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Ventilação pulmonar: é o processo de movimento do ar pelas vias do sistema respiratório em um minuto. A sua função é renovar o ar nas vias aéreas para que ocorra a troca gasosa. A respiração pulmonar é realizada através da inspiração e expiração. VE =FR x VC VE: ventilação FR: frequência respiratória VC: volume corrente Tipos de ventilação pulmonar: Mecânica respiratória A ventilação pulmonar é um processo feito em dois tempos: • Inspiração: é o movimento em que o ar entra nas vias aéreas pressão alveolar < pressão atmosféria = entrada de ar Centro Respiratório: a contração da musculatura respiratória inspiratória resulta em: ↑ diâmetros torácicos ↑ Volume Pulmonar ↓ Pressão Alveolar e o ar entra. Antes de iniciar a inspiração: as forças de recuo elástico dos pulmões (tende retrai) e da caixa torácica (tende a expandir) são equivalentes e possuem direções opostas. Ao final da inspiração: a força de recuo elástico dos pulmões supera a força de recuo elástico da caixa torácica. • Expiração: é o movimento de saída do ar das vias aéreas Na expiração em repouso os pulmões e a caixa torácica retornam ao seu estado pré inspiratório passivamente (não tem gasto de energia) resulta em: ↓ Diâmetros Torácicos ↓ Volume pulmonar ↑ Pressão Alveolar = saída do ar LEI DE BOYLE: P = F/A e P1.V1 = P2.V2 Pressão é uma grandeza física escalar definida pela razão entre a força aplicada e sua área de contato. A pressão é uma variável de estado dos gases e é resultado das colisões das partículas do gás contra as paredes do recipiente (nesse caso os pulmões) que o contém. Em regiões de grande altitude há uma menor quantidade de partículas do ar por unidade de volume, por isso a pressão será menor. Quanto maior for o número de partículas, mais colisões acontecerão e a pressão exercida será maior. O ar sempre se movimenta do local de maior pressão para o local de menor pressão. A pressão é causada pelo choque das moléculas de gás na parede do recipiente. O diafragma é um músculo muito importante que atua em nossos movimentos de respiração (inspiração e expiração). Ao inspirarmos o ar, o diafragma e os músculos intercostais se contraem. O diafragma desce e as costelas sobem, fazendo com que haja aumento do volume da caixa torácica e forçando o ar a entrar nos pulmões. O diafragma é uma estrutura crucial para tornar a respiração possível. Enquanto todos os outros músculos alteram principalmente o diâmetro ântero-posterior da cavidade torácica, o diafragma aumenta e reduz a cavidade ao movimentar-se para cima e para baixo. Essa ação também expande e contrai os pulmões. O diafragma tem formato de cúpula e separa as cavidades abdominal e torácica. Durante a respiração, ele é o principal músculo da inspiração. Forças que atuam na respiração É necessário compreender 3 diferentes pressões, no que diz respeito à mecânica da respiração: Pressão alveolar: É a pressão encontrada dentro dos alvéolos. Para que o ar entre nos pulmões, a pressão alveolar deve diminuir, exercendo uma força que impulsiona o ar para dentro (um flúido, como o ar, tende a se deslocar do local onde a pressão é maior para o local onde a pressão é menor). Pressão intrapleural: É a pressão encontrada na cavidade pleural. Essa pressão é negativa; isso causa a aderência entre as pleuras. Quando essa pressão se torna mais negativa, o pulmão tende a se expandir, é causada pela tensão superficial, pela elasticidade dos pulmões e pela elasticidade da cx tc. Quando essa pressão se torna menos negativa (mais ainda assim negativa) o pulmão tende a se retrair. O surfactante pulmonar é um líquido que reduz de forma significativa a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar, prevenindo o colapso durante a expiração. Tensão Superficial: Tende a colabar os alvéolos (surfactante diminui esta força) Elasticidade Pulmonar: Tende a colabar os alvéolos (quando os pulmões se distanciam da parede torácica, a cavidade pleural aumenta, o que diminui a pressão e a pressão negativa atua como uma força sucssora mantendo os pulmões inflados. Elasticidade da Parede Torácica: Tende separar a parede torácica dos pulmões (a pressão negativa atua como uma força sucssora mantendo pulmões e parede torácica unidos) Pressão transpulmonar: É a diferença entre as duas pressões acima, ou seja, é a diferença de pressão entre o interior dos alvéolos e a superfície do pulmão. Portanto, quanto maior a pressão transpulmonar maior a quantidade de ar que entra nos pulmões. Pneumotórax: (Patm > Pintrapl) é a presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana fina, transparente, de duas camadas que reveste os pulmões e o interior da parede torácica), resultando em colapso parcial ou total do pulmão. Os sintomas incluem dificuldade respiratória e dor torácica. A diferença entre a pressão alveolar e a pressão intrapleural (pressão transpulmonar) gera a sucção que mantêm os pulmões inflados, a causa disso é o gradiente de pressão entre a pressão atmosférica e a pressão intrapleural. Os pulmões são completamente separados. Cada um possui sua própria cavidade pleural e membranas pleurais. Sequência de eventos durante a respiração: Antes da inspiração começar, quando a glote está fechada, a pressão intrapleural é de -5cm de H2O. Já a pressão alveolar é 0. No começo da inspiração, os músculos da inspiração se contraem, aumentando o volume torácico/pulmonar. Quando o volume pulmonar aumenta, a área superfície do interior dos alvéolos aumenta, diminuindo assim a pressão alveolar (-1cm de H2O). A pressão alveolar se torna, portanto, menor que a pressão atmosférica. Portanto, o ar tende a entrar no pulmão, pois os flúidos se movem do local de maior pressão para o local de menor pressão. A pressão intrapleural também cai durante a inspiração (-7,5cm de H2O) por que, conforme o pulmão se expande, sua retração elástica aumenta levando a pressão pleural a diminuir. No momento da expiração, os músculos, que estavam contraídos, relaxam, diminuindo novamente o volume pulmonar. A pressão alveolar e a pressão intrapleural retornam aos valores iniciais, e o ar sai dos pulmões. EVENTOS DURANTE A INSPIRAÇÃO Contração do Diafragma e Intercostais Externos ↑ Volume da Cavidade Torácica Pressão Intrapleural Torna-se + Negativa Pulmões Expandem Pressão Alveolar Torna-se Negativa Entrada de Ar EVENTOS DURANTE A EXPIRAÇÃO Relaxamento do Diafragma e Intercostais Externos ↓ Volume da Cavidade Torácica Pressão Intrapleural Torna-se - Negativa Pulmões Recuam Pressão Alveolar Eleva-se Acima da Pressão Atmosférica Saída de Ar No espaço morto anatômico: parte do ar que a pessoa respira jamais alcançará as áreas onde ocorrem as trocas gasosas, preenchendo apenas as vias aéreas onde não ocorrem trocas, como nariz, faringe e traqueia. Durante a inspiração e expiração, o ar passa por diversos e diferentes segmentos que fazem parte do sistema pulmonar que forma a via condutora de ar para o pulmão que não participa da hematose pulmonar, sendo o espaço alveolar a última região atingida pelo ar inspirado, onde ocorre a hematose pulmonar. O volume total de ar que cabe no sistema respiratório é a capacidade pulmonar total (CPT) e corresponde, num adulto, a dividido ou menos 6,5 litros e numa criança cerca de 2 litros. Volume Corrente: volume de ar inspiração e expiração em cada ciclo ventilatório Volume de Reserva Inspiratório: volume de ar que ainda pode ser inspirado ao final de uma inspiração do volume corrente Volume de Reserva Expiratório: volume de ar que por meio de uma expiração forçada pode ser exalado ao final da expiração do volume corrente Volume Residual: volume de ar que permanece nos pulmões mesmo ao fim da mais vigorosa das expirações Capacidade Inspiratória: soma do VC e VRI Capacidade Funcional Residual: soma do VRE e VR Capacidade Vital: soma do VRI,VC e VRE Capacidade Pulmonar Total: soma do VRI, VC, VRE e VR FATORES QUE INTERFEREM NA VENTILAÇÃO Resistência das vias áereas (vvaa): o grau de dificuldade que o fluxo de ar tem para se movimentar através das vias aéreas, sendo esse um parâmetro importante na avaliação funcional pulmonar, ocorre no brônquios. Fatores que afetam a resistência das vvaa: • Compressão dinâmica das VVAA • Substâncias irritantes inaladas • Sistema Nervoso Autonômo (SNA) • Substâncias liberadas na corrente sanguínea Elasticidade pulmonar: decorrente da riqueza pulmonar em fibras elásticas e que tende a retrair o pulmão. Elasticidade da caixa torácica: decorrente da estrutura da parede e que tende a expandir o tórax. O diafragma desce e as costelas sobem, fazendo com que haja aumento do volume da caixa torácica e forçando o ar a entrar nos pulmões. Com a expiração ocorre o inverso. O diafragma e os músculos intercostais se relaxam, subindo o diafragma e baixando as costelas. Fluxo aéreo: são basicamente dois tipos de fluxos: Laminar e turbulento. O fluxo laminar se caracteriza por linhas de fluxo organizadas e paralelas ao tubo, o turbulento é caracterizado por desorganização das linhas de fluxo formando redemoinhos. Se o fluxo será laminar ou turbulento depende do número de Reynolds = 2rvd/n, onde r é o raio, v a velocidade, d a densidade e n a viscosidade. Assim quanto maior o número de Reynolds, maior a turbulência. O gás Hélio é exemplo de gás de baixa densidade que diminui o número de Reynolds, sendo usado em ventilação mecânica objetivando reduzir a resistência das vias. A broncoconstrição é o estado no qual o músculo liso presente na parede brônquica se contrai levando a uma redução na passagem de ar pelas vias aéreas, estimulado dos receptores colinérgicos, há liberação de histamina pelos mastócitos em reações alérgicas. A broncodilatação é a dilatação das paredes musculares dos brônquios, que aumentam o seu diâmetro interno para permitir um maior fluxo de ar. Os estimulantes dos receptores beta-2, são usados para causar este efeito (são receptores adrenérgicos B) O surfactante previne atelectasia e edema devido a diminuição da tensão superficial devido a diminuição da tensão superficial na interface ar (liquido alveolar: com isso melhora as trocas gasosas e diminui o trabalho respiratório tendo ainda trabalho lubrificante, protegendo as vias aéreas e promovendo o transporte mucociliar. Desse modo temos que as funções principais do surfactante são: diminuir a tensão superficial ar) liquido, manter a estabilidade alveolar impedindo o seu colapso no final da expiração, diminuir a vasoconstricção do leito sanguíneo pulmonar, diminuir a resistência vascular pulmonar aumentando assim a perfusão pulmonar. Mantêm os alvéolos relativamente secos (evitando a edema pulmonar) e promove estabilidade dos alvéolos (evitando atelectasia dos alvéolos menores) Síndrome do desconforto respiratório do recém nascido É consequências da falta de surfactante, afeta as seguintes áreas: os pulmões ficam rígidos, áreas de atelectasia e os alvéolos ficam cheios com transudato. Diferenças regionais de ventilação: De acordo com a região pulmonar a ventilação sofre diferenças: as regiões inferiores ventilam melhor que as superiores. Isso é explicado pela pressão intrapleural menos negativa nas zonas inferiores proporcionando baixo volume pulmonar por unidade. A complacência é maior a baixos volumes (base), pois a altos volumes o pulmão se torna mais rígido (ápice). Deste modo, o ápice é mais expandido e menos ventilado e a base é menos expandida e mais ventilada. Propriedades elásticas da parede torácica Quando a parede torácica esta na CRF sua retração elástica é dirigida para fora e auxilia na inspiração. Nesta mesma posição o pulmão toma direção oposta à parede torácica e auxilia na expiração. Essas forças opostas é que proporcionam a pressão subatmosférica intrapleural, deste modo quando há um desequilíbrio nestas forças (pneumotórax) a parede torácica salienta-se para fora e o pulmão para dentro. A capacidade residual funcional (CRF) representa a posição de equilíbrio do sistema respiratório, assim qualquer volume acima da CRF torna a pressão global de retração do sistema respiratório maior que a pressão atmosférica tendendo à redução do volume pulmonar e o oposto ocorre com diminuição do volume abaixo da CRF. Propriedades não elásticas dos pulmões e Resistência ao fluxo aéreo Enquanto que as forças elásticas do pulmão se opõem à expansão pulmonar, as forças viscosas e de atrito impedem o fluxo aéreo para dentro e para fora do pulmão. Resistência: quanto mais avançada a geração da via aérea maior a área de secção transversal e menor a resistência. O volume pulmonar é outro fator que exerce um efeito importante na resistência das vias aéreas. Os brônquios são suportados pela tração radial do tecido pulmonar circundante, e o seu calibre é aumentado à medida que o pulmão se expande. O tônus das células musculares lisas que circundam as vias aéreas, afeta seu calibre e, consequentemente, a resistência ao fluxo aéreo. O músculo liso brônquico está sob controle do sistema nervoso autônomo e sofre influência também de hormônios circulantes (acetilcolina e norepinefrina), de partículas inaladas (fumaça, poeira) e de substâncias químicas liberadas por células da árvore traqueobrônquica (histamina, prostraglandina E). O calibre das vias aéreas também é influenciado pela pressão transpulmonar ou transmural das vias aéreas. Trabalho da respiração: As pressões criadas no sistema respiratório (paciente e circuito), nas diferentes fases do ciclo respiratório e ao longo do tempo, são determinadas principalmente pelos componentes elástico e resistivo. O componente elástico é determinado pela retração elástica dos pulmões e da caixa torácica, enquanto o resistivo é decorrente do atrito originado pela movimentação gasosa em todos o percurso de movimentação, as forças resistivas são das vias aéreas. Complacência é uma medida da resistência de um órgão oco ao recuo às suas dimensões originais com a remoção de uma força compressiva ou distensiva. É um termo recíproco à elastância. Durante a inspiração, o diafragma e os músculos intercostais contraem-se, aumentando o volume interno da caixa torácica. Desse modo, o ar entra nos pulmões. Na expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, diminuindo o volume interno da caixa torácica e determinando a saída de ar dos pulmões. No processo de ventilação, as costelas acompanham a variação do volume da caixa torácica. Na inspiração elas se elevam e, na expiração, elas se abaixam. Antes de alcançar os pulmões, nos quais ocorrem as trocas gasosas, o ar entra no organismo pelas narinas, passa pelas fossas nasais, pela faringe, pela laringe e pela traqueia. Na laringe é estão localizadas as pregas vocais, que faz parte do sistema de fonação (produção de som). Durante a expiração, o ar passa por elas e possibilita a produção de som. Além das cordas vocais, a língua, a cavidade bucal, os lábios e a cavidade nasal também participam do processo de fala. A traqueia (um tubo de aproximadamente 10 centímetros de comprimento) possui paredes reforçadas por anéis cartilaginosos, os quais a mantêm sempre aberta. Em seu prolongamento, a traqueia se divide em dois grandes tubos: o brônquio direito e o brônquio esquerdo, os quais também possuem anéis cartilaginosos em suas paredes. Como o próprio nome sugere, o brônquio direito segue para o pulmão direito e o brônquio esquerdo, para o pulmão esquerdo. A função do muco é evitar que substâncias presentes no ar, como poeira, microrganismos e outras partículas em suspensão entrem em contato com o pulmão. Os cílios deste epitélio possibilitam que o muco cheio de partículas seja expelido pela garganta oupelas fossas nasais. Quando essas partículas ficam presas nas fossas nasais, elas podem ressecar, ficando mais endurecidas. Como o revestimento dessas fossas é delicado, recomenda-se retirar o muco apenas assoando o nariz. A tosse também evita que materiais presentes no ar entrem em contato com o pulmão. A hematose (troca gasosa) é o processo em que o oxigênio presente no ar vai passar para o sangue. Ao mesmo tempo, o gás carbônico presente no sangue passará para os ductos alveolares. https://planetabiologia.com/hematose-pulmonar-troca-gasosa/ É portanto um processo que ocorre junto com o sistema circulatório. Todo processo de respiração pulmonar tem a finalidade de levar o ar até os ductos alveolares no interior dos pulmões. E aí que vão ocorrer as trocas gasosas. https://planetabiologia.com/sistema-circulatorio/
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