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Helmintos sistêmicos

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M.A.D 2
Helmintos sistêmicos 
Conceitos 
• Hematofagia = se alimentar de sangue 
Wuchereria bancrofti
- Possui 2 morfologias = larva e verme adulto
- É uma nematelminto (helminto com corpo 
cilíndrico) 
- Local de parasitismo = sistema linfático 
(vasos linfáticos)
- Se nutrem através da linfa 
Fatores de virulência 
- Indução de hiporreatividade imunológica
- Inibição da resposta de linfócitos B e T por 
↑ de resposta supressora LTreg
- Bloqueio da resposta mediada por anticorpos 
específicos
Resposta imune
- Há baixa resposta imunológica contra as 
microfilárias (L1) 
- Resposta imunológica inicial = filaremina 
->↓resposta -> longevidade do parasita
- ↑IgE,↓ativação de mastócitos e basófilos 
(resultando na redução da resposta alérgica)
- Quadros de viremia = eosinofilia (1% 
pneumopatia eosinofílica tropical)
Filariose linfática 
- Também conhecida como bancroftose, 
filariose bancroftiniana ou elefantíase 
- Agente etiológico = Wuchereria bancrofti 
- Agente transmissor = mosquito culex 
Transmissão 
1- Picada do mosquito culex (hospedeiro 
intermediário) hematófago com larvas no 
estágio L3 (formas infectante para o homem)
2- Microfilária infectantes L3 caem na 
corrente sanguínea e vão para o sistema 
linfático 
3- As larvas migram dos capilares mais 
superficiais para os profundos 
4- De noite, quando o sistema imune cai, as 
larvas sobem para os capilares superiores 
* Duração da infecção no hospedeiro humano = 
até 10-15 anos 
Ciclo biológico 
Possui 2 ciclos : 
4- Larva no primeiro estágio infeccioso (L1 - 
microfilária) contida no sangue do hospedeiro é 
ingerida por um inseto hematófago (mosquito 
culex)
5- No mosquito larva L1 (microfilária) migra 
para as glandulas salivares → estômago → 
hemolinfa → musculos toráxicos
6- L1 sofre muda para L2
7- L2 cresce rapidamente, sai dos músculos 
toráxicos e vai para hemolinfa, sofrendo a 
muda para L3
8- L3 (forma filarióide - infectante) move-se 
para a tromba do mosquito 
1- No momento da picada o hospedeiro 
definitivo (homem) recebe a larva L3 junto com 
a saliva do mosquito
2- No organismo, L3 migra para o tecido 
subcutâneo, se transforma em L4 e nos vasos 
linfáticos, amadurecere e se torna jovens 
adultos (L5)
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3- L5 evolui para verme adulto (macho e 
fêmea), que copulam até a fêmea liberar 
(parir) as larvas no primeiro estágio (L1 - 
microfilárias)
* O mosquito contaminado quando realiza a 
hematofagia faz com que as larvas penetrem 
no indivíduo / e / o mosquito não 
contaminado ao realizar a hematofagia no 
indivíduo contaminado se infecta com as 
microfilárias 
Manifestações clínicas 
- Período pré-patente:
. Penetração da larva e sintomas
. Duração de até 1 ano
- Período assintomático
. Alguns indivíduos não apresentam sintomas 
- Período agudo
. Sintomas inflamatórios (duração de meses ou 
anos)
. Dor nos membros inferiores (confundida com 
vasculites), eritema, hiperemia, febre, 
linfedema (obstrução dos vasos linfáticos, a 
linfa começa a se acumular nos tecidos e 
surgem os edemas)
. Os vermes adultos invadem o sistema imune 
causando reação inflamatória com sintomas 
como linfagite, vasodilatação, presença de 
linfócitos, neutrófilos, monócitos, eosinófilos e 
exsudato (edema)
Diagnóstico 
- Clínico = inconclusivo 
- Laboratorial = complementar 
. Hemograma (para pesquisa de microfilárias ou 
vermes adultos no sangue, presença de 
eosinofilia). Deve ser coletada no fim da tarde
. Sorológico (para detecção de anticorpos 
circulantes contra a Wuchereria bancrofti)
Profilaxia 
- Uso de medicamentos como 
dietilcarbamazina, adulticidas (mata vermes 
adultos), ivermectina (é microfilaricida, mata 
as larvas L1)
- Tratamento paliativo cirúrgico no caso de 
doença crônica (o agente etiológico é 
eliminado mas ainda há sequelas com dores, 
inchaço e deformidades)
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Strongyloides stercoralis
- É um nematelminto com parte do ciclo de 
vida livre (solo e agua) e parte em TGI de 
animais 
- Espécies parasitadas = homem, aves, cães, 
gatos e macacos 
- Local do parasitismo = intestino delgado, 
quando em maior quantidade pode afetar o 
estômago, IG e outros órgãos 
- Morfologias envolvidas na doença = ovo, 
larva e verme adulto 
Fatores de virulência 
- Enzimas (para penetração cutânea e 
digestão)
- Atividade contínua (movem-se contra o 
peristaltismo)
- Lábios (para fixação à mucosa intestinal)
Resposta imune 
- Resposta imune significativa contra estágios 
larvários nos pulmões (intensa resposta 
inflamatória nos pulmões) 
- Larvas tardias e vermes adultos são pouco 
antigênicos (produção de anticorpos não 
protetores)
- Há evidências que a resposta imune contra o 
parasita é alérgica e não protetora 
- Reação de hipersensibilidade tipo I (altas 
concentrações de IgE, desgranulação de 
mastócitos, urticária, problemas 
respiratórios)
- Componentes imunes = neutrófilo, eosinófilo 
significativo no sangue e tecido, mastócito, 
IgA, IgE e secreção de muco.
Estrongiloidíase
- Também conhecida como anguilulose
- Agente etiológico = strongyloides stercoralis
Transmissão 
Ocorre através de penetração cutânea :
- Heteroinfecção = larvas filarióides do meio 
ambiente penetram na pele humana
- Autoinfecção externa = larvas rabditóides 
na região perianal se desenvolvem em larvas 
filarióides, que penetram na região
- Autoinfecção interna = larvas rabditóides no 
lúmen intestinal desenvolvem-se em larvas 
filarióides, que penetram na mucosa 
intestinal
* A penetração do parasito no ser humano até 
sua eliminação nas fezes é de 25 a 30 dias
Ciclo biológico 
Possui 3 fases: parasitaria, ciclo de vida livre e 
fase larval 
1- a) Humano elimina as larvas rabditoides no 
meio ambiente (fezes)
2- a) No solo, as larvas rabditoides se 
desenvolvem em larvas filarioides (L3) e 
penetram na pele humana
 OU
1- b) Algumas larvas rabditoides na região 
perianal se desenvolvem em larvas filarioides e 
penetrarem na região (autoinfecção externa)
2- b) No solo, as larvas rabditoides se 
desenvolvem em larvas filarioides → vermes 
adultos de vida livre macho e fêmea → 
fecundação e produção de ovos → larvas 
rabditoides → larvas filarioides e penetram na 
pele
3- Penetração da larva filarioide na pele 
humana diretamente (2a) ou indiretamente 
(2b), são os casos de heteroinfecção
4- Após penetração, as larvas filarioides, 
através de vasos sanguíneos ou linfáticos 
migram para os pulmões e se desenvolvem L3 
-> L4 -> L5 (em imunocomprometidos algumas 
larvas se disseminam em vários órgãos)
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5- As larvas se disseminam dos pulmões → 
traqueia (deglutição) → esôfago → estômago 
→ intestino delgado 
6- No intestino delgado as larvas se tornam 
vermes adultos fêmeas (partenogênicas) e 
liberam embriões
7- Eclosão do ovo no intestino delgado e as 
larvas rabditoides são liberadas no meio 
ambiente. Algumas larvas rabditoides no 
intestino delgado se tornam larvas filarioides, 
que penetram na mucosa intestinal (causando 
autoinfecção interna)
Manifestações clinicas 
Pulmonar 
- Travessia das larvas dos alvéolos provoca 
hemorragia, edema pulmonar, 
broncopneumonia, insuficiência respiratória, 
febre, tosse com ou sem expectoração, 
crises asmáticas 
Cutânea 
- Pontos de penetração larvas infectantes, 
reação células em toro das larvas mortas, 
pápulas hemorrágicas, edema, prurido 
Intestinal 
- Reação inflamatória leve, dor epigástrica ou 
cólica, náuseas, vômitos, emagrecimento, 
anemia 
Diagnóstico 
- Clínico = inconclusivo 
- Imagem dos pulmões, intestino, pâncreas 
- Imunológico = anticorpos contra antígenos 
parasitários 
- Parasitológico/complementar = pesquisa de 
ovos e larvas nas fezes 
Tratamento 
- Uso de medicamentos antiparasitários como 
cambendazol, tiabendazol, albendazol e 
ivermectina
- O uso de medicamentos corticosteroides 
auxilia no tratamento da hiperinfecção e nos 
quadros pulmonares

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