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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos ¹ Professor do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná 2013. E-mail: neoderci@globo.com ² Professor Mestre do Departamento de Matemática da Universidade Estadual do Cento Oeste- UNICENTRO- PR. E-mail: lindmassa@gmail.com MODELAGEM MATEMÁTICA E A CONSTRUÇÃO CIVIL SILVA, Neoderci Gomes da¹ MASSA, Lindemberg Sousa² RESUMO Existe uma preocupação muito grande por parte dos educadores, no que diz respeito às práticas pedagógicas em cada disciplina. Por mais que estas sejam aprimoradas a cada dia, parecem que elas não conseguem atingir aos objetivos pelos quais foram criadas. Na disciplina de matemática as orientações de especialistas são de que é necessário trabalhar os conteúdos de forma contextualizada, mas muitos professores sentem dificuldades de executar esse trabalho. Então, esta pesquisa vem de acordo com as orientações. Visa atenuar a tarefa dos professores, propiciando subsídios para trabalhar a matemática de forma contextualizada, fazendo uso de uma tendência da disciplina chamada de Modelagem Matemática, por meio de um Modelo Matemático. Esse modelo foi desenvolvido com os alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Procópio Ferreira Caldas, Município de Pinhão. O modelo consiste em um projeto de construção de uma moradia contendo aproximadamente 42 m², desde o princípio até a conclusão, explorando neste, todos os conteúdos matemáticos que se fizeram necessários. Muitos construtores fazem uso desses conhecimentos matemáticos de forma empírica e, na maioria das vezes nem percebem o uso da matemática. Isso foi relacionado com os alunos mostrando passo a passo, onde esses conteúdos estão contidos e fazendo a relação da teoria com a prática. Dessa maneira foi possível transformar conhecimento empírico em conhecimento científico. PALAVRAS CHAVE: “Educação; Modelagem; Matemática; Construção Civil”. 1. INTRODUÇÃO Falar em Ensino da Matemática e não falar em Modelagem Matemática seria o mesmo que falar da Teoria da Relatividade sem citar Albert Einstein. E falar em Modelagem, significa falar em matemática aplicada ou contextualizada. Esta pesquisa vem de encontro aos professores que gostam de ensinar matemática utilizando-se de modelos matemáticos e de encontro a estudantes, que querem saber a aplicabilidade da matemática para além da sala de aula. Esta pesquisa traz um modelo matemático desenvolvido por meio da modelagem matemática, aplicada na Engenharia Civil. Neste estudo, o modelo matemático escolhido foi o projeto de uma residência de aproximadamente 42 m², pois, a quantidade de conteúdos matemáticos que foi desenvolvido neste projeto é imenso e, ao mesmo tempo riquíssimo, permitindo a estudantes e professores, uma viagem pela Engenharia Civil e pelos conteúdos matemáticos existentes na Educação Básica. Fazendo parte de um modelo, esses conteúdos seguem uma sequência lógica e bem agrupada, não deixando conteúdos soltos, como em uma aula convencional. Outra razão que leva a escolha desse Modelo, é que todos precisam de uma casa para morar e cada qual a projeta de acordo com seu gosto, e isto é próprio de cada um. Entre as tendências da disciplina de Matemática, a Modelagem assume um enorme destaque, pois, consegue trazer a realidade do aluno para o ambiente escolar e dar um significado para os conteúdos estudados em sala de aula. Os conteúdos soltos trabalhados em sala de aula torna-se uma tarefa árdua, tanto para professores, quanto para os alunos, pois, não desperta nos estudantes interesse algum. Alguns até estudam, mas passando a avaliação logo esquecem. É aquele saber momentâneo que não se transforma em conhecimento. É comum ouvirmos de nossos estudantes comentários: Por que tenho que aprender isto, ou ainda, onde vou usar isso. Para darmos uma resposta a essas reflexões, necessitamos trabalhar de uma maneira mais contextualizada, principalmente, em se tratando de conteúdos matemáticos. Os conteúdos matemáticos, que foram abordados neste modelo são múltiplos e além do mais, podem ser trabalhados com enfoques diferentes. Estes conteúdos estão atrelados a outros, dentro de uma sequência lógica que foi seguida para obter o modelo. Dessa maneira, os conteúdos tiveram um significado e os alunos puderam ver as várias relações que estes podem representar. Na antiguidade, cada indivíduo tinha que construir sua própria moradia, fosse caverna, cabana, ou qualquer coisa que servisse de abrigo. Com o modelo da sociedade atual, não é necessário que cada um precise construir sua moradia, mas seria interessante se todos soubessem construí-la. Desde os tempos mais remotos as construções sempre fascinou a humanidade, com inicio nas pirâmides do Egito, até ao prédio mais alto do mundo que fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Todas essas maravilhas são criações da mente humana e, cada uma dessas, vem do interior da alma do idealizador. Para o arquiteto, a construção é uma Arte, como o quadro é para o pintor ou ainda, a música para o compositor. Nossos alunos precisam enxergar essas relações. Saber que os conteúdos matemáticos vão muito além da sala de aula. Analisar que estes conteúdos, quando bem trabalhados, conseguem fazer coisas maravilhosas e com grande precisão. Em nosso país existe uma carência muito grande de Engenheiros, principalmente na área Civil e, foi gratificante, pois, após o desenvolvimento deste trabalho, muitos estão interessados em fazer o curso de Engenharia na Faculdade. Dados estatísticos apontam no Brasil, um grande déficit de engenheiros e, para um país ser competitivo é necessário suprir essa carência. Também no cenário mundial o país importa tecnologia, então, é necessário um investimento no campo técnico para dar conta dessa demanda. Com o intuito de mudar esse cenário, se faz necessário investimento maciço em educação, principalmente nos cursos técnicos que darão o suporte necessário para alavancar o crescimento do país. Nessa linha, nossos educandos terão campo para crescer e trabalhar, podendo acompanhar o crescimento e atuar no desenvolvimento da Nação. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Ambiente Escolar Grande parte de nossas vidas são vividas dentro de um ambiente escolar. E, é neste ambiente que aprendemos a maioria dos valores humanos. Afinal, uma das funções da escola é a de Humanizar os indivíduos. Gelati (2008, p. 83), reforça esse pensamento “A escola atua de forma decisiva e marcante no processo de humanização, socialização do individuo, não sobrepujando a socialização primária que este recebeu”. Sendo assim, a principal função da escola é passar o conhecimento científico e sistematizado, para que os educandos de hoje possam agir na sociedade de amanhã. Mas que seja um agir amparado na Ética, na Responsabilidade e no Conhecimento. Devemos sim, formar um novo cidadão que nas palavras de Biembengut, (2005, p. 09), “comandará a economia, a produção, o lazer e outras atividades que ainda surgirão nas próximas décadas”. E os professores que são responsáveis por meio da arte de ensinar, passar a seus educandos, Ética, Responsabilidade e Conhecimento. Quesitos mínimos, mas indispensáveis para todo cidadão que passou por um banco escolar. É dentro da escola que transformamos o conhecimento empírico em conhecimento científico. Saviani retrata isso, quando diz que: Em consequência, o saber metódico, sistemático, científico, elaborado, passa a predominar sobre o saber espontâneo, 'natural', assistemático, resultando que a especificidade da educação passa a ser determinada pela forma escolar. (1991, p. 8). Na escola projetamos nosso futuro, então, precisamos nos embasar em fatos que estejam em consonância coma realidade, pois, conteúdos soltos na maioria das vezes não são assimilados nem fixados por nossos educandos. Mas, aqueles trabalhados em uma base real, dentro de um contexto, são melhores aproveitados. Problemas que estão a nossa volta, em nosso meio, não são escassos, basta saber identificá-los e aproveitá-los para trabalhar de maneira atrelada com a realidade de nossos alunos. A Matemática não deve ser diferente. É uma das principais disciplinas da grade curricular e, que nos permite trabalhar a realidade do aluno dentro de seus conteúdos. É senso comum de que este trabalho envolvendo a realidade do aluno deve ser encarado por professores, a fim de melhorar o desempenho destes de forma natural e espontânea. Segundo Biembengut: Desafios como esse têm tornado crescente o movimento em prol da educação matemática, em especial, nas últimas décadas. Têm gerado reestruturação no currículo e nos métodos de ensino que forneçam elementos que desenvolvam potencialidades, propiciando ao aluno a capacidade de pensar crítica e independentemente. Não é difícil perceber que o futuro da civilização e da própria sobrevivência dependem da qualidade de imaginação criadora dos homens e das mulheres do nosso tempo e das futuras gerações. (BIEMBENGUT & HEIN, 2005, p. 09). É comum ouvir muitas queixas de que a Matemática é demais abstrata, mas, essa abstração está apenas na maneira inerente de se trabalhar a disciplina. Não devemos deixar que esses mitos tomem maiores proporções. Diante deste contexto, se faz necessário trabalhar a Matemática de forma contextualizada e voltada à realidade dos alunos, para que conteúdos que são essenciais em seu aprendizado não fiquem soltos ou desconexos. Isso vem de encontro com uma Tendência metodológica, estudada e pesquisada dentro do campo de estudo da Educação Matemática que chamamos de Modelagem Matemática. 2.2 Modelagem Matemática Uma tendência que propõe exatamente isso, trabalhar a valorização do aluno conforme seu contexto social. E, não trabalhar somente conteúdos matemáticos, mas, por meio dessa tendência e, usando conhecimentos matemáticos, podem-se trabalhar outros conteúdos da grade curricular, envolvendo as demais disciplinas ou mesmo, uma situação prática que necessite de um entendimento, ou seja, desenvolver os conteúdos dentro da interdisciplinaridade. Pois, Barbosa afirma que: “[...] um ambiente de aprendizagem no qual os alunos são convidados a indagar e/ou investigar, por meio da Matemática, situações oriundas de outra área da realidade. Essas se constituem como integrantes de outras disciplinas do dia-a-dia; os seus atributos e dados quantitativos existem em determinadas circunstâncias (BARBOSA, 2001, p. 06). Ainda, de acordo com as DCE’s do Estado do Paraná 2008, p. 64 e 65 “Por meio da Modelagem Matemática, fenômenos diários sejam eles físicos, biológicos e sociais, constituem elementos para análises críticas e compreensões diversas do mundo”. Dessa maneira, os conteúdos, sejam de qualquer área, são trabalhados de acordo a um modelo matemático, ficando ajustados dentro de um contexto, propiciando aos alunos um significado real. Podemos trazer mais uma definição de Modelagem Matemática para melhor entendermos essa tendência: Modelagem matemática é o processo que envolve a obtenção de um modelo. Este, sob certa óptica, pode ser considerado um processo artístico, visto que, para se elaborar um modelo, além do conhecimento da Matemática, o modelador precisa ter uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas (BIEMBENGUT & HEIN, 2005, p. 12). É exatamente o que este trabalho propiciou: Partir da realidade do aluno; depois ser um artista, pois, construir uma moradia sempre vai ser uma arte; e usar os conhecimentos matemáticos adequados para a situação, com aprendizado por meio da ludicidade. O fato de ser um modelo, não está dizendo que é um processo feito e acabado, mas, é um processo que permite explorar infinitas variáveis. Pois, nas palavras de Biembengut: A arte de modelar uma situação caracterizada por modelagem é uma arte, ao formular, resolver e elaborar expressões que valham não apenas para uma solução particular, mas que também sirvam, posteriormente, como suporte para outras aplicações e teorias (BIEMBENGUT, 1999, p. 20). Ainda, podemos reforçar de acordo com o pensamento de Bassanezi (2002), “A modelagem aplicada ao ensino pode ser um caminho para despertar maior interesse, ampliar o conhecimento do aluno e auxiliar na estruturação de sua maneira de pensar e agir”. Sendo assim, escolhemos um modelo matemático pelo qual podemos desenvolver diversos conteúdos, contemplados na Educação Básica. 2.3 Modelo Matemático Qualquer situação que para ser resolvida necessita de expressões numéricas ou algébricas, diagramas, gráficos e tabelas podem ser entendida e classificada como um Modelo matemático. Nas palavras de Biembengut e Hein (2005): “Nessa perspectiva, um conjunto de símbolos e relações matemáticas que procura traduzir, de alguma forma, um fenômeno em questão ou problema de situação real, denomina-se: modelo matemático”. A seguir, podemos observar um esquema de modelagem matemática que relaciona matemática e realidade, agrupando modelagem matemática, situação real, matemática e modelo, também proposto por Biembengut e Hein (2005, p. 13). Fonte: Adaptado de Biembengut & Hein (2005). Neste estudo, o modelo matemático escolhido foi o projeto para a construção de uma moradia de aproximadamente 42 m², pois, a quantidade de conteúdos matemáticos que foi desenvolvido é imenso e ao mesmo tempo riquíssimo, permitindo aos educandos e professores uma viagem pelos conteúdos matemáticos componentes da Educação Básica. E por fazer parte de um modelo, esses conteúdos seguem uma sequência lógica e bem agrupada, não deixando conteúdos soltos, como em uma aula convencional. Outra razão que levou a escolha desse Modelo, é que todos precisam de uma casa para morar e cada qual a projeta de acordo com seu gosto e, isto é próprio de cada um. Apesar de existirem empresas especializadas em construção civil, elas sempre seguirão a orientação do proprietário desde a elaboração do projeto, passando pela escolha de materiais e formas de acabamento. Modelagem matemática Situação real Matemática Modelo 3. A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS Em nosso país, existe uma carência muito grande de Engenheiros, principalmente na área Civil. Dados estatísticos apontam no Brasil, um grande déficit de engenheiros e para um país ser competitivo é necessário suprir essa carência. Existe no Brasil, um enorme problema relativo à importação e exportação. Geralmente, é exportada matéria prima e importado produtos industrializados, gerando lá fora, os empregos que deveriam ser gerados aqui. Também no cenário mundial o país importa tecnologia, então, é necessário um investimento no campo técnico para dar conta dessa demanda. No intuito de mudar esse cenário, se faz necessário investimento maciço em educação, principalmente nos cursos técnicos que darão o suporte necessário para alavancar o crescimento do país. Nessa linha, nossos educandos terão campo para crescer e trabalhar, podendo acompanhar o crescimento e atuar no desenvolvimento da Nação. O projeto que foi elaborado, não possui o mesmo mistério das Grandes Pirâmides da antiguidade, nem tampouco a beleza do Burge Khalifa (prédio mais alto do mundo), nos Emirados Árabes Unidos, mas com certeza, pudemos reproduzir nele, vários princípios da Engenharia, usados nesses outros. Bem como, osconteúdos Matemáticos que dão suporte a Engenharia. 3.1 Nosso Modelo Os conteúdos que foram abordados nesse projeto são riquíssimos e de rara beleza, assim como é, toda a Matemática. Esses conteúdos foram atrelados a um projeto. Isso que chamamos de Matemática aplicada ou contextualizada. Com isso a capacidade de fixação de conteúdos por parte dos alunos foi melhorada. Para nossos alunos, é essencial enxergar essas relações. Saber que os conteúdos matemáticos vão muito além da sala de aula. Analisar que estes conteúdos, quando bem trabalhados, conseguem fazer coisas maravilhosas e com grande precisão. Muitos destes alunos, já trabalhavam na construção civil com seus pais e a maioria destes, já utilizavam conteúdos matemáticos de forma empírica e, por meio da escola, esse conhecimento empírico pôde ser transformado em conhecimento cientifico. Desta forma, o presente trabalho viabilizou mostrar aos alunos onde estão esses conteúdos, quando e para que utilizá-los, sempre aliando a teoria de sala de aula com a prática vivenciada pelos mesmos. Projeto que foi desenvolvido com turma de aplicação do PDE Fig. 5.3.1 Autoria própria 4 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO As estratégias de ação, foram seguidas de acordo com as etapas propostas por Biembengut e Hein (BIEMBENGUT & HEIN, 2005, p. 13). Essas etapas são conhecidas como: Interação, Matematização e Modelo matemático. A princípio, o professor fez uma explanação para a turma, da maneira como seria desenvolvido o trabalho e sua forma de condução. Essa parte foi bem elaborada, pois, serviu de motivação para o desenvolvimento do tema. Esse princípio é conhecido como Interação. A parte sequencial foi o levantamento de questões, instigando os alunos a exporem suas sugestões. O professor foi propondo e instigando os alunos a descobrirem a resposta. Nessa descontração, os conteúdos matemáticos foram surgindo, alocados em cada etapa da construção. Nesta etapa, foi trazido um profissional da área para palestras e demonstrações. Este meio termo é conhecido como Matematização. E finalmente, após o desenvolvimento de todos os conteúdos necessários para elaboração da moradia, foram abordados exemplos análogos, afim de que os conteúdos não se restrinjam apenas ao Modelo matemático, mas, que sejam validados para outras situações. 4.1 Interação Na interação com a turma, foi feito a apresentação do trabalho e seus objetivos, também foi assumido um compromisso de ambas as partes, de doação ao máximo para a realização do mesmo. Nas primeiras aulas, foi demonstrado o Mercado promissor da Engenharia, não deixando de citar que o país seria sede da Copa do Mundo em 2014 e, das Olimpíadas em 2016. A Ascenção na carreira, possibilidades de um salário satisfatório e o enorme prestigio que o Engenheiro tem perante a sociedade. Também as formas de ingresso na Faculdade. Nas aulas seguintes, foram abordadas, as maravilhas da Construção Civil. Desde as pirâmides do Egito, nas quais ainda perdura o mistério em sua construção, até ao Burge Khalifa (prédio mais alto do mundo), localizado nos Emirados Árabes Unidos. Que é um exemplo da aplicação da Engenharia moderna. 4.2 Matematização Na sequência, foi trabalhado com os alunos, um projeto padrão de uma residência (aproximadamente 42 m²), na qual foi desenvolvido com eles, todo o cálculo de materiais, tanto quantitativos, como financeiros, fazendo toda a associação dos conteúdos utilizados, com os conteúdos estudados na Educação Básica. 4.3 Modelo Matemático Dando continuidade ao trabalho, a turma foi separada em grupos. A cada grupo foi dada a incumbência por uma fase da construção de outro modelo com medidas diferentes. Desde a coleta de dados, até a explanação para os demais colegas da turma. 4.4 Divisão dos Grupos Os grupos ficaram assim divididos: - 1º grupo: Responsável pela Estrutura (blocos, vigas e pilares), isso inclui ferragem e concreto, juntamente com seus respectivos materiais; - 2º grupo: Responsável pelas paredes (tijolos e argamassa); - 3º grupo: Responsável pelas aberturas (portas e janelas); - 4º grupo: Responsável pelo piso e forro, isso inclui concreto argamassa cerâmica e madeira; - 5º grupo: Responsável pela Estrutura da cobertura e cobertura, que inclui madeira e telhas; - 6º grupo: Responsável pela pintura, inclusive das telhas; A parte hidráulica e elétrica foi elaborada por todos os grupos, juntamente com o professor responsável, nas lojas de material de construção. O preço unitário dos materiais também foi pego nas lojas e o cálculo de quantitativos foi realizado pelos alunos. Também foi visitada uma construtora para orçar o preço da mão de obra. Cada grupo foi composto por três alunos que elaboraram o cálculo de quantitativos de sua etapa. Depois, com os valores unitários dos materiais foi elaborada uma planilha no Calc, onde demostrou o custo por etapa e o custo final, incluindo a mão de obra. No cálculo dos quantitativos os alunos foram utilizando os conteúdos matemáticos com a maior normalidade, pois eles estavam motivados e tinham visto no projeto exemplo como os cálculos tinham sido realizados. A cada momento, foi imprescindível aos grupos voltar-se para o todo, pois as fases de uma construção são intrinsicamente ligadas. Durante o desenvolvimento do trabalho, os alunos foram contemplados com a palestra de um Engenheiro Civil que estudou neste mesmo colégio. Na palestra o engenheiro discorreu sobre a carreira de estudante de Engenharia e da profissão de Engenheiro pós-formado. Também foram contemplados com visitas a obras em construção, acompanhados do Professor e do Engenheiro. Nessas obras foi possível visualizar, praticamente todas as fases de uma construção, ou seja, cada grupo conseguiu visualizar a etapa que lhes caberia calcular. 4.5 Resultados Ao término dos trabalhos, foi discutido, o quanto a construção fica mais cara se tudo for entregue a uma construtora. Em algumas situações pode dar uma diferença de 80% mais cara, no preço final. Este trabalho foi apresentado aos responsáveis pelo NRE (Núcleo Regional de Educação), direção do Colégio e a Equipe Pedagógica. Esse projeto também foi compartilhado com professores de todo o Paraná, por meio do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), onde recebeu muitas contribuições desses professores e também foi muito elogiado pelos mesmos. Nessas apresentações, os alunos demonstravam muita segurança, pois sabiam o que estavam fazendo. Os conteúdos matemáticos utilizados na elaboração, de cada etapa foram sendo absorvido de uma maneira muito natural pelos alunos, pois eles não estavam em busca só de conteúdos, mas em busca de algo maior e centrados em um objetivo. Podemos afirmar sem medo de errar, que os alunos se apropriaram de todo conhecimento necessário para elaboração de um projeto de construção civil, como também, todo o conhecimento matemático usado para a elaboração desse projeto. Também ficaram motivados a cursar Engenharia nas faculdades da região. Na elaboração deste trabalho, eles puderam ter uma noção da função desempenhada por um Engenheiro, de seu Mercado promissor e de sua enorme importância para a sociedade. 5. Considerações Finais Caros Estudantes Caríssimos Professores Tendo em vista o trabalho que ora estamos em fase de conclusão, sobre a aplicabilidade da Matemática na Engenharia Civil, vale frisar que estamos na escola não para fazer o que gostamos e o que é de nosso interesse, mas sim, o que realmente é importante e necessário, para que aconteça um aprendizado significativo. Nosso objetivo foi alcançado, pois conseguimos despertar em nossos educandos o gosto pela Matemática, e propiciar a eles, uma noção de sua aplicabilidade em muitas tarefas diárias. Também era objetivo subsidiarprofessores, com sugestões de se trabalhar a Matemática de forma contextualizada. Esperamos que também tenhamos conseguido colaborar com nossos Mestres. Estamos longe de ter demonstrado toda a Matemática aplicada à Engenharia Civil, mas, o objetivo maior foi de colocá-los diante de uma matemática significativa, que instigue a todos e, que os leves a busca incessante por novos conhecimentos. Não existem milagres que ajude nossos educandos a aprenderem do banco escolar para a vida. O que é necessário existir é um trabalho sério por parte dos professores, que motivem nossos jovens e mostrem os significados e os objetivos desses conteúdos estarem sendo ensinados em nossas escolas. A Grande diferença se faz na MOTIVAÇÃO, o resto acontece naturalmente. REFERÊNCIAS BARBOSA, Jonei et. al. (orgs.) Modelagem matemática na educação matemática brasileira: pesquisas e práticas educacionais. Recife, SBEN, 2007. (Biblioteca do Educador Matemático Coleção SBEM 3). BASSANEZI, R. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: Uma nova estratégia. São Paulo: Contexto, 2002. BASSANEZI, R.C.. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática. 1.ed.São Paulo: Editora Contexto. 1994. BEHRENS, M. A. Formação continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat,:1996 BIEMBENGUT, M. S. Modelagem matemática & implicações no ensino aprendizagem de matemática. Blumenau: FURB, 1999. 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Modelagem matemática no ensino. São Paulo: Contexto, 2003. IMENES, L.M; LELLIS, M., Matemática. São Paulo. Scipione. 1998. KUENZER, A (org). Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 4. ed. São Paulo. Cortez. 2005. PARANÁ (estado). Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Matemática. Curitiba: SEED. 2008. PERETTI, Luiz Carlos. Educação Financeira: Aprenda a cuidar do seu dinheiro. Dois Vizinhos–Pr: Impressul, 2007. SALGADO, Julio Cesar Pereira. Técnicas e Práticas CONSTRUTIVAS para Edificação. 2ª. ed. São Paulo. Érica Ltda. 2012. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. SP:Cortez/Autores Associados. 1991.
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