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PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE! D E F I N I Ç Ã O A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é definida como pneumonia adquirida fora do hospital ou de unidades de saúde; O diagnóstico clínico baseia-se em um grupo de sinais e sintomas relacionados a infecção do trato respiratório inferior com presença de febre >38 °C (>100 °F), tosse, expectoração, dor torácica, dispneia e sinais de invasão do espaço alveolar; E P I D E M I O L O G I A infecção do trato respiratório inferior afetou mais de 336 milhões de pessoas no mundo todo, com uma estimativa de 65.9 milhões de hospitalizações em todas as faixas etárias, causando 2,3 milhões de mortes em 2016; nos EUA, a incidência anual da PAC foi estimada em 24.8 casos por 10,000 adultos; E T I O L O G I A Streptococcus pneumoniae (o pneumococo) é o patógeno causador mais comum de PAC em diversos níveis de gravidade e faixas etárias de pacientes; Outras causas bacterianas incluem Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus e Moraxella catarrhalis; incidência de patógenos atípicos na pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é cerca de 22% globalmente, mas isso varia de acordo com a localização; aproximadamente 6% dos casos ocorrem devido a patógenos PES (Pseudomonas aeruginosa, Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamase de espectro estendido e Staphylococcus aureus resistente à meticilina [MRSA]), desses organismos, P aeruginosa e MRSA são os relatados com mais frequência; os vírus respiratórios são relatados em aproximadamente 10% a 30% de adultos imunocompetentes hospitalizados com PAC; o vírus da gripe (influenza) A/B, o vírus sincicial respiratório, o adenovírus, o rinovírus e o vírus da parainfluenza são as causas virais mais comuns de PAC em adultos imunocompetentes; F I S I O P A T O L O G I A se desenvolve após invasão e supercrescimento de um micro-organismo patogênico no parênquima pulmonar, o que sobrecarrega as defesas do hospedeiro e produz exsudato intra-alveolar; desenvolvimento e a gravidade da pneumonia se devem a um equilíbrio entre fatores do patógeno (virulência, tamanho do inóculo) e fatores do hospedeiro; prováveis causas microbianas de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) variam de acordo com diversos fatores, incluindo diferenças em epidemiologia local, o cenário clínico (pacientes ambulatoriais, hospitalizados ou na unidade de terapia intensiva), a gravidade da doença e as características do paciente (por exemplo, sexo, idade e comorbidades); —> os micróbios presentes nas vias aéreas superiores podem entrar nas vias aéreas inferiores por microaspiração, no entanto, os mecanismos de defesa dos pulmões (inatos e adquiridos) mantêm as vias aéreas inferiores estéreis, o desenvolvimento de pneumonia indica um defeito nas defesas do hospedeiro, exposição a um microorganismo especialmente virulento ou uma grande inoculação; Os patógenos podem alcançar o trato respiratório inferior por meio de 4 mecanismos: • Inalação, uma via de entrada comum para pneumonia viral e atípica em pacientes saudáveis mais jovens. Aerossóis infecciosos entram por via inalatória no trato respiratório de uma pessoa suscetível e iniciam uma infecção • Aspiração de secreções orofaríngeas na traqueia, a principal via de entrada de patógenos nas vias aéreas inferiores • Disseminação hematogênica de uma infecção localizada (por exemplo, endocardite no lado direito) • Extensão direta dos focos infectados adjacentes (por exemplo, a tuberculose pode se disseminar de forma contígua dos linfonodos para o pericárdio ou o pulmão, embora seja raro). F A T O R E S D E R I S C O FORTES idade > 65 anos residência em um ambiente de cuidados médicos doença pulmonar obstrutiva crônica exposição a fumaça de cigarro abuso de álcool higiene bucal ineficiente uso de medicamentos antiácidos, corticosteroides inalatórios, antipsicóticos e medicamentos antidiabético contato com crianças infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) FRACOS diabetes mellitus doença renal crônica doença hepática crônica uso de opioides D I A G N O S T I C O Anamnese ————————————— objetivo da coleta da história deve ser detectar sintomas consistentes com PAC, defeitos imunológicos e o possível risco de exposição a patógenos específicos; sinais clínicos e achados de infecção (febre ou calafrios e leucocitose) e sintomas respiratórios (incluindo tosse, normalmente com aumento da produção de escarro, expectoração, dispneia, dor pleurítica e hemoptise) costumam estar presentes; sintomas inespecíficos como mialgia e artralgia podem ser relatados; em pacientes de idade avançada, pacientes com doenças crônicas e pacientes imunocomprometidos, os sinais e sintomas de infecção pulmonar podem ser menos intensos e a pneumonia pode não ser detectada devido à presença de sintomas não respiratórios; Exame Fisico ——————————— o paciente pode apresentar febre, taquicardia ou dispneia em repouso; a ausculta torácica pode revelar crepitações, estertores ou sopro tubário, e pode haver a presença de macicez à percussão ou frêmito vocal tátil; A N A M N E S E E E X A M E F I S I C O presença de fatores de risco (comum) principais fatores incluem idade >65 anos, residência em ambientes de cuidados médicos, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), exposição à fumaça do cigarro, abuso de álcool, higiene bucal inadequada e contato com crianças. tosse com aumento da produção de escarro (comum) geralmente presente, menos comum em pacientes mais velhos. febre ou calafrios (comum) geralmente presente. Menos comum em pacientes mais velhos. dispneia (comum) geralmente presente. dor pleurítica (comum) associada à bacteremia em pacientes ambulatoriais. achados anormais da ausculta (comum) murmúrio vesicular assimétrico, atrito pleural, egofonia (aumento da ressonância do som da voz ouvido na ausculta) e aumento de frêmito podem ser ouvidos macicez à percussão (comum) sugere condensações e/ou derrame pleural mialgia (comum) sintoma inespecífico que geralmente é relatado. artralgia (comum) sintoma inespecífico que geralmente é relatado confusão (incomum) não é comum, mas é observada com frequência em pacientes mais velhos E X A M E S C R I T E R I O S D I A G N O S T I C O S Curb-65 —————————————— as diretrizes sobre PAC de 2017 do IDSA/ATS recomendam um conjunto de dois critérios primários e nove critérios secundários para definir a pneumonia grave que requer internação em UTI; presença de um dos critérios primários ou de três ou mais critérios secundários é considerada indicadora de PAC grave, e a internação em UTI é recomendada; Critérios primários: • Insuficiência respiratória que exige ventilação mecânica • Choque séptico com necessidade de vasopressores. Critérios secundários: • Frequência respiratória ≥30 respirações/minuto • Proporção entre pressão do oxigênio no sangue arterial/fração do oxigênio inspirado (PaO2/FiO2) ≤250 • Infiltrados multilobares • Confusão/desorientação • Uremia (ureia ≥7.14 mmol/L) • Leucopenia devido à infecção isolada (leucócitos <4000 células/mm3) • Trombocitopenia (contagem plaquetária <100,000 células/mm3 • Hipotermia (temperatura central <36 °C • Hipotensão que exige ressuscitação agressiva com fluidos. C O N D U T A Internação ————————————— CURB-65 —> confusão mental, ureia, frequência respiratória, PA e idade ≥65 anos - Variação sem ureia (CRB-65)Fatores socioeconômicos, possibilidade de tomar antibiótico VO; Hipoxemia (Sao2 <92%) —> internar —> 1 critério maior OU 3 critérios menores Antibioticoterapia ——————————— Amoxicilina (b lactamico) OU Macrolídeos (Azitromicina) —> Evitar quinolonas! Risco para falência terapêutica - Uso de ATB nos últimos 3 meses - DPOC - Doença renal crônica - Hepatopatia crônica - Câncer - Diabetes - ICC - Alcoolismo - Imunossupressão Beta-lactâmico de escolha: - Sem fatores de risco: Amoxicilina - Com fatores de risco: Amoxicilina-clavulanato (amplia cobertura para Haemophilus) Terapia Antimicrobiana ————————— Paciente que não melhora mesmo com tratamento: Pode ser viral; Pode ser fúngico, mas o fungo geralmente não faz quadro agudo, faz um quadro mais arrastado; Pode ter outra infecção associada; Bactéria resistente se o paciente não tomou atb adequado; verificar se o paciente realmente está tomando de forma correta; PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE ATIPICA! D E F I N I Ç Ã O a pneumonia bacteriana atípica é causada por organismos atípicos que não são detectáveis à coloração de Gram e não podem ser cultivados por meio dos métodos padrão; em geral, a pneumonia bacteriana atípica é caracterizada por um complexo de sintomas que inclui cefaleia, febre baixa, tosse e mal-estar; E T I O L O G I A os organismos mais comuns são o Mycoplasma pneumoniae, a Chlamydophila pneumoniae e a Legionella pneumophila; M pneumoniae é uma pequena bactéria de vida livre com um dos menores genomas conhecidos, ao contrário de muitas outras bactérias, ela não tem uma parede celular, acredita-se que os humanos são os únicos hospedeiros; C pneumoniae é uma bactéria Gram-negativa intracelular obrigatória, acredita- se que os humanos sejam os únicos hospedeiros; L pneumophila é uma bactéria Gram-negativa com a capacidade de viver tanto em ambientes extracelulares quanto em ambientes intracelulares; F I S I O P A T O L O G I A transmissão do Mycoplasma pneumoniae ocorre de humano para humano, este patógeno tem uma organela característica que o permite se anexar ao epitélio respiratório ciliado, também exibe motilidade por deslizamento em superfícies, o que é considerado relevante para promover a infecção, ppode produzir toxinas que causam tosse persistente; Chlamydophila pneumoniae também é transmitida de humano a humano, na infecção, seu estilo de vida intracelular permite-lhe crescer em muitos tipos de células, como macrófagos e células endoteliais e do músculo liso, acredita-se que sua capacidade de inibir a ação ciliar provoque tosse persistente, assim como acontece com o M pneumoniae, a resposta imunológica à infecção pode promover exacerbações agudas de asma; infecção por Legionella pneumophila ocorre quando as pessoas são expostas a água infectada, acredita- se que não ocorra transmissão entre humanos, mas casos sugestivos de transmissão entre humanos foram relatados em 2016, uma vez dentro do hospedeiro, a L pneumophila invade células fagocíticas e explora a resposta do hospedeiro em seu próprio benefício, escapando da degradação e da destruição; P N E U M O N I A por M Y C O P L A S M A - Não tem parede celular - não é afetado por antibióticos betalactâmicos - Transmissão pessoa a pessoa por gotículas - Disseminação por contato íntimo - Surtos em ambientes fechados - Mais frequente dos 5 aos 20 anos - Ocorre mais no outono - USA: 2 milhões de casos anuais (1 em 1000 pessoas) Quadro clínico ——————————— • Incubação: 2 a 3 semanas • Início insidioso - febre, mal-estar, tosse, cefaléia • Agravamento paulatino da tosse - seca ou com expectoração branca; hemoptóicos • Estado geral bom • Ausculta pulmonar pobre - estertores • Manifestações extrapulmonares • Exantema, urticária, eritema nodoso • Síndrome de Stevens-Johnson (7%) • Fenômeno de Raynaud • Arritmias cardíacas, ICC • Encefalite • Poliartralgias Evolução ————————————— —> Maioria das vezes tratamento empírico. Diagnostico ————————————— • Cultura - difícil execução • Sorologia • Positiva a partir da 2ª semana • IgM e IgG - 2 amostras com intervalo de 2 semanas • Detecção de antígenos no escarro - indisponível • PCR no escarro - mais promissor • Isohemaglutininas frias •Aglutinação de eritrócitos a 4ºC •Positivo = > 1:32 •Inespecífico Sangue do paciente faz aglutinação no frio, o de cima negativo e o de baixo é positivo. Tratamento ————————————— Macrolídeos: eritromicina, azitromicina, claritromicina Quinolonas respiratórias: levofloxacina, moxifloxacina Tetraciclinas: oxitetraciclina, doxiciclina I N F L U E N Z A Síndrome gripal ——————————— • Febre de início súbito + • 1 sintoma respiratório (tosse ou dor de garganta) + • 1 sintoma sistêmico (cefaléia, mialgia ou artralgia) + • Ausência de outro diagnóstico que justifique o quadro ABCESSO PULMONAR! • Pneumonia necrotizante • Causas predisponentes • Disfagia e aspiração -> (Alcoolismo, Doenças neurológicas, Anestesia geral, Overdose de drogas, Convulsões, Coma diabético, Choque) • Obstrução intestinal e vômitos • Extração dentária • Doença periodontal e gengivite • Bronquiectasias e obstrução brônquica • Câncer • Imunodeficiências • Corpo estranho • Embolia séptica Broncograma aéreo, sugestivo de consolidação e de pneumonia de pneumonia bacteriana (RX ao lado) • Aspiração ocorre normalmente - Consciência normal - 45% aspiram em sono profundo - Consciência alterada - 70% aspiram - Material aspirado é expelido pela movimento ciliar e pela tosse - Clareamento de patógenos pelos macrófagos pulmonares - Infecção depende da quantidade aspirada • Abscesso é mais frequente (cai mais frequente os materiais da aspiração) - Segmentos posteriores dos lobos superiores - Segmentos superiores dos lobos inferiores M I C R O B I O L O G I A • Anaeróbios • Bacilos Gram-negativos • Prevotella sp • Sutterella sp • Bacteroides sp • Fusobacterium sp • Cocos Gram-positivos • Peptostreptococcus sp • Estreptococos microaerófilos • Bacilos Gram-positivos • Clostridium perfringens • Actinomyces sp • Propionibacterium propionicum • Bifidobacterium dentium • Aeróbios • Cocos Gram-positivos • Staphylococcus aureus • Streptococcus pyogenes • Bacilos Gram-negativos • Klebsiella pneumoniae • Pseudomonas aeruginosa • Proteus sp • Escherichia coli FLORA É MISTA – PRINCIPALMENTE COM ANAERÓBIOS DE BOCA Q U A D R O C L I N I C O • Geralmente paciente é diagósticado com > 2 semanas • Pneumonia seguida de cavitação após 1 a 2 semanas • Febre, mal-estar, tosse produtiva com escarro fétido • Perda de peso, anemia • Adenopatia mediastinal • Evolução para: • Empiema pleural • Fístula broncopleural • Fístula cutânea • Abscesso cerebral metastático D I A G N O S T I C O • RX de tórax • TC de tórax • Punção guiada • Drenagem de tórax • Bacterioscopia e cultura da secreção • Aeróbios e anaeróbios (veda o frasco e coloca a substancia pra tirar o O2 do ar pra fazer o anaeróbio) T R A T A M E N T O • Cobertura ampla prolongada (4-6 semanas) - Penicilina G - Clindamicina - Amoxicilina/clavulanato OU Ampicilina/sulbactam - Piperacilina/tazobactama - Ertapenem/Meropenem • Abordagem cirúrgica necessária na minoria dos casos - Deterioração clínica - Ausência de resposta tratamento clínico
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