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M.A.D 2 Infecções Virais do Sistema Respiratório Conceitos • Gripe = influenza virus • Resfriado é causado por outros vírus Trato respiratório - É a principal via de entrada do vírus no organismo - Mecanismos de defesa compreendem: células epiteliais ciliadas, muco, anticorpos IgA, células fagocitárias alveolares, dentre outros. Alguns desses mecanismos auxiliam na remoção de partículas estranhas. - Vírus ultrapassam essas barreiras, principalmente quando há um imunocomprometimento. - O comprometimento dos cílios e muco levam ao aumento da frequência de doenças respiratórias (ex: fumantes e fibrose cística) - Células responsáveis pela secreção de muco : defensivas e catelicidinas - Inicialmente os agentes se replicam nas células epiteliais, produzindo uma infecção localizada, podendo ser disseminada rapidamente com o auxílio dos fluídos locais. - A infecção pode ficar restrita ao trato respiratório superior ou invadir o trato respiratório inferior Processo de reconhecimento de patógeno As células do sistema imune reconhecem os PAMPs do patógeno através de receptores (TLR) -> recrutamento de proteínas adaptativas -> recrutamento e ativação de proteínas quinases -> ativação dos fatores de transcrição -> transcrição gênica -> expressão de citocinas inflamatórias, quimiocinas, moléculas de adesão endotelial, moléculas co-estimulatorias -> citocinas antivirais Vírus que causam infecções localizada no trato respiratório - Vírus da influenza - Vírus Respiratório Sincial - Coronavírus - Vírus Parainfluenza - Metapneumovírus - Rinovírus - Adenovírus Vírus que infectam através do trato respiratório e causam infecção disseminada (entram pelo trato respiratório mas causam infecção em outros órgãos) - Vírus da Caxumba - Vírus do Sarampo - Vírus da Rubéola Transmissão viral - A excreção das partículas virais pela via aérea para o ambiente, favorece a rápida disseminação viral entre os indivíduos. – A transmissão pode ocorrer através de contato direto, pessoa-pessoa e contato indireto Manifestação clinicas associadas á viroses respiratórias - No trato respiratório superior: coriza, tosse, faringite, febrefaringo-conjuntival, cefaleia e mal estar M.A.D 2 - No trato respiratório inferior: bronquite, bronquiolite, pneumonia – Em ambos os casos pode haver febre Vírus influenza - Possui 3 gêneros: A (hospedeiro animal e humano -> equinos, suínos e humanos), B (hospedeiro humano) e C (hospedeiro humano) - Material genético = RNA de fita simples segmentada - É um vírus envelopado (nesse envelope possui 2 proteínas : HA e a NA) Estrutura antigênica Antígenos tipo-específicos: classificam os vírus nos tipos A, B - NP: nucleo proteína (associada ao genoma) - M1: proteínadematriz (capsídeo) - M2: proteína de membrana(envelope) Antígenos sub-tipo específicos: classificam os vírus em tipos sorológicos (H1N1, H2N2, H2N5,...) - HA: Hemaglutinina (envelope) –> aglutina hemácias (está relacionada a ligação do vírus ao receptor celular) - NA: Neuroaminidase (envelope) -> cliva o ácido neuramínico (presente no muco) e gera liberação dos novos vírions, é a mais abundante glicoproteína do envelope. Replicação 1- Ligação de HA a resíduos de ácido siálico (mecanismo de adsorção) 2- Penetração por endocitose. 3- Replicação e transcrição ocorre no núcleo cellular (polimerases viral) 4- Montagem da partícula viral também ocorre no núcleo e, 5- O vírus é liberado por brotamento (onde recebe o envelope) Variação antigênica Drift - São pequenas mutações que o vírus pode sofrer - Ocorre com influenza A, B e C - Um pequeno número de alterações (mutações) que ocorrem lentamente - Gera mudanças proeminentes no HA, mas pode ocorrer em qualquer gene viral. - É a principal responsável pelas alterações anuais da vacina (por isso temos que tomar várias doses de algumas vacinas) - Pode resultar em violação de barreira de espécie (o vírus do cachorro pode afetar a gente) e pandemia Shift - Deu merda, deu ruim - Ocorre apenas no influenza A - Grandes mudanças que ocorrem rapidamente - É a principal responsável pelas pandemias - Resulta no embaralhamento e rearranjo de genes - Exigências : genoma segmentado, vários subtipos HA e NA, reservatório de animais (aves aquáticas, selvagens), espécies suscetíveis à gripe aviária e humana (suína) M.A.D 2 Comparação entre influenza A, B e C Pandemias por influenza A Patogênese do influenza vírus Influenza epidêmico - Replicação epitélio ciliado da nasofaringe, morte celular por necrose e, consequente descamação. - Grande produção de partículas virais no trato respiratório superior, propagando a doença para outros hospedeiros - Produção de muco e movimento ciliar podem impedir a progressão da infecção. Influenza epidêmico (O VÍRUS DE MAIOR GRAVIDADE) - Infecções de células brônquicas e pneumócitos - Disseminação para sistema respiratório inferior por viremia ou célula a célula. - Células ciliadas colunares: vacuolizadas (perda de cílios – descamação), edema de submucosa, resposta inflamatória, infiltração de neutrófilos e mononucleares, lesão tecidual, intensa resposta inflamatória e resposta citotóxica (NK e TCD8) Transmissão - Contato direto (pessoa a pessoa) – Aerossóis – Fomites e superficies contaminados – Período de incubação de 24-72h - A TRANSMISSÃO OCORRE 24h ANTES DOS SINTOMAS!!! Pode persistir por até 7 dias depois do inicio do quadro. Manifestações clínicas Sintomas primários - Febre (38 a 40°C), calafrios, dor de cabeça, mialgia - Tosse não produtiva - Crianças podem apresentar dor abdominal, vômitos, diarreia - Idosos a evolução pode ser insidiosa, com febre baixa ou ausente, confusão mental e adinamia. - Pacientes imunodeprimidos também podem ter apresentações clínicas pouco características. - Potencialmente grave, mesmo em pacientes geralmente saudáveis Complicações - Jovens e idosos são mais suscetíveis - Pneumonia viral e pneumonia secundária bacteriana - Encefalite M.A.D 2 - Síndrome de Reye (se desenvolve através do uso de aspirina por crianças - é muito rara, potencialmente fatal, inflamação e inchaço do cérebro e degeneração e perda da função hepática) Diagnóstico - Suspeita clinica – Detecção vírus (swab nasal) – Cultura, antígeno (DFA), ou detecção genoma (RT-PCR) Tratamento - Fármacos que agem no M2 bloqueadores de canal = Amantidine e rimantadine - Fármacos inibidores de Neuraminidase (inibem a liberação do vírus e promovem a agregação de partículas) = Oseltamivir (Tamiflu - oral), zanamivir (inalada) e peramivir (IV) - Não usar Antibióticos (usar apenas a menos que haja preocupação com superinfecção bacteriana) Prevenção - Lavagem das mãos - Uso de álcool gel - Vacina (inativada e fragmentada) - 3 cepas (2 influenzas A e 1 influenza B) M.A.D 2 Resposta imune Vírus sincicial respiratório (RSV) - Família Paramyxoviridae - Gênero: Pneumovirus - Grupos A e B - Partícula viral: 100-350nm - Genoma: ssRNA negativo, associado a proteínas necessárias para a replicação viral - Envelope: proteína G (adsorção) e proteína F (fusão) - Acomete principalmente os brônquios (principal responsável pela bronquiolite) Replicação viral - Adsorção : proteína G com diferentes receptores celulares (nucleolina e molécula de adesão intracelular) - Penetração : Entrada por fusão de membranas. - Replicação e montagem : replicação e transcrição ocorrem no citoplasma - Liberação : por brotamento. Patogênese - Replicação na nasofaringe: camada superficial do epitélio respiratório, macrófagos e monócitos - Disseminação: aspiração da secreção, propagação via epitélio respiratório, propagação de célula para célula (sincício) - O efeito patológico do HRSV é principalmente devido à invasão do epitélio respiratório. - A replicação viral causa destruição tecidual e liberação de mediadores de inflamação que resulta em edema dos bronquíolos: redução da abertura para passagem dear, M.A.D 2 aumento na produção e secreção de muco, contração do músculo liso o que contribui para a obstrução das vias respiratórias - Dano direto extensivo induzido por vírus (principalmente célula epitelial no trato respiratório inferior) - Resposta inflamatória intensa (pode contribuir para doença grave e induz apenas imunidade parcialmente eficaz) gera : um infiltrado de células mononucleares peribronquiolar, pode resultar em edema da submucosa e broncorreia (expectoração abundante), obstrução bronquiolar, óbito, disseminação do virus para fígado, rins e miócárdio (nos casos para outros órgãos incluindo fígado, rins e miocárdio) Manifestações clínicas do RSV Sintomas primários (suave a severos) – Rinorréia, dor na garganta, tosse mínima, febre baixa, tosse – O sintoma da doença por HRSV é a bronquiolite manifestada por: edema nasal, chiado (sibilos), dispnéia, retração subcostal, cianose, bloqueio da respiração, febre Grupos de alto risco para complicações : – Bebês prematuros – Doença cardiopulmonar – Pacientes imunocomprometidos Transmissão - Aerossol (espirros) – Transmissão direta (fômites, secreções contagiosas) – Altamente infecciosos e ubíquos (infecção crianças até os dois anos) Diagnóstico, tratamento e prevenção RSV Diagnóstico – Suspeita clinica – Cultura, antígeno (DFA), ou detecção do genoma (RT-PCR) Tratamento – Sintomático – Ribavirin (utilidade questionável) – Não uso de antibióticos (apenas em caso de infecção secundária) Prevenção - Vacina atenuada em desenvolvimento - Imunização passiva artificial (Palivizumab) . Palivizumab (anticorpo monoclonal – imunoglobulina humana) é o medicamento indicado para aumentar a proteção de crianças contra a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório . Nos casos indicados, o Palivizumabe poderá ser administrado em até cinco doses, a cada 30 dias, no período de sazonalidade ( maior circulação do VSR) . Da primeira quinzena de março a primeira quinzena de agosto de cada ano, o medicamento é disponibilizado para recém - nascidos e lactentes que tenham indicação médica e que façam parte dos grupos definidos na Nota Técnica Conjunta SESA 06/2018 (crianças menores de 1 ano que nasceram prematuras, menores de 2 anos com doença pulmonar crônica e menores de 2 anos com doença cardíaca congênita) Corona vírus - RNA fita simples positiva - Vírus envelopado - RNA fita simples + - Aparência de coroa - Família Coronaviridae (4 generos) - Foram identificados na década de 1960 são conhecidos por infectar seres humanos, e uma variedade de animais (incluindo aves e mamíferos) M.A.D 2 - Células alvo primarias : células epiteliais no trato respiratório e células gastrointestinais - O derramamento viral ocorre através desses sistemas e a transmissão pode ocorrer por diferentes vias: fomites, via aérea ou fecal- oral - A doença em humanos é principalmente infecções respiratórias ou gastrointestinais, porém os sintomas podem variar do resfriado comum a infecções respiratórias inferiores mais graves, como pneumonia - São conhecidos 7 coronavírus que infectam o homem (relacionados com resfriados comuns e infecções graves em jovens e idosos) Surto COVID-19 - Agente causador do Surto: SARS-CoV-2 (anteriormente chamado 2019-nCoV) - Nome da doença: COVID -2019 (Coronavirus Disease) - Início do Surto: Dezembro de 2019 - Local: Wuhan, China - Transmissão : a partir do hospedeiro animal para a pessoa (inicialmente) e transmissão pessoa-pessoa (decorrer do doença) Replicação (SARS-CoV-2) - Entra por endocitose (já entra traduzindo e transcrevendo) - Sai por exocitose - Tem uma replicação rápida Transmissão de doenças interespécies - Alto risco de disseminação desses agentes em população sem prévia imunidade - Resultado dessas transmissões: vírus fracamente adaptados ao novo hospedeiro (surtorestrito), infecções graves a fatais são frequentemente reportadas, após mutações genômicas ocorre adaptação e aumento da infectividade - Estima-se que mais de 70% das espécies de vírus que infectam humanos são de origem animal, principalmente de animais selvagens, aves e mamíferos, principalmente. Resistência ambiental - Em diferentes tipos de materiais, pode permanecer infeccioso por 2 horas a 9 dias. - 30 °C ou 40 °C: reduziram a duração da persistência de MERS- CoV, TGEV e MHV altamente patogênicos. - No entanto, a 4 °C, a persistência pode ser aumentada 28 dias Transmissão e prevenção - Contato com pessoas infectadas através de gotículas respiratórias, saliva e secreções nasais - Em regiões com casos confirmados: lavar as mãos com frequência, praticar higiene respiratória, manter distância social de pessoas com sintomas respiratórios, evitar colocar as mãos nos olhos, nariz e boca - Se tiver febre, tosse ou dificuldade respiratória, procurar assistência médica imediata Diagnóstico e tratamento Teste: - Real-Time RT-PCR para diagnóstico - Reações de Sequenciamento e Cultivo Viral em culturas celulares: compreensão sobre o vírus e a patogênese da doença Tratamento: - Não há tratamento específico. Pessoas infectadas devem receber cuidados de suporte para aliviar os sintomas. Em casos graves, deve-se incluir cuidados para apoiar as funções de órgãos vitais. M.A.D 2 Fake News 1) Tomar uma superdose de vitamina D evita o coronavírus 2) Chá de erva-doce mata o vírus originário da China 3) Alho, gengibre e outros fitoterápicos como forma de prevenção 4) Já ter pego gripe protege contra o coronavírus 5) O coronavírus é semelhante ao vírus da 6) O novo vírus pode ser tratado com remédios para HIV, influenza ou antibióticos 7) Lavar nariz com frequência evita o coronavírus 8) Comprar mercadorias da China é perigoso 9) Carregar bolsas de cânfora afasta o coronavírus 10) Ozonioterapia para tratar coronavírus
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