Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Classificação de Serviços de Alimentação e de Padrão de Cardápios: Um Referencial Teórico. Autores: Spinelli M. G. N.1 e Kinasz T. R.2 Revista Nutrição em Pauta, edição Setembro/Outubro 2008 Resumo A grande diversificação existente na área de serviços de alimentação faz com que os trabalhos técnicos como planejamento, gerenciamento e avaliações também sofram variações, que devem ser consideradas na hora da execução. Essas atividades, muitas vezes, são dificultadas pela divergência e/ou variedades entre os nomes e conceitos empregados. Este artigo procura sistematizar a nomenclatura e os conceitos existentes nessa área uma vez que há uma grande carência de literatura e, muitas vezes, os estudos que são reportados trazem diversificações de conceitos, ou mesmo ausência de um maior detalhamento que permitam a comparação de resultados entre as diferentes unidades. Palavras- chave: serviços de alimentação, restaurantes, cardápio, tipo de distribuição Food Service and Menu Classification: Theoretical References. Abstract The Food Service high diversification results in variations of planning, management and evaluation during technical work execution. These activities are often difficulted by different names and concepts used. This work intends to standardize them, since there is a lack of literature in the reports and details of this area that allow different services results comparison. Key words: food service, restaurants, menu, meal distribution system 1 Prof. Dra Mônica Glória Neumann Spinelli - Nutricionista, graduada pela USP, com pós-graduação em Administração Hospitalar e em Gastronomia. Mestre e Doutora em Saúde Pública pela FSPUSP – área de concentração Nutrição. Docente dos Cursos de Nutrição e de Gastronomia das Universidades Presbiteriana Mackenzie, Metodista de São Paulo, Paulista e de Mogi das Cruzes. 2 Prof. Dra Tânia Regina Kinasz - Nutricionista graduada pela UFMT, com pós-graduação em Nutrição Humana-Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição pela UFMT, Mestre pela UFMT e Doutoranda na Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Docente do Curso de Nutrição da Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Mato Grosso. Introdução O mercado da alimentação é dividido em alimentação comercial e alimentação coletiva. A diferença entre as duas categorias, comercial ou coletiva é referente ao grau de autonomia do indivíduo em relação à unidade (PROENÇA et al.,2005). Nas refeições comerciais o indivíduo pode escolher onde fará a refeição, o que não ocorre na alimentação coletiva. Os estabelecimentos que produzem refeições comerciais são denominados restaurantes. Na alimentação coletiva os estabelecimentos que trabalham com produção e distribuição de alimentação para coletividades sadias, atualmente recebem o nome de Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs), as que produzem refeições hospitalares recebem a denominação de Serviço de Nutrição e Dietética (SND), e as que fornecem a alimentação que é servida a bordo de aviões são chamadas de caterings (ABREU; SPINELLI; SOUZA PINTO, 2007). Proença et al. (2005) denominam as unidades que produzem refeições de UPR, Unidade Produtora de Refeições, independente de se tratarem de refeições para coletividades ou comerciais. Para Silva Filho (1996) a alimentação coletiva pode ser comercial, cuja atividade possui fins lucrativos tais como hotéis, restaurantes, fast food; e institucional, cuja atividade é sem fim lucrativo, tais como indústrias, hospitais, escolas, quartéis. O Conselho Federal de Nutrição (2005) define alimentação coletiva como: “Atividades de alimentação e nutrição realizadas nas Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), como tal entendidas as empresas fornecedoras de serviços de alimentação coletiva, serviços de alimentação auto-gestão, restaurantes comerciais e similares, hotelaria marítima, serviços de buffet e de alimentos congelados, comissárias e cozinhas dos estabelecimentos assistenciais de saúde; atividades próprias da Alimentação Escolar e da Alimentação do Trabalhador.” O objetivo desses estabelecimentos é o de fornecer refeições balanceadas dentro dos padrões dietéticos e higiênicos, visando assim atender as necessidades nutricionais de seus clientes e ajustado aos limites financeiros da instituição (ABREU; SPINELLI; SOUZA PINTO, 2007), porém qualquer que seja a modalidade de sistema de alimentação, estes devem preparar e servir alimentos e bebidas, dentro do conceito que se propõe executar. Todo restaurante possui um conceito; do mais simples ao mais sofisticado, direcionado para um público-alvo específico, um ambiente, um tipo de comida, um tipo de serviço, etc. O produto criado por esse restaurante deve atender às expectativas do público que o freqüenta e, por conseguinte, gera uma demanda espontânea (FONSECA, 2004). Essa diversificação faz com que os trabalhos técnicos como planejamento, gerenciamento e avaliações também sofram variações, que devem ser consideradas na hora da execução. Esta é uma área com uma grande carência de literatura e, muitas vezes, estudos que são reportados trazem diversificações de conceitos, ou mesmo ausência de um maior detalhamento que permita a comparação de resultados entre as diferentes unidades. Levando em consideração todas estas questões, este trabalho se propõe a sistematizar essas informações. Classificação dos Serviços de Alimentação Classificação quanto ao tipo de estabelecimento: Os serviços de alimentação podem ser classificados por tipo de cliente, por locais de instalação ou pelos objetivos em restaurantes comerciais, restaurantes hoteleiros (ou de hospedagem), institucionais (empresas, escolas ou indústrias) e caterings. Restaurantes Comerciais De acordo com Silva Filho (1996), os mais comuns são: De 1ª. Categoria • Refeição a la carte, necessita de pessoal qualificado e de estudos de espaço e decoração. Típicos (regionais) (temáticos) • Apresentam decoração da região na qual foi idealizado. Tipo Grill-Room • Especializado em alimentos grelhados e flambados, normalmente preparados à vista do cliente, l sendo o serviço mais demorado. Tipo Self-Service: • Pode funcionar de duas maneiras – com ou sem auxílio de copeira. Neste serviço, o próprio cliente é quem se serve, em linhas de balcões especiais. A refeição pode ser cobrada por pessoa ou por quilo. Tipo Snack-Bar: • Tem serviço simples e se assemelha a uma lanchonete sofisticada. Oferece refeições rápidas e econômicas a qualquer hora do dia ou da noite. Comum em estações de embarque e hotéis. Tipo Scotch-Bar: • Normalmente agregado a um restaurante, boate, atuando como ponto de encontro ou sala de espera antes da refeição principal. Serve aperitivos, coquetéis, drinques e petiscos. Tipo Taberna: • Baseia-se principalmente na venda de vinhos, assados, e pães. Tipo Pub: • De origem inglesa, caracteriza-se por possuir dois ambientes, sendo um deles o subsolo. Funciona com serviço de bebidas e refeições e com espetáculos de variedades. Apresentam certo refinamento, e alguns possuem ante-salas para jogos. Cervejarias: • Servem variedades de cervejas e bebidas, acompanhadas de “tira-gostos” de acordo com o estilo do estabelecimento. Churrascarias: • Especializadas em grelhados e assados. Atendem sob a forma de “rodízios” ou a la carte. Steak-House: • Restaurantes especializados nos mais diversos tipos de carne bovina, acompanhados de molhos especiais. Fast-Food: • Caracterizado por ter serviço muito rápido. Necessita equipamentos especiais para produção do alimento com rapidez, segurança e qualidade.Restaurantes hoteleiros (ou de hospedagem) Segundo Fonseca (2004) os restaurantes ditos hoteleiros (ou de hospedagem) são aqueles presentes dentro de hotéis, sendo seu objetivo principal o atendimento e satisfação do hóspede ou similar. Podem ser: De preços econômicos: • Coffee shops: proporcionam um cardápio familiar ou econômico, com serviço rápido e preços relativamente baixos, sendo abertos para hóspedes e clientela externa. • Voltados para a família: o menu apresenta sempre uma variedade grande de itens, com preços baixos. De preços moderados: • Restaurantes de especialidades ou temas de época (festivais): serviços de restaurantes que oferecem comidas e bebidas típicas de acordo com o tema do festival que estejam apresentando. De preços altos: • De primeira classe: são os que oferecem serviços de alta classe ao cliente, que é consciente da qualidade da comida, mas não se considera um gourmet. Têm serviço, ambiente e utensílios requintados. • Restaurantes gourmets: o enfoque deste tipo de restaurante é a qualidade, sofisticação e criatividade da comida, bebida e serviço. Room Service: • É uma operação comum em muitos hotéis. São os pedidos realizados por telefone. Nessa modalidade é importante que haja um sistema muito bom que assegure um recebimento correto e completo. Banquetes: • Esses serviços podem ser oferecidos pelo próprio hotel, mas também podem ser solicitados por outros, podendo ser informal ou muito sofisticado. Os banquetes e recepções podem, ainda, caracterizar-se por serviço de mesa, serviço de buffet ou uma combinação dos dois. Caterings • Catering, segundo o dicionário Aurélio, é o fornecimento de comidas preparadas, de serviços (prataria, louça, copos, roupas de mesa, etc.), assim como de outras provisões requeridas. • Segundo Ismail (1999), a indústria do catering está dividida em: catering em instalações e catering exterior. Uma instalação é um hotel, uma sala de banquetes, um centro de conferências, um centro de convenções ou outro lugar de reunião que tem um espaço que pode ser utilizado por uma empresa ou organização. Por conseguinte, o catering em instalações é a modalidade em que uma instalação proporciona alimentação/ bebida e/ou apoio logístico à organização que utiliza o espaço funcional desta instalação. Espaço funcional é o termo utilizado para descrever as salas de reunião, de exposição das organizações, salão de festas e outros espaços para banquetes que uma instalação põe à disposição das organizações para os diversos usos. Por contraste ao catering em instalações, o catering exterior é a modalidade em que uma instalação proporciona o alimento/bebida e o apoio logístico necessário a uma organização ou a um grupo de pessoas em um lugar diferente da instalação, ou seja, utilizam grandes cozinhas internas para proporcionar o serviço em outro local como, por exemplo, nas refeições a bordo de aviões. Restaurantes institucionais, de empresas ou indústrias Os restaurantes industriais são aqueles presentes dentro de diversos tipos de indústrias, categorizados com órgãos meio; os institucionais são os que atendem instituições tais como: as escolares, hospitalares, militares, de beneficência, asilos, campanha, spas podendo ser órgão fim ou meio; e os empresariais os localizados em diversos tipos de empresas, categorizados como órgão meio. Classificação quanto ao sistema de gerenciamento Auto-gestão A própria empresa possui e gerencia a UAN, produzindo refeições que serve a seus funcionários; Concessão A empresa cede seu espaço de produção e distribuição para um particular ou para uma empresa especializada em administração de restaurantes, livrando-se dos encargos da gestão da UAN; Transportada A UAN está estabelecida em uma empresa especializada na produção de refeições, transportando e distribuindo para um local conveniado que não dispõe de cozinha, somente de refeitório. Classificação quanto ao padrão ou tipo de cardápio Passos (1987) referindo-se ao SND e Rego (1990) a UAN classifica - os em popular, médio e liberal ou de luxo, sendo diferenciados em face de seus custos, tipos e complexidade das preparações que compõem a refeição. Tipo popular São compostos por preparações mais simples, não necessitando de mão de obra especializada, de menor custo e atende a coletividade de nível mais baixo. Tipo médio São compostos por preparações mais elaboradas, acrescentando - se um prato ou alguma variedade, sendo as preparações (saladas, carnes e vegetais) mais elaboradas do que no popular, geralmente dispondo também de mais recursos financeiros, atende a coletividade de nível intermediário. Tipo liberal ou de luxo São compostos por preparações mais sofisticadas, permite-se a escolha de um prato de carne ou substituto, e também de uma sobremesa, doce ou fruta, sendo as preparações mais sofisticadas e requer maiores recursos financeiros. Seguindo essas características, o padrão ou tipo de cardápio pode ser também categorizado como trivial simples, trivial médio ou de luxo. Classificação quanto ao sistema de distribuição. Hospitalar De acordo com Passos (1987), Rego (1990), Mezomo (1994) e Silva Filho (1996), são sistemas utilizados em Serviço de Nutrição e Dietética e podem ser: Centralizado • É um sistema considerado mais prático e que permite maior controle higiênico-sanitário e funcional. Para este sistema, pequenos espaços de distribuição (mini-copas) das dietas fracionadas e especiais, é o máximo exigido. Descentralizado • Nesse sistema a refeição é preparada na unidade central ou na cozinha geral, sendo que os alimentos são acondicionados em carros térmicos ou caixas isotérmicas que os transportam para as copas das unidades onde se processam o porcionamento, a identificação e a distribuição das refeições. Misto • Dentro deste sistema, parte da distribuição é centralizada, e parte é descentralizada. Algumas variantes deste sistema: i. A dieta geral e as dietas especiais de rotina têm distribuição descentralizada, enquanto que as dietas especiais de controle têm distribuição centralizada. ii. Distribuição centralizada das refeições principais (almoço e jantar) e descentralizada das refeições intermediárias (desjejum, lanche e ceia). iii. Distribuição centralizada para as preparações quentes das refeições e descentralizada para as preparações frias. Industrial ou institucional O serviço de alimentação de empresas ou instituições também pode ser centralizado, descentralizado ou misto. Normalmente o sistema descentralizado conta com uma copa ou pequena cozinha auxiliar, e a refeição é feita em refeitório. Há casos em que a louça é enviada junto com a alimentação e no refeitório há apenas uma mesa ou balcão térmico para a distribuição da refeição. O controle higiênico-sanitário não é necessariamente melhor, pois depende do modo de transporte, que geralmente é feito em caixas isotérmicas para ser porcionado e distribuído no local da refeição. Classificação quanto ao tipo de serviço De acordo com Rego (1990) e Silva Filho (1996) podem ser: Serviço de Cafeteria Quando a refeição é distribuída em balcões térmicos (quente ou frio), utilizando-se copeiros ou podendo o comensal selecionar estas preparações de acordo com sua preferência. Cafeterias simples são aquelas onde as refeições são servidas em bandejas estampadas, enquanto que nas cafeterias mistas as refeições são servidas em bandejas lisas, com recipientes apropriados para os vários tipos de alimentos. Esteiras rolantes ou esteira transportadora Sistema onde o comensal recebe a refeição em bandeja pronta, com embalageminviolável, através de um guichê. Self- service ou fluxo livre Sistema onde o próprio comensal porciona as preparações desejadas e em quantidades desejadas. À francesa e à inglesa Sistema onde o comensal é servido na própria mesa, por garçom. É mais requintado e por esse mesmo motivo não muito utilizado. Adapta-se a grandes empresas onde existem refeitórios diversificados, cada um deles com cardápio estabelecido de acordo com o tipo de comensal. O sistema à francesa geralmente é implantado, nas empresas, nos refeitórios privativos de diretorias e atende a um número restrito de comensais. À americana Sistema onde as preparações são dispostas em uma grande mesa no centro ou em ilhas em pontos estratégicos. É indicada para unidades com pequeno número de refeições por ser mais sofisticada. À mesa Sistema onde as preparações são servidas em travessas e colocadas à mesa, necessitando de copeira. Convencional Sistema onde normalmente são utilizadas bandejas estampadas e as preparações são servidas por copeiros. Auto-serviço: Com auxílio de copeira •sistema onde de utiliza o auxilio de copeira que porciona as preparações em utensílios (cumbucas, travessas, pratos) e os comensais se servem do desejado dispondo os utensílios em bandeja lisa. Sem auxilio de copeira ou livre •sistema onde o comensal serve no prato as quantidades desejadas. Com auxílio de máquina •sistema onde o comensal escolhe o produto em uma máquina e após introdução da ficha ou moeda de pagamento o mesmo é liberado. Misto •sistema de junção do convencional e auto-serviço. Prato combinado •sistema em que as preparações a serem destinadas a uma pessoa são porcionadas em embalagens isotérmicas, pratos térmicos ou embalagens descartáveis, cuja distribuição é feita em locais distante da produção. O auto-serviço no entanto, variações podem ser encontradas devido à necessidade de se oferecer serviços diversificados, visando atender a satisfação dos comensais, evitar desperdícios e reduzir custos. Comumente se encontra o tipo porcionado com auxilio de copeiras, self-service total e o tipo misto, onde algumas preparações são servidas com auxilio de copeiras como, por exemplo, o prato protéico e a sobremesa, sendo as demais preparações servidas pelo próprio cliente. Classificação do Padrão de Cardápios Cardápio, segundo a definição do Conselho Federal de Nutricionistas (2005), é a Ferramenta operacional que relaciona os alimentos destinados a suprir as necessidades nutricionais do indivíduo, discriminando os alimentos, por preparação, quantitativo per capita, para calorias totais, carboidratos, proteínas, gorduras, vitamina A, ferro e cálcio e conforme a norma de rotulagem. Para Abreu et al. (2007), cardápio significa uma sequência de pratos a serem servidos em uma refeição, ou todas as refeições de um dia ou por um período determinado. É a ferramenta que inicia o processo produtivo e serve como instrumento gerencial para a administração do restaurante. A partir do seu planejamento podem ser dimensionados os recursos humanos e materiais, o controle de custos, o planejamento de compras, a fixação dos níveis de estoque, a determinação dos padrões a serem utilizados na confecção das receitas, servindo ainda para a pesquisa e análise das preferências alimentares dos clientes. As classificações apresentadas a seguir são as mais freqüentes, sendo possível encontrar variações dentro de cada uma das categorias. Operacional ou Simples O cardápio é de padrão mais simples utilizando preparações simples, com pequeno grau de complexidade e normalmente de custo menor quando comparado aos demais padrões de cardápio. Normalmente composto pelo prato base ou acompanhamento (arroz e feijão); 2 pratos protéicos – que podem ser: 1 porção do prato protéico principal ou 1 opção do segundo prato protéico, ou ½ porção dos dois pratos protéicos, ou opção de 1 porção de ovos (2u)ou omelete; 1 guarnição; entrada (de 1 a 3 tipos), normalmente se refere a salada porém nos meses de inverno é comum a substituição da salada por sopa ou caldo quente; sobremesa (1 fruta e/ou 1 doce); suco ou refresco (geralmente artificial); complementos (pão; molho vinagrete, pimenta, farinha de mandioca e sal). Muitas vezes a UAN oferece uma gelatina que o funcionário pode se servir, além da sobremesa de fruta ou doce. Distribuição •Porcionado total (atualmente é mais raro) ou Self-service parcial, com porcionamento do prato protéico, guarnição e sobremesa; Balcão aquecido (banho-maria ou resistência) bandeja estampada ou lisa com louças, ou dos dois tipos para o funcionário optar. Diferenciado ou Médio O cardápio de padrão mais elaborado, utilizando preparações mais sofisticadas, com opções de uma maior variedade de prato protéico, guarnição, salada, sobremesa, e bebidas. A elaboração é de médio grau de complexidade requerendo mão-de-obra mais especializada quando comparado ao operacional. Em Unidades de Alimentação e Nutrição muitas vezes é denominado administrativo. Normalmente composto por prato base ou acompanhamento (arroz e feijão); 2 a 3 pratos protéicos à base de carne servidos à vontade, ou ovos (2 unid.) ou omelete, ou grelhado (carne, ave ou peixe); 1 ou 2 guarnições; entrada (de 1 a 6 tipos), salada e/ou sopa ou caldo quente; sobremesa – normalmente 3 tipos ou mais, frutas ou doces; complementos (pão; molho vinagrete, pimenta, farinha de mandioca e sal). Bebidas: sucos concentrados, refrescos artificiais (normal e light), natural (de polpa), refrigerantes dos tipos normal e light. Distribuição •Self-service total; balcão aquecido (banho-maria ou resistência) bandeja lisa com louças. •Várias empresas adotam ainda um espaço ou ilha de grill, um de preparação light, um de preparação gastronômica (geralmente um único prato diferenciado que pode ser doce ou salgado). •No padrão diferenciado é comum a disposição do serviço em ilhas visando a dispersão dos usuários e a diminuição da ocorrência de filas. Executivo ou diretoria Atende aos empresários ou funcionários de cargos mais altos das empresas. Muitas vezes a diretoria tem uma sala privativa, onde podem ocorrer, na hora das refeições, reuniões de negócios. O serviço pode ser à francesa, à inglesa ou à americana. Todos necessitam de garçons, que podem servir todo o cardápio, na distribuição à francesa e/ou inglesa, ou no caso da distribuição à americana as bebidas e apenas uma parte do cardápio, além cuidar da retirada de pratos da mesa e/ou solicitações especiais. O cozinheiro costuma ser exclusivo, existe um serviço de bar com bebidas alcoólicas. Nos casos que em este serviço é misto (garçons e buffet), as preparações ficam dispostas em réchauds. O cardápio é geralmente diferenciado na diversificação dos gêneros, número de preparações, requinte no preparo e no design ou apresentação das preparações. A mesa costuma ser arrumada com toalha de tecido. Louças, talheres e copos são diferenciados e de acordo com as preparações. Normalmente se faz um buffet de entradas e um de sobremesas. Há pelo menos 3 opções de prato protéico e 2 de guarnição. As sobremesas são mais elaboradas e as frutas mais diversificadas. Se houver opção por bebidas alcoólicas, normalmente acompanham o prato protéico e são servidas nas temperaturas recomendadas, e o café costuma ser expresso. Atualmente, existe uma tendência de se trabalhar com um único padrão de cardápio e de refeitório, com o objetivo de não diferenciar as diversas categorias funcionais, sendo o refeitório o local de integração entre os funcionários. Alguns locais apresentam dois tipos de serviço com custos diferenciados, em refeitórios que podemser separados ou não, sendo permitida a freqüência de qualquer categoria profissional, desde que o funcionário arque com o valor da refeição. Conclusão Buscou-se sistematizar conceitos de serviços de alimentação, classificando-os quanto ao tipo de estabelecimento, ao sistema de gerenciamento, ao padrão de cardápios e ao sistema de distribuição das refeições. Acredita-se que possibilitará uma padronização de informações em futuros trabalhos na área de alimentação coletiva, possibilitando desta forma a comparação de resultados entre diferentes unidades. Referências ABREU, E. S; SPINELLI, M. G. N; SOUZA PINTO, A. M. Gestão de unidades de alimentação e nutrição:um modo de fazer. 2ª ed revista e ampliada. São Paulo:Ed. Metha.2007. 318 p. CONSELHO FEDERAL DOS NUTRICIONISTAS. Resolução nº 380/2005. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências. Disponível em: < htpp//WWW.cfn.org.br>. Acesso em 23de novembro de 2007. FONSECA, M. T. Tecnologias gerenciais de restaurantes. 3ª ed. revista e ampliada.São Paulo:Ed. SENAC,2004.187p. ISMAIL, A. Congressos y catering: organización y ventas. Espanha: PARANINFO –Thomson Learning. 1999.259p. MEZOMO, I. F. B. Administração de Serviços de Alimentação. São Paulo: CEDAS, 1994. 4ª Ed. revisada, 440 p. PASSOS. C. M. Organização de Cozinhas Hospitalares. 4ª ed; São Paulo: Assoc. Paulista de Hospitais, 1987. 231p. PROENÇA,R. P. C. et al. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições. Florianópolis: Ed.UFSC,2005.221p. REGO, J. C. Aspectos físicos das unidades de alimentação e nutrição. In: TEIXEIRA S. M. F .G; OLIVEIRA, Z. M. C; REGO, J. C (Org). Administração Aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Editora Atheneu, 1990. p. 80-115. SILVA FILHO, A R. Manual Básico para Planejamento e Projeto de Restaurantes e Cozinhas Industriais. São Paulo: Livraria Varela, 1986. 232p.
Compartilhar