Buscar

SEMINÁRIO Casa IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SEMINÁRIO IV – FLN – EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Paulo José Stramosk 
Questões 
1. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar fiscal? Identificar o 
fundamento e os requisitos legais da medida cautelar fiscal, bem como apontar qual 
o momento oportuno para a sua propositura. (Vide anexos I e II). 
 
A natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar fiscal é 
de ação exacional, esta também é acautelatória. A execução fiscal é regida pela 
Lei n. 6.830/80, enquanto a medida cautelar fiscal é pela Lei n. 8.397/92. 
A primeira é a materialização judicial do conflito entre a 
administração pública e o contribuinte após a constituição da obrigação tributária 
e o inadimplemento por este. 
A segunda busca garantir a eficácia da decisão na execução fiscal, 
por meio de bloqueio de bens do executado e tem como requisitos o perigo na 
demora e a probabilidade do direito invocado pela administração pública. 
Além desses dois requisitos comuns em outras medidas 
acautelatórias, a medida cautelar fiscal requer: a) a constituição do crédito fiscal 
(art. 1º), ressalvados os casos em que o contribuinte devedor, após a notificação 
pela Fazenda para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal tenta transferir 
ou transfere seus bens a terceiros e quando aliena seus bens ou direitos sem 
comunicar à Fazenda Pública; b) além dos requisitos legais previstos nos incisos 
do art. 2º da Lei n. 8.397/92; e c) a a comprovação literal da constituição do 
crédito fiscal e prova documental de algum dos casos previstos no art. 2º da Lei 
n. 8.397/92 (art. 3º da Lei n. 8.397/92). 
Como destacado anteriormente, o momento oportuno para a 
propositura da medida cautelar fiscal é após a constituição do crédito fiscal e, 
sempre quando não houver suspensão de exigibilidade. 
2. A CDA que instrui a petição inicial do executivo fiscal pode ser retificada quantas 
vezes bem entender o Fisco? Quais vícios fundamentam sua retificação? Até que 
momento a CDA pode ser alterada? (Vide anexo III). 
 
A certidão de dívida ativa possui presunção de liquidez e certeza e 
é o instrumento que fundamenta a execução fiscal. 
Essa CDA poderá ser retificada pela Administração Pública sempre 
que for identificado vícios formal e material. O vício formal, nos termos do art. 
2º da Lei 4.717/65, é aquela “omissão ou observância incompleta ou irregular de 
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato”. O Vício Material 
serão aqueles que atingem a composição do fato jurídico e a relação jurídica 
fiscal (SILVA, Renata Elaine. Curso de Decadência e de Prescrição no Direito 
Tributário São Paulo: Noeses, 2013, p. 194-195 in MENDONÇA, Mauritânia Elvira 
de Souza. Lançamento tributário: vícios materiais e formais para fins do art. 173, 
II, do Código Tributário Nacional, visualizado em 
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/6219). 
Não há uma limitação de vezes que essa CDA possa ser retificada, 
mas somente poderá ocorrer até a decisão de primeira instância, nos termos do 
art. 8º, § 2º, da Lei n. 6.830/80. 
Inclusive há Súmula do STJ sobre o tema, conforme verbete 
sumular n. 392: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa 
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de 
erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”. 
 
3. Considerando as alterações relativas ao processo de execução trazidas pelo CPC/15, 
pergunta-se: 
 (a) Aplicam-se os arts. 915 e 919 do CPC/15 nos processos de Execução Fiscal? (Vide 
anexo IV); 
 
Como visto nos seminários anteriores, a aplicabilidade do CPC ao 
processo tributário é subsidiário e complementar. 
Com isso em foco, tem-se que o art. 915 do CPC não se aplica aos 
casos de execução fiscal, uma vez que há previsão específica sobre o tema no 
art. 16 da Lei n. 6.830/80. 
Em relação ao art. 919 do CPC, me parece que em uma análise 
sistémica da lei de execução fiscal, em especial dos artigos 24, I e 32, § 2º, tem-
se que os embargos à execução fiscal, propostos após a garantia do juízo, 
conduzem à concessão automática de efeito suspensivo à peça defensiva, o que 
afasta a aplicação do referido artigo do código de ritos. 
Contudo, o STJ possui entendimento consolidado quanto à 
aplicação do art. 919 do CPC às execuções fiscais. 
 
 (b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito de, no prazo de 5 dias da sua 
citação, “garantir a execução”? Justifique sua resposta. 
 
O art. 8º da Lei n. 6.830/80, expressamente prevê o prazo de 5 
dias para o executado, após sua citação, pagar a dívida ou garantir a execução. 
Logo, uma vez que a lei especial (art. 8º da Lei n. 6.830/80) afasta 
a aplicabilidade da lei geral (CPC), o referido prazo (5 dias) é aplicável na 
execução fiscal. 
 
4. Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do contribuinte-devedor 
previsto no art. 185-A do CTN (conhecido como penhora “on-line”). Pergunta-se: (i) 
Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de penhora ou de medida cautelar? 
(ii) A decretação da indisponibilidade a que se refere o art. 185-A do CTN é fato 
jurídico suficiente à abertura de prazo para apresentação de embargos? (iii) Quais 
seus pressupostos e limites legais? É necessária demonstração por parte da Fazenda 
de que inexistem outros bens capazes de garantir a dívida? Ou aplica-se o art. 854 
do CPC/15? (Vide anexo V e VI). 
 
A natureza jurídica da “penhora on-line” é de ato executivo, ou seja, 
de ato promovido em execução com o objetivo de satisfazer pretensão líquida, 
certa e exigível, o que permite afirmar que é espécie de penhora e, não, de 
medida cautelar. 
A penhora on-line não é ato suficiente para a abertura do prazo dos 
embargos, que terá seu termo inicial com a lavratura do termo de penhora após 
a transferência dos valores constritos à conta judicial vinculada ao processo de 
execução fiscal. 
Constitui pressupostos para concessão da penhora on-line a 
constituição do crédito tributário, a citação do responsável pelo adimplemento da 
obrigação e a ausência de nomeação de bens à penhora. 
Quanto ao limite da penhora on-line, o art. 185-A, § 1º, do CTN 
impõe que será o valor total exigível. 
Em que pese o STJ entender que não é necessário o esgotamento 
das buscas por bens penhoráveis para permitir a penhora on-line, entendo que 
em uma análise conjugada dos art. 805 e 854 do CPC impõe o esgotamento das 
vias menos gravosas de satisfação do crédito antes do deferimento da penhora 
on-line. 
 
5. Na execução fiscal o devedor-executado é citado para pagar ou indicar bem(ns) à 
penhora em cinco dias. Na hipótese de oferecimento de seguro-garantia, terá o 
devedor-executado que acrescentar 30% do valor do débito executado ao seguro 
para que essa modalidade de garantia seja aceita? Considere em sua resposta o teor 
do art. 7º, II da Lei n. 6.830/80 e o § 2º do art. 835 do CPC/15. 
 
O STJ, por meio de julgados das 1ª e 2ª Turmas (AgInt no REsp. 
n. 1.760.556/GO e AgInt no REsp n. 1.316.037/MA), consolidou entendimento 
de que garantia da execução fiscal com seguro-garantia não requer o acréscimo 
de 30% do valor do débito, uma vez que a cobrança desse percentual é exigência 
mais gravosa e somente se aplica no caso de substituição da penhora. 
Portanto, em uma análise do sistema processual tributário, em 
especial dos art. 7º, II, da Lei n. 6.830/80 e 835, § 2º, do CPC, é permitida a 
garantia da execução, por intermédio do seguro garantia, sem a incidência da 
segunda parte do § 2º do art. 835 do CPC. 
 
6. Qual o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal? Há alguma 
divergência entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC/15? (Vide anexo VII). 
 
Nos termos do art. 185 do CTN o termo inicial para a consideração 
da fraude à execução é a data do ato da inscrição em dívida ativa. 
Logo, para o direito tributário, diferente do que prevê o art. 792 do 
CPC, não é necessário a existência de averbação no registro de imóveis para o 
reconhecimentoda fraude à execução. 
 
7. A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, execução fiscal contra a empresa XPTO, 
requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal para seu sócio Luis Antônio, 
com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por fundamento fático o encerramento irregular 
da sociedade. Considerando a vigência do novo Código de Processo Civil, pergunta-se: 
 a) é necessário, no caso relatado, a instauração do incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica (IDPJ)? Sendo negativa ou positiva a resposta, justifique? Se for 
negativa em que hipóteses o IDPJ seria cabível?. 
 
Cabe destacar que na esfera administrativa a Administração Pública 
possui ferramenta específica para responsabilizar os sócios da empresa em razão 
do encerramento irregular da sociedade, que é o Procedimento Administrativo de 
Reconhecimento de Responsabilidade – PARR, instituído pela Lei n. 10.522/2002 
(art. 20-D) e regulador pela Portaria PGFN n. 948/2017. 
Caso não instaurado o procedimento administrativo próprio, é 
possível à Fazenda Nacional promover demanda de execução fiscal diretamente 
contra a empresa e seus sócios, em especial quando comprovada a existência de 
dolo ou fraude. 
Não existindo provas antecipadas do dolo ou da fraude cometida 
pelos sócios, deverá ser instaurado incidente de desconsideração de 
personalidade jurídica. 
 
 b) uma vez instaurado o IDPJ, a defesa apresentada pelo sócio ou pessoal jurídica que se 
pretende atribuir responsabilidade pela obrigação tributária pode versar sobre o mérito 
da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de 
sua responsabilização patrimonial pela dívida objeto da execução fiscal? 
 
A defesa do sócio, inicialmente, será restrita à impugnação das 
razões para a desconsideração da personalidade jurídica, uma vez que esse é o 
objetivo da demanda de desconsideração da personalidade. 
Posteriormente, caso provido o incidente, ao sócio deverá ser 
permitido apresentar defesa quanto ao mérito da cobrança (inexigibilidade do 
crédito tributário). 
 
8. Em sua opinião, para que a execução fiscal seja proposta já com o sócio no pólo passivo 
(seu nome consta na certidão de dívida ativa) é necessário que participado do processo 
administrativo para apuração de sua responsabilidade? Justifique sua resposta 
indicando o dispositivo normativo processual (CPC/2015 ou lei de execução fiscal) que 
confirma ou infirma a legitimidade passiva do sócio na execução fiscal. 
 
Em regra, o sócio deverá participar do procedimento administrativo 
de reconhecimento da responsabilidade – PARR, como informado na resposta 
anterior, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa. 
Contudo, uma vez que a inscrição em dívida ativa possui presunção 
de certeza e liquidez (art. 3º da Lei n. 6.830/80), pode a Administração Pública 
lançar a CDA em nome do sócio, para permitir a propositura de execução fiscal 
diretamente contra este, e transferir a responsabilidade de produção da prova 
em contrário ao sócio (STJ, REsp n. 1.104.900/ES, rela. Mina. Denise Arruda, 1ª 
Turma, DJe de 1-4-2009). 
Sacha Calmon, citada por Rafael Fernandes Matias (O 
redirecionamento da execução fiscal e a supressão do processo administrativo 
fiscal em relação ao responsável tributário, Monografia apresentada ao curso de 
especialização em Direito Tributário do IBET, Salvador, 2013, visualizado em 
https://www.ibet.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Rafael-Fernandes-
Matias.pdf) demonstra o entendimento seguido por magistrados quanto ao tema 
e a violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa: 
https://www.ibet.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Rafael-Fernandes-Matias.pdf
https://www.ibet.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Rafael-Fernandes-Matias.pdf
 
Em face do exposto, e em resposta a pergunta, em uma análise pautada 
no princípio da legalidade, é obrigatória a participação dos sócios nos processos 
administrativos de reconhecimento de responsabilidade para permitir a ampla defesa e 
o contraditório. 
Contudo, não é incomum encontrar casos em que a Administração Pública 
reverte o ônus da prova quanto à (in)existência de irregularidades que permitam a 
satisfação dos crédito tributários com a constrição dos bens dos sócios ao incluir seus 
nomes nas inscrições de dívida ativa sem o devido e prévio debate na esfera 
administrativa.

Continue navegando