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Avaliação psicopedagógica

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1 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
AVALIAÇÃO E 
DIAGNÓSTICO 
PSICOPEDAGÓGICO 
Rosângela Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
EMENTA 
 
IDENTIFICAÇÃO 
 GERAL 
 
DISCIPLINA: Avaliação e Diagnóstico Psicopedagógico Clínico 
PROFESSOR(A): Rosângela Gonçalves 
TURMA: 
 
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 8h 
 FINAL: 30h 
 
EMENTA 
 Orientação teórica e prática para diagnóstico clínico das avaliações psicopedagógicas; Orientação 
diagnóstica para os aspectos afetivo-social, aspectos cognitivos, aspectos psicomotores e 
aspectos da aprendizagem formal. 
OBJETIVOS 
GERAL 
Propiciar ao aluno orientação teórica e prática sobre os diagnósticos das avaliações 
psicopedagógicas a fim de aprofundar seu conhecimento acerca dos processos interpretativos e 
avaliativos sobre os testes Psicopedagógicos e encaminhamento clínico. 
 
ESPECÍFICOS 
 
 Diagnosticar as avaliações dos aspectos afetivos-social; psicomotores, cognitivos e 
aprendizagem formal, abrangendo as séries referentes à idade cronológica; 
 Conhecer o processo diagnóstico dos testes avaliativos para as dificuldades de aprendizagem; 
 Possibilitar a abordagem das hipóteses diagnósticas através de casos clínicos; 
 Favorecer o conhecimento das necessidades de atendimento multidisciplinar nas áreas de 
suporte ao tratamento psicopedagógico a partir das avaliações com relatório. 
 Encaminha a construção da Avaliação a ser desenvolvida no espaço clínico. 
 
 
 
 
 
 
 
 3 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
TESTES E TÉCNICAS – DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO 
 Anamnese 
 Hora do Jogo 
 EOCA 
 
ASPECTOS SÓCIOAFETIVO 
 Desenho livre 
 Teste Visão do Futuro (projeção) 
 Técnicas Projetivas (Jorge Visca) 
- Vínculos Escolares: par educativo/eu e meus companheiros /a planta da sala de aula 
- Vínculos Familiares: Desenho em episódios/planta da minha casa/os quatro momentos de um dia 
- Vínculos consigo mesmo: Dia do meu aniversário/Minhas férias/Fazendo o que eu mais gosto. 
 Família qualquer / Própria família / Família cinética 
 Desenho da figura humana 
 Relatos a partir de figura: Papel de carta 
 
ASPECTOS PSICOMOTORES 
 Seriação de dominância lateral 
 Teste de lateralidade espontânea (ABRACAN) 
 Teste de memória 
 Figuras geométricas (Zaldo Rocha) 
 Cubo de Atividades ou Livro Sensorial 
 Teste ABC (Lourenço Filho) 
 Conhecimento e evocação das partes do corpo 
 
ASPECTOS COGNITIVOS 
 Diagnóstico Operatório Piagetiano: 
CONSERVAÇÃO: de pequenos conjuntos; líquido; matéria; peso; comprimento; superfície. 
CLASSIFICAÇÃO: Dicotomia; inclusão e intersecção de classes. 
Combinação e Permutação de fichas. 
 Prova de Realismo nominal (Emília Ferreiro) 
 Torre de Hanói 
ASPECTOS DA APRENDIZAGEM FORMAL 
 Avaliação de Leitura, Escrita e Ortográfica 
 Avaliação da Consciência Fonológica 
 Avaliação da Consciência Sintática 
 Avaliação Matemática 
 
 
OUTROS 
 Material escolar 
 Dislexia 
 TDAH 
 Jogos 
 
 
 
 4 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA 
 
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana. Como se preocupa com o 
problema da aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente dos processos de aprendizagem. E se 
preocupa como se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está 
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, 
como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Adquire características específicas a 
depender do trabalho clínico e preventivo. 
O diagnóstico Psicopedagógico possui especificidade própria que permite, diante 
de uma “queixa motivo” de dificuldades de aprendizagem, fazer uma leitura dinâmica de 
forma global, envolvendo o sujeito, a família e o processo de escolarização, como 
resultado de um conjunto de inter-relações complexas. Para tanto faz-se necessária a 
escolha de referências teóricas que deem respaldo aos instrumentos usados na avaliação 
e aos resultados obtidos na mesma. 
Devido a complexidade de seu objeto de estudo, são importantes à psicopedagogia 
conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais incidem sobre os 
conhecimentos específicos de diversas outras teorias. Por exemplo: 
 A Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das representações 
profundas, operantes através da dinâmica psíquica que se expressa por sintomas e 
símbolos, permitindo-nos levar em conta a face desejada do homem; 
 A Psicologia Social encarrega-se da constituição dos sujeitos, que responde a 
reações familiares, grupais e institucionais, em condições socioculturais e 
econômicas específicas e que contextuam toda a aprendizagem; 
 A Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisar e descrever 
o processo construtivo do sujeito em interações com outros e com objetivos; 
 A Lingüística traz a compreensão da linguagem como um dos meios que o 
caracterizam tipicamente humano e culturais: a língua enquanto código disponível 
a todos os membros da sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e 
historiado de acesso a toda estrutura simbólica; 
 A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino-
aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina; 
 Os fundamentos na Neuropsicologia possibilitando a compreensão dos 
mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais, 
indicando-nos a que correspondem, do ponto de vista orgânico, todas as evoluções 
ocorridas. 
 
 
 
 
 
 5 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Diagnóstico 
 
Refere-se a caracterização do sujeito e do meio onde se manifesta o sintoma no 
momento do diagnóstico, fundado no pressuposto que o sintoma é o emergente da 
interação do subsistema, personalidade como o sistema social e seus mediadores. 
Análise do contexto em que se desenvolve o processo de aprendizagem; leitura de 
sintomas que emergem na interação social voltada para o sujeito que aprende; explicação 
de causas que coexistem temporalmente com o sistema; explicação da origem desta 
causa; análise do distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados 
aceitáveis. 
Podem ser observados aspectos como: as características da instituição 
educacional (aprendizagem sistemática), comunidade (aprendizagem assistemática), 
como as condutas exigidas que ajudam na manifestação ou não das dificuldades em um 
outro campo. 
Dentro da caracterização interessa: sexo, idade, meio cultural..., que permitem a 
compreensão de se a conduta é ou não sintomática. 
 
Prognóstico 
Levantamento de hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno atual, na 
presença e na ausência dos processos corretores. 
Terapia no campo do aprendizado sistemático (alexia, dislexia, TDAH...), e 
assistemático (sem nomenclatura) podem ou não ser acompanhados de sintomas. 
 
Indicações 
Indicações gerais que incluem outras disciplinas, assim como indicações 
específicas, inerentes a atuação psicopedagógica. 
Análise das causas internas do sujeito contemporâneas ao sintoma e suas 
interações são de extrema relevância para a orientação, também, das indicações e 
recomendações. 
 
As causas que podem provocar o aparecimento de sintomas são três: 
1. A afetividade (predomina os oponentes energéticos da aprendizagem) 
2. As funcionais 
3. O estágio de pensamento (cognitivo) 
 
Origem e evolução são causas históricas e dos sintomas, mediante o 
estacionamento das cadeias casuais, pois as funções e o estágio de pensamento podem 
sofrer alterações orgânicas, emocionaisou mistas e o grau de reversibilidade varia de 
acordo com o inter-relacionamento destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 6 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
A QUEIXA 
 
ENTREVISTA PARA ESCLARECER O MOTIVO DA CONSULTA 
 
OBJETIVO: Estabelecer hipóteses sobre aspectos importantes para o diagnóstico de 
aprendizagem. 
 
COM OS PAIS (representantes da família) observar: 
 Significação do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do 
problema de aprendizagem; 
 Significado do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de seus 
membros ao assumir a presença do problema; relaciona-se os valores da família com 
o respeito ao não aprender; 
 Fantasias de enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção no 
processo diagnóstico e de tratamento; sentindo o que a família espera a respeito de 
seu trabalho, modalidade de comunicação do casal e função do terceiro, observar a 
relação dos pais entre si, os valores da família, a comunicação entre os pais e você. 
 
COM A ESCOLA (PROFESSOR ORIENTADOR) observar: 
 Significação do sintoma na escola; 
 Significação do sintoma para o professor, reações dos membros da escola ao 
assumirem o problema; 
 Significado do sintoma, no sentido do que a escola espera a respeito de sua 
intervenção (confirmação do não aprender, como: tirar da responsabilidade da escola 
o fracasso, uma possibilidade de auxílio para o sucesso, uma ameaça externa); 
 Observar os valores da escola, a comunicação entre seus profissionais e entre 
profissionais e aluno; 
 
COM O SUJEITO observar: 
 Visão do sintoma para o sujeito; 
 Significação do problema para o sujeito; 
 Sentido do que o sujeito espera de sua intervenção 
 Observar as modalidades de comunicação do sujeito (pode ser obtida na entrevista 
realizada com o sujeito no primeiro encontro – antes do E.O.C.A.). 
 
 
 
 
 
 
 
 7 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
ENTREVISTA COM O SUJEITO 
 
Você sabe por que está aqui? 
Você sabe o que é uma Psicopedagoga? 
Qual a sua idade? 
Onde você estuda? 
O que você mais gosta de fazer? Por que? 
O que não gosta de fazer? Por que? 
O que você deseja ser quando crescer? Por que? 
O que não deseja ser quando crescer? Por que? 
O que lhe dá mais medo? Por que? 
O que lhe dá mais raiva? Por que? 
O que lhe dá mais pena? Por que? 
O que lhe dá mais vergonha? Por que? 
Quais os seus três maiores desejos? 
Quais as pessoas que você mais gosta? Por que? 
Quais a que você menos gosta? Por que? 
Quais as pessoas que você tem medo? Por que? 
Quais as pessoas que você tem raiva? Por que? 
Quais as pessoas que você tem mais vergonha? Por que? 
Quais suas lembranças mais antigas? Aquelas que você lembra e depois esquece? 
Das coisas que aconteceram na sua vida, qual a melhor? 
E a pior? 
Como você se sente frequentemente? O que você acha de você? 
 
 
 
 
 8 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
INVENTÁRIO DA FIGURA HUMANA 
1. Qual o nome e idade dessa pessoa?_____________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
2. O que esta pessoa está fazendo?_______________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
3. É casado(a) _______ ? Tem filhos?______ Mora com quem?_________________________ 
4. É mais ligada ao pai ou à mãe? _________________________________________________ 
5. De quem essa pessoa mais gosta na vida? ________________________________________ 
6. O que essa pessoa faz? _______________________________________________________ 
7. O que ela pretende ser na vida? ________________________________________________ 
8. O que ela pensa da vida? _____________________________________________________ 
9. Do que ela tem medo? _______________________________________________________ 
10. É uma pessoa alegre ou uma pessoa triste? _______________________________________ 
11. O que deixa essa pessoa muito triste? ___________________________________________ 
12. Qual a maior qualidade dessa pessoa? ___________________________________________ 
13. Qual o maior defeito dessa pessoa? _____________________________________________ 
14. O que as pessoas dizem dela? _________________________________________________ 
15. Ela confia nas pessoas? Por que? _______________________________________________ 
16. Tem namorado(a)? __________________________________________________________ 
17. Já gostou de alguém a ponto de ter alguma experiência sexual? ______________________ 
18. Tem amigos? _________ Onde? ________________________________________________ 
19. Quais são os seus sonhos? ____________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
bs.: 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
 9 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 E.O.C.A.-ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM 
 
O processo diagnóstico consta por uma série de passos por cujo meio se realiza o 
reconhecimento das dificuldades, o prognóstico e as indicações. 
Entre estes processos destacamos a E.O.C.A. – Entrevista Operativa Centrada na 
Aprendizagem, elaborada pelo professor argentino Jorge Visca, cujo objetivo é de estudar 
as manifestações cognitivo-afetivas da conduta do entrevistado em situação de 
aprendizagem. Permite ainda se obter uma visão conjugada e uma hipótese diretriz do 
interjogo dos aspectos cognitivos e afetivos da aprendizagem, bem como os pontos de 
alerta que deve ser verificada para constatação ou não das hipóteses levantadas. 
A EOCA é utilizada como ponto de partida em todo processo de investigação 
diagnóstica das dificuldades de aprendizagem. 
Este instrumento consiste em uma entrevista estruturada que põe em evidência o 
aprendizado e conta como reativos quaisquer material, dependendo da idade do 
educando e da queixa. Na idade escolar podem ser: folhas pautadas, lápis de escrever, 
borracha, lápis colorido, giz de cera, papéis variados, revistas, tesoura, cola, livros 
de acordo com a idade do entrevistado, apontador, canetas, canetas hidrocor, 
folhas sulfite, régua, etc. 
Os objetos são deixados sobre uma mesa, organizados de tal forma que o 
entrevistado precise abrir as caixas de lápis, o estojo, apontar o lápis preto sem ponta, 
procurar o que deseja observar todo material para decidir o que vai utilizar. 
 
1. CONSIGNAS E INTERVENÇÕES - As consignas e intervenções possibilitam observar: 
 - a possibilidade de mudança de conduta; 
 - a desorganização ou reorganização do sujeito; 
 - as justificativas verbais ou pré-verbais; 
 - a aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção, projeção). 
 
1.1. Tipos de consignas e intervenções: 
 
_ De abertura: 
“Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você 
aprendeu. Esse material é para que você utilize como desejar, pode usar o que quiser”. 
 
_ Para mudança de atividade: 
- Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com esses 
materiais”. 
- Consigna fechada: “Gostaria que você me mostrassealgo diferente do que já me 
mostrou” 
 
 
 10 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
- Consigna Direta: “Gostaria que me mostrasse algo de... (matemática, escrita, leitura)”. 
- Consigna Múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar, etc?”. 
- Consignas para Pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez, que horas são, que cor 
você está utilizando?”. 
 
_ As respostas geralmente após a consigna de abertura são: 
 
a. Sujeito começa a fazer algo (desenha, pinta, recorta, etc) 
b. Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “o que você quiser”. 
c. Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelo múltiplo não 
realiza nada. 
 
_ Qualquer uma das respostas já são dados significativos para a avaliação. 
 
_ Quando o entrevistado apresenta alguma produção, é aconselhável que se incida sobre 
ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um problema, pedindo que 
relate o que leu, escreveu ou desenhou. Observa-se o grau de mobilidade e de 
modificabilidade do entrevistado. 
 
1.2. Fatores de observação durante a EOCA 
_ Através da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar o 
sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de 
pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da 
lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc). 
 
_ Estes três níveis de observação são indicadores do 1º sistema de hipóteses: 
 
a. Temática - Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, 
um aspecto manifesto e outro latente; 
 
b. Dinâmica - consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal: gestos, tom 
de voz, postura corporal, etc. a forma de sentar ou de pegar o lápis podem ser mais 
reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto. 
 
c. Produto - é o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem, etc. 
incluindo a seqüência em que foram feitos. 
 
_ Dimensão afetiva 
- Alguns indicadores: 
 
 
 11 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da 
postura, fugas, etc). 
 Condutas defensivas (medos, resistência à tarefas, à mudanças, à ordens, etc). 
 Ordem e escolha dos materiais. 
 Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade, etc). 
 
_ Dimensão cognitiva 
- Alguns indicadores: 
 Leitura dos objetos e situação 
 Utilização adequada dos objetos 
 Estratégias utilizadas na produção de tarefas 
 Organização 
 Planejamento da atividade (antecipação) 
 Nível de pensamento utilizado 
 
2. POSTURA DO EXAMINADOR 
 Deve ser um mero observador da conduta do avaliado,. 
 Participando com intervenções somente quando achar necessário. 
 Utilizar-se de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações. 
 Colocar limites quando achar necessário. 
 Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar 
consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado. 
 Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, devemos lembrar também que esta 
também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações novas, 
deve ser avaliada em seus vários fatores. 
 Se necessário, pode ser feitas mais de uma entrevista de EOCA. 
 
3. FORMA DE REGISTRO 
 Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois servirá para 
as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita para anotações das 
hipóteses levantadas. 
 Deve-se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases, etc. 
 
4. LEVANTAMENTO DAS HIPÓTESES 
 as hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a 
entrevista. Levando-se em conta as três linhas de pesquisa que serão realizadas: 
cognitiva, afetiva e orgânico-funcionais. 
 Quando as hipóteses nos levarem a uma área específica(ex: psicologia, 
fonoaudiologia, neurologia, etc), deve-se pedir a avaliação de um profissional 
competente, sempre que possível. 
 
 
 12 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
1. Obstáculos Funcionais 
- Assimilação - Motor 
- Lentidão - Elaboração mental 
- Domínio especial - Etc 
 
2. Obstáculos Epistemofílicos (emocionais) 
- Estado confusional - Conduta evitativa 
- Perseveração - Mecanismos defensivos 
- Exigência - Etc 
 
3. Obstáculos Epistêmicos (Cognitivos) 
- Desempenho 
- Antecipação 
- Insensibilidade – não percebe determinados conflitos - Não possui mecanismo de 
integração. Ex: colocam-se vários fósforos de tamanhos iguais alinhados com outros 
fósforos de tamanho menor. 
Junta-se até as duas linhas atingirem o mesmo comprimento e pergunta-se se 
os fósforos são iguais. O sujeito não percebe que só o comprimento final é o 
mesmo, mas que os fósforos são diferentes. 
- Assimilação, acomodação - Nível cognitivo - Etc 
 
Observações gerais 
1. Cada nível de estrutura cognitiva corresponde a uma leitura da realidade e um nível de 
evolução afetiva para estabelecer um vínculo com o objeto 
 
2. Cognitivo – Operações lógicas que regulam os intercâmbios com o meio externo, com a 
lógica correspondente ao estágio cognitivo a que percebe o sujeito. 
 
3. Diante de determinada situação, o sujeito passará pelos momentos de indiscriminação, 
objetiva parcial e total, em movimentos de ir e vir. Quando atinge o patamar, pode passar 
para outro no mesmo movimento. 
 
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO - Marque as questões observadas 
 
Em relação à temática: 
 
 
 13 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
( ) fala muito durante a sessão ( ) Não fala demais durante a sessão 
( ) verbaliza bem as palavras ( ) Expressa com facilidade 
( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente 
( ) fala de suas ideias, vontades e desejos 
( ) mostra-se retraído para se expor 
( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos 
( ) parece viver num mundo de fantasias 
( ) tem consciência do que é real e do que é imaginário 
( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento 
 
Observação: 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz) 
( ) o tom de voz é baixo 
( ) o tom de voz é alto 
( ) sabe usar o tom de voz adequadamente 
( ) gesticula muito para falar 
( ) não consegue ficar assentado 
( ) tem atenção e concentração 
( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente 
( ) pensa antes de criar ou montar algo 
( ) apresenta baixa tolerância à frustração 
( ) diante de dificuldades desiste fácil 
( ) tem persistência e paciência 
( ) realiza as atividades com capricho 
( ) mostra-se desorganizado e descuidado 
( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais 
( ) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um 
( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los 
( ) não guarda o material que usou 
( ) apresenta iniciativa 
( ) ocupa todo o espaço disponível 
( ) possui boa postura corporal 
( ) deixa cair objetos que pega 
( ) faz brincadeiras simbólicas 
( ) leitura adequada à escolaridade 
( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos 
( ) escrita adequada à escolar 
 
Observação: 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 14 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel) 
 
() desenha e depois escreve 
( ) escreve primeiro e depois desenha 
( ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão 
( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita 
( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta 
( ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar 
( ) demonstra insatisfação com os seus feitos 
( ) sente-se capaz para executar o que foi proposto 
( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto 
( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado 
( ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’ 
( ) fica preso no papel e lápis 
( ) executa a atividade com tranqüilidade 
( ) demonstra agressividade, em seus desenhos e suas criações ou no comportamento 
( ) é criativo(a) 
 
Observação: 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
 
Conclusão: 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 15 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
OBSERVAÇÃO LÚDICA – HORA DO JOGO 
 
1. CONCEITO 
Toda a criança interage com brinquedos e expressa a realidade do mundo interno e 
sua relação com o mundo externo, pois através do jogo ela define seus papéis, seu 
espaço, mostrando suas relações interpessoais. 
Pode receber os limites que lhe são impostos e demonstra como lidar com eles. 
A observação lúdica é uma técnica de compilação de dados que auxilia a investigar 
os aspectos mais significativos para a formulação das hipóteses. 
Trata-se de uma observação espontânea na qual a motivação por brincar deve ser 
a sua maior preocupação, do que o fato de se sentir observada. 
 
2. OBJETIVOS 
- Auxiliar no diagnóstico de crianças que não responde a outras formas de avaliação. 
- Auxiliar na investigação das dificuldades apresentadas nas áreas diversas de 
desenvolvimento, possibilitando o levantamento de hipóteses. 
 
3. ESTRATÉGIAS 
- Brinquedos diversos de acordo com a faixa etária, o interesse e o que se quer investigar. 
- Os brinquedos são expostos para que a criança interaja com eles. 
 
4. PONTOS A SEREM OBSERVADOS 
- A interação da criança frente ao brinquedo 
- O repertório cognitivo, afetivo, motor, funcional, social 
- O nível e o tipo de linguagem 
- A conduta 
- O uso do brinquedo enquanto função real 
- A proposta de brincadeiras 
- A centralização de brinquedos regressivos ou superiores a idade da criança 
- O levantamento de hipóteses 
 
5. DEMANDA 
A observação lúdica é também indicada no diagnóstico de: 
 
- Crianças portadoras de necessidades especiais em idade pré-escolar ou escolar quando 
não tem repertório de linguagem verbal e não respondem a outras formas de 
investigação; 
- Crianças com suspeita de hiperatividade ou distúrbios de comportamento como autismo, 
psicose, esquizofrenia, etc. e que não respondem a outras formas de investigação. 
 
 
 16 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
INVENTÁRIO DA HORA DO JOGO 
 
Consigna: Aqui está uma caixa com muitas coisas para você brincar com tudo o que você 
quiser; enquanto isso, eu vou observar e fazer algumas anotações aqui. Um pouco antes 
de acabar o tempo, eu lhe aviso”. 
 
1. INVENTÁRIO 
( ) classifica de alguma maneira o conteúdo da caixa 
( ) possibilidade de antecipação 
( ) experimenta o funcionamento do objeto 
( ) avalia os elementos da caixa a medida que vão surgindo as possibilidades de ação 
( ) pega rapidamente o primeiro que encontra e usa 
( ) experimenta antes de usar 
( ) procura um objeto ou instrumento em particular, em função de um projeto 
 
2. ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA AÇÃO 
( ) o material começa a fazer parte de uma comparação simbólica através de comparações 
( ) observar as dificuldades surgidas e que e que tem a ver com dificuldades para entender 
 relações, formular hipóteses, apresentar problemas e encontrar soluções. 
 
Aptidão da criança para: Criar ( ) Imaginar ( ) Chamar atenção ( ) produzir um objeto ( ) 
 
Apresenta: Agressividade ( ) Desinteresse ( ) Insegurança ( ) Prazer ( ) 
 
 
3. MATERIAL UTILIZADO PELO PACIENTE 
______________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
 
 ( ) Se a criança trouxer outros assuntos que não tem nada a ver com a atividade, 
significa um indicativo de dificuldade de concentração. 
 
 ( ) Se ela não quiser escrever ou ler, poderá ser um indicativo por leitura e escrita 
ou um vínculo inadequado com a aprendizagem sistemática. 
Obs,: ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 
 
 17 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
 
Características Gerais 
Jean Piaget e colaboradores, após intensas pesquisas, elaboraram as provas do 
diagnóstico operatório que determinam o grau de aquisição de algumas noções chaves do 
desenvolvimento cognitivo, tais como: noção de tempo, espaço, conservação, 
causalidade, numero, etc. 
Por meio das provas operatórias é Possível detectar o nível da estrutura cognitiva 
com que o sujeito opera diante da situação apresentada, ou seja, o nível de pensamento 
alcançado pelo sujeito. 
As idades cronológicas apresentadas para os diversos níveis de desenvolvimento 
estão relacionadas às condições sócio-culturais, sendo portanto, uma idade aproximada. 
 
Momento do Diagnóstico 
1. Vínculo 
2. Clarear o que se vai fazer 
3. Apresentação do material da prova (quando o sujeito manuseia, ouvir o que ele diz). 
4. A ordem ou consigna 
5. A pergunta não precisa ser translúcida que dirija ou direcione a resposta. 
6. Resposta 
7. Primeira transformação do objeto, não transforma o aspecto considerado.8. Pedido de argumentação. 
9. Resposta argumentada por: 
 - Identidade: quando o sujeito percebe que não se acrescenta nada ao material 
utilizado 
 - Identidade subjetiva: quando o sujeito identifica que a quantidade de material dada 
possui a mesma quantidade. 
 - Reversibilidade: quando o sujeito argumenta – “se você voltar a forma antiga”. 
 - Compensação: quando o sujeito argumenta compensando as diferenças das formas 
apresentadas: “é mais comprida; mais larga; etc”. Pode ser conservadora ou não. 
10. Contra-argumentação: Pode-se contradizer o pensamento exprimido pelo sujeito 
(tentar levar em consideração o ponto de vista do sujeito e pesquisar se a resposta tem 
um esquema ou é por mero acaso). 
11. Justificação: resposta do sujeito, pode ser conservadora ou não. 
12. Segunda transformação 
13. Sequencia dos passos anteriores 
 
 
 
 18 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Observações 
Quando o sujeito, na argumentação ou justificativa, responde “não sei”, pode ter 
dificuldades no aspecto operativo, possui a imagem, mas não opera mentalmente, ou 
pode estar no nível intermediário entre um período e outro. 
 
Provas Horizontais 
- Seriação - Massa e Peso 
- Números pequenos - Comprimento 
- Dicotomia - Espaço unidimensional 
- Quantidade e inclusão de classes - Superfície 
- Interseção de classes - Espaço bi e tridimensional 
- Conservação de líquidos - Substâncias homogêneas 
 
Provas complementares e suplementares 
São provas para avaliar os patamares intermediários mais sutis, para se saber se o 
sujeito está longe ou perto do nível. 
- Peso (complementar heterogêneo) 
- Combinações e permutações 
 
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
As provas do diagnóstico operatório adotadas no momento atual, foram 
selecionadas pelos pesquisadores de acordo com os trabalhos de Barbel Inhelder e são 
assim relacionadas: 
 
1. Provas de Classificação – avaliam o domínio do sujeito a respeito da classificação. São 
elas: conservação do número, matéria e líquido. 
 
2. Provas de Seriação – Consta de 10m palitos graduados para serem organizados segundo 
seu tamanho. 
 
3. Mudança de critério ou Dicotomia – consta de fichas com os atributos: cor, forma e 
tamanho, que devem ser destacados pelo sujeito, conforme ordem dada. 
 
4. Qualificação da inclusão de classes – esta prova pode ser realizada com flores, como o 
original, ou com animais ou frutas, pois permite avaliação da qualificação inclusiva a 
respeito das classes com os elementos das subclasses. 
 
5. Interseção de classes – nesta prova se investiga o grau de operatividade a respeito das 
operações lógicas no trato com as classes. 
 
 
 19 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
6. Conservação – a conservação diz respeito a igualdade e possibilita a percepção de que 
mesmo diante de transformações o objeto conserva sua identidade, integridade ou 
qualidade em questão. Estas questões são importantes para os processos reguladores 
das atividades do sujeito em sua adaptação frente a realidade. O que se observa nestas 
prova é o êxito ou não na variável quantitativa em distintos conteúdos. 
6.1. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos – prova das fichas 
ou dos números, possibilita a verificação da conservação da equivalência numérica com 
quantidades discretas, apesar das transformações que foram expostas. Parte-se da 
correspondência termo a termo. 
 
6.2. Conservação da quantidade de líquido – prova do transvasamento de líquido, 
investiga-se o grau de conservação com um material físico continuo em diversas 
variáveis. 
 
6.3. Conservação da quantidade de matéria – prova da massa, utiliza um novo material 
(massa de modelar), ma está correlacionada a anterior. 
 
6.4. Conservação de peso – esta prova tem êxito no segundo nível das operações 
concretas e indaga sobre o grau de aquisição da invariância de peso. 
 
6.5. Conservação de volume – esta conservação é alcançada por volta dos 11/13 anos 
dentro do período das operações concretas 
 
6.7. Conservação de comprimento – esta prova é somente administrada somente 
quando o sujeito atingiu a conservação das equivalências numéricas, pois ela estuda a 
capacidade dos mesmos a respeito da transposição ou reconstrução deste conhecimento 
ao nível da conservação de um contínuo unidimensional – o comprimento e a largura. 
 
7. Provas do pensamento formal ou Hipotético dedutivo – são as provas de combinatórias 
entre os elementos, que possibilitam perceber se o sujeito alcançou o nível de 
pensamento formal, apesar do material ser concreto, a formulação do pensamento exige 
um sistema de lógica proporcional. 
 
Aplicação das provas 
As provas consistem de uma situação experimental elaborada, mas a técnica 
utilizada para as provas é basicamente igual a todas. Interroga-se o avaliado frente aos 
fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. 
Variam somente segundo a natureza lógica dos problemas ou de fenômenos físicos. 
 
 
 
 20 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Quadro de seleção de provas conforme a idade 
Até 6 anos Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da 
quantidade de líquido 
Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia 
Provas de seriação 
6 e 7 anos Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da 
quantidade de líquido, da quantidade de matéria, da composição da 
quantidade de líquido; 
Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia, interseção 
de classes ou qualificação da inclusão de classes. 
Provas de seriação 
8 e 9 anos Provas de conservação: da largura, de peso, do volume. 
Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão 
de classes 
Provas de seriação 
10 a 12 anos Provas de conservação: da quantidade de matéria, da largura, da 
composição da quantidade de líquido, de peso 
Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão 
de classes 
12 anos ou 
mais 
No caso de se obter êxito na prova de conservação de volume, administra-se 
as provas para o pensamento formal. 
 
 
 
 
 
EXPLICAÇÃO PASSO-A-PASSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
MODALIDADES DE APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 22 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
1- PROVA DE CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS 
DISCRETOS DE ELEMENTOS 
Material: 10 fichas mesmo tamanho. Sendo 6 de cada cor (ex: azul e vermelho) de 
emborrachado, plástico ou papel cartão. 
 
PASSOS: 
1) Apresentação do material 
2) Inicio da aplicação: Pedir para o sujeito escolher uma cor 
3) Estabelecimento de Identidade Inicial: Colocar um número se ficha em fileiras (6) e 
pedir que o sujeito coloque o mesmo tanto diante das do E. 
EX: Coloque a mesma quantidade de tuas fichas como coloquei das minhas. 
4) 1ª transformação: Alongamento- Esticar uma das coleções e perguntar: como fica 
agora: temos o mesmo tanto ou + ou -. 
Como assim: 
ue seja a resposta do sujeito deve-se contra argumentar com ou sem o 
terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 23 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
CONTRA ARGUMENTAÇÕES: 
a) De conservação: Ex: veja como esta fila é mais comprida. Você acha que está maior, 
tem mais fichas? 
b) De não- conservação: Ex: Lembra que antes você disse que tinha o mesmo tanto. 
Agora ficou diferente? 
Com o 3º - Outro menino me disse que havia o mesmo tanto de fichas vermelhas e azuis. 
Você acha que ele estava certo ou errado? 
Diante da resposta, o E. Pede uma justificativa.5) 2ª transformação: Encurtamento e seguem-se os mesmos passos da 1ª transformação. 
6) 3ª transformação: Formar um círculo e repete-se como a anterior. 
7) 4ª transformação: Sobrepor às fichas e repete-se como nas demais. 
8) Pergunta por Quoticidade: O E. Coloca as suas fichas debaixo da mão e pergunta: 
Como tenho embaixo da minha mão? O mesmo tanto, ou + ou -? 
Como você sabe? Você pode explicar. 
 
TABELA DE AVALIAÇÃO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
NÍVEL I 
NÃO 
CONSERVATIVA 
INTUITIVO GLOBAL 
Até aproximadamente 
4 ou 5 anos) 
 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra 
 argumentações dá respostas não 
conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente 
a pergunta de retorno empírico 
 Não responde a pergunta de quoticidade 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não 
 conservativas. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
 
 
1ª SUB-ESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(aproximadamente a partir 
de 5 anos) 
 
 
 Para todas as transformações e contra 
argumentações dá-se resposta conservativa. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de- 
Compensação. 
 Responde corretamente a 
 Identidade; reversibilidade e Pergunta de 
quoticidade. 
 
 
 
 
 
 24 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
2 - DICOTOMIA ( mudança de critério) 
Material: 
- Cinco quadrados e círculos grandes a azuis 
- Cinco quadrados e círculos grandes vermelhos 
- Cinco quadrados e círculos pequenos azuis 
- Cinco quadrados e círculos pequenos vermelhos. 
- 2 caixas iguais (que tenham a base maior que quatro figuras grandes). 
 
 
 
Passos: 
1) Apresentação do material 
2) Propor a classificação espontânea: Coloque juntos os que se parecem, que têm algo 
de igual. 
 
3) DICOTOMIA: 
 Colocar as duas caixas na frente do sujeito e pedir que divida em grupos, 
colocando em cada caixa os que se parecem e que podem ficar juntos. 
 Quando o sujeito dividiu em dois grupos, pedir o nome para as caixas. 
 Se o sujeito descrever de forma heterogênea, pede-se que diga com menos 
palavras ou utilizar a historinha: Se eu tivesse que guardar as caixas na gaveta, o 
que você acha que eu deveria escrever na tampa para saber o que tem dentro? 
 
 
 
 25 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
4) 1ª Mudança de Critério: 
- Tirar das caixas, juntar na mesa e falar: Você poderia separar outra vez em 2 grupos, de 
um outro jeito, colocando junto as que se parecem? 
Perguntar o nome que daria aos grupos (com menos palavras). 
- Caso o sujeito não saiba, existem 2 alternativas: 
a) Insinuação: Sugerir na caixa uma classificação com alguns elementos (Ex.: tamanho, 
cor ou forma) 
b) Demonstração: Acrescentar mais elementos para deixar mais explicita. 
5) 2º Mudança de Critério: 
 Colocar de volta na mesa e pedir para dividir em dois grupos, de outro jeito. 
 Perguntar o nome que daria aos grupos. 
 Recapitulação: Faz-se a recapitulação quando a criança atinge os três critérios 
usando insinuação ou demonstração. 
 Pedir que o sujeito faça novamente a dicotomia e as mudanças de critério. 
 EX.: Você poderia repetir como você colocou da 1ª, da 2ª e da 3ª vez? 
 Utilizar os critérios já utilizados 
 O resultado final é a recapitulação. 
DICOTOMIA – DOMÍNIO DA CLASSIFICAÇÃO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(desde 4 –5 anos) 
 Coleções figurais 
 Montagem de figuras complexas (carro, casa,barco, etc.). 
 Pode classificar por um critério. 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
(5 – 6 anos) 
 Começo da classificação, não utiliza mais as coleções 
figurais. 
 Realiza e recapitula pelo menos por 2 critérios distintos. 
 Faz a classificação 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(a partir de 6 anos) 
 Faz a classificação utilizando os 3 critérios (cor forma e 
tamanho). 
 
 
 
 
 26 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
3 – SERIAÇÃO DE PALITOS 
Material: 
Pegar os 10 palitinhos com 6 mm de diferença entre eles 
1 palito número 11 cuja medida é de 3 mm de diferença entre o 5º e o 6º. 
Este palito (que passará ser o 6º palito) deve ter um sinal para identificar (palito de inclusão) – opcional. 
1 anteparo (cartão ou cartolina). 
 
 
PASSOS: 
1) Seriação a Descoberto: Pedir ao sujeito que coloque os palitos em 
uma ordem um ao lado do outro: > para o < ou do < para o > 
 
Se o sujeito não compreender o pedido, o Pp. pode: 
a) Começar a seriação com uns quatro palitos e pedir que o sujeito continue. 
b) Fazer a seriação completa e desarrumar. A seguir pede-se que o sujeito a faça. 
Não permitir que o sujeito coloque os palitos em pé, mas deitados sobre a mesa. 
 
2) Dar o palito da inclusão para que o coloque no lugar certo. 
No caso de não ter o palito da inclusão, pode-se pedir para que o sujeito feche os 
olhos e então se tira o 5 ou 6 e a seguir pede-se que o sujeito o encaixe no lugar 
corresponde. 
 
 
 27 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
3) Seriação com Anteparo: Misturar os palitos colocar um anteparo e dizer ao sujeito: 
Gostaria que você me desse os palitos em 0rdem do < para o > ou do > para o < e eu vou 
colocar atrás do anteparo na mesma ordem que você for me dando. 

O sujeito não pode ordenar antes os palitos, mas pode pegá-los na mão (sem 
ordenar) para entregar. 
Obs. Nunca se diz: Faça uma escada! 
Obs. Os dois últimos passos só são feitos se o sujeito tem êxito no primeiro. 
 
AVALIAÇÃO PROVA DA SERIAÇÃO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(desde 4 –5 anos) 
 Ausência de série 
 Pequenas séries sem considerar o tamanho dos 
 palitos seguindo apenas a parte superior. 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
(5 – 6 anos) 
 Erro por ensaio e erro. 
 Pode incluir um novo palito na série 
 Não tem sucesso atrás do anteparo. 
 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(a partir de 6 anos) 
 Incluir um novo palito na série 
 Tem sucesso atrás do anteparo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
4 - INTERSECÇÕES DE CLASSES 
MATERIAL: 
- 5 fichas redondas azuis 
- 5 fichas redondas vermelhas 
- 5 fichas quadradas vermelhas 
- 1 cartolina de forma retangular contendo 2 círculos de cores diferentes e também 
diferente das fichas ou dois barbantes de cores diferentes em forma circular. 
 
 
PASSOS: 
1) Colocar as cinco fichas azuis no círculo esquerdo (verde) 
Colocar as redondas vermelhas no meio 
Colocar os quadrados vermelhos no círculo à direita (preto) 
2) Pedir para o sujeito nomear o material e dar as características 
3) Perguntar: -> Por que você acha que coloquei estas no meio? 
1) Tem mais fichas vermelhas ou azuis? 
2) Tem mais fichas redondas ou quadradas? 
3) Tem mais ou iguais redondas e vermelhas? Como você sabe? Você pode me 
explicar? (intersecção) 
 
 
 29 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
4) Olhando todas as fichas redondas e olhando todas as fichas vermelhas, um tem 
mais que o outro ou são iguais? 
5) Tem mais ou menos tanto de fichas quadradas e vermelhas? 
6) Como sabe? (inclusão) 
7) Olhando as fichas quadradas e olhando as fichas vermelhas, um tem mais que o 
outro ou são iguais? 
 
Perguntas Suplementares: * Só se fazem estas perguntas se a criança errar a pergunta 3 e4. 

O que é que tem neste primeiro circulo? (verde) 
O que é que tem neste outro círculo? (preto) 
 
INTERSECÇÃO DE CLASSES 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(desde 4 –5 anos) 
 Responde corretamente só as perguntas de comparação de 
elementos da mesma classe (cor e forma) 
 Erra as perguntas complementares;. 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Responde corretamente as perguntas de comparação de 
elementos da mesma classe (cor e forma) 
 Responde corretamente as perguntas complementares. 
 Erra as perguntas de elementos que não são da mesma classe 
(inclusão e intersecção); 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
1º SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(a partir de 7 anos) 
 Todas as questões são respondidas corretamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
5 - CONSERVAÇÃO DE LÍQUIDOS 
Material: 
2 copos iguais. (A1, A2) 
1 copo cujo diâmetro seja + ou - a metade dos 2 
copos, mais alto que 
o copo testemunho. ( B) 
1 copo + largo e baixo que o copo testemunho. (C) 
4 copinhos cada um dos quais deve ter 
aproximadamente 1/4da 
capacidade do copo testemunho. ( D1,D2,D3, D4) 
2 garrafas com líquido de cores diferentes 
1 toalhinha 
 
 
 
PASSOS: 
1) Identidade inicial: 
- Mostrar os 2 copos iguais ao sujeito pedindo que ele compare os tamanhos 
- Pedir que ele coloque um tanto de água( + ou – a metade) em um copo e depois o 
mesmo tanto no outro copo 
- Perguntar se os 2 têm o mesmo tanto de líquido. 
 
 
 
 31 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
2) 1ª Transvazamento; Alongamento: 
- O E. Pega o líquido de seu copo e derrama no copo + alto e pergunta: 
- Como nós temos agora? O mesmo tanto. + ou -? Por que você acha? 
 
CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: 
a) De conservação: Ex.: Mas veja como este copo é alto, será que tem o mesmo tanto 
de líquido como neste outro baixo? O que você acha? 
b) De não-conservação: Ex.: Mas antes você disse que era o mesmo tanto, você acha 
que mudou? Por quê? Veja como este é fino e o outro é largo. Como você acha que fica 
de líquido? (Referir-se ao critério negligenciado: altura/ largura ou nível da água) 
Pergunta de Volta Empírica: Ex.: E se eu voltar a colocar como no início, como teríamos 
de líquido? 
Se o sujeito não responder com sucesso, retoma-se a identidade inicial. 
3) 2º Transvazamento: Achatamento (utilizar o copo mais largo). Repetem-se os passos 
como no 1º transvazamento. 
 
4) 3º Transvazamento: Partição (utilizar os quatro copinhos) Repete-se o procedimento 
anterior. 
 
AVALIAÇÃO PROVA DE LÍQUIDO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
NÃO CONSERVATIVA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 
a 6 anos) 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra argumentações dá 
respostas não conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente a pergunta de 
retorno empírico 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não conservativa. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as transformações e contra-argumentações 
 dão respostas conservativas. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de – identidade; 
reversibilidade e Compensação. 
 
 
 
 
 
 32 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
6 - CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE MATÉRIA 
Material: 2 massas de cores diferentes 
Modificação do Elemento Experimental 
 
 
 
 
 
PASSOS: 
1) Apresentação do material 
2) Estabelecimento de identidade inicial: 
a) Dar as duas bolas de massa já prontas e perguntar ao sujeito se tem o mesmo tanto de massa 
em cada bola, mais ou menos. 
b) Pedir que faça duas bolas com o mesmo tanto de massa e de cores diferentes. 
 
3) 1ª Deformação: Alongamento- Faz-se uma salsicha da massa experimental e 
pergunta-se ao sujeito: E agora, temos o mesmo tanto, + ou -? 
 
Se o sujeito responde sem argumentação pede-se. Ex.: Você pode me explicar? 
 
 
 
 
Igualdade inicial (achatamento) (alargamento) 
 
 (partição) 
 
 
 33 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: 
a) De conservação: Ex: A salsicha é mais comprida do que a bola, será que não tem mais 
massa? O que você acha? 
b) De não conservação: Ex. Mas antes você não disse que as 2 bolas tinham o 
mesmo tanto: Mas veja que a Salsicha é mais fina e a bola é bem mais grossa. O 
que você me diz? 
Utilização de uma 3ª pessoa: 
Mas uma menina me disse que havia o mesmo tanto na salsicha e na bola. 
Você acha que ela estava certa ou errada? 
 
Se o sujeito responde sem justificativa, fazer o pedido de justificativa. 
Pergunta de Volta Empírica: Após a justificativa do sujeito faz-se a pergunta de volta 
empírica. 
 
Ex: Se eu voltar a fazer a bolas como no início, como fica? 
Caso o sujeito não saiba responder, retoma-s a identidade inicial (volta empírica). 
 
1) 2ª Deformação: Achatamento (panqueca): Repetir os procedimentos da 1ª deformação. 
 
2) 3ª Deformação: Partição (4 bolinhas): Repetir os procedimentos anteriores). 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
Não - CONSERVATIVA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 a 6 
anos) 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra 
argumentações dá respostas não conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente a 
 pergunta de retorno empírico 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não 
 conservativas. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCRETO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as transformações e contra argumentações 
 dá respostas conservativas. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de – 
 identidade; reversibilidade e Compensação. 
 
 
 
 
 34 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
7- PROVA: CONSERVAÇÃO DO COMPRIMENTO 
 
Material: 2 correntes de 20 a 30 cm. 
 
 
PASSOS: 
1) Estabelecer a Identidade Inicial: Coloca a mais curta do lado do Pp e a mais 
comprida do lado do sujeito. 
 
Perguntar: Como você acha que são de comprimento as duas correntes: 
 Se ele não compreende o fator comprimento, conta-se a história de dois ratinhos que caminham 
sobre as correntes. Onde o ratinho caminhará mais ou menos ou igual: 
 Quando o sujeito afirmar a diferença propõe-se a primeira situação. 
 
2) 1ª Situação: Coloca-se a corrente mais comprida de um jeito que comece e termine 
junto com a outra. 
Perguntar: Como o ratinho caminhará agora, mais ou menos ou a mesma coisa ? 
 
CONTRA-ARGUMENTAÇÃO 
a) De conservação: O examinador insiste na coincidência dos extremos. 
EX: Os dois acabam no mesmo ponto! Será que o ratinho caminhará igual? Você pode me explicar? 
 
b) De não conservação: Lembrar que no inicio as correntes eram desiguais. 
EX: No início, esticadas, as correntes eram do mesmo comprimento? E agora ficou diferente? 
 
Pergunta de volta Empírica: Após a justificativa do sujeito faz-se a pergunta de volta 
empírica. 
 
 
 
 35 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Ex: Se esticarmos como no inicio, como você acha que as correntes ficariam de 
comprimento? Igual, ou uma é mais curta ou é mais comprida. 
3) 2ª Situação: Fazer com que a corrente dolado do sujeito pareça mais curta.. 
Repete-se como na 1ª Situação 
 
AVALIAÇÃO - PROVA COMPRIMENTO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
Não - CONSERVATIVA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 
a 6 anos) 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra argumentações dá 
respostas não conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente a pergunta 
de retorno empírico 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não conservativa. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCRETO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as transformações e contra-argumentações 
 dão respostas conservativas. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de – 
 identidade; reversibilidade e Compensação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
8 - QUANTIFICAÇÕES DE INCLUSÃO DE CLASSES 
 
MATERIAL: Classes de flores (ex. margaridas e rosas); etc 6 margaridas e 3 rosas 
 
 
PASSOS: 
1) Perguntar se o sujeito conhece flores. Quais flores? 
Se o sujeito não conhece flores, utiliza-se outra classe de elementos. 
Assegurar-se de que o sujeito conhece o nome da classe, perguntando: As rosas são 
flores? As margaridas são flores? 
PERGUNTAS RESPOSTAS 
 B = flores 
A = margaridas 
A’ = rosas 
a) Se você pega as margaridas, com o que 
eu fico? 
(F – M = R) 
b) Se alguém pega as flores de minha mão 
com o que eu fico? 
F – R = M 
c) Se eu fizer um ramalhete com as flores e 
depois devolvê-las. E você fizer um 
ramalhete com as margaridas; quem vai 
ficar com mais? 
F – F = 0 (zero) 
d) Se eu penso fazer um ramalhete com as 
margaridas e você com as flores do 
bouquet, qual dos dois vai fazer o 
ramalhete maior? 
M – F = R 
(ordem direta e inversa) 
 
 
 
 
 
 37 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO - INCLUSÃO EM CLASSES 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 
a 6 anos) 
 Não compara corretamente o número de 
 elementos das subclasses. 
 Não acerta as questões de subtração de 
 subclasses que não requerem reversibilidade 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 As respostas são incompletas 
 Apresenta sucesso nas questões de subtração de 
 subclasses que não requerem reversibilidade 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCRETO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as questões são resolvidas corretamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
9- CONSERVAÇÃO DE SUPERFÍCIE: 
Material: 
12 cartõezinhos quadrados iguais (4 cm por 4 cm) 
2 cartolinas ou emborrachados verdes (tamanho ofício) que representam os campos 
1 ou 2 herbívoros iguais 
 
Igualdade inicial: 
 
Perguntas iniciais 
 
Perguntas iniciais 
 
Retorno empírico 
 
Primeira modificação espacial: 
 
Segunda modificação espacial 
 
Outra modificação espacial 
sugerida 
 
Terceira modificação espacial 
 
 
PASSOS: 
1) Identidade Inicial: 
 
a) Comprovar a igualdade da superfície das duas cartolinas. 
b) Comprovar a igualdade dos quadradinhos. 
 
 
 
 39 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Criar o argumento: Vamos fazer de conta que temos dois campinhos (cartolinas verdes) e 
se este cavalinho ( ou outro herbívoro) comer deste e do outro campinho, vai comer o 
mesmo tanto de capim, ou vai comer + num campinho do que no outro, ou - ? 
 
1ª Subtração: Colocar um quadradinho (ou casinha) num dos campos e perguntar: Se o 
dono deste campo colocar uma casinha em seu campo, e o cavalo comer neste campo e 
no outro, será que comerá o mesmo tanto de capim? 
2ª Subtração: Acrescentar uma casinha no outro campo e repetir a mesma 
pergunta. 
3ª Subtração: Acrescentar mais 3 casinhas em cada campo e repetir a mesma pergunta. 
 
6) Realizar as transformações: Distribuir de diferentes maneiras as posições das casinhas 
de um dos campos e voltar a fazer a mesma pergunta. 
 
CONTRA- ARGUMENTAÇÃO 
 
a) De conservação: Ex: Mas veja como aqui tem bastante espaço e no outro parece 
pouquinho. Você acha que o cavalinho vai comer igual nos 2 campos? 
b) De não conservação: Ex Mas antes você tinha dito que o cavalinho comia igual. Agora 
ficou diferente? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 Combinação de fichas 
Materiais: 
 
- 6 fichas de 
diferentes cores 
com 2,5 cm de 
diâmetro cada 
uma. 
 
 
 
 
 Permutação de fichas 
Materiais: 
 
- 4 fichas de 
diferentes cores 
com 2,5 cm de 
diâmetro cada 
uma. 
 
 
 
 Predição 
Materiais: 
 
- 17 fichas verdes 
- 10 fichas 
amarelas 
- 6 fichas lilases 
- 1 ficha branca 
- 1 saco de pano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS 
 
Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez 
 
As técnicas projetivas psicopedagógicas têm o objetivo de investigar a rede de 
vínculos que o sujeito possui em três domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo. 
 
Em cada um destes domínios, guardando as diferenças individuais, é possível 
reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que 
constituem o vínculo da aprendizagem. 
 
Em seguida apresentaremos um quadro onde se reproduzem os diversos domínios 
com suas correspondentes técnicas projetivas e os objetivos de cada uma: 
 
 
DOMÍ
NIO 
PROVA INVESTIGAÇÃO IDADE 
Escolar Par educativo 
Eu e meus companheiros 
Planta da Sala de Aula 
Vínculo com aprendizagem 
Vínculo com os componentes da classe 
A representação do campo geográfico da sala de aula e a 
desejada 
6-7 anos 
7-8 anos 
8-9 anos 
Familiar Planta da Casa 
 
Os 4 momentos do dia 
Família Cinética 
A planta da casa onde habita, sua representação real e 
desejada 
Os vínculos ao longo do dia 
O vínculo da aprendizagem com o grupo familiar 
e cada um dos integrantes da mesma 
8-9 anos 
 
6-7 anos 
6-7 anos 
Consigo 
mesmo 
O desenho em episódios 
 
O dia de meu aniversário 
 
 
Desenho de minhas 
férias 
 
Fazendo o que mais 
gosto 
A delimitação da permanência da identidade 
psíquica em função dos afetos 
A representação que se tem de si e do contexto 
físico sociodinâmico em um momento de 
transição de uma idade para outra 
As atividades escolhidas durante o período de 
férias escolares 
O tipo de atividade que mais gosta 
4 anos 
 
6-7 anos 
 
 
6-7 anos 
 
6-7 anos 
 
 
 
 
 42 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Advertências Necessárias 
 
1. A interpretação de cada uma das provas projetivas devem ser feitas em função do 
sujeito em particular e em função do total de informações que se obteve; 
 
2. O total de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de que se utilizem todas. 
 
É adequado usar somente aquelas que se consideram necessárias em função das 
hipóteses que se aja formuladas, podendo significar que: 
 
a. Que se aplique somente uma prova; 
b. Que se aplique provas de alguns domínios; 
c. Que se aplique todas as provas de um único domínio; 
d. Que se apliquem todasas provas, coisa que não é muito comum. 
 
3. Certos indicadores de uma técnica se superpõem com os de outra; 4. Os critérios para 
interpretação sugeridos para cada prova, devem somar-se aos critérios gerais para a 
interpretação das provas projetivas; 
 
4. Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova, devem somar-se aos 
critérios gerais para a interpretação das provas projetivas; 
 
5. Os indicadores e significados encontrados não implicam numa questão fechada ou sem 
lugar para dúvidas, cada especialista pode realizar novas descobertas, ampliando os 
aspectos de indicadores e significados. 
 
 Fonte: Visca. Jorge – Técnicas Projetivas Psicopedagógicas – 1994 – Buenos Aires, Argentina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS 
 
PAR EDUCATIVO 
 
 
 
 44 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
EU E MEUS COMPANHEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 45 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
PLANO DE SALA DE AULA 
 
 
 
FAMILIA EDUCATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
PLANO DA MINHA CASA 
 
 
 
 
 
 
 
 47 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
OS QUATRO MOMENTOS DE UM DIA 
 
 
 
 
 
 
 48 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
DESENHOS EM EPISÓDIOS 
 
 
 
FAZENDO O QUE MAIS GOSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
MINHAS FÉRIAS 
 
DIA DO MEU ANVERSÁRIO 
 
 
 
 
 50 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
EXAME MOTOR 
 
1. Coordenação Fixa 
 
Diadococinesia - (Marionetes) 
Coloca-se diante da criança com os braços dobrados na altura dos cotovelos, 
lateralmente, e balanças as mãos de um lado para outro. 
Pedir a criança que observe execute os mesmos movimentos que o profissional 
fizer (primeiro com uma e depois com as duas mãos). 
 
Pianotages – (contar nos dedos) - Com os braços dobrados lateralmente na altura dos 
cotovelos, encostar suavemente a ponta de cada dedo na ponta do polegar. 
Pedir para a criança executar o mesmo movimento utilizando apenas uma e depois 
a outra mão. 
 
Cópia - Colocar a folha na horizontal, lápis colorido. Pedir para que a criança pegue o 
lápis e copie o que está vendo. 
 
2. Coordenação Global 
a. Andar – andar pela sala livremente 
b. Correr – correr numa determinada direção 
c. Pegar e arremessar a bola com as duas mãos e depois com uma e com a outra mão. 
 
3. Equilíbrio Dinâmico 
a. Andar em uma linha reta 
b. Andar em uma linha curva 
c. Andar com um pé na frente do outro 
 
4. Equilíbrio Estático 
a. Ficar parado com os pés e os braços ao longo do corpo de olhos fechados (10 segundos). 
b. Ficar num pé só (perna dobrada na altura do joelho para traz, permanecer por 10 
segundos). Repetir com o outro pé. 
 
5. Dissociação 
- Abrir e fechar as mãos juntas. A criança sentada com as mãos sobre a mesa faz o 
movimento com a “E” e “D”. 
- Abrir e fechar as mãos alternadamente. 
- Dissociação entre mão D e mão E: a criança bate as duas mãos sobre a mesa e depois 
só a direita, novamente as duas e depois só a esquerda. 
- Dissociação entre mãos e pés: bater um pé e bater palmas, bater o outro e bater palmas. 
 
 
 51 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
6. Lateralidade 
- Qual a sua mão direita? - Qual a sua mão esquerda? 
- Qual seu pé direito? - Qual seu pé esquerdo? 
- Qual seu olho direito? - Qual minha mão esquerda? 
- Qual minha mão direita? 
Coloque a: 
- Mão E no olho D - Mão D no olho E 
- Mão E na orelha D - Mão D na orelha E 
- Mão E no olho E - Mão D no olho D 
Predominância lateral 
Dominância da mão 
- Atirar a bola - Pregar um prego 
- Escovar os dentes - Pentear-se 
- Girar o trinco da porta - Escrever 
Dominância do olho 
- Telescópio (tubo de cartolina) - Rifle 
Dominância dos pés 
- Chutar a bola - Jogo de amarelinha 
 
7. Esquema Corporal 
Pedir que a criança reconheça as partes do corpo em si e no examinador. Se a criança 
tiver mais de 6 anos solicitar mais detalhadamente. 
 
8. Orientação Espacial 
Pesquisar com a criança noções de espaço 
- O que tem acima de você? - O que tem abaixo de você? 
- O que tem a sua frente? - O que tem atrás de você? 
- De que lado seu está o objeto? 
Relação perto – longe 
- O que tem perto de você aqui na sala? - O que tem longe de você aqui na sala? 
- Você mora perto ou longe da cidade? - A clínica é perto ou longe da sua casa? 
- Qual das duas (casa ou clínica) é mais perto da cidade? 
 
9. Orientação Temporal 
 
Noção de velocidade 
- Pedir para a criança andar devagar 
- Pedir para a criança andar bem depressa 
- Pedir para a criança andar de pressa e você faz o mesmo percurso a passos lentos e 
 
 
 52 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 perguntar quem chegou primeiro e por que? 
- O que anda mais depressa: o coelho ou a tartaruga? 
- Como você chega primeiro em um lugar, correndo ou pulando? 
 
Noção de tempo 
- O que você estava fazendo antes de vir aqui? 
- Qual o exercício que você fez antes deste? 
- Para você entrar numa sala em que a porta está fechada, o que você precisa fazer? 
- O que você fez depois que entramos aqui? 
- O que você faz depois que põe o pijama? 
- O que você faz antes do almoço? 
- O que você faz depois do almoço? 
 
10. Ritmo 
- Pedir à criança que bata com o lápis sobre a mesa no ritmo dela 
- Pedir à criança que bata com o lápis na mesa em um ritmo lento e depois mais rápido. 
- Pedir a criança que escute bem e faça como o examinador. Suspender após quatro 
estruturas erradas. (colocar um anteparo para que a criança não veja o lápis enquanto 
bate). 
- Contar em tempo de (segundos) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20. 
 
1 - 000 
2 - 00 00 
3 - 0 00 
4 - 0 0 0 
5 - 0000 
6 - 0 000 
7 - 00 0 0 
8 - 0 0 0 0 
9 - 00 00 00 
10 - 00 000 
11 - 00000 
12 - 00 0 00 
13- 0000 00 
14- 00 000 0 
15- 0 0000 00 
16- 00 0 0 00 
17- 000 0 00 000 
 
Nome: _________________________________________________________________________________________ 
 
Data ____/____/____ Examinador: __________________________________________________________________ 
 
 
 53 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 54 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM 
ESCRITA REALIZADO PELA CRIANÇA 
 
A escrita, como sistema semiótico, usada para representar de forma gráfica a 
linguagem verbal, foi construída pela humanidade durante milhares de anos. 
Para pessoas já alfabetizadas, parece fácil a compreensão de uma palavra, cada 
sinal gráfico corresponde a um som na mesma. Porém, esta compreensão alfabética da 
escrita não foi a primeira que surgiu na sua construção social (Rego, 1983). 
O homem, na busca de uma comunicação mais duradoura, encontrou formas de se 
comunicar graficamente. 
Uma das formas de registro, mais antigas, encontradas na história escrita é a 
Pictografia. 
A pictografia é uma forma gráfica que não se refere diretamente à linguagem 
verbal. São desenhos figurativos usados como linguagem comunicativa (espécie de 
desenhos que representam objetos). 
Na evolução de sua história, a escrita passou a ser utilizada como representação 
de idéias. Esta fase foi denominada Ideografia. 
Como o nome está dizendo, ideogramas não são apenas as ideias de objetosrepresentados, são mais abstratos. 
O homem, nesta etapa passa a lançar mão da arbitrariedade e passa a representar 
graficamente substantivos abstratos que na fase anterior era impossível. Ex: os chineses 
representam a cor vermelha, com o desenho de uma rosa, uma cereja e um flamingo. 
Nesta fase ideográfica, apesar do aprimoramento, a representação gráfica ainda 
não tinha relação com o som das palavras. 
A evolução da escrita, depois deste momento, chega a representação da 
linguagem verbal articulada. Esta etapa foi denominada Logografia. 
Rego (1983), considera a logografia como um grande passo para a história escrita, 
pois nela surgem as representações dos aspectos sonoras da palavra. Apesar de serem 
utilizados desenhos figurativos, eles não tinham a finalidade de representar o objeto em si 
e nem uma ideia, seu objetivo era combinar dois pictogramas com o propósito de 
representar dois ou mais segmentos sonoros de uma palavra. Esta representação não 
exigia uma correspondência som - símbolo. Um desenho ou um sinal podia representar 
um ou mais sons de uma palavra. 
Desta forma tornou-se possível representar graficamente outras palavras além dos 
substantivos. 
A logografia surgiu na impossibilidade prática de uma representação icônica 
generalizada. 
Esta preocupação de representar aspectos sonoros da palavra deu margem ao 
aparecimento da fonografia, que tem como característica principal a representação da 
 
 
 55 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
palavra em uma sequência fônica, fazendo corresponder para cada sílaba fonética, um 
grafema diferente, dando origem aos silábicos. 
Os sistemas silábicos exigem um grande número de grafemas, tornando pouco 
prática sua aplicação. 
A grande inovação da escrita silábica é que se baseia numa análise da palavra 
enquanto forma linguística, ou seja, sequência de sons, desmembrando-a em sílabas, que 
são unidades sonoras e não necessariamente unidades de significado. 
Reduzindo de forma significativa os sinais a serem utilizados na escrita, surge a 
escrita Alfabética, na qual as letras constituem a representação de unidades mínimas das 
palavras, que são as formas. 
Este sistema de escrita proporcionou o aparecimento das leis de combinação, 
possibilitando, com poucos signos, representar todas as palavras utilizadas na linguagem 
verbal. 
Esta pequena revisão histórica permite que se afirme que a linguagem escrita é 
fruto de uma construção do homem, calçada nas necessidades de comunicação e 
perpetuação desta linguagem. 
Emilia Ferreiro, Doutora da Universidade de Genebra, onde foi orientada e 
colaboradora de Jean Piaget, desenvolveu várias pesquisas sobre a comunicação da 
língua escrita em crianças, levando como hipótese inicial a lei de biogenética de Herckel: 
a ontogênese repete a filogênese, ou seja, o desenvolvimento do ser repete o 
desenvolvimento da espécie. 
A criança, segundo a autora, constrói a linguagem escrita, passando em seu 
desenvolvimento pelas mesmas sequências e etapas que a humanidade passou para 
chegar ao sistema de escrita alfabética. Muito embora tenha constatado na análise de 
produção escrita que algumas crianças saltem etapas, observou-se também que uma 
 
 
 56 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
etapa posterior nunca aparece antes de outra mais primitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
1. NÍVEL PRÉ-SILÁBICO 
 
Neste nível as escritas são alheias à busca de correspondência entre grafias e 
sons. 
A construção gráfica de um significado está determinada por outro tipo de 
considerações, como no caso da Pictografia e da Ideografia nas etapas da evolução 
escrita. 
 
Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade 
 
As escritas que não são formadas por grafias convencionais (letras e números); as que só 
se constituem de um elemento (convencional ou não); e aquelas em que não há limites a 
não ser as condições materiais para controlar a quantidade dos elementos da escrita, 
foram classificadas nesta categoria. 
 
1. Nesta primeira sub-categoria, denominada por Emilia Ferrero por Grafismo 
Primitivo, predominam as garatujas ou peseudo-letras. Exemplos: 
2. 
 
 
Obs: cada linha representa uma palavra ou frase. 
 
2. A escrita unigráfica caracteriza-se por utilizar só uma grafia para cada palavra ou frase 
a representar 
- A quantidade é constante 
- O repertório pode ser fixo (utilizado na mesma grafia) 
- O repertório pode ser variável 
 
 
 
 
 58 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 
3. A escrita sem controle de quantidade é determinada pela observação que é o limite do 
papel que controla a quantidade de sinais a serem utilizados 
 
 
Escritas fixas 
 
Estas escritas se utilizam grafias convencionais (na sua totalidade ou com 
pouquíssimas exceções) e pelo controle de qualidade desta grafia (não usa uma só letra, 
nem um número indeterminado). Não apresenta a exigência de diferenciar os sinais ao 
representar nomes diferentes. Tudo é escrito da mesma maneira. 
 
- Na escrita fixa: a mesma série de letras, na mesma ordem, serve para representar 
diferentes nomes. A criança nesta sub-categoria já adquiriu grafias convencionais mas 
não usa para reproduzir diferenças objetivas em sua escrita. 
 
 
 
 
Escritas Diferenciadas 
 
Esta forma de escrita se utiliza predominantemente de grafias convencionais, utiliza 
o controle de qualidade e se preocupa em produzir diferenciações intencionais, muito 
embora não existe a compreensão de critérios de correspondência sonora. 
 
 
 59 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
1. Sequência de repertório fixo com quantidade variada: as grafias utilizadas aparecem 
sempre na mesma ordem, porém a escrita possui diferentes quantidades de grafias, o que 
determina a diferenciação entre os nomes a serem representados. 
Exemplos: 
 
 
 
2. Quantidade constante com repertório fixo: esta escrita mantém uma mesma quantidade 
de elementos gráficos, porém uma mesma grafia é mantida no início, no final ou no meio 
da representação, servindo as demais para diferenciar. Exemplos: 
 
 
 
3. Quantidade variável com repertório fixo parcial: como na subcategoria anterior, 
aparecem constantemente algumas grafias, na mesma ordem e no mesmo lugar e outras 
grafias de formas diferentes, em ordens diferentes de uma representação para outra. A 
diferença está na quantidade de grafias, que não é sempre a mesma. Isso indica um 
elemento a mais para diferenciação. Exemplo: 
 
 
 
 60 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
4. Quantidade constante com repertório e posição variável: nestes casos a quantidade de 
grafia se mantém em todas as representações, porém se usam recursos de diferenciação 
qualitativa: trocam-se as letras ao passar de uma escrita para outra, ou troca-se a ordem 
das letras. Exemplo: 
 
 
 
5. Quantidade variável e repertório variável: estas escritas expressam a máxima 
diferenciação controlada que permite o nível pré-silábico: variar a quantidade e o 
repertório para diferenciar uma escrita da outra. 
As variações na quantidade de grafia podem ter relação com o tamanho do objeto que se 
representa. Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 61 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial 
 
As diferenciações entre escritas se representam plenamente desenvolvidas 
nesta categoria, com o acréscimo de um dado importante: a presença de letra com 
correspondência sonora (uma só letra, quase sempre a primeira). 
 
Esta categoria é uma zona intermediária entre

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