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PROBLEMA 5 Objetivo 1 – Conceituar agente carcinogenico e as condições cancerigenas (papel promotor e iniciador do câncer) Agentes cancerígenos ou carcinógenos Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor. A carcinogênese é determinada pela exposição a esses agentes, em uma dada frequência e período de tempo, e pela interação entre eles. Os agentes cancerígenos podem ser divididos em três tipos: I. Agente oncoiniciador inicia o processo de oncogênese, provocando diretamente o dano genético das células. Como exemplo de agente iniciador temos o benzo[a]pireno, um dos componentes da fumaça do cigarro. II. Agente oncopromotor atua sobre as células já iniciadas no processo da oncogênese, estimulando novas alterações em seu material genético. III. Agente oncoacelerador promove a progressão da carcinogênese, provocando a multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Atua no estágio final do processo. Carcinogênese É um processo de múltiplas etapas resultante do acúmulo de múltiplas alterações genéticas que coletivamente dão origem ao fenótipo transformado. Em nível molecular, a progressão tumoral e a heterogeneidade associada resultam, mais provavelmente, de múltiplas mutações que se acumulam independentemente em diferentes gerações de células, gerando subclones com diferentes características, como capacidade de invadir, taxa de crescimento, capacidade metastática, cariótipo, responsividade hormonal e suscetibilidade a drogas antineoplásicas. Algumas das mutações podem ser letais; outras podem estimular o crescimento celular, afetando os proto-oncogenes ou os genes supressores de tumor. Assim, até mesmo o mais maligno dos tumores tem origem monoclonal, no momento em que se torna clinicamente evidente que as células que o constituem podem ser extremamente heterogêneas. Durante a progressão, as células tumorais são submetidas a pressões de seleção imune e não imune. Por exemplo, as células que são altamente antigênicas são destruídas pelas defesas do hospedeiro, enquanto aquelas com reduzidas necessidades do fator de crescimento são positivamente selecionadas. Um tumor em crescimento, portanto, tende a ser enriquecido por subclones que “superam as expectativas” e são competentes em sobrevivência, crescimento, invasão e metástase. Assim, a evolução genética e a seleção podem explicar duas das mais perniciosas propriedades dos cânceres: a tendência a se tornarem (1) mais agressivos e (2) menos responsivos à terapia com o tempo. Caracteristicas do câncer Em conjuntos, essas caracteristicas, ditam o fenótipo maligno. As principais sao: 1) Autossuficiência nos Sinais de Crescimento As células cancerosas utilizam uma série de estratégias para impulsionar sua proliferação e se tornar insensíveis aos reguladores do crescimento normal. Para compreender melhor esse fenomento é necessario que se compreenda as fases da proliferação celular, que são: a. Ligação de um fator de crescimento ao seu receptor específico na membrana celular; b. Ativação transitória e limitada do receptor do fator de crescimento, que por sua vez ativa várias proteínas transdutoras; c. Transmissão do sinal transduzido através do citosol para o núcleo por meio de segundos mensageiros ou de uma cascata; d. Indução e ativação de fatores reguladores nucleares que iniciam e regulam a transcrição do DNA; e. Entrada e progressão da célula em um ciclo celular, acabando por resultar em divisão celular. Sendo que, cada uma dessas é suscetivel de corrupção cancerosa: a. Fatores de crescimento todas as células, normais, requerem a estimulação por algum fator de crescimento para sua proliferação. Sendo que, os mais soluveis, são feitos por celulas que agem sobre celulas vizinha (ação paracrina) e essas celulas, geralmente, não agem sobre elas proprias, impedindo um feedback positivo para ela mesma. Assim: (1) Algumas células cancerosas adquirem a capacidade de sintetizar os mesmos fatores de crescimento aos quais são responsivas. (2) interação com o estroma, as células tumorais enviam sinais para ativar as células normais no estroma de suporte, o qual por sua vez produz fatores de crescimento que promovem o crescimento tumoral. b. Receptores do Fator de Crescimento e Tirosina Quinases Não Receptoras Proteínas receptoras mutantes liberam sinais mitogênicos contínuos para as células, mesmo na ausência do fator de crescimento no ambiente. Mutações mais comuns são as de superexpressão dos receptores do fator de crescimento, que podem tornar as células cancerosas hiper-responsivas a níveis do fator de crescimento que normalmente não deflagrariam a proliferação. O maior exemplo para isso é o receptor EGF (fator de crescimento epidermico) que é superexpresso em 80% dos casos dos carcinomas das celulas escamosas dos pulmoes. c. Proteínas Transdutoras de Sinal a Jusante Essas proteínas sinalizadoras acoplam-se ao fator de crescimento ativado e o transmitem ao núcleo, seja por meio de segundos mensageiros ou de cascata de fosforilação e ativação das moléculas de transdução de sinal. Dois membros importantes nessa categoria são RAS e ABL. a. Proteina RAS É o proto-oncogene mutado com mais frequência nos tumores humanos. Essas proteinas, quando normais, oscilam entre um estado transmissor de sinal excitado e um estado quiescente. a estimulação de células por fatores de crescimento, como EGF e PDGF, leva a ativação dessa proteina. A RAS ativada estimula os reguladores a jusante da proliferação por duas vias distintas que convergem no núcleo e o inundam com sinais de proliferação celular. b. Proteina ABL O proto-oncogene ABL tem atividade de tirosina- quinase que é deprimida por domínios reguladores negativos internos. d. Fatores de Transcrição Nuclear todas as vias de transdução de sinal entram no núcleo e causam impacto sobre um grande banco de genes respondedores que orquestram o avanço ordenado das células através do ciclo mitótico. Assim, a autonomia do crescimento pode ser uma consequência de mutações que afetam os genes reguladores da transcrição do DNA. Grande número de oncoproteínas, incluindo os produtos dos oncogenes MYC, MYB, JUN, FOS e REL, funciona como fatores de transcrição reguladores da expressão dos genes promotores de crescimento, como as ciclinas. Destes, o gene MYC está envolvido com mais frequência nos tumores humanos. e. Ciclinas e Quinases Dependentes de Ciclina O resultado final de todos os estímulos promotores de crescimento é a entrada de células quiescentes no ciclo celular. Os cânceres podem se tornar autônomos se os genes impulsiona- dores do ciclo celular se tornarem desregulados por mutações ou amplificação. a. Alterações nas Proteínas de Controle do Ciclo Celular em Células Cancerosas as mutações que desregulam a atividade de ciclinas e CDKs favorecem a proliferação celular. De fato, todos os cânceres parecem ter lesões genéticas que incapacitam o ponto de controle G1- S, provocando a reentrada das células na fase S. Algumas causas disso são: i. ↑ da expressão de ciclina D ou CDK4 parecem ser um evento comum na transformação neoplásica. ii. As CDK1 frequentemente são incapacitadas por mutação ou silenciamento de gene em muitas malignidades humanas. Assim, a produção aumentada de oncoproteínas por si só não leva à proliferação sustentada de células cancerosas. Há dois mecanismos embutidos, a senes- cência celular e a apoptose, que se opõem ao crescimento celular mediado por oncogene. OBS: VER RESUMO PAGINA 182 ROBBINS 9ª EDIÇÃO. 2) Insensibilidade aos sinais inibidores de crescimento Enquanto os genes codificam proteínas que promovem o crescimento celular, os produtos dos genes supressores de tumor aplicam freios à proliferação celular, tentando inibir o crescimento e, assim, a proliferação de celulas cancerigenas. Os principaisgenes são: a. Gene RB (retinoblastoma): Governador do Ciclo Celular Knudson, em 1974, propôs sua agora famosa hipótese de duas mutações (two-hit), que em termos moleculares pode ser expressa como segue: 2 mutações sao necessarias para produzir esse efeito, elas envolvem o gene RB, sendo que ambos alelos normais devem ser inativados para o desenvolvimento de retinoblastoma. I. Em casos familiares, as crianças herdam uma cópia defeituosa do gene RB na linhagem germinativa; a outra cópia é normal. O retinoblastoma desenvolve-se quando o gene RB normal se perde nos retinoblastos em consequência de mutação somática. II. Em casos esporádicos, ambos os alelos RB normais se perdem por mutação somática em um dos retinoblastos. O resultado final é o mesmo: uma célula retiniana que perdeu ambas as cópias normais do gene RB se torna cancerosa. Embora, a perda de genes RB normais tenha sido descoberta dessa forma, atualmente, sabe-se que perda homozigótica desse gene é uma característica bastante comum de vários tumores, incluindo câncer de mama, câncer de pulmão de células pequenas e câncer de bexiga. Neste ponto, algum esclarecimento de terminologia é válido: uma célula heterozigótica no lócus RB não é neoplásica. Os tumores se desenvolvem quando a célula perde sua cópia de gene RB normal e, assim, se torna homozigótica para o alelo mutante. Em tese, os sinais anticrescimento podem impedir a proliferação celular por vários mecanismos complementares. O sinal pode causar divisão das células para entrar em G0 (quiescência), onde eles permanecem até que pistas externas estimulam sua reentrada no pool proliferativo. Os genes supressores de tumor codificam proteínas que inibem a proliferação celular mediante regulação do ciclo celular. Ao contrário dos oncogenes, ambas as cópias do gene devem estar disfuncionais para que ocorra o desen-volvimento tumoral. Assim, o produto do gene RBé uma proteína ligada ao DNA que se expressa em cada tipo celular examinado, onde ele existe em estado hipofosforilado ativo e em estado hiperfosforilado inativo. A importância de Rb está em sua regulação do ponto de controle G1/S, o portal pelo qual devem passar as células antes de começar a replicação do DNA. Logo, acredita-se que a transição de G1 para S seja um ponto de controle extremamente importante no “relógio” do ciclo celular. Em G1, contudo, as células podem remover-se inteiramente do ciclo celular, seja temporariamente (quiescência ou G0) ou permanentemente (senescência). As células em G0 permanecem ali até que pistas externas, como a sinalização mitogênica, as empurrem de volta ao ciclo celular. Em G1, portanto, sinais diversos se integram para determinar se a célula deve progredir através do ciclo celular ou saem dele e se diferenciam, e Rb é um ponto central-chave que integra os sinais externos mitogênicos e a diferenciação para tomarem essa decisão. No Ciclo celular Inicialmente em G1, Rb está em sua forma ativa hipofos- forilada e se liga à família dos fatores de transcrição E2F, assim como a inibe, impedindo a transcrição da ciclina E. A Rb hipofosforilada bloqueia a transcrição mediada por E2F pelo menos de duas maneiras. Primeiramente, ela sequestra E2F, impedindo sua interação com outros ativadores de transcrição. Em segundo lugar, Rb recruta proteínas remodeladoras de cromatina, como histona desacetilases e histona metiltransferases, que se ligam aos promoters de genes responsivos a E2F, como a ciclina E. Essas enzimas modificam a cromatina nos promoters para tornar o DNA insensível aos fatores de transcrição. Situação esta que se altera na mitose, a sinalização do fator de crescimento leva à expressão de ciclina D e à ativação dos complexos da ciclina D-CDK4. Esses complexos fosforilam a proteína Rb, inativando-a e liberando E2F para induzir genes-alvo, como a ciclina E. A expressão da ciclina E estimula então a replicação do DNA e a progressão através do ciclo celular. Quando entram na fase S, as células se comprometem a se dividir sem estimulação adicional do fator de crescimento. Durante a fase M resultante, os grupos fosfato são removidos de Rb pelas fosfatases celulares, regenerando a forma hipofosforilada de Rb Resumo Rb exerce efeitos autoproliferativos por meio do controle da transição de G1 para S no ciclo celular. Em sua forma ativa, Rb é hipofosforilada e liga-se ao fator de transcrição E2F. Essa interação previne a transcrição de genes como a ciclina E que são necessários para a replicação do DNA e, assim, as células são detidas em G1. A sinalização do fator de crescimento leva à expressão de ciclina D, ativação dos complexos de ciclina D-CDK4/6, inativação de Rb por fosforilação e, portanto, liberação de E2F. A perda do controle do ciclo celular é fundamental para a transformação maligna. Quase todos os cânceres têm umponto de controle G1 desabilitado devido à mutação de RB ou de genes que afetam a função de Rb, como ciclina D, CDK4 e CDK1s. Muitos vírus DNA oncogênicos, como HPV, codificam proteínas (p. ex., E7) que se ligam a Rb e a tornam não funcional. b. Gene TP53: Guardião do genoma Se trata de um dos genes mutados com mais frequência em cânceres humanos. A proteina P53 frustra a transformação neoplásica por três mecanismos entrelaçados: interrupção da ativação do ciclo celular temporário (denominada quiescência), indução do ciclo celular permanente (denominada senescência) ou deflagrando a morte celular programada (denominada apoptose). Uma variedade de estresses dispara as vias de resposta de p53, incluindo anóxia, atividade inadequada da oncoproteínae dano à integridade do DNA. Pelo controle da resposta ao dano do DNA, p53 tem papel central na manutenção da integridade do genoma. Em células saudaveis, p53 possui tempo de meia vida curto, devido à sua associação com MDM2, uma proteína que visa sua destruição. Quando a célula é estres- sada, por exemplo, por um ataque ao seu DNA, “sensores” que incluem proteína quinases são ativados. Esses catalisam modificações pós-translacionais em p53, as quais a liberam de MDM2 e aumentam sua meia-vida e a sua capacidade de impulsionar a transcrição dos genes-alvo. I. Interrupção do ciclo celular Ocorre tardiamente na fase G1 e é causada, principalmente, por transcrição dependente de p53 do gene de CDK1, CDK1A. A proteína p21, como descrito anteriormente, inibe os complexos ciclina-CDK e previne a fosforilação de Rb, interrompendo assim as células na fase G1. Isso ganha tempo afim de reparar o dano ao DNA. Além disso, a proteína p53 também induz a expressão dos genes de reparo do dano ao DNA e caso não seja possivel, sua destruiçaõ. II. Senescência induzida por p53 é a interrupção permanente do ciclo caracterizada por alterações específicas de morfologia e expressão genética que a diferenciam da interrupção reversível do ciclo celular ou da quiescência. A senescência requer a ativação de p53 e/ou de Rb ou da expressão de seus mediadores, como as CDK1s. Sendo que seus mecanismos não sao claros. III. Apoptose induzida por apoptose p53 de células com dano irreversível ao DNA Se trata do mecanismo protetor final contra a neoplasia. Sendo mediado por varios genes. Essa proteina pode, por via transcricional, ativar certos miRNAs, impedindo a tradução de seus genes- alvo. Os miRNAs ativados por p53 podem inibir a tradução de genes pró- proliferativos, como ciclinas, e de genes antiapoptóticos, como BCL2. Assim, Uma célula com DNA danificado sem possibilidade de ser reparado é direcionada por p53 para entrar em senescência ou sofrer apoptose. Ou seja, Com a perda homozigótica do gene TP53, o dano ao DNA não é reparado, as mutações se tornam fixas nas células em divisão e a célula entra em uma via de mão única que leva à transformação maligna. Resumo A proteína p53 é o monitor central do estresse na célula e pode ser ativada por anóxia, sinalização inadequada do oncogene ou danoo DNA. A p53 ativada controla a expressão e a atividade dos genes envolvidos em interrupção do ciclo celular, reparo do DNA, senescência celular e apoptose. O dano ao DNA leva à ativação de p53 por fosforilação. A p53 ativada impulsiona a transcrição de CDK1A (p21), que impede a fosforilação de Rb, causando portanto um bloqueio de G1-S no ciclo celular. Essa pausa permite que as células reparem o dano ao DNA. Se não for possível o reparo do DNA, o p53 induz senescência ou apoptose celular. Via do Fator b de Transformação de Crescimento TGF-b, mais conhecido, é um dos fatores de crescimento dimérico, que inclui as proteínas morfogenéticas ósseas e as ativinas. Na maioria das células epiteliais, endoteliais e hematopoéticas normais, TGF-b é um potente inibidor da proliferação. Regula os processos celulares pela ligação a um complexo composto por receptores de TGF-b I e II. A dimerização do receptor à união com um ligante leva a uma cascata de eventos que resulta na ativação transcricional de CDK1s com atividade supressora do crescimento. Assim, em muitas formas de câncer, os efeitos inibidores de crescimento das vias de TGF-b são prejudicados por mutações que afetam a sinalização de TGF-b. Essas mutações podem alterar o receptor de TGF-b tipo II que servem para transduzir sinais antiproliferativos do receptor para o núcleo. Inibição de Contato, NF2 e APC Quando as células não transformadas crescem em cultura, elas proliferam até que monocamadas confluentes são geradas; os contatos célula-célula formados nessas monocamadas suprimem a proliferação celular adicional. Essa “inibição do contato” é eliminada nas células cancerosas, permitindo que se tornem empilhadas. Os contatos célula-célula em muitos tecidos são mediados por interações homodiméricas entre proteínas transmembrana chamadas caderinas, sendo seus mecanismos: 1. a inibição de contato é mediada pelo gene supressor de tumor NF2. Seu produto, neurofibroma 2, com mais frequência chamado de merlina, facilita a inibição do contato mediado por E-caderina. Sabe-se que a perda homozigótica de NF2 causa uma forma de tumores neurais associados à condição chamada neurofibromatose. 2. Um desses mecanismos é ilustrado pela rara doença hereditária polipose adenomatosa colônica (APC) caracteriza- se pelo desenvolvimento de numerosos pólipos adenomatosos no cólon com incidência muito alta de trans- formação em cânceres de colon, Estes mostram a perda e um gene supressor de tumor chamado APC, esse gene, exerce efeitos antiproliferativos de maneira incomum. Ele codifica uma proteína citoplasmática cuja função dominante é regular os níveis intracelulares de b- catenina, uma proteína com muitas funções. Por outro lado, a b-catenina liga-se à porção citoplasmática da E-caderina; por outro lado, ela pode se translocar para o núcleo e ativar a proliferação celular. A b-catenina é um importante componente da chamada via de sinalização WNT que regula a proliferação cellular. WNT é um fator solúvel capaz de induzir a proliferação celular. Ele faz isso ligando-se ao seu receptor e transmitindo sinais que impedem a degradação da b-catenina, permitindo sua translocação para o núcleo, onde age como ativador da transcrição em conjunto com outra molécula chamada Tcf. Com a perda de APCa degradação de b-catenina é impedida, e a resposta de sinalização de WNT é inadequadamente ativada na ausência de WNT, isso leva à transcrição de genes promotores do crescimento, e reprimem a expressão da E-caderina e, portanto, reduzem a inibição do contato. Assim, a APC comporta-se como um tipico gene suppressor. Resumo TGF-b inibe a proliferação de muitos tipos celulares pela ativação de genes inibidores do crescimento, como CDK1s e supressão dos genes promotores do crescimento, como MYC e aqueles codificadores de ciclinas. A função de TGF-b está comprometida em muitos tumores por mutações em seus receptores (cólon, estômago, endométrio) ou por inativação mutacional de genes que transduzem a sinalização de TGF-b (pâncreas). A E-caderina mantém inibição de contato que se perde nas células malignas. gene APC exerce ações antiproliferativas pela regulação da destruição da proteína citoplasmática b-catenina. Com a perda de APC, a b-catenina não é destruída e se transloca para o núcleo, onde age como um fator de transcrição promotor de crescimento. Objetivo 2 – Identificar e descrever os mecanismos de ação dos agentes cancerigenos fisicos e quimicos /O dano genético está no âmago da carcinogênese. Três classes de agentes carcinogênicos foram identificadas: (1) substâncias químicas, (2) energia radiante (fisicos) e (3) agentes microbianos. 1) Carcinógenos químicos a. Ação direta Não requerem conversão metabólica para se tornarem carcinogênicos. São, em geral, fracos, mas são importantes porque alguns são drogas da quimioterapia do câncer (p. ex., agentes alquilantes) usadas em regimes que podem curar certos tipos de câncer. b. Ação indireta (final) Refere-se a substâncias químicas que requerem conversão metabólica para um carcinógeno final. Alguns dos mais potentes carcinógenos químicos indiretos são hidrocarbonetos cíclicos, presentes em combustíveis fósseis. Por exemplo, benzo[a]pireno e outros carcinógenos se formam na combustão em alta temperatura de tabaco no fumo de cigarro. c. /Mecanismos de ação Todos os carcinógenos diretos e finais contêm grupos de eletrófilos altamente reativos que formam adutos químicos com DNA e com proteínas e RNA. Embora qualquer gene possa ser o alvo de carcinógenos químicos, comumente os oncogenes mutados e os supressores tumorais são alvos importantes de carcinógenos químicos. A carcinogenicidade de algumas substâncias químicas é aumentada pela subsequente administração de promoters que por si sós não são tumorigênicos. Para ser eficaz, a exposição repetida ou sustentada ao promoter deve se seguir da aplicação da substância química mutagênica ou iniciador. Mas como esses promoters contribuem para a mutagenese? Embora os efeitos dos promoters tumorais sejam pleiotrópicos, a indução de proliferação celular é um sine qua non na promoção de tumor. Parece mais provável que, embora a aplicação de um iniciador possa causar a ativação mutacional de um oncogene, como RAS, a aplicação subsequente de promoters leva à expansão clonal das células iniciadas (mutadas). Forçados a proliferar, os clones de células acumulam mutações adicionais, desenvolvendo eventualmente um tumor maligno. De fato, o conceito de que a proliferação celular sustentada aumenta o risco de mutagênese, e portanto promove a transformação neoplásica, também é aplicável à carcinogênese humana, não fosse pelos mecanismos de reparo do DNA, a incidência de cânceres quimicamente induzidos provavelmente seria muito maior. Resumo Os carcinógenos químicos têm grupos de eletrófilos altamente reativos que danificam diretamente o DNA, levando a mutações e eventualmente ao câncer. Os agentes de ação direta não requerem conversão metabólica para se tornar carcinogênicos, enquanto os agentes de ação indireta não são ativos até se converter em um carcinógeno final por vias metabólicas endógenas. Portanto, os polimorfismos de enzimas endógenas, como o citocromo P-450, podem influenciar a carcinogênese. Após a exposição de uma célula a um mutágeno ou um iniciador, a tumorigênese pode ser aumentada pela exposição aos promoters, que estimulam a proliferação das células mutadas. São exemplos de carcinógenos humanos os agentes de ação direta (p. ex., agentes alquilantes usados para quimioterapia), agentes de ação indireta (p. ex., benzopireno, corantes azo, aflatoxina) e promoters ou agentes que causam hiperplasia do endométrio ou atividade regenerativa do fígado. 2) Carcinogenese por radiação (fisico) A rediaçaõ, seja qual for sua fonte, é um carcinogeno. As propriedades oncogênicas da radiação ionizante estão relacionadasa seus efeitos mutagênicos e, com menos frequência, a mutações pontuais. Biologicamente, as quebras na dupla fita do DNA parecem ser a forma mais importante de dano ao DNA causado por radiação. O efeito oncogênico dos raios UV merece menção especial por ressaltar a importância do reparo do DNA na carcinogênese. A radiação UV natural derivada do sol pode causar cânceres de pele (melanomas, carcinomas de células escamosas e carcinomas de células basais). Em risco maior estão as pessoas de pele clara que vivem em locais como Austrália e Nova Zelândia, que recebem grande quantidade de sol. Os cânceres de pele não melanomas estão associados à exposição cumulativa total à radiação UV, enquanto os melanomas estão associados à exposição intermitente intensa — como ocorre no banho de sol. A luz UV tem vários efeitos biológicos sobre as células. De particular relevância para a carcinogênese é a capacidade para danificar o DNA pela formação de dímeros de pirimidina. Esse tipo de dano ao DNA é reparado pela via de reparo de excisão de nucleotídeo. Com a extensa exposição à luz UV, os sistemas de reparo podem ser dominados e resulta o câncer de pele. Resumo A radiação ionizante causa quebra do cromossomo, trans-locações e, menos frequentemente, mutações pontuais, levando ao dano genético e à carcinogênese. Os raios UV induzem a formação de dímeros de pirimidina dentro do DNA, levando a mutações. Portanto, os raios UV podem dar origem a carcinomas de células escamosas e melanomas da pele. Objetivo 3 – Definir mutação gênica e seus mecanismos, correlacionando com o insucesso do reparo do DNA Principais considerações sobre a base genética do câncer 1) dano genético não letal está no âmago da carcinogênese Tal dano genético (ou mutação) pode ser adquirido pela ação de agentes ambientais, como substâncias químicas, radiação ou vírus, ou pode ser herdada na linhagem germinativa. 2) Quatro classes de genes reguladores normais proto-oncogenes promotores de crescimento, genes supressores de tumor inibidores do crescimento, genes que regulam a morte celular programada (isto é, apoptose) e genes envolvidos no reparo do DNA, são os principais alvos do dano genético. 3) Oncogenes são genes que induzem um fenótipo transformado quando expresso em células. a. proto-oncogenes São versões mutadas ou superexpressas de genes celulares normais. Eles são considerados dominantes pois a mutação de um único alelo pode levar à transformação celular. b. genes supressores de tumor são genes que normalmente impedem o crescimento descontrolado e, quando sofrem mutação ou se perdem de uma célula, permitem o desenvolvimento de fenótipo transformado. Em geral, para ocorrer transformação, ambos os alelos normais dos genes supressores tumorais devem ser danificados. Podendo ser classificados em 2 grupos: i. governantes são os genes supressores de tumor clássicos, como os RB, quando a mutação do gene leva à transformação pela remoção de um importante freio à proliferação celular. ii. Guardiões são responsáveis pelo sensoriamento do dano genômico. Ex: O TP53, chamado de “guardião do genoma”, é um gene supressor tumoral prototípico desse tipo. Outros genes guardiões estão diretamente envolvidos no reconhecimento e no reparo de tipos específicos de dano ao DNA; eles são os genes que sofreram mutação nas síndromes autossômicas recessivas do reparo do DNA. 4) genes que regulam a apoptose e o reparo do DNA odem agir como proto-oncogenes (a perda de uma cópia é suficiente) ou genes supressores de tumor (perda de ambas as cópias). Lesões genéticas no câncer As alterações genéticas cancerigenas podem ser suteis (pontuais, inserções e deleções) ou grandes o bastante para produzir alterações cariotipicas. 1) Alterações cariotipicas nos tumores A lesão genética que ativa oncogenes ou inativa os genes supressores de tumor pode ser sutil ou grande o suficiente para alterar o cariotipo. Sendo que, alguns canceres possuem praticamente o cariotipo normal, enquanto outros possuem o cariotipo totalmente alterado. Os tipos comuns de anormalidades estruturais não aleatórias em células tumorais são: a. Translocações Equilibradas altamente associadas a certas malignidades, particularmente tipos específicos de neoplasias hematopoéticas e mesenquimais. As translocações podem ativar os proto-oncogenes de duas maneiras: I. Algumas translocações resultam em superexpressão de proto- oncogenes por removê-los de seus elementos reguladores normais e colocá-los sob o controle de um promotor inadequado e altamente ativo. II. Outras translocações oncogênicas criam genes de fusão codificadores de proteínas quiméricas novas. As células linfoides são, com mais frequência, os alvos dos rearranjos de genes, o que pode assumir a forma de translocações, inversões ou deleções intersticiais porque essas células intencionalmente produzem rupturas no DNA durante os processamentos do anticorpo ou recombinação de gene receptor de célula T. Como ocorre nas maligni- dades hematológicas e nos sarcomas, os rearranjos de genes em tumores sólidos podem contribuir para a carcinogênese pelo aumento da expressão de um oncogene ou geração de um novo gene de fusão. b. Deleções São a segunda anormalidade cariotípica mais prevalente em células tumorais. Comparadas às translocações, as deleções grandes o suficiente para serem observadas cariotipicamente são mais comuns em tumores sólidos não hematopoéticos. As deleções de regiões específicas dos cromossomos podem resultar na perda de determinados genes supressores de tumor. Os supressores tumorais geralmente requerem a inativação de ambos os alelos para que contribuam para a carcinogênese. Um mecanismo comum para isso é uma mutação pontual de inativação em um alelo, seguida pela deleção do outro alelo não mutado. c. Amplificação do gene Os proto-oncogenes podem ser convertidos em oncogenes por amplificação, com consequente superexpressão de proteínas normais sob outros aspectos. Tal amplificação pode produzir várias centenas de cópias do proto-oncogene na célula tumoral. Dois padrões mutuamente exclusivos são observados: múltiplas pequenas estruturas extracromossômicas chamadas de “duplos diminutos” e regiões homogeneamente coradas. d. Aneuploidias definida como um número de cromossomos que não é um múltiplo do estado haploide; para seres humanos, é um número de cromossomos que não é múltiplo de 23. é notável em cânceres comuns, particularmente os carcinomas, e foi proposta como causa de carcinogênese há mais de 100 anos. Muitas vezes, a aneuploidia resulta de erros do ponto de controle mitótico, o principal mecanismo de controle do ciclo mitótico que age para prevenir a dessegregação cromossômica defeituosa. O ponto de controle mitótico previne a aneuploidia pela inibição da transição irreversível para a aná- fase até que todos os cromossomos replicados tenham efetuado produtivas fixações aos microtúbulos fusiformes. A ausência completa do ponto de controle mitótico leva à rápida letalidade autônoma celular, como consequência de maciça dessegregação cromossômica. Micro-RNAs e câncer os micro-RNAs (miRNAs) são RNAs de uma só fita, não codificadores, com aproximadamente 22 nucleotídeos de extensão, que funcionam como reguladores negativos de genes. Eles inibem a expressão genética por meio de pós-transcrição reprimindo a tradução ou, em alguns casos, por meio de clivagem do RNA mensageiro (RNAm). Em vista de sua importante função de controlar o crescimento, a diferenciação e a sobrevivência celulares, não surpreende que se acumulem evidências de apoio ao papel dos miRNAs na carcinogênese. Eles, entao, podem participar da transformação neoplásica aumentando a expressão dos oncogenes ou reduzindo a expressão dos genes supressores de tumor. Modificações epigeneticas e câncer Epigenética refere-se a alterações reversíveis, hereditárias, na expressão genética que ocorremsem mutação. Tais alterações envolvem modificações pós-translacionais de histonas e metilação do DNA, as quais afetam a expressão genética. Em células diferenciadas, normais, a porção principal do genoma não é expressa. Essas regiões do genoma são silenciadas por metilação do DNA e modificações da histona. Por outro lado, as células cancerosas caracterizam-se por hipometilação global do DNA e hipermetilação seletiva localizada no promoter. De fato, tornou-se evidente durante os últimos anos que os genes supressores de tumor às vezes são silenciados por hipermetilação das sequências do promoter e não por mutação Resumo As células tumorais podem adquirir mutações por vários meios, entre os quais mutações pontuais e anormalidades cromossômicas não aleatórias que contribuem para a ma- lignidade; elas incluem translocações equilibradas, deleções e manifestações citogenéticas de amplificação de genes. Translocações equilibradas contribuem para a carcinogênese por superexpressão de oncogenes ou geração de novas proteínas de fusão com capacidade alterada de sinalização. Com frequência, as deleções afetam os genes de supressão de tumor, enquanto a amplificação de genes aumenta a expressão dos oncogenes. A superexpressão de miRNAs pode contribuir para a carcinogênese mediante redução da expressão dos supressores tumorais, enquanto a deleção ou perda de expressão dos miRNAs pode levar à superexpressão de proto-oncogenes. Os genes supressores de tumor e os genes de reparo do DNA também podem ser silenciados por alterações epigenéticas, que envolvem alterações reversíveis, alterações hereditárias na expressão genética ocorrida não por mutação, mas por metilação do promoter. Objetivo 4 – Discutir adesao aos EPI’s e suas consequencias de não utilização Radiações de certos comprimentos de onda, chamadas de radiações ionizantes, têm energia suficiente para danificar o DNA das células e causar câncer. Elas podem ser classificadas com não evitáveis (naturais) e evitáveis (não naturais). Recomenda-se o correto planejamento das atividades que serão desenvolvidas em ambientes de trabalho, de forma a diminuir as doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de exposições acidentais. Os equipamentos de proteção Individual e Coletiva (EPC e EPI) devem ser utilizados por todos os trabalhadores. Mineiros não protegidos contra elementos radioativos têm incidência 10 vezes maior de cânceres de pulmão. O estudo de acompanhamento dos sobreviventes das bombas atômicas que caíram em Hiroshima e Nagasaki revelou incidência acentuadamente aumentada de leucemia — após um período latente médio de cerca de sete anos, assim como taxas de mortalidade aumentadas para carcinomas de tireoide, mama, cólon e pulmão. A irradiação terapêutica da cabeça e do pescoço dá origem a cânceres tireóideos papilares anos depois. Como minimizar os efeitos da radiação ionizante? A minimização desses efeitos se inicia pela avaliação de risco, o correto planejamento das atividades e a utilização de instalações e praticas corretas, tendo como foco a diminuição da https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/radiacoes-ionizantes magnitude das doses individuais, o numero de pessoas expostas e a chance de exposição. Para facilitar esse processo, os equipamentos de proteção (EPI e EPC) devem ser utilizados por todos os trabalhadores, alem da otimização desta proteção pelo elaboração e execução correta de projeto de instalações laboratoriais, na escolha adequada dos equipamentos e na execução correta dos procedimentos de trabalho. Para auxiliar o controle das doses nos trabalhadores deve considerar três fatores: 1) Tempo Quanto maior o tempo, maior sera a dose recebida. 2) Distancia A intensidade da radiação decresce com o quadrado da distancia. 3) Blindagem A espessura da blindagem depende do tipo de radiação, da atividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a blindagem. Para a protecção do trabalhador os comandos dos equipamentos devem ter blindagem, assegurando que o técnico possa ver e manter o contacto com o paciente no decorrer do exame. As próprias salas devem ter blindagem, por forma a assegurar e garantir a segurança radiológica tanto do técnico como do pessoal circunvizinho à sala. Estas protecções devem ter espessura suficiente para garantir a proteção contra a radiação primária e a radiação difundida que pode atingir as paredes da sala. No calculo da blindagem, deve-se legar em conta: 1) a energia da radiação produzida; 2) a quantidade de radiação produzida por determinado período (carga de trabalho) 3) grau de ocupação ou frequência do ponto de interesse; 4) material a ser usado como blindagem. 5) Para a blindagem de raios X e Gama usa-se geralmente o chumbo, porem outros materias podem ser usados. A garantia de que as condições de trabalho são adequadas do ponto de vista da proteção pode ser obtida através do levantamento radiométrico da instalação. Esta medida tem por objetivo verificar se durante a operação, a instalação apresenta níveis de segurança adequados aos trabalhadores.
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