Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino HIPOTÁLAMO • É uma estrutura do diencéfalo que é delimitada anteriormente pela lâmina terminal e posteriormente pelo mesencéfalo. • Encontra-se localizado caudal e ventral ao sulco hipotalâmico. • O seu assoalho é delimitado pelo quiasma óptico, o tuber cinéreo e os corpos mamilares. • Possui diversas funções importantes como a regulação da temperatura, fome, balanço eletrolítico, atividade sexual etc. VISTA INFERIOR – ASSOALHO • Delimitações: quiasma ótico e corpos mamilares, posteriormente há os pedúnculos cerebrais. • Túber cinéreo: é uma estrutura convexa que apresenta uma cor acizentada onde existem diversos corpos de neurônios que regular estruturas do SNC. NÚCLEOS HIPOTALÂMICOS • O hipotálamo apresenta diversos agregados de corpos neuronais considerados núcleos. • As fibras do fórnice dividem o hipotálamo em uma parte medial e lateral. • Os núcleos são descritos de acordo com a região em que eles estão organizados. • Regiões: pré-óptica, supra quiasmática, tuberal e região mamilar. NÚCLEO PRÉ-ÓPTICO • Apresenta corpos celulares em que seus axônios se dirigem para a hipófise. • Estão relacionados a liberação de hormônios que estimulam a liberação de hormônios da hipófise que subsequentemente irão estimular a gônadas. • Relacionado a estimulação sexual. • Os homens apresentam a massa desse núcleo 2 vezes maior que as mulheres. NÚCLEO SUPRAÓPTICO E PARAVENTRICULAR • São responsáveis por secretar a ocitocina e o ADH (vasopressina). • O ADH está relacionado a absorção de água nos tubos contorcidos distais, que são estruturas renais. • A ocitocina está relacionada a contração do útero no momento do parto e a ejeção do leite. NÚCLEO VENTROMEDIAL E DORSOMEDIAL (ÁREA HIPOTALÂMICA LATERAL) Regulam a saciedade. Quando a pessoa acaba de se alimentar o nível de glicose sobe, os neurônios percebem e enviam estímulos nervosos para que seja liberado um sinal de saciedade. - A leptina (indica saciedade) é um peptídeo que é diretamente proporcional à quantidade de tecido adiposo. - Um sistema de recompensa acaba sobrepondo a inibição do núcleo ventromedial por conta do paladar que gera o prazer sobrepondo os sinais anorexistas, ou seja, que vão levar à inibição da alimentação. • A área hipotalâmica lateral é o centro da fome, ou seja, a estimulação dessa área leva ao apetite exacerbado. Caso não haja ingestão de alimentos, esse centro pode levar a um estado de agressividade, por isso algumas pessoas ficam mais agressivas quando estão com fome. • Núcleo ventromedial: gera a saciedade, ou seja, uma resposta anorexígena. • Lesão no núcleo ventromendial irá causar um distúrbio em que a pessoa nunca irá se saciar. • Lesão na área hipotalâmica lateral irá causar um distúrbio em que o indivíduo não tem vontade de se alimentar, a pessoa fica muito sonolenta – condição Endócrino Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino chamada de narcolepsia. Não libera a hipocretina, associada ao ato de comer e de estar alerta. HIPÓFISE • Os axônios dos núcleos supra-óptico e para-ventricular são longos e vão em direção a parte posterior da hipófise terminando na região do infundíbulo. Apresentam função de regulação da glândula hipófise. • A hipófise fica localizada na fossa hipofisal no esfenoide, é coberta por uma parte de dura-máter chamado de diafragma da sela. Tumores geram um abaulamento do diafragma da sela. • A neuro-hipófise é uma evaginação do hipotálamo. • A adeno-hipófise fica a parte porém é controlada pelo hipotálamo, devido aos axônios que emergem do hipotálamo e seguem em direção a hipófise. • Há uma fenda entre a neuro-hipófise anteriormente e adeno-hipófise posteriormente. Nessa fenda a glândula se desenvolve, porém com o passar do tempo essa fenda é obliterada. Se a fenda persistir pode gerar um cisto que irá comprimir a hipófise. • A glândula hipófise é anatomicamente separada em adeno-hipófise (anterior) e neuro-hipófise (posterior). • Neurônios magnos celulares: possuem os axônios mais longos. • Neurônios parvo celulares: possuem os axônios mais curtos. • Os neurônios (magno-celulares) que saem do núcleo supra-óptico e para-ventricular se direcionam para a neuro-hipófise coordenam a liberação de dois hormônios: ocitocina e vasopressina. • Os neurônios parvo-celulares ficam na região proximal e liberam hormônios que irão estimular a adeno- hipófise a liberar outros hormônios que irão regular as glândulas mais periféricas – O comando vem do hipotálamo. • Sistema porta-hipofisário: A secreção dos neurônios parvo-celulares é liberada em uma rede de capilares localizada na parte tuberal, que coleta essa secreção e direcionam pelas veias porta-hipofisárias para uma segunda rede de capilares que está na adeno-hipofise, nessa segunda rede a secreção irá circundar por diversas células especializadas que irão secretar outros hormônios a comando dos neurônios que estão localizados no hipotálamo. Ex.: O hipotálamo libera o TRH, este por sua vez estimula a adeno-hipófise a liberar o TSH que irá para a glândula tireóide para estimular os seus hormônios T3 e T4. • Os neurônios parvo-celulares estão localizados principalmente em outra parte do núcleo para- ventricular e do núcleo arqueado – próximo ao túber cinéreo. NEURO-HIPÓFISE • Fica localizada mais posteriormente. • É como se fosse uma evaginação do hipotálamo. • Acreditava-se antigamente que a comunicação do hipotálamo com a neuro-hipófise era através do líquido cérebro-espinal, hoje em dia sabe-se que é através desses neurônios (magno-celulares) que enviam seus axônios para a neuro-hipófise. • O infundíbulo é o meio de comunicação do hipotálamo principalmente com a neuro-hipófise. OCITOCINA • É secretada pela neuro-hipósife. • Estimula as glândulas mamárias assim como as contrações uterinas VASOPRESSINA • Atua nos ductos contorcidos distais, que são estruturas presentes nos rins. • Promove a reabsorção de água. Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino ADENO-HIPÓFISE • É como se fosse um anexo da neuro-hipófise. • Possui três partes: distal, intermediária e infundibular (tuberosa). • O tuber cinéreo possui uma eminência mediana que é exatamente onde a parte tuberosa da adeno-hipófise está enrolada nessa haste infundibular. • Os neurônios parvo-celulares que terminam na região em que há o sistema porta hipotálamo-hipofisário. • Sistema porta: é onde se tem dois leitos capilares que são separados por alguns vasos – há uma ponte entre esses dois leitos. • Cisto da bolsa de Rathke: ocorre quando a fenda não se fecha completamente, pode pressionar o quiasma óptico e promover a secreção desordenada de hormônios. O acesso para a cirurgia é por uma mini- craniotomia supra-orbitária ou transesfenoidal. GLÂNDULA PINEAL • A principal secreção é a melatonina, que está relacionada com a regulação dos ciclos de sono e vigília. • Localizada entre os coliculos superiores, possui uma base aderida ao diencéfalo. • Com o avanço da idade pode haver depósitos de cálcio na pineal e assim consegue-se visualizar a glândula na ressonância magnética. GLÂNDULA TIREÓIDE • Está localizada no aspecto anterior do pescoço, entre C5 até T1. • Possui uma estrutura de dois lobos conicos, seu ápice de cada lado ascende superiormente e um pouco lateralmente até a linha obliqua da glândula tireoide. • As duas estruturas cônicas são conectadas pelo istmo da glândula tireoide. • Em alguns casos pode ocorrer a presença do lobo piramidal (musculo suspensor), que é um resquício embrionário. • O músculo esternotireoideo limita com que a glândula cresça e ascenda superiormente. • A glândula fica próxima atraqueia, apresenta faces: interna, externa e posterior. • Margens: anterior (aguda), margens posteriores (interna, contato com a traqueia e externa). • Encontra-se fixada na traqueia devido a uma fáscia. VASCULARIZAÇÃO • O sangue oxigenado chega por duas artérias: - Artéria tireoidea superior: sai do aspecto anterior da artéria carótida externa. A artéria tireóidea superior emite o seu ramo que desce pelo músculo tireo-hióideo e chega o ápice da glândula tireoide. No ápice ela se divide em três ramos: duas posteriores (interna e externa) e uma anterior. O ramo anterior se comunica com a artéria tireóidea superior contralateral. - Artéria tireóidea inferior: sai do tronco tireocervical – ramo da artéria subclávia. • As artérias tireóideas superior e inferior fazem anastomoses tanto no aspecto posterior quanto no anterior da glândula. - No aspecto posterior irá ocorrer uma anastomose ipso- lateral com a glândula tireóidea inferior e superior. - No aspecto anterior irá ter comunicações da artéria tireóidea superior com a artéria supra-ístmica contralateral, o mesmo ocorre com a inferior. Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino ARTÉRIA TIREÓIDEA IMA Algumas pessoas podem apresentar. IRRIGAÇÃO • Artéria supraístmica e Artéria infraístmica. DRENAGEM • A drenagem é feita por 3 veias que vão em direção a veia jugular interna: - Veia tireóidea superior, veia tireóidea média e veia tireóidea inferior. • A veia tireóidea inferior desce centralmente anteriormente a traqueia e vai para a veia braquiocefálica. RELAÇÕES COM ESTRUTURAS VASCULONERVOSAS Possui relação com a artéria carótida comum e o nervo laríngeo recorrente pois qualquer manipulação dessa glândula ou lesão irá afetar a fala. CISTOS E DUCTO TIREOGLOSSO • Com o crescimento da glândula ela tende a descer e se fixar na cartilagem tireóidea, porém algumas vezes o ducto tireoglosso não é obliterado e acumula alguns tecidos que poderão desenvolver um cisto. VARIAÇÕES AUSÊNCIA DE ISTMO GLÂNDULA ECTÓPICA COM AUSÊNCIA DE ISTMO MÚSCULO LEVANTADOR DA GLÂNDULA TIREÓIDE Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino LINFÁTICOS • Vão para os linfonodos cervicais profundos (mais superiores), linfonodos profundos inferiores. • A linfa do istmo pode ir para os linfonodos pré- laríngeos ou pré-traqueais. GLÂNDULAS PARATIREÓIDES • São pequenas, estão localizadas posteriormente à glândula tireoide. • São geralmente 4, duas em cada lobo. Porém já foi descrito que uma pessoa pode apresentar de 2 a 8. • São descritas como glândulas ovoides, as mais superiores são achatadas e as inferiores são ovais. • Geralmente estão bem próximas uma da outra. • As superiores se encontram na divisão do terço superior para o terço médio. • As inferiores se encontram na divisão entre a parte inferior e a parte média. VASCULARIZAÇÃO • Ambas são irrigadas pela artéria tireóidea inferior, mas também há a possibilidade de que a glândula paratireoide superior seja irrigada pela artéria tireóidea superior. GLÂNDULA PARATIREOIDE ECTÓPICA • Quando é localizada fora do local em que deveria. GLÂNDULA SUPRARRENAL – ADRENAL • Estão localizadas no colo superior de cada rim. • A glândula suprarrenal direita é um pouco mais triangular com o ápice um pouco mais elevado. • A glândula suprarrenal esquerda possui um formato crescente. • As duas glândulas possuem uma distância entre elas de aproximadamente 5 cm. • Entre elas, as principais estruturas presentes são os pilares direito e esquerdo do diafragma, a veia cava inferior e artéria aorta, assim como os ramos principais desses vasos. • Essa glândula apresenta uma forma variável, pode estar mais apical ou mais anterior, ou mais inferior. RELAÇÕES • A glândula suprarrenal direita está posterior à veia cava inferior, ao fígado e com um pequeno contato com a primeira parte do duodeno. • A glândula suprarrenal esquerda vai se apresentar posteriormente ao estomago, possui relação com o baço, pâncreas. Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino FIXAÇÃO • Embora a glândula suprarrenal tenha uma intima relação com o colo superior do rim, devido a sua fáscia que a recobre, ela está mais associada com o diafragma que é o local em que essa fáscia se fixa, do que o próprio rim que é separado por um septo. • Está embebida no tecido adiposo que circunda o rim. • Quando ocorre uma ptose renal o rim não puxa junto a glândula suprarrenal para inferiormente. • A glândula possui uma fáscia que é contínua aos diversos vasos sanguíneos que chegam nessa glândula, do lado direito se liga ao fígado e ao diafragma e do lado esquerdo se liga ao diafragma principalmente. • No fígado, o ligamento hepatosuprarreno-renal são locais onde a fáscia se fixa nos órgãos. CÓRTEX • Secreta os hormônios: aldosterona, cortisol e hormônios sexuais. MEDULA • Secreta hormônios: catecolaminas, principalmente epinefrina. VASCULARIZAÇÃO • Ocorre basicamente por 3 artérias: artéria suprarrenal superior, média e inferior. • A artéria suprarrenal superior emerge do aspecto anterior da artéria aorta. Essa artéria emite diversos pequenos ramos ao longo da margem superior dessa glândula. • A artéria suprarrenal média emerge também da artéria aorta na altura da artéria mesentérica superior. • A artéria suprarrenal inferior sai da artéria renal e chega na glândula mais inferiormente. DRENAGEM • A drenagem é feita através de uma veia única que sai do hilo da glândula suprarrenal (localizado no aspecto anterior e medial). • A veia da glândula suprarrenal direita é curta e drena diretamente para a veia cava inferior, por conta da proximidade. • A drenagem da glândula suprarrenal esquerda ocorre por meio de uma veia um pouco maior para a veia renal esquerda. • A veia suprarrenal esquerda apresenta uma anastomose com a veia frênica inferior esquerda, isso ocorre como um mecanismo de defesa, pois como ela drena para a veia renal esquerda e a veia renal esquerda passa entre a artéria mesentérica superior e artéria aorta, ela acaba podendo ser pinçada por essas estruturas. INERVAÇÃO • Ocorre basicamente por meio dos gânglios, é uma inervação simpática. • A glândula suprarrenal funciona como se fosse um grande neurônio pós-ganglionar, pois ela libera grande quantidade de epinefrina na corrente sanguínea para preparar o corpo em uma situação de luta e fuga. • A inervação parassimpática vem dos níveis mais baixos da medula, os nervos chegam pelos nervos Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino esplâncnicos até os gânglios celíacos que entram na glândula suprarrenal. LINFÁTICOS • Linfonodos lombares (aórticos e cavais). TESTÍCULOS • São glândulas que vão produzir os hormônios andrógenos nos homens. • São localizados dentro do escroto e envolvidos por diversas camadas que formam um funículo espermático. CÉLULAS DE LEYDIG – CÉLULAS INTERSTICIAIS • A camada mais interna do testículo é chamada de túnica albugínea. • Essa túnica emite feixes para o interior do testículo que o separa em lóbulos, entre esses lóbulos há ductos seminíferos contorcidos que são os locais em que ocorre a produção dos espermatozoides. • As células de leydig são as células que produzem os andrógenos, principal local de produção dos hormônios masculinos. VASCULARIZAÇÃO • Ocorre pelas veias testiculares, que são dois ramos pequenos saindo do aspecto anterior da artéria aorta. OVÁRIOS – CÉLULAS GRANULOSOLUTEÍNIC AS • São responsáveis pela liberação dos hormônios estrógenos produzidos nas células intersticiais chamadas granulosoluteínicas. • Estão localizados na parte posterior do útero e fixados por uma pregade peritônio chamado de mesovário. • A vascularização chega pelo ligamento suspensor dos ovários. • Progesterona: é secretada pelo corpo lúteo. VASCULARIZAÇÃO • Ocorre pelas veias ováricas que emergem do aspecto anterior da artéria aorta e descem em direção aos ovários. DRENAGEM • A veia ovárica direita drena para a veia cava inferior e a veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. LINFÁTICOS • São desenvolvidos na cavidade abdominal, a linfa acaba sendo direcionada para os linfonodos aórticos e lombares. Lara Fernandes – Enf. e Obst UFRJ – Anatomia - Sistema Endócrino PÂNCREAS ENDÓCRINO • É o órgão que secreta principalmente o glucagon e a insulina para regular o metabolismo de glicose. • O pâncreas apresenta uma cabeça, colo, corpo e cauda. • O pâncreas tem relação com a veia cava inferior, com a veia porta, vasos mesentéricos, artéria aorta, veia esplênica. • Encontra-se anteriormente ao rim esquerdo e apresenta uma curvatura próximo ao colo devido as estruturas vasculares e devido a coluna cervical que gera uma pressão. ILHOTAS PANCREÁTICAS • Secretam insulina e glucagon. VASCULARIZAÇÃO • Ocorre principalmente por artérias do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior. • Do tronco celíaco sai a artéria hepática própria e da hepática própria sai a artéria gastroduodenal. Da artéria gastroduodenal saem as artérias pancreáticoduodenais (superior, anterior e posterior). • Da artéria mesentérica superior também sai a artéria pancreaticoduodenal inferior que se divide em anterior e posterior, elas irão irrigar a cabeça do pâncreas. • A artéria esplênica é de grosso calibre e segue tortuosa na margem superior do pâncreas até o baço e posteriormente emite alguns ramos para irrigar o corpo do pâncreas. DRENAGEM • A drenagem irá ocorrer principalmente pela veia porta, formada basicamente pela veia mesentérica superior e veia esplênica. • A veia porta direciona o sangue do sistema digestório para o fígado.
Compartilhar