Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Graziela Benevides | 5° Semestre – Medicina Insuficiência Cardíaca (Propedêutica Clínica) ➢ DEFINIÇÃO: - Síndrome clínica que ocorre quando anomalias na estrutura e na função do miocárdio prejudicam o débito cardíaco ou diminuem o enchimento dos ventrículos; - Características: dispneia (falta de ar), fadiga, retenção de líquidos, desempenho de exercício prejudicado e edema; ➢ EPIDEMIOLOGIA: - Risco de 20% para americanos e 25% para europeus; - A prevalência de IC aumentou devido à melhora de sobrevida no longo prazo dos pacientes com isquemia e outras formas de doença cardíaca; - Mais de 10% da população com mais de 80 anos apresenta IC, e os pacientes vivem progressivamente mais tempo com IC clínica; - Atualmente, nos EUA, mais de 5 milhões de pacientes vivem com IC clínica; - A IC é a principal causa de hospitalização de pacientes com mais de 65 anos; - O risco de um paciente voltar a ser hospitalizado por IC em 30 dias após a alta da primeira crise é de 25%, com 10% de risco de mortalidade 30 dias após a alta; - As taxas de mortalidade por IC permanecem em cerca de 50%, no prazo de 5 anos após o diagnóstico; - 40% a 50% dos pacientes com IC apresentam fração de ejeção preservada, tendendo a ser pacientes mais velhos, com prevalência de mulheres que tem história prévia de diabetes e hipertensão; - A taxa de mortalidade em pacientes com ejeção preservada é inferior à taxa de pacientes com ejeção reduzida; • DISPARIDADES: - Os afro-americanos apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de IC em comparação com americanos brancos e são hospitalizados com mais frequência; - Apresentam taxa de mortalidade elevada em comparação a populações brancas; - As razões para isso são multifatoriais e incluem diferenças na etiologia da IC, prevalências de comorbidades, situação socioeconômica e resposta às terapias; • CLASSIFICAÇÃO: - Considera o estado e a progressão da doença, grau de intolerância ao exercício, medição da função cardíaca pela fração de ejeção e sua etiologia; 1) Progressão da doença: - Através de 4 estágios; - Pré doença à sintomas avançados; 2) Avaliação do estado funcional por sistemas de classificação para a medição da tolerância ao exercício; - Forma mais adequada para se compreender a limitação do paciente e o impacto da IC na qualidade de vida; - Correlaciona-se com o prognóstico; 3) Medição da fração de ejeção; - Obtido por ecocardiografia; - Dicotomiza os pacientes com IC como tendo uma fração de ejeção reduzida (<50%) ou preservada; - Ajuda na compreensão do processo fisiopatológico subjacente do paciente e na identificação das estratégias terapêuticas apropriadas; 4) Etiologia: - Em geral isquêmica x não isquêmica; - É útil para orientar a avaliação diagnóstica na seleção de estratégias terapêuticas; • CAUSAS DE IC: - Doença arterial coronariana, infarto do miocárdio prévio ou lesão isquêmica; - Hipertensão; - Distúrbios familiares e genéticos, incluindo cardiomiopatia dilatada, cardiomiopatia hipertrófica, doenças de armazenamento e distrofias musculares; - Doença valvar: estenose ou regurgitação valvar; - Lesão tóxica/induzida por drogas, incluindo quimioterapia prévia; - Processos infiltrativos, como sarcoidose, amiloide e hemocromatose; Graziela Benevides | 5° Semestre – Medicina - Disfunção relacionada com a arritmia, incluindo cardiomiopatia induzida por contrações ventriculares prematuras e disfunção relacionada com taquiarritmias atriais; - Cardiomiopatia ventricular direita arritmogênica; - Doença cardíaca pulmonar; - Agentes infecciosos (virais e Chagas); - Pericardide construtiva; - Distúrbios nutricionais (beribéri); - Anemia crônica e tirotoxicose (estados de alto DC); ➢ FISIOPATOLOGIA: - Os mecanismos fisiopatológicos de IC são: hemodinâmicos, neuro-hormônios, interações cardiorrenais, anormalidades do trânsito de cálcio, morte celular e genética do miocárdio; • Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida: 1) HEMODINÂMICA: - Uma anormalidade da função do miocárdio é responsável pela falência do coração em bombear sangue a uma taxa proporcional às exigências dos tecidos metabolizantes, ou que possa fazê-los apenas no contexto de pressões elevadas de preenchimento cardíaco; - Em corações insuficientes, um aumento na carga hemodinâmica causa regulação mal-adaptativa das vias neuro-hormonais que reduzem a contratilidade muscular intrínseca, devido à remodelação ventricular; - A fibrose de substituição após lesão miocárdica aumenta o conteúdo em tecido conjuntivo e prejudica ainda mais a função da bomba; 2) NEURO-HORMONAL: - Várias vias neuro-hormonais foram identificadas como reguladoras da fibrose miocárdica, incluindo aldosterona, metaloproteinases de matriz, inibidores de tecido metaloproteinases (TIMPS), TNF-alfa e ST2; - Os mecanismos neuro-humorais enfatizam a importância do sistema nervoso adrenérgico no desenvolvimento e progressão da disfunção ventricular esquerda; - A ativação do SN simpático resulta de uma pressão de pulso reduzida, que ativa os barorreceptores arteriais. Essa ativação vem de elevados níveis de norepinefrina circulante por vários órgãos, incluindo o coração; - Elementos do sistema-renina-angiotensina- aldosterona são ativados relativamente cedo na IC; - O mecanismo presuntivo inclui hipoperfusão renal, estimulação do sistema Beta-adrenérgico e hiponatremia; - A ativação dos sistema-renina-angiotensina- aldosterona estimula o coração insuficiente, causando, vasoconstrição periférica e retenção de sódio e fluídos. O resultado inicial é a melhora na circulação e na perfusão dos órgãos vitais; - Com o tempo, a ativação prolongada desses sistemas provoca uma remodelação mal- adaptativa do VE e mais disfunção. Além disso, o SN simpático e o sistema-renina-angiotensina- aldosterona são corregulados de modo que a atividade aumentada em cada via estimula o aumento simultâneo no outro. A medida que a função cardíaca vai-se deteriorando, a capacidade de resposta à norepinefrina diminui, evidenciado pela dessensibilização do barorreceptor e pela downregulation dos receptores adrenérgicos cardíacos; - Essa dessensibilização pode estimular ainda mais as respostas simpáticas; - Quando a vasoconstrição excessiva deprime a função vascular esquerda, a retenção de sódio aumenta as elevadas pressões de enchimento ventriculares. Com isso, a IC se caracteriza por hipoperfusão associada a hipervolemia; - Os efeitos deletérios da vasoconstrição e da retenção de volume são características importantes das síndromes clínicas da IC; - Muitos pacientes com IC apresentam níveis elevados de endotelina e arginina vasopressina. - A arginina vasopressina induz a vasoconstrição através do receptor vascular (V1) e reduz a depuração de água livre através do receptor tubular renal (V2). - A endotelina provoca vasoconstrição prolongada, reduções na filtração glomerular e constrição arteriolar pulmonar; - A interdição na ativação neuro-hormonal não é uniformemente benéfica; 3) INTERAÇÕES CARDIORRENAIS: - Enfatizam o papel da disfunção renal no agravamento da IC, com ambos os órgãos contribuindo para a retenção de sódio e água; - A congestão venosa passiva e a perfusão renal reduzida levam ao agravamento da função renal e a um ciclo vicioso de disfunção progressiva de ambos os sistemas de órgãos; Graziela Benevides | 5° Semestre – Medicina - A insuficiência renal compromete a capacidade de utilizar inibidores do sistema-renina-angiotensina- aldosterona; 4) ANORMALIDADE DO TRÂNSITO DE CÁLCIO: - Reduz o teor de cálcio no retículo sarcoplasmático cardíaco em consequência do vazamento diastólico através dos receptores de rianodina alterados; - O teor de cálcio reduzido do retículo sarcoplasmático altera as interações de contração entre a miosina e os miofilamentos de actina cardíacos; - A perda de funçãodas bombas SERCA2a cardíacas que são responsáveis pela remoção de cálcio citoplasmático, afeta o relaxamento ventricular e causa disfunção diastólica; 5) MORTE CELULAR: - Níveis neuro-hormonais elevados, ativação adrenérgica, mecanismos inflamatórios e exposição à toxinas, aumenta a morte celular; - Níveis séricos elevados de muitas citocinas pró- inflamatórias podem induzir disfunção contrátil, fibrose miocárdica e necrose de miócitos; - A morte celular também é uma causa de IC após infarto do miocárdio; 6) GENÉTICA: - Importantes mediadores de anormalidades estruturais e funcionais cardíacas ligadas à IC; - A maior parte das cardiomiopatias familiares, e as que são herdadas de forma autossômica dominante, estão relacionadas a defeitos do citoesqueleto ou proteínas nucleares; - A cardiomiopatia hereditária também está associada a distrofias musculares e doenças infiltrativas como hemocromatose e distúrbios mitocondriais; • IC COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA; - O mecanismo fisiopatológico da IC com ejeção preservada é complexo e inclui alterações na estrutura e na função cardíaca, anormalidades cardiovasculares, disfunção terminal de órgão e comorbidades interrelacionadas; - A disfunção diastólica pode resultar do aumento na rigidez ventricular esquerda devido a hipertrofia e fibrose intersticial, bem como o relaxamento ventricular esquerdo anormal devido à disfunção no trânsito de cálcio; - A maioria dos pacientes apresenta hipertensão prévia ou atual; - A hipertrofia e a fibrose ventricular esquerda resultante são responsáveis pelo aumento na rigidez da câmara; - A isquemia cardíaca pode contribuir para a IC com ejeção preservada, devido a fibrose endotelial ou como resultado de disfunção isquêmica intermitente; - A idade é um fator predisponente crucial porque provoca perda de miócitos (apoptose), fibrose aumentada com deslocamento para formas mais rígidas de colágeno e perda de complacência vascular; - O relaxamento miocárdico é um processo dependente de trifosfato de adenosina, processos que interferem no metabolismo energético do miocárdio (isquemia) comprometem o relaxamento miocárdio, resultando em complacências ventricular reduzida e pressões de enchimento elevadas; - Aumento de idade, disfunção renal, hipertensão e disfunção ventricular esquerda progressiva estão associados ao desenvolvimento dos sintomas de IC; - Taquicardia ou exercício resultam no aumento exagerado das pressões de enchimento, sendo responsável pela degradação acentuada de esforço na IC; - A contração atrial é responsável por uma porcentagem desproporcional elevada do enchimento diastólico de um ventrículo não complacente, a fibrilação atrial, podendo agravar os sintomas; - Anormalidades no relaxamento ventricular e rigidez do miocárdio limitam o enchimento ventricular, para que os pacientes possam ter uma janela estreita de volume de líquido; - A sobrecarga de volume modesto pode exacerbar substancialmente os sintomas à dispneia e a diurese pode precipitar os sintomas de hipotensão devido ao sub enchimento ventricular; - A maioria dos pacientes com disfunção diastólica também apresentam disfunção sistólica; - É preferível caracterizar os pacientes como tendo IC com fração de ejeção preservada ou reduzida, e não com sistólica ou diastólica; ➢ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - Sintomas clássicos de falta de ar em combinação com exame clínico consistente com sobrecarga de volume; Graziela Benevides | 5° Semestre – Medicina - História prévia de infarto do miocárdio ou hipertensão pobremente controlada aumenta a suspeita do clínico para esse diagnóstico; - A utilização de biomarcadores como os peptídeos natriuréticos aumentou o rendimento do diagnóstico; Avaliação diagnóstica da IC. Os vários componentes da avaliação dos pacientes com IC são apresentados, desde a história, os sintomas e o exame físico até os testes diagnósticos; IRM = imagem de ressonância magnética; DPN = dispneia paroxística noturna; - Sintomas: 1) DISPNEIA: - Sintoma mais comum; - Na IC, está presente apenas com atividade; - Motivo mais comum para os pacientes procurarem cuidados para a IC; - Causa mais comum da dispneia é a congestão pulmonar que aumenta a acumulação de líquido intersticial ou intra-alveolar, reduz a complacência pulmonar e aumenta o trabalho da respiração; - Ortopneia = dispneia que ocorre em posição reclinada; - O alívio da dispneia é o objetivo terapêutico primário do tratamento da IC; - Bendopneia = dispneia grave que ocorre quando o indivíduo se curva; - DPN = falta de ar aguda e severa que acorda o paciente do sono. Manifesta-se cerda de 1 hora depois do paciente ir dormir e começa a diminuir logo após ao despertar; resulta de um aumento do retorno venoso e da mobilização do líquido intersticial da circulação esplâncnica e das extremidades inferiores, com acumulação do edema alveolar; 2) FADIGA: - Sintoma mais comum da IC; - Ocorre em 90% dos pacientes; - Sua gravidade está associada ao prognóstico; - Manifestação oculta da IC; 3) DOR TORÁCICA: - Mediada por isquemia do miocárdio de doença arterial coronariana subjacente; - Pode ocorrer em pacientes sem doença coronariana obstrutiva, devido ao aumento do estresse da parede, que é proporcional ao grau de dilatação ventricular esquerda; 4) CAQUEXIA CARDÍACA: - Pacientes com IC podem desenvolver sintomas como: náuseas, vômitos, anorexia e dor abdominal; - A perda muscular é uma comorbidade frequente; - Esses sintomas podem causar perda de muscular e de peso significativa, denominada caquexia cardíaca; - Em pacientes com congestão hepática significativa, a dor abdominal pode estar localizada no QSD, podendo haver icterícia; 5) DISFUNÇÃO COGNITIVA E DISTÚRBIOS DE HUMOR; - Comum, especialmente em idosos com IC; - A confusão pode ser uma manifestação de agravamento da IC, relacionada à hipotensão precipitada pelos medicamentos; - A hipoperfusão cerebral na IC avançada pode provocar alterações de memória, limitar a capacidade de atenção e alterar a atividade mental; - Sintomas depressivos podem ocorrer em até 25% dos pacientes com IC; 6) DISTÚRBIOS DO SONO: - São observados em mais de 70% dos pacientes com IC e estão associados ao aumento de morbidade e mortalidade; - Incluem apneia obstrutiva do sono e apneia central do sono/respiração Cheyne-Stokes; - Sintomas do distúrbio do sono incluem: hipersonolência, asfixia ou ofegar durante o sono, despertares recorrentes, sono não reparador, fadiga diurna e concentração ou memória prejudicada; - Os distúrbios respiratórios do sono aumentam a pressão sanguínea e o risco de arritmias; Graziela Benevides | 5° Semestre – Medicina • Exame Físico: 1) SINAIS VITAIS: - Pacientes pálidos ou diaforéticos e incapazes de dizer frases completas; - Incapazes de reclinarem na cama, devido a dispneia severa ou edema pulmonar; - FC elevada (>100bpm); - Contrações ventriculares prematuras ou arritmias atriais são comuns; - 30% dos pacientes têm fibrilação atrial; - Pressão sanguínea normal ou elevada, mas pode ser baixa (pressão arterial sistólica <90mmHg) na IC avançada de baixo débito; - Pressão de pulso estreita (<30 a 35 mmHg) também indica IC mais grave; - A FR deve ser medida; - Tanto hipotermia como hipertermia podem ser informativas de choque iminente ou de causas secundárias de IC; 2) VEIAS JUGULARES: - O paciente deve ser colocado em posição parcialmente reclinada, com o pescoço virado para a esquerda; - A cabeça do paciente deve repousar no travesseiro para limitar a tensão nos músculos cervicais, que podem obscurecer a visualização das pulsações venosas; - O método ideal para a medição consiste em quantificar em cm de água e estimar o nível das pulsações acima do ângulo esternal; - Tanto uma pressão venosa jugular elevada como um refluxo abdominojugular anormal foram relatados 80% dos pacientescom IC avançada; - Um achado importante no pescoço é a evidência de regurgitação tricúspide, que pode ser visualizada como uma grande onda cv; 3) EXAME PULMONAR: - A maioria não apresenta evidência de congestão pulmonar ao exame físico; - Os pulmões dos pacientes com IC sofrem alterações adaptativas e apresentam uma drenagem linfática robusta para compensar as elevadas pressões de enchimento; - Um subconjunto de paciente pode desenvolver acumulação de líquidos alveolares, que pode ser apreciada como estertores ou crepitações ao exame clínico; - Esses achados são mais comuns em pacientes com edema pulmonar agudo devido à descompensação súbita de um evento iniciante, como isquemia ou agravamento da hipertensão; - Pode ainda haver acumulação de líquido no espaço pleural relacionado com o aumento de líquido transudado e drenagem linfática debilitada no contexto de elevação das pressões venosas sistêmicas; - Efusões pericárdicas também podem ocorrer no contexto de IC, especialmente na cardiomiopatia inflamatória, mas, esse padrão de acumulação de líquido é incomum; - O clínico deve auscultar e percutir para eventual presença de efusão pleural, que tende lateralizar para direita, devido maior área de superfície dos pulmões e a posição do diafragma; - O diagnóstico de uma efusão pleural moderada ou grande é fundamental devido a drenagem de efusão pode representar uma intervenção para aliviar a dispneia; 4) EXAME CARDÍACO: - Pedra angular da avaliação do paciente com IC; - A inspeção visual pode revelar uma elevação ventricular direita, que fornece informação sobre disfunção ventricular direita e hipertensão pulmonar subjacente; - A palpação do local, o tamanho e a duração do ponto máximo de impulso contra a parede torácica podem fornecer detalhes relacionados com grau de dilatação ventricular esquerda; o impulso em geral, é deslocado lateralmente no contexto de alargamento ventricular e pode ser sustentado no contexto de hipertrofia ventricular esquerda; - A ausculta das bulhas cardíacas fornece informações importantes relacionadas com ritmo subjacente e a frequência de batimentos ectópicos; - Distúrbios como hipertensão pulmonar podem ser apreciados com base no aumento da intensidade da 2º bulha cardíaca; - A presença de distúrbios valvares pode ser caracterizada por seu potencial de contribuição para a disfunção cardíaca; - Um galope S3 apical é comum na disfunção da VE grave, e sua presença está correlacionada com uma pressão diastólica final de enchimento ventricular elevada e um prognóstico pobre; 5) ABDOME: - Deve estimar o tamanho do fígado e do baço, afastando a presença de ascite; - A hipertensão intra-abdominal e a congestão venosa abdominal podem causar hipertensão venosa renal e subsequente disfunção renal; - Um fígado aumentado e pulsátil é visualizado em indivíduos com pressões cardíacas direitas Graziela Benevides | 5° Semestre – Medicina marcadamente elevadas e aqueles com insuficiência tricúspide significativa; 6) EXTREMIDADES: - O edema é consequência da retenção de sódio devido ao baixo débito cardíaco e a pressões de perfusão renal reduzidas, culminando em pressões elevadas de enchimento do lado direito, pressão hidrostática aumentada na circulação venosa e transudados dos líquidos para os espaços intersticiais, especialmente nos tornozelos ou nas extremidades inferiores; - O edema é medido numa escala de 0 a 3+; - Edema periférico é um achado não específico, e o edema decorrente de IC deve ser diferenciado do edema relacionado com a utilização de medicamentos, insuficiência venosa ou hipoproteinemia; - Extremidades frias sugerem baixo débito cardíaco ou doença arterial periférica concomitante; ➢ DIAGNÓSTICO: 1) ELETROCARDIOGRAFIA: - Eletrocardiograma de 12 derivações; - Avaliar o ritmo cardíaco, a fim de identificar isquemia atual ou infarto do miocárdio prévio e detectar evidência de hipertrofia ventricular esquerda; - Anormalidades do ritmo podem ser responsáveis por desenvolvimento ou exacerbação da disfunção cardíaca subjacente; 2) RADIOGRAFIA DE TÓRAX: - Avaliar o tamanho do coração e a congestão pulmonar; - Detectar outras doenças que possam causar ou contribuir para os sintomas do paciente; - Têm claras evidências de hipertensão pulmonar venosa ou edema pulmonar; - Derrames pleurais, em geral à direita, também são identificados; 3) TESTES LABORATORIAIS: - Deve incluir hemograma completo para detectar anemia e doenças sistêmicas com manifestações hematológicas; - Exame de urina e testes da função renal para avaliar o estado renal; - Valores de eletrólitos séricos para identificar anomalias que necessitam de tratamento e fornece uma base para a terapia; - Nível de glicose e perfil lipídico para diagnosticar diabetes e dislipidemia; - Nível de hormônio estimulante para tireoide; - Marcadores de congestão hepática (aminotransferase e bilirrubina – importantes sinais de prognóstico em pacientes com IC); • PEPTÍDEOS NATIURÉTICOS (BNP): - Fornecem informações de diagnósticos e prognósticos incrementais em pacientes com IC; - Deve ser medido para apoiar o diagnóstico de IC nos pacientes ambulatoriais com dispneia e IC aguda; - Útil para estimar a gravidade da IC e seu prognóstico; - A obesidade reduz os níveis de BNP ao passo que a idade avança e a disfunção renal estão associados a níveis mais elevados; • TROPONINA: - A maioria dos pacientes admitidos com IC aguda apresenta elevações na troponina circulante, mesmo sem qualquer isquemia do miocárdio óbvia; • OUTROS BIOMARCADORES: Galectina-3 e ST2 - Caracteriza inflamação, lesão de miócitos, upregulation neuro-hormonal e o turnover da matriz extracelular; 4) ECOCARDIOGRAFIA: - Avalia função ventricular e valvar; - Permite a avaliação da função ventricular esquerda sistólica e diastólica - Espessamento da parede, dilatação ventricular e anormalidades da motilidade regional fornecem evidências da etiologia subjacente e da cronicidade da IC; - Também avalia a disfunção valvar, que pode ser causa ou agravamento da função ventricular; 5) CARDIOLOGIA NUCLEAR E ANGIOGRAFIA CORONÁRIA; 6) IMAGEM DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA; 7) BIÓPSIA MIOCÁRDICA; 8) AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE EXERCÍCIO; 9) DIAGNÓSTICOS INVASIVOS E MONITORAMENTO HEMODINÂMICO;
Compartilhar