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DIREITO CONSTITUCIONAL
Prof. Daniel Sena
AULA 02
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Direito Constitucional
AULA 02
Olá Pessoal!
Hoje vamos falar de quatro funções que tem o papel fundamental dentro da estrutura do Esta-
do. São chamadas Funções Essenciais à Justiça, diga-se de passagem, esse tema no último con-
curso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) moeu a pau, foi a parte mais difícil de Constitucional. 
Salvo engano, foram três questões na prova do assunto que eu vou falar hoje em uma aula, só 
para você ter noção.
Funções Essenciais à Justiça, isso aqui aparece a partir do art. 127 da Constituição Federal (CF) 
até o art. 135, nós teremos aí essa distribuição das chamadas Funções Essenciais à Justiça. 
Curiosamente as Funções Essenciais à Justiça aparecem dentro da estrutura de Organização 
dos Poderes, mas tem que se deixar muito claro que essas funções aqui não são poderes. En-
tão, elas são Funções Essenciais e que sem elas o Poder Judiciário não consegue se movimen-
tar, não consegue executar os seus ditames constitucionais.
Quais são as Funções Essenciais à Justiça? São quatro instituições e essa já seria uma primeira 
pergunta de prova geralmente. Então, você tem que lembrar aí que temos o Ministério Público 
(MP), Advocacia Pública, Defensoria Pública e temos a Advocacia.
Questão de Prova: São Funções Essenciais à Justiça o MP, Advocacia Pública, Defensoria Pública 
e a Advocacia Privada, certo ou errado? Gente, essa questão é maravilhosa e ela está corretís-
sima, porque essa advocacia aqui só pode ser privada, se uma é pública a outra só pode ser 
privada. Guardem isso. 
Então, nós temos essas quatro instituições que vão auxiliar aí no funcionamento do Poder Judi-
ciário no nosso Brasil, mantendo a estrutura do Estado Democrático de Direito. 
Essas instituições, cada uma delas desenvolve uma atribuição dentro do Estado, mas ao mesmo 
tempo que cada uma tem uma atribuição, todas elas têm um ponto em comum, todas elas são 
formadas por Defensores. E o que significa isso? Cada uma dessas instituições defende alguma 
coisa dentro da estrutura democrática do Estado. Então, o MP vai ser o defensor da sociedade, 
por isso que o MP é o titular da ação penal pública, porque de vez em quando o MP tem que 
defender os interesses da sociedade, e se tiver também alguma afronta à Constituição, o MP 
vai lá e vai defender esse interesse.
A Advocacia Pública realiza a defesa dos entes públicos e aqui eu peço que você tenha muito 
cuidado para não confundir com a Defensoria Pública que faz a defesa dos pobres ou hipos-
suficientes. Então, é muito fácil confundir isso aqui em prova, porque no Brasil tudo que vem 
acompanhado a palavra Público é de graça. Escola Pública, de graça, Hospital Público, de graça, 
Parque Público, de graça. Advocacia Pública, o bisonho pensa, advogado de graça. Tem que ter 
cuidado, porque a banca sabe que alguns vão pensar assim e ela vai agir dessa forma na hora 
 
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de colocar pegadinha na prova. Então, Advocacia Pública vai defender os entes públicos e a De-
fensoria Pública vai defender os pobres, ela é a advocacia de graça.
E se a Defensoria defende os pobres, a Advocacia Privada vai defender os ricos, na verdade vai 
defender todos aqueles que quiserem pagar pelos seus serviços.
Então, você tem ao mesmo tempo que uma dessas instituições realizam uma dessas atividades 
dentro do Estado Democrático de Direito todas elas se unem na missão de defender algum in-
teresse do Estado.
Feito essa análise introdutória vamos mergulhar em cada um desses institutos, em cada uma 
dessas instituições.
Começando aí pela primeira e mais importante para a sua prova, vamos falar do MP. Queridos, 
o MP começa no art. 127 da CF e ele diz assim:
“Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses 
sociais e individuais indisponíveis.”
Então, o MP tem uma função e um papel essencial no estado brasileiro, é uma das instituições 
mais importantes do estado brasileiro, porque ele é que vai brigar para proteger principalmen-
te os Direitos Fundamentais. E o objetivo do MP não é só defender o indivíduo, ele vai defender 
o conjunto de direitos, aqueles direitos e prerrogativas como um todo. Então, se você vai em 
uma instituição do MP, você vai ver lá por exemplo: há uma promotoria do idoso, uma promo-
toria da mulher. É uma instituição que está sempre levantando a bandeira em proteção dos 
Direitos Sociais, dos Direitos Coletivos, Direitos Transindividuais, são direitos que vão além da 
esfera individual.
E como que essa instituição está estruturada no Brasil? Nós temos duas grandes estruturas de 
MP aqui no Brasil, primeiro nós temos o Ministério Público da União (MPU), e temos o Minis-
tério Público dos Estados (MPE). Então, cada estado tem o seu MP e o MPU que faz parte da 
estrutura da União.
O MPU está subdividido em algumas outras instituições: Ministério Público Federal (MPF), Mi-
nistério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Militar (MPM) e por último temos o Mi-
nistério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT).
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Agora nós vamos analisar vários dispositivos e várias regras que a Constituição trouxe para essa 
instituição. A primeira delas que eu quero trazer para vocês aqui são chamados de: Princípios 
Institucionais.
O parágrafo primeiro do art.127 traz essa listinha:
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
dência funcional.
Então, memorizem a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
O Princípio da Unidade diz que o MP é uma instituição una, chefiada por um chefe. Então, você 
tem dentro do MP uma estrutura e no topo o chefe. A Unidade existe em cada MP, então, não 
existe unidade entre os Ministérios Públicos, a unidade é dentro do MP. Por exemplo: Eu tenho 
o Princípio da Unidade dentro do MPF, eu tenho o Princípio da Unidade dentro do MPT, então, 
é um MP chefiado por um chefe. Você vai gravar isso, porque é aqui que eles vão bater na sua 
prova.
O segundo princípio deriva do Princípio da Unidade, que é o Princípio da Indivisibilidade. Por 
esse princípio, o MP é uma instituição indivisível, significa dizer que quando um membro do MP 
atua não é o “João” atuando, é o MP atuando pelo João. Isso gera um efeito muito importante, 
principalmente para as questões de prova. O Princípio da Indivisibilidade é ele que permite a 
troca ou a substituição de membros do MP no mesmo processo sem nenhum prejuízo. Então, 
o promotor de justiça está indo para a audiência, ele bate o carro e simplesmente liga para o 
colega da promotoria e diz: “Cara, vai lá no tribunal do júri porque eu não vou conseguir chegar 
a tempo.” Aí ele vai lá, tanto faz, porque o processo não é do João, do fulano ou sicrano, o pro-
cesso é do MP.
Esses dois princípios são amplamente cobrados em prova e geralmente a pegadinha é a con-
fusão entre eles. Então, você tem que lembrar que unidade é instituição una chefiada por um 
chefe e indivisibilidade permite a substituição de um membro pelo outro sem prejuízo no pro-
cesso.
Terceiro princípio é o Princípio da Independência Funcional, esse princípio tem uma dupla pers-
pectiva de abordagem. Posso analisar a Independência Funcional sobre a ótica da Instituição 
ou eu posso olhar para ela sobre a ótica do membro.
Então, o que significa Independência Funcional sobre a ótica da Instituição? Pergunta de prova: 
“A qual dos três poderes pertence o MP? Executivo, legislativo ou judiciário?” Nenhum, então 
Independência Funcional significa dizer que essa instituição ela é uma instituição autônoma 
aos poderes. Ela tem uma atribuição de natureza executiva, o MP age como uma instituição de 
natureza executiva, mas não pertence a nenhum dos três poderes.
Posso afirmar então que ele é um quarto poder? Não gente, porque só tem três.
E sobre a perspectivado membro, o que significa Independência Funcional? Significa dizer que 
um membro do MP não está subordinado ao outro, não existe hierarquia entre os membros do 
MP sobre a perspectiva funcional.
Não tem como o Procurador Geral olhar para o Promotor e falar assim: “Oh, vai lá e condena 
aquele cara lá veio”, não, um membro do MP só se subordina às leis, a CF e a sua própria consci-
ência. Por isso que é uma instituição importante para a manutenção do estado democrático de 
direito, então, não tem hierarquia.
 
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Gente, só tem que ter cuidado porque existe uma hierarquia administrativa dentro do MP, não 
é zoneado, tem um chefe e esse chefe, por exemplo: distribui servidores, cumpri metas e assim 
vai, mas é uma hierarquia de cunho administrativo e não funcional. 
Outro tema do MP que vamos trabalhar agora está previsto no art. 129, são as Funções Institu-
cionais do MP. Nesse artigo há uma série de competências que são superimportantes:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; (Então, a primeira ação e a 
mais conhecida também é promover, privativamente, a ação penal pública. Só o MP tem essa 
atribuição de promover ação penal pública? Nós temos que ter bastante cuidado, porque existe 
a chamada ação penal privada subsidiária da pública. Quando que o ofendido pode ingressar 
com uma ação penal privada subsidiária da pública? Quando o MP não oferecer a ação penal 
pública dentro de um prazo adequado, então ocorreu o crime de ação penal pública o MP to-
mou o conhecimento, mas ele não ofereceu a denúncia, o ofendido não quer esperar mais e ele 
vai lá e oferece a ação penal privada subsidiária da pública, cuidado com esse elemento aqui 
que é bem importante para a sua prova)
II – zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos di-
reitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; (Por 
isso que lá na Venezuela a primeira instituição forte que eles detonaram foi esse aqui, porque o 
MP no Planeta tem essa atribuição poderosa. Ele é um ente estatal que confronta o Estado para 
defender a sociedade, é muito louco isso, ele é um ente criado para isso, então, ele vai sempre 
zelar pelo cumprimento da CF)
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e 
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; (Muito cuidado, a ação civil 
pública que o MP pode promover não é exclusiva do MP, o MP pode propor uma ação civil pú-
blica, assim como outras instituições. Um outro detalhe interessante, o inquérito civil que ele 
fala aí isso sim é exclusivo do MP, então, cuidado para não confundir o inquérito civil e a ação 
civil na hora da prova. Inquérito civil só o MP pode promover, ação civil pública não)
Gente, pergunta de prova: “MP pode promover ação popular?” Não, claro que não, para entrar 
com ação popular só o cidadão, tem que ter essa condição jurídica. Vocês têm que ter cuidado 
que ação civil pública e ação popular elas tem uma finalidade muito parecidas, só que a ação 
civil pública é promovida por instituições como o MP, e a ação popular pelo cidadão.
Se porventura o cidadão entra com a ação popular e ele desistir da ação o MP pode ir lá e dar 
continuidade? Pode, olha o cuidado que você tem que ter com isso em prova. O MP não pode 
entrar com a ação popular, mas se o cidadão entrar com a ação popular e desistir dela, o MP 
pode dar continuidade.
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da 
União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; (O MP é uma das instituições que 
podem propor as ações de controle de inconstitucionalidade, papel inclusive fundamental para 
a manutenção aí da CF e do estado democrático de direito)
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; (Muito cuidado 
com esse elemento, porque ele é muito importante para prova, o MP a CF fala que ele defen-
de o índio em um processo judicial, ele faz a defesa judicial do índio. O Índio tem capacidade 
postulatória própria, as comunidades dos índios também, isso que diz o art. 232 da CF. O MP 
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sempre vai atuar como fiscal da lei em processo que envolve índio, mas ele pode fazer mais 
do que isso, ele pode ser o próprio defensor do índio, mas não em qualquer processo, se o 
índio já está integrado com a cultura dos brancos e aí ele vai lá nas Casas Bahia e compra um 
guarda-roupas para a sua oca e a loja não entrega sua compra, o índio quer acionar com base 
no Código de Defesa do Consumidor. O MP pode ir lá e defender? Não, o MP não vai defender 
interesses pessoais do índio, ele vai defender o interesse da cultura indígena. Então, toda a vez 
que nós tivermos uma questão envolvendo a cultura indígena ou o direito indígena, o MP pode 
entrar como defensor.)
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando 
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; (Uma 
palavra que sempre vai fazer parte do vocabulário envolvendo o MP é a palavra requisitar. Re-
quisitar para o MP quando ele se relaciona com os outros poderes tem um peso de determina-
ção constitucional, não significa que o MP é hierarquicamente superior aos outros, mas signifi-
ca que quando um membro do MP requisitar algo “para o que você está fazendo e vai dar para 
ele, porque ele é f*”)
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar menciona-
da no artigo anterior; (Quem vai exercer o controle externo da atividade policial é o MP)
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os 
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; (Aqui é um dos temas mais debati-
dos dos últimos anos. MP pode investigar um crime sem a polícia? Gente, o STF disse que sim, 
o MP tem poder de investigar e esse poder independentemente da participação da polícia, 
isso decorre do fato de que ele é o titular da ação penal, ele é o destinatário, então, quando a 
polícia investiga ela entrega para o MP, só que a CF estreitou o caminho, ela falou assim: “O MP 
pode fazer”, então ele pode requisitar instauração de inquérito ou se ele quiser ele pode ir lá e 
investigar)
Cuidado: “O MP pode presidir o inquérito policial?” Cuidado, o MP pode investigar, ele pode 
requisitar a instauração do inquérito, mas a presidência do inquérito é exclusiva do delegado, 
senão o delegado acabaria ficando sem função constitucional. Cuidado com isso em prova.
“IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finali-
dade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.” 
(Antigamente o MP também fazia a função de Advocacia Pública, depois com a CF de 1988 fo-
ram distribuídas as atribuições para mais de uma instituição)
Gente, esse último inciso do Art.129 traz uma informação muito importante. Pergunto para 
vocês: “O rol de atribuições do MP é um rol taxativo ou exemplificativo?” Claramente, exempli-
ficativo, ele coloca aí que ele pode “exercer outras funções que lhe forem conferidas”.
Agora vamos falar sobre os membros do MP, falar sobre os membros do MP significa falar so-
bre o titular da função. Quem que é o titular da função ministerial? É quem executa a função 
do MP, esse é o que nós chamamos de membro do MP. Então, por exemplo, se você faz um 
concurso para analista do MP você não é membro do MP, para ser membro do MP você tem 
que ser titular da função ministerial, então, é Promotor de Justiça, Procurador da República. 
Dependendo do MP que você for trabalhar você vai receber uma nomenclatura de acordo com 
a legislação específica.
Vamos ver algumas regrinhas que a CF fala sobre os membros:
 
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“§ 2º As funçõesdo Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que 
deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.” 
Então, dentro do MP só existe membro do MP, não tem como fazer parte do MP alguém alheio 
a instituição. É diferente do Poder Judiciário, onde o cara pode ingressar pelo 1/5, no MP não 
existe isso, só tem uma porta de entrada, concurso público.
Depois ele coloca aqui as regras de ingresso:
“§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de pro-
vas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, 
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, 
nas nomeações, a ordem de classificação.”
Para você se tornar membro do MP o processo é muito semelhante aos membros do Poder 
Judiciário. Então, você precisa ser bacharel em direito, provar três anos de atividade jurídica e o 
terceiro requisito é aprovação em concurso público.
Depois nós temos as chamadas garantias dos membros do MP, membro do MP tem uma fun-
ção muito essencial dentro do Estado, então ele tem que ter algum tipo de prerrogativa que 
possa protegê-lo no exercício de sua função.
As garantias dos membros do MP são divididas em duas espécies, nós temos as garantias de 
independência e as garantias de imparcialidade.
As garantias de independência são três, que geram para o membro do MP a autonomia para 
exercer a sua função.
Art. 128:
“§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos 
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministé-
rio Público, observadas, relativamente a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença 
judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegia-
do competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegu-
rada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 
37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;”
A vitaliciedade é uma garantia do cargo, é uma garantia de permanência no cargo, faz com que 
o membro do MP trabalhe sem medo de perder o seu cargo de forma deliberada, ela é bem pa-
recida com a estabilidade, só que um pouco mais f*. Quem tem vitaliciedade só perde o cargo 
por sentença judicial transitada em julgado.
Obviamente que antes de ser vitalício, antes do estágio probatório ele pode perder por uma 
deliberação do próprio órgão do qual ele faz parte.
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Inamovibilidade significa que o membro do MP não pode ser removido do seu local de trabalho 
contra a sua vontade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão cole-
giado competente do MP, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla 
defesa. Sublinhe maioria absoluta é aqui que a banca vai mudar.
Irredutibilidade de subsídio, o subsídio é irredutível, salvo várias exceções como por exemplo: 
teto constitucional, questões previdenciárias e tributárias que não são contabilizadas para a 
redução para a irredutibilidade, então, se tiver, pode reduzir também.
Vamos ver agora as garantias de imparcialidade, são verdadeiras vedações ou proibições aplica-
das aos membros do MP.
“II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas pro-
cessuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magis-
tério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades 
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.”
Tivemos uma Emenda Constitucional em 2004 que acrescentou o parágrafo 6°, que diz assim:
“§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.” 
Aqui também é uma vedação, nesse parágrafo ele está falando da quarentena, a regra é a mes-
ma aplicada aos membros do Poder Judiciário. Membro do MP não pode advogar no tribunal 
onde ele atuava antes dos três anos.
Gente, membro do MP quando se aposenta não precisa passar no exame de Ordem.
Vamos agora falar de um tema muito legal, vamos falar sobre os Chefes do MP, sobre as regras 
de nomeação e destituição dos chefes do MP.
Queridos, nós temos aqui então, o MPU, temos o MPE e o MPDFT, temos duas regras diferen-
tes. Uma regra é para a nomeação e destituição do chefe do MPU e a outra regra é para nome-
ação e destituição do MPE e o MPDFT.
Primeira regra que você tem que saber é que o chefe do MPU é chamado de Procurador Geral 
da República e do MPE e do MPDFT chama-se Procurador de Justiça.
Vamos descobrir as regras para nomeação e destituição, vamos comigo no art. 128, ele é que 
vai trazer essas regrinhas aí:
“§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado 
pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, 
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para 
mandato de dois anos, permitida a recondução.”
 
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“§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, 
deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.”
MPU – Procurador Geral da República
Nomeação
Nomeado pelo Presidente
Aprovação do Senado (maioria absoluta)
>35 anos
Mandato de 2 anos
Permitida a recondução (pode ter várias 
reconduções)
Destituição Aprovação do Senado (maioria absoluta) 
Vamos ver agora o Procurador Geral de Justiça:
“§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista trí-
plice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-
-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permiti-
da uma recondução.”
“§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser desti-
tuídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar 
respectiva.”
MPE e MPDFT – Procurador Geral de Justiça
Nomeação
Chefe do Poder Executivo
Mandato de 2 anos
Permitida uma recondução
Destituição
Deliberação do Poder Legislativo (Se for MPE 
é Assembleia Legislativa do Estado e se for 
MPDFT é Senado Federal)
No MPE e MPDFT fala que a nomeação Procurador Geral de Justiça vai se dar pelo Chefe do Po-
der Executivo, isso porque depende do MP, veja, olha que questão top. Nós estamos analisando 
a nomeação do MPE e MPDFT, então se for MPE o chefe é o Governador, agora, se for o MPDFT 
quem vai nomear é o Presidente da República, porque o MPDFT faz parte da instituição MPU.
Para fechar o MP agora, vamos falar do Conselho Nacional de Ministério Público (CNMP), órgão 
de controle interno do MP, então ele vai exercer um papel semelhante a do Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ), só que dentro do MP, vai fazer o controle administrativo, controle financeiro, 
controle orçamentário, essa vai ser a função do CNMP.
“Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros no-
meados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do 
Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I – o Procurador-Geral da República, que o preside;
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II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma 
de suas carreiras; (Obrigatoriamente tem que ser um membro do MPF, MPT, MPM, MPDFT)
III– três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de 
Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos 
Deputados e outro pelo Senado Federal.”
E a competência do CNMP que está prevista no parágrafo 2°, que eu sugiro a leitura, é também 
uma competência espelhada do CNJ que tem haver com toda essa fiscalização administrativa 
do MP, verificação das suas atribuições, da sua autonomia.
O CNMP também produz resoluções que vão normatizar o exercício de algumas de suas fun-
ções, então, você tem várias regrinhas e uma função de natureza administrativa do CNMP. De-
pois vocês leem essas atribuições.
“§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrati-
va e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus mem-
bros, cabendo-lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos 
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade 
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e 
dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providên-
cias necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de 
Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da 
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência 
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, de-
terminar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos propor-
cionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Minis-
tério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação 
do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem 
prevista no art. 84, XI.”
Questão de prova: O MP junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), faz parte do MPU? Não faz 
parte, mas você tem que lembrar que o MP junto ao TCU faz parte do TCU, ele é uma instituição 
lá de dentro mesmo. Porque para fazer os julgamentos administrativos do TCU tem que ter um 
contraditório, aí eles criaram essa instituição para ter uma função semelhante. E por que eu 
falei isso? Porque o art. 130 que os membros do MP junto ao TCU vão ter as mesmas garantias 
 
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e prerrogativas dos membros do MP, então, ele dá uma equiparada aqui nas prerrogativas, nas 
garantias que o MP possui. Questão maravilhosa que pode aparecer na sua prova.
Vamos falar agora da Advocacia Pública, queridos, a Advocacia Pública é responsável pela defe-
sa e representação dos entes públicos, então, quando alguém entra com uma ação contra um 
ente público quem vai defender esse ente público é a Advocacia Pública.
Advocacia Pública está organizada no âmbito da União, ela é representada pela Advocacia Ge-
ral da União (AGU) e no âmbito dos estados, DF e municípios nós temos as Procuradorias. En-
tão, muito cuidado com o nome Procurador. Temos Procurador do Município que faz parte da 
Advocacia Pública que advoga para o município, temos o Procurador do Estado que também faz 
parte da Advocacia Pública, temos Procurador de Justiça que faz parte do MPE, temos Procura-
dor Federal que faz parte da Advocacia Pública e trabalha na AGU. Temos também o Procurador 
Geral da República que faz parte do MPU, então gente, muito cuidado, porque o nome Procura-
dor vai aparecer em todas as instituições. 
Olha só as instituições que compõem a AGU: Advogados da União (defende a União), Procura-
dor Federal (faz a defesa das Fundações Autárquicas da União), Procurador da Fazenda Nacio-
nal (faz a defesa da União nas questões tributárias) e a última carreira é Procurado do Banco 
Central (BACEN).
Agora, vamos ver o texto constitucional, art. 131:
“Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vin-
culado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei com-
plementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria 
e assessoramento jurídico do Poder Executivo.” Aqui, nós temos através da AGU que ela realiza 
duas funções segundo a CF, basicamente ela vai realizar uma atividade de representação judi-
cial e extrajudicial e a outra atribuição que a AGU vai fazer é de assessoria e consultoria.
Pergunta de prova: “Imagine que o CNJ tenha feito uma m*, portanto, isso tenha gerado uma 
ação judicial. Essa ação judicial quem vai defender o ente vai ser a Advocacia Geral da União?” 
Uma outra pergunta: “Advocacia Pública faz parte de qual dos três poderes?” Automático, por 
isso que ninguém erra em prova, as pessoas falam “nenhum”. Porque elas já falaram tanto er-
rado que sempre a resposta é nenhum que quando a pergunta é essa elas erram logo aqui, a 
Advocacia Pública faz parte do Poder Executivo, por favor, nunca esqueçam disso, está subor-
dinada ao Executivo, ela integra o Poder Executivo. Por favor, não erre essa questão em prova, 
porque a gente está acostumado no “nenhum”. Isso faz voltar a pergunta anterior “Imagine 
que o CNJ tenha feito uma m*, portanto, isso tenha gerado uma ação judicial. Essa ação judicial 
quem vai defender o ente vai ser a Advocacia Geral da União?”, já muda a percepção porque 
ele é subordinado ao Executivo, mas ela representa a União, então sim, a AGU vai defender a 
União e a União são quem? Executivo, Legislativo e Judiciário. Não erra isso em prova, então 
você tem que lembra que a Advocacia Pública faz parte do Executivo, mas é ela que faz a defesa 
da União com os três poderes. Mas, Assessoria e Consultoria é só do Executivo, porque a Advo-
cacia Geral da União faz parte do Poder Executivo, essa é a primeira prova que a Constituição 
dá de subordinação da AGU ao Executivo.
Vamos voltar para o texto constitucional agora:
“§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação 
pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber 
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jurídico e reputação ilibada.” Para nomear o chefe da AGU não precisa da aprovação do Sena-
do, a escolha é livre do Presidente, qualquer pessoa pode preencher os requisitos, por isso que 
o Advogado Geral da União tem estado de Ministro, porque ele é escolhido pelo Presidente 
como os Ministros são escolhidos pelo Presidente.
Então, dois detalhes bacanas para a prova, o chefe da AGU não precisa ser da AGU. Segundo 
detalhe, o chefe da AGU é nomeado livremente desde que preencha os requisitos, não depen-
de de aprovação do Senado. A CF não exige que seja bacharel em direito, mas exige notável 
saber jurídico.
“§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á 
mediante concurso público de provas e títulos.”
“§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Pro-
curadoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.”
“Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o 
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos 
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria 
jurídica das respectivas unidades federadas.” Aqui ele só menciona, porque ele não traz mais 
nadasobre eles? Porque isso aqui já é incumbência das constituições estaduais, leis orgânicas.
O parágrafo único traz uma informação dispensável, mas por alguma razão eles achavam que 
era útil:
“Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três 
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após 
relatório circunstanciado das corregedorias.”
Vamos agora para a terceira Função Essencial à Justiça, vamos falar da Defensoria pública, ela 
é a instituição responsável pela defesa dos pobres ou hipossuficientes, ela é uma previsão que 
concretiza o disposto do artigo quinto, quando o artigo quinto previu exatamente essa questão 
da assistência jurídica gratuita para quem não tem condições financeiras de arcar com a sua 
própria defesa. Então, a Defensoria Pública surge para suprir essa necessidade.
É uma instituição e ainda é muito recente no Brasil, mas hoje já está bem fortalecida, tanto que 
já se tem uma Defensoria Pública muito atuante no âmbito da União que é a Defensoria Pública 
da União (DPU). Se pudéssemos pensar em uma estrutura nós temos a DPU, formada por De-
fensores Públicos Federais e temos a Defensoria Pública dos Estado (DPE) e Defensoria Pública 
do Distrito Federal (DPDF). A estrutura da DP segue a lógica do Judiciário no MP, ou seja, só 
existe na União, nos Estados e no Distrito Federal (DF).
Para complementar a atividade da DP nós temos aí o núcleo de prática jurídica das faculdades, 
quem fez faculdade de direito sabe que tem que fazer estágio obrigatório e às vezes até con-
vênio com OAB. Então, você tem várias formas desse trabalho ser exercido no Brasil. De todas 
essas instituições a DP nesses últimos anos, assumiu um papel de extremo valor dentro da CF 
conquistando uma posição diferenciada e é o que nós vamos ver no art. 134.
“Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamental-
mente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, 
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos ne-
 
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cessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.” Então, nós temos 
aqui a DP podendo atuar em qualquer instância, em qualquer grau, no judiciário, administrati-
vo também, ela sempre vai auxiliar a galera que não tem condições.
O que torna a DP forte está no parágrafo primeiro:
“§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos 
Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carrei-
ra, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus 
integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribui-
ções institucionais.” A DP possui aqui umas características bem peculiares, primeira que para 
você fazer parte dela tem que ser aprovado em concurso público e aí a CF diz que ela tem a 
garantia da inamovibilidade, a CF só deu a inamovibilidade para a DP. Depois a outra coisa aqui 
para fortalecer a instituição foi a vedação da advocacia, gente, a vedação da advocacia é uma 
obviedade e olha que ela só foi inserida em 2004, antigamente vários defensores públicos po-
diam advogar. Mas hoje não, se você é defensor só pode defender os pobres.
“§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa 
e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.”
“§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.”
Gente, pergunta de prova em cima desses dois parágrafos: “A DP, todas elas, fazem parte de 
qual dos três poderes? Executivo, legislativo ou Judiciário?” Nenhum, olha o que eles conquis-
taram aqui gente, “Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e 
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária”. Significa dizer que a DP é autônoma 
entre os poderes. E essa autonomia se fortaleceu porque a CF deu as Defensorias Públicas o 
parágrafo quarto, olha só:
“§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a inde-
pendência funcional, aplicando- se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II 
do art. 96 desta Constituição Federal.” Gente, também trouxe para a DP os princípios institucio-
nais, esses são os mesmos do MP.
E o art. 135 ficou meio deslocado aqui, diante da preguiça legislativa ficou solto aqui e perdeu 
um pouco do sentido, ele fala assim:
“Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítu-
lo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.” Art. 39, § 4º é subsídio, seção II é Advocacia 
Pública e seção III é Advocacia, gente, advocacia não tem subsídio. Apesar da informação estar 
errada eles quiseram dizer aqui que a Advocacia Pública e a Defensoria Pública são remunera-
das por meio de subsídio.
Advocacia Privada, a CF trouxe pouquíssima coisa sobre ela, trouxe apenas um artigo falando 
sobre advocacia, esse artigo é bem evasivo, bem genérico, até porque nós temos uma lei que 
regula a Advocacia no Brasil e que vai trazer os desdobramentos desse artigo.
“Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos 
e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.”
Nesse dispositivo temos dois princípios que regem a advocacia no Brasil, primeiro princípio é a 
Indispensabilidade, esse princípio diz que o advogado é indispensável para o acesso à justiça, 
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porque ele tem um poder chamado de capacidade postulatória, então é através do advogado 
que eu consigo chegar no Poder Judiciário, essa é a regra. Mas essa regra contém algumas ex-
ceções que permitem que as pessoas ingressem no judiciário sem ter um advogado, então po-
demos citar como exceção ao princípio da indispensabilidade o habeas corpus, onde qualquer 
pessoa pode impetrar o habeas corpus, um procedimento de natureza administrativa também 
é uma exceção, justiça trabalhista, juizado especial, são situações dentro do Pode Judiciário que 
você não precisa da chave do advogado.
E outro princípio consagrado é o Princípio da Inviolabilidade, a Inviolabilidade do advogado ser-
ve para garantir exatamente que o advogado seja respeitado nos exercícios de suas atribuições.
O estatuto da advocacia veio trazer várias regrinhas de inviolabilidade, mas eu queria destacar 
algumas aqui para vocês que eu considero de extrema relevância.
Primeira, nós temos uma súmula vinculante do STF que falava sobre a possibilidade do advoga-
do ter acesso irrestrito aos elementos de prova já documentados nos autos do inquérito. Essa 
súmula vinculante, no começo do ano passado foi incorporada dentro do texto da lei, então, 
agora ela já está na lei. Isso significa dizer então que o advogado tem acesso irrestrito aos ele-
mentos de prova já documentados nos autos de um inquérito. E o poder que o advogado pode 
ter em um inquérito se ampliou, porque, só para registrar aqui, o inquérito policial é uma fase 
que não possui contraditório e ampla defesa, porque o inquérito é dispensável, essa é uma ca-
racterística do inquérito, mas o que o estatuto da OAB prevê agora que o advogado tem direito 
de participar do interrogatório do preso e até de formular quesitos. Olha que louco, prerroga-
tiva na inviolabilidade do advogado dentro do inquérito policial que é uma fase que não possui 
contraditório e ampla defesa.
Outro detalhe interessante que também já caiu em prova é sobre a constitucionalidade do exa-
me de ordem, então o STF já ratificou a constitucionalidade do exame de ordem no sentido de 
que para o caraexercer advocacia ele tem que ser aprovado no exame de ordem, não basta ser 
bacharel em direito.
Vamos avançar para o nosso próximo tema, eu considero o mais importante para a sua prova 
que é Direitos Fundamentais. O problema aqui é que todo mundo acha que sabe, só que não é 
bem assim.
Os Direitos Fundamentais são um conjunto de direitos e Garantias que estão previstos na CF 
e que protegem o indivíduo perante o Estado, esse foi um dos grandes objetivos dos Direitos 
Fundamentais, proteger o indivíduo do Estado.
E o que nós chamamos de Direitos Fundamentais hoje na nossa Constituição é resultado da-
quilo que já foi produzido no mundo, que são chamados de Direitos Humanos. Em prova que 
são cobrados Direitos Humanos como matéria a parte do Direito Constitucional, você pode ter 
questão de prova trabalhando com a diferença de Direitos Humanos e de Direitos Fundamen-
tais, se no edital não tem Direitos Humanos a banca costuma chamar de Direitos Fundamentais 
de Direitos Humanos, pra ela tanto faz, mas se tem Direitos Humanos, vocês precisam trabalhar 
com uma pequena distinção.
Qual a distinção? Direitos Humanos tem um caráter mais genérico e mais abstrato, porque ele é 
produzido ao longo da história da humanidade e ele é produzido visando a produção de todos 
os povos. Os Direitos Fundamentais são os Direitos Humanos já internalizados e já adequados a 
um determinado povo e cultura.
 
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E o que a CF elencou? Ela trouxe uma lista de cinco espécies que são as espécies de Direitos 
Fundamentais, nós temos os chamados direitos: Individuais e Coletivos, Direitos Sociais, Direi-
tos de Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos Políticos.
É muito importante que você observe uma característica desses direitos, que esses cinco são 
espécies dos Direitos Fundamentais. Isso significa dizer que eu posso pegar qualquer um desses 
direitos e chamá-lo de Direito Fundamental, porque todas as espécies fazem parte do Direito. 
Só tem que ter cuidado porque às vezes ele vai trazer uma regra que é aplicável a um direito e 
não é aplicável a outro, para ele não generaliza, então você precisa ter cuidado com isso aqui.
Uma das questões mais batidas de prova e aqui a gente vai trabalhar uma parte introdutória 
dos Direitos Fundamentais que eu chamo de Teoria Geral dos Direitos Fundamentais, essa par-
te é preferidíssima pelas bancas.
Questão de prova: “Essa lista de Direitos Fundamentais é um rol taxativo ou ela é um rol exem-
plificativo?” É exemplificativo, essa característica está escrita no artigo quinto, parágrafos se-
gundo e terceiro, eles trazem a possibilidade de existirem outros direitos fundamentais além 
dos previstos na CF. A doutrina chama o parágrafo segundo da cláusula de abertura material, 
isso significa que o parágrafo segundo abre as portas da CF para novos direitos que não neces-
sariamente estejam previstos dentro dela, mas que serão considerados Direitos Fundamentais. 
Significa dizer o que então? Que a nossa CF acaba adotando além do conceito formar de Direi-
tos Fundamentais, adota o conceito material dos Direitos Fundamentais. Então, para a CF não 
precisa estar dentro do texto para ser considerado Direito Fundamental, o que precisa é ter 
essência. Por isso que o rol é exemplificativo. Gravem isso.
Dentro dessa característica de rol exemplificativo em 2004 a CF inseriu o parágrafo terceiro no 
artigo quinto, e nesse parágrafo terceiro ele fez um desdobramento do parágrafo segundo. O 
parágrafo segundo dizia assim: “Existem direitos fundamentais além da CF”, e aí o parágrafo 
terceiro falou assim: “Vou te dizer como é que um Direito Fundamental pode ser inserido por 
meio de tratado internacional”. E ele traz à tona uma das questões mais cobradas em prova dos 
últimos anos. “Como que um tratado internacional pode ser inserido dentro do direito brasilei-
ro?”, “Qual que é a força normativa desse tratado internacional?”
O tratado internacional funciona assim: o Presidente da República vai lá em outro país, assina o 
tratado que é incumbência dele e ele volta para o Brasil, entrega o tratado para o Congresso e 
é incumbência do Congresso, exclusiva, de recepção dos tratados e de confirmação da incorpo-
ração desse tratado. E depois o Presidente faz um decreto normatizando esse tratado falando 
que pode ser seguido no Brasil.
A questão é? O Decreto vai ter força de quê? Ele é equiparado a uma lei, é equiparado a só 
um decreto, qual a força desse decreto? É isso que a gente vai discutir agora. Para a sua prova 
existem três possibilidades de um tratado internacional ser incorporado no direito brasileiro. 
A primeira possibilidade é que um tratado internacional pode ser incorporado no Brasil como 
força de uma emenda constitucional.
“Art. 5º § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem apro-
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.”
A emenda constitucional é um instituto jurídico criado pela própria Constituição de 1988 que 
serve para colocar alguma alteração na CF, é a única forma de se alterar a CF, por emenda. A CF 
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então, diz que um tratado tem força de emenda, é a mesma coisa dizer que um tratado vai ter 
mesma força que a própria CF.
Agora, a questão é: “Qualquer tratado internacional vai ter força de emenda constitucional?” 
Não, para um tratado ter a mesma força ele tem que preencher alguns requisitos que estão no 
parágrafo terceiro. O primeiro requisito é que o tratado internacional tem que falar sobre um 
tema, Direitos Humanos. Segundo requisito é ser aprovado nas duas casas do Congresso Na-
cional (CN), se aparecer na prova Câmara e Senado estará certo, porque as duas casas do CN é 
Câmara e Senado. Em cada casa tem que se ter a votação realizada em dois turnos e em cada 
turno de votação tem que se ter 3/5 de votos de aprovação dos membros.
Gente, este instituto (emenda constitucional), foi inserido na CF em 2004, o problema é que a 
maior parte dos tratados internacionais de direitos humanos que o Brasil assinou foi antes de 
2004. E aí criou-se um grande conflito normativo, porque os tratados assinados antes de 2004 
não foram assinados por esse quórum. E aí um dia alguém perguntou para o STF: “Se o tratado 
é de Direitos Humanos e não foi recepcionado com quórum de emenda, ele vai ter força de 
emenda?” O STF falou que não e criou uma outra estatura normativa que é o Tratado Interna-
cional com força de Norma Supralegal.
O Tratado Internacional ele vai ter estatura normativa de Norma Supralegal todas as vezes que 
ele for de Direitos Humanos, mas ele não foi recepcionado com quórum de emenda, ele foi re-
cepcionado sem o quórum especial. O case que gerou essa interpretação dada pelo STF foi em 
relação à prisão do depositário infiel, porque a nossa CF diz que o depositário infiel pode ser 
preso, mas o pacto São José de Costa Rica do qual o Brasil faz parte, diz que não pode. Como o 
tratado tem força de Norma Supralegal, súmula vinculante não pode prender depositário infiel 
e hoje no Brasil não pode prender depositário infiel.
Terceira estatura normativa de um tratado, o tratado internacional pode ter força de Lei Ordi-
nária todas as vezes que ele falar sobre os demais temas, então, tratado sobre os demais tra-
tados internacionais. Então, um tratado comercial, um tratado que não seja Direitos Humanos, 
quando ele é incorporado no direito brasileiro ele vai ter força de Lei Ordinária.
Meus queridos, tem algum tratado com força de Lei Complementar? Não, se vier na sua prova 
tratado com força de Lei Complementar é pegadinha, não tem, ou ele tem força de Emenda 
Constitucional, ou ele tem força de Norma Supralegal ou ele tem força de Lei Ordinária.
Esses são dispositivos que não cansam de ser cobrados em provas, eles sempre estão trazendo 
essas questões aqui em prova e essa é a principal característica do rolser exemplificativo dos 
Direitos Fundamentais.
Vamos avançar agora para uma outra questão da teoria geral que me parece também bem 
relevante. A CF traz no art. 60 as chamadas Cláusulas Pétreas, são cláusulas de pedra, são insti-
tutos jurídicos que protegem a nossa Constituição de ser emendada no intuito de abolir essas 
cláusulas, significa dizer que determinados institutos não podem ser abolidos da CF. E uma das 
cláusulas pétreas do art. 60 são os Direitos e Garantias Individuais. Então, Direito e Garantia 
individual é cláusula pétrea, que significa dizer que eles não podem ser abolidos. Não pode ser 
abolido, mas pode ser modificado, a cláusula pétrea não impede o direito de ser modificado, 
ele pode ser ampliado, pode ser diminuído desde que não desnature a sua essência, cuidado 
com isso.
 
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No fundo você já sabia dessa informação, mas não com essa essência, eu vou te dar dois exem-
plos para você entender, vamos pegar o primeiro exemplo que foi o exemplo mais f* e que tudo 
tende para que no próximo ano isso mude.
“Princípio da presunção de inocência, está lá no art. 5, ele diz que ninguém será considerado 
culpado antes do trânsito em julgado na sentença penal condenatória. E o que o STF disse: 
“Então, não é bem por aí, na verdade a gente pode punir o cara antes do trânsito em julgado e 
isso não ofende o princípio da presunção de inocência”. Meus queridos, o que o STF fez com o 
princípio da presunção de inocência? Diminuiu claramente. Direito individual sendo diminuído, 
mas segundo o STF sem desnaturar a essência, tanto que o entendimento do STF é “a prisão 
depois da decisão de segundo grau não ofende o princípio da presunção de inocência”, esse é o 
primeiro exemplo.
Segundo exemplo, mostrando para vocês essa nova percepção dos Direitos Individuais. Duas 
questões do Cespe só desse ano, olha só, aborto. No final do ano passado o STF autorizou a 
prática do aborto sem justificativa, nesse caso, o que ele fez com o direito à vida? Diminuiu. 
Dois exemplos, para vocês verem essa percepção de como os Direitos Individuais estão sendo 
encarados hoje na jurisprudência brasileira. Só abrindo um parêntese, essa decisão do aborto 
foi de uma das turmas, o pleno vai julgar e acabou de ter uma consulta pública, especialista e 
vai para o pleno agora.
Gravem isso, porque essa questão é muito top de prova, porque até um ano e meio atrás eu 
ensinava totalmente diferente disso, só que hoje o STF mudou essa compreensão e as bancas 
estão acompanhando. Então, Direitos Individuais podem ser diminuídos, mas não podem ser 
abolidos e com base nessa nova versão que o STF tem dado para os Direitos Fundamentais, há 
de se esperar novas decisões. Então, decisão da maior idade penal, vamos lá, maioridade penal 
é cláusula pétrea? Maioridade penal é Direito Fundamental? Sim, é cláusula pétrea. A quanto 
tempo se discute isso no Brasil? Há anos, e era idiota a discussão, porque o STF entende que 
direito individual pode ser diminuído sem desnaturar a essência. Em tese, hoje com base nessa 
nova perspectiva poderia ter uma diminuição da maioridade penal? Poderia, entendeu que f*? 
Esse é um momento que a gente está vivendo de profunda insegurança jurídica por conta des-
sas decisões e que as provas estão se aproveitando para colocar esses temas lá.
Gente, outro detalhe que eu peço que prestem atenção aqui, o art. 60, parágrafo quarto, falou 
que é cláusula pétrea Direito e Garantia Individual, ele não falou tudo. Então, se cair na tua pro-
va a pergunta vai depender do parâmetro dela, porque se o parâmetro da pergunta for a CF só 
são cláusulas pétreas os Direitos e Garantias Individuais, mas se o parâmetro da pergunta for 
o que é utilizado, for a jurisprudência do STF. O que o STF fez? Ele falou que não tem lógica eu 
considerar uma espécie de Direito Fundamental e os outros não, não tem hierarquia entre eles, 
então o STF ampliou a proteção para todos os Direitos Fundamentais, hoje no Brasil todos os 
Direitos Fundamentais são cláusulas pétreas, portanto não podem ser abolidos da CF.
A cláusula pétrea pegou institutos muito importantes e falou: “Cara a gente não pode tirar isso 
da CF”. Gente, se entrar um novo Presidente e mudar a CF ele pode criar outras cláusulas pé-
treas, ele pode mudar tudo aquilo que já existe. Esse tema me parece um tema muito massa 
para vir na prova de vocês, por conta da discussão que a gente está tendo hoje no Brasil. Fica a 
minha dica para vocês para essas novas provas que nós vamos ter aí.
Ficamos por aqui, beijo no coração e até a próxima.
PRF VIP – Direito Constitucional – Prof. Daniel Sena
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