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Estudo dirigido 2 - Direito Economico

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Estudo dirigido – Direito Econômico
1. Quem tem competência para legislar sobre Direito Econômico? Fundamente
A competência para legislar sobre o direito econômico é concorrente entre a União, os Estados, Municípios e Distrito Federal, conforme prevê o art. 24, I, da Constituição Federal.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;  
 
Contudo, a previsão do art. 24, I, da Constituição Federal deve obedecer ainda ao que dispõe o art. 22, também da CF de 1988. O referido dispositivo estabelece quais os temas ligados ao direito econômico são de competência privativa da União Federal.
Dessa forma, a competência para legislar sobre o direito econômico é concorrente da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal, com exceção dos temas que são de competência privativa da União.
2. Identifique as características do(s) sistema(s) econômico(s).
Os sistemas econômicos compreendem um conjunto de instituições – jurídicas e sociais – que orienta a relação entre os indivíduos e os processos de produção. 
Os dois sistemas econômicos mais estudados são os sistemas capitalista e socialista. Para classificar os sistemas econômicos, é necessário identificar a forma adotada quanto a propriedade dos meios de produção, analisando a existência de propriedade privada no meio de produção ou se é adotada a propriedade coletiva.
O primeiro sistema é o sistema capitalista. Esse sistema pressupõe a liberdade econômica e a propriedade privada dos meios de produção. Esses dois pressupostos são assegurados pelo regime jurídico.
O referido sistema, além de garantir o direito a propriedade privada, também garante a livre iniciativa e a competição. Além disso, o regulador natural desse sistema é o próprio mercado. O agente econômico, nesse sistema, suportará os reflexos lucrativos ou não da atividade que exerce. Dessa forma, a escolha quando a produção, no sistema capitalista, compete ao agente econômico. Todavia, essa escolha não é livre, já que o mercado influencia nessa decisão.
Já o sistema socialista se opõe ao sistema capitalista, na medida em que a propriedade privada dos meios de produção é substituída pela propriedade coletiva dos meios de produção. Nesse sistema, o agente econômico não é livre para escolher, pois o Estado é responsável por regular os meios de produção.
Esse sistema em que os meios de produção são coletivos, favorece o surgimento de uma sociedade sem divisão de classes. 
3. Conceitue a Constituição Econômica.
O termo “Constituição Econômica” pode ser definida como um conjunto de normas que estão contidas na Constituição Federal, que se destinam a regular o aspecto econômico do Estado. São, portanto, normas definidoras da organização e do funcionamento do modelo econômico adotado constitucionalmente.
Existe na doutrina uma grande variação da abrangência do conteúdo da constituição econômica.
Ademais, quando falamos em constituição econômica, não se refere a uma constituição apartada da constituição política. O que se verifica de fato é que dentro do Texto Constitucional as normas de direito econômico formam um sistema ou conjunto de normas jurídicas unificado pelo conteúdo econômico de seus dispositivos.
4. Qual a primeira constituição que sistematizou a ordem econômica no Brasil?
A Constituição de 1934 foi a primeira Constituição Brasileira a instituir expressamente uma ordem econômica de forma apartada, em seu título IV. Essa constituição sofreu influência da constituição alemã de 1919, que continha um capítulo com o título “Da ordem econômica e social”.
A Constituição de 1934, em art. 115, assegurou a liberdade econômica, condicionando tal liberdade aos princípios da justiça; às necessidades da vida nacional; e ao propósito de assegurar uma existência digna para todos.  Ou seja, a liberdade econômica tinha limites, que poderiam levar a uma intervenção econômica.
Essa constituição criou dispositivos para que a ordem econômica fosse colocada a serviço do interesse público geral, e não apenas ao conceito máximo de capitalismo, voltado apenas para o lucro.
5. Explique os fundamentos da ordem econômica.
A Ordem Econômica é um conjunto de regras que regulam as atividades econômicas, sejam elas comerciais, industriais, serviços públicos ou privados. A ordem econômica se fundamenta na valorização do trabalho humano e a livre iniciativa, previstos no artigo 170 da Constituição Federal. 
A valorização do trabalho humano um fundamento da ordem econômica (art. 170, caput, CF/88) quanto da República (art. 1º, inc. IV, CF/88). O objetivo da CF/88 de reconhecer o valor do trabalho, no sentido mais amplo e diverso, da mesma forma da livre iniciativa, que são o conjunto de atividades realizadas por indivíduos com o objetivo de possuir uma vida e condições melhores por meio de uma meta econômica ou não. 
A livre iniciativa é um dos pontos centrais quando se fala em sistema econômico capitalista. O objetivo da livre iniciativa enquanto fundamento da ordem econômica é o de promover o homem empreendedor, obedecendo os limites sociais como, por exemplo, a livre concorrência.
Por fim, o art. 170 da CF/88 também traz os princípios norteadores da ordem econômica que são diretrizes a serem seguidas e, junto com os fundamentos - valorização do trabalho humano e a livre iniciativa, possuem como objetivo assegurar a todos uma existência digna. 
 
6. Livre iniciativa significa ausência de regulação? Por quê.
Uma das principais características do Direito Econômico é a sua intervenção no domínio econômico. As normas da ordem econômica têm como finalidade estabelecer limites de intervenção do Estado na atividade econômica, bem como regulamentar as atividades exercidas.
Nos Estados capitalistas, a intervenção do Estado é mínima, vigorando o que chamamos de livre iniciativa. Entretanto, a ocorrência da livre iniciativa não significa ausência de regulação. Isso porque, mesmo em caráter excepcional e em menor grau, ainda há a intervenção do Estado na ordem econômica, que garante, por exemplo, a aplicação dos princípios da ordem econômica, o que proporcionará, por exemplo, a liberdade de explorar atividade comercial e garantir-se do direito constitucional da livre iniciativa.
7. Por que o Direito Econômico é considerado direito de síntese?
	O Direito Econômico, além de tratar das normas de intervenção do Estado no domínio econômico, estabelece políticas específicas que visam coibir determinadas condutas, condutas, de maneira preventiva, através da fiscalização, regulação e participação do Estado na atividade. 
Seu objetivo consiste na possibilidade de o Estado intervir na atividade econômica, no intuito de ordenar o mercado, nos termos previamente definidos em sua própria ordem econômica.
Além disso, tem como características: caráter recente, não codificado, Direito de Síntese, dispersão e heterogeneidade de fontes. Então, ele é considerado Direito de Síntese, porque se aproxima diferentes ramos do Direito.
8. Segundo Frei Beto, em sua coluna publicada no jornal Folha de São Paulo:
“Relatório da ONU, divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos, nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar, Camarões, Tailândia e África do Sul.
Aqui temos uma das piores distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos sobrevivem com o equivalente a 30 dólares por mês (cerca de R$ 54) O percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros. 
Na América Latina, há menos desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a política fiscal injusta, os baixossalários e a dificuldade de dispor de serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.” 
Considerando a notícia acima, aponte um princípio que rege a ordem econômica brasileira transgredido pelos fatos relatados, explicando sua escolha e justificando fundamentadamente sua resposta.
Segundo a reportagem, o princípio básico da ordem econômica que está sendo violado é o princípio da redução das desigualdades regionais e sociais e previsto no art. 170, da Constituição Federal, inciso VII.
A Constituição Federal de 1988 atribuiu maior destaque a questão do desenvolvimento regional, de forma que a redução das desigualdades sociais e regionais é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
Ademais, são vários os dispositivos constitucionais voltados para o desenvolvimento regional e a redução das desigualdades sociais. Todavia, reduzir as desigualdades e elevar o nível de desenvolvimento regional não é uma prioridade para o país, considerando a política de desenvolvimento através de incentivos fiscais que perduram no país.
9. O dispositivo previsto nos §§ 1º e 2º do art. 173 da CF aplicam-se às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos? Justifique.
O art. 173 da CF traz as hipóteses e em que o Estado poderá atuar diretamente na ordem econômica, ou seja, atuando como agente econômico em atividades que cabem ao setor privado. Todavia, a alteração introduzida pela Emenda Constitucional n. 19/98 no § 1º do art. 173 trouxe dificuldades na interpretação do dispositivo constitucional, tendo em vista que o caput versa sobre atividade econômica em sentido estrito, então o § 1º deveria abranger exclusivamente as empresas públicas e as sociedades de economia mista que empreendem essa atividade econômica em sentido estrito, dele estando excluídas as que prestam serviço público.
Dessa forma, percebe-se que o termo “atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços” prevista no § 1º do art. 173 da Constituição aborda a atividade econômica em sentido estrito.
Em relação ao § 2º, que trata das obrigações tributárias, as empresas públicas e sociedades de economia mista não gozam dos privilégios concedidos ao setor privado.
Nesse contexto, conclui-se que a previsão do § 1º e 2º do art. 173 da CF/88 se aplicam somente as empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram atividade econômica no sentido estrito, e não aquelas que prestam serviço público. 
10. Diferencie atuação de intervenção do Estado na economia.
Quando falamos em atuação estatal, falamos da ação do Estado no campo da atividade econômica em sentido amplo, ou seja, toda forma pela qual o Estado influencia na atividade econômica. Já quando falamos em intervenção estatal, nos referimos a atuação do Estado em sentido estrito, ou seja, quando o Estado passa a intervir no setor privado.
11. Diferencie absorção, participação, direção e indução, como mecanismos de intervenção do Estado na economia. A regulação se enquadra em qual modalidade de intervenção? Explique.
Na intervenção por absorção e por participação, o Estado atua no campo econômico, como agente econômico, ou seja, atua na atividade econômica em sentido estrito. No primeiro caso, ele assume integralmente o controle dos meios de produção, configurando monopólio estatal. No segundo caso, ele assume o controle de parte dos meios de produção.
Nos casos de intervenção por direção e indução, o Estado atua na atividade econômica, enquanto regulador da atividade. No primeiro caso, ele estabelece mecanismos e normas de comportamento compulsório para os sujeitos dessa atividade econômica em sentido estrito. Já no segundo caso, ele manipula instrumentos de intervenção na conformidade das leis que regem o funcionamento dos mercados.
A atividade reguladora se enquadra na modalidade de intervenção por indução.
12. Qual foi o objetivo do legislador constituinte e ordinário ao permitir a criação das Agências Reguladoras? O mesmo modelo de Agências Reguladoras existente no direito norte-americano pode ter aplicação em nosso ordenamento jurídico?
O objetivo do legislador constituinte e ordinário com a criação das agências reguladoras foi a aprimoração dos serviços que eram de responsabilidade do Estado. O Estado não é mais capaz de prestar todos os serviços públicos de caráter essencial, de forma que a prestação desses serviços é passada para o livre mercado, momento em que ocorrem as privatizações.
Nesse momento, o Estado assume uma posição de regulador de qualidade, preços, expansão e desenvolvimento, através das agências de regulação (ANAEEL, ANATEL, ANP). Dessa forma, o Estado perde espaço como Estado-empresário e passa a agir mais como regulador, através das agências de regulação.
O modelo das Agências Reguladoras consolidado nos Estados Unidos é um modelo independente, onde as agências possuem competência para emitir normas e decidir os conflitos nas relações econômicas e, ainda, a responsabilidade direta na execução das leis. 
É possível afirmar que o legislador brasileiro optou pela recepção das agências reguladoras norte-americanas e das suas características de poder regulador.

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