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As maloclusões

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As maloclusões são desvios da normalidade do arco dental do esqueleto facial ou de ambos, com reflexos variados nas diversas funções do aparelho estomagnático. A respiração nasal, a mastigação e a deglutição são hábitos normais, fisiológicos e funcionais, que favorecem o crescimento facial. Em contrapartida, há hábitos deletérios, não fisiológicos, como a sucção digital, chupeta, mamadeira e a respiração bucal, que podem ocasionar alteração no crescimento e desenvolvimento ósseo, alterações das posições dentárias, do processo respiratório e da fala.
Tipo de Maloclusão pela Classificação de Angle 1907: 
Classe I: a relação anteroposterior dos primeiros molares superiores e inferior é normal. A mandíbula e o arco dentário a ela superposto estão em correta relação mesiodistal com a maxila e demais ossos da face. A cúspide mesio-vestibular do primeiro molar superior oclui no sulco central do primeiro molar inferior. A maloclusão está geralmente confinada aos dentes anteriores. 
Classe II: a arcada inferior se encontra em relação distal com a arcada superior. A cúspide mesio-vestibular do primeiro molar superior oclui no espaço entre a cúspide vestibular do primeiro molar inferior e a face distal da cúspide vestibular do segundo pré-molar inferior. Apresentam duas divisões: Classe II-, divisão 1: ocorre a protrusão dos incisivos superiores que apresentam uma inclinação axial labial. A forma da arcada se assemelha a um 4 "V", está geralmente associada com funções musculares anormais, respiração bucal ou hábitos de sucção de dedo ou língua. Classe II - divisão 2: os incisivos superiores estão com inclinação axial vertical ou lingual. O arco superior geralmente apresenta-se achatado na região anterior, devido à inclinação lingual excessiva dos incisivos centrais superiores. Existe uma sobre mordida vertical excessiva, e o arco inferior apresenta frequentemente curva de Spee exagerada. A função muscular e respiração são normais. Subdivisão - os molares de um lado apresentam relações de classe I e o outro lado em relação de classe II. Recebe a denominação de subdivisões direita ou esquerda, conforme a chave de oclusão de classe II esteja do lado direito ou esquerdo, respectivamente. 
Classe III: o primeiro molar inferior encontra-se em posição mesial na relação com o primeiro molar superior. A cúspide mesio vestibular do primeiro molar superior oclui no espaço entre a cúspide distal do primeiro molar inferior e a cúspide mesio-vestibular do segundo molar inferior. Também neste caso é usada a subdivisão quando existe um lado em chave de oclusão. Os incisivos podem ou não apresentar mordida cruzada, com as faces vestibulares dos incisivos superiores contactando com as faces linguais dos incisivos inferiores. Os incisivos e caninos inferiores encontram-se com excessiva inclinação lingual. Frequentemente a arcada superior está atresiada. A denominação das más posições dentárias individualmente de Lischer, (Moyers, 1991), envolve a adição do sufixo "versão" à palavra indicadora da direção para a qual o dente desvia-se da posição normal. São termos sugeridos por Lischer, usados para demonstrar anomalias individuais dos dentes, na qual influencia a oclusão com mal formação do processo alveolar e sem deformação dos maxilares e das características faciais. A terapia ortodôntica geralmente é efetiva nestes tipos de maloclusões: 
a) Mesioversão - mesial à posição normal.
b) Distoversão - distal à posição normal. 
c) Linguoversão - lingual à posição normal.
d) Lábio ou Vestibuloversão - em direção ao lábio ou à bochecha.
e) Infraversão - aquém à linha de oclusão.
f) Supraversão - além da linha de oclusão.
g) Axiversão - inclinação axial incorreta.
h) Giroversão ou Torsiversão - rotação sobre seu longo eixo. 
i) Transversão ou Transposição - alteração da ordem normal dos dentes no arco
Fatores hereditários e ambientais podem estar relacionados a essas anomalias, nas quais, durante a formação e desenvolvimento orofacial, os ossos maxilares e músculos podem ser afetados, desencadeando alterações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) refere a maloclusão como um dos maiores problemas de saúde bucal, sendo superada apenas pelas doenças cárie e periodontal, e que, por esse motivo, requer destaque na Saúde Pública.
Quando o hábito deletério é suprimido, até os três anos de idade da criança, a incidência de alterações na oclusão é menor, e esta poderá voltar ao seu equilíbrio normal. Quando ele persiste, por mais de três anos, poderá levar a deformações significantes na oclusão, que necessitarão de tratamento ortodôntico futuro.
O aumento progressivo nos índices de má oclusão gerou a necessidade do conhecimento da sua prevalência, a fim de que medidas de promoção de saúde e prevenção possam ser implantadas. Para que medidas de promoção da saúde e prevenção possam ser efetuadas, torna-se necessário o conhecimento da prevalência das más oclusões por meio de levantamentos epidemiológicos básicos, os quais oferecem uma base importante para se avaliar a situação atual e as futuras necessidades de cuidados de saúde bucal de uma população.
Com o objetivo de avaliar associação entre má oclusão e variáveis socioeconômicas, demográficas, hábitos e cuidados em crianças de cinco anos. A amostra consistiu em 441 crianças com cinco anos, cadastradas em nove Unidades de Saúde da Família (USFs) da zona leste de São Paulo. Foram realizados exames bucais e aplicado questionário estruturado aos pais com questões sobre características demográficas, socioeconômicas relativas à família e ao domicílio, e questões relativas aos hábitos, cuidados e internações hospitalares da criança. A análise dos dados consistiu de análise bivariada pelo teste qui-quadrado seguida de modelo de regressão logística múltipla. O resultado: Foi encontrada má oclusão em 41,7% das crianças. Aquelas que usaram chupeta por até dois anos tiveram 1,24 vez mais chance de apresentar má oclusão do que as que não usaram. Crianças que usaram chupeta por mais de dois anos apresentaram 4,08 vezes mais chance de ter má oclusão do que aquelas que não usaram. As que dormiam de boca aberta tiveram 1,72 vez mais chance de apresentarem má oclusão. Crianças que foram internadas por outros motivos tiveram 5,26 vezes menos chance de apresentarem má oclusão que as que foram internadas por alergia ou bronquite. A má oclusão está fortemente associada aos hábitos deletérios, principalmente ao uso da chupeta, acometendo igualmente crianças de diferentes níveis socioeconômicos. Aleitamento materno; má oclusão; comportamento de sucção.
O diagnóstico precoce é de fundamental importância, e os resultados se mostram satisfatórios quando se planeja um tratamento adequado. São importantes a criação de políticas públicas e a implantação do serviço de ortodontia e/ou ortopedia pelo município em estudo, para que as crianças com maloclusão tenham um prognóstico melhor no futuro. É possível concluir que a prevalência de hábitos bucais pode estar associada com o tipo de aleitamento e com a presença de maloclusão chamando atenção para a magnitude do problema na infância. Através de sua formação básica, o cirurgião-dentista, deve conhecer sobre a importância da prevenção e interceptação das más oclusões. O cirurgião-dentista e o odontopediatra devem acompanhar o desenvolvimento das dentições e da oclusão buscando garantir o desenvolvimento potencial de todas as estruturas pertencentes ao complexo bucomaxilofacial e possibilitando o desenvolvimento de suas funções normais. A má oclusão é considerada um problema de saúde pública, em que as estratégias do Sistema Único de Saúde visam garantir de modo integral e com equidade as ações de prevenção e promoção de saúde. Os índices oclusais fornecem a prevalência das más oclusões e isso pode auxiliar em um planejamento de tratamento para a saúde pública com uma melhor utilização de recursos humanos, materiais e financeiros.
Bibliografia
Odonto_03_2016_210-222 4.pdf (cruzeirodosuleducacional.edu.br)v42n3a03.pdf (scielo.br)
Nogueira_JamilleSilva_TCC (2).pdf
3180-Texto do artigo-16351-1-10-20190523 (2).pdf

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