Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 1 INTRODUÇÃO I A insuficiência cardíaca (IC) é definida como débito cardíaco (DC) inadequada frente as necessidades do organismo. I É uma emergência na infância. I 80-90% ocorre no 1º ano de vida. I Diagnóstico difícil → Por conta da heterogenia do quadro. I Evolução rápida. o Na criança podemos ter uma evolução muito rápida da ICC, podendo chegar até mesmo a um choque cardiogênico muito rapidamente e óbito. I DIFERE DA IC DO ADULTO QUANTO A: o Etiologia o Quadro clínico o Classificação o Tratamento FISIOLOGIA I O débito cardíaco é definido como produto da frequência cardíaca pelo volume sistólico. I O VOLUME SISTÓLICO É MODULADO PELA: o Pré-carga o Pós-carga o Frequência cardíaca o Contratilidade miocárdica ETIOLOGIA I Sobrecarga de volume: Como um defeito do septo ventricular. I Sobrecarga de pressão: Como uma coarctação de aorta, estenose pulmonar crítica, atresia pulmonar. I Obstrução ao retorno venoso pulmonar: Como uma drenagem anômala total de veias pulmonares obstrutivas. I Distúrbios primários do músculo cardíaco: Como cardiomiopatias – hipertrófica, de depósito –. I Alterações da FC: Como taquiarritmias ou bradiarritmias, a mais comum → BAVT. CAUSAS DE ICC EM DIFERENTES FAIXA-ETÁRIAS CAUSAS DE ICC NO PERÍODO NEONATAL I SHVE I EAo/EP crítica: É uma exceção de uma doença obstrutiva DIREITA que evolui com insuficiência cardíaca com baixo débito. MAS A MAIS COMUM É COARCTAÇÃO DE AORTA. I CoAo I IT/IP severas I BAVT I PCA (prematuros) I DATVP (obstrutiva) I Anomalia de Ebstein com insuficiência tricúspide severa. I Distúrbios metabólicos I Fístula AV I Anemia I Sepses I Asfixia I Insuficiência adrenal I Tireotoxicose CAUSAS DE ICC NO PERÍODO DE LACTETNE I CIV I VU sem EP I DSAV I Truncus arteriosus I PCA I AP+CIV+CSP I OACE*: NÃO É MUITO COMUM. I Hipotireoidismo I Miocardite I Cardiomiopatias I Doenças de depósito I Deficiência de carnitina I TSV I Lesões cirúrgicas residuais I Displasia broncopulmonar COMO CONDUZIR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA INFÂNCIA – aula 07 SÍNDROMES OBSTRUTIVAS ESQUERDAS SÍNDROMES OBSTRUTIVAS ESQUERDAS M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 2 CAUSAS DE ICC NO PERÍODO ESCOLAR E ADOLESCENTEE I Doença reumática I Insuficiência valvar I Anomalia de Ebstein I Síndrome Eisenmenger I Pós operatório CC I Miocardites I Síndrome de Marfan I Doença de Kawasaki I EI I QT, radioterapia I Distrofias Musculares I Anemia falciforme I Doenças pulmonares I Insuficiência renal I Colagenoses IMPORTANTE LEMBRAR T4F não causa ICC. CIA RARAMENTE causa ICC na criança. Shunts E-D (defeito do septo AV, persistência do canal arterial) não causam ICC antes de 6-8 semanas de vida (exceção nos pré-termos). COMO CONDUZIR ICC NA INFÂNCIA QUADRO CLÍNICO I O quadro clínico da IC fundamenta-se na presença de sinais e sintomas que decorrem da disfunção do miocárdio e consequentes diminuição do DC, congestão venocapilar pulmonar e sistêmica. DIAGNÓSTICO HISTÓRIA CLÍNICA : I Temos que investigar DISPNEIA AOS ESFORÇOS através de: Pausas mamadas (bebês e lactentes), se para de brincar antes das outras crianças e etc... Quando o bebê sua muito durante a mamada → DIAFORESE. A mãe refere baixo ganho ponderal, infecção respiratória de repetição, tosse noturna e intolerância aos esforços nas crianças maiores. *Edema de MMII não vê muito na pediatria. I 4 SINAIS CARDINAIS: o Taquicardia o Taquipneia o Hepatomegalia o Cardiomegalia *Na ausência de um dos sinais deve-se questionar o diagnóstico de IC. → BAVT: Leva uma bradicardia severa com consequente insuficiência cardíaca em alguns casos. ÚNICO CASO QUE VOU TER BRADICARDIA COM ICC. EXAMES COMPLEMENTARES : I RAIO X DE TÓRAX: o Primeira imagem: Índice Cardiotorácico que consideramos cardiomegalia é acima de 0.45. o Segunda imagem: Imagem de uma ferradura venosa, que provavelmente é uma Drenagem anômala total de veias pulmonares supra cardíaca com aumento da área cardíaca. I ECOCARDIOGRAMA: Eco fetal presença de taquicardia supraventricular e derrame pericárdico. I ELETROCARDIOGRAMA (ECG): Ritmo sinusal com sobrecarga de câmeras direitas M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 3 Arritmia cardíaca I ANGIOTOMOGRAFIA: Servem para documentar a anatomia. I CATETERISMO CARDÍACO: Vemos uma coarctação de aorta nas duas imagens. TRATAMENTO I Alívio dos sinais e sintomas da congestão sistêmica e pulmonar. I Tratar a causa e o fator precipitante. I Melhorar a performance miocárdica I Melhorar a perfusão periférica. I Aumentar o suprimento de O2 para os tecidos. MEDIDAS GERAIS Repouso e sedação. Decúbito elevado. Temperatura corporal. Oxigenioterapia. Oferta Hidrossalina. Nutrição. Distúrbio ácido-base e H-E. Correção de anemia. Tratamento de processos infecciosos associados. Vacinação. TRATAMENTO DA ICC DESCOMPESADA – CHOQUE CARDIOGÊNICO I PENSAR PRIMEIRAMENTE NO A-B-C: I A: via aérea I B: respiração I C: circulação AGENTES SIMPATICOMIMÉTICOS I MECANISMOS DE AÇÃO: o Estimulação dos receptores β1 o Aumento da atividade da adenilciclase – Cálcio intracelular. I EX: o Dopamina o Dobutamina o Epinefrina o Isoproterenol INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE I MECANISMOS DE AÇÃO: o Inibição da subfração III da fosfodiesterase nas células miocárdicas e na musculatura lisa dos vasos. o Aumento da dissociação das pontes de actina-miosina durante a diástole (lusitropismo- aumenta a capacidade de relaxamento do ventrículo) – aumenta o DC. M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – C a r d i o p e d – A n a K a r i n a – P á g i n a | 4 I EX: Milrinona, amirinona. TRATAMENTO DA ICC DESCOMPESADA CRÔNICA DIGOXINA I Inibição da bomba de Na/K ATPase I Ação nos canais lentos de cálcio I Inotrópicos positivos (aumenta contração) I Ação neuro-hormonal (ação anti-aldosterona) I Não influencia na mortalidade I Diminui o número de hospitalizações I Melhora a tolerância aos exercícios FUROSEMIDA I Inibe reabsorção de sódio na alça ascendente de Henle I Potentes I Não alteram mortalidade I Melhora morbidade I Efeitos colaterais: Quando em doses alta → hipopotassemia ESPIRONOLACTONA I Reduz mortalidade e número de hospitalizações I Inibidor da aldosterona I Usa em conjunto com a furosemida CAPTOPRIL I Inibição da formação da angiotensina II I Diminuição da aldosterona I Remodelamento ventricular I Diminuição da atividade simpática I Normalização da função endotelial I Aumento da bradicinina. I Redução na mortalidade em adultos com ou sem ICC. I Os estudos em pediatria são mais raros CARVEDILOL I Bloqueio dos efeitos da norepinefrina I Ação vasodilatadora I Atuam na remodelação ventricular I β bloqueadores não específicos I Ação antioxidante I Ação antiproliferativa do miocárdio I Diminuem mortalidade ICC. I É a única droga que diminui mortalidade na ICC tanto no adulto quanto nas crianças. I Usa com o paciente estável, e dependendo da I doença. I Depois de compensada a IC e com tratamento clínico, fazer o tratamento da patologia de base. TRATAMENTO DA PATOLOGIA DE BASE I Clínico: Miocardite I Fazer imunoglobulinas e corticoides quando tem indicação. I Se tem IC descompensada por uma febre reumática em atividade também faz corticoide I Cirúrgico: CIV, coarctação de aorta I De forma precoce, pode ser de correção total ou paliativo, como na plastia valvar mitral no paciente com doença reumática,cerclagem de artéria pulmonar em bebês pequenos com cardiopatia de hiperfluxo severa que não suporta. I Precoce I Corretivo I Paliativo (plastia valvar mitral) I Cateterismo Intervencionista I Implante de marcapasso biventricular I Implante de CDI I Ressincronização I Transplante cardíaco
Compartilhar