( ) Chamar atenção ( ) produzir um objeto ( ) Apresenta: Agressividade ( ) Desinteresse ( ) Insegurança ( ) Prazer ( ) 3. MATERIAL UTILIZADO PELO PACIENTE ______________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ( ) Se a criança trouxer outros assuntos que não tem nada a ver com a atividade, significa um indicativo de dificuldade de concentração. ( ) Se ela não quiser escrever ou ler, poderá ser um indicativo por leitura e escrita ou um vínculo inadequado com a aprendizagem sistemática. Obs,: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 17 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO Características Gerais Jean Piaget e colaboradores, após intensas pesquisas, elaboraram as provas do diagnóstico operatório que determinam o grau de aquisição de algumas noções chaves do desenvolvimento cognitivo, tais como: noção de tempo, espaço, conservação, causalidade, numero, etc. Por meio das provas operatórias é Possível detectar o nível da estrutura cognitiva com que o sujeito opera diante da situação apresentada, ou seja, o nível de pensamento alcançado pelo sujeito. As idades cronológicas apresentadas para os diversos níveis de desenvolvimento estão relacionadas às condições sócio-culturais, sendo portanto, uma idade aproximada. Momento do Diagnóstico 1. Vínculo 2. Clarear o que se vai fazer 3. Apresentação do material da prova (quando o sujeito manuseia, ouvir o que ele diz). 4. A ordem ou consigna 5. A pergunta não precisa ser translúcida que dirija ou direcione a resposta. 6. Resposta 7. Primeira transformação do objeto, não transforma o aspecto considerado.8. Pedido de argumentação. 9. Resposta argumentada por: - Identidade: quando o sujeito percebe que não se acrescenta nada ao material utilizado - Identidade subjetiva: quando o sujeito identifica que a quantidade de material dada possui a mesma quantidade. - Reversibilidade: quando o sujeito argumenta – “se você voltar a forma antiga”. - Compensação: quando o sujeito argumenta compensando as diferenças das formas apresentadas: “é mais comprida; mais larga; etc”. Pode ser conservadora ou não. 10. Contra-argumentação: Pode-se contradizer o pensamento exprimido pelo sujeito (tentar levar em consideração o ponto de vista do sujeito e pesquisar se a resposta tem um esquema ou é por mero acaso). 11. Justificação: resposta do sujeito, pode ser conservadora ou não. 12. Segunda transformação 13. Sequencia dos passos anteriores 18 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Observações Quando o sujeito, na argumentação ou justificativa, responde “não sei”, pode ter dificuldades no aspecto operativo, possui a imagem, mas não opera mentalmente, ou pode estar no nível intermediário entre um período e outro. Provas Horizontais - Seriação - Massa e Peso - Números pequenos - Comprimento - Dicotomia - Espaço unidimensional - Quantidade e inclusão de classes - Superfície - Interseção de classes - Espaço bi e tridimensional - Conservação de líquidos - Substâncias homogêneas Provas complementares e suplementares São provas para avaliar os patamares intermediários mais sutis, para se saber se o sujeito está longe ou perto do nível. - Peso (complementar heterogêneo) - Combinações e permutações PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO As provas do diagnóstico operatório adotadas no momento atual, foram selecionadas pelos pesquisadores de acordo com os trabalhos de Barbel Inhelder e são assim relacionadas: 1. Provas de Classificação – avaliam o domínio do sujeito a respeito da classificação. São elas: conservação do número, matéria e líquido. 2. Provas de Seriação – Consta de 10m palitos graduados para serem organizados segundo seu tamanho. 3. Mudança de critério ou Dicotomia – consta de fichas com os atributos: cor, forma e tamanho, que devem ser destacados pelo sujeito, conforme ordem dada. 4. Qualificação da inclusão de classes – esta prova pode ser realizada com flores, como o original, ou com animais ou frutas, pois permite avaliação da qualificação inclusiva a respeito das classes com os elementos das subclasses. 5. Interseção de classes – nesta prova se investiga o grau de operatividade a respeito das operações lógicas no trato com as classes. 19 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 6. Conservação – a conservação diz respeito a igualdade e possibilita a percepção de que mesmo diante de transformações o objeto conserva sua identidade, integridade ou qualidade em questão. Estas questões são importantes para os processos reguladores das atividades do sujeito em sua adaptação frente a realidade. O que se observa nestas prova é o êxito ou não na variável quantitativa em distintos conteúdos. 6.1. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos – prova das fichas ou dos números, possibilita a verificação da conservação da equivalência numérica com quantidades discretas, apesar das transformações que foram expostas. Parte-se da correspondência termo a termo. 6.2. Conservação da quantidade de líquido – prova do transvasamento de líquido, investiga-se o grau de conservação com um material físico continuo em diversas variáveis. 6.3. Conservação da quantidade de matéria – prova da massa, utiliza um novo material (massa de modelar), ma está correlacionada a anterior. 6.4. Conservação de peso – esta prova tem êxito no segundo nível das operações concretas e indaga sobre o grau de aquisição da invariância de peso. 6.5. Conservação de volume – esta conservação é alcançada por volta dos 11/13 anos dentro do período das operações concretas 6.7. Conservação de comprimento – esta prova é somente administrada somente quando o sujeito atingiu a conservação das equivalências numéricas, pois ela estuda a capacidade dos mesmos a respeito da transposição ou reconstrução deste conhecimento ao nível da conservação de um contínuo unidimensional – o comprimento e a largura. 7. Provas do pensamento formal ou Hipotético dedutivo – são as provas de combinatórias entre os elementos, que possibilitam perceber se o sujeito alcançou o nível de pensamento formal, apesar do material ser concreto, a formulação do pensamento exige um sistema de lógica proporcional. Aplicação das provas As provas consistem de uma situação experimental elaborada, mas a técnica utilizada para as provas é basicamente igual a todas. Interroga-se o avaliado frente aos fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. Variam somente segundo a natureza lógica dos problemas ou de fenômenos físicos. 20 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Quadro de seleção de provas conforme a idade Até 6 anos Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da quantidade de líquido Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia Provas de seriação 6 e 7 anos Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da quantidade de líquido, da quantidade de matéria, da composição da quantidade de líquido; Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia, interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes. Provas de seriação 8 e 9 anos Provas de conservação: da largura, de peso, do volume. Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes Provas de seriação 10 a 12 anos Provas de conservação: da quantidade de matéria, da largura, da composição da quantidade de líquido, de peso Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes 12 anos ou mais No caso de se obter êxito na prova de conservação de volume, administra-se as provas para o pensamento formal. EXPLICAÇÃO PASSO-A-PASSO 21 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 MODALIDADES DE APRENDIZAGEM 22 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 1- PROVA DE CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS Material: 10 fichas mesmo tamanho. Sendo 6 de cada cor (ex: azul e vermelho) de emborrachado, plástico ou papel cartão. PASSOS: 1) Apresentação do material 2) Inicio da aplicação: Pedir para o sujeito escolher uma cor 3) Estabelecimento de Identidade Inicial: Colocar um número se ficha em fileiras (6) e pedir que o sujeito coloque o mesmo tanto diante das do E. EX: Coloque a mesma quantidade de tuas fichas como coloquei das minhas. 4) 1ª transformação: Alongamento- Esticar uma das coleções e perguntar: como fica agora: temos o mesmo tanto ou + ou -. Como assim: ue seja a resposta do sujeito deve-se contra argumentar com ou sem o terceiro. 23 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 CONTRA ARGUMENTAÇÕES: a) De conservação: Ex: veja como esta fila é mais comprida. Você acha que está maior, tem mais fichas? b) De não- conservação: Ex: Lembra que antes você disse que tinha o mesmo tanto. Agora ficou diferente? Com o 3º - Outro menino me disse que havia o mesmo tanto de fichas vermelhas e azuis. Você acha que ele estava certo ou errado? Diante da resposta, o E. Pede uma justificativa.5) 2ª transformação: Encurtamento e seguem-se os mesmos passos da 1ª transformação. 6) 3ª transformação: Formar um círculo e repete-se como a anterior. 7) 4ª transformação: Sobrepor às fichas e repete-se como nas demais. 8) Pergunta por Quoticidade: O E. Coloca as suas fichas debaixo da mão e pergunta: Como tenho embaixo da minha mão? O mesmo tanto, ou + ou -? Como você sabe? Você pode explicar. TABELA DE AVALIAÇÃO NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I NÃO CONSERVATIVA INTUITIVO GLOBAL Até aproximadamente 4 ou 5 anos) Estabelece a Identidade Inicial Após todas as transformações e contra argumentações dá respostas não conservativas. Consegue ou não responder adequadamente a pergunta de retorno empírico Não responde a pergunta de quoticidade NÍVEL II TRANSIÇÃO INTUITIVO ARTICULADO Estabelece a Identidade Inicial Oscila entre respostas conservativas e não conservativas. Responde a Pergunta do Retorno Empírico NÍVEL III CONSERVATIVA 1ª SUB-ESTÁGIO DO OPERATÓRIO CONCERTO (aproximadamente a partir de 5 anos) Para todas as transformações e contra argumentações dá-se resposta conservativa. Faz o uso de um ou mais argumentos de- Compensação. Responde corretamente a Identidade; reversibilidade e Pergunta de quoticidade. 24 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 2 - DICOTOMIA ( mudança de critério) Material: - Cinco quadrados e círculos grandes a azuis - Cinco quadrados e círculos grandes vermelhos - Cinco quadrados e círculos pequenos azuis - Cinco quadrados e círculos pequenos vermelhos. - 2 caixas iguais (que tenham a base maior que quatro figuras grandes). Passos: 1) Apresentação do material 2) Propor a classificação espontânea: Coloque juntos os que se parecem, que têm algo de igual. 3) DICOTOMIA: Colocar as duas caixas na frente do sujeito e pedir que divida em grupos, colocando em cada caixa os que se parecem e que podem ficar juntos. Quando o sujeito dividiu em dois grupos, pedir o nome para as caixas. Se o sujeito descrever de forma heterogênea, pede-se que diga com menos palavras ou utilizar a historinha: Se eu tivesse que guardar as caixas na gaveta, o que você acha que eu deveria escrever na tampa para saber o que tem dentro? 25 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 4) 1ª Mudança de Critério: - Tirar das caixas, juntar na mesa e falar: Você poderia separar outra vez em 2 grupos, de um outro jeito, colocando junto as que se parecem? Perguntar o nome que daria aos grupos (com menos palavras). - Caso o sujeito não saiba, existem 2 alternativas: a) Insinuação: Sugerir na caixa uma classificação com alguns elementos (Ex.: tamanho, cor ou forma) b) Demonstração: Acrescentar mais elementos para deixar mais explicita. 5) 2º Mudança de Critério: Colocar de volta na mesa e pedir para dividir em dois grupos, de outro jeito. Perguntar o nome que daria aos grupos. Recapitulação: Faz-se a recapitulação quando a criança atinge os três critérios usando insinuação ou demonstração. Pedir que o sujeito faça novamente a dicotomia e as mudanças de critério. EX.: Você poderia repetir como você colocou da 1ª, da 2ª e da 3ª vez? Utilizar os critérios já utilizados O resultado final é a recapitulação. DICOTOMIA – DOMÍNIO DA CLASSIFICAÇÃO NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I AUSÊNCIA INTUITIVO GLOBAL (desde 4 –5 anos) Coleções figurais Montagem de figuras complexas (carro, casa,barco, etc.). Pode classificar por um critério. NÍVEL II INTERMEDIÁRIO INTUITIVO ARTICULADO (5 – 6 anos) Começo da classificação, não utiliza mais as coleções figurais. Realiza e recapitula pelo menos por 2 critérios distintos. Faz a classificação NÍVEL III ÊXITO DO OPERATÓRIO CONCERTO (a partir de 6 anos) Faz a classificação utilizando os 3 critérios (cor forma e tamanho). 26 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 3 – SERIAÇÃO DE PALITOS Material: Pegar os 10 palitinhos com 6 mm de diferença entre eles 1 palito número 11 cuja medida é de 3 mm de diferença entre o 5º e o 6º. Este palito (que passará ser o 6º palito) deve ter um sinal para identificar (palito de inclusão) – opcional. 1 anteparo (cartão ou cartolina). PASSOS: 1) Seriação a Descoberto: Pedir ao sujeito que coloque os palitos em uma ordem um ao lado do outro: > para o < ou do < para o > Se o sujeito não compreender o pedido, o Pp. pode: a) Começar a seriação com uns quatro palitos e pedir que o sujeito continue. b) Fazer a seriação completa e desarrumar. A seguir pede-se que o sujeito a faça. Não permitir que o sujeito coloque os palitos em pé, mas deitados sobre a mesa. 2) Dar o palito da inclusão para que o coloque no lugar certo. No caso de não ter o palito da inclusão, pode-se pedir para que o sujeito feche os olhos e então se tira o 5 ou 6 e a seguir pede-se que o sujeito o encaixe no lugar corresponde. 27 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 3) Seriação com Anteparo: Misturar os palitos colocar um anteparo e dizer ao sujeito: Gostaria que você me desse os palitos em 0rdem do < para o > ou do > para o < e eu vou colocar atrás do anteparo na mesma ordem que você for me dando. O sujeito não pode ordenar antes os palitos, mas pode pegá-los na mão (sem ordenar) para entregar. Obs. Nunca se diz: Faça uma escada! Obs. Os dois últimos passos só são feitos se o sujeito tem êxito no primeiro. AVALIAÇÃO PROVA DA SERIAÇÃO NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I AUSÊNCIA INTUITIVO GLOBAL (desde 4 –5 anos) Ausência de série Pequenas séries sem considerar o tamanho dos palitos seguindo apenas a parte superior. NÍVEL II INTERMEDIÁRIO INTUITIVO ARTICULADO (5 – 6 anos) Erro por ensaio e erro. Pode incluir um novo palito na série Não tem sucesso atrás do anteparo. NÍVEL III ÊXITO DO OPERATÓRIO CONCERTO (a partir de 6 anos) Incluir um novo palito na série Tem sucesso atrás do anteparo 28 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 4 - INTERSECÇÕES DE CLASSES MATERIAL: - 5 fichas redondas azuis - 5 fichas redondas vermelhas - 5 fichas quadradas vermelhas - 1 cartolina de forma retangular contendo 2 círculos de cores diferentes e também diferente das fichas ou dois barbantes de cores diferentes em forma circular. PASSOS: 1) Colocar as cinco fichas azuis no círculo esquerdo (verde) Colocar as redondas vermelhas no meio Colocar os quadrados vermelhos no círculo à direita (preto) 2) Pedir para o sujeito nomear o material e dar as características 3) Perguntar: -> Por que você acha que coloquei estas no meio? 1) Tem mais fichas vermelhas ou azuis? 2) Tem mais fichas redondas ou quadradas? 3) Tem mais ou iguais redondas e vermelhas? Como você sabe? Você pode me explicar? (intersecção) 29 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 4) Olhando todas as fichas redondas e olhando todas as fichas vermelhas, um tem mais que o outro ou são iguais? 5) Tem mais ou menos tanto de fichas quadradas e vermelhas? 6) Como sabe? (inclusão) 7) Olhando as fichas quadradas e olhando as fichas vermelhas, um tem mais que o outro ou são iguais? Perguntas Suplementares: * Só se fazem estas perguntas se a criança errar a pergunta 3 e4. O que é que tem neste primeiro circulo? (verde) O que é que tem neste outro círculo? (preto) INTERSECÇÃO DE CLASSES NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I AUSÊNCIA INTUITIVO GLOBAL (desde 4 –5 anos) Responde corretamente só as perguntas de comparação de elementos da mesma classe (cor e forma) Erra as perguntas complementares;. NÍVEL II INTERMEDIÁRIO INTUITIVO ARTICULADO Responde corretamente as perguntas de comparação de elementos da mesma classe (cor e forma) Responde corretamente as perguntas complementares. Erra as perguntas de elementos que não são da mesma classe (inclusão e intersecção); NÍVEL III ÊXITO 1º SUBESTÁGIO DO OPERATÓRIO CONCERTO (a partir de 7 anos) Todas as questões são respondidas corretamente 30 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 5 - CONSERVAÇÃO DE LÍQUIDOS Material: 2 copos iguais. (A1, A2) 1 copo cujo diâmetro seja + ou - a metade dos 2 copos, mais alto que o copo testemunho. ( B) 1 copo + largo e baixo que o copo testemunho. (C) 4 copinhos cada um dos quais deve ter aproximadamente 1/4da capacidade do copo testemunho. ( D1,D2,D3, D4) 2 garrafas com líquido de cores diferentes 1 toalhinha PASSOS: 1) Identidade inicial: - Mostrar os 2 copos iguais ao sujeito pedindo que ele compare os tamanhos - Pedir que ele coloque um tanto de água( + ou – a metade) em um copo e depois o mesmo tanto no outro copo - Perguntar se os 2 têm o mesmo tanto de líquido. 31 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 2) 1ª Transvazamento; Alongamento: - O E. Pega o líquido de seu copo e derrama no copo + alto e pergunta: - Como nós temos agora? O mesmo tanto. + ou -? Por que você acha? CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: a) De conservação: Ex.: Mas veja como este copo é alto, será que tem o mesmo tanto de líquido como neste outro baixo? O que você acha? b) De não-conservação: Ex.: Mas antes você disse que era o mesmo tanto, você acha que mudou? Por quê? Veja como este é fino e o outro é largo. Como você acha que fica de líquido? (Referir-se ao critério negligenciado: altura/ largura ou nível da água) Pergunta de Volta Empírica: Ex.: E se eu voltar a colocar como no início, como teríamos de líquido? Se o sujeito não responder com sucesso, retoma-se a identidade inicial. 3) 2º Transvazamento: Achatamento (utilizar o copo mais largo). Repetem-se os passos como no 1º transvazamento. 4) 3º Transvazamento: Partição (utilizar os quatro copinhos) Repete-se o procedimento anterior. AVALIAÇÃO PROVA DE LÍQUIDO NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I NÃO CONSERVATIVA INTUITIVO GLOBAL (aproximadamente 5 a 6 anos) Estabelece a Identidade Inicial Após todas as transformações e contra argumentações dá respostas não conservativas. Consegue ou não responder adequadamente a pergunta de retorno empírico NÍVEL II TRANSIÇÃO INTUITIVO ARTICULADO Estabelece a Identidade Inicial Oscila entre respostas conservativas e não conservativa. Responde a Pergunta do Retorno Empírico NÍVEL III CONSERVATIVA 1ª SUBESTÁGIO DO OPERATÓRIO CONCERTO ( a partir de 7 anos) Todas as transformações e contra-argumentações dão respostas conservativas. Faz o uso de um ou mais argumentos de – identidade; reversibilidade e Compensação. 32 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 6 - CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE MATÉRIA Material: 2 massas de cores diferentes Modificação do Elemento Experimental PASSOS: 1) Apresentação do material 2) Estabelecimento de identidade inicial: a) Dar as duas bolas de massa já prontas e perguntar ao sujeito se tem o mesmo tanto de massa em cada bola, mais ou menos. b) Pedir que faça duas bolas com o mesmo tanto de massa e de cores diferentes. 3) 1ª Deformação: Alongamento- Faz-se uma salsicha da massa experimental e pergunta-se ao sujeito: E agora, temos o mesmo tanto, + ou -? Se o sujeito responde sem argumentação pede-se. Ex.: Você pode me explicar? Igualdade inicial (achatamento) (alargamento) (partição) 33 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: a) De conservação: Ex: A salsicha é mais comprida do que a bola, será que não tem mais massa? O que você acha? b) De não conservação: Ex. Mas antes você não disse que as 2 bolas tinham o mesmo tanto: Mas veja que a Salsicha é mais fina e a bola é bem mais grossa. O que você me diz? Utilização de uma 3ª pessoa: Mas uma menina me disse que havia o mesmo tanto na salsicha e na bola. Você acha que ela estava certa ou errada? Se o sujeito responde sem justificativa, fazer o pedido de justificativa. Pergunta de Volta Empírica: Após a justificativa do sujeito faz-se a pergunta de volta empírica. Ex: Se eu voltar a fazer a bolas como no início, como fica? Caso o sujeito não saiba responder, retoma-s a identidade inicial (volta empírica). 1) 2ª Deformação: Achatamento (panqueca): Repetir os procedimentos da 1ª deformação. 2) 3ª Deformação: Partição (4 bolinhas): Repetir os procedimentos anteriores). NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I Não - CONSERVATIVA INTUITIVO GLOBAL (aproximadamente 5 a 6 anos) Estabelece a Identidade Inicial Após todas as transformações e contra argumentações dá respostas não conservativas. Consegue ou não responder adequadamente a pergunta de retorno empírico NÍVEL II TRANSIÇÃO INTUITIVO ARTICULADO Estabelece a Identidade Inicial Oscila entre respostas conservativas e não conservativas. Responde a Pergunta do Retorno Empírico NÍVEL III CONSERVATIVA 1ª SUBESTÁGIO DO OPERATÓRIO CONCRETO ( a partir de 7 anos) Todas as transformações e contra argumentações dá respostas conservativas. Faz o uso de um ou mais argumentos de – identidade; reversibilidade e Compensação. 34 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 7- PROVA: CONSERVAÇÃO DO COMPRIMENTO Material: 2 correntes de 20 a 30 cm. PASSOS: 1) Estabelecer a Identidade Inicial: Coloca a mais curta do lado do Pp e a mais comprida do lado do sujeito. Perguntar: Como você acha que são de comprimento as duas correntes: Se ele não compreende o fator comprimento, conta-se a história de dois ratinhos que caminham sobre as correntes. Onde o ratinho caminhará mais ou menos ou igual: Quando o sujeito afirmar a diferença propõe-se a primeira situação. 2) 1ª Situação: Coloca-se a corrente mais comprida de um jeito que comece e termine junto com a outra. Perguntar: Como o ratinho caminhará agora, mais ou menos ou a mesma coisa ? CONTRA-ARGUMENTAÇÃO a) De conservação: O examinador insiste na coincidência dos extremos. EX: Os dois acabam no mesmo ponto! Será que o ratinho caminhará igual? Você pode me explicar? b) De não conservação: Lembrar que no inicio as correntes eram desiguais. EX: No início, esticadas, as correntes eram do mesmo comprimento? E agora ficou diferente? Pergunta de volta Empírica: Após a justificativa do sujeito faz-se a pergunta de volta empírica. 35 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Ex: Se esticarmos como no inicio, como você acha que as correntes ficariam de comprimento? Igual, ou uma é mais curta ou é mais comprida. 3) 2ª Situação: Fazer com que a corrente dolado do sujeito pareça mais curta.. Repete-se como na 1ª Situação AVALIAÇÃO - PROVA COMPRIMENTO NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I Não - CONSERVATIVA INTUITIVO GLOBAL (aproximadamente 5 a 6 anos) Estabelece a Identidade Inicial Após todas as transformações e contra argumentações dá respostas não conservativas. Consegue ou não responder adequadamente a pergunta de retorno empírico NÍVEL II TRANSIÇÃO INTUITIVO ARTICULADO Estabelece a Identidade Inicial Oscila entre respostas conservativas e não conservativa. Responde a Pergunta do Retorno Empírico NÍVEL III CONSERVATIVA 1ª SUBESTÁGIO DO OPERATÓRIO CONCRETO ( a partir de 7 anos) Todas as transformações e contra-argumentações dão respostas conservativas. Faz o uso de um ou mais argumentos de – identidade; reversibilidade e Compensação. 36 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 8 - QUANTIFICAÇÕES DE INCLUSÃO DE CLASSES MATERIAL: Classes de flores (ex. margaridas e rosas); etc 6 margaridas e 3 rosas PASSOS: 1) Perguntar se o sujeito conhece flores. Quais flores? Se o sujeito não conhece flores, utiliza-se outra classe de elementos. Assegurar-se de que o sujeito conhece o nome da classe, perguntando: As rosas são flores? As margaridas são flores? PERGUNTAS RESPOSTAS B = flores A = margaridas A’ = rosas a) Se você pega as margaridas, com o que eu fico? (F – M = R) b) Se alguém pega as flores de minha mão com o que eu fico? F – R = M c) Se eu fizer um ramalhete com as flores e depois devolvê-las. E você fizer um ramalhete com as margaridas; quem vai ficar com mais? F – F = 0 (zero) d) Se eu penso fazer um ramalhete com as margaridas e você com as flores do bouquet, qual dos dois vai fazer o ramalhete maior? M – F = R (ordem direta e inversa) 37 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 AVALIAÇÃO - INCLUSÃO EM CLASSES NÍVEL DE RESPOSTA ESTÁGIO DE PENSAMENTO CARACTERÍSTICAS NÍVEL I AUSÊNCIA INTUITIVO GLOBAL (aproximadamente 5 a 6 anos) Não compara corretamente o número de elementos das subclasses. Não acerta as questões de subtração de subclasses que não requerem reversibilidade NÍVEL II INTERMEDIÁRIO INTUITIVO ARTICULADO As respostas são incompletas Apresenta sucesso nas questões de subtração de subclasses que não requerem reversibilidade NÍVEL III ÊXITO 1ª SUBESTÁGIO DO OPERATÓRIO CONCRETO ( a partir de 7 anos) Todas as questões são resolvidas corretamente 38 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 9- CONSERVAÇÃO DE SUPERFÍCIE: Material: 12 cartõezinhos quadrados iguais (4 cm por 4 cm) 2 cartolinas ou emborrachados verdes (tamanho ofício) que representam os campos 1 ou 2 herbívoros iguais Igualdade inicial: Perguntas iniciais Perguntas iniciais Retorno empírico Primeira modificação espacial: Segunda modificação espacial Outra modificação espacial sugerida Terceira modificação espacial PASSOS: 1) Identidade Inicial: a) Comprovar a igualdade da superfície das duas cartolinas. b) Comprovar a igualdade dos quadradinhos. 39 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Criar o argumento: Vamos fazer de conta que temos dois campinhos (cartolinas verdes) e se este cavalinho ( ou outro herbívoro) comer deste e do outro campinho, vai comer o mesmo tanto de capim, ou vai comer + num campinho do que no outro, ou - ? 1ª Subtração: Colocar um quadradinho (ou casinha) num dos campos e perguntar: Se o dono deste campo colocar uma casinha em seu campo, e o cavalo comer neste campo e no outro, será que comerá o mesmo tanto de capim? 2ª Subtração: Acrescentar uma casinha no outro campo e repetir a mesma pergunta. 3ª Subtração: Acrescentar mais 3 casinhas em cada campo e repetir a mesma pergunta. 6) Realizar as transformações: Distribuir de diferentes maneiras as posições das casinhas de um dos campos e voltar a fazer a mesma pergunta. CONTRA- ARGUMENTAÇÃO a) De conservação: Ex: Mas veja como aqui tem bastante espaço e no outro parece pouquinho. Você acha que o cavalinho vai comer igual nos 2 campos? b) De não conservação: Ex Mas antes você tinha dito que o cavalinho comia igual. Agora ficou diferente? 40 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Combinação de fichas Materiais: - 6 fichas de diferentes cores com 2,5 cm de diâmetro cada uma. Permutação de fichas Materiais: - 4 fichas de diferentes cores com 2,5 cm de diâmetro cada uma. Predição Materiais: - 17 fichas verdes - 10 fichas amarelas - 6 fichas lilases - 1 ficha branca - 1 saco de pano 41 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez As técnicas projetivas psicopedagógicas têm o objetivo de investigar a rede de vínculos que o sujeito possui em três domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo. Em cada um destes domínios, guardando as diferenças individuais, é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo da aprendizagem. Em seguida apresentaremos um quadro onde se reproduzem os diversos domínios com suas correspondentes técnicas projetivas e os objetivos de cada uma: DOMÍ NIO PROVA INVESTIGAÇÃO IDADE Escolar Par educativo Eu e meus companheiros Planta da Sala de Aula Vínculo com aprendizagem Vínculo com os componentes da classe A representação do campo geográfico da sala de aula e a desejada 6-7 anos 7-8 anos 8-9 anos Familiar Planta da Casa Os 4 momentos do dia Família Cinética A planta da casa onde habita, sua representação real e desejada Os vínculos ao longo do dia O vínculo da aprendizagem com o grupo familiar e cada um dos integrantes da mesma 8-9 anos 6-7 anos 6-7 anos Consigo mesmo O desenho em episódios O dia de meu aniversário Desenho de minhas férias Fazendo o que mais gosto A delimitação da permanência da identidade psíquica em função dos afetos A representação que se tem de si e do contexto físico sociodinâmico em um momento de transição de uma idade para outra As atividades escolhidas durante o período de férias escolares O tipo de atividade que mais gosta 4 anos 6-7 anos 6-7 anos 6-7 anos 42 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Advertências Necessárias 1. A interpretação de cada uma das provas projetivas devem ser feitas em função do sujeito em particular e em função do total de informações que se obteve; 2. O total de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de que se utilizem todas. É adequado usar somente aquelas que se consideram necessárias em função das hipóteses que se aja formuladas, podendo significar que: a. Que se aplique somente uma prova; b. Que se aplique provas de alguns domínios; c. Que se aplique todas as provas de um único domínio; d. Que se apliquem todasas provas, coisa que não é muito comum. 3. Certos indicadores de uma técnica se superpõem com os de outra; 4. Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova, devem somar-se aos critérios gerais para a interpretação das provas projetivas; 4. Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova, devem somar-se aos critérios gerais para a interpretação das provas projetivas; 5. Os indicadores e significados encontrados não implicam numa questão fechada ou sem lugar para dúvidas, cada especialista pode realizar novas descobertas, ampliando os aspectos de indicadores e significados. Fonte: Visca. Jorge – Técnicas Projetivas Psicopedagógicas – 1994 – Buenos Aires, Argentina 43 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS PAR EDUCATIVO 44 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 EU E MEUS COMPANHEIROS 45 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 PLANO DE SALA DE AULA FAMILIA EDUCATIVA 46 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 PLANO DA MINHA CASA 47 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 OS QUATRO MOMENTOS DE UM DIA 48 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 DESENHOS EM EPISÓDIOS FAZENDO O QUE MAIS GOSTA 49 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 MINHAS FÉRIAS DIA DO MEU ANVERSÁRIO 50 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 EXAME MOTOR 1. Coordenação Fixa Diadococinesia - (Marionetes) Coloca-se diante da criança com os braços dobrados na altura dos cotovelos, lateralmente, e balanças as mãos de um lado para outro. Pedir a criança que observe execute os mesmos movimentos que o profissional fizer (primeiro com uma e depois com as duas mãos). Pianotages – (contar nos dedos) - Com os braços dobrados lateralmente na altura dos cotovelos, encostar suavemente a ponta de cada dedo na ponta do polegar. Pedir para a criança executar o mesmo movimento utilizando apenas uma e depois a outra mão. Cópia - Colocar a folha na horizontal, lápis colorido. Pedir para que a criança pegue o lápis e copie o que está vendo. 2. Coordenação Global a. Andar – andar pela sala livremente b. Correr – correr numa determinada direção c. Pegar e arremessar a bola com as duas mãos e depois com uma e com a outra mão. 3. Equilíbrio Dinâmico a. Andar em uma linha reta b. Andar em uma linha curva c. Andar com um pé na frente do outro 4. Equilíbrio Estático a. Ficar parado com os pés e os braços ao longo do corpo de olhos fechados (10 segundos). b. Ficar num pé só (perna dobrada na altura do joelho para traz, permanecer por 10 segundos). Repetir com o outro pé. 5. Dissociação - Abrir e fechar as mãos juntas. A criança sentada com as mãos sobre a mesa faz o movimento com a “E” e “D”. - Abrir e fechar as mãos alternadamente. - Dissociação entre mão D e mão E: a criança bate as duas mãos sobre a mesa e depois só a direita, novamente as duas e depois só a esquerda. - Dissociação entre mãos e pés: bater um pé e bater palmas, bater o outro e bater palmas. 51 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 6. Lateralidade - Qual a sua mão direita? - Qual a sua mão esquerda? - Qual seu pé direito? - Qual seu pé esquerdo? - Qual seu olho direito? - Qual minha mão esquerda? - Qual minha mão direita? Coloque a: - Mão E no olho D - Mão D no olho E - Mão E na orelha D - Mão D na orelha E - Mão E no olho E - Mão D no olho D Predominância lateral Dominância da mão - Atirar a bola - Pregar um prego - Escovar os dentes - Pentear-se - Girar o trinco da porta - Escrever Dominância do olho - Telescópio (tubo de cartolina) - Rifle Dominância dos pés - Chutar a bola - Jogo de amarelinha 7. Esquema Corporal Pedir que a criança reconheça as partes do corpo em si e no examinador. Se a criança tiver mais de 6 anos solicitar mais detalhadamente. 8. Orientação Espacial Pesquisar com a criança noções de espaço - O que tem acima de você? - O que tem abaixo de você? - O que tem a sua frente? - O que tem atrás de você? - De que lado seu está o objeto? Relação perto – longe - O que tem perto de você aqui na sala? - O que tem longe de você aqui na sala? - Você mora perto ou longe da cidade? - A clínica é perto ou longe da sua casa? - Qual das duas (casa ou clínica) é mais perto da cidade? 9. Orientação Temporal Noção de velocidade - Pedir para a criança andar devagar - Pedir para a criança andar bem depressa - Pedir para a criança andar de pressa e você faz o mesmo percurso a passos lentos e 52 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 perguntar quem chegou primeiro e por que? - O que anda mais depressa: o coelho ou a tartaruga? - Como você chega primeiro em um lugar, correndo ou pulando? Noção de tempo - O que você estava fazendo antes de vir aqui? - Qual o exercício que você fez antes deste? - Para você entrar numa sala em que a porta está fechada, o que você precisa fazer? - O que você fez depois que entramos aqui? - O que você faz depois que põe o pijama? - O que você faz antes do almoço? - O que você faz depois do almoço? 10. Ritmo - Pedir à criança que bata com o lápis sobre a mesa no ritmo dela - Pedir à criança que bata com o lápis na mesa em um ritmo lento e depois mais rápido. - Pedir a criança que escute bem e faça como o examinador. Suspender após quatro estruturas erradas. (colocar um anteparo para que a criança não veja o lápis enquanto bate). - Contar em tempo de (segundos) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20. 1 - 000 2 - 00 00 3 - 0 00 4 - 0 0 0 5 - 0000 6 - 0 000 7 - 00 0 0 8 - 0 0 0 0 9 - 00 00 00 10 - 00 000 11 - 00000 12 - 00 0 00 13- 0000 00 14- 00 000 0 15- 0 0000 00 16- 00 0 0 00 17- 000 0 00 000 Nome: _________________________________________________________________________________________ Data ____/____/____ Examinador: __________________________________________________________________ 53 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 54 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA REALIZADO PELA CRIANÇA A escrita, como sistema semiótico, usada para representar de forma gráfica a linguagem verbal, foi construída pela humanidade durante milhares de anos. Para pessoas já alfabetizadas, parece fácil a compreensão de uma palavra, cada sinal gráfico corresponde a um som na mesma. Porém, esta compreensão alfabética da escrita não foi a primeira que surgiu na sua construção social (Rego, 1983). O homem, na busca de uma comunicação mais duradoura, encontrou formas de se comunicar graficamente. Uma das formas de registro, mais antigas, encontradas na história escrita é a Pictografia. A pictografia é uma forma gráfica que não se refere diretamente à linguagem verbal. São desenhos figurativos usados como linguagem comunicativa (espécie de desenhos que representam objetos). Na evolução de sua história, a escrita passou a ser utilizada como representação de idéias. Esta fase foi denominada Ideografia. Como o nome está dizendo, ideogramas não são apenas as ideias de objetosrepresentados, são mais abstratos. O homem, nesta etapa passa a lançar mão da arbitrariedade e passa a representar graficamente substantivos abstratos que na fase anterior era impossível. Ex: os chineses representam a cor vermelha, com o desenho de uma rosa, uma cereja e um flamingo. Nesta fase ideográfica, apesar do aprimoramento, a representação gráfica ainda não tinha relação com o som das palavras. A evolução da escrita, depois deste momento, chega a representação da linguagem verbal articulada. Esta etapa foi denominada Logografia. Rego (1983), considera a logografia como um grande passo para a história escrita, pois nela surgem as representações dos aspectos sonoras da palavra. Apesar de serem utilizados desenhos figurativos, eles não tinham a finalidade de representar o objeto em si e nem uma ideia, seu objetivo era combinar dois pictogramas com o propósito de representar dois ou mais segmentos sonoros de uma palavra. Esta representação não exigia uma correspondência som - símbolo. Um desenho ou um sinal podia representar um ou mais sons de uma palavra. Desta forma tornou-se possível representar graficamente outras palavras além dos substantivos. A logografia surgiu na impossibilidade prática de uma representação icônica generalizada. Esta preocupação de representar aspectos sonoros da palavra deu margem ao aparecimento da fonografia, que tem como característica principal a representação da 55 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 palavra em uma sequência fônica, fazendo corresponder para cada sílaba fonética, um grafema diferente, dando origem aos silábicos. Os sistemas silábicos exigem um grande número de grafemas, tornando pouco prática sua aplicação. A grande inovação da escrita silábica é que se baseia numa análise da palavra enquanto forma linguística, ou seja, sequência de sons, desmembrando-a em sílabas, que são unidades sonoras e não necessariamente unidades de significado. Reduzindo de forma significativa os sinais a serem utilizados na escrita, surge a escrita Alfabética, na qual as letras constituem a representação de unidades mínimas das palavras, que são as formas. Este sistema de escrita proporcionou o aparecimento das leis de combinação, possibilitando, com poucos signos, representar todas as palavras utilizadas na linguagem verbal. Esta pequena revisão histórica permite que se afirme que a linguagem escrita é fruto de uma construção do homem, calçada nas necessidades de comunicação e perpetuação desta linguagem. Emilia Ferreiro, Doutora da Universidade de Genebra, onde foi orientada e colaboradora de Jean Piaget, desenvolveu várias pesquisas sobre a comunicação da língua escrita em crianças, levando como hipótese inicial a lei de biogenética de Herckel: a ontogênese repete a filogênese, ou seja, o desenvolvimento do ser repete o desenvolvimento da espécie. A criança, segundo a autora, constrói a linguagem escrita, passando em seu desenvolvimento pelas mesmas sequências e etapas que a humanidade passou para chegar ao sistema de escrita alfabética. Muito embora tenha constatado na análise de produção escrita que algumas crianças saltem etapas, observou-se também que uma 56 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 etapa posterior nunca aparece antes de outra mais primitiva. 57 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 1. NÍVEL PRÉ-SILÁBICO Neste nível as escritas são alheias à busca de correspondência entre grafias e sons. A construção gráfica de um significado está determinada por outro tipo de considerações, como no caso da Pictografia e da Ideografia nas etapas da evolução escrita. Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade As escritas que não são formadas por grafias convencionais (letras e números); as que só se constituem de um elemento (convencional ou não); e aquelas em que não há limites a não ser as condições materiais para controlar a quantidade dos elementos da escrita, foram classificadas nesta categoria. 1. Nesta primeira sub-categoria, denominada por Emilia Ferrero por Grafismo Primitivo, predominam as garatujas ou peseudo-letras. Exemplos: 2. Obs: cada linha representa uma palavra ou frase. 2. A escrita unigráfica caracteriza-se por utilizar só uma grafia para cada palavra ou frase a representar - A quantidade é constante - O repertório pode ser fixo (utilizado na mesma grafia) - O repertório pode ser variável 58 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 3. A escrita sem controle de quantidade é determinada pela observação que é o limite do papel que controla a quantidade de sinais a serem utilizados Escritas fixas Estas escritas se utilizam grafias convencionais (na sua totalidade ou com pouquíssimas exceções) e pelo controle de qualidade desta grafia (não usa uma só letra, nem um número indeterminado). Não apresenta a exigência de diferenciar os sinais ao representar nomes diferentes. Tudo é escrito da mesma maneira. - Na escrita fixa: a mesma série de letras, na mesma ordem, serve para representar diferentes nomes. A criança nesta sub-categoria já adquiriu grafias convencionais mas não usa para reproduzir diferenças objetivas em sua escrita. Escritas Diferenciadas Esta forma de escrita se utiliza predominantemente de grafias convencionais, utiliza o controle de qualidade e se preocupa em produzir diferenciações intencionais, muito embora não existe a compreensão de critérios de correspondência sonora. 59 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 1. Sequência de repertório fixo com quantidade variada: as grafias utilizadas aparecem sempre na mesma ordem, porém a escrita possui diferentes quantidades de grafias, o que determina a diferenciação entre os nomes a serem representados. Exemplos: 2. Quantidade constante com repertório fixo: esta escrita mantém uma mesma quantidade de elementos gráficos, porém uma mesma grafia é mantida no início, no final ou no meio da representação, servindo as demais para diferenciar. Exemplos: 3. Quantidade variável com repertório fixo parcial: como na subcategoria anterior, aparecem constantemente algumas grafias, na mesma ordem e no mesmo lugar e outras grafias de formas diferentes, em ordens diferentes de uma representação para outra. A diferença está na quantidade de grafias, que não é sempre a mesma. Isso indica um elemento a mais para diferenciação. Exemplo: 60 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 4. Quantidade constante com repertório e posição variável: nestes casos a quantidade de grafia se mantém em todas as representações, porém se usam recursos de diferenciação qualitativa: trocam-se as letras ao passar de uma escrita para outra, ou troca-se a ordem das letras. Exemplo: 5. Quantidade variável e repertório variável: estas escritas expressam a máxima diferenciação controlada que permite o nível pré-silábico: variar a quantidade e o repertório para diferenciar uma escrita da outra. As variações na quantidade de grafia podem ter relação com o tamanho do objeto que se representa. Exemplos: 61 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial As diferenciações entre escritas se representam plenamente desenvolvidas nesta categoria, com o acréscimo de um dado importante: a presença de letra com correspondência sonora (uma só letra, quase sempre a primeira). Esta categoria é uma zona intermediária entre
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